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Metodologia da Investigação e

Ciência Jurídica

44722 Sabrina Carvalho Mendes

Direito
Metodologia da Investigação e Ciência Jurídica
Professores Doutores José Luís Caramelo Gomes e André Pereira Matos

04 de novembro de 2021

IMP.GE.206.0
IMP.GE.206.0
Metodologia
Investigação da
e
Ciência Jurídica
Sabrina Carvalho Mendes

04/11/2021

SUBTÍTULO
RESUMO
No percurso deste trabalho foi possível examinar diversas referências bibliográficas
que se podem achar em variadas fontes, artigos científicos, entre outros, todos de
acordo com a norma ISO 690, mas também emendar erros detetados no PowerPoint
fornecido pelo docente.
Neste trabalho, serão apresentadas fontes bibliográficas correspondentes a alguns
dos tópicos escolhidos presentes no respetivo PowerPoint, mas igualmente de temas
que constam na ficha da unidade curricular da disciplina. Além de que também serão
analisados acórdãos através do modelo IRAC.
Concluindo, toda a bibliografia contida no trabalho terá lugar no fim de toda a
investigação.

Palavras-Chave:
acórdãos; IRAC; referências; epistemologia; metodologia.
ABSTRACT
In the course of this work was possible to examine several bibliographical references
that we can find in different sources, scientific articles, between others, all according to
the ISO 690 standard, but also fix detected errors in the PowerPoint provided by the
teacher.
In this work, bibliographical sources corresponding to some of the chosen topics
present in the respective powerpoint will be presented, but also the themes that appear
in the course curricular unit sheet. In addition to that, judgments will also be analysed
using the IRAC model.
Concluding, all bibliography contained in the work will take place at the end of the
entire investigation.

Keywords:
Judgments; IRAC; references; epistemology; methodology.

IMP.GE.208.0
ÍNDICE

Resumo i
Abstract ii
Índice iii
1. INTRODUÇÃO 1
2. ANÁLISE E REVISÃO DE APRESENTAÇÃO 3
2.1 DEFICIÊNCIA DETETADA 3
2.2 SOLUÇÃO 3
3. RECOLHA BIBLIOGRÁFICA 5
5. CRONOGRAMA 8
4. ANÁLISE DE JURISPRUDÊNCIA 1
6. REVISÃO DE LITERATURA E ESTADO DE ARTE 6
7. CONCLUSÃO 8
8. BIBLIOGRAFIA 9
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho foi concretizado no âmbito da unidade curricular de Metodologia
da Investigação e Ciência Jurídica, inserida no primeiro ano da licenciatura em Direito,
da Universidade Portucalense do Porto.
Primeiramente, pretende-se encontrar diversas fontes, como forma de resolução para
colmatar a falha detetada no PowerPoint fornecido pelo docente.
De seguida, será feita uma recolha bibliográfica de todos os pontos e subpontos
abordados na disciplina que podem ser encontrados na ficha da unidade curricular que
apresentam lugar no moodle da instituição.
Posteriormente, serão analisados acórdãos fixados pelo Supremo Tribunal de Justiça,
recorrendo-se assim a um método jurisprudencial, nomeadamente, o modelo IRAC.
Em suma, este trabalho tem como objetivo reconhecer as principais características e
etapas do processo de investigação científica; distinguir e descrever os principais tipos
de raciocínio científico, tal como interpretá-los através de diferentes estratégias;
classificar e escolher os diferentes processos de análise utilizados na Ciência Jurídica
e, por último, identificar e aplicar princípios lógicos e estratégias argumentativas
variadas.
2. ANÁLISE E REVISÃO DE APRESENTAÇÃO
2.1 DEFICIÊNCIA DETETADA
O PowerPoint fornecido através do Moodle apresenta uma deficiência
grave, uma vez que não possui nenhuma referência bibliográfica.

2.2 SOLUÇÃO
A solução é procurar fontes bibliográficas de forma a colmatar esta
deficiência:

● Epistemologia e metodologia

● Epistemologia – Validação

FIGUEIREDO, Cláudia, PINHEIRO, Maria do Rosário, HUET, Isabel. Desenvolvimento


epistemológico e avaliação de crenças pessoais relativas ao conhecimento e ao
processo de conhecer. Estudo de validação da Escala de Posicionamento
Epistemológico para estudantes de doutoramento. Revista Portuguesa de Pedagogia.
2015, 1.49. p. 105-130

● Epistemologia grega

SCHMIDT, Paulo, DOS SANTOS, José Luiz. O pensamento epistemológico de Karl


Popper. ConTexto, 2007, 7.11.

● Epistemologia medieval

MOREIRA, Ruy. Ed Contexto Para onde vai o pensamento geográfico?: por uma
epistemologia crítica. 2010. Secção 4.

● Epistemologia séc. XVII a XIX

IUMATTI, Paulo Teixeira. Caio Prado Jr. e as Ciências Naturais: sua apreensão das
transformações epistemológicas da virada do século XIX. Estudos Sociedade e
Agricultura, 2000.

● Epistemologia séc. XX positivismo lógico (círculo de Viena)

IWASSE, Lilian Fávaro Alegrâncio, et al. Considerações Acerca da Epistomologia: do


Nascimento da Ciência Moderna ao Círculo de Viena. Revista Valore, 2018, 3. p. 619-
629.

● Superação do positivismo

GAIA, Fausto Siqueira. Pós-Positivismo Jurídico e Norma Jurídica. Uma análise sobre
a legitimação judicial no processo construtivo do Direito. Revista Jurídica Cesumar-
Mestrado, 2018, 18.2. p. 573-598.
● Racionalismo crítico

DA SILVA, Jorge Francisco. O Racionalismo Crítico de Karl Popper-Um Pensador


Libertário. CIENTEC-Revista de Ciência, Tecnologia e Humanidades do IFPE, 2015,
8.1. p. 50-67.

● Metodologia

● Metodologia Quantitativa

AUGUSTO, Amélia. In: Forum Sociológico. Série II. Metodologias


quantitativas/metodologias qualitativas. Mais do que uma questão de preferência.
CESNOVA, 2014. p. 73-77.

● Metodologia Qualitativa

AUGUSTO, Amélia. In: Forum Sociológico. Série II. Metodologias


quantitativas/metodologias qualitativas. Mais do que uma questão de preferência.
CESNOVA, 2014. p. 73-77.

● Metodologia Qualitativa: content analysis

COUTINHO, Clara Pereira. Metodologia de investigação em ciências sociais e


humanas. Leya, 2014.

● Grounded theory

FERNANDES, Eugénia M., MAIA, Ângela. Grounded theory. 2001. ISBN 972- 8098-
98-7.

IMP.GE.208.0
3. RECOLHA BIBLIOGRÁFICA

1. O conhecimento científico
MACKENZIE, D. Statistics in Great Britain, 1865– 1930. The social construction of
scientific knowledge. Edinburgh, UK: Edinburgh University Press, 1981, p. 913.
POPPER, K. Conjectures and refutations. The growth of scientific knowledge.
New York, 1962, p. 488.

1.1 Introdução e epistemologia


LEWIS-BECK, M.S., A. BRYMAN AND T. F. LIAO. Epistemology. In M.S.B.
LEWIS-BECK, ALAN AND T.F. LIAO eds. The Sege Encyclopedia of Social Science
Research Methods. Thousand Oaks, California: SAGE Publications, 2004, vol 1, p.
309- 310.
STONE, L. Epistemology. In L.M. GIVEN od. The Sage of Qualitative Research
Methods. Thousand Oaks, California: SAGE Publications, 2008. Vol. 1 e 2, p. 264-268.

1.2 Metodologia, metódos e técnicas

SALKIND, N. J. Methods Section. In N.J. SALKIND ed. Encyclopedia of


Research Design. Thousand Oaks, California: SAGE Publications, 2010, vol 1, p. 799-
801.
STONE, L. Methology. In L.M. GIVEN ed. The Sage Encyclopedia of Qualitative
Research Methods. Thousand Oaks, California: SAGE Publications, 2008, vol. 1 e 2 p.
516-521.

1.3 Ética e fraude académica


STONE, L. Epistemology. In L.M. GIVEN od. The Sage of Qualitative Research
Methods. Thousand Oaks, California: SAGE Publications, 2008. Vol. 1 e 2. p. 273-277
SALKIND. N. J. Ethics in the Research Process. In N.J SALKIND ed.
Encyclopedia of Research Design. Thousand Oaks, California: SAGE Publications,
2010, vol. 1, p. 425-430.
2. Análise jurídica

2.1 Análise e interpretação normativa


MACHADO, J.B. Integração da Lei. In E. ALMEDINA ed. Introdução ao Direito
e ao Discurso Legitimador. Coimbra, 2019, vol.1, p. 192-202.
2.2 Analise e interpretação jurisprudencial
GRECO, Gioia. Victims' rights overview under the ICC legal framework: A
jurisprudential analysis. LLB Bologna, Italy: International Criminal Law Review,
2007, p. 531-547.
KRUSE, Katherine R. The Jurisprudential Turn in Legal Ethics. Ariz. L. Rev.,
2011, 53: 493. Available from Google Académico:
https://heinonline.org/HOL/LandingPage?handle=hein.journals/
arz53&div=23&id=&page=

2.2.1 IRAC
UNIVERSITY, California State. N. How to Brief a Case Using the “IRAC”
Method. pp. 1-2. Available from Internet:
https://www.csun.edu/~kkd61657/brief.pdf
UNIVERSITY, California State. Using the I-R-A-C Structure in Writing Exam
Answers. pp. 1-2. Available from Internet:
https://www.csun.edu/sites/default/files/IRAC ANALYSIS_Saunders.pdf

2.2.2. Case Briefing


UNIVERSITY, Northwestern. Introduction to Case Briefing. pp. 1-3. Available
from Internet:
https://wwws.law.northwestern.edu/student-life/student-services/orientation/
documents/orientation-reading-introduction-to-case-briefing.pdf

3. A produção escrita científica

3.1 O Estado da Arte


MINUSSI, Sandro Gindri; MOURA, Augusto Albuquerque; JARDIM, Mateus L.
Gomes; RAVASIO, M. Homrich, Considerações sobre Estado da Arte, Levantamento
Bibliográfico e Pesquisa Bibliográfica: relações e limites. Brasil, 2018, vol. 9.

3.2 Resumo e sumário


AZEVEDO, S. F. D. Normas para a Formatação de Trabalhos de Licenciatura,
de Trabalhos de Projeto, Relatórios e Dissertações de Mestrado, e de Teses de
Doutoramento. 2020, pp. 1-38. Available from Internet
https://siupt.upt.pt/content/files/normas_regulamentos/NORMAS_UPT_for
matacao_dissertacoes_teses-011.3_AssDig.pdf

3.3 A estrutura do trabalho académico e aspetos formais


AZEVEDO, S. F. D. Normas para a Formatação de Trabalhos de Licenciatura,
de Trabalhos de Projeto, Relatórios e Dissertações de Mestrado, e de Teses de
Doutoramento. 2020, pp. 1-38. Available from Internet
https://siupt.upt.pt/content/files/normas_regulamentos/NORMAS_UPT_for
matacao_dissertacoes_teses-011.3_AssDig.pdf

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3.4 A referenciação bibliográfica – ISO690
AZEVEDO, S. F. D. Normas para a Formatação de Trabalhos de Licenciatura,
de Trabalhos de Projeto, Relatórios e Dissertações de Mestrado, e de Teses de
Doutoramento. 2020, pp. 1-38. Available from Internet:
https://siupt.upt.pt/content/files/normas_regulamentos/NORMAS_UPT_for
matacao_dissertacoes_teses-011.3_AssDig.pdf%3E

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4. CRONOGRAMA

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5.ANÁLISE DE JURISPRUDÊNCIA
Jurisdição: Jurisdição da União Europeia

Tribunal: Tribunal de Justiça da Comunidade Europeia

Número do processo: C-213/89

Data do acórdão: 19 de junho de 1990

ligação url: https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/?


uri=CELEX:62005CJ0432

Nome do acórdão: Factortame

Identificação da base de EUR-Lex


dados:

Factos: (É Um processo de revisão judicial movido contra o governo do Reino


Unido por uma empresa de pescadores espanhóis que alegou que o
Reino Unido tinha violado o direito da União Europeia ao exigir que os
navios ter uma maioria de proprietários britânicos se eles fossem
registados no Reino Unido.)
Resulta dos autos que as sociedades em questão são proprietárias
ou exploram 95 navios de pesca que estavam matriculados no
registo dos navios britânicos ao abrigo do Merchant Shipping Act
1894 (lei de 1894 relativa à marinha mercante). Desses navios, 53
estavam originalmente matriculados em Espanha e arvoravam
bandeira espanhola, mas foram matriculados no registo britânico em
diferentes datas a partir de 1980. Os restantes 42 navios sempre
estiveram registados no Reino Unido, mas foram adquiridos pelas
sociedades em diferentes datas, especialmente a partir de 1983.

Questão jurídica: “Quando,


i) um particular invoque perante um tribunal nacional
direitos conferidos pelo direito comunitário, com efeito
directo no direito nacional ("os direitos invocados"),
ii) é claro que uma medida nacional, se aplicada,
automaticamente privará esse particular dos direitos
invocados,
iii) existam sérios argumentos contra e a favor da existência
dos direitos invocados e o tribunal nacional tenha pedido
uma decisão prejudicial, nos termos do artigo 177. °,
sobre a existência desses direitos,
iv) o direito nacional presuma a medida nacional em
questão compatível com o direito comunitário, até ser
declarada incompatível,
v) o tribunal não tenha competência para proteger a título
cautelar os direitos invocados suspendendo a aplicação
da medida nacional na pendência do
processo prejudicial,
vi) se a decisão prejudicial for a favor dos direitos invocados,
é provável que o particular titular desses direitos sofra
danos irreparáveis por não lhe ter sido concedida
protecção cautelar, o direito comunitário
a) obriga o tribunal nacional a proteger a título cautelar os
direitos invocados, ou
b) autoriza esse tribunal a proteger a título cautelar os
direitos invocados? “

Regra: artigo 177. ° do Tratado da CEE


Princípio da aplicabilidade direta
Simmenthal 106/77, Recueil, p. 629
Artigo 5 do tratado da União Europeia
princípio da cooperação, princípio do primado do direito comunitário

Analise / aplicação: “Para responder a esta questão, convém recordar que o Tribunal, no
seu acórdão de 9 de Março de 1978, Simmenthal (106/77, Recueil,
p. 629), declarou que as regras de aplicabilidade directa do direito
comunitário «devem produzir todos os seus efeitos, de maneira
uniforme em todos os Estados-membros, a partir da sua entrada em
vigor e durante todo o seu período de validade» (n.º 14) (tradução
provisória) e que, «por força do princípio do primado do direito
comunitário, as disposições do Tratado e os actos das instituições
directamente aplicáveis têm como efeito, nas suas relações com o
direito interno dos Estados-membros ... tornar automaticamente
inaplicável de pleno direito, pelo próprio facto da sua própria entrada
em vigor, qualquer disposição em contrário da legislação nacional»
(n.° 17) (tradução provisória).
De acordo com a jurisprudência do Tribunal, é aos órgãos
jurisdicionais nacionais que compete, por aplicação do princípio da
cooperação enunciado no artigo 5. ° do Tratado, garantir a
protecção jurídica decorrente, para os particulares, do efeito directo
das disposições do direito comunitário (ver, em último lugar,
acórdãos de 10 de Julho de 1980, Ariete, 811/79, Recueil, p. 2545, e
Mireco, 826/79, Recueil, p. 2559).
O Tribunal considerou igualmente que seria incompatível com as
exigências inerentes à própria natureza do direito comunitário
qualquer disposição de uma ordem jurídica nacional ou qualquer
prática, legislativa, administrativa ou judicial, que tivesse como efeito
diminuir a eficácia do direito comunitário por recusar ao juiz
competente para aplicar esse direito o poder de fazer, no momento
exacto dessa aplicação, tudo o que fosse necessário para afastar as
disposições legislativas nacionais susceptíveis de obstar, ainda que
temporariamente, à plena eficácia das normas comunitárias
(acórdão de 9 de Março de 1978, Simmenthal, citado, n.os 22 e 23).
Convém acrescentar que a plena eficácia do direito comunitário
seria igualmente afectada se uma regra do direito nacional pudesse
impedir o juiz a que é submetido um litígio regulado pelo direito
comunitário de conceder medidas provisórias para garantir a plena
eficácia da decisão jurisdicional a tomar sobre a existência dos
direitos invocados com base no direito comunitário. Daqui resulta

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que o juiz que, nessas circunstâncias, concederia providências
cautelares se não encontrasse como obstáculo uma norma do direito
nacional é obrigado a não aplicar essa norma.
Esta interpretação é corroborada pelo sistema instituído pelo artigo
177. ° do Tratado CEE, cujo efeito útil seria prejudicado se o órgão
jurisdicional nacional que suspende a instância até que o Tribunal
responda à sua questão prejudicial não. pudesse conceder
providências cautelares até que seja pronunciada a sua decisão na
sequência da resposta do Tribunal.
Por conseguinte, deve responder-se à questão submetida
declarando que o direito comunitário deve ser interpretado no
sentido de que, quando o órgão jurisdicional nacional ao qual foi
submetido um litígio que se prende com o direito comunitário
considere que o único obstáculo que se opõe a que ele conceda
medidas provisórias é uma norma do direito nacional, deve afastar a
aplicação dessa norma.”

Conclusão/decisão: “As despesas efectuadas pelo Governo do Reino Unido, pelo


Governo irlandês e pela Comissão das Comunidades Europeias,
que apresentaram observações ao Tribunal, não são reembolsáveis.
Revestindo o processo, quanto às partes na causa principal, a
natureza de incidente suscitado perante o órgão jurisdicional
nacional, compete a este decidir quanto às despesas.”
“O direito comunitário deve ser interpretado no sentido de que,
quando o órgão jurisdicional nacional ao qual foi submetido um
litígio que se prende com o direito comunitário considere que o
único obstáculo que se opõe a que ele conceda medidas
provisórias é uma norma do direito nacional, deve afastar a
aplicação dessa norma.”
Precedente em negrito nosso.

Jurisdição Jurisdição da União Europeia

Tribunal Tribunal de Justiça

Nº do Processo nº26/62

Data do acórdão 5 de fevereiro de 1963

Ligação URL .https://institutoeuropeu.eu/images/stories/Van_Gend_en_Loos.pdf

Nome do Acórdão Acórdão do Tribunal de Justiça

Identificação da base Euro Lex


de dados

Factos Uma empresa importou da Alemanha para a Holanda determinada

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mercadoria, corantes, e foi cobrado um direito aduaneiro pela
Holanda que a empresa considera que viola o artigo 12º do Tratado
CEE e por isso pede o reembolso do que pagou a mais

Questão Jurídica Foram colocadas as seguintes questões:


1) O artigo 12. ° do Tratado CEE tem efeito interno, isto é, os particulares
podem, com base neste artigo, fazer valer direitos individuais que o juiz
deva tutelar?

Regra ou Normas Artigo 12º


Jurídicas

Análise/ Aplicação “Para saber se as disposições de um tratado internacional têm tal


alcance, é necessário ter em conta o seu espírito, economia e conteúdo.
O objectivo do Tratado CEE, que consiste em instituir um mercado
comum cujo funcionamento diz directamente respeito aos nacionais da
Comunidade, implica que este Tratado seja mais do que um acordo
meramente gerador de obrigações recíprocas entre os Estados
contratantes.
Esta concepção é confirmada pelo preâmbulo do Tratado, que, além dos
Governos, faz referência aos povos e, mais concretamente, pela criação
de órgãos investidos de poderes soberanos cujo exercício afecta quer os
Estados-membros, quer os seus nacionais.
Aliás, é preciso notar que os nacionais dos Estados reunidos na
Comunidade são chamados a colaborar no seu funcionamento por
intermédio do Parlamento Europeu e do Comité Económico e Social.
Além disso, a função do Tribunal de Justiça no âmbito do artigo 177. °,
cujo objectivo consiste em assegurar a uniformidade de interpretação do
Tratado pelos órgãos jurisdicionais nacionais, confirma que os Estados
reconheceram ao direito comunitário uma autoridade susceptível de ser
invocada pelos seus nacionais perante aqueles órgãos.
Daqui deve concluir-se que a Comunidade constitui uma nova ordem
jurídica de direito internacional, a favor da qual os Estados limitaram,
ainda que em domínios restritos, os seus direitos soberanos, e cujos
sujeitos são não só os Estados-membros, mas também os seus
nacionais.
Por conseguinte, o direito comunitário, independente da legislação dos
Estados-membros, tal como impõe obrigações aos particulares, também
lhes atribui direitos que entram na sua esfera jurídica.
Tais direitos nascem não só quando é feita uma atribuição expressa
pelo Tratado, mas também como contrapartida de obrigações impostas
pelo Tratado de forma bem definida, quer aos particulares quer aos
Estados-membros quer às instituições comunitárias.
Tendo em conta a economia do Tratado em matéria de direitos
aduaneiros e de encargos de efeito equivalente, convém assinalar que o
artigo 9. °, para o qual a base da Comunidade é uma união aduaneira,
contém, como norma fundamental, a proibição deste tipo de direitos e
encargos.

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Esta disposição figura no início da parte II do Tratado, que define «Os
Fundamentos da Comunidade», e encontra-se consagrada e enunciada
no artigo 12. °
O artigo 12. ° contém uma proibição clara e incondicional, concretizada
numa obrigação não de acção mas de abstenção de acção.
Além do mais, esta obrigação não é objecto de qualquer reserva por
parte dos Estados no sentido de sujeitarem a sua execução a um acto
positivo de direito interno.
A proibição contida no artigo 12. ° é, pela sua natureza, perfeitamente
susceptível de produzir efeitos directos nas relações jurídicas entre os
Estados-membros e os seus sujeitos.
A eficácia do artigo 12. ° não necessita de intervenção legislativa dos
Estados.
O facto de este artigo designar os Estados-membros como sujeitos da
obrigação de abstenção não implica que os seus nacionais não possam
ser dele beneficiários.
De resto, o argumento extraído dos artigos 169. ° e 170. ° do Tratado,
invocado pelos três Governos que apresentaram observações ao
Tribunal, aponta numa direcção falsa.
Com efeito, o facto de os citados artigos do Tratado permitirem que a
Comissão e os Estados-membros accionem perante o Tribunal um
Estado que não cumpriu as suas obrigações não priva os particulares da
possibilidade de, sendo caso disso, invocarem essas obrigações perante
o tribunal nacional; do mesmo modo, o facto
de o Tratado colocar à disposição da Comissão meios destinados a
assegurar o respeito pelas obrigações impostas aos sujeitos não
preclude a possibilidade de, em litígios entre particulares pendentes no
tribunal nacional, se invocar a violação dessas obrigações.
Se as garantias contra a violação do artigo 12. ° por parte dos Estados-
membros se encontrassem limitadas aos processos previstos nos artigos
169. ° e 170.°, os direitos individuais dos seus nacionais ficariam
desprovidos de qualquer protecção jurisdicional directa.
O recurso a estes preceitos correria o risco de se tomar ineficaz se
ocorresse após a execução de uma decisão nacional adoptada em
violação do Tratado.
A vigilância dos particulares, interessados na salvaguarda dos seus
direitos, cria um controlo eficaz que acresce ao controlo que os artigos
169. ° e 170. ° confiam à diligência da Comissão e dos Estados-
membros.
Das considerações que precedem resulta que, segundo o espírito, a
economia e o texto do Tratado, o artigo 12. ° deve ser interpretado no
sentido de que produz efeitos imediatos e atribui direitos individuais que
os órgãos jurisdicionais nacionais devem tutelar.

Conclusão/ Decisão
“O artigo 12. ° do Tratado que institui a Comunidade Económica
Europeia produz efeitos imediatos e cria na esfera jurídica dos

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particulares direitos individuais que os órgãos jurisdicionais nacionais
devem salvaguardar.”

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6. REVISÃO DE LITERATURA E ESTADO DE ARTE

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7. CONCLUSÃO
É possível afirmar que o principal objetivo desta investigação foi feito com sucesso,
dado que, após a realização da mesma, já existe a aptidão de identificar e adequar no
trabalho académico as principais caraterísticas e etapas do processo de investigação
científica.
Os resultados previstos foram obtidos, tal como conseguir identificar as principais
etapas e os principais aspetos do processo de investigação jurídica, conseguir
diferenciar e descrever os principais tipos de raciocínio científico, entre outros e
também foi necessário para a minha aprendizagem pessoal e até evolução como
estudante de Direito.
Em suma, este trabalho foi concretizado no âmbito da unidade curricular de
Metodologia da Investigação e Ciência Jurídica demonstrou-se de elevada relevância
para a minha aprendizagem como futura jurista.

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8. BIBLIOGRAFIA

AUGUSTO, Amélia. In: Forum Sociológico. Série II. Metodologias


quantitativas/metodologias qualitativas. Mais do que uma questão de preferência.
CESNOVA, 2014. p. 73-77.
AZEVEDO, S. F. D. Normas para a Formatação de Trabalhos de Licenciatura,
de Trabalhos de Projeto, Relatórios e Dissertações de Mestrado, e de Teses de
Doutoramento. 2020, pp. 1-38. Available from Internet:
https://siupt.upt.pt/content/files/normas_regulamentos/NORMAS_UPT_for
matacao_dissertacoes_teses-011.3_AssDig.pdf

CARNEIRO, Sônia Maria Marchiorato. Fundamentos epistemo-metodológicos


da educação ambiental. Educar em revista, 2006, 27. p. 17-35.
COUTINHO, Clara Pereira. Metodologia de investigação em ciências sociais e
humanas. Leya, 2014.
DA SILVA, Jorge Francisco. O Racionalismo Crítico de Karl Popper-Um
Pensador Libertário. CIENTEC-Revista de Ciência, Tecnologia e Humanidades do
IFPE, 2015, 8.1. p. 50-67.
FERNANDES, Eugénia M., MAIA, Ângela. Grounded theory. 2001. ISBN 972-
8098-98-7.
FIGUEIREDO, Cláudia, PINHEIRO, Maria do Rosário, HUET, Isabel.
Desenvolvimento epistemológico e avaliação de crenças pessoais relativas ao
conhecimento e ao processo de conhecer. Estudo de validação da Escala de
Posicionamento Epistemológico para estudantes de doutoramento. Revista
Portuguesa de Pedagogia. 2015, 1.49. p. 105-130.
GAIA, Fausto Siqueira. Pós-Positivismo Jurídico e Norma Jurídica. Uma
análise sobre a legitimação judicial no processo construtivo do Direito. Revista Jurídica
Cesumar-Mestrado, 2018, 18.2. p. 573-598.
GRECO, Gioia. Victims' rights overview under the ICC legal framework: A
jurisprudential analysis. LLB Bologna, Italy: International Criminal Law Review, 2007, p.
531-547.
IUMATTI, Paulo Teixeira. Caio Prado Jr. e as Ciências Naturais: sua apreensão
das transformações epistemológicas da virada do século XIX. Estudos Sociedade e
Agricultura, 2000.
IWASSE, Lilian Fávaro Alegrâncio, et al. Considerações Acerca da
Epistomologia: do Nascimento da Ciência Moderna ao Círculo de Viena. Revista
Valore, 2018, 3. p. 619-629.
KRUSE, Katherine R. The Jurisprudential Turn in Legal Ethics. Ariz. L. Rev.,
2011, 53: 493. Available from Google Académico:
https://heinonline.org/HOL/LandingPage?handle=hein.journals/
arz53&div=23&id=&page=

IMP.GE.208.0
LEWIS-BECK, M.S., A. BRYMAN AND T. F. LIAO. Epistemology. In M.S.B.
LEWIS-BECK, ALAN AND T.F. LIAO eds. The Sege Encyclopedia of Social Science
Research Methods. Thousand Oaks, California: SAGE Publications, 2004, vol 1, p.
309- 310.
MACHADO, J.B. Integração da Lei. In E. ALMEDINA ed. Introdução ao Direito
e ao Discurso Legitimador. Coimbra, 2019, vol.1, p. 192-202.
MACKENZIE, D. Statistics in Great Britain, 1865– 1930. The social construction
of scientific knowledge. Edinburgh, UK: Edinburgh University Press, 1981, p. 913.
MINUSSI, Sandro Gindri; MOURA, Augusto Albuquerque; JARDIM, Mateus L.
Gomes; RAVASIO, M. Homrich, Considerações sobre Estado da Arte, Levantamento
Bibliográfico e Pesquisa Bibliográfica: relações e limites. Brasil, 2018, vol. 9.

MOREIRA, Ruy. Ed Contexto Para onde vai o pensamento geográfico?: por


uma epistemologia crítica. 2010. Secção 4.
POPPER, K. Conjectures and refutations. The growth of scientific knowledge.
New York, 1962, p. 488.
SALKIND, N. J. Methods Section. In N.J. SALKIND ed. Encyclopedia of
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