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Relatório de Metodologia da

Investigação e Ciência Jurídica

Vânia Pinto da Rocha nº 47164

Licenciatura em Direito
Metodologia da Investigação e Ciência Jurídica
Prof. Doutor José Luís Caramelo Gomes
Prof. Doutor André Pereira Matos
Prof. Pedro Miguel Ponte e Sousa

Data: 13 de janeiro 2023

IMP.GE.206.0
IMP.GE.206.0
Planeamento de
Atividades
Metodologia da Investigação e
Ciência Jurídica
RESUMO
No âmbito da unidade curricular do 1º ano de Licenciatura em Direito, Metodologia
da Investigação e Ciência Jurídica, estamos a elaborar um trabalho no qual iremos
apresentar algumas técnicas para uma escrita correta e outras para uma correta
realização de trabalhos que eventualmente nos possam aparecer durante o nosso
percurso universitário.

O objetivo principal deste trabalho é ajudar os estudantes a evoluir no que toca ao


conhecimento jurídico e facilitar a compreensão dos métodos de análise de
jurisprudência, para tal tivemos de recorrer a algumas informações e fontes
bibliográficas. Ao longo deste trabalho iremos abordar temas como o estado da arte e
revisão de Leitura:

PALAVRAS-CHAVE:

Metodologia, IRAC, Estado da Arte

ABSTRACT
Withing the curricular unit of 1st year of Law degree, research methodology and Legal
Science, we are preparing a work in which we will present some techniques for correct
writing and others for a correct realization of works that may eventually appear to us,
during our university course.

The main objective of this work is to Help students to evolve with regard to legal
knowledge and facilitate the understanding of methods of Jurisprudence analysis, so we
had to resort to some information and biographic sources. Throughout the work we will
address topics such as State of Art and Reading Review.

KEYWORDS:

Methodology, Irac, State of Art

v
ÍNDICE

Resumo--------------------------------------------------------------------------------------------------v

Palavras-Chave----------------------------------------------------------------------------------------v

Abstarct--------------------------------------------------------------------------------------------------v

Keywords------------------------------------------------------------------------------------------------v

Índice-----------------------------------------------------------------------------------------------------vi

Introducão-----------------------------------------------------------------------------------------------3

1.Análise e Revisão da Apresentação-----------------------------------------------------------5

1.1. Deficiência Detetada---------------------------------------------------------------------------5

1.2. Solução para o Problema---------------------------------------------------------------------5

2. Recolha Bibliográfica-----------------------------------------------------------------------------9

3. Cronograma----------------------------------------------------------------------------------------11

4. Análise da Jurisprudência----------------------------------------------------------------------12

5. Estado da Arte-------------------------------------------------------------------------------------21

6. Escrita Cientifica-----------------------------------------------------------------------------------23

Conclusão-----------------------------------------------------------------------------------------------24

vi
INTRODUÇÃO
Este trabalho, elaborado no âmbito da unidade curricular de Metodologia da
Investigação e Ciência Jurídica, do 1º ano da Licenciatura em Direito atribuímos grande
importância ao estudo dos métodos usados na investigação científica.

Para completar a tarefa é indispensável existirem fontes e referências


bibliográficas pois se assim não for o nosso trabalho irá apresentar um defeito, isso foi
o que aconteceu com o PowerPoint chamado «Epistemologia e Metodologia», que nos
foi apresentado numa das primeiras aulas de Metodologia, pois não tinha quaisquer
referências bibliográficas.

Para resolver esse problema do PowerPoint, tivemos de recolher algumas


referências bibliográficas de onde foram retirar informação.

Depois criámos um cronograma que nos guiava á medida em que íamos


executando o trabalho, fizemos uma revisão jurisprudencial de cerca de 5 acórdãos
usando o método IRAC, para concluir fizemos uma revisão do estado da arte.

As recolhas bibliográficas vêm dar mais credibilidade ao trabalho e fazem com que
o mesmo seja considerado válido e não um ato de plágio.

3
1. ANÁLISE E REVISÃO DA APRESENTAÇÃO

1.1 DEFICIÊNCIA DETETADA


A deficiência detetada no PowerPoint «Epistemologia e Metodologia”, é
considerada uma deficiência grave, uma vez que a falta de referências bibliográficas
faz com que o mesmo era um ato de plágio, que é um crime punível.

1.2 SOLUÇÃO

Esta deficiência só pode ser corrigida se encontrarmos os dados bibliográficos


de cada um dos pontos usados no PowerPoint e os introduzir-mos no mesmo, para
que se torne um documento sem plágio.

1. Investigação Científica
VILELAS, José́ . Investigação: O processo de construção do conhecimento,
3a Edição, Lisboa: Edições Sílabo. 2020. pp. 32-43. ISBN 978-989-561-097-
6
1.1. Chavões da Investigação
1.1.1. Teórica

STEBBINS, Robert Alan. Exploratory Research. In: GIVEN, Lisa M. The Sage
Encyclopedia of Qualitative Research Methods. Thousand Oaks, California; Sage
Publications, 2008, pp. 327-329. ISBN 978-1-4-4129-4163-1.

1.1.2. Empírica

BHATTACHARYA, Hmilka. Empirical Research. In: GIVEN, Lisa M. The Sage


Encyclopedia of Qualitative Research Methods. Thousand Oaks, California; Sage
Publications, 2008, pp. 253-255. ISBN 978-1-4-4129-4163-1.

1.1.3 Probabilidade

FOX, Nick J. Postpositivist. In: GIVEN, Lisa M. The Sage Encyclopedia


of Qualitative Research Methods. Thousand Oaks, California; Sage Publications,
2008, pp. 659-664. ISBN 978-1-4-4129-4163-1.

5
1.1.4 Casualidade

MILLS, Melinda O. Comparative Research: Causality. In: GIVEN, Lisa M. The


Sage Encyclopedia of Qualitative Research Methods. Thousand Oaks, California; Sage
Publications, 2008, pp. 102-103. ISBN 978-1-4-4129-4163-1.

2. Questões Principais
2.1. Pergunta

SANDELOWSKI, Margarete. Research Question. In: GIVEN, Lisa M. The Sage


Encyclopedia of Qualitative Research Methods. Thousand Oaks, California; Sage
Publications, 2008, pp. 786-787. ISBN 978-1-4-4129-4163-1
2.2. O Tempo

MCCOMBES, Shona. Types of sampling, timescale and location. The main types
of research compared. 2019-06-20, [consult. 02 Jan 2022]. Searched at
https://www.scribbr.com/methodology/types-of-research/

2.3. Relacionamento de Variáveis

BEVANS, Rebecca, Understanding types of variables. 2019-11-21, [consult.02

Jan 2022]. Disponible in https://www.scribbr.com/methodology/types-of-

variables/

2.4 Dados

SCHREIBE, James B. Data. In: GIVEN, Lisa M. The Sage Encyclopedia of

Qualitative Research Methods. Thousand Oaks, California; Sage Publications,

2008, pp. 185-190. ISBN 978-1-4-4129-4163-1

2.5. Análise

VAN DEN HOONAARD, Deborah K. and VAN DEN HOONAARD, Will C. Data

Analysis. In: GIVEN, Lisa M. The Sage Encyclopedia of Qualitative Research

Methods. Thousand Oaks, California

3. A Filosofia da Investigação

6
3.1 A estrutura do projeto

VANOOSTEN, D. M. Project Management. In: GIVEN, Lisa M. The Sage

Encyclopedia of Qualitative Research Methods. Thousand Oaks, California; Sage

Publications, 2008, pp. 688-690. ISBN 978-1-4-4129-4163-1.

4. Sistema Lógico
4.1. Método dedutivo

SHANK, G. Deduction. In: GIVEN, Lisa M. The Sage Encyclopedia of Qualitative

Research Methods. Thousand Oaks, California; Sage Publications, 2008, pp.207-208.


ISBN 978-1-4-4129-4163-1.

4.2. Método Indutivo

FOX, N. J. The Problem of Induction In: GIVEN, Lisa M. The Sage Encyclopedia

of Qualitative Research Methods. Thousand Oaks, California; Sage Publications,

2008, pp. 429-430. ISBN 978-1-4-4129-4163-1.

4.3 Método Abdutivo

SHANK, G. Abduction. In: GIVEN, Lisa M. The Sage Encyclopedia of Qualitative

Research Methods. Thousand Oaks, California; Sage Publications, 2008, pp.

264-268. ISBN 978-1-4-4129-4163-1

5. Epistemologia e metodologia • Aquisição de conhecimento

- Teoria da aquisição do Conhecimento: Epistemologia

STONE, L. Epistemology. In: GIVEN, Lisa M ed. The Sage Encyclopedia of

Qualitative Research Methods. Thousand Oaks, California: Sage Publications.

2006. vol. 1 e 2, pp. 254-258. ISBN 978-1-4129-4163-1.

- Prática da aquisição do Conhecimento: Metodologia

7
STONE, L. Methodology. In: GIVEN, Lisa M ed. The Sage Encyclopedia of

Qualitative Research Methods. Thousand Oaks, California: Sage Publications.

2006. vol. 1 e 2, pp. 516-521. ISBN 978-1-4129-4163-1.

5.1. Epistemologia – Validação:

MILLER, Peter. Validity. In: GIVEN, Lisa M ed. The Sage Encyclopedia of

Qualitative Research Methods. Thousand Oaks, California: Sage Publications.

2006. vol. 1 e 2, pp. 909-910. ISBN 978-1-4129-4163-1.

6. Superação do positivismo:

FOX, Nick J. Post-positivism. In: GIVEN, Lisa M, The Sage Encyclopedia of

Qualitative Research Methods. Thousand Oaks, California: Sage Publications.

2006. vol. 1 e 2, pp. 659-664. ISBN 975-1-4129-4163-1.

7. Metodologias Quantitativas. (O quê? Onde? Quando?)

DONMOYER, Robert. Quantitative Research. In: GIVEN, Lisa M ed. The Sage

Encyclopedia of Qualitative Research Methods. Thousand Oaks, California: Sage

Publications. 2006. vol. 1 e 2, pp. 713-718. ISBN 978-1-4129-4163-1.

8. Metodologias Qualitativas. (Como?)

MAIETTA, Raymond C. Qualitative Research Evolution Of. In: GIVEN, Lisa M ed.

The Sage Encyclopedia of Qualitative Research Methods. Thousand Oaks,

California: Sage Publications. 2006. vol. 1 e 2, pp. 706-711. ISBN 978-1-4129-

4163-1.

9. Análise de Conteúdo

JULIEN, Heidi. Content Analysis. In: GIVEN, Lisa M ed. The Sage Encyclopedia

of Qualitative Research Methods. Thousand Oaks, California: Sage Publications.

2006. vol. 1 e 2, pp. 120-121. ISBN 978-1-4129-4163-1.

10. Caso em Estudo

BLATTER, Joachim K. Case Study. In: GIVEN, Lisa M ed. The Sage

Encyclopedia of Qualitative Research Methods. Thousand Oaks, California: Sage

8
Publications. 2006. vol. 1 e 2, pp. 68-71. ISBN 978-1-4129-4163-1.

11. Grounded theory

CHARMAZ, Kathy and BRYANT, Antony. Grounded Theory. In: GIVEN, Lisa M

ed. The Sage Encyclopedia of Qualitative Research Methods. Thousand Oaks,

California: Sage Publications. 2006. vol. 1 e 2, pp. 374-376. ISBN 978-1-4129-

4163-1.

2. RECOLHA BIBLIOGRÁFICA (solução para o problema)


1. O conhecimento científico

R. BURKE JOHNSON. In L.M. GIVEN ed. The Sage Encyclopedia of Qualitative

Research Methods. Thousand Oaks, California; SAGE Publications 2008, vol. 1 e

2, pp. 478-482. ISBN 978-1-4-4129-4163-1.

1.1 Introdução e epistemologia

STONE, Lynda. Epistemology. In: GIVEN L.M. ed. The Sage Encyclopedia of

Qualitative Research Methods. Thousand Oaks, California: Sage Publications.

2006. vol. 1 e 2, pp. 264-268. ISBN 978-1-4129-4163-1.

1.2 Metodologia, métodos e técnicas)

SALKIND, N. J. Methods Section. In: N.J. SALKIND ed. Encyclopedia of

Research Design. Thousand Oaks, California: Sage Publications. 2010. vol. 1,

pp. 836- 838. ISBN 978-1-4129-6127-1.

STONE, Lynda. Methodology. In: GIVEN L.M. ed. The Sage Encyclopedia of

Qualitative Research Methods. Thousand Oaks, California: Sage Publications.

2006. vol. 1 e 2, pp. 516-521. ISBN 978-1-4129-4163-1.

1.3 É tica e fraude académica

STONE, Lynda. Ethics. In GIVEN L.M. ed. The Sage Encyclopedia of


Qualitative Research Methods. Thousand Oaks, California: Sage Publications. 2006.
vol. 1 e 2, pp. 273-277. ISBN 978-1-4129-4163-1.

SALKIND. N. J. thics in the Research Process. In: N. J. SALKIND ed.

9
Encyclopedia of Research Design. Thousand Oaks, California: SAGE

Publications. 2010. vol. 1, pp. 450-455. ISBN 978-1-4129-6127-1.

2. Análise jurídica

2.1 Análise e interpretação normativa

MACHADO. J. B. Integraç ão da Lei: Introduç ão ao Direito e ao Discurso

Legitimador. Almedina: Coimbra. 2019. vol. 1, pp. 192-202. ISBN 978-972-40-

0471-6. JUSTO, A. Santos. Introduç ão ao Estudo do Direito. 7a ed. Coimbra:

Coimbra Editora, 2015, pp. 183-195. ISBN 978-972-32-2348-4.

2.2 Análise e interpretaçao


̃ jurisprudencial

GRECO, Gioia. Victims' rights overview under the ICC legal framework: A

jurisprudential analysis. LLB Bologna, Italy: International Criminal Law

Review, 2007, p. 531-547.

KRUSE, Katherine R. The Jurisprudential Turn in Legal Ethics. Ariz. L. Rev.,

2011, 53: 493. Available from Google Académico:

https://heinonline.org/HOL/LandingPage?handle=hein.journals/arz53&div=23

&id=&pag e=

2.2.1 IRAC

UNIVERSITY, California State. N. How to Brief a Case Using the “IRAC” Method.

pp. 1-2. [Consult. 04 Jan 2023]. Disponible in:

http://www.csun.edu/~kkd61657/brief.pdf

UNIVERSITY, California State. Using the I-R-A-C Structure in Writing Exam

Answers. pp. 1-2. [Consult. 04 Jan 2023]. Disponible in

https://www.csun.edu/sites/default/files/IRAC%20ANALYSIS_Saunders.pdf

2.2.2 Case Briefing

UNIVERSITY, Northwestern. Introduction to Case Briefing. pp. 1-3. [Consult. 04

Jan 2023]. Disponiv́ el em: https://wwws.law.northwestern.edu/student-

10
life/student-services/orientation/documents/orientation-reading-introduction-to-

case-briefing.pdf

UNIVERSITY, Wisconsin Law School. A Guide to Case Briefing. pp. 1-3.

[Consult. 05 Jan 2023]. Disponible in:

https://law.wisc.edu/orientation/casebriefingguide.pdf

3. CRONOGRAMA

11
4. ANÁLISE DE JURISPRUDÊNCIA

Vamos analisar dois acórdãos declarados pelo Supremo Tribunal federal utilizando a
jurisprudência. Utilizaremos o método IRAC para compreender melhor qual foi o
raciocínio utilizado, as conclusões tiradas para resolver determinado caso.

Acórdão 26/62

Jurisdição União Europeia

Identificação do Tribunal Tribunal de Justiça

Número do Processo 26/ 62

Data do Acórdão 5 de Fevereiro de 1963

Nome do Acórdão GEND & LOODS/ Administração Fiscal

Link

Responsável pela Base de Dados Serviço da Comunicação da União


Europeia

Factos Uma determinada mercadoria-corantes


foi importada da Alemanha para a
Holanda por uma empresa e a Holanda
decidiu cobrar um direito aduaneiro. A
empresa considerou que o direito
aduaneiro violava o artigo 12º do Tratado
da CEE pedindo então que lhe fosse
reembolsado o valor que pagou em
excesso

12
Questão Jurídica «1) O Artigo 12. ° do Tratado CEE tem
efeito interno, isto é, os particulares
podem, com base neste artigo, fazer valer
direitos individuais que o juiz deva
tutelar? 2) Em caso afirmativo, a
aplicação de um direito aduaneiro de 8%
à importação nos Países Baixos, pela
recorrente no processo principal, de ureia
formaldeído proveniente da República
Federal da Alemanha representou um
aumento ilegal na acepção do artigo 12. °
do Tratado CEE, ou constitui uma
modificação razoável do direito de
importação em vigor antes de 1 de Março
de 1960 que, apesar de constituir um
aumento aritmético, não deve
considerarse proibida pelo artigo 12. °?»

Norma «A Tariefcommissie coloca, em primeiro


lugar, a questão de saber se o artigo 12.
° do Tratado produz efeitos imediatos no
direito interno, no sentido de os nacionais
dos Estados-membros poderem, com
base neste artigo, fazer valer direitos que
o juiz nacional deva tutelar.”»

Análise/ Aplicação «Para saber se as disposições de um


tratado internacional têm tal alcance, é
necessário ter em conta o seu espírito,
economia e conteúdo. O objetivo do
Tratado CEE, que consiste em instituir um
mercado comum cujo funcionamento diz
directamente respeito aos nacionais da
Comunidade, implica que este Tratado
seja mais do que um acordo meramente
gerador de obrigações recíprocas entre
os Estados contratantes. Esta concepção
é confirmada pelo preâmbulo do Tratado,
que, além dos Governos, faz referência

13
aos povos e, mais concretamente, pela
criação de órgãos investidos de poderes
soberanos cujo exercício afecta quer os
Estados- membros, quer os seus
nacionais. Aliás, é preciso notar que os
nacionais dos Estados reunidos na
Comunidade são chamados a colaborar
no seu funcionamento por intermédio do
Parlamento Europeu e do Comité́
Económico e Social. Além disso, a função
do Tribunal de Justiça no âmbito do artigo
177.°, cujo objectivo consiste em
assegurar a uniformidade de
interpretação do Tratado pelos órgãos
jurisdicionais nacionais, confirma que os
Estados reconheceram ao direito
comunitário uma autoridade susceptível
de ser invocada pelos seus nacionais
perante aqueles órgãos. Daqui deve
concluir-se que a Comunidade constitui
uma nova ordem jurídica de direito
internacional, a favor da qual os Estados
limitaram, ainda que em domínios
restritos, os seus direitos soberanos, e
cujos sujeitos são não só́ os Estados-
membros, mas também os seus
nacionais. Por conseguinte, o direito
comunitário, independente da legislação
dos Estados-membros, tal como impõe
obrigações aos particulares, também lhes
atribui direitos que entram na sua esfera
jurídica. Tais direitos nascem não só́
quando é feita uma atribuição expressa
pelo Tratado, mas também como
contrapartida de obrigações impostas
pelo Tratado de forma bem definida, quer
aos particulares quer aos Estados-
membros quer às instituições

14
comunitárias. Tendo em conta a
economia do Tratado em matéria de
direitos aduaneiros e de encargos de
efeito equivalente, convém assinalar que
o artigo 9. °, para o qual a base da
Comunidade é uma união aduaneira,
contém, como norma fundamental, a
proibição deste tipo de direitos e
encargos. Esta disposição figura no início
da parte II do Tratado, que define os
Fundamentos da Comunidade-, e
encontra-se consagrada e enunciada no
artigo 12. ° O artigo 12. ° contém uma
proibição clara e incondicional,
concretizada numa obrigação não de
acção mas de abstenção de ação. Além
do mais, esta obrigação não é objecto de
qualquer reserva por parte dos Estados
no sentido de sujeitarem a sua execução
a um acto positivo de direito interno. A
proibição contida no artigo 12. ° é, pela
sua natureza, perfeitamente susceptível
de produzir efeitos directos nas relações
jurídicas entre os Estados-membros e os
seus sujeitos. A eficácia do artigo 12. °
não necessita de intervenção legislativa
dos Estados. O facto de este artigo
designar os Estados-membros como
sujeitos da obrigação de abstenção não
implica que os seus nacionais não
possam ser dele beneficiários. De resto,
o argumento extraído dos artigos 169. ° e
170. ° do Tratado, invocado pelos três
Governos que apresentaram
observações ao Tribunal, aponta numa
direcção falsa.»

15
Conclusão «Com efeito, o facto de os citados artigos
do Tratado permitirem que a Comissão e
os Estados-membros accionem perante o
Tribunal um Estado que não cumpriu as
suas obrigações não priva os particulares
da possibilidade de, sendo caso disso,
invocarem essas obrigações perante o
tribunal nacional; do mesmo modo, o
facto de o Tratado colocar à disposição
da Comissão meios destinados a
assegurar o respeito pelas obrigações
impostas aos sujeitos não preclude a
possibilidade de, em litígios entre
particulares pendentes no tribunal
nacional, se invocar a violação dessas
obrigações. Das considerações que
precedem resulta que, segundo o
espírito, a economia e o texto do Tratado,
o artigo 12. ° deve ser interpretado no
sentido de que produz efeitos imediatos e
atribui direitos individuais que os órgãos
jurisdicionais nacionais devem tutelar.»

Acórdão 106/ 77

Jurisdição União Europeia

Tribunal Tribunal de Justiça

Número do Processo 106/ 77

Link https://eur-lex.europa.eu/legal-
content/PT/TXT/PDF/?
uri=CELEX:61977CJ0106&from=FR

Data do Acórdão 9 de março de 1978

16
Nome do Acórdão Administração das Finanças do Estado e
Sociedade Anónima Simmenthal

Responsável pela base de dados Eur-lex

Factos História Sintética do litígio

Questão Jurídica Dado que decorre dos termos do artigo


189 ° do Tratado CEE e da jurisprudência
constante do Tribunal de Justiça das
Comunidades Europeias, que as
disposições comunitárias diretamente
aplicáveis devem, independentemente de
quaisquer normas ou práticas internas
dos Estados-membros, produzir plena e
totalmente os seus efeitos e serem
uniformemente aplicadas nas ordens
jurídicas destes últimos, para que
possam também ser garantidos os
direitos subjetivos criados na esfera
jurídica dos particulares, conclui-se que o
alcance destas normas deve ser
entendido de forma a que eventuais
disposições nacionais ulteriores,
contrárias às normas comunitárias,
devam ser consideradas inaplicáveis de
pleno direito, sem que seja necessário
esperar a sua revogação pelo próprio
legislador nacional ou por outros órgãos
constitucionais (declaração de
inconstitucionalidade), nomeadamente se
se considerar, no que se refere a esta
segunda hipótese, que até à referida
declaração, a lei nacional permanece
plenamente aplicável, não podendo,
portanto, as normas comunitárias
produzir os seus efeitos, e não sendo, por
conseguinte, garantida a sua aplicação
plena, integral e uniforme, do mesmo
modo que não são protegidos os direitos
subjetivos criados na esfera jurídica dos
particulares?

Norma Artigo 189º do tratado da CEE, Princípio


da Aplicabilidade Direta e o Princípio do
Primado

Análise/ Aplicação A regularidade do pedido


apresentado pela Tariefcommissie, para

17
obter do Tribunal uma decisão a título
prejudicial ao abrigo do artigo 177. ° do
Tratado CEE, não foi contestada nem dá
lugar oficiosamente a qualquer crítica. A
Comissão, que intervém ao abrigo do
artigo 20. ° do Estatuto do Tribunal de
Justiça da CEE, sustenta que o pedido
deve ser rejeitado por falta de objeto, uma
vez que as questões que constituem o
objeto do pedido de interpretação
formulado ao Tribunal no presente
processo se encontram já resolvidas no
acórdão 26/ 62, de 5 de Fevereiro,
proferido sobre questões idênticas que
foram suscitadas num processo análogo.
Todavia, essa tese não tem fundamento.
Com efeito, em primeiro lugar, é
necessário distinguir a obrigação imposta
aos órgãos jurisdicionais nacionais de
última instância pelo terceiro parágrafo do
artigo 177. ° da faculdade concedida pelo
segundo parágrafo a qualquer órgão
jurisdicional nacional de apresentar ao
Tribunal de Justiça das Comunidades
uma questão de interpretação do
Tratado.

Se o artigo 177. °, último parágrafo,


obriga, sem exceção, os órgãos
jurisdicionais nacionais — como a
Tariefcommissie — cujas decisões não
sejam suscetíveis de recurso jurisdicional
no direito interno a submeter ao Tribunal
de Justiça qualquer questão de
interpretação suscitada perante eles,
pode, porém, acontecer que, por

A regularidade do pedido
apresentado pela Tariefcommissie, para

18
obter do Tribunal uma decisão a título
prejudicial ao abrigo do artigo 177. ° do
Tratado CEE, não foi contestada nem dá
lugar oficiosamente a qualquer crítica. A
Comissão, que intervém ao abrigo do
artigo 20. ° do Estatuto do Tribunal de
Justiça da CEE, sustenta que o pedido
deve ser rejeitado por falta de objeto, uma
vez que as questões que constituem o
objeto do pedido de interpretação
formulado ao Tribunal no presente
processo se encontram já resolvidas no
acórdão 26/ 62, de 5 de Fevereiro,
proferido sobre questões idênticas que
foram suscitadas num processo análogo.
Todavia, essa tese não tem fundamento.
Com efeito, em primeiro lugar, é
necessário distinguir a obrigação imposta
aos órgãos jurisdicionais nacionais de
última instância pelo terceiro parágrafo do
artigo 177. ° da faculdade concedida pelo
segundo parágrafo a qualquer órgão
jurisdicional nacional de apresentar ao
Tribunal de Justiça das Comunidades
uma questão de interpretação do
Tratado.

Se o artigo 177. °, último parágrafo,


obriga, sem exceção, os órgãos
jurisdicionais nacionais — como a
Tariefcommissie — cujas decisões não
sejam suscetíveis de recurso jurisdicional
no direito interno a submeter ao Tribunal
de Justiça qualquer questão de
interpretação suscitada perante eles,
pode, porém, acontecer que, por força da
interpretação dada pelo Tribunal ao
abrigo do artigo 177. °, essa obrigação

19
perca a sua razão de ser e fique
destituída de conteúdo. Isto acontece,
designadamente, quando a questão
suscitada é materialmente idêntica a uma
questão que foi já objeto de uma decisão
a título prejudicial num processo análogo.
Quando o Tribunal interpreta o Tratado,
no âmbito concreto de um litígio pendente
perante um órgão jurisdicional nacional,
limita-se a deduzir da sua letra e espírito
o significado das normas comunitárias,
ficando a aplicação ao caso concreto das
normas assim interpretadas reservada ao
juiz nacional. Corresponde esta conceção
à função atribuída ao Tribunal pelo artigo
177. ° e que visa assegurar a unidade de
interpretação do direito comunitário nos
seis Estados-membros. De resto, se o
artigo 177. ° não tivesse este alcance,
não se justificariam as disposições
processuais do artigo 20. ° do Estatuto do
Tribunal de Justiça, que prevê a
participação no processo dos Estados-
membros e das instituições comunitárias,
bem como do terceiro parágrafo do artigo
165.°, que obriga o Tribunal a reunir em
sessão plenária. Finalmente, este aspeto
da atividade do Tribunal no âmbito do
artigo 177. ° é corroborado pela
inexistência de partes, no sentido próprio
do termo, que caracteriza este processo.
Mas não é menos verdade que o artigo
177. ° permite sempre a um órgão
jurisdicional nacional, se o considerar
oportuno, apresentar de novo ao Tribunal
questões de interpretação. Isso resulta do
artigo 20. ° do Estatuto do Tribunal de
Justiça, nos termos do qual o

20
procedimento previsto para a resolução
de questões prejudiciais se inicia de pleno
direito a partir do momento em que uma
questão é formulada por um órgão
jurisdicional nacional.

Conclusão O juiz nacional responsável, no âmbito


das suas competências, por aplicar
disposições de direito comunitário, tem
obrigação de assegurar o pleno efeito de
tais normas, decidindo, por autoridade
própria, se necessário for, da não
aplicação de qualquer norma de direito
interno que as contrarie, ainda que tal
norma seja posterior, sem que tenha de
solicitar ou esperar a prévia eliminação da
referida norma por via legislativa ou por
qualquer outro processo constitucional.

5. Revisão de literatura e de estado da arte

21
22
23
6. ESCRITA CIENTÍFICA

A Escrita científica aparece no início do trabalho.

3. A produçao
̃ escrita cientif́ ica
MACHADO, Anna Rachel; LOUSADA, Eliane; ABREU-TARDELLI, Liĺ ia Santos.
Planejar géneros académicos: escrita científica, texto acadêmico, diário de pesquisa,
metodologia. In: Planejar géneros académicos: escrita científica, texto académico,
diário de pesquisa, metodologia. 2008. p. 116-116. Conferir
em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-591651
3.1. O Estado da Arte
EDITORA, Porto. (2003). Estado de Arte. Infopédia da Lin
́ gua Portuguesa. [Consult.
12 Jan 2023]. Disponiv́ el em: https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-
portuguesa/estado
3.2. Resumo
AZEVEDO, S. F. D. Normas para a Formataç ão de Trabalhos de Licenciatura, de
Trabalhos de Projeto, Relatórios e Dissertaç oe
̃ s de Mestrado, e de Teses de
Doutoramento. 2020, pp. 1-38. [Consult. 12 Jan 2023]. Disponiv́ el em:
https://www.upt.pt/wpcontent/uploads/2022/03/NORMAS_UPT_formatacao_dissertaco
es_teses-011.3_AssDig.pdf
3.3. A estrutura do trabalho académico e aspetos formais
AZEVEDO, S. F. D. Normas para a Formataç ão de Trabalhos de Licenciatura, de
Trabalhos de Projeto, Relatórios e Dissertaç ões de Mestrado, e de Teses de
Doutoramento. 2020, pp. 1-38. [Consult. 12 Jan 2023]. Disponiv́ el em:
https://www.upt.pt/wp-
content/uploads/2022/03/NORMAS_UPT_formatacao_dissertacoes_teses-
011.3_AssDig.pdf
3.4. A referenciaçao
̃ bibliográfica - ISO690
Para uma melhor compreensão e melhor forma de complementar esta atividade,
procurei uma fonte científica que me pudesse indicar a forma mais adequada para
concretizar esta atividade, tal como:
AZEVEDO, S. F. D. Normas para a Formataç ão de Trabalhos de Licenciatura, de
Trabalhos de Projeto, Relatórios e Dissertaç ões de Mestrado, e de Teses de
Doutoramento. 2020, pp. 1-38. [Consult. 12 Jan 2023]. Disponiv́ el em:
https://www.upt.pt/wpcontent/uploads/2022/03/NORMAS_UPT_formatacao_dissertaco
es_teses-011.3_AssDig.pdf

CONCLUSÃO:

Ao longo deste trabalho aprendi a analisar acórdãos coisa que sem a execução do
mesmo e sem as aulas creio que nunca iria conseguir fazê-lo, e a utilizar o Endnote que
facilitou em muito o processo de elaboração das referências de forma correta, confesso
que as minhas maiores dificuldades foram encontrar as palavras para as referências
uma vez que foi um processo bastante demorado e a formatação do trabalho que me
deu uns certos problemas, mas penso que os consegui resolver da melhor forma que
sabia.

Mas sinto que agora estou muito mais preparada no que toca
à execução de trabalhos académicos e que meios utilizar para que os meus trabalhos
fiquem da melhor maneira possível.

A parte que mais gostei de fazer neste trabalho foi sem dúvida a análise dos acórdãos
porque também foi uma forma de treino do que já tínhamos aferido em aula, tive a
oportunidade de o fazer com mais calma e achei o processo muito interessante pois
entendia melhor em que consistiam as decisões dos tribunais de Justiça.

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