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Disputas
• O campo da chamada ‘Resolução Apropriada de Disputas’ (ou RADs)
inclui uma série de métodos capazes de solucionar conflitos;
• Tais métodos oferecem, de acordo com suas respectivas
peculiaridades, opções para se chegar a um consenso, a um
entendimento provisório, à paz ou apenas a um acordo –
dependendo do propósito para o qual o processo de resolução de
disputas foi concebido ou ‘desenhado’.
• Originalmente, a sigla RADs representava a sigla para ‘Resolução
Alternativa de Disputas’, servindo como denominação conjunta dos
métodos alternativos ao julgamento pelo Judiciário;
• Atualmente, tem se adotado, com mais frequência, a expressão
Resolução ‘Adequada’ (ou mesmo ‘Amigável’) de Disputas para
denotar uma escolha consciente de um processo ou método de
resolução de conflitos, entre vários possíveis, considerando o
contexto fático da disputa.
• Nota‑se, portanto, que o sistema público de resolução de conflitos –
que envolve o Poder Judiciário e outros órgãos de prevenção ou
resolução de disputas (e.g. Defensoria Pública, Ministério Público,
Secretarias de Justiça, entre outros) – é composto, atualmente, por
vários métodos ou processos distintos;
• Essa gama ou espectro de processos (e.g. processo judicial,
arbitragem, conciliação, mediação, entre outros) forma um sistema
pluriprocessual;
• Com esse sistema, busca‑se um ordenamento jurídico processual no
qual as características intrínsecas de cada processo são observadas
para proporcionar a melhor solução possível para uma disputa – de
acordo com as particularidades – analisada como um caso concreto.
• Nesse contexto, a escolha do método de resolução mais indicado para
determinada disputa precisa levar em consideração características e
aspectos de cada processo, tais como: custo financeiro, celeridade,
sigilo, manutenção de relacionamentos, flexibilidade procedimental,
exequibilidade da solução, custos emocionais na composição da
disputa, adimplemento espontâneo do resultado e recorribilidade.
• Assim, havendo uma disputa na qual as partes sabem que continuarão a
ter contato uma com a outra (e.g. disputa entre vizinhos), em regra,
recomenda‑se algum processo que assegure elevados índices de
manutenção de relacionamentos, tal como a mediação;
• Por outro lado, se uma das partes tiver interesse em abrir um precedente
ou assegurar grande publicidade a uma decisão (e.g. disputa relativa a
direitos individuais homogêneos referentes a consumidores),
recomenda‑se um processo que promova elevada recorribilidade,
necessária para a criação de precedente em tribunal superior, e que
público ou ao menos pouco sigiloso (e.g. processo judicial).
• Em grande parte, esses procedimentos já estão sendo aplicados por
tribunais como forma de emprestar efetividade ao sistema;
• A institucionalização desses instrumentos – ou seja, a inserção desses
métodos na administração pública, em especial, no Poder Judiciário –
iniciou‑se, no final da década de 1970, nos Estados Unidos, em razão
de uma proposta do professor Frank Sander denominada Multidoor
Courthouse (Fórum de Múltiplas Portas).
• Esta organização judiciária, proposta pelo Fórum de Múltiplas Portas
(FMP), compõe‑se de uma visão do Poder Judiciário como um centro
de resolução de disputas, proporcionando a escolha de diferentes
processos para cada caso, baseando‑se na premissa de que existem
vantagens e desvantagens em cada procedimento que devem ser
consideradas em função das características específicas de cada
conflito.
• Dessa forma, em vez de existir uma única “porta” (o processo judicial)
que conduz à sala de audiência, o FMP trata de um sistema amplo
com vários tipos distintos de processo que forma um “centro de
justiça”, organizado pelo Estado (e apoiado pela iniciativa privada), no
qual as partes podem ser direcionadas ao processo mais adequado a
cada disputa.
• Nenhum desses métodos deve ser percebido ou conceituado de
forma rígida. Ao contrário, tratando‑se de mecanismos adequados de
resolução de disputas, deve‑se ter em mente uma abordagem
pluralista de que podem existir, para cada um desses métodos,
definições igualmente corretas ainda que distintas entre si.
• Ademais, a conceituação, especialmente no campo de RADs, deve ser
flexível (para que os processos também o sejam), podendo ser
ampliada, reduzida e reformulada, de forma a se adequar à disputa e
às partes em um caso concreto;
• Todas as definições apresentadas abaixo foram extraídas de doutrinas
já consolidadas.
• Estas apresentadas abaixo foram escolhidas por oferecerem
conceituações simples, porém, funcionais.
Dos Processos, métodos ou
meios em espécie
a) Negociação