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Relatório de Qualificação
Mestrado
São Paulo
2015
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estrangeira”
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SUMÁRIO
Parte I
multiletramentos ..................................................................................................11
Bibliografia ................................................................................................17
Parte II
Introdução ..............................................................................................................20
Justificativa ............................................................................................................23
Objetivos ................................................................................................................24
4
Bibliografia .........................................................................................................29
Parte III
Parte IV
Esboço da dissertação
1. Justificativa ....................................................................................................32
escola .................................................................................................................32
Estereótipos ................................................................................64
5
Parte V
Bibliografia ......................................................................................................69
6
Parte I:
1. Disciplinas cursadas
Tópicos abordados
d) Racismo e sexismo;
grande ajuda. As aulas eram sempre baseadas nos textos indicados – planejadas e
aulas, o que é muito interessante para os alunos. A cada aula, normalmente havia uma
tarefa a ser entregue baseada nos textos indicados e cada uma agendada logo na
as tarefas também foram usadas como avaliação. Sistema de aulas aberto para
Vale ressaltar a importância dos professores terem separado um dia para visita
à biblioteca e palestra sobre ferramentas de pesquisa, tal como VPN. Para mim,
essencial, já que pude estar em contato com fontes que antes desconhecia e que serão
protocolo de pesquisa como se ele fosse realmente ser entregue a uma instituição –
UNIFESP, por exemplo. Fiz uma revisão bibliográfica e pensei na minha pesquisa de
revisar justificativas e objetivos. Tudo isso resultou em um projeto pronto para ser
entregue e revisado pelos dois professores do curso. Para mim, um trabalho final
dissertação.
Bibliografia consultada
http://www.ufrgs.br/bioetica/res19696.htm
emprego. OIT.
como norte para políticas de equidade em saúde. Cadernos de Saúde Pública, Rio de
LOPES, F. (2005). Para além das barreiras dos números. Desigualdades raciais e
directions and debates in theory and research. Social and Personality Psychology
Vozes.
Fontes.
del texto: la acción significtiva considerada como un texto (pp. 149-195). Buenos
AYRES, J. R. C. M., França Jr, I., Calazans, G. J., Saletti Filho, H. C. (2003). O
de um protocolo de pesquisa”
Paulo: Hucitec-Abrasco.
Tópicos abordados
etc);
línguas estrangeiras.
reflexões a respeito dos textos lidos faziam uma exposição juntamente com a
opiniões.
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Foi dada aos alunos a opção de escolher o formato do trabalho final, que pedia
Minha escolha foi artigo científico, já que não possuía experiência nesse tipo de texto.
Acredito que o trabalho final foi, definitivamente, um dos pontos fortes do curso, pois
deixado de lado, pois não há um método único que consiga abranger todas as
acomodações necessárias para que tal aluno tenha um desempenho eficaz. Este artigo,
segundo idioma é um dos obstáculos que esse aluno enfrenta durante sua vida escolar
vol.15, 2&3
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COPE, B.; KALANTZIS, M. (2000) Multiliteracies: literacy learning and the design
GIROUX, H. (2005a) Border Crossings. New York and London: Routledge, second
edition
KRESS, G., (2003) Literacy in the New Media Age. London and New York:
Routledge
KRESS, G. & VAN LEEUWEN, T. (1996) Reading Images, The Grammar of Visual
Language Teacher Education for a Global Society: a modular model for knowing,
analyzing, recognizing, doing, and seeing. New York and London: Routledge
14
Publishing
Ed Pontes
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Associados
SNYDER, I. (2008) The literacy wars: Why teaching children to read and write is a
Autêntica
SUÁREZ-OROZCO, M.M. (2007). Learning in the global era. Berkeley, Los Angeles
California Press.
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Tópicos abordados
a) Introdução à Semiótica;
c) Sintaxe narrativa;
d) Semântica narrativa;
e) Sintaxe discursiva;
f) Semântica discursiva.
participantes do curso.
estudadas.
que está sendo organizado por ela. O artigo será submetido no final de julho para
análise.
Bibliografia consultada
Barros, Diana Luz Pessoa de Barros. Teoria Semiótica do Texto. 5ed. São Paulo:
Ática, 2011.
Fiorin, José Luiz. Elementos de análise do discurso. 15 ed. São Paulo: Contexto,
2013.
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3. Atividades complementares
Laura Izarra, Profa. Esmeralda Vailati Negrão, Profa. Dra. Elizabeth Harkot De-La-
por histórico escolar e conhecimento de inglês e tem como objetivo a preparação para
Resumo:
uma segunda língua, sendo esse um dos sintomas de dislexia normalmente listados
por médicos e associações. Como acontece com qualquer doença ou distúrbio, busca-
tenha um perfil facilitado e que ajude na identificação do problema. Tais perfis geram
identidade desse aluno disléxico e sua relação com os estereótipos que encontra pelo
caminho, já que, ao buscar aprender uma segunda língua – neste caso, o inglês - ele se
modo como ele se vê, o que facilitará intervenções, acomodações e providenciará uma
Parte II
Projeto de pesquisa
portador de dislexia.
língua estrangeira.
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Introdução
Alemanha por volta de 1903, na França em 1906 e teve seu primeiro relato nos
criada em 1983 e tem como objetivo ser um ponto de encontro para troca de
informações. Tendo em vista, portanto, a época em que a dislexia começou a ser mais
estudada, pode-se dizer que as informações a seu respeito são relativamente recentes.
tem feito na tentativa de se criarem perfis para definir o disléxico, seu comportamento
e reação às mais diversas situações, o que leva diretamente à criação dos estereótipos
a operação que consiste em pensar o real por meio de uma representação cultural
interior da qual ela o classifica”. Seja em uma sala de aula ou no âmbito familiar ou
disléxico. Silvia Lane (1994, p.78-79), ao escrever sobre o processo grupal, lembra
que o grupo não é mais visto como dicotômico em relação ao indivíduo, “mas sim
como condição necessária para conhecer as determinações sociais que agem sobre o
indivíduo, bem como sua ação como sujeito histórico”, já que o grupo tem como
função definir papeis. O disléxico, como qualquer pessoa que é parte da sociedade,
não vive isolado e sua inclusão, seja em que grupo for, é essencial para que ele se
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do disléxico, o que nos leva ao outro lado da questão: é essencial que se consiga
dizem dele. Retomando Amossy (2005, p.145), “é a relação entre o “ethos prévio” (a
estratégias às quais o orador recorre para produzir uma impressão favorável de seu
projeto argumentativo. Como pode apagar os traços negativos que lhe são atribuídos e
toma um caminho diferente daquele dos mecanismos de produção de sentido, que leva
seu grupo; pais se sentem perdidos, sem saber o que fazer com as questões que afetam
acomodações para esses alunos; empresas não sabem como lidar ou mesmo se devem
Justificativa
aprendido bem recentemente. No Brasil ainda há uma luta por políticas públicas que
Famílias ainda lutam dia a dia na tentativa de entender o distúrbio e, assim, ajudar um
filho que tenha o problema; profissionais, a não ser que sejam da área da psicologia
alunos que não conseguem ler ou escrever corretamente, apesar dos inúmeros
esforços por parte do aprendiz, e não sabem que providências tomar. O disléxico pode
passar pela vida toda se esquivando, fugindo, fingindo que não tem o problema - e
Portanto, este trabalho se justifica na medida em que fará uma busca pelo
Objetivo
como o disléxico se define para, então, buscar descobrir a influência dos estereótipos
nessa construção.
pessoas e ações” (2013, p.130); também lembra que a “estereotipagem retrata modos
parte do ser humano e não podem ser anulados. Portanto, ao mesmo tempo em que
tenta entender o papel e a influência dos estereótipos, esta pesquisa busca também
levantar tanto seus aspectos positivos quanto os negativos - positivos quando o olhar
cotidiana” propiciada por eles; negativos quando o foco está na estereotipagem como
identidade em relação aos estereótipos. Sabendo que o homem é um ser social, vale
práticas sociais” (p.37, 2004). Na busca pela “instauração do vínculo social” que é
importante, portanto, que se busque a compreensão de como tal jogo acontece, quais
regras são aceitas e quais são deixadas de lado. Portanto, vale recorrer a Klinkenberg
(2008, 2010) e sua discussão a respeito do papel das normas endógenas na dinâmica
Perguntas de pesquisa
positivos ou negativos?
tentar escondê-la?
d) O disléxico relata ter se sentido pressionado por algum grupo por causa de
sua condição?
sim, qual/quais?
Pressupostos teóricos
Shaywitz nas duas últimas décadas que abordam causas e sintomas assim como as
inibidor que causa traumas profundos e pode colocar em risco o futuro da pessoa que
uma pessoa, sendo frequentemente descrita como uma incapacidade oculta” (2006,
Nosek (1997), cujo foco está na dislexia em adultos e contribui grandemente para que
este trabalho tenha uma visão completa das implicações da dislexia ao longo de uma
vida.
Descartes, Kant e o já mencionado Greimas (2014). Tais textos contribuirão para uma
Metodologia de pesquisa
portadores de dislexia que tenham estudado inglês fora da escola regular, realizadas
narrativo desenvolvido pelo respondentes das entrevistas. Feito isso, haverá elementos
entrevistados.
Finalmente, as informações desses dois recortes servirão como base para que
Bibliografia
Contexto, 2005.
Books, 1959.
GREIMAS, A.J. Sobre o sentido II: ensaios semióticos. 1. ed. São Paulo: Nankin:
Edusp, 2014.
percurso entre o sensório e a identidade narrativa. São Paulo, 2013, Tese de Livre-
Docência.
LEITE, L.B. As interações sociais na perspectiva Piagetiana. Série Idéias n.20. São
KURNOFF, S. The human side of dyslexia: 142 interviews with real people telling
real stories about their coping strategies with dyslexia – kindergaten through college.
Parte III
Cronograma de atividades
Parte IV
Esboço da dissertação
1. Justificativa
escola
Dislexia: questões em L1 e L2
que, por hora, basta. Como tem base genética, ela pode (ou não) trazer consigo outros
apresenta dificuldades para escrever, ler e soletrar, assim como para entender textos
escritos; pode apresentar troca de letras e sílabas, enfrenta problemas com tabuada e
colegas a sensação que se tem ao ler com dislexia. Decidiu, então, criar uma fonte que
totalmente diferente de uma pessoa sem o transtorno. A foto abaixo é um texto criado
por Daniel:
(Fonte: http://www.smh.com.au/technology/sci-tech/designer-daniel-britton-creates-font-to-show-what-its-like-to-
have-dyslexia-20150619-ghs5tn.html)
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would be like to read to read (sic) if you were dyslexic, it is designed to simulate the
feeling of reading with dyslexia by slowing down the reading time of the viewer
down to the speed of which someone with dyslexia would read". Em português: "esta
tipografia não foi feita para recriar o que seria ler se você fosse disléxico, ela foi feita
leitor ao nível da velocidade com a qual alguém com dislexia leria" (tradução nossa).
das palavras, por isso confundem letras com semelhança gráfica, o que já motivou a
língua materna e seu peso pode ser ainda maior na necessidade de se aprender uma
segunda língua. Se o aluno já se sente perdido ao ler um texto em sua própria língua,
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quando essa leitura acontece em outro idioma o problema é duplicado, tanto que a
transtorno.
Este trabalho olha para a dislexia dentro do contexto de ensino de inglês, pois
professora de inglês há mais de vinte anos, nunca tive treinamento sobre distúrbios de
aprendizagem, nunca fui alertada de que teria um aluno disléxico e, quando soube da
presença de algum, nada podia ou sabia fazer a respeito. No contexto geral de inglês
os professores de ambas instituições não estão preparados para lidar com a dislexia ou
aprendizado de inglês
Qual o papel da escola? Saviani diz que ela “existe, pois, para propiciar a
(ciência), bem como o próprio acesso aos rudimentos desse saber” (2013, p.14).
para que eles consigam acessar, de forma clara, prática e produtiva, o saber que
respeito de uma língua se ele não é treinado, habilitado, ensinado e/ou instruído
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de forma eficaz quanto ao seu uso? Vale também que se leve em consideração
cultura para entendê-la, fazendo com que o aluno acabe se entendendo melhor
Toohey (2004) defendem que, para o aluno, a prática da língua é uma prática que
que o cerca, de sua história e até mesmo das possibilidades futuras. “It is a
practice that constructs, and is constructed by, the ways language learners
desenvolvimento crítico, colocado por Monte Mor (2013) como uma das
língua demanda pensamento crítico por parte do aprendiz, mais uma razão pela
dislexia não terá a chance de desenvolver a criticidade devida para que o idioma
1
É uma prática que constrói, e é construída, pela maneira pela qual os alunos entendem a si
mesmos, seu contexto social, suas histórias e suas possbilidades para o futuro”.
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à escola encontrar estratégias para que o sofrimento emocional desse aluno, face
tarefas dentro do tempo: essas são apenas algumas das dificuldades que um
disléxico pode enfrentar desde o início de sua vida escolar. Claro que alguns as
diversos sintomas, enquanto outros apenas alguns dos citados. A dislexia pode
2
http://dislexia.pt/sinais-alerta
38
idioma, o que dizer do momento em esse mesmo aluno é obrigado a lidar com
dificuldades?
Saviani escreve: "vê-se, assim, que para existir a escola não basta a
do ensino de idiomas, mas sim da escola e do seu papel perante seu aluno.
Porém, o conceito é profundo quando se entende que é papel da escola, seja qual
para que o aluno domine o conteúdo ao qual é exposto, “tendo claro que é o fim a
p.17). Aqui o autor cita o movimento da Escola Nova que reprovava a escola
tradicional por esta ter deixado para trás os fins e transformado os conteúdos
transmitidos em algo mecânico e vazio de sentido. Por outro lado, Saviani critica
conteúdo como mecânica e todo mecanismo como anticriativo, assim como todo
Este trabalho não visa a tratar da crise entre o movimento Escola Nova e
olhe para o aluno portador de dislexia e que se analise como ele é acolhido na
for a linha escolhida para o ensino de inglês, que o aluno disléxico seja
que faz parte das cinco perspectivas globais citadas por ele, mas que não serão
aquilo que considera mais correto, eficaz e/ou útil dentro de sala de aula. Parece
óbvio, mas segundo Saviani, “e como é frequente acontecer com tudo o que é
fica preso àquilo que já foi previamente dado como melhor ou mais eficiente,
desejo por um método perfeito e que funcione o tempo todo, mas sua
redefinição, dando ao professor o poder de mudar. Ele cita Murray (2009, p.23):
“It is in this critical sense that the postmethod perspective goes beyond
disléxico. As dificuldades que enfrenta, seja por não ter sido oficialmente
das quais precisa para que aprenda com mais conforto e eficácia, trazem
ansiedades, medos e insegurança. O aluno evita situações nas quais terá que ler,
futuro.
3
“É nesse sentido crítico que a perspectiva do pós-método vai além do abandono da busca
pelo melhor método para uma redefinição fundamental do método em si, fortemente,
defendendo uma mudança em poder de teóricos para praticantes”.
4
Acomodações: estratégias que facilitem o aprendizado do disléxico, tais como tempo extra
para prova, formas variadas de avaliação, instruções passo a passo, entre outras.
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a nossa era é definida por esse fenômeno. Apontam também alguns dos seus
conceito de letramento crítico analisado por Monte Mor quando diz que “nos
abordada por uma perspectiva que a relaciona à linguagem como uma prática
social” (2013, p. 39). De modo geral, um dos aspectos dos letramento críticos
levantados por Luke e Freebody (1997, p. 213), e citados no texto de Monte Mor,
refere-se ao fato de que “ler e escrever são atividade sociais” (2013, p. 42) e que,
nesse caso, são ferramentas da compreensão de que somos “nós” e de quem são
“os outros”.
5
“cognitivamente flexíveis, culturalmente sofisticadas e capazes de trabalhar de modo
colaborativo em grupos formador por indivíduos diversos”
42
necessidades de aprendizagem não são atendidas, o que pode gerar alto estresse
será preterido no mundo globalizado. Sua inclusão nessa nova cultura será
adiada ou anulada, suas chances de aprender esse novo modo de pensar serão
língua inglesa, até que se prove o contrário ou haja uma mudança brusca no
por vários momentos em sua trajetória no que diz respeito a metodologias, ainda
aprendizado que envolva a sua língua nativa; quando um segundo idioma precisa
consideravelmente.
em vista que as metodologias não são capazes de prover ferramentas para tal,
fica nas mãos das instituições e de seus educadores o futuro desses alunos, que
do convívio social com indivíduos cuja cultura e experiência de vida podem ser
gerenciamento de sala de aula, mas sim a abrir um caminho para que, pelo
experiência da aprendizagem.
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2. Análise da entrevista-piloto
2.1. Perguntas:
2) Como você soube que tinha dislexia? Houve algum acontecimento que o/a fez
situação/atividade?
o/a veem/viam como aluno/a igual aos outros colegas? Por quê/ por quê não?
Eles sabiam da sua dislexia? Saber sobre a dislexia muda/mudou alguma coisa
A: Então só me fala uma coisa, Mateus. A sua idade, o que faz hoje, onde você mora,
estuda.
B: Eu atualmente tenho 20 anos. Nesse ano de 2015 completarei 21. Moro em Niterói,
A: Certo. Então vamos lá. Eu tenho algumas perguntas pra você e tudo...todas elas são
referentes à dislexia e o seu tempo de estudo e o tempo que você estudou. Então, pra
você, se eu te perguntar assim “o que é ser disléxico?, o que você tem para me dizer?
A: Então tá bom, Mateus. A gente vai retomar, a ligação caiu. Vou repetir a primeira
(01) B: Para mim, ser disléxico é como se fosse...não é uma falta de inteligência que
a pessoa tem e sim uma falta de alguma coisa...de algum mecanismo, de alguma
ligação quer faz com que a pessoa possa entender igual uma pessoa comum consegue
entender uma matéria, algo, entendeu? (Aham) Fora, fora... principalmente na leitura
também, quando o professor vai falar também. Pra mim, sempre foi isso de eu
perceber, entendeu...foi essa dificuldade, tipo o professor podia falar várias vezes a
mesma coisa também. Olhava para o professor, na cara dele, focando somente no que
ele tava falando mas aquilo não entrava, sabe? Faltava realmente alguma coisa
B: Sim.
(02) B: Bom, a aula de inglês foi...realmente...é o maior meio que trauma assim pra
mim pq eu lembro que eu comecei inglês desde pequeno, né, a minha mãe é
professora de inglês. Então, eu tinha xxxxxxx6 inglês em casa também. Só que com o
passar dos anos eu fui fazendo inglês só que eu não conseguia xxxxxxxxx...junção de
palavras, decorar muitas palavras em inglês, xxx a dicção exatamente, sempre foi uma
luta e acabou que um tempo na minha vida em que eu estudava com 16 anos fazendo
turma de inglês com pessoal de 12 anos. Então isso pra mim sempre foi uma
frustração...pô, eu não consigo avançar, entendeu? Então xxx, começou a vir terceiro
ano, final do ensino médio, eu fui meio que largando o inglês de lado, realmente pra
mim sempre foi complicado, sempre foi uma pedra no meu sapato o inglês.
(03) B: Ah, eu acho que sim pq eu, eu tomo remédio tarja preta, Ritalina, (Aham) e a
minha mãe sempre foi uma pessoa muito presente na minha vida, ela sempre me
xxxxx bastante, sempre me ajudou a estudar. Minha mãe sempre desde pequeno
estudava comigo, fazia resumo, sempre ficava no meu pé, então, sempre ia
razoavelmente bem nas provas, nos testes. Só que nessa parte do ensino médio minha
mãe começou a meio que me deixar a estudar sozinho, xxxx realmente que eu
precisava aprender (Sim). Depois disso, as notas só começaram a cair, minha mãe
começava a ver que realmente faltava alguma coisa. Ela via eu sentado, estudando,
do mesmo jeito que estudava com ela e não fluía. Depois a gente começou a fazer um
uns outros mecanismos e isso, nossa, pro meu aprendizado foi...mudou da água pro
6
xxxxx = inaudível
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B: Então, de novo, pensando nas suas aulas de inglês, você consegue lembrar de
(04) B: Eu acho que era mais na parte de...de conversação, que era a pior parte pra
mim.
B: Porque na parte de conversação, eu lembro que...você tem que, você tem que ter
pelo menos uma base de cada palavra em inglês. Pq a princípio eu lia, a pessoa falava,
eu aprendia ela, xxx nunca, não registrava, entendeu? (Certo) Então eu nunca
consegui ter um vocabulário correto pra fazer...para a prova eu sabia pq sempre tinha
um pouco no texto e ajudava a fazer a prova, mas conversação pra mim sempre foi o
pior porque sentia que faltava alguma coisa, sempre faltou alguma coisa.
(05) B: Eu te diria que eu me via como uma criança triste, né, eu sempre tive interesse
de aprender, sempre gostei de aprender. Para mim, aprender é magnífico, saber como
é que funciona, pra mim, até hoje adoro isso, adoro, só que pra mim, eu sempre
alguma coisa, sempre tinha uma coisa pra ser completada; sempre me senti uma
criança meio que vazia, sabe, de conhecimento. (Certo) Não por falta de esforço,
A: E sobre seus professores e colegas? Você acha que eles...como eles te viam? Eles
te viam como um igual? Como você achava que era o tratamento dos seus professores
(06) B: Desde pequeno os meus professores, eles sempre achavam que eu tinha algum
minha mãe fomos a milhões e milhões xxx exames de audição e de visão; as pessoas
falavam por causa da leitura eu trocava as palavras, eu pulava as linhas, muito, então,
pô, deve ter problema de visão. E quando falava comigo, eu não escutava, então tem
algum problema de visão. Fui aos médicos e nunca teve nada, nada, nada. Então, isso
era uma visão dos professores. E dos alunos, eu não sentia muita diferença não,
porque eu acho que uma vez como pequeno, a gente... xxxx disparidade, as crianças
que vão muito mal também, as que não estudam, aqueles que vão muito bem, eu
sempre fui uma criança mediana, 6,7, nunca fui um 8, 9, nem 4,3. Eu acho que sempre
me mantive na média xxxxxx meus colegas, ou pelo menos eles sentiam que tinha
A: Na aula de inglês, quando você fazia aulas de inglês, eles sabiam da sua dislexia
ou você teve dois momentos, de saber e não saber? Como foi a sua trajetória?
14 anos. Então eu passei uma boa parte da minha vida meio que sofrendo, e curso de
inglês, mais velho, né, voltei a fazer, xxx outras criancinhas, né, eu começava a tomar
remédio e já sabiam desse déficit meu, só que muitos professores, eles nunca, nunca
passavam a mão na cabeça, nunca me trataram como diferente, sabe? Muitas vezes
quando eu perguntava xxxxx tentavam sempre descobrir uma maneira mais fácil de
me falar, mas em função xxx nunca teve um tratamento tão diferente, entendeu?
A: Nem pro lado positivo, nem pro lado negativo? De modo nenhum te tratavam
diferente?
(08) B: Não, a única coisa que, que trataram diferente, assim, e foi até bom, foi no
vestibular. Para o vestibular eu tenho direito de fazer a prova separada, né, porque eu
preciso de uma concentração pra fazer uma prova, ainda mais no caso do ENEM, que
é uma prova mais cansativa, mais longa, eu preciso de um tempo maior, e prova,
49
também eu tenho uma hora a mais, eu preciso de mais concentração do que todo
A: Certo. Isso é legal. E, só para terminar, quando e como você soube que tinha
(09) B: Meu diagnóstico de fato foi quando, como eu disse, sempre fui em vários
médicos de visão, de audição, sabia que tinha problema, só que quando eu morava em
Belo Horizonte, eu tinha em torno de 13, 14 anos, tinha uma psicopedagoga, xxx de
colégio, que falou se eu tinha problema de visão, de audição, e não tinha dado, e ela
falou que estranho, o Mateus é um aluno meio disperso, com alguma dificuldade, e
não tem nenhum tipo de problema; daí ela falou que eu deveria ter alguma coisa
neurológica, entendeu? (Aham) Algo diferente e que não fosse somente visão e
audição pq realmente meus exames nunca davam nada. Ela sugeriu de fazer um
exame neurológico pra ver se encontrava algum tipo de problema, algum tipo de
déficit. Daí, acabou que a gente foi num neurologista, foi em outro médico e acabou
A: Certo. Sobre seu aprendizado de inglês - tem mais alguma coisa que você gostaria
(10) B: Huum, nao...uma coisa que eu queria dizer é o seguinte: que na escola de
inglês pra mim foi difícil. Só que agora, aqui em Niterói, eu moro com várias pessoas
estrangeiras, convivo com várias pessoas estrangeiras, então acabou que me forçando
a falar inglês. (Aham) Isso de me forçar a falar inglês, xxx que eu tenho que falar
muito a melhorar um pouco o meu vocabulário, a saber o que eu falo em inglês, como
50
é que eu falo, qual é a ordem, coisa que antigamente eu não tinha; esse poder aprender
livremente, né, coisa que está me facilitando mais também, fora que estou mais velho
A: Certo. Última coisa: quando você fazia, nas suas aulas de inglês, nos cursos, vocês
(11) B: Sim, sempre costumei avisar meus professores. Minha mãe também sempre
falar com os orientadores do colégio, falando que eu tinha problema, que também não
era para me tratar como um queridinho, sabe? (SEI) Mas xxx poderem me dar uma
(12) B: Eu acho que sim, pq, de certa forma, os professores me davam um pouco
mais de atenção na hora de explicar; ah, nao entendi isso aqui, ao invés de explicar da
mesma forma ou passar a matéria rápido, ele dava uma atenção ou, se na hora ele nao
2.3 Análise
disléxico x não ser disléxico. Porém, é útil que o olhar da análise avance um pouco
mais no que diz Mateus e busque que outras oposições essa primeira (e óbvia)
oposição cria. No caso do entrevistado, fica claro que a falta de algo é uma constante
menciona a ideia de "falta" doze vezes. Um sinônimo, "déficit", é usado duas vezes;
"(sempre) faltava/faltou alguma coisa"" é a expressão a que ele mais recorre, seguida
de "uma falta de alguma coisa". A palavra também aparece em uma frase negativa
pouquidade se mostra quando ele busca por outras maneiras de expressar o que sentia,
tais como "sempre tinha uma coisa a ser completada" e "sempre me senti uma criança
vazia".
falta é disfórica, enquanto a não falta é eufórica. Porém, a dislexia (falta de algo) se
torna eufórica e dois momentos: quando menciona que pôde ter mais tempo para
realizar as provas do vestibular e ENEM, o que, para ele, foi uma vantagem, e quando
mecanismos" para estudar, significando que o distúrbio, mesmo presente, pode ser
pelas dificuldades impostas pela dislexia e pelo TDA, que se traduzem como falta de
enfatizados.
pequeno e ter uma mãe professora (e ainda assim não saber inglês)
TEMA FIGURATIVIZAÇÃO
inglês
minha vida
vazia
hora de explicar
direitinho
Mateus é um sujeito que quer-fazer; uma criança que quer aprender, quer falar
inglês, quer entender seu professor, quer avançar, mas que é impedido pela falta de
poder como entre o querer e o saber. Pelo menos até o momento em que é
alcançar os valor desejados e resume isso quando diz "eu sempre tive interesse em
aprender, sempre gostei de aprender" "só que pra mim, eu sempre tentava aprender e
valor; ele quer falar inglês e pode fazê-lo. No presente, o poder fazer é ainda mais
acentuado e o sujeito atribui esse avanço a morar com pessoas que falam a língua, ser
problema, Mateus está em disjunção com seu objeto de valor (o aprendizado); depois
do diagnóstico, ele entra em conjunção com esse objeto. Para ele, não parece importar
que seu aprendizado não seja perfeito, pois entende suas limitações e as dificuldades
trazidas pela condição de disléxico. Contudo, o avanço que consegue ter é um grande
Esse sujeito disjunto quer e sabe o que deve fazer, mas não pode. Ele sabe que
seu problema não é falta de inteligência, mas reconhece que, para poder fazer o que
que lhe é pedido e exigido na escola, precisa de algo que não possui. Se sente
55
impotente por não poder fazer: "olhava para o professor, na cara dele, focando
somente no que ele tava falando, mas aquilo não entrava, sabe?".
de não pode fazer. Por causa deles, a existência modal do sujeito é transformada.
"...pro meu aprendizado foi...mudou da água pro vinho...o que antes era quase
impossível, muito difícil, hoje em dia, não vou dizer que é fácil, mas é bem mais fácil
de alcançar".
construção de uma imagem de si" e, para isso, o sujeito não precisa, necessariamente,
implícitas são suficientes para construir uma representação de sua pessoa". Portanto,
as marcas que o sujeito deixa em seu discurso são pistas que podem ser usadas na
análise de sua enunciação. "O sujeito da enunciação faz uma série de "escolhas", de
fala claramente de si mesmo, já que essa é a proposta - o ato de contar sua experiência
menos pessoais e menos conscientes, que também colaboram para a construção de sua
fala.
caso do Mateus, que fala em primeira pessoa, a estratégia mais usada é denominada
7
Debreagem enunciativa: refere-se ao "eu", "agora", "aqui". Debreagem enunciva: refere-se
ao "ele", "então", "lá".
56
perspectiva do disléxico, seu modo de enxergar e interpretar os fatos que vive e viveu
identidade.
57
discursiva da identidade do disléxico para que, com esse entendimento, haja um maior
esclarecimento sobre as necessidades desse aluno, o tipo de ajuda da qual ele precisa e
as estratégias mais eficazes para lidar com suas dificuldades. O modo como ele se
enxerga, a imagem que tem de si, pode ou não ser a mesma que o mundo tem dele,
analisadas.
diante do espelho ou quando, às vezes, revelo aquilo que acredito ser?". O autor
quanto o olhar do outro nos afeta. "A identidade é social ou coletiva? Questão difícil
de resolver, pois todo indivíduo é um ser social pelo fato de viver em sociedade"
constrói na tensão entre as narrativas que o sujeito faz de si, as que outros fazem dele
sobre si.
Quando Mateus diz que algo lhe falta, que falta "alguma ligação que faz com
que a pessoa possa entender igual uma pessoa comum consegue entender uma
matéria", ele se coloca como uma pessoa não comum. Sua dificuldade em entender o
coloca em uma posição de diferença em relação aos outros, fazendo parecer que, entre
os outros, não há dificuldades ou problemas. Ele fala como se fosse "ele" x "os
outros". Como parte de um grupo, Mateus filtra o entendimento que tem de si pelo
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sensação que se tem é que sua condição o colocava em posição oposta ao grupo, que
estava de um lado e era capaz de aprender enquanto ele era posto do outro lado por
mencionar novamente sua "falta de algo", consegue perceber que havia outras
"[...]as crianças que vão muito mal também, as que não estudam[...]", diz ele.
diferenças. Ao olhar para o outro, nos vemos como incompletos e uma força nos leva
em direção àquele que é diferente não porque exista o desejo de aceitá-lo, mas sim de
instância, estabelecer uma partilha, chegar a dividir algo comum, a fim de resolver
esse problema de diferença" (p.19). O que acontece, então, para que a atração se torne
rejeição? A diferença, que motivou a apreensão do outro, agora assusta, pois se torna
uma ameaça. Tudo o que o outro é intimida , já que ele pode ser superior, melhor, ter
mais qualidades, ter outros valores e tal possibilidade acua. "É como se fosse
insuportável aceitar que outros valores, outras normas, outros hábitos - senão os
(LIPPMAN, 2008), porém motivado pela rejeição e que será abordado mais adiante.
essa falta que ele se define. Sua identidade como aluno em seu percurso pelo inglês
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foi permeada pela sensação de que precisava adquirir algo, que ele sabia não ser
inteligência, que o inquietava, mas que era difícil de ser definido. Essa inquietação era
Para fechar este capítulo, Barden (2009) faz uma interessante ligação entre o
ato de ler e a identidade do disléxico. Segundo o autor, precisamos ler para que
possamos nos entender a nós mesmos e o mundo que nos cerca. Para ele, a identidade
é fator importante na educação, pois "seja qual for, molda ou é um aspecto de como
também a estas modalizações, é preciso haver um não poder fazer/ser (FIORIN, 1992,
p.57)". Neste caso, vergonha, frustração e tristeza estão interligados, já que todos são
necessárias para que tivesse êxito em seus estudos de inglês, que leva à segunda
menção a Fiorin feita por Mello ao apontar que "o autor explica que a vergonha pode
ocorrer também quando um sujeito não realiza uma performance, pois não possui as
Mateus, na verdade, queria; queria tanto que passou a ficar frustrado. Faltava a
ele, porém, o poder e o saber, dos quais é privado por estar em uma situação que não
compreende. Ele se esforça, tenta, faz aulas com a mãe, o que o ajuda, mas sozinho
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não avança8. O não saber que tem dislexia é um gerador de ansiedade na sua vida
escolar. Ele sabia que algo não estava certo e afirma que "faltava realmente alguma
inferioridade" e afirma que "a inferioridade pode referir-se à posição, valor e mérito,
impressão de que é insuficiente (falta), que fica clara quando ele menciona que
começou a aprender inglês desde cedo, já que sua mãe era professora e, ainda assim,
essa vantagem não parecia adiantar; ele ia bem nas provas quando a mãe o ajudava -
quando resolveu deixá-lo por conta própria, suas notas começaram a cair. Sentia-se
uma criança triste por não conseguir aprender. Sua posição é rebaixada quando se vê
obrigado a fazer aulas com crianças mais novas e refere-se a seus colegas de classe
como "criancinhas", que parece afetar sua dignidade como adolescente. Portanto, "na
o questionamento do valor do sujeito, aos seus próprios olhos e aos olhos dos outros"
(Rosa, 1998, p.201). A tristeza acompanha o não poder aprender. Para ele, "aprender
é magnífico, saber como é que funciona, pra mim, até hoje adoro isso [...]". Aprender
é um objeto de valor e não obter esse objeto gera tristeza na infância de Mateus:
brasileira (textos de ficção) como base, tocando no tema da punição. O fato de usar
textos ficcionais não tira a legitimidade de sua análise, que descreve com talento
8
Mateus afirma que começou a tomar medicação aos 14 anos, o que muda sua vida. Porém,
afirma que o ensino médio foi muito difícil, mostrando haver uma lacuna de informações na
entrevista.
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situações totalmente compatíveis com o dia a dia de uma escola e afirma que "sujeitos
diferentemente à punição" (p.57). Mateus não parece ter sido punido. Se foi, talvez
não tenha tido um impacto profundo, já que não pareceu importante para ele tratar do
assunto. Se sente vergonha, essa parece se originar de uma cobrança vinda dele
mesmo. Em sua narrativa, mostra que seus professores sempre se mostraram abertos e
toma para si os valores veiculados pela escola e pela sociedade (sucesso nos estudos),
Aprender uma segunda língua não é tarefa simples e mesmo aquele com ótima
inglês, língua obrigatória, exerce ainda mais pressão sobre seus aprendizes, que são
bombardeados com técnicas, métodos e estratégias para aprender mais e mais rápido.
Em sala de aula, o nível dos alunos pode variar imensamente e um aluno com
interpretam com mais facilidade. Seja qual for a situação, aprender uma segunda
Portanto, não é difícil imaginar a carga dupla de peso nos ombros de Mateus.
Como Mateus, o disléxico, consciente ou não de sua condição, em geral, vai passar
pelos contratempos pelos quais todos passam mais aqueles impostos pela dislexia.
*avançar
*estudar sozinho
* aprender
um disléxico. Todo aluno, ao olhar para trás, se lembrará de momentos em que não
aprendeu como gostaria ou poderia, fases de notas mais baixas, recuperação ou uma
disciplina com a qual vivia em luta. Contudo, no caso do disléxico, é essencial que se
lembre que todos esses momentos se duplicam: ele pode vivê-los enquanto estuda na
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sua língua materna e quando entra no mundo do segundo idioma - daí a gravidade.
entrevista concedida por Mateus. Rosa (1998, p. 202) entende que a performance
"contraria a expectativa do sujeito, pois ele fracassa em sua realização. Esse fracasso
traz à luz uma falha em sua competência, revelando o /não poder ser-fazer/". Essa
falha faz com que o sujeito fique exposto ao olhar do outro e o que esse olhar pode
língua, é um teste que "põe à prova a imagem do 'eu ideal' em que o sujeito
em inglês, entre outras coisas. Rosa (1998) afirma que o simples imaginar o fracasso
Estereótipos
negativa, que lembra preconceito, julgamento, precipitação. Não que não tenha
nenhum desses significados, mas o estereótipo pode ser mais que isso. Harkot-De-La-
Taille (2013, p.134) afirma que seu lado positivo é a "possibilidade de economia
muito interessante e necessária à vida cotidiana" e que seu lado negativo, obscuro,
Charaudeau (2015, p.19) alerta que "convém não desprezar os estereótipos; eles são
uma necessidade" pois "constituem, em primeiro lugar, uma proteção, uma arma de
também acredita que os estereótipos sejam de grande utilidade no estudo do que faz
interessar pelo assunto quando a dislexia bate à porta da sala de aula ou de casa e,
Rádio Nacional e publicada no site da Agência Brasil com o título "Crianças com
dislexia sofrem preconceito", enumera formas pelas quais muitas pessoas se referem
aos disléxicos e que ela considera preconceituosas. Olharemos para essas referências
como estereótipos:
Crianças disléxicas são preguiçosas. Ela não aprende porque não quer.
uma de suas páginas na internet há um artigo entitulado "Debunking the myths about
(tradução nossa):
aprendizagem.
não é inteligente.
Acomodações são como bengala e o aluno para quem elas são criadas fica
preguiçoso.
compensar.
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Não é possível que um professor faça acomodações para uma criança disléxica
frente ou invertidas.
operação que consiste em pensar o real por meio de uma representação cultural
acima, termo usado por Charaudeau (2015). Portanto, a análise dessa avaliação e
Parte V
1. Justificativa *9
Dislexia: questões em L1 e L2 *
2. Estereótipos *
5. Análise da entrevista 2
5.2. As emoções
5.3. (Parte dedicada a algo que não esteja presente nas outras entrevistas)
6. Análise da entrevista 3
6.2. As emoções
6.3. (Parte dedicada a algo que não esteja presente nas outras entrevistas)
7. Análise da entrevista 4
9
* Incluído no relatório
68
7.2. As emoções
7.3. (Parte dedicada a algo que não esteja presente nas outras entrevistas)
8. Análise da entrevista 5
8.2. As emoções
8.3. (Parte dedicada a algo que não esteja presente nas outras entrevistas)
Bibliografia:
BARDEN, O. From "Acting Reading" to Reading for Acting: a case study of the
transformational power of reading. Journal of Adolescent & Adult Literacy. Oxford,
UK, v. 53, n.4, p.293-302, 2009.
BARROS, D.L.P. Teoria Semiótica do texto. 5 ed. São Paulo: Ática, 2011.
GOFFMAN, E. The Presentation of Self in Everyday Life. Nova Iorque: Anchor Books,
1959.
LUKE, A., FREEBODY, P. Shaping the social practices of reading in Monte Mor,
W. Crítica e letramentos críticos: reflexões preliminares in ROCHA, C. H. e
MACIEL, F. R. (orgs) Língua Estrangeira e Formação Cidadã: por entre discursos e
práticas. Campinas: Ed. Pontes, 2013.