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Eliseu António

Marcelina Vasco
Moisés Junqueiro
Noémia Bernardo
Teresa Vânia Justino Cossa
Zaida Orlando António

TEMA: ASPECTOS METODOLÓGICOS DE UMA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA


Curso: FARMACIA 1
CADEIRA: MIC

INSTITUTO POLITÉCNICO ISLÂMICO DE MOÇAMBIQUE

Quelimane 21 de Março
2019

Pá gina 2
Aspectos metodológicos de uma investigação científica

Eliseu António
Marcelina Vasco
Moisés Junqueiro
Noémia Bernardo
Teresa Vânia Justino Cossa
Zaida Orlando António

TEMA: ASPECTOS METODOLÓGICOS DE UMA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA


Curso: FARMACIA 1

Trabalho de carácter avaliativo


a ser entregue na cadeira de MIC
leccionado pelo dr. Felex Mugaua

Quelimane Março 2019

Pá gina 3
Aspectos metodológicos de uma investigação científica

Índice
1. Introdução...................................................................................................................................1

2. Aspectos metodológicos de uma investigação científica...........................................................2

2.1. Classificação quanto aos objectivos da pesquisa....................................................................2

2.2. Classificações quanto à natureza da pesquisa.........................................................................3

2.3. Classificações quanto à escolha do objecto de estudo............................................................4

3. Quando nos referimos as técnicas de pesquisa os estudos podem seguir a seguinte categorias 5

3.1. Classificação quanto à técnica de colecta de dados................................................................5

3.2. Classificação quanto a técnicas de análise de dados...............................................................7

3.3. Investigação em saúde sexual e reprodutiva envolvendo adolescentes...................................8

3.4. Problemas................................................................................................................................9

3.5. Barreiras à saúde reprodutiva de adolescentes......................................................................10

3.6. Estratégias.............................................................................................................................11

4. Aspectos legais e éticos em saúde sexual e reprodutiva com sentimento informado..............11

4.1. Aspectos éticos de gestão de dado e procedimentos estatísticos em investigação................13

5. Conclusão.................................................................................................................................14

6. Bibliografia...............................................................................................................................15

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1. Introdução

A investigação no terreno e especificamente aquelas que implicam estudos de caso


construtivistas têm como finalidade a melhoria e a mudança da realidade social. Por isso, são
investigações que exigem algum tempo, para recolha de dados e tornam-se demoradas porque a
produção de mudanças necessita, habitualmente, de períodos de intervenção mais ou menos
longos. Acresce o facto de que um estudo em profundidade implica um tempo prolongado e a
presença suficiente do investigador na realidade social. Por estas razões, este trabalho
corresponde a um período de cinco anos lectivos de pesquisa (embora a intervenção na
instituição ainda se mantenha). Assim, antes de proceder à descrição da recolha de dados
apresenta-se, em esquema, como decorreu o processo de intervenção (investigação, formação e
acção) desenvolvido ao longo do tempo.

Acresce, porém, referir que foram igualmente importantes, para toda a pesquisa e intervenção, a
utilização de outras técnicas de recolha de dados como o portfólio de investigação (notas de
campo, registos escritos, produções de natureza reflexiva, documentos oficiais da instituição,
evidencias significativas como fotografias e filmes e produções de natureza reflexiva) e os
dossiers de estágio das estagiárias, que testemunham por escrito e mostram por outros meios as
transformações que se foram operando em todas as dimensões curriculares integradas e, no
geral, em toda instituição e seus intervenientes.

Durante muito tempo o homem iniciou uma jornada em busca do conhecimento para procurar
possíveis respostas para questões relativas problemas do seu dia-a-dia. Algumas destas respostas
eram, muitas vezes, explicadas de forma mística à medida que utilizavam a mitologia para
explicá-las.

Quando o homem passou a questionar estas respostas e a buscar explicações mais aceitáveis, por
meio da razão, excluindo suas emoções e suas crenças religiosas, passou-se a obter respostas
mais realistas, se aproximavam mais da realidade das pessoas e por isto, talvez, passaram a ser
mais bem aceitas pela sociedade. Pode-se dizer que essa nova forma de pensar do homem foi
quebrou a possibilidade do surgimento da ideia de ciência e que sua tentativa de explicar os
fenómenos, por meio da razão, foi o primeiro passo para se fazer ciência.

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Aspectos metodológicos de uma investigação científica

2. Aspectos metodológicos de uma investigação científica

Com relação com as escolhas metodológicas podem ser utilizadas as seguintes categorias:

2.1. Classificação quanto aos objectivos da pesquisa

Para Castro (1976), genericamente, as pesquisas científicas podem ser classificadas em três
tipos: exploratória, descritiva e explicativa. Cada uma trata problema de maneira diferente.

a) Pesquisa exploratória

Segundo Selltizetal. (1965), Enquadram-se na categoria dos estudos exploratórios todos aqueles
que buscam descobrir ideias e intuições, na tentativa de adquirir maior familiaridade como
fenómeno pesquisado. Nem sempre há necessidade de formulação de hipóteses nesses estudos.

Para Zikmund (2000), os estudos exploratórios, geralmente, são úteis para diagnosticar
situações, explorar alternativas ou descobrir novas ideias. Esses trabalhos são conduzidos
durante o estágio inicial de um processo de pesquisa mais amplo, em que se procura esclarecer
e definir a natureza de um problema e gerar mais informações que possam ser adquiridas para a
realização de futuras pesquisas conclusivas.

b) Pesquisa descritiva

Segundo Gil (1999), as pesquisas descritivas têm como finalidade principal a descrição das
características de determinada população ou fenómeno, ou o estabelecimento de relações entre
variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas
características mais significativas a parece na utilização de técnicas padronizadas de colecta de
dados.

A elaboração das questões de pesquisa exige um profundo conhecimento do problema a ser


pesquisados O pesquisador precisa saber exactamente o que pretende com a pesquisa, ou seja,
quem (ou o que) deseja medir, quando e onde o fará, como o fará e por que deverá fazê-lo”
(MATTAR, 2001).

c) Pesquisa explicativa

Segundo Gil (1999), a pesquisa explicativa tem como objectivo básico a identificação dos
factores que determinam ou que contribuem para a ocorrência de um fenómeno. É o tipo de
pesquisa que mais a profunda o conhecimento da realidade, pois tenta explicar a razão e as
relações de causa e efeito dos fenómenos.

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Aspectos metodológicos de uma investigação científica

2.2. Classificações quanto à natureza da pesquisa

As pesquisas científicas podem ser classificadas, quanto à natureza, em dois tipos básicos:
qualitativa e quantitativa e um misto dos dois tipos.

a) Pesquisa qualitativa

A pesquisa qualitativa é entendida, por alguns autores, como uma “expressão genérica”.Isso
significa, por um lado, que ela compreende actividades ou investigação que podem ser
denominadas específicas. A pesquisa qualitativa ou naturalista, envolve a obtenção de dados
descritivos, obtidos no contacto directo do pesquisador com a situação estudada, enfatizamais o
processado que o produtores preocupa em retratar a perspectivados participantes (Bogdan e
Biklen, 2003).

b) Pesquisa quantitativa

A pesquisa quantitativa é caracterizada pelo emprego da quantificação, tanto nas modalidades


de colecta de informações quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas,
(Richardson, 1999).

Para Mattar (2001), a pesquisa quantitativa busca a validação das hipóteses mediante a
utilização de dados estruturados, estatísticos, com análise de um grande número de casos
representativos, recomendando um curso final da acção. Vós quantificais da dose generaliza os
resultados da amostra para os interessados.

c) Pesquisa qualitativa-quantitativa

Nesse sentido, dentro das ciências sociais e, por influência da perspectiva positivista, a tradição
quantitativa condenava a pesquisa qualitativa como sendo impressionista, não objectiva e não
científica, já que não permite mensurações, supostamente objectivas, (MOREIRA, 2002).

De acordo com Demo (2002,), a ciência prefere o tratamento quantitativo porque ele é mais
apto aos aperfeiçoamentos formais: a quantidade pode ser testada, verificada, experimentada,
mensurada.

Parece haver um consenso, pois, quanto à ideia de que as abordagens qualitativas e


quantitativas devem ser encaradas como complementares, em vez de mutuamente concorrentes
(MALHOTRA, 2001; LAVILLE e DIONNE, 1999).

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2.3. Classificações quanto à escolha do objecto de estudo

Quanto à escolha do objecto de estudo, as pesquisa podem ser classificadas em: estudo de caso
único, estudo de casos múltiplos, estudos censitários ou estudos por amostragem. As
amostragens se dividem em dois tipos: probabilística e não- probabilística.

a) Estudo de caso único

Um estudo de caso único é uma investigação empírica que investiga um fenómeno


contemporâneo dentro do seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o
fenómeno e o contexto não estão claramente definidos”(YIN,2001).

b) Estudo de casos múltiplos

Segundo Yin (2001), o estudo de caso pode ser restrito a uma ou a várias unidades,
caracterizando-o como único ou múltiplo. Tais unidades poderão ser definidas como
indivíduos, organizações, processos, programas, bairros, instituições, comunidades, bairros,
países e, até mesmo, eventos. O passo inicial para organizar um estudo de multi casos é a
definição da teoria ou a caracterização do problema. Depois, parte-se para a apresentação dos
casos seleccionados e para definições dos indicadores de análise.

c) Estudos censitários

Um censo é uma contagem de todos os elementos de uma população e ou uma determinação de


suas características baseada na informação obtida com cada um dos elementos. Geralmente, é
muito menos dispendioso, em termos de esforço, tempo e dinheiro, conseguira informação
desejada de alguns membros da população do que obtê-la de todos. Quando são seleccionados
alguns elementos como objectivo de descobrir algo sobre a população daquele eles pertencem,
denomina-se esse grupo de elementos de amostra (SELLTIZ etal., 1965).

d) Estudo por amostragem

Segundo Malhotra (2001), para populações infinitas, ou em contextos de constante mudança, o


estudo estatístico pode ser realizado com a colecta de parte de uma população (amostragem),
denominada amostra. Amostra é um subgrupo de uma população, constituído de unidades de
observação e que deve ter as mesmas características da população, seleccionadas para
participação no estudo. O tamanho da amostra a ser retirada da população é aquele que
minimiza os custos de amostragem e pode ser com ou sem reposição.

De acordo com Mattar (2001), existe enorme variedade de tipos de amostra e de planos de
amostragem. No entanto, é necessário estabelecer uma diferenciação fundamental entre

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Aspectos metodológicos de uma investigação científica

amostragens probabilísticas “é um tipo de amostragem em que cada elemento da população


pode ser seleccionado para compor a amostra e tem uma chance conhecida e diferente de zero”e
não probabilísticas “um tipo de amostragem em que existe uma dependência, pelo menos em
parte, do julgamento do pesquisador ou do entrevistador de campo para a selecção dos
elementos da população para compor a amostra”.

3. Quando nos referimos as técnicas de pesquisa os estudos podem seguir a seguinte


categorias

3.1. Classificação quanto à técnica de colecta de dados

As técnicas de colecta de dados são um conjunto de regras ou processos utilizados por uma
ciência, ou seja, corresponde à parte praticada colecta de dados (LAKATOS&MARCONI,
2001).

Durante a colecta de dados, diferentes técnicas podem ser empregadas, sendo mais utilizados: a
entrevista, o questionário, a observação e a pesquisa documental.

a) Entrevista

Segundo Cervo & Bervian (2002), a entrevista é uma das principais técnicas de colectas de
dados pode ser definida como conversa realizada face a face pelo pesquisador junto ao
entrevistado, seguindo um método para se obter informações sobre determinado assunto.

b) Questionário

Segundo Cervo e Bervian (2002), o questionário refere-se a um meio de obter respostas às


questões por uma fórmula que o próprio informante preenche. Ele pode conter perguntas abertas
ou fechadas. O questionário, tem vantagem porque permite alcançar um maior número de
pessoas, é mais económico, a padronização das questões possibilita uma interpretação mais
uniforme dos respondentes, o que facilita a compilação e comparação das respostas escolhidas,
além de assegurar o anonimato ao interrogado.

c) Observação

Segundo Cervo & Bervian (2002), observar é aplicar atentamente os sentidos físicos a um
amplo objecto, para dele adquirir um conhecimento claro e preciso. Para esses autores, a
observação é vital para o estudo da realidade e de suas leis.

A observação também é considerada uma colecta de dados para conseguir informações sob
determinados aspectos da realidade. (MARCONI & LAKATOS,1996). A observação também
obriga o pesquisador a ter um contacto mais directo com a realidade.
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d) Pesquisa documental

A pesquisa documental, segundo Gil (1999), é muito semelhante à pesquisa bibliográfica. A


diferença essencial entre ambas está na natureza das fontes: enquanto a bibliográfica se utiliza
fundamentalmente das contribuições de diversos autores, a documental vale-se de materiais
que não receberam, ainda, um tratamento analítico, podendo ser reelaboradas de acordo como
objecto da pesquisa.

e) Pesquisa bibliográfica

A pesquisa bibliográfica, considerada uma fonte de colecta de dados secundária, pode ser
definida como: contribuições culturais ou científicas realizadas no passado sobre um
determinado assunto, tema ou problemas possa ser estudado (LAKATOS e MARCONI,
2001;CERVOeBERVIAN,2002).

Em suma, todo trabalho científico, toda pesquisa, deve ter o apoio e o embalamento na pesquisa
bibliográfica, para que não se desperdice tempo com um problema que já foi solucionado e
possa chegar a conclusões inovadoras (LAKATOS e MARCONI, 2001).

f) Triangulação na colecta de dados

Segundo Yin (2001), a triangulação fundamenta-se na lógica de se utilizar várias fontes de


evidências. Utilização de várias fontes na colecta de dados é uma necessidade e, ao mesmo
tempo, um ponto forte muito importante para estudos de caso, principalmente.

g) Pesquisa-acção

A pesquisa-acção é utilizada para identificar problemas relevantes dentro da situação


investigada, definir um programa de acção para ar e solução a acompanhamento dos resultados
obtidos.

h) Experimento

De acordo com Gil (1999), o experimento é considerado o melhor exemplo de pesquisa


científica. Para autora pesquisa experimental consiste na determinação de um objecto de estudo,
nas eleição das variáveis capazes de influenciá-lo e na definição das normas de controle e de
observação dos efeitos que a variável produz no objecto.

Seguindo a classificação de Campbelle Stanley (1979) os delineamentos de pesquisa podem ser


divididos segundo três classes:

 Delineamentos experimentais;

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Aspectos metodológicos de uma investigação científica

 Delineamentos quase-experimentais;
 Delineamentos não experimentais.

3.2. Classificação quanto a técnicas de análise de dados

A análise dos dados é uma das fases mais importantes da pesquisa, pois, a partir dela, é que
serão apresentados os resultados e a conclusão da pesquisa, conclusão essa que poderá ser final
ou apenas parcial, deixando margem para pesquisas posteriores (MARCONI& LAKATOS,
1996).

a) Análise de conteúdo

A análise de conteúdo é um conjunto de técnicas de análise das comunicações (BARDIN,1977)


que tem por objectivo enriquecera leitura e ultrapassar as incertezas, extraindo conteúdos por
trás da mensagem analisada.

Segundo Trivinõs (1987),“ a análise de conteúdo é um método que pode ser aplicado tanto na
pesquisa quantitativa, como na investigação qualitativa.

b) Estatística descritiva uni variada

As técnicas uni variadas, segundo Malhotra (2001), são utilizadas quando há uma única medida
década elemento na amostra ou quando, havendo várias medidas de cada elemento, cada
variável é estuda da isoladamente.

Segundo Mattar (2001), os métodos descritivos têm o objectivo de proporcionar informações


sumarizadas dos dados contidos no total de elementos da amostra estudada. As estatísticas
descritivas utilizam as medidas de posição, que servem para caracterizar o que é“ típico”no
grupo e de dispersão, que servem para medir como os elementos estão distribuídos no grupo.

c) Estatística multivariada

A estatística multivariada pode ser definida como um conjunto de métodos estatísticos


utilizados em situações nas quais diversas variáveis são medidas simultaneamente, em cada
elemento amostral, (MINGOTI,2005).

É somente por meio de técnicas multivariadas que essas múltiplas relações podem ser
adequadamente examinadas para se obter uma compreensão mais completa e realista na tomada
de decisões (HAIRJr. etal., 2005).

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Aspectos metodológicos de uma investigação científica

Segundo Creswell (2003), a técnica de triangulação pode ser usada para validar os dados por
meio da comparação entre fontes de dados distintas, examinando-se a evidenciados da
desusando-os para construir uma justificativa para os temas.

3.3. Investigação em saúde sexual e reprodutiva envolvendo adolescentes

A Adolescência é uma fase da vida que tem características próprias, marcada pela passagem da
infância para a idade adulta, com mudanças físicas, cognitivas e emocionais, inclusive no campo da
sexualidade, vivenciada de formas diferenciadas por cada sujeito, em cada sociedade, num
determinado tempo histórico (OZELLA, 2002; HEILBORN, 2006; BRASIL, 2010).

Na adolescência, a sexualidade se relaciona a um campo de descobertas experiências que implicam a


toma da de decisões, requerendo responsabilidade e o exercício da autonomia.

Portanto, é necessário promoveres paços de diálogo, com escutados sentimentos, desejos e dúvidas,
propiciar informações claras, construção de conhecimentos e acções de promoção de saúde sexual e
reprodutiva.

A saúde sexual é definida como a habilidade de mulheres e homens para desfrutar e expressar suas
sexualidade, sem risco de doenças sexualmente transmissíveis, gestações não desejadas, coerção, violência e
discriminação, propiciando a vivência da sexualidade humana de forma positiva, informada, agradável e
segura, baseada na auto estima e no respeito mútuo nas relações sexuais.

Contudo, a inclusão de adolescentes e jovens nas políticas de saúde exigiu novo olhar sobre esses
sujeitos, uma compreensão ampliada do contexto sócio- histórico em que estão inseridos e das
especificidades dessa fase de desenvolvimento.

O adolescente deve ser percebido como um sujeito social inserido numa sociedade e num
determinado tempo histórico, o que o torna singular, conforme o sentido que lhe é atribuído no
interior do grupo onde vive. Sob essa perspectiva, pode-se falarem adolescências, pois, embora
ocorram fenómenos universais, como a puberdade, amadurecimento s e x u a l e reprodutor,
simultaneamente, ocorre um processo pessoal de passagem da infância para a vida adulta e a
constituição da identidade, num determinado tempo histórico e inserido numa cultura queira lhe
atribuir sentido (OZELLA,2002; DAYRELL,2007).

Importância da saúde reprodutiva de adolescentes passou a ser cada vez mais reconhecida,
particularmente em países em desenvolvimento, onde vivem quatro em cada cinco jovens de
todo o mundo e onde mais da metade da população tem menos de 25anos.

Estes jovens homens e mulheres são, ou serão, os pais da próxima geração. Devem receber
todas as oportunidades para desenvolver seu potencial como indivíduos sadios, para aprender

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como planejar e criar filhos saudáveis, e para evitar os perigos - para si próprios e para a
sociedade – de ter filhos muito jovens e muito frequentemente. Garantir isto é um desafio cuja
magnitude é realçada pelo fato que, em 1990, existirão cerca de um bilhão de jovens entre 15 e
24 anos nos países em desenvolvimento.

Como os adolescentes são menos vulneráveis a doenças do que as crianças pequenas ou os


velhos, problemas de saúde específicos desta faixa etária receberam pouco destaque até agora.
Além disto, em sociedades onde as jovens, em particular, tradicionalmente casavam-se muito
cedo, a adolescência era encarada apenas como um breve interlúdio entre a puberdade e o
casamento. Entretanto, à medida que a idade média da menarca diminuiu e há uma tendência
crescente para casamentos mais tardios, este período aumentou, e as atitudes tradicionais
começaram a mudar. Ao mesmo tempo, a influência da família declinou, a urbanização e a
migração tornaram-se mais comuns, e os jovens estão cada vez mais expostos ao turismo e aos
meios de comunicação de massa factores que contribuem para importantes alterações nos
comportamentos sociais e sexuais.

Altas taxas de mortalidade e mortalidade sempre estiveram associadas à gestação e parto em


jovens na puberdade e adolescência. Este problema está actualmente agravado pelo dramático
aumento no número de gestações, tanto desejadas quanto indesejadas, em adolescentes, que
também estão tendo mais abortos e contraindo com mais frequência doenças sexualmente

Transmissíveis. Também parece haver um aumento no número de crianças filhos de mães


adolescentes que são abandonados e vítimas de violência.

Enquanto se permitir que estes problemas persistam, a sociedade perderá grande parte da
energia, criatividade e idealismo da juventude. Entretanto, os problemas são preveníveis, e os
esforços para eliminá-los devem envolver os próprios jovens, contribuindo em modos que sejam
apropriados às suas culturas particulares. A importância da saúde em adolescentes foi
formalmente reconhecida por várias organizações internacionais. Uma resolução enfatizando a
necessidade de maturidade antes da paternidade foi adoptada pela Assembleia Mundial de
Saúde. O Levantamento Mundial sobre Fertilidade observou uma relação inversa entre
fertilidade e nível educacional das mulheres: mulheres sem educação formal têm, em média, o
dobrado número de filhos do que aquelas com sete ou mais anos de escolaridade.

3.4. Problemas

Entre os principais problemas de saúde reprodutiva de adolescentes, encontram-se aqueles


resultantes do casamento precoce de jovens, costume tradicional que ainda prevalece em muitas
partes do mundo em desenvolvimento, especialmente na zona rural. Apesar de legislação

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visando eliminar essa prática, muitas jovens casam-se logo após a puberdade, e espera-se que
comecem a ter filhos quase imediatamente.

Embora em geral uma adolescente tenha filhos e os eduque no contexto de uma família extensa,
os riscos de doença, lesão e morte para ela e seus filhos são muito maiores do que os de uma
mulher madura, entre 20 e 30 anos. A probabilidade do desenvolvimento de anemia durante a
gravidez e de retardo no crescimento fetal, parto prematuro e complicações obstétricas são todas
significativamente maiores para a mãe adolescente, bem como o risco de óbito durante a
gestação ou o parto. A educação formal das meninas geralmente termina com o casamento, e a
partir de então seu estado social poderá depender apenas da sua fecundidade. Uma adolescente
que revela infértil (ou cujo marido é infértil) corre o risco de ser rejeitada tanto pelo marido
quanto pela família, perdendo assim o pouco estado que tem.

Problemas similares de maternidade precoce são encontrados em algumas sociedades, como em


alguns países, nos quais a gravidez e maternidade de adolescentes solteiras é comum, vista
como um meio de aumentar o estados, demonstrar a fecundidade e atrair um novo parceiro para
sustentar cada nova criança. O segundo principal conjunto de problemas de saúde reprodutiva
na adolescência resulta das profundas mudanças soco económicas ocorrendo na maioria dos
países sem desenvolvimento.

3.5. Barreiras à saúde reprodutiva de adolescentes

Das principais barreiras à promoção de uma boa saúde reprodutiva de adolescentes estão uma
disseminada falta de políticas e programas eficazes e a falha em envolver jovens em qualquer
actividade promocional existente.

Frequentemente, não há uma política coerente para aprovação e manutenção da saúde


reprodutiva em adolescentes, ou apolítica existente é inadequada para responder às necessidades
actuais e futuras. A população em geral e mesmo pessoas-chave na tomada de decisões podem
não estar conscientes da necessidade de acções harmónicas, e esta incerteza pode ser agravada
pela delicadeza do assunto. Os próprios jovens não têm informações e orientação, tanto no lar
quanto na escola. Podem mesmo existir obstáculos concretos, sob a forma de legislação ou
política já existentes, ao fornecimento de educação sexual e serviços de contracepção,
especialmente para adolescentes solteiras.

Educadores, fornecedores de serviços sociais e de saúde, líderes religiosos e de jovens, e pais -


todos aqueles que, na realidade, influenciam o comportamento de adolescentes frequentemente
não têm consciência ou sensibilidade quanto aos problemas de jovens. Seja devido à falta de
treinamento, informações erróneas ou simplesmente constrangimento em discutir assuntos

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relativos à sexualidade, eles não conseguem comunicar efectivamente a necessidade de


maturidade e bem-estarfísicos e psicológicos e do estabelecimento de relações sólidas antes da
paternidade.

De modo geral, existe pouco envolvimento de jovens em qualquer programa ou serviço


educacional fornecido para a sua faixa etária, seja contribuindo para uma compreensão de suas
necessidades, seja avaliando e estendendo a eficácia e o alcance ditais serviços.

3.6. Estratégias

Várias das principais abordagens para reduzir problemas através da modificação dos factores
contribuintes servirão para promover um bom nível de saúde entre os jovens, e assim melhorar o
desenvolvimento social e de saúde de suas comunidades. Estas abordagens incluem:

Informar, educar e sensibilizar grupos-chave na sociedade sobre as necessidades de saúde


individual e de desenvolvimento social.

Criar políticas, legislação e programas apropriados para promover a saúde reprodutiva de


adolescentes.

Usar pesquisas apropriadas e inovadoras para melhorar o conhecimento e disseminar


informações sobre os factores que influenciam e determinam as decisões e comportamento
sexuais, contraceptivos e reprodutivos de jovens.

Melhorar as aptidões de comunicação e orientação e o fornecimento de serviços, através de


treinamento especial para aqueles grupos que podem promover a saúde de adolescentes de modo
mais efectivo, incluindo os próprios jovens.

 Envolver os jovens no desenho, planejamento, implementação e avaliação de medidas


visando melhorar sua saúde.
 Modificar, estender e avaliar serviços especialmente desenhados para responder às
necessidades dos jovens.
 Manter os jovens nas escolas.
 Facilitar acções para estender oportunidades de educação para meninas.

4. Aspectos legais e éticos em saúde sexual e reprodutiva com sentimento informado

São poucas as evidências do que os jovens adolescentes sabem, acreditam e fazem (ou fizeram a
eles) com relação aos seus corpos e o surgimento de seus interesses sexuais. As pesquisas sobre
as atitudes e comportamentos sexuais é muito susceptível, e até mesmo Tabu, em alguns países
e, muitas vezes os país, professores, formuladores de políticas, prestadores de cuidados de saúde

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Aspectos metodológicos de uma investigação científica

e outros guardiões discordam dessas investigações. Mas contudo surgiram algumas conclusões
interessantes.

Estudos qualitativos em diversos cenários concluem que os adolescentes jovens do sexo


masculinos e algumas vezes do sexo feminino, consideram as actividades sexuais participativas,
incluindo o sexo anal e oral, como brincadeiras ou diversão ou como nada de especial. Ademais
as meninas e alguns meninos são especialmente vulneráveis a coerção sexual durante os
primeiros anos de adolescência.

A maioria das pesquisas que investigam o conhecimento, as atitudes e práticas sexuais e


reprodutivas de jovens adolescentes (geralmente entre os 12 e os 14 anos) em comparação com
adolescentes mais velhos, revela uma falta de informação de aptidões e preparo cognitivo para
relação sexual entre os grupos mais velhos.

Embora os adolescentes mais velhos também necessitem de mais informações sobre sua saúde e
direitos sexuais e reprodutivos os adolescentes mais jovens tem mais probabilidade de terem:

Uma compressão limitada acerca dos significados de algumas das perguntas feitas além de
considerável falta de informações sobre diversas práticas sexuais e seus riscos;

Níveis muito baixos de informação e muitos conceitos errados sobre formas de evitar a gravidez
e métodos anticoncepcionais;

Dependência de colegas igualmente desinformados ou irmãos ou primos mais velhos,


ligeiramente mais bem informados para obter mais informações sobre sexo em lugar de fontes
da Médias ou adultos confiáveis;

Um conhecimento bastante elevado sobre HIV/SIDA, mas muito poucas informações a respeito
dos sintomas, modos de transmissão e prevenção do HIV e outras DTS’s;

Compreensão limitada acerca de conceito de saúde reprodutiva e baixos níveis de informações


sobre anatomia e fisiologia reprodutiva;

Um sentido menor de auto eficácia com relação aos direitos sobre o próprio corpo;

Todos os programas devem preservar os direitos dos adolescentes a privacidade,


confidencialidade, respeito e consentimento informado sobre:

Educação sobre a sexualidade: uma educação sobre a sexualidade eficaz, abrangente e contínua,
baseada nos princípios dos direitos humanos e igualdade de género e que responda as perguntas
dos jovens adolescentes e necessária com urgência nas escolas e outros locais, inclusive
programas fora da escola. Outra forma de comunicação e aprendizado incluem as médias

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Aspectos metodológicos de uma investigação científica

imprensa, programas de rádio, televisão voltados para adolescentes, linhas directas para
perguntas e respostas pelo telefone e internet.

Serviços de saúde sexual e reprodutiva: os prestadores de serviços de saúde sexual e


reprodutiva, tais como anticonceptivos, testes e orientações sobre DTS e HIV, preservativos e
cuidados relativos ao aborto, muitas vezes hesitam em atender aos adolescentes jovens e podem
recusá-la completamente. Em alguns casos, essa descriminação fundamenta-se em políticas que
restringem o acesso de menores aos serviços de saúde sem o consentimento dos pais; em outros,
baseia-se em valores culturais, na falta de conhecimentos ou negação da necessidade ou nos
temores dos próprios prestadores de serviços.

Outras respostas as politicam e aos programas: são necessárias intervenções para promover a
saúde e os direitos sexuais e reprodutivos dos adolescentes jovens em diversos cenários, não
apenas nas escolas e nos serviços de saúde, mas também na esferas nacionais e estadual de
governo e nas comunidades, bairros e famílias. A eliminação de todas formas de abuso sexual e
tráfico de crianças onde quer que seja encontrado e de casamentos forcados e de casamentos de
crianças é uma forma urgente.

4.1. Aspectos éticos de gestão de dado e procedimentos estatísticos em investigação

Muitos pesquisadores afirmam que a sociedade moderna encontra-se na denominada Era da


Informação. A quantidade de dados a disposição das pessoas é tão grande que se torna
necessário estudar parte dessa informação disponível para se tomar determinada decisão.
Todavia, isso é uma situação delicada, pois, para muitos seria melhor não ter informação, e
saber disso, do que ter a informação errada e pensar que é a correcta.

A partir da investigação teórica, um Modelo Integrador da análise prospectiva à formulação de


estratégias múltiplas foi desenhado, tendo sua viabilidade avaliada por meio da aplicação em um
caso real. Por tratar-se de um Modelo em construção e cujo estudo de caso apresentava
condições propícias para o exercício da pesquisa-acção, optou-se por adoptar essa estratégia de
pesquisa de forma a explorar ao máximo a interacção pesquisador-membros do grupo na

Solução de problemas práticos ao mesmo tempo em que se desenvolvia a teoria a partir da


experiência.

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Aspectos metodológicos de uma investigação científica

5. Conclusão

Uma investigação pode ser definida como sendo o melhor processo de chegar a soluções fiáveis
para problemas, através de recolhas planeadas, sistemáticas e respectiva interpretação de dados.
É uma ferramenta da máxima importância para incrementar o conhecimento e, deste modo,
promover o progresso científico permitindo ao Homem um relacionamento mais eficaz com o
seu ambiente, atingindo os seus fins e resolvendo os seus conflitos (Cohen &Manion, 1980;
Santos, 1999, 2002).

A saúde de adolescentes é uma preocupação que ganhou relevo durante a última década, tanto
em países desenvolvidos tanto como em desenvolvimento. Assuntos de saúde ligados a
reprodução têm importância vital aos jovens a medida que se preparam para assumirem seus
papéis na fase adulta.

Saúde sexual e saúde reprodutiva são dois conceitos associados. A conferência Internacional
sobre a População e Desenvolvimento, defende que saúde reprodutiva sendo como um direito
humano e um elemento fundamental da igualdade de género. Os delegados das nações unidas
consideram que a saúde reprodutiva implica um estado completo de bem-estar físico, mental e
social, assim como, uma vida sexual satisfatória e segura. Implica a capacidade de se reproduzir
e decidir, quando e com que frequência o fazem. Por sua vez a Organização Mundial de Saúde
descreve saúde sexual como sedo a ausência de doenças, especialmente as doenças
transmissíveis, a ausência de coação sexual, tais como a violência, violação sexual e entre
outras.

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Aspectos metodológicos de uma investigação científica

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