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RELATÓRIO INDIVIDUAL DE INDIVIDUAL DE

METADOLOGIA DA INVESTIGAÇÃO E
CIÊNCIA JURÍDICA

António Freitas 47586

Direito
Metodologia de Investigação e Ciência Jurídica
Prof. Doutor José Luís Caramelo Gomes
Prof. Doutor André Pereira Matos
Prof. Doutor Pedro Miguel Ponte e Sousa

13 Janeiro de 2023

IMP.GE.206.0
RELATÓRIO INDIVIDUAL DE
METODOLOGIA DA INVESTIGAÇÃO E
CIÊNCIA JURÍDICA

António Maria Enes de Freitas 47586


13 Janeiro de 2023

IMP.GE.208.0
RESUMO
Este documento tem como conteúdo um relatório individual sobre as aulas da
disciplina (Metodologia de Investigação e Ciência Jurídica), realçando a importância
desta unidade curricular para o futuro de alunos de direito como juristas. Por um lado,
baseia-se na identificação dos passos do processo da investigação científica, como na
análise dos diferentes métodos. Por outro lado, este relatório foca-se na análise da
jurisprudência e na importância da recolha bibliográfica segunda a norma ISO690.
Em suma, ao longo deste trabalho, foi possível concluir a importância da metodologia
e da epistemologia para o nosso futuro e para o nosso conhecimento.

PALAVRAS-CHAVE
Análise; Conhecimento Científico; Epistemologia; Referências; Estado da Arte.

IMP.GE.208.0
ABSTRACT
This document contains an individual report on the classes of the subject (Research
Methodology and Legal Science), highlighting the importance of this curricular unit for
the future of law students as jurists. On the one hand, it is based on the identification of
steps in the scientific research process, as well as on the analysis of different methods.
On the other hand, this report focuses on the analysis of jurisprudence and the
importance of bibliographic collection according to the ISO690 standard.
In short, throughout this work, it was possible to conclude the importance of
methodology and epistemology for our future and for our knowledge.

KEYWORDS
Analyze; Scientific knowledge; Epistemology; References; State of art.

5
INDICE
INTRODUÇÃO...............................................................................................................................7
1. ANÁLISE E REVISÃO DA APRESENTAÇÃO.......................................................................8
2. RECOLHA BIBLIOGRÁFICA................................................................................................10
3. CRONOGRAMA.....................................................................................................................13
ANALISE DE JURISPRUDENCIA............................................................................................14
REVISÃO DE LITERATURA E ESTADO DE ARTE..............................................................21
ESCRITA CINETÍFICA...............................................................................................................22
CONCLUSÃO...............................................................................................................................23
REFERÊNCIAS............................................................................................................................24

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INTRODUÇÃO

O seguinte trabalho enfatiza-se sobre todos os elementos de aprendizagem tanto


teóricas como praticas ao longo das aulas de Metodologia da Investigação e Ciência
Jurídica, que decorreu durante o primeiro semestre do curso de Direito.

Visto que esta cadeira é fundamental para adquirir novos conhecimentos e novos
métodos de trabalho de forma a facilitar a nossa vida profissional, resolvi lançar uma
questão sobre este trabalho:
De que forma os conhecimentos e métodos desenvolvidos nesta unidade curricular,
irão ser fundamentais na minha vida profissional?

Para responder a esta pergunta irei utilizar como métodos a pesquisa de diversas
fontes bibliográficas, a análise dos métodos da Investigação Cientifica e irei tentar
perceber a maneira como estas atividades auxiliam, mais tarde, a vida de um jurista.

Inicialmente, é clarificado a deficiência detetada no PowerPoint apresentado na


plataforma moodle, bem como de seguida é apresentada a respetiva solução do
mesmo.

Posteriormente, é feita toda uma recolha bibliográfica de cada ponto indicado na ficha
de Unidade Curricular da disciplina de Metodologia da Investigação e Ciência Jurídica.

Sucessivamente, é organizado um cronograma GANTT reproduzindo as atividades


solicitadas para a realização deste trabalho.

Seguidamente, é feita uma análise de jurisprudência, isto é, a analise de acórdãos


fixados pelo Tribunal de Justiça e pelo Tribunal Europeu de Direitos Humanos, através
do método jurisprudencial IRAC (Issue, Rule, Application and Conclusion)

A posteriori é apresentada uma revisão de leitura e Estado da Arte, através da


apresentação de duas referências bibliográficas relativas ao mesmo tema.

Finalmente, é preparada uma conclusão, salientando os pontos mais importantes a


reter, bem como a minha perspetiva sobre a produção do mesmo.

7
1. ANÁLISE E REVISÃO DA APRESENTAÇÃO

1.1 Deficiência detetada

O PowerPoint fornecido através do Moodle intitulado “Epistemologia e


Metodologia” apresenta uma deficiência grave, visto que não apresenta nenhuma
referencia bibliográfica.

1.2 Solução

Para corrigir a deficiência detetada, é necessário iniciar uma pesquisa de fontes


bibliográficas. Desta forma, irei recorrer a algumas que, a meu ver, se adequam a
cada tema.

 Investigação Cientifica

FULLER, STEVE. Research. In: Encyclopedia of Research Design. 1o ed


California:SAGE Publications, 2010. Pp. 1248-1252. ISBN 978-1-4129-6127-1

 Os chavões da Investigação: Teórica

STEBBINS, ROBERT ALAN. Exploratory Research. In: GIVEN, Lisa M. The Sage
Encyclopedia of Qualitative Research Methods. Thousand Oaks, California; Sage
Publications, 2008, pp. 327-329. ISBN 978-1-4-4129-4163-1

 Os chavões da Investigação: Empírica

BHATTACHARYA, Hmilka. Empirical Research. In: GIVEN, Lisa M. The Sage


Encyclopedia of Qualitative Research Methods. Thousand Oaks, California; Sage
Publications, 2008, pp. 253-255. ISBN 978-1-4-4129-4163-1.

 Os chavões da Investigação: Probabilidade


FOX, Nick J. Postpositivism. In: GIVEN, Lisa M. The Sage Encyclopedia of
Qualitative Research Methods. Thousand Oaks, California; Sage Publications, 2008,
pp.
659-664. ISBN 978-1-4-4129-4163-1.

 Os chavões da Investigação: Causalidade


MILLS, MELINDA O. Comparative Research: Causality. In: GIVEN, Lisa M. The Sage
Encyclopedia of Qualitative Research Methods. Thousand Oaks, California; Sage
Publications, 2008, pp. 102-103. ISBN 978-1-4-4129-4163-1

 Questões Principais: A pergunta


SANDELOWSKI, MARGARETE. Research Question. In: GIVEN, Lisa M. The Sage
Encyclopedia of Qualitative Research Methods. Thousand Oaks, California; Sage
Publications, 2008. Vol. 1 e 2, pp. 786-787. ISBN 978-1-4-4129-4163-1

 Questões Principais: Dados

IMP.GE.208.0
SCHREIBE, JAMES B. Data. In: GIVEN, Lisa M. The Sage Encyclopedia of Qualitative
Research Methods. Thousand Oaks, California; Sage Publications, 2008, pp. 185-190.
ISBN 978-1-4-4129-4163-1

 Superação do positivismo: Post-Positivismo


FOX, NICK J. Postpositivism. In: GIVEN, Lisa M. The Sage Encyclopedia of Qualitative
Research Methods. Thousand Oaks, California; Sage Publications, 2008, pp. 659-664.
ISBN 978-1-4-4129-4163-1

 Metodologia Qualitativa
RATNER, CARL. Qualitative Methodology. In: GIVEN, Lisa M. The Sage Encyclopedia
of Qualitative Research Methods. Thousand Oaks, California; Sage Publications, 2008.
Vol. 1 e 2, p. 514. ISBN 978-1-4-4129-4163-1

 Grounded theory
MILLIKEN JANE P. Grounded Theory. In: N.J. SALKIND ed. Encyclopedia of Research
Design. Thousand Oaks, California: SAGE Publications, 2010. Vol. 1 e 2, p. 548-553.
ISBN 978-1-4129-6127-1

9
2. RECOLHA BIBLIOGRÁFICA
Neste ponto é necessário proceder a uma recolha bibliográfica, de acordo com a
estrutura da norma ISO690.

1. O Conhecimento Científico

R. BURKE JOHNSON. In L.M. GIVEN ed. The Sage Encyclopedia of


Qualitative Research Methods. Thousand Oaks,California; SAGE
Publications 2008, vol. 1 e 2, pp. 478-482. ISBN 978-1-4-4129-4163-1.

LIMA, Telma Cristiane Sasso de; MIOTO, Regina Célia Tamaso.


Procedimentos metodológicos na construção do conhecimento científico: a
pesquisa bibliográfica. Revista Katálysis, 2007, 10.SPE: 37-45.

1.1 Introdução e epistemologia

LEWIS-BECK, M.S.A. BRYMAN AND T.F. LIAO. Epistemology. In M.S.B.


LEWIS-BECK, ALAN AND T.F. LIAO eds. The Sage Encyclopedia of Social
Science Research Methods. Thousand Oaks, California: SAGE Publications,
2004, vol. 1, p. 309-310.

STONE, L. Epistemology. In L.M. GIVEN ed. The Sage Encyclopedia of


Qualitative Research Methods. Thousand Oaks, California; SAGE
Publications 2008, vol. 1 e 2 p. 264-268.

1.2 Metodologia, métodos e técnicas


SALKIND, N.J. Methods Section. In: N.J. SALKIND ed. Encyclopedia of
Research Design. Thousand Oaks, California: SAGE Publications, 2010.
Vol.1 , p. 799-801. ISBN 978-1-4129-6127-1

STONE, L Methodology. In: L.M. GIVEN ed. The Sage Encyclopedia of


Qualitative Research Methods. Thousand Oaks, California: SAGE
Publications, 2008. Vol.1 e 2, pp. 510-521. ISBN 978-1-4-4129-4163-1

1.3 Ética e fraude académica


STONE, L. Methodology. In: L.M. GIVEN ed. The Sage Encyclopedia of
Qualitative Research Methods. Thousand Oaks, California: SAGE
Publications, 2003. Vol. 1 e 2, pp. 273-277. ISBN 978-1-4-4129-4163-1

SALKIND, N.J. Methods Section. In: N.J. SALKIND ed. Encyclopedia of


Research Design. Thousand Oaks, California: SAGE Publications, 2010. Vol.
1, pp. 425-430

2. Análise jurídica
2.1 Análise e interpretação normativa

10
MACHADO, J.B. Integração da Lei. In: E. ALMEDINA ed. Introdução ao
Direito e ao Discurso Legitimador. Coimbra, 2019, vol.1, pp. 192-202

JUSTO, Santos A. In: E. ALMEDINA 2oed. Introdução ao estudo do Direito.


Coimbra, 2003. ISBN 978-972-32-1210-5

2.2 Análise e interpretação jurisprudencial


2.2.1 IRAC
UNIVERSITY, California State. N. How to Brief a Case Using the “IRAC”
Method. pp. 1-2.

UNIVERSITY, California State. Using the I-R-A-C Structure in Writing Exam


Answers. pp. 1-2.

2.2.2 Case Briefing


UNIVERSITY, Northwestern. Introduction to Case Briefing. pp. 1-3.

UNIVERSITY, Wisconsin Law School. A Guide to Case Briefing. pp. 1-3.

3. A produção escrita cientifica


PEREIRA, ADRIANA SOARES; SHITSUKA, DORLIVETE MOREIRA
PARREIRA; FÁBIO JOSÉ. In: Metodologia da pesquisa científica, 2018.

MACHADO, Anna Rachel; LOUSADA, Eliane; ABREU-TARDELLI, Lília


Santos. Planejar gêneros acadêmicos: escrita científica, texto acadêmico,
diário de pesquisa, metodologia. In: Planejar gêneros acadêmicos: escrita
científica, texto acadêmico, diário de pesquisa, metodologia. 2008. p. 116-
116.

3.1 O Estado da arte


MINUSI, Sandro Gindri, et al. Considerações sobre Estado da Arte,
Levantamento Bibliográfico e Pesquisa Bibliográfica: relações e limites.

Estado in Dicionário infopédia da Língua Portuguesa [em linha]. Porto: Porto


Editora, 2003-2021.

3.2 Resumo e sumário


AZEVEDO, S. F. D. Normas para a Formatação de Trabalhos de
Licenciatura, de Trabalhos de Projeto, Relatórios e Dissertações de
Mestrado, e de Teses de Doutoramento. 2020, pp. 1-38.

3.3 A estrutura do trabalho académico e aspetos formais


AZEVEDO, S. F. D. Normas para a Formatação de Trabalhos de
Licenciatura, de Trabalhos de Projeto, Relatórios e Dissertações de
Mestrado, e de Teses de Doutoramento. 2020, pp. 1-38.

3.4 A referenciação bibliográfica – ISO690


11
AZEVEDO, S. F. D. Normas para a Formatação de Trabalhos de
Licenciatura, de Trabalhos de Projeto, Relatórios e Dissertações de
Mestrado, e de Teses de Doutoramento. 2020, pp. 1-38.

12
3. CRONOGRAMA
Nesta etapa foi elaborado um cronograma (GANTT) com o objetivo de
reproduzir as atividades solicitadas neste documento:

Imagem1 – Cronograma de Gantt

13
ANALISE DE JURISPRUDENCIA
Como forma de analisar os presentes acórdãos fixados pelo Tribunal de Justiça e
pelo Tribunal Europeu de Direitos Humanos, recorreu-se a um método
jurisprudencial, designadamente, o modelo IRAC ( Issue, Rule, Application,
Conclusion).

Jurisdiçã Espanha
o

Tribunal Tribunal de Justiça

Número 240/98 a 244/98


do
processo

Data do 27 de Junho de 2000


acórdão

Ligação https://elearn2223.upt.pt/pluginfile.php/69568/mod_resource/
URL content/1/Processos%20C-240-98%20a%20C-244-98%20%28Oce
%CC%81ano%20Grupo%20Editorial%29.pdf

Nome do ACÓRDÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA


acórdão

Identifica Eur-lex
ção da
base
dados

Factos Esta questão foi suscitada no âmbito de litígios que opõem, por um
lado, a Océano Grupo Editorial SA a Murciano Quintero e, por outro,
a Salvat Editores SA a Sánchez Alcón Pradės, Copano Badillo,
Berroane e Vinas Feliu a propósito do pagamento de somas devidas
em execução de contratos de compra e venda a prestações
celebrados entre as referidas sociedades e os demandados no
processo principal.

Questão O âmbito da proteção do consumidor nos termos da Diretiva


jurídica 93/13/CEE do Conselho, relativa às cláusulas abusivas nos
contratos celebrados com os consumidores, permite ao juiz nacional
apreciar oficiosamente o carácter abusivo duma cláusula ao apreciar
a questão prévia da admissibilidade duma ação proposta nos
tribunais comuns?

14
Normas Artigo 177º do Tratado CE( atual artigo 234º CE)
jurídicas

Aplicação Os contratos incluíam uma cláusula que atribui competência aos


tribunais de Barcelona (Espanha), cidade onde nenhum dos
demandados no processo principal reside mas onde está situada a
sede das demandantes no processo principal.

Uma vez que o tribunal a quo duvida da sua competência para


conhecer dos litígios, as ações não foram notificadas às partes. Com
efeito, aquele sublinha que, em diversas ocasiões, o Tribunal
Supremo declarou abusivas cláusulas contendo um pacto de
aforamento como as que estão em causa nos litígios que lhe foram
submetidos. Contudo, segundo ele, as decisões dos órgãos
jurisdicionais nacionais são contraditórias quanto à possibilidade de
apreciar oficiosamente a nulidade das cláusulas abusivas no quadro
de processos relativos à proteção dos interesses dos consumidores.

A título liminar, deve salientar-se que uma cláusula como a que está
em causa nos litígios do processo principal, uma vez que foi inserida
sem ter sido objeto de negociação individual num contrato celebrado
entre um consumidor e um profissional na aceção da diretiva, reúne
todos os requisitos para poder ser qualificada de abusiva à luz desta
última.

Tal cláusula, que tem por objetivo atribuir competência, para todos
os litígios decorrentes do contrato, ao órgão jurisdicional do foro
onde está situada a sede do profissional, faz pesar sobre o
consumidor a obrigação de se submeter à competência exclusiva de
um tribunal que pode estar afastado do foro do seu domicílio, o que
pode dificultar a sua comparência em juízo. Nos casos de litígios
relativos a valores reduzidos, as despesas em que o consumidor
incorre para comparecer poderiam revelar-se dissuasivas e levar
este último a renunciar a qualquer ação judicial ou a qualquer
defesa. Essa cláusula insere-se, assim, na categoria das que têm
por objetivo ou efeito suprimir ou entravar a possibilidade de
instaurar ações judiciais por parte do consumidor, categoria visada
no ponto 1, alínea q), do anexo da diretiva

Em contrapartida, esta cláusula permite ao profissional reunir o


conjunto do contencioso relativo à sua atividade profissional no
tribunal do foro da sua sede, o que, simultaneamente, facilita a
organização da sua comparência em juízo e torna esta menos
onerosa. Daqui decorre que uma cláusula contendo um pacto de
aforamento, inserida num contrato entre um consumidor e um
profissional sem ter sido objeto de negociação individual e que
confere competência exclusiva ao tribunal do foro da sede daquele
último, deva ser considerada abusiva na aceção do artigo 3.° da
diretiva, na medida em que cria, a despeito da exigência de boa fé,
em detrimento do consumidor um desequilíbrio significativo entre os

15
direitos e as obrigações das partes que decorrem do contrato.

Quanto à questão de saber se um tribunal, chamado a conhecer de


um litígio relativo a um contrato celebrado entre um consumidor e
um profissional, pode apreciar oficiosamente o carácter abusivo de
uma cláusula desse contrato, deve recordar-se que o sistema de
proteção implementado pela diretiva repousa na ideia de que o
consumidor se encontra numa situação de inferioridade
relativamente ao profissional no que respeita quer ao poder de
negociação quer ao nível de informação, situação esta que o leva a
aderir às condições redigidas previamente pelo profissional, sem
poder influenciar o conteúdo destas.

Como observou o Governo francês, dificilmente se pode conceber


que, num sistema que exige a implementação a título preventivo de
ações coletivas específicas destinadas a pôr termo aos abusos
prejudiciais aos interesses dos consumidores, o juiz encarregado de
um litígio respeitante a determinado contrato, no qual está inserida
uma cláusula abusiva, não possa afastar a aplicação desta cláusula
pela simples razão de que o consumidor não invocou o carácter
abusivo da mesma. Deve, pelo contrário, considerar-se que a
faculdade do juiz de apreciar oficiosamente o carácter abusivo de
uma cláusula constitui um meio adequado para, simultaneamente,
atingir o resultado fixado no artigo 6.° da diretiva, isto é, impedir que
um consumidor privado fique vinculado a uma cláusula abusiva, e
contribuir para a realização do objetivo visado no seu artigo 7.°, uma
vez que tal apreciação pode ter um efeito dissuasor para pôr termo à
utilização de cláusulas abusivas nos contratos celebrados com os
consumidores por um profissional.

Deste modo, cabe ao juiz de reenvio, chamado a decidir um litígio


abrangido pelo domínio de aplicação da diretiva e resultante de
factos posteriores ao termo do prazo de transposição desta última,
quando aplica as disposições de direito nacional em vigor à data dos
factos, tal como foram recordadas nos n.°s 10 e 11 do presente
acórdão, interpretá-las, na medida do possível, de acordo com a
diretiva, de uma forma tal que possam ser aplicadas oficiosamente.

Conclusã A proteção que a Diretiva 93/13/CEE do Conselho, de 5 de Abril de


o 1993, relativa às cláusulas abusivas nos contratos celebrados com
os consumidores, garante a estes implica que o juiz nacional possa
apreciar oficiosamente o carácter abusivo de uma cláusula do
contrato que lhe foi submetido quando examina a admissibilidade de
uma ação instaurada perante os órgãos jurisdicionais nacionais.

Quando aplica disposições de direito nacional anteriores ou


posteriores à referida diretiva, o órgão jurisdicional nacional é
obrigado a interpretá-las, na medida do possível, à luz do texto e da
finalidade dessa diretiva. A exigência de uma interpretação
conforme requer, em particular, que o juiz nacional privilegie aquela
que lhe permitirá recusar oficiosamente assumir uma competência

16
que lhe é atribuída por força de uma cláusula abusiva.

Jurisdição Itália

Tribunal Tribunal de Justiça

Número do 119/05
processo

Data do 18 de Julho de 2007


Acórdão

Ligação https://elearn2223.upt.pt/pluginfile.php/69564/mod_resource/content/
URL 0/C-119-05%20Lucchini.pdf

Nome do ACÓRDÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA


Acórdão

Identificaçã Eur-lex
o da base
de dados

Factos Este pedido foi suscitado no âmbito de um recurso que a sociedade


de direito italiano Lucchini SpA (anteriormente Siderpotenza SpA e,
em seguida, Lucchini Siderurgica SpA, a seguir «Lucchini») interpôs
da decisão do Ministero dell'Industria, del Commercio e delľArtigianato
(Ministério da Industria, Comércio e Artesanato, a seguir «MICA») que
ordenou a recuperação de um auxílio de Estado. O MICA sucedeu a
outras entidades anteriormente encarregadas da gestão dos auxílios
de Estado na região do Mezzogiorno (a seguir, globalmente,
«autoridades competentes»).

Questão Por força do princípio do primado do direito comunitário diretamente


Jurídica aplicável, constituído no caso em apreço pelo [terceiro código] pela
Decisão [90/555] [...], bem como pela [nota] n.° 5259 [...], que ordena
a recuperação do auxílio — todos os atos ao abrigo dos quais foi
adotada a recuperação impugnada no presente processo (ou seja, o
Decreto n.° 20357, [...] — é juridicamente possível e obrigatória a
recuperação do auxílio por parte da Administração nacional em
relação a um beneficiário privado, não obstante uma sentença cível
que declara a obrigação incondicional de pagamento do auxílio em
questão e que adquiriu força de caso julgado?

Normas Direito Comunitário


Jurídicas
Artigo 2909.º do Código Civil Italiano

17
Artigo 234.º CE

Aplicação O pedido de decisão prejudicial tem por objeto os princípios do direito


comunitário aplicáveis à revogação de um ato nacional pelo qual
foram concedidos auxílios de Estado incompatíveis com o direito
comunitário, adotado ao abrigo de uma decisão jurisdicional nacional
que adquiriu força de caso julgado.

Este pedido foi suscitado no âmbito de um recurso que a sociedade


de direito italiano Lucchini SpA (anteriormente Siderpotenza SpA e,
em seguida, Lucchini Siderurgica SpA, a seguir «Lucchini») interpôs
da decisão do Ministero dell'Industria, del Commercio e delľArtigianato
(Ministério da Industria, Comércio e Artesanato, a seguir «MICA») que
ordenou a recuperação de um auxílio de Estado. O MICA sucedeu a
outras entidades anteriormente encarregadas da gestão dos auxílios
de Estado na região do Mezzogiorno (a seguir, globalmente,
«autoridades competentes»).

Em 6 de Novembro de 1985, a Lucchini apresentou um pedido de


auxílio ao abrigo da Lei n.° 183/1976 às autoridades competentes,
para proceder à modernização de determinadas instalações
siderúrgicas. Para um investimento global de 2 550 milhões de ITL, a
Lucchini pediu uma subvenção de 765 milhões de ITL (ou seja, 30%
dos custos) e juros bonificados relativamente a um empréstimo de 1
020 milhões de ITL. A instituição de crédito encarregada do exame do
pedido de empréstimo ponderou um empréstimo do montante pedido
por um período de dez anos à taxa bonificada de 4,25%.

Os órgãos jurisdicionais nacionais podem, em matéria de auxílios de


Estado, ser chamados a decidir litígios que os obrigam a interpretar e
a aplicar o conceito de auxílio constante do artigo 87.°, n.° 1, CE, com
vista a determinar, em especial, se uma medida estatal instituída sem
ter em conta o procedimento de controlo prévio do artigo 88.° n.° 3,
CE devia ou não ser-lhe submetida (acórdãos de 22 de Março de
1977, Steinike & Weinlig, 78/76, Colect, p. 203, n.° 14, e de 21 de
Novembro de 1991, Fédération nationale du commerce extérieur des
produits alimentaires e Syndicat national des négociants et
transformateurs de saumon, C-354/90, Colect., p. I-5505, n.° 10). Do
mesmo modo, a fim de poder determinar se uma medida estatal
adotada sem ter em conta o procedimento de análise preliminar
previsto no artigo 6.° do terceiro código deve ou não ser-lhe
submetida, um órgão jurisdicional nacional pode ser levado a
interpretar o conceito de auxílio constante dos artigos 4.°, alínea c),
do Tratado CECA e 1.° do referido terceiro código (v., por analogia,
acórdão de 20 de Setembro de 2001, Banks, C-390/98, Colect, p. I-
6117, n.° 71).

Com efeito, resulta de jurisprudência assente que a apreciação da


compatibilidade de medidas de auxílio ou de um regime de auxílios
com o mercado comum é da competência exclusiva da Comissão,
sob a fiscalização do juiz comunitário (v. acórdãos Steinike & Weinlig,
já referido, n.° 9; Federation nationale du commerce extérieur des
18
produits alimentaires e Syndicat national des négociants et
transformateurs de saumon, já referido, n.° 14, bem como de 11 de
Julho de 1996, SFEI e o., C-39/94, Colect., p. I-3547, n.° 42.).

Embora os órgãos jurisdicionais nacionais possam, em princípio, ser


levados a examinar a validade de um ato comunitário, não são
contudo competentes para por si próprios declarar a invalidade dos
atos das instituições comunitárias (acórdão de 22 de Outubro de
1987, Foto-Frost, 314/85, Colect, p. 4199, n.° 20). O Tribunal de
Justiça é, portanto, o único competente para declarar a invalidade de
um acto comunitário (acórdãos de 21 de Fevereiro de 1991,
Zuckerfabrik Süderdithmarschen e Zuckerfabrik Soest, C-143/88 e C-
92/89, Colect, p. I-415, n.° 17, e de 10 de Janeiro de 2006, IATA e
ELFAA, C-344/04, Colect, p. I-403, n.° 27). De resto, esta
competência exclusiva também resulta expressamente do artigo 41.°
do Tratado CECA.

Além disso, de acordo com jurisprudência assente, uma decisão


adotada pelas instituições comunitárias que não tenha sido
impugnada pelo seu destinatário no prazo previsto no artigo 230.°,
quinto parágrafo, CE torna-se, em relação a ele, definitiva (v.,
designadamente acórdãos de 9 de Março de 1994, TWD Textilwerke
Deggendorf, C-188/92, Colect, p. I-833, n.° 13, e de 22 de Outubro de
2002, National Farmers' Union, C-241/01, Colect, p. I-9079, n.° 34).

O Tribunal de Justiça também decidiu não existir a possibilidade, para


o beneficiário de um auxílio de Estado que tenha sido objeto de uma
decisão da Comissão dirigida diretamente apenas ao Estado-Membro
do referido beneficiário, que sem qualquer dúvida teria podido
impugnar essa decisão e que deixou expirar o prazo imperativo
previsto para esse efeito no artigo 230.°, quinto parágrafo, CE, de pôr
em causa a legalidade dessa decisão perante os órgãos jurisdicionais
nacionais num recurso dirigido contra as medidas de execução dessa
decisão tomadas pelas autoridades nacionais (acórdãos, já referidos,
TWD Textilwerke Deggendorf, n. ° s 17 e 20, e National Farmers'
Union, n.° 35). Os mesmos princípios aplicam-se necessariamente
mutatis mutandis no âmbito de aplicação do Tratado CECA.

Importa, por conseguinte, declarar que foi corretamente que o órgão


jurisdicional de reenvio recusou colocar ao Tribunal de Justiça uma
questão relativa à validade da Decisão 90/555, decisão que a
Lucchini poderia ter impugnado no prazo de um mês a contar da
publicação desta por força do artigo 33.° do Tratado CECA, o que não
fez. Por essas mesmas razões, não pode ser acolhida a sugestão da
Lucchini que pede, a título subsidiário, ao Tribunal de Justiça para
verificar eventualmente a título oficioso a validade dessa mesma
decisão.

19
Conclusão O direito comunitário opõe-se à aplicação de uma disposição do
direito nacional que pretende consagrar o princípio da força de caso
julgado, como o artigo 2909.° do Código Civil italiano (codice civile),
quando a sua aplicação obsta à recuperação de um auxílio de Estado
concedido em violação do direito comunitário e cuja incompatibilidade
com o mercado comum foi declarada por uma decisão da Comissão
das Comunidades Europeias que se tornou definitiva.

20
REVISÃO DE LITERATURA E ESTADO DE
ARTE

Imagem 2- EndNote

21
ESCRITA CINETÍFICA
A escrita científica encontra-se no início deste trabalho académico, ao qual remeto,
onde consta o respetivo resumo e abstract, bem como as palavras-chave e key-
words.

A referência bibliográfica encontra-se no ponto 2 do trabalho (recolha bibliográfica)

22
CONCLUSÃO

Com a elaboração deste trabalho, foi possível entender a importância dos métodos
de investigação e análise da ciência jurídica. A pesquisa de referências
bibliográficas, foi relevante para no futuro ter a capacidade de estar apto a
desenvolver mais projetos que de alguma forma estejam conectados com, por
exemplo, a utilização de programas de software como o Endnote.

Por fim, é importante realçar a importância que esta unidade curricular e,


nomeadamente, a elaboração do projeto aqui em causa, poderá e deverá vir a ter
ao longo do meu percurso enquanto estudante da licenciatura de Direito e mesmo
após, em situações profissionais.

23
REFERÊNCIAS

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Trabalhos de Projeto, Relatórios e Dissertações de Mestrado, e de Teses de
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