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Sociedade Romana
A sociedade romana baseava-se numa sociedade desigual, com pouca mobilidade
social, constituída por várias classes sociais como:
Patrícios, povos latinos que formavam a elite social e ocupavam os principais cargos
políticos que, durante muito tempo, pertenceram exclusivamente aos mesmos. Sendo
assim, os patrícios, por tradição, possuíam grande parte das propriedades da Roma
Antiga, destacando se pelo seu controle político e económico.
Plebeus, que denominavam a parcela da população que não tinha ascendência social,
ao contrário dos patrícios eram pequenos proprietários de terra e ocupavam atividades
como artesanato e o comercio.
Clientes, que embora sendo cidadãos livres, estavam dependentes dos patrícios onde
recebiam apoio económico e jurídico em troca da participação em trabalhos e
questões militares. Era na maioria formada por refugiados e estrangeiros.
Escravos, que, em grande maioria, eram constituídos por presos de guerra que eram
vendidos como mercadoria para patrícios e plebeus. O seu trabalho não era
remunerado e apenas recebiam roupa e alimentos.
Libertos, ex-escravos que obtinham a liberdade dependendo da decisão dos seus
proprietários através da rejeição ou da concessão da liberdade.
2. Presença do Direito da Mulher na Sociedade Romana
“A acessibilidade das mulheres à educação não era como a dos homens, pois ainda se
perpetuava a noção de que não tinha a mesma capacidade do que o homem, é um facto que
houve muitas mulheres instruídas em Roma” Sulpicia, poetisa romana.
Na Roma republicana não existia a igualdade de género. Para as mulheres o destino era a
virgindade em solteiras e a fidelidade em casadas. A moral publica continua a privilegiar o
casamento único e a esposa casta e pudica. A entrega a um só parceiro sexual é uma virtude
tipicamente feminina.
Desde o início da humanidade, o homem aplicou a sua força física para influenciar as relações
sociais. As mulheres ficaram sob o domínio de homens, e os espaços públicos relativos ao
comércio, às empresas, à política e às ciências foram dominados quase que exclusivamente
por eles até o século XX.
Já não é o conceito de patria potestas do paterfamilias (poder do homem encarregue da sua
família) que explica a origem e a unidade do grupo de pessoas como família nos dias de hoje.
As normas especificas criadas pelo legislador para a família romana, centrada na casa onde a
família cumpre os seus rituais sob a batuta do homem mais velho, ascendente comum a todos
não serve para os nossos dias. Inscrevem-se na nossa cultura jurídica e explicam hábitos e
rituais que permaneceram, mas não podem ser impostos como dogmas jurídicos, regras para
aplicar no presente. O paterfamilias não tinha um poder ilimitado e tendencialmente eterno
sobre os membros da família, nomeadamente as mulheres. Havia desde logo as limitações do
ius sacrum que declaravam o paterfamilas que violasse os seus poderes-deveres, como sacer,
logo sujeito á vingança divina e, assim, á morte. Logo, o paterfamilias tinha um poder que foi
sendo juridicamente construído ao longo da história do ius Romanum como um dever
relativamente às pessoas que a ele estavam sujeitas e exercido no interesse delas.
A crescente liberdade das mulheres e a sua marca no direito da família está, no entanto, bem
patente na generalização do divorcio entre as famílias de estratos mais altos, a atenuação do
vínculo entre o adultério da mulher e a honra do marido e o recasamento. À propaganda
imperial em torno da imagem da esposa/mulher do imperador (Lívia) modelo de virtudes
femininas de acordo com os mores maiorum, opõe-se o comportamento da filha de Augusto,
Júlia, independente da tutela masculina e com costumes de “libertação sexual”. Apesar do
entusiasmo de Horácio quanto aos efeitos destas leis julianas na reforma moral de Roma pelo
regresso às normas da “família antiga”, parece que tudo ficou basicamente na mesma ou pior,
revelando a incapacidade da lei para mudar o homem ou aprisionar o tempo.
Segundo Pedro Múrias em “Bonus Pater Familias”, ao contrario dos pater, as mulheres não
tinham capacidade jurídica, não podiam celebrar por si contratos validos nem tinham, por via
de regra, propriedade sua.
Já o casamento, era visto como um dever cívico na República, uma necessidade ordenadora da
comunidade humana a viver em sociedades organizadas.
Para além disso, equipara o direito das mulheres com os dos escravos, escravos estes
considerados “não nascidos” e sem direitos, fazendo assim da mulher uma propriedade, um
objeto de direitos. “A pessoa jurídica por excelência não era o indivíduo, mas o pater, que
mantinha sob seu poder e proteção filhos, mulheres, clientes e escravos.”
4. Sociedade Visigoda
Apesar de reduzido, o estatuto da Mulher que já tinha sido alcançado em Roma, deixa de
existir no Direito Visigodo.
O Título terceiro leva a designação “sobre o rapto de virgens ou viúvas”, em que denota por
exemplo o facto de um homem livre que rapta pela força uma mulher livre, não lhe é
permitido casar com ela, se for virgem, o que mostra novamente a imagem absurda da mulher
da época que é quase tratada como um objeto.
O livro quarto da Lex Visigothorum Recesvintiana leva a designação de “Da linhagem natural”,
sendo composto por seis Títulos.
No Título quarto retrata o divórcio e a separação de poderes, em via de regra proibido, em que
mostra mais uma vez a desigualdade na situação jurídica dos homens e das mulheres.
ABSTRACT: Throughout the evolution of the human race, the role of women and their rights
have been changing, passing through Roman and Visigoth law. An analysis is therefore made of
the influence and role of women in the areas of Family Law and Succession Law. Likewise, the
purpose of this work is to point out the differences that existed between those periods and the
present day, since women's rights have been increasingly debated and supported.
Bibliografia
Campos, Adriana Pereira
Almeida, Elisete S. de
A Adoção Romana: Adrogatio e Adoptio. Algumas notas delineadoras, desde a lei das
XII tábuas até ao Corpus Iuris Civilis
Justo, A. Santos