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DIREITOS FUNDAMENTAIS*
JORGE MIRANDA
Professor da Universidade de Lisboa e da Universidade Católica Portuguesa
I. PALESTRA
1. Em resposta ao honroso convite que me foi dirigido, escolhi tratar
em conjunto do controle da constitucionalidade e dos direitos fundamen-
tais, em virtude da sua estreitíssima conexão e de ambos pressuporem por
referência a própria ideia de Constituição.
São, obviamente, matérias distintas e que se desenvolveram em tem-
pos e modos diferentes. Mas nunca deixaram, nem deixam de se entrecruzar,
de forma latente até há algumas décadas, de forma patente e cada vez mais
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O constitucionalismo não se reduz, por certo, a controle de constitu-
cionalidade e a direitos fundamentais. Envolve mais do que isso: envolve
legitimidade democrática, divisão de poder, legalidade da administração.
Mas hoje existe perfeita consciência de que só faz sentido falar em cons-
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na prática, garantia dos direitos fundamentais e esta implica controle de
constitucionalidade, seja qual for o sistema que se adote.
Eis, por conseguinte, o percurso que pretendo seguir nesta palestra.
Começarei por uma breve evolução histórico-comparativa, mostrando como,
apenas na aparência, controle da constitucionalidade e direitos fundamentais
surgiram separados, salvo nos Estados Unidos, e explicando que tal se deveu,
entre outras causas, a uma certa concepção de Constituição. Aludirei depois
à mudança que se operaria muito mais tarde no paradigma constitucional.
E, por último, descreverei a solução presente, com uma ou outra menção
do caso português.
II. DEBATES
O Professor Jorge Miranda em sua palestra disse que uma lei in-