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VANTAGENS E DESVANTAGENS NA ARBITRAGEM

O método arbitral pode ser muito vantajoso, a depender das necessidades que emergirão
dos conflitos. Uma das vantagens mais atrativas é o poder de escolha que possuem as partes ao
utilizá-lo. Há escolha no tocante a constituição dos julgadores, pois o árbitro é escolhido pelas
partes, sendo um indivíduo maior e capaz e que conte com a confiança destes, bem como escolha a
respeito da montagem do procedimento, respeitados os limites legais, como também o direito
aplicável, podendo ser o do ordenamento pátrio ou qualquer outro, bem como possibilidade da
decisão por equidade. Ainda, destaca-se que a arbitragem é sigilosa, só perdendo tal caráter caso as
partes queiram.
É um método construído pelas partes, preponderando-se a autonomia, ou seja, juntos há
maior adequação sobre como resolver o conflito em concreto, havendo grande liberdade, o que
consequentemente causa maior esforços colaborativos para se chegar ao resultado útil e
proporcionando um bom cenário para o cumprimento voluntário da decisão.
Ainda nas vantagens, a arbitragem é uma forma de solução de controvérsias que permite
realizar um julgamento em geral mais célere e mais especializado, a própria Lei de Arbitragem –
Lei 9.307/96 – prevê o prazo de seis meses para prolação da sentença arbitral, quando não houver
sido estipulado. Como destaca Carlos Salles, poderá ser convidado como árbitro para compor o
painel, alguém com conhecimentos técnicos sobre a arbitragem, como um advogado, assim como
fechar tal composição qualquer outro especialista na matéria objeto de tutela.
No que concerne as desvantagens, tem-se que a arbitragem não pode ser utilizada para
solucionar todos os litígios existentes, mas somente aqueles que envolvam direitos patrimoniais
disponíveis de pessoas capazes de contratar. Ainda, caso seja necessário a aplicação de medidas
coercitivas para o cumprimento da decisão, porque esta não veio a ser cumprida voluntariamente, a
parte vencedora deverá buscar o Judiciário, a fim de que o poder estatal, único detentor legítimo da
força coercitiva, empregue os meios adequados a cumprir o que foi estipulado na sentença arbitral.
Não há duplo grau de jurisdição no procedimento arbitral, a sentença é irrecorrível, isto
ocorre porque se sobrepõe o princípio da celeridade em detrimento a revisão, que levaria o
procedimento ser tão moroso quanto o judicial1.
Por fim, outro ponto que pode ser considerado desvantajoso recai sobre os valores da
arbitragem, podendo estes serem considerados elevados e desincentivando sua utilização, tal
aspecto só pode ser realmente compreendido quando comparado os custos da arbitragem em relação

1
BULOS apud BARROS. 2006, p. 55: “o que justifica, todavia, a irrecorribilidade consagrada é uma
profunda necessidade social de evitar a perduração dos litígios, tanto mais quando, sendo o árbitro pessoa
de confiança das partes, muito mais difícil a existência da má-fé, e, sendo técnico ou perito, mais raro o
erro”.
a prestação jurisdicional, levando em conta aspectos de duração de cada procedimento. No próximo
tópico será analisado os valores referente a arbitragem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARROS, Marcela Menezes. A Arbitragem no Ordenamento Jurídico Brasileiro. 2006. 62 f.


Monografia (Bacharel em Direito), Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas,
São Paulo.

BRASIL. LEI Nº 9.307, DE 23 DE SETEMBRO DE 1996. Dispõe sobre a arbitragem.

SALLES, Carlos Alberto de; LORENCINI, Marco Antônio Garcia Lopes; SILVA Paulo Eduardo
Alves da. Negociação, Mediação, Conciliação e Arbitragem. 3.ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020.

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