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RESUMO
A realidade na qual os moradores das comunidades estão inseridos contribui para o
questionamento a respeito da legitimidade da ação dos grupos milicianos e como isso afeta a
dignidade humana. Dado o momento em que o poder é atribuído de forma antinatural, as
práticas de abuso e dominação das comunidades, juntamente com o descaso das instituições
governamentais, abrem portas para a violência e para a vulnerabilidade que já é dada por
natureza. Este trabalho objetiva analisar a interferência dos grupos milicianos nos direitos dos
moradores das comunidades, bem como estudar sobre a manutenção da vida e dos direitos
humanos e pontuar as circunstâncias que giram em torno do nicho social onde estão inseridos.
O método utilizado para a realização deste trabalho foi o dedutivo, com análise de pesquisas
bibliográficas em artigos científicos e com inspiração no filme Tropa de Elite 2, de José
Padilha. Mediante as análises, conclui-se que a submissão à violência é a forma mais natural
que os moradores das comunidades encontraram para sobreviver à realidade instaurada
impositivamente pelos grupos milicianos, sendo assim, a busca pela manutenção da vida e dos
direitos humanos, papel fundamental para o resgate das comunidades brasileiras.
1 INTRODUÇÃO
As práticas abusivas sofridas pelos habitantes das favelas revelam a triste
realidade de onde eles estão inseridos. O abuso de autoridade por meio dos milicianos e o
domínio que lhes é atribuído inspiram o aprimoramento do disfarce dos ataques diretos e
indiretos que essa
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Paper apresentado à disciplina Metodologia da Pesquisa Científica, do Centro Universitário UNDB.
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Aluna do 1º período do Curso de Direito, da UNDB
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Aluno do 1º período do Curso de Direito, da UNDB
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Aluno do 1º período do Curso de Direito, da UNDB
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Professora Mestre, Orientador.
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pequena parcela da sociedade sofre a cada dia. O tráfico de drogas, a violência, a corrupção
etc. são fatores importantes para o entendimento da violação da dignidade humana dessas
pessoas e para a tentativa de combater as práticas violentas e desrespeitosas dos grupos mais
fortes.
Por isso, questiona-se: Como as ações dos grupos milicianos podem afetar a
realidade das pessoas mais vulneráveis que se encontram em ambientes propensos à
violência? A partir de uma breve reflexão, conclui-se que no momento em que o poder é
atribuído aos grupos mais fortes, as práticas de abuso e de domínio das comunidades,
juntamente com o descaso das instituições governamentais abrem oportunidades para a
violação dos direitos legítimos das pessoas.
Desse modo, compreende-se a necessidade de analisar neste trabalho a
interferência dos grupos milicianos nos direitos legítimos das pessoas, tendo em vista a
importância da manutenção da vida e dos direitos humanos nas comunidades. Os direitos
legítimos das pessoas devem ser garantidos pelo Estado e o desvio dos mesmos é pautado na
questão moral e ética dos órgãos provedores. Assim, identificar as circunstâncias que giram
em torno do nicho social onde os grupos menos favorecidos se encontram e avaliar as mais
diversas formas de combate à violência, também possuem papel importante para o
desenvolvimento e realização do presente trabalho científico.
De forma prática, este trabalho será elaborado por meio de pesquisas
bibliográficas na internet, bem como leitura de artigos científicos, além da inspiração no filme
Tropa de Elite 2 (2010), de José Padilha. O método utilizado foi o dedutivo, através de
hipóteses e pré- conceitos. A pesquisa foi de análise elaborada mediante os estudos
bibliográficos. A respeito dos procedimentos técnicos, o método adotado foi a pesquisa
bibliográfica que busca a solução para os questionamentos baseada em materiais já
finalizados.
Diante disso, tem-se que a violência nas comunidades comandadas pelos grupos
milicianos é um tema bastante complexo e de difícil congruência com a realidade utópica de
uma sociedade que se tem em mente. As formas de combate-la, juntamente com a percepção
da violação dos direitos humanos nas comunidades, resultam na fórmula perfeita para o
aprendizado sobre a importância da manutenção da vida humana e os resultados que podem
trazer para a sociedade.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Por mais que esteja presente em toda a cidade, afetada pela violência urbana, é
nas favelas que ela apresenta sua expressão mais forte. Os moradores das favelas
com a presença ostensiva de grupos armados assumem, na maioria das vezes,
uma condição submissa diante dos seus agentes para garantir uma convivência
sem problemas ou demais consequências. (CONCEIÇÃO, 2013, pag. 199)
acordo com os traficantes, se tornam uma das principais razões do crime organizado e
violento. Afirmam também que, a polícia é responsabilizada constantemente pelos perigos e
insegurança que cercam os moradores.
Diante disso, para efetivar a eficiência da intervenção policial, o auxílio do Estado
em conceder apoio para os moradores seria de grande serventia. Em algumas comunidades no
Rio de Janeiro, existem centros de artes, de costura etc. que dão suporte para pessoas que
querem sair da vida violenta. No entanto, a ação do Estado necessita ser contundente, pois ao
passo que irá interferir na segurança das comunidades, irá garantir a eficácia das políticas de
segurança pública, oferecendo assim, uma vida tranquila aos moradores.
Mas o que se vê é que, na prática, a violação dos direitos humanos atinge muito mais
aqueles que são excluídos socialmente ou pertencem a minorias étnicas, religiosas
ou sexuais. Nesse sentido, a violência policial [...] compreende desde execuções
sumárias e sem justificativas legais, intimidação de comunidades inteiras (válido
também para a ação dos traficantes), até a elaboração de operações de policiamento
envolvendo o uso excessivo de força. (ROCHA; SALGUEIRO, 2010, pag. 97)
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3. DISCUSSÃO DO TEMA
3.1 O nicho social e as circunstâncias que giram em torno da realidade dos grupos
menos favorecidos.
As comunidades ou favelas, como são comumente conhecidas, abrigam dois
tipos predominantes de pessoas: os que participam de grupos de opressão (que inclui as
pessoas que acobertam) e os que não participam. Abrigam ainda, um grupo coadjuvante nesse
cenário: a polícia. Esses grupos de pessoas, suas formas de se relacionar e o seu contexto
social são mostrados de forma direta no filme de José Padilha, Tropa de Elite 2.
A vulnerabilidade das favelas é disfarçada pela tentativa de manutenção da
segurança nesses locais, onde a disputa pela dominação do espaço se torna cada vez mais
forte entre a milícia e os traficantes. Assim, na narrativa, a presente ideologia a respeito das
medidas de segurança pública, que afirma veementemente que o papel da polícia é o de
proteger, coloca em pauta os sentimentos e anseios dos moradores e a relação mútua de
violência entre ambas as partes.
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4 CONCLUSÃO
O objetivo deste trabalho foi analisar a interferência dos grupos milicianos na
qualidade de vida dos moradores das comunidades com base no filme Tropa de Elite 2. Sendo
assim, entende-se que as circunstâncias e o nicho social no qual os moradores se encontram,
bem como as ações violentas dos grupos milicianos e o descaso das instituições
governamentais, são fatores importantes para a construção de um caráter vulnerável das
comunidades.
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REFERÊNCIAS
CARDIA, N. O medo da polícia e as graves violações dos direitos humanos. Tempo Social,
São Paulo: USP, v. 9, n. 1, pag. 249-265, 1997. Disponível em:
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-
20701997000100014&script=sci_abstract&tlng=pt
CONCEIÇÃO, W.S. “LEMBRA AQUELE DIA QUE A MILÍCIA PASSOU POR AQUI?”:
TRAFICANTES, MILICIANOS E SUAS REPRESENTAÇÕES CONTRASTIVAS NA
VIOLÊNCIA URBANA CARIOCA. 2013. Ideias – Ver. Inst. Filos. Ciênc. Hum.,
UNICAMP, v. 6, n. 02, págs. 195-224, 2015. Disponível em:
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ideias/article/view/8649467
DIMENSTEIN, M.; ZAMORA, M.H.; VILHENA, J. Da vida dos jovens nas favelas cariocas.
Drogas, violência e confinamento. Revista do Departamento de Psicologia UFF, Rio de
Janeiro, 2004. Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/268924221_Da_vida_dos_jovens_nas_favelas_cario
cas_Drogas_violencia_e_confinamento
ROCHA, S.M; SALGUEIRO, A.C.M. “Bandido bom é bandido morto”: violência policial,
tortura e execuções em Tropa de Elite. 2010. Galáxia, São Paulo: PUC – SP, n. 19, pág. 90 –
104, 2010.
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................01
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................03
2.1 A violência nas comunidades e as possíveis formas de combate-la.................03
2.2 A importância da manutenção da vida e dos direitos humanos nas
comunidades comandadas pela milícia.................................................................................04
3 DISCUSSÃO.........................................................................................................05
3.1 O nicho social e as circunstâncias que giram em torno da realidade dos
grupos menos favorecidos......................................................................................................05
4 CONCLUSÃO......................................................................................................06
5 REFERÊNCIAS...................................................................................................07