Você está na página 1de 72

Série:

Uma linda
história de amor
P E D R O D O N G
© 2023 Editora Árvore da Vida

Cristo, o centro conector da obra de Deus – Livro 6

Título deste volume:


Uma linda história de amor

1ª edição - julho/2023 - 85.000 exemplares

Publicado também em
espanhol, inglês, coreano, francês, italiano e alemão.

Proibida a reprodução total ou parcial


deste livro sem a autorização escrita dos editores.

Todos os direitos reservados à Editora Árvore da Vida

Editora Árvore da Vida


Av. Corifeu de Azevedo Marques, 137 - Butantã
05581-000 - São Paulo - SP
Fone: (11) 3723-6000
www.arvoredavida.org.br
Impresso no Brasil

CITAÇÕES BÍBLICAS
As citações bíblicas são da Versão Revista e Atualizada de João Ferreira
de Almeida, 2ª Edição, salvo quando indicado pelas abreviações:

ARC - Almeida Revista e Corrigida


BJ - Bíblia de Jerusalém
BJC - Bíblia Judaica Completa
IBB - Rev. Imprensa Bíblica Brasileira
KJA - King James Atualizada
lit. - Tradução literal do original grego ou hebraico
NAA - Nova Almeida Atualizada
NVI - Nova Versão Internacional
VR - Versão Restauração

Capa: Willian Miguel | Projeto gráfico: Andréia Amorim | Diagramação: Wagner Costa
PREFÁCIO
Na contracapa aparece o QR Code “Posso orar por
você?”. Aponte a câmera de seu celular para esse código
e deixe seu nome, endereço, telefone e pedido de oração.
Você será encaminhado(a) para uma central de cuidado
e acolhimento, e uma equipe irá orar por você e cuidar
espiritualmente de você e de sua família.

Você também pode desfrutar do Alimento Diário pelo


EAV Play, apontando a câmera do celular para o QR Code
abaixo, e terá acesso às séries atual e anteriores, além
de conteúdo privilegiados, como tutoriais, audiobook,
mensagens completas em vídeo e muito mais!

E-mail: editora@arvoredavida.org.br
(11) 3723-6000
Será um prazer atendê-lo(a)!

Assim que se levantar, antes de qualquer outra


coisa, faça uma respiração da vida, invocando
profundamente o nome do Senhor Jesus!
Ao fazê-lo, jogue fora todos os temores, medos,
tristezas e pecados, e receba o Senhor Jesus como
vida, alegria, paz e encorajamento. Invoque: “Ó
Senhor Jesus!” várias vezes, durante todo o dia.
BOM DESFRUTE!

INDIVIDUALMENTE
1. Encontre-se com o Senhor de manhã cedo.
2. Leia os versículos propostos para cada dia a fim de ter uma ideia
completa do assunto a ser comentado. Lembre-se de que a Bíblia
explica a Bíblia; por isso, você poderá encontrar citações de muitos
outros livros da Bíblia, além daquele que estamos apresentando
neste Alimento Diário.
3. Leia com oração o versículo proposto para cada dia. Para isso,
cada palavra deve ser repetida, enfatizada e proclamada sem
pressa, como se a estivesse mastigando. Não leia o versículo todo
rapidamente, mas gaste tempo em cada palavra. Não se preocupe
em entender o versículo, mas em “comê-lo”, em tomá-lo pela fé
como alimento espiritual.
4. Sublinhe as frases e palavras que mais o impressionaram no texto
explicativo. Procure resumir o texto do dia em poucas palavras,
se possível, em uma só. Essa palavra, ou palavras, funcionará
como uma chave que lhe abrirá o significado espiritual do texto.
“Rumine-a” durante o dia, repetindo-a e proclamando-a para si
mesmo. Desse modo, o texto que você leu pela manhã servirá de
alimento espiritual todo o dia.
5. Compartilhe aquilo que você ganhou com as pessoas com as quais
se relaciona em casa, na escola, no trabalho etc. Elas precisam da
vida que você recebeu por meio da Palavra.
BOM DESFRUTE!

NOS GRUPOS FAMILIARES


1. O Alimento Diário é um excelente instrumento para que pequenos
grupos familiares se reúnam, a fim de estudar a Bíblia. Nós os
chamamos de grupos familiares por terem um caráter informal e
de cuidado mútuo entre seus participantes.
2. Um grupo familiar pode ser formado por familiares, vizinhos ou
por amigos que morem próximos a você, ou por seus colegas de
faculdade, de escola ou de trabalho.
3. Procure reunir-se periodicamente com os membros de seu grupo
familiar para lerem juntos o Alimento Diário.
4. Em conjunto, leiam as passagens sugeridas para cada dia, e leiam
com oração o versículo do dia.
5. Compartilhem entre si o ponto-chave de cada um, e procurem
aplicar essa palavra à sua vida cotidiana, às suas dificuldades, à sua
vida familiar e profissional. Torne a Palavra de Deus prática para
você. Dessa maneira, todos participam ativamente e são edificados
mutuamente.
6. Aproveitem a oportunidade para orar juntos por necessidades ou
problemas pessoais.
7. Sempre que possível tragam convidados para a reunião do grupo
familiar. Dessa maneira, mais pessoas poderão ser supridas pela
Palavra de Deus.
Que todos recebam vida em abundância!

Os editores

P.S.: Não se esqueça de dar uma olhada na leitura de apoio,


sugerida no início de cada semana. Ela lhe será muito útil.
SUMÁRIO

SEMANA 1: APLICAR A PALAVRA NAS RELAÇÕES Acesso ao


vídeo da
PESSOAIS – (CL 3:18-25; 4:1) mensagem 21

Uma vida da igreja com realidade ........................................................................ 7


Deixem-se encher do Espírito, falando a palavra.................................................. 9
Imergir na palavra para unir-nos a Cristo............................................................ 12
Habitando em nós, a palavra nos direciona......................................................... 15
Alicerçados e arraigados no amor de Cristo ...................................................... 17
A palavra profética na vida conjugal................................................................... 19
A palavra profética no viver familiar e profissional............................................. 22

SEMANA 2: ORAÇÃO PARA QUE DEUS ABRA Acesso ao


vídeo da
PORTA À PALAVRA – (CL 4:2-4)
mensagem 22

A palavra profética é confirmada......................................................................... 24


A importância dos livros na pregação do evangelho........................................... 26
Resistir firmes na fé e no amor............................................................................ 28
A necessidade de aperfeiçoar obreiros................................................................. 30
O único ministério da nova aliança...................................................................... 32
A responsabilidade de falar por Deus.................................................................. 34
Coração puro, consciência boa e fé sem hipocrisia............................................. 36

SEMANA 3: AS PALAVRAS FINAIS DE PAULO Acesso ao


vídeo da
AOS COLOSSENSES – (CL 4:5-18)
mensagem 23

A palavra profética é a direção de Deus............................................................... 38


Deus é quem escolhe os membros do Corpo e designa suas funções.................. 40
Os exemplos de Moisés, Jeremias e Paulo .......................................................... 43
Portar-se com sabedoria para com os de fora ..................................................... 46
A relação entre Paulo e Tíquico........................................................................... 49
Os apoiadores de Paulo........................................................................................ 51
Seguir o modelo de Paulo.................................................................................... 53

SEMANA 4: A CARTA DE PAULO A FILEMOM: Acesso ao


vídeo da
UMA HISTÓRIA DE AMOR – (FL 1-25) mensagem 24

Encher-se do Espírito e imergir na palavra.......................................................... 56


O ministério de Paulo........................................................................................... 59
Receber e transmitir fielmente a palavra.............................................................. 61
O motivo da carta a Filemom............................................................................... 63
Entrelaçados em uma rede de amor..................................................................... 65
A Epístola a Filemom (1)..................................................................................... 68
A Epístola a Filemom (2)..................................................................................... 70
SEMANA 1 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Ef 5:19
Ler com oração:
“Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor
e não para homens” (Cl 3:23).

UMA VIDA DA IGREJA COM REALIDADE


A mensagem desta semana é intitulada “Aplicar a palavra nas
relações pessoais” (baseada em Cl 3:18-25 e 4:1). Para que o tecido de
amor entre nós se torne uma realidade, é indispensável o entrelaçamento
pessoal em nossa relação familiar, conjugal, social e profissional.
O Espírito nos tem surpreendido com o avanço da obra do Senhor,
principalmente por meio do “Posso orar por você?” na pregação do
evangelho. Em alguns países africanos, já foi estabelecido o Centro
de Aperfeiçoamento para a Propagação do Evangelho (CEAPE), que
forma colportores. No Congo, a igreja em Kinshasa tem mais de 600
irmãos, dos quais 480 são jovens, e cerca de 70 deles consagraram-se
para ser aperfeiçoados no CEAPE. A cada dia que passa, a colportagem
se consolida naquele país. Também no Quênia, Uganda, África do
Sul, Moçambique e Madagascar. Na África temos muitos jovens,
adolescentes e crianças valiosos para a propagação do evangelho. Pela
prática da imersão na palavra, da colportagem dinâmica e de um viver
da igreja com realidade, o Senhor conquistará rapidamente aquele
continente. Que isso nos seja um encorajamento para também ficar
alertas e avançar.
Aplicar a palavra nas relações pessoais

Tenho admiração pelo modo de vida de nossos colportores,


especialmente dos que estão no Posto Avançado de Colportores (PAC),
nosso centro de aperfeiçoamento. Por meio deles, o Senhor nos tem
mostrado como viver a realidade do que pregamos. Quem está no PAC
sabe que a colportagem só funciona quando há realidade no viver da
igreja; ela não funciona se for feita na carne, no homem natural ou por
dinheiro. Por isso esses irmãos buscam viver no espírito. O grande
segredo deles é seguir a direção da palavra profética, imergindo nela
o tempo todo, pois creem que ela faz a obra de Deus. Essa palavra é o
combustível que os impele a pregar o evangelho nas ruas, orar pelas
pessoas e deixar em suas mãos livros sobre o evangelho do reino.
No último ano, o Senhor deu aos colportores a imersão na palavra,
que tem mudado suas vidas, de modo que não são mais atraídos por 7
coisas mundanas nem esmorecem diante das intensas atividades
diárias. Entretanto, movidos pelo Espírito que há na palavra, não
temem enfrentar novos desafios.
Essa realidade espiritual precisa nortear o viver da igreja. Muitos
adolescentes já têm experimentado essa realidade, principalmente os
que convivem na Casa de Adolescentes. Eles frequentam a escola,
estudam regularmente, mas, no tempo livre, fazem a imersão na palavra,
transcrevem mensagens espirituais e saem às ruas (autorizados pelos
pais e monitorados por adultos) para pregar o evangelho, orar pelas
pessoas e semear os livros. A vida deles está sendo transformada, pois o
foco mudou. As plataformas de streaming e videogames estão ficando de
lado, e o desempenho escolar deles melhorando, porque estão vivendo a
realidade conforme a verdade. Sabemos que a adolescência é uma fase
de conflitos, que pode causar alienação social. Nossos adolescentes,
porém, têm nadado contra a maré, porque interagem com as pessoas nas
ruas ao pregar o evangelho e orar por elas.
Outro benefício que esses jovens ganham na imersão da palavra
e na transcrição é a habilidade de interpretar textos, o que facilita a
absorção da revelação divina, tornando-os úteis nas mãos do Senhor.
Alguns talvez pensem: “Os adolescentes só estudam, mas eu preciso
trabalhar para sustentar a família e pagar as contas”. Gastemos o
tempo necessário com o trabalho, mas o restante vamos investir na
prática da palavra profética, transcrevendo mensagens, imergindo na
palavra. Sempre que possível, estejamos com os irmãos falando entre
nós “com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com
hinos e cânticos espirituais” (Ef 5:19). Nossa vida nunca mais será a
mesma, porque enriqueceremos espiritualmente.

Pergunta: Por que a imersão na palavra profética pode enriquecer-nos


Uma linda história de amor

espiritualmente?

Meu ponto-chave:

Leitura de apoio:
“Vida cristã 110%” – cap. 1 – Pedro Dong.
“40 lições essenciais para a vida cristã” – vol. 2 – lições 32 e 33 – Editora
8 Árvore da Vida.
SEMANA 1 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Cl 3:16
Ler com oração:
“E não vos embriagueis com vinho, que leva à devassidão, mas deixai-
vos encher pelo Espírito, falando entre vós com salmos, hinos e cânticos
espirituais, cantando e louvando de coração ao Senhor” (Ef 5:18-19 KJA).

DEIXEM-SE ENCHER DO ESPÍRITO,


FALANDO A PALAVRA
O apóstolo Paulo fez três viagens missionárias, levantando igrejas
na Síria, Chipre e região da Galácia. Na segunda viagem, voltou para
a Galácia e dirigiu-se a Trôade. Após ter a visão do varão macedônio,
seguiu para a Macedônia, desceu até Atenas e foi para a Acaia. Na
terceira viagem, foi a Éfeso, onde permaneceu três anos. Então seguiu
para a Macedônia, Grécia e Acaia, retornando depois à Macedônia
e Trôade. De Mileto seguiu para a Judeia, foi preso em Jerusalém e
removido para Cesareia. Ao apelar para César, foi transferido para
Roma, onde ficou preso na casa que alugou.
Em suas viagens missionárias, Paulo levantou muitas igrejas e
cuidou delas. Enquanto esteve preso em Roma, escreveu cartas aos
efésios, filipenses, colossenses e a Filemom. Efésios e Colossenses
foram escritas na parte final de seu ministério, em sua maturidade
espiritual, para ajudar os irmãos a viver a vida da igreja com realidade.
Não podemos ter um viver de mera aparência, dedicando-nos ao
Senhor apenas nas reuniões da igreja. A realidade espiritual deve estar
Aplicar a palavra nas relações pessoais

presente na família, no casamento, no viver social e profissional, pois


a volta do Senhor está próxima, e Ele necessita que Sua igreja tenha
realidade e conteúdo espiritual. Vamos reagir logo, já que temos o
privilégio de viver nesta era. Consagremo-nos ao Senhor, orando:
“Senhor, faz o que for necessário para que eu tenha um viver genuíno
e espiritual. Quero trazer-Te de volta, lutar por Teu reino e pela
edificação do Corpo de Cristo. Quero batalhar para que a igreja tenha
realidade espiritual”.
Aos Efésios, Paulo explica como devemos andar: “Portanto,
vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como
sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus” (5:15-16). Não
nos enganemos alegando não ter tempo para o Senhor e vivendo
uma vida da igreja de fachada. Apesar dos compromissos seculares, 9
aprendamos a remir o tempo, porque os dias são maus: “Por esta
razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual
a vontade do Senhor” (Ef 5:17). Não sejamos desleixados, mas
prudentes, procurando compreender qual é a vontade do Senhor.
Consagremos nossa vida a apressar a volta do Senhor. Paulo nos
ensina o caminho para isso: “E não vos embriagueis com vinho, no
qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (v. 18). Temos visto
muitas pessoas entorpecidas, vivendo como zumbis. Não queremos
ser assim, portanto vamos encher-nos do Espírito!
Para encher-nos do Espírito, falemos entre nós com hinos, salmos
e cânticos espirituais, louvando de coração ao Senhor (Ef 5:19).
Primeiramente falamos e depois cantamos cânticos espirituais.
Imergimos na palavra e louvamos ao Senhor. A imersão nada mais
é do que “ruminar” a palavra para penetrarmos nela e ela em nós.
Quando o Senhor falar, não fiquemos na superfície, mas mergulhemos
na palavra! Falando entre nós a palavra, nós imergimos nela, e ela
permanece em nosso coração.
Na faculdade, ajudando colegas em certas matérias, descobri que
ensinar, falar sobre um assunto, é a melhor maneira de aprender,
portanto é bom aprendermos a falar uns com os outros. Paulo disse
para falarmos entre nós, porque assim nos aprofundamos mais na
palavra. A imersão é isso! Naquele tempo não havia papel impresso, e
os irmãos decoravam e memorizavam a palavra falando entre si com
salmos, hinos e cânticos espirituais. Hoje temos a Bíblia impressa
e, já na segunda-feira, recebemos o conteúdo para a imersão diária
da semana. Esse é o caminho prático que Paulo ensina para nos
enchermos do Espírito.
Em Colossenses, Paulo nos ensina mais: “Habite, ricamente, em
vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em
Uma linda história de amor

toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos


espirituais, com gratidão, em vosso coração” (3:16). É o mesmo que
dizer “enchei-vos do Espírito” (Ef 5:18). A palavra nos enche do
Espírito. O Senhor Jesus afirma no Evangelho de João: “O espírito
é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos
tenho dito são espírito e são vida” (6:63), indicando que encher-
se do Espírito é encher-se das palavras de Cristo! Em Colossenses
“encher-se” é deixar a palavra habitar em nós e governar nossa vida.
Como isso ocorrerá se ouvirmos a palavra superficialmente? Portanto
10 é necessário instruir-nos e aconselhar-nos mutuamente (Cl 3:16b).
“Instruir” é “ensinar”, e “aconselhar” é “admoestar”, “advertir”. Então
vamos falar uns aos outros para, assim, aprofundarmo-nos na palavra.

Pergunta: Como você tem praticado a imersão na palavra em seu viver diário?

Meu ponto-chave:

Aplicar a palavra nas relações pessoais

11
SEMANA 1 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Is 42:5; Zc 12:1
Ler com oração:
“Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras
que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece
em mim, faz as suas obras” (Jo 14:10).

IMERGIR NA PALAVRA PARA UNIR-NOS A CRISTO


Ao imergir na palavra, nós nos unimos a ela. A palavra é o próprio
Cristo. No Evangelho de João, Filipe pede ao Senhor: “Senhor, mostra-
nos o Pai, e isso nos basta. Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo
estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o
Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês que eu estou no Pai e
que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por
mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras”
(14:8-10). Percebemos aqui a forte união orgânica entre Jesus e o Pai;
quem via Cristo, via o Pai. Ao imergir na palavra, falando uns com os
outros, nós nos enchemos do Espírito, e a palavra, o próprio Cristo,
torna-se parte de nós. Assim, preenchidos de Cristo, obedecemos à
palavra, e o Pai faz Sua obra.
Em Zacarias, lemos: “Fala o Senhor, o que estendeu o céu, fundou
a terra e formou o espírito do homem dentro dele” (12:1), e em Isaías:
“Assim diz Deus, o Senhor , que criou os céus e os estendeu, formou
a terra e a tudo quanto produz; que dá fôlego de vida ao povo que nela
está e o espírito aos que andam nela” (42:5). Deus criou o céu para a
terra, e fundou a terra para as criaturas que nela vivem. Porém Seu
alvo é o homem, especialmente o espírito do homem.
É pelo espírito que Deus entra no homem e os dois tornam-se um,
Uma linda história de amor

para que a obra de Deus na terra seja feita por intermédio do homem.
Portanto o céu é para a terra, e a terra é para o espírito do homem,
porém o homem foi criado para fazer a vontade de Deus. Pela imersão
na palavra, unimo-nos ao Senhor e usamos a palavra profética para
pregar o evangelho, e viver a vida conjugal e familiar, a fim de que a
própria palavra faça a obra de Deus na terra.
O resultado final será Deus produzir uma entidade orgânica, que
é Ele mesmo nos homens, conforme lemos: “Eu sou a videira, vós,
os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto;
12 porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15:5). Não dá para separar
a videira dos ramos porque são um, e essa união é produzida pelo
Senhor, porém quem supre a vida necessária para a videira frutificar é
o próprio Pai: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor”
(Jo 15:1). O agricultor aqui não apenas rega e cava a terra, mas supre
o necessário para produzir a videira verdadeira universal. Deus
é a própria matéria-prima, a própria vida supridora. Seu amor está
produzindo essa surpreendente entidade orgânica universal!
Aos colossenses, Paulo revelou: “Ele é antes de todas as coisas. Nele,
tudo subsiste” (1:17). Ele é Cristo! Ele é antes de todas as coisas, é o
ponto de partida da criação. “Subsistir” em grego é sunistao, indicando
que Cristo é quem une todas as coisas em um todo. É uma entidade
orgânica, um único produto final. Deus trabalha em nós para sermos
unidos num todo em amor, por meio de Cristo, juntamente com Deus.
Esse “todo” é a videira verdadeira. Em Colossenses o produto final, a
entidade orgânica, é um tecido de amor em que a trama, os fios coloridos
e transversais, somos nós, que estamos sendo entrelaçados pelo Senhor
com os fios longitudinais da urdidura, que são a vida de Deus.
Durante os vinte séculos da história da igreja, Deus nunca parou
de dispensar Seu amor à igreja. Só que era necessária a cooperação
da igreja para, por meio de Cristo, tecer esse tecido de amor,
fazendo o entrelaçamento dos fios transversais, a trama, com os fios
longitudinais, a urdidura. Por dezenove séculos, a igreja degradou-
se, perdeu sua realidade, mas Deus nunca deixou de suprir Seu
amor, pois Ele é amor. Agora, no final dos tempos, o Senhor está
restaurando a igreja em Filadélfia, consolidando a realidade espiritual
do entrelaçamento de amor.
Aplicar a palavra nas relações pessoais

Nossa saída para as ruas visa levar o amor de Deus às pessoas. Por
meio da imersão na palavra, nós nos unimos a Cristo e nos amamos com
o amor de Deus. Assim confeccionamos um tecido de amor, agregando
as pessoas que contatamos nas ruas aos irmãos que estão conosco. Essa
experiência de tecer o tecido de amor também deve incluir todas as
esferas de nosso viver: casamento, família, trabalho e vida social.
A confecção do tecido de amor findará com a chegada do novo céu e
nova terra e da nova Jerusalém na eternidade sem fim. Em Apocalipse,
o Senhor nos revela: “Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e
a primeira terra passaram, e o mar já não existe. Vi também a cidade
santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada
como noiva adornada para o seu esposo. Então, ouvi grande voz
vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. 13
Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo
estará com eles” (Ap 21:1-3). Eis o resultado final do processo de
entrelaçamento de amor entre Deus e os homens: a nova Jerusalém,
que é a igreja, o tabernáculo de Deus com os homens. O próprio Deus,
que é amor (a urdidura), estará eternamente entrelaçado conosco
(a trama), consolidando o tecido de amor. Esse processo atualmente
está em andamento sempre que amamos os irmãos e também nosso
próximo na família, no trabalho, nas ruas.
A Bíblia de Jerusalém traz uma boa tradução deste versículo de
Apocalipse 21: “Nisto ouvi uma voz forte que, do trono, dizia: Eis a
tenda de Deus com os homens. Ele habitará com eles; eles serão o seu
povo, e ele, ‘Deus-com-eles, será o seu Deus’” (v. 3). No princípio,
quando criou os céus e a terra, Deus era o Pai, o Filho e o Espírito
Santo. Mas na eternidade sem fim, na nova Jerusalém, Ele será “Deus-
com-os-homens”! Quando for concluída essa obra de amor, nós e
Deus seremos um único tecido, e não haverá separação entre nós, pois
estaremos totalmente unidos a Ele. Aleluia!

Pergunta: Como é confeccionado o tecido de amor entre Deus e os homens e


quando ficará pronto?

Meu ponto-chave:
Uma linda história de amor

14
SEMANA 1 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Ef 3:17; Cl 3:17
Ler com oração:
“Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e
aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus,
com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso
coração” (Cl 3:16).

HABITANDO EM NÓS, A PALAVRA NOS DIRECIONA


A imersão na palavra tem por base duas porções da Bíblia
(Ef 5:18-21 e Cl 3:16-17). Quanto mais imergirmos na palavra de
Cristo, mais ricamente ela habitará em nós, e Cristo será, de fato,
nosso Senhor para tomar conta da totalidade de nosso ser. Então já
não teremos direção e vontade próprias, porque Cristo será o dono da
casa, colocando ordem em nossa vida.
No início de nossa salvação, não tínhamos muito da palavra de
Cristo habitando em nós, e sua influência em nossa vida era pouca.
Para aumentar essa influência, precisamos deixar a palavra habitar
ricamente em nós, e o caminho é ruminar, mergulhar na palavra,
ensinando e falando uns aos outros. Isso é imersão. Então “habitar a
palavra de Cristo em toda a sabedoria” significa que o que extraímos da
palavra nós aplicamos como orientação para nosso viver diário. Nesse
sentido os irmãos do PAC ajudam quem quer ser aperfeiçoado na
colportagem a crer na palavra profética e aplicá-la sem complicações,
o que será útil até mesmo no viver diário.
Aplicar a palavra nas relações pessoais

Ao sairmos às ruas, o colportor-líder nos orienta a fazer com as


pessoas orações curtas que estejam de acordo com o que desfrutamos
nas palavras da imersão diária. A oração tradicional não ajuda muito.
Deixemos a própria palavra de Cristo fazer Sua obra. Isso é a prática
de instruir e aconselhar uns aos outros com salmos, hinos e cânticos
espirituais, aplicando mutuamente o conteúdo da palavra.
Na Epístola aos Colossenses, Paulo registra que “tudo o que fizerdes,
seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus,
dando por ele graças a Deus Pai” (3:17). Uma vez que a palavra de
Cristo habita em nós, ela age como quem dá as ordens. Amado leitor, a
partir de agora, quem nos dá as ordens é Cristo, e tudo o que fazemos
é em nome do Senhor Jesus. Se Cristo não nos ordenar, o que fizermos
será habilidade própria. Quando imergimos na palavra e a deixamos 15
atuar, fazemos tudo em nome do Senhor Jesus, e a consequência será
dar graças a Deus, pois tudo funcionará.
A palavra é o próprio Cristo, uma Pessoa viva: “E, assim, habite
Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados
em amor” (Ef 3:17). Fazer habitar a palavra de Cristo é o mesmo
que fazer habitar Cristo. Quanto mais contatamos a palavra, mais
estaremos unidos a Cristo e mais seremos governados por Ele. A base
que move tudo isso é o amor. O objetivo final de Deus é, por meio de
Cristo e Sua palavra, alicerçar-nos e arraigar-nos em amor.

Pergunta: O que acontece quando Cristo habita em nós?

Meu ponto-chave:
Uma linda história de amor

16
SEMANA 1 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Ef 3:18-19
Ler com oração:
“A fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura,
e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de
Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda
a plenitude de Deus” (Ef 3:18-19).

ALICERÇADOS E ARRAIGADOS
NO AMOR DE CRISTO
Cristo quer habitar em nosso coração para alicerçar-nos e arraigar-
nos em amor. O resultado é deixarmos de ser individualistas, a fim de
podermos compreender com todos os santos as dimensões do amor de
Cristo. Não mais estamos isolados porque todos nós somos membros
do Corpo de Cristo. Sozinhos jamais conseguiremos compreender a
grandeza de Cristo. Isso só é possível quando cooperamos uns com os
outros. No PAC, por exemplo, aprendemos a trabalhar em equipe. Se
houver dificuldades, vamos pedir ajuda aos irmãos. Quando há uma
ferida num membro do corpo, o corpo todo se mobiliza para cuidar.
Estamos no Corpo de Cristo, portanto sua dor é minha dor, sua alegria
é minha alegria.
Os irmãos da igreja em São Paulo têm tido a oportunidade de passar
as quintas e sextas-feiras no PAC, especialmente quem não tem muito
tempo disponível. O ideal é ficar pelo menos três dias, mas dois dias
já ajudam muito. Os irmãos do PAC são muito receptivos, atendendo
Aplicar a palavra nas relações pessoais

a todos com cuidado, amor e respeito. Todos serão grandemente


beneficiados e entenderão que, para valorizar a imersão na palavra,
não basta observá-la, mas é fundamental experimentá-la.
A prática da imersão na palavra está confeccionando um tecido
de amor em todas as áreas de nossa vida e nos levando, juntamente
com todos os irmãos, a compreender as dimensões de Cristo. Temos
o exemplo de alguns irmãos da Argentina que tinham resistência à
imersão na palavra e até mesmo ao conceito de que colportagem
é venda de livros; mas hoje, depois de praticarem isso nas ruas,
descobriram que a colportagem é semear o evangelho do reino. Sem
a colportagem, como semear o evangelho do reino nas pessoas?
Lembre-se de que um dia, quando formos arrebatados, não haverá
mais missionários e colportores nas ruas pregando o evangelho. Os 17
“trabalhadores”, na grande tribulação, serão os milhões de livros
deixados com as pessoas.
Cristo e o amor são uma só coisa, pois Cristo é Deus, e a essência
de Deus é amor. Nossa mente limitada não entende o que é o amor de
Deus; para tanto precisamos ser levados à esfera espiritual. Quando
saímos às ruas com as equipes do PAC, experimentamos as coisas que
estão em outra esfera. Temos relatos de irmãos que, ao orar e passar
livros para as pessoas, se sentem pressionados pelos que querem
impedi-los de servir. Mas o Senhor os protege com uma blindagem
espiritual, e nessa esfera eles deixam de se preocupar com as coisas
ao redor, e as pessoas recebem a ajuda necessária. Isso excede todo o
nosso entendimento humano.
Estamos sendo preenchidos por Deus. Ele quer preencher-nos com
Cristo para que Ele mesmo e nós possamos tecer um tecido de amor.
Pela convivência gerada nas saídas para as ruas, no serviço ao Senhor
e no cuidado com as pessoas, o tecido de amor está sendo formado e
preencherá todo o nosso vazio. Cristo nos está enchendo da realidade
do amor até a plenitude de Deus!

Pergunta: Como é possível compreender as dimensões de Cristo?

Meu ponto-chave:
Uma linda história de amor

18
SEMANA 1 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Gn 1:26, 28; Rm 13:1; 1 Co 11:3; Ef 5:33; 1 Tm 2:12-14
Ler com oração:
“Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com
discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como
parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente,
herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as
vossas orações” (1 Pe 3:7).

A PALAVRA PROFÉTICA NA VIDA CONJUGAL


Quando há casais com dificuldades, costumamos citar estas palavras
de Colossenses: “Esposas, sedes submissas ao próprio marido, como
convém no Senhor. Maridos, amai vossa esposa e não a trateis com
amargura” (3:18-19). Mas não adianta repetir isso sem a realidade da
união orgânica com Cristo, da imersão em Sua palavra. No primeiro
capítulo de Gênesis, vemos que Deus criou o homem a Sua imagem e
semelhança, para uma missão (Gn 1:26, 28). Essa missão é sujeitar a
terra a Ele e trazer Seu reino. Deus, porém, determinou que o homem
não faria isso sozinho: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-
ei uma auxiliadora que lhe seja idônea” (2:18). Ele deu a Adão uma
auxiliadora para ajudá-lo a cumprir sua missão. Portanto a mulher
recebeu a função de ajudadora.
A mulher não foi criada do barro, mas foi feita a partir do próprio
Adão: “Então, o Senhor Deus fez cair pesado sono sobre o homem,
e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com
Aplicar a palavra nas relações pessoais

carne. E a costela que o Senhor Deus tomara ao homem, transformou-a


numa mulher e lha trouxe” (Gn 2:21-22). A palavra “transformar” em
hebraico vem do verbo “construir”, “edificar”. A mulher não surgiu
num passe de mágica, mas foi construída a partir da costela de Adão.
Houve um processo de edificação, que é uma figura do processo de
edificação pelo qual a igreja, originada de Cristo, está passando para
tornar-se Sua auxiliadora e noiva madura.
Foi assim que Deus estabeleceu esta ordem: Deus, Cristo, homem
e mulher: “Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo
homem, e o homem, o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo”
(1 Co 11:3); e “porque, na verdade, o homem não deve cobrir a
cabeça, por ser ele imagem e glória de Deus, mas a mulher é glória do
homem” (v. 7). O homem foi criado por Deus, segundo Sua imagem, e 19
expressa Sua glória, mas a mulher foi criada a partir do homem, como
sua auxiliadora e glória. Vamos valorizar as mulheres. Existe mútua
dependência entre o homem e a mulher: “No Senhor, todavia, nem a
mulher é independente do homem, nem o homem, independente da
mulher. Porque, como provém a mulher do homem, assim também o
homem é nascido da mulher; e tudo vem de Deus” (1 Co 11:11-12).
Ninguém é independente. Com exceção do primeiro homem, Adão,
todos os demais nasceram de mulher. Então a primeira mulher veio do
homem, e os demais homens nasceram da mulher.
A mulher foi enganada pela serpente, provocando a queda do
homem, por isso sua proteção está no homem (1 Tm 2:12-14). Diante
disso, Paulo explica: “Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo,
assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido”
(Ef 5:24). A palavra “submissão” aqui associada às mulheres é a mesma
usada para submissão à autoridade governamental em Romanos 13:1,
que denota sujeição e reverência. Efésios 5:33 também evidencia que
a esposa deve respeitar o marido, e o marido deve amá-la. Mas esse
amor vem pela imersão na palavra.
O apóstolo Pedro salienta que a submissão das mulheres é bênção
para elas: “Como fazia Sara, que obedeceu a Abraão, chamando-lhe
senhor” (1 Pe 3:6). Sara reconhecia que Abraão era seu senhor e que
Deus lhe havia dado uma missão. Portanto, ao auxiliar Abraão, ela
servia ao próprio Deus. A mulher que coopera com o marido no serviço
a Deus participa dos frutos espirituais do serviço. Sara tinha parte em
tudo o que Abraão produziu na terra. Quando cada um permanece em
sua posição, ambos são abençoados pelo Senhor.
Aos maridos, Pedro exorta: “Maridos, vós, igualmente, vivei a vida
comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a
vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque
Uma linda história de amor

sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se


interrompam as vossas orações” (1 Pe 3:7). Os maridos precisam tratar
bem as esposas, pois elas são suas auxiliadoras dadas pelo Senhor.
Como as mulheres são mais frágeis fisicamente, precisam ser tratadas
com consideração e dignidade.
Por fim, Paulo ressalta que Cristo é o modelo: “Maridos, amai vossa
mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou
por ela” (Ef 5:25). Amar é entregar-se como Cristo entregou-se à
igreja. O amor de Deus é doação, é sacrifício, é entrega. Se você ama
20 sua mulher, tenha Cristo como modelo. Não se deve tratar a mulher
com amargura, aspereza e irritação. A tendência do homem é ser mais
rude, mas deve procurar ser amável e prestativo para com a esposa.
Isso só é possível com uma mudança interior, que não se alcança com
mero ensinamento humano. É necessário permitir que Cristo habite
em nosso coração, pela imersão na palavra, para que a própria palavra
faça sua obra no relacionamento conjugal. Quem já viu o poder da
palavra profética na rua, sabe que ela também tem poder no casamento.
O casal deve praticar a palavra de Cristo como uma só carne.
Façam juntos a imersão na palavra, leiam os versículos e, se
possível, mergulhem na mensagem toda. O segredo é fazer a
palavra de Cristo habitar ricamente em nós. Quem está cheio do
amor de Cristo está tecendo um tecido de amor em seu casamento.
Aprender a conviver mantendo uma política de boa vizinhança não
tem valor diante do Senhor. Precisamos confeccionar um tecido
verdadeiro do amor de Deus em nosso casamento para apresentá-
lo ao Senhor quando Ele vier.

Pergunta: Por que a imersão na palavra é uma bênção para o casamento?

Meu ponto-chave:

Aplicar a palavra nas relações pessoais

21
SEMANA 1 – DOMINGO
Leitura bíblica:
Ef 6:2-3; Cl 3:22-25; 4:1
Ler com oração:
“Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor
e não para homens, cientes de que recebereis do Senhor a recompensa
da herança. A Cristo, o Senhor, é que estais servindo” (Cl 3:23-24).

A PALAVRA PROFÉTICA NO VIVER


FAMILIAR E PROFISSIONAL
A palavra profética é o falar de Deus que direciona as pessoas nos
diferentes aspectos do viver humano. No viver familiar, o apóstolo
Paulo adverte: “Filhos, em tudo obedecei a vossos pais; pois fazê-lo
é grato diante do Senhor. Pais, não irriteis os vossos filhos, para que
não fiquem desanimados” (Cl 3:20-21). Na relação entre pais e filhos,
devemos abrir mão de nossa forma tradicional de educar e introduzir de
forma real a palavra em nosso lar. A imersão na palavra traz benefício ao
relacionamento entre pais e filhos. Graças ao Senhor, temos presenciado
na Casa de Adolescentes os jovens incentivando os pais a fazer imersão
na palavra, e o mesmo tem acontecido com nossas crianças. Praticando
assim, nós somos ajudados e nos tornamos um bom exemplo.
Primeiramente os filhos precisam aprender a honrar os pais, que é o
primeiro mandamento com promessa (Ef 6:2-3). Se honrarmos nossos
pais, seremos sempre abençoados pelo Senhor e teremos vida longa na
terra. Independentemente de como são e de como nos tratam, é nosso
dever e responsabilidade honrar nossos pais. Os pais, por sua vez, não
devem usar as Escrituras para exercer autoridade rigorosa e severa
sobre os filhos, mas, com muito amor e firmeza, devem conduzi-los
no caminho do Senhor, sempre no equilíbrio entre justiça e amor. O
Uma linda história de amor

equilíbrio é necessário, por isso tratemos nossos filhos como o Senhor


nos trata: com muito amor, mas também com disciplina e justiça.
Uma boa figura sobre equilíbrio encontra-se na geometria descritiva,
ao demonstrar que, quando dois planos se cruzam, forma-se uma reta.
Supondo-se que um plano seja a justiça, e o outro, o amor de Deus, existe
uma reta, um lugar exato onde está o equilíbrio entre a justiça e o amor.
Deus sempre lida conosco nesse ponto de equilíbrio: nem com excesso
de amor e falta de justiça, nem com excesso de justiça e falta de amor.
Deus sempre equilibra amor e justiça. Só existe uma reta para andarmos.
22 Pendendo para um lado, há exagero na justiça; pendendo para o outro, há
exagero no amor. Conseguiremos fazer isso enchendo-nos da palavra de
Cristo para haver realidade espiritual em nosso viver familiar.
O apóstolo Paulo também nos ensina sobre relações profissionais em
Colossenses (3:22-25; 4:1). Na época de Paulo, as pessoas derrotadas
numa guerra eram trazidas como escravos junto com os despojos para
servir ao povo que os conquistou. Por isso, entre os escravos, havia pessoas
instruídas, com habilidades, que trabalhavam educando os filhos de seus
senhores. Naquele tempo a única forma de conseguir trabalhadores era
comprando escravos, e não havia legislação trabalhista para protegê-los
contra maus tratos. Acreditamos que o apóstolo Paulo não concordava
com isso, mas sua incumbência não era fazer uma revolução e derrubar
o regime. Ele orientava os irmãos a tratar bem a todos, visto que os
senhores tinham também um Senhor no céu. Trazendo para nossa
realidade atual, todo trabalho tem hierarquia, e sempre faremos parte
de uma estrutura com chefes e subordinados. Se somos empregados e
trabalhamos em determinada função, precisamos submeter-nos a nossos
superiores, obedecendo às ordens. E também precisamos tratar nossos
subordinados com equilíbrio entre justiça e amor.
No viver profissional, temos o dever de fazer nosso trabalho com
dedicação, como para o Senhor. Como cristãos, devemos ser os
melhores funcionários. Infelizmente há irmãos que contratam outros
irmãos e estes dão mau testemunho no ambiente de trabalho. Isso pode
ferir a consciência dos demais funcionários, prejudicando o testemunho
da igreja. Nós temos o Senhor, e isso deve fazer diferença no ambiente
de trabalho. Podemos fazer a imersão na palavra nas empresas, pregar
o evangelho aos colegas de trabalho, praticar o “Posso orar por você?”,
Aplicar a palavra nas relações pessoais

levar nossos livros e influenciar outras pessoas!


O mais importante de tudo o que falamos é trazer a realidade espiritual
para nosso viver da igreja, para o casamento, a família, a vida social e
profissional. Somente quando a igreja em Filadélfia alcançar esse viver
de realidade espiritual é que o Senhor voltará. Precisamos depender de
Cristo como a realidade de nossa vida.

Pergunta: Como levar a realidade espiritual a nossos relacionamentos pessoais?

Meu ponto-chave:
23
SEMANA 2 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Sl 2:6-9; 110:1-3; 2 Co 10:5; Cl 4:2-4; 1 Jo 5:19
Ler com oração:
“Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em
dar-vos o seu reino” (Lc 12:32).

A PALAVRA PROFÉTICA É CONFIRMADA


O título desta mensagem é: “Oração para que Deus abra porta à
palavra” (baseada em Cl 4:2-4). A igreja em Filadélfia tem a palavra
profética como tesouro destrancado. Essa palavra alimenta, dá direção,
segurança, e, mais do que isso, ela própria faz a obra de Deus.
O Senhor conta com os trabalhadores da última hora. Para isso,
precisamos abandonar nosso viver convencional e levar cativo todo
pensamento à obediência de Cristo (2 Co 10:5). Somente assim Ele
poderá encabeçar todas as coisas por meio da igreja. Quando isso
ocorrer, Ele voltará.
Nos tempos finais, precisamos ter uma mudança de disposição e
viver intensamente no espírito, orando e intercedendo pelos irmãos:
“Suplicai, ao mesmo tempo, também por nós, para que Deus nos abra
porta à palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual
também estou algemado” (Cl 4:3). Durante vinte séculos da história
da igreja, houve progresso, mas também houve decadência e muita
degradação. O inimigo conseguiu danificar muito a edificação da
igreja, mas agora, no final desta era, Deus tem Sua igreja em Filadélfia.
Embora sejamos um “pequenino rebanho” (Lc 12:32), o Senhor
quer fazer grandes coisas por meio de nós. Não que tenhamos mais
capacidade e habilidade, ou que sejamos mais conhecedores da
Palavra. A igreja em Filadélfia tem pouca força, mas o Senhor é quem
Uma linda história de amor

está à frente, e ela tem a chave de Davi, que abre e ninguém fecha.
Apenas guardamos a palavra do Senhor e não negamos Seu nome.
É a palavra que faz a obra de Deus. Temos a Bíblia em mãos, mas,
em cada época, Deus tem Seu falar específico, e Ele continua a falar
conosco hoje de maneira viva, mediante a palavra profética.
A palavra profética nos tem dado direção: “Temos, assim, tanto mais
confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a
uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a
estrela da alva nasça em vosso coração” (2 Pe 1:19). Estamos numa
24 noite escura. O mundo jaz no Maligno (1 Jo 5:19), Satanás, o príncipe
deste mundo tenebroso. O homem foi desconectado de Deus, e, desde
o tempo de Ninrode, os reinos da terra se associaram a Satanás, o
governante deste mundo. Provocando disputas pelo poder e apego aos
privilégios e ao dinheiro, o maligno controla os governos das nações
e os incita contra Deus e contra Seu Ungido, Cristo. Ele faz isso
motivado por ódio, inveja e ciúme.
Induzidos por Satanás, os líderes dos judeus mataram Jesus, e hoje o
Maligno continua a instigar os povos da terra contra Deus: “Por que se
enfurecem os gentios e os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra
se levantam, e os príncipes conspiram contra o Senhor e contra o seu
Ungido, dizendo: Rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas
algemas” (Sl 2:1-3). Os reinos do mundo querem libertar-se totalmente de
qualquer laço com Deus e com Seu ungido. Deus, porém, constituiu Seu
Rei sobre Seu santo monte Sião. Cristo, tendo também a humanidade, é a
conexão perfeita entre o Criador e a criação, e a Ele foram dadas as nações
e as extremidades da terra por herança (vs. 6-9), o que Satanás cobiçava.
Disse Deus: “Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os
teus inimigos debaixo dos teus pés” (Sl 110:1). Quando chegar
o tempo determinado, Deus não tolerará mais a degradação, mas
convocará Sua igreja para concluir esta era, e Seu povo se apresentará
voluntariamente, com um exército de jovens santos (vs. 2-3 KJA). No
momento da aurora, as gotas do orvalho cairão do céu. Essas gotas são
os jovens, e esse milagre já está acontecendo.
Nossas crianças e adolescentes também são como gotas de orvalho.
Oração para que Deus abra porta à palavra
Quando saem para orar pelas pessoas, não querem mais parar. Eles
distinguem essa nova cultura, pois são puros e não têm conceitos. São
como um presente que caiu do céu para o Filho. Na surdina, um exército
de jovens santos tem-se formado. Mais e mais eles imergem na palavra
atual, praticando-a e sendo a ela obedientes. Louvado seja o Senhor!

Pergunta: Qual é a ação da palavra profética?

Meu ponto-chave:

Leitura de apoio:
“A Palavra e a oração na vida cristã” – caps. 6 e 9 – Dong Yu Lan.
“Deus fala pelos profetas” – caps. 3 e 6 – Dong Yu Lan. 25
SEMANA 2 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Zc 4:6; Mt 4:4
Ler com oração:
“Perseverai na oração, vigiando com ações de graças” (Cl 4:2).

A IMPORTÂNCIA DOS LIVROS NA


PREGAÇÃO DO EVANGELHO
A igreja em Filadélfia tem a incumbência de encerrar a era da igreja
trazendo o fim, mas o fim só virá se ela pregar o evangelho do reino
por toda a terra habitada. Contatar as pessoas nas ruas nos proporciona
muito pouco tempo para pregar o evangelho do reino. É impossível as
pessoas perceberem o que é o evangelho do reino num minuto. Por isso
temos trabalhado com livros, deixando livros em suas mãos. Se elas os
lerem e neles se aprofundarem, perceberão o que Deus deseja para sua
vida. Ao permitir que Cristo as governe, tudo entrará em ordem, e o
caos diminuirá em seu viver. Depois, no tempo oportuno, o Senhor as
trará para o viver da igreja. Por isso não menosprezemos a colportagem.
Precisamos colocar esses livros que pregam o evangelho do reino nas
mãos das pessoas. Muitas delas já têm procurado a igreja. Mesmo que
elas ainda não tenham sido despertadas para o evangelho do reino, a
semente já estará em suas casas e a qualquer momento poderá brotar.
Quando a grande tribulação chegar, não haverá mais missionários
nas ruas orando pelas pessoas, porque já terão sido arrebatados. Nesse
tempo o que alimentará os filhos de Deus que ficarem, serão os milhões
de livros semeados. É importante saber disso. Hoje alguns rejeitam a
oração, mas sempre há os que a recebem. Precisamos valorizar os que
fazem essa obra nas ruas. Vamos também fazer um voto de nos tornar
um deles. A luta é grande, pois declaramos guerra contra Satanás, e ele
Uma linda história de amor

usará de todos os meios para nos atacar e confundir, mas, graças a Deus,
temos a palavra profética.
A palavra que sai da boca de Deus nos alimenta (Mt 4:4), dá direção e
segurança, e mais ainda: ela própria faz a obra de Deus. Andrew Miller
escreveu, no século XIX, que a igreja em Filadélfia encerrará esta era
porque terá a palavra profética como tesouro destrancado. Nos últimos
anos, tivemos o ministério do irmão Dong com muita palavra profética,
e, nestes últimos cinco anos, mais irmãos têm percebido o valor dessa
palavra, que faz a obra de Deus nos tempos finais. Não é por capacidade
26 humana, mas pelo Espírito de poder (Zc 4:6). Ao crer na palavra que
Deus nos fala hoje, ela realiza toda a obra. Temos certeza de que a
palavra vem de Deus porque ela se confirma. O Espírito confirma e faz
a obra sobrenatural. É o que temos visto nestes últimos anos.
Nesta era final, o Senhor quer que a igreja tenha um viver de oração:
“Perseverai na oração, vigiando com ações de graças. Suplicai, ao mesmo
tempo, também por nós, para que Deus nos abra porta à palavra, a fim
de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual também estou algemado”
(Cl 4:2-3). O verbo “perseverar” em grego é proskarteréo, que significa
“continuar firmemente, com persistência”, “insistir”. Nossas orações
precisam ser perseverantes, insistentes e persistentes. O versículo
anterior fala do relacionamento entre servos e senhores. Possivelmente
Paulo mencionou isso para mostrar que, no meio profissional, o caminho
é orar. Se no trabalho conseguirmos levar os colegas a orar conosco,
com certeza o ambiente mudará. Por isso hoje o Senhor nos deu um
caminho prático, que é a imersão na palavra.
Temos uma equipe de pessoas nesse serviço que, por amor, trabalha
rapidamente para deixar todas as notas das mensagens prontas,
disponibilizando a imersão na palavra. Imprimindo-as e levando-as
por onde quer que formos, poderemos usá-las em nossa rotina diária.
A qualquer momento, podemos fazer imersão na palavra, quer seja
orando com o cônjuge, com os filhos ou no ambiente de trabalho. Essa
prática mudará todo o ambiente ao redor. Ao servir com os irmãos na
igreja, em vez de tratar só de assuntos técnicos, vamos fazer a imersão
e permanecer no espírito!
Oração para que Deus abra porta à palavra

Pergunta: Por que os livros são importantes na pregação do evangelho do reino?

Meu ponto-chave:

27
SEMANA 2 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Pv 29:18; Cl 1:27; 4:2-4
Ler com oração:
“Para que, vindo ele inesperadamente, não vos ache dormindo. O que,
porém, vos digo, digo a todos: vigiai!” (Mc 13:36-37).

RESISTIR FIRMES NA FÉ E NO AMOR


O Senhor quer restaurar completamente Sua igreja mediante a urdidura
do tecido de amor. A expressão do amor em nós deve saturar todas as
áreas de nossa vida. Ao orar e ler a palavra, podemos encher-nos do
Espírito, fazendo habitar ricamente em nós a palavra de Cristo. Assim,
viveremos a realidade de Seu senhorio. Ele governará todas as áreas de
nossa vida: o casamento, a família, o trabalho, o serviço na igreja e a
pregação do evangelho. Quando Cristo encabeçar todas as coisas, Ele
voltará. Deus está esperando a igreja produzir frutos para o céu.
A prática de perseverar na oração, por meio da imersão na palavra,
deve ser aplicada em todas as áreas da vida; do contrário, seremos
envolvidos pelos afazeres do dia a dia. Devemos remir o tempo e
orar, vigiando com ações de graça (Cl 4:2). Quem vigia, espera por
algo ou por alguém. Qual é a esperança de um cristão? É a vinda do
Senhor Jesus! É muito triste alguém não ter esperança. Esta é nossa
motivação: “Cristo em nós, a esperança da glória” (1:27b).
Não sabemos quando exatamente o Senhor voltará, se à tarde, se à
meia-noite, ou pela manhã. Não podemos ser encontrados dormindo,
por isso é importante vigiar (Mc 13:35-37). Nós, que temos esperança,
precisamos estar alertas, e a forma mais eficaz de fazer isso é encher-
nos do Espírito e fazer habitar em nós a palavra de Cristo: “Sede
sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor,
Uma linda história de amor

como leão que ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes
na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo
na vossa irmandade espalhada pelo mundo” (1 Pe 5:8-9). Orar, vigiar
e meditar na palavra nos dão direção como uma luz de candeia,
evitando que erremos o caminho, pois o diabo anda ao derredor como
leão para nos devorar. Por isso a palavra profética é importante: é
nossa segurança para não cairmos nas garras do inimigo. Dessa forma
poderemos resistir firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos
nossos ocorrem com toda a irmandade. Estamos no meio da luta entre
28 o reino de Deus e o império das trevas. Quando saímos para as ruas
para orar pelas pessoas e resgatá-las para o reino de Deus, entramos
no território inimigo, e certamente nos sobrevirão tribulações e
sofrimentos, mas não desanimemos! Vamos perseverar e vigiar!
Lemos ainda: “O Deus de toda a graça, que em Cristo nos chamou à
sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos
há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar” (1 Pe 5:10). O diabo
usa qualquer brecha que encontra para nos destruir, mas graças a Deus,
que nos dá a vitória a cada momento, por meio de Sua palavra e das
orações. Portanto devemos orar pela liderança da obra do Senhor, mais
especificamente pela palavra profética, porque ela faz a obra de Deus:
“Suplicai, ao mesmo tempo, também por nós, para que Deus nos abra
porta à palavra” (Cl 4:3). Suplicar é a mesma coisa que orar ou rogar.
A palavra dá direção e estratégias para a igreja executar. Se o diabo
conseguir anular a palavra, a igreja ficará sem direção. Sem a palavra
não há obra de Deus, e o povo se corrompe e se perde (Pv 29:18).
Na terceira viagem de Paulo a Éfeso, uma grande oportunidade surgiu
para fazer a obra ali, mas muitos problemas apareceram: “Ficarei, porém,
em Éfeso até ao Pentecostes; porque uma porta grande e oportuna para
o trabalho se me abriu; e há muitos adversários” (1 Co 16:8-9). Paulo,
então, pediu aos irmãos de Colossos que orassem por ele, para que a
porta à palavra lhe fosse aberta. Quando a palavra é falada, a obra de
Deus é realizada, e a vontade de Deus é feita. A igreja em Filadélfia tem
a responsabilidade de cooperar com o Senhor para Ele voltar. O Senhor
nos chamou como os trabalhadores da última hora para concluir esta
Oração para que Deus abra porta à palavra
era. Assim, não podemos falhar. Deus conta conosco.

Pergunta: Como podemos resistir firmes na fé e no amor?

Meu ponto-chave:

29
SEMANA 2 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
2 Cr 20:15, 22-24; At 19:8-10, 23-24, 26-29
Ler com oração:
“Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em
triunfo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância
do seu conhecimento” (2 Co 2:14).

A NECESSIDADE DE APERFEIÇOAR OBREIROS


Os trabalhadores da última hora da igreja em Filadélfia precisam
estar preparados para guerrear. Quando Paulo estava em Éfeso, teve a
preocupação de ensinar e treinar os irmãos. Ele falava ousadamente,
dissertando e persuadindo com respeito ao reino de Deus nas
sinagogas. Depois alugou um espaço na chamada escola de Tirano.
Ali, por dois anos, ensinou a Palavra de Deus diariamente. Isso deu
a todos os habitantes da Ásia a oportunidade de ouvir a palavra do
Senhor (At 19:8-10). Muitos foram ajudados e aperfeiçoados por Paulo
naqueles dois anos, e vários obreiros foram levantados, como Epafras,
que levantou a igreja em Colossos, em Laodiceia e em Hierápolis.
A palavra se propagou e começou a incomodar muitas pessoas. Havia
naquela época os ourives que faziam nichos de prata da deusa Diana,
negócio muito lucrativo para os artífices. Eles se sentiram prejudicados
pela pregação de Paulo (At 19:26-27). As vendas estavam diminuindo,
pois as pessoas criam em Jesus e deixavam os ídolos (vs. 23-24). Isso
aconteceu não só em Éfeso, mas em quase toda a Ásia. Eles ficaram
furiosos contra Paulo e gritavam: “Grande é a Diana dos efésios!”.
Toda a cidade foi tomada de confusão (vs. 28-29). Paulo queria falar
ao povo, mas os irmãos o retiveram e não o deixaram arriscar-se. Ele,
então, esperou o tumulto cessar e partiu para a Macedônia.
Uma linda história de amor

Da mesma forma, nós também estamos numa guerra. Precisamos


estar preparados para guerrear: “Porque não queremos, irmãos, que
ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto
foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria
vida” (2 Co 1:8). Paulo mencionou essa situação para nos advertir,
mas, no capítulo seguinte, ele diz: “Graças, porém, a Deus, que,
em Cristo, sempre nos conduz em triunfo” (2:14). Essa expressão
“conduzir em triunfo” foi usada como metáfora. Era usada quando
um general romano vencedor retornava a Roma de suas campanhas.
30 Realizava-se um desfile triunfal em direção ao Capitólio, em que
marchavam primeiramente os cativos dos povos vencidos, depois
os despojos, seguidos da tropa do general, e, por último, o próprio
general. Cristo é esse general.
Em 2 Crônicas 20, o profeta disse ao povo e ao rei Josafá que não
deveriam temer, porque a peleja não era deles, mas do Senhor (v. 15).
Eles não precisavam fazer nada: somente orar, vigiar e ficar a
postos, olhando para o que Deus faria, e o Senhor derrotou todos os
inimigos (vs. 22-24). É assim que Deus age. Não precisamos temer,
ninguém vai deter essa procissão vitoriosa: “ Nós não estamos, como
tantos outros, mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo é
que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do
próprio Deus” (2 Co 2:17). Muitos fazem da palavra de Deus uma
mercadoria. Nossa colportagem não é mercadoria nem comércio, o
que muitos ainda não compreendem.
A colportagem visa divulgar o evangelho do reino. Alguns
perguntam: “Então por que se vendem os livros?”. Não vendemos a
palavra de Deus, mas o livro tem seu custo de produção, assim como a
Bíblia. O que repassamos é o custo da produção do livro. Recebemos
revelação de Deus gratuitamente e também de graça a repassamos.
Não recebo nenhum pagamento para falar a palavra de Deus. Não
estou mercadejando a palavra. Estou aqui pela ordem que recebi de
Deus e pela visão de executar Sua obra. Um apóstolo e um profeta
verdadeiros falam a palavra na presença de Deus, com sinceridade.
Essa era a arma do apóstolo Paulo. Louvado seja o Senhor!
Oração para que Deus abra porta à palavra

Pergunta: Como devemos guerrear para vencer?

Meu ponto-chave:

31
SEMANA 2 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Ef 6:18-20; 2 Co 4:2; 10:4-6
Ler com oração:
“Tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não
desfalecemos” (2 Co 4:1).

O ÚNICO MINISTÉRIO DA NOVA ALIANÇA


Não lutamos contra homens, “a nossa luta não é contra o sangue e a
carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores
deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões
celestes” (Ef 6:12). Fazemos parte de um grande exército, no qual
Cristo, nosso general, sempre nos conduz em triunfo, pois já triunfou
sobre todas as coisas: “Despojando os principados e as potestades,
publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz” (Cl 2:15).
Todos os principados e potestades, que são os opositores de Cristo, já
foram vencidos. Deus já exaltou Cristo nos lugares celestiais, acima
de todo principado e potestade. Essa obra não é humana, mas é de
Cristo, e Ele já obteve a vitória.
Ao consumar a obra na cruz, o Senhor nos introduziu no ministério da
nova aliança. Paulo, em sua segunda Epístola aos Coríntios, fala desse
ministério não como ministério pessoal, mas como ministério para a
edificação do Corpo de Cristo (4:1). Paulo foi encarregado de pôr em
prática esse ministério, não como algo pessoal, mas como a obra que
Deus quer realizar no Novo Testamento: a edificação do Corpo de Cristo.
Por causa das distorções na forma de interpretar as Escrituras, ao longo
desses vinte séculos da história da igreja, pensávamos que Paulo tivesse
um ministério próprio. Isso, contudo, foi um equívoco. O ministério a
que Paulo se refere é o único ministério: o da edificação da igreja. Não
Uma linda história de amor

desanimemos, porque esse ministério é do Senhor.


Muitos, por ambições pessoais, querem constituir outros ministérios
e usam meios vergonhosos para ganhar popularidade. Paulo não fazia
isso, mas falava a verdade (2 Co 4:2). O que Paulo falava, produzia
realidade na igreja, porque tocava na consciência de cada um e em sua
própria integridade diante de Deus.
As armas que usamos para derrotar o inimigo não são carnais, mas
poderosas em Deus, porque são capazes de destruir fortalezas, anular
sofismas e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus.
32 Se não forem de Deus, as armas não terão poder para destruir as
fortalezas na mente do homem. Somente a palavra de Deus tem poder
para fazer isso e levar cativo todo pensamento à obediência de Cristo
(2 Co 10:4-6). Quando a igreja chegar à completa submissão, Cristo
virá e usará a obediência da igreja para punir toda desobediência. No
final do milênio, não haverá mais desobediência no universo. Tudo
terá sido varrido para dentro do lago de fogo.
Deus está eliminando toda a desobediência na igreja por meio da
palavra. O Senhor hoje está governando nossa mente. Temos um
exército forte nas ruas. Os colportores são a infantaria. Todas as igrejas
podem produzir irmãos e irmãs que façam parte dessa infantaria.
Também temos a artilharia. O Instituto Vida Para Todos é a ferramenta
de comunicação da obra, com a qual conseguimos atirar mísseis para
bem longe, alcançando muitas pessoas. E o Expolivro é a cavalaria,
que transita pelas estradas.
Damos graças a Deus porque a palavra do evangelho do reino tem
sido pregada por toda a terra. Por isso a igreja precisa orar pelos santos
e por aquele que fala a palavra profética (Ef 6:18-19). Paulo pediu
aos efésios que orassem por ele, para que, ao abrir a boca, lhe fosse
dada a palavra. A palavra que saía de sua boca não era a sua própria,
mas a de Deus. Quando a palavra não é de Deus, o Espírito não a
confirma. Cumpria a ele, como embaixador, dar a conhecer o mistério
do evangelho (v. 20).
No Antigo Testamento, Deus usou a boca de Moisés para falar ao
povo: “Segundo o mandado do Senhor, se acampavam e, segundo o
Oração para que Deus abra porta à palavra
mandado do Senhor, se punham em marcha; cumpriam o seu dever
para com o Senhor, segundo a ordem do Senhor por intermédio de
Moisés” (Nm 9:23). A expressão “segundo o ‘mandado’ do Senhor”
em hebraico é “segundo a ‘boca’ do Senhor”. O povo de Israel cumpria
seu dever para com Deus, segundo a ordem do Senhor. Moisés era a
boca do Senhor, era quem falava a palavra profética, o mandado de
Deus. O povo fazia tudo de acordo com o falar de Deus por intermédio
de Moisés. Nossa ação deve ser segundo o falar de Deus.

Pergunta: O que é o único ministério da nova aliança?

Meu ponto-chave:
33
SEMANA 2 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Jo 14:10; 2 Co 3:4-6; 4:7; 6:4-10; Ef 1:23; 6:19; Cl 4:3
Ler com oração:
“Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é esta: que creiais naquele que
por ele foi enviado” (Jo 6:29).

A RESPONSABILIDADE DE FALAR POR DEUS


No Antigo Testamento, Moisés serviu de boca para o Senhor. De
forma semelhante, no Novo Testamento, Jesus foi a boca do Senhor:
“Suscitar-lhes-ei um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a
ti, em cuja boca porei as minhas palavras, e ele lhes falará tudo o
que eu lhe ordenar” (Dt 18:18). Um verdadeiro profeta é obrigado a
falar o que Deus ordenar. Ele não tem liberdade de falar suas próprias
palavras, porque elas não realizam a obra de Deus nem têm poder para
dar direção à igreja.
A responsabilidade de um profeta é muito grande: “O profeta que
presumir de falar alguma palavra em meu nome, que eu lhe não
mandei falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta
será morto” (Dt 18:20). Podemos saber se o que um profeta fala não é a
palavra do Senhor quando ela não se cumprir: “Sabe que, quando esse
profeta falar em nome do Senhor, e a palavra dele se não cumprir, nem
suceder, como profetizou, esta é palavra que o Senhor não disse; com
soberba, a falou o tal profeta; não tenhas temor dele” (v. 22). Falar por
Deus é muito sério, por isso devemos orar por quem realmente fala
por Deus hoje.
Paulo precisava anunciar o mistério de Cristo (Cl 4:3) e o mistério
do evangelho (Ef 6:19b). Esses dois mistérios, na verdade, são uma
coisa só. O mistério da vontade de Deus revelado no capítulo primeiro
Uma linda história de amor

de Efésios é que Cristo encabece todas as coisas. Para realizar isso,


primeiramente Ele precisa governar-nos, obtendo a obediência de
cada membro. Quando encabeçar a igreja, Cristo encabeçará todas as
coisas por meio dela, porque a igreja é a plenitude Daquele que a tudo
enche em todas as coisas (1:23).
Efésios e Colossenses mostram que Deus quer encher-nos de Sua
realidade e amor, e retirar de nós toda impureza e desobediência.
Esse é o mistério de Cristo, o mistério do evangelho; não é teoria ou
doutrina. Hoje Cristo faz a obra de nos encher do Espírito e de fazer
34 habitar em nós Sua palavra, por meio da prática da imersão. Toda obra
é feita pelo dispensar da palavra. Assim como as palavras que Jesus
falava faziam a obra do Pai (Jo 14:10), do mesmo modo, hoje, a fé na
palavra falada por meio do enviado de Deus realiza Sua obra (6:29).
Nossa suficiência vem de Deus. Não que em nós mesmos
sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós;
pelo contrário, Ele nos habilitou para sermos ministros de uma
nova aliança. O ministério da nova aliança é do Espírito, não da
letra (2 Co 3:4-6). O Espírito faz a obra, mas precisa da cooperação
do homem ao crer na palavra. O homem é apenas um vaso, pois a
excelência do poder é de Deus, e não do vaso. Esse poder vem pela
palavra (4:7). Quanto a nós, compete-nos apenas crer e obedecer.
Os ministros de Deus não devem buscar fama para si. Paulo não
buscava seu próprio benefício; só queria ser fiel ao Senhor e anunciar
a palavra que Deus lhe incumbira. Muitos, entretanto, diziam que ele
era enganador. Isso lhe trouxe muito sofrimento, mas ele permaneceu
firme: “Por honra e por desonra, por infâmia e por boa fama, como
enganadores e sendo verdadeiros” (2 Co 6:8). Muitos não entenderam
seu ministério e o consideravam mais um dentre outros pregadores,
acusando-o de ser exclusivista e de querer autopromover-se. Mas
Paulo era um verdadeiro profeta de Deus e foi fiel até o fim.

Pergunta: Como saber se a palavra de um profeta é a palavra do Senhor?

Oração para que Deus abra porta à palavra

Meu ponto-chave:

35
SEMANA 2 – DOMINGO
Leitura bíblica:
1 Tm 1:3-7; 2 Tm 1:15
Ler com oração:
“Quando eu estava de viagem, rumo da Macedônia, te roguei
permanecesses ainda em Éfeso para admoestares a certas pessoas, a
fim de que não ensinem outra doutrina” (1 Tm 1:3).

CORAÇÃO PURO, CONSCIÊNCIA


BOA E FÉ SEM HIPOCRISIA
Depois de ter sido liberto do primeiro aprisionamento em Roma,
Paulo visitou as igrejas. Naquela ocasião ficou preocupado porque
percebeu que ocorreram certos desvios nas igrejas, pelo fato de os
irmãos terem recebido ensinamentos diferentes de outros pregadores.
Por isso pediu ao jovem cooperador Timóteo que ficasse em Éfeso e
admoestasse os que ali ensinavam diferentemente (1 Tm 1:3).
O intuito da admoestação de Paulo visava ao amor que procedia de
um coração puro, de consciência boa e de fé sem hipocrisia (1 Tm 1:5).
Ele estava preocupado com a obra: “Desviando-se algumas pessoas
destas coisas, perderam-se em loquacidade frívola, pretendendo
passar por mestres da lei, não compreendendo, todavia, nem o que
dizem, nem os assuntos sobre os quais fazem ousadas asseverações”
(vs. 6-7). No final da vida de Paulo, todos os da Ásia o haviam
abandonado (2 Tm 1:15). Vemos que, mesmo sendo verdadeiro
profeta, que ministrou fielmente a palavra de Deus, levantou igrejas,
cuidou delas com muito amor, ensinando e admoestando, no final da
vida ele foi abandonado.
Isso aconteceu porque nem todos o viam como o profeta que falava a
palavra profética à igreja. Acolhiam muitos outros tipos de palavras, e a
Uma linda história de amor

de Paulo era apenas mais uma. Simpatizar com essa ou aquela palavra
não é suficiente para trazer o Senhor de volta. O que Paulo pregava era
a palavra de Deus para o Corpo de Cristo, a única palavra que faz a
obra de Deus, que é a economia de Deus na fé. Por isso Satanás levanta
ataques justamente contra essa palavra, para tentar deter a obra de Deus.
Deus tinha colocado Paulo como boca para o Corpo. Quando parte de
nosso corpo sofre uma agressão ou tem uma infecção, todo o corpo
reage e se volta para defender essa parte lesada. Entretanto a igreja na
época de Paulo não tinha a visão de que o ministério da nova aliança não
36 é pessoal. Por falta de visão, todos os da Ásia o abandonaram.
Ao preparar o esboço desta mensagem, quando cheguei a este ponto,
eu me emocionei e chorei. Eu me imaginei passando por essa mesma
situação. Mas, graças ao Senhor, quando fui chamado, Deus falou
em meu íntimo que eu era apenas um membro do Corpo de Cristo,
comissionado especialmente para falar a Seu povo, nada além disso.
Quando recebi o comissionamento do Senhor, fiquei preocupado
porque não tinha capacidade de levar a obra de Deus adiante. O irmão
Dong esteve à frente de grandes coisas, mas eu não me sentia capaz
de assumir essa grande responsabilidade. O Senhor, então, me deu
esta palavra de Êxodo 33: “A minha presença irá contigo, e eu te
darei descanso” (v. 14). Isso me aliviou, pois a presença do Senhor é
tudo. O Senhor me disse: “Você tem uma comissão especial, mas não
passa de um membro. Precisa dos outros membros”. Sou apenas um
membro do Corpo. Hoje não estamos sozinhos, somos cúmplices uns
dos outros no Corpo. Não lutamos por um ministério, mas para que a
vontade de Deus seja feita, que a igreja edificada se torne o reino de
Deus restabelecido na terra.

Pergunta: Qual é a principal característica do ministério da nova aliança?

Meu ponto-chave:

Oração para que Deus abra porta à palavra

37
SEMANA 3 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Ef 2:2
Ler com oração:
“Perseverai na oração, vigiando com ações de graças. Suplicai, ao
mesmo tempo, também por nós, para que Deus nos abra porta à
palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual também
estou algemado; para que eu o manifeste, como devo fazer” (Cl 4:2-4).

A PALAVRA PROFÉTICA É A DIREÇÃO DE DEUS


O falar profético tem guiado as igrejas do Senhor em direção
ao reino. É importante termos amor reverente à Palavra, orando e
intercedendo pelos irmãos que receberam o encargo de falar por Deus.
Cada membro foi disposto no Corpo de Cristo segundo a vontade de
Deus, e não segundo nossa escolha. Até mesmo quando formos cuidar
de alguém por meio do “Posso orar por você?”, precisamos ser fiéis e
falar a palavra profética atual. Outro ponto importante é a relação de
amor e respeito entre as lideranças e demais irmãos, demonstrando
que não há uma hierarquia. Também somos encorajados a não desistir
de nenhum irmão, seja quem for. Por último, veremos o testemunho da
vida do apóstolo Paulo, que gerou fiéis cooperadores e nunca desistiu
de seu ministério, nem sequer na prisão.
O mover de Deus não está paralisado, mesmo em regiões como
Manaus, que apresenta muitos desafios para o avanço da obra do
Senhor, como transporte, hospedagem, comunicação e logística.
Em comunhão com os irmãos dali, soubemos que o Centro de
Aperfeiçoamento para a Propagação do Evangelho (CEAPE), unidade
de Manaus, ampliou o alojamento feminino para 40 vagas. Houve
ofertas para igual ampliação do alojamento masculino, bem como para
Uma linda história de amor

o conserto da van que transporta ceapistas e colportores. Concluindo,


serão 80 ceapistas, juntamente com os colportores e demais irmãos,
pregando o evangelho do reino no norte do Brasil.
Os jovens maduros, apelidados de “os valentes de Davi”, têm levantado
outros jovens. As crianças têm sido incluídas na composição do exército
do Senhor. As lideranças foram orientadas a retornar para seus lares
com caixas cheias de nossos livros e convidar as esposas: “Vamos sair
juntos e fazer colportagem, distribuindo esses kits de livros!”. A pressão
para sair leva-nos a experimentar a imersão na palavra. Ninguém mais
38 pode estar fora desse encargo, todos precisam ser incluídos.
Continuemos orando em favor de quem Deus tem usado para falar
Sua palavra. Compete a nós perseverar em oração e vigiar dando ações
de graças (Cl 4:2), pois estamos envolvidos em uma luta entre reinos.
Sofremos a oposição dos principados e potestades das trevas, que são
poderosos e atuam nos filhos da desobediência (Ef 2:2). Concluímos
que nossa força natural não é páreo para o inimigo. Satanás ruge como
um leão, rondando e semeando dúvidas na mente dos irmãos, porque na
mira dos canhões do inferno está a palavra profética e quem a profere.
Aos colossenses, Paulo disse que estava preso por causa da palavra
(4:3-4). O inimigo usou o mundo religioso e secular para restringir o
apóstolo, impedindo-o de viajar e de manifestar o mistério de Cristo.
Deus deseja que Cristo encabece todas as coisas e precisa encher-
nos totalmente até a plenitude. Esse é o mistério de Cristo que Paulo
pregava como evangelho para cumprir a vontade de Deus. Ele se sentia
no dever de falar sobre o mistério de Cristo, porque Colossos era uma
cidade muito influenciada pela cultura grega. As pessoas ali gostavam
de ouvir as diferentes linhas de pensamento filosófico; assim, cada um
escolhia o que melhor lhe parecia. Além disso, havia judeus tentando
impor as práticas da lei mosaica aos gentios convertidos.
Existia, então, um leque de opções: filosofias, judaísmo e o
falar profético. Com esse pano de fundo, Paulo tornou-se para os
colossenses apenas mais uma opção de pregador. Essa mistura e
concorrência de conceitos tornaram-se uma armadilha para desviar a
igreja do mistério de Cristo.
Que o Senhor nos preencha completamente com Sua plenitude, para
As palavras finais de Paulo aos colossenses

podermos reconhecer que Seu falar profético não pode ter concorrência!

Pergunta: Qual é a estratégia de Satanás para desviar os filhos de Deus da


palavra profética?

Meu ponto-chave:

Leitura de apoio:
“Deus fala pelos profetas” – cap. 6 – Dong Yu Lan.
“Vida cristã 110%” – cap. 2 – Pedro Dong.

39
SEMANA 3 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
1 Co 12:15-18; Gl 1:1, 10-13; 2 Tm 1:8, 10-11
Ler com oração:
“Assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros,
sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito
a Cristo” (1 Co 12:12).

DEUS É QUEM ESCOLHE OS MEMBROS


DO CORPO E DESIGNA SUAS FUNÇÕES
Deus é quem escolhe os membros da igreja e define suas respectivas
funções. Paulo não se candidatou a falar por Deus, a escolha foi do
próprio Senhor. Hoje não é diferente. Ao crermos em Jesus, o Espírito
vem e nos batiza como membros do Corpo de Cristo. Em muitas
instituições religiosas, o homem tem de lutar para galgar posições; na
igreja, entretanto, que está no plano celestial, a escolha e a designação
dos membros partem do Espírito, vêm de Deus. O batismo confirma que
o Espírito já operou em nós. Tornamo-nos membros do Corpo de Cristo,
conforme está registrado na Primeira aos Coríntios: “Assim como o
corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos,
constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo” (12:12).
Quando o fluir do rio da graça nos preencher totalmente com Cristo,
ficaremos cheios de Suas riquezas e atributos divinos, tais como
justiça, santidade e glória de Deus. Cristo traz consigo a essência de
Deus, que é luz e amor. A luz separa-nos das trevas e nos proporciona
ser enchidos do amor. Portanto o resultado será o amor. Embora
formada por diferentes membros, a igreja se tornará o Corpo de Cristo
em plenitude pelo fato de os membros estarem cheios da plenitude
divina. Naquele momento não haverá grego nem judeu, pois Cristo
Uma linda história de amor

será tudo em todos.


Os versículos 13 e 14 confirmam isso: “Pois, em um só Espírito,
todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos,
quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só
Espírito. Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos”
(1 Co 12). O Corpo é formado por muitos membros diferentes, e Deus
nos dispôs em funções distintas. Cada membro tem sua importância,
por isso o pé não precisa desejar ser mão, nem o ouvido, olho. Todos
são membros do Corpo de Cristo. Precisamos estar contentes na
40 função em que Deus nos colocou, porque Deus sabe o que faz.
Em sua época, o apóstolo Paulo foi escolhido para falar, não por
opção própria, mas pela designação de Deus. Os ambiciosos acreditam
que quem fala, ocupa um lugar de destaque, e almejam essa posição.
Tal comportamento não é compatível com o Corpo de Cristo, no qual
cada um tem um papel a cumprir.
No início de sua epístola aos gálatas, Paulo confirma que era
apóstolo não da parte de homens, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai
(1:1). Nos versículos 10 a 13, ele acrescenta que não procurava o favor
dos homens, mas seguia uma revelação que no passado recebera do
próprio Jesus Cristo, enquanto servia ao judaísmo e perseguia a igreja.
Paulo tinha clareza de que cada membro deve funcionar conforme
sua posição no Corpo. Se alguém é pé, não busque ser mão, mas
exerça bem sua função (1 Co 12:15-18). Muitos, por almejar cargos,
valem-se de “favores dos homens”, manobras políticas para subir na
vida. Todavia não é assim na igreja. A posição que Paulo exercia fora
escolha de Deus (não por politicagem nem por ser um grande teólogo),
mas o próprio Jesus lhe revelou o evangelho. Não depende de quem
quer ou de quem corre.
Ao observar a vida de Paulo, vemos que sua história não lhe era
favorável, pois ele perseguiu a igreja de Deus. Se dependesse da
escolha humana, ele seria o último da lista. Mas é assim que Deus age.
Quando alguém se julga insuficiente para falar por Deus, pode ser que
um dia o Senhor o chame. Os que acham que devem ser escolhidos por
seu elevado conhecimento bíblico e grande eloquência não o serão.
Em sua segunda carta a Timóteo, Paulo escreve a respeito de seus
As palavras finais de Paulo aos colossenses

sofrimentos em favor do evangelho (1:8). Quem serve como boca de


Deus é muito atacado e passa por diversos sofrimentos. Acompanhei o
ministério do irmão Dong e presenciei o quanto sofreu com mentiras,
difamações, perseguições e injúrias, que lhe foram como dores de
parto para gerar as igrejas. Diante desse quadro, pedi ao Senhor que
passasse de mim esse cálice, pois sabia que não seria fácil.
Paulo também revela que a vida e a imortalidade vieram pelo evangelho,
que é o poder de Deus, para o qual Paulo foi designado pregador, apóstolo
e mestre (2 Tm 1:10-11). Creio que também fui designado, e isso não
partiu de mim. Não tenho como me desvencilhar desse encargo. Paulo
considerava-se o menor dos santos, pois perseguiu a igreja e, se fosse
uma escolha exclusivamente sua, não atuaria como boca de Deus. Ele
não teve como dizer não, pois a escolha foi do Senhor. Igualmente não
tenho como rejeitar a escolha de Deus sobre minha pessoa. 41
Nosso desejo é que cada membro do Corpo de Cristo aceite e diga
sim à função recebida de Deus, abandonando toda e qualquer disputa
e contenda. Tal visão trará o Senhor de volta.

Pergunta: Você já sabe qual é sua função na igreja?

Meu ponto-chave:
Uma linda história de amor

42
SEMANA 3 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Êx 2; 3:1-11; 6:2-3; Nm 12:2, 6-8, Jr 1:4-10; Fp 1:14-26
Ler com oração:
“E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso
mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a
outros” (2 Tm 2:2).

OS EXEMPLOS DE MOISÉS,
JEREMIAS E PAULO
A história de Moisés é um bom exemplo sobre as escolhas de Deus.
O próprio Senhor o escolheu, mas havia outras pessoas que desejavam
assumir a liderança do povo de Deus, entre elas Miriã e Arão, seus
irmãos (Nm 12:2). Moisés era considerado o homem mais manso da
terra, e certamente não partiu dele a decisão de ser líder, pois isso
compete a Deus. Por essa razão, o próprio Senhor assumiu a defesa de
Moisés quando questionaram a liderança dele (vs. 6-8).
Moisés, um hebreu, foi adotado pela filha de Faraó, por isso recebeu
a melhor educação da época. Apesar de toda a cultura adquirida,
aos 40 anos de idade Moisés matou um egípcio que maltratava um
hebreu. Quando o fato chegou ao conhecimento de Faraó, Moisés
fugiu para o deserto de Midiã (Êx 2). Nesse novo ambiente, ele
passou quarenta anos ouvindo somente os balidos dos rebanhos, e
todo seu aprendizado tornou-se inútil. Justamente nessa condição
de incapacidade, Deus o chamou. Aos 80 anos de idade, Moisés As palavras finais de Paulo aos colossenses
deparou-se com uma sarça ardendo em fogo. Provavelmente, aos 40
anos, acreditaria que o fogo necessitava da sarça como combustível.
Mas agora, longe da educação egípcia e na maturidade dos 80 anos,
Moisés percebeu que a sarça era apenas um suporte para o fogo, um
canal, como nós somos hoje para o rio da graça fluir (3:1-4).
Nessa passagem há também o comando de Deus para que Moisés
retornasse ao Egito e resgatasse o povo de Israel da escravidão. Mas
esta foi sua reação: “Quem sou eu para ir a Faraó e tirar do Egito os
filhos de Israel?” (Êx 3:5-11). Geralmente o vaso escolhido não se
julga capaz. Temendo que o povo o questionasse a respeito do Deus
que o enviara, Moisés quis saber qual era o nome do Senhor. Ele
respondeu-lhe: “Eu Sou o Que Sou. Disse mais: Assim dirás aos filhos
de Israel: Eu Sou me enviou a vós outros” (v. 14). A Moisés, Deus
revelou o Seu nome “YHWH” (ou Yahweh) e a Abraão, Isaque e Jacó 43
revelou-se como “El Shaddai” (Êx 6:2-3). Essa foi a primeira vez que
Deus revelou Seu nome ao homem.
Mesmo diante da evidente escolha divina, Moisés ainda se sentia
incapaz: “Ah! Senhor! Envia aquele que hás de enviar, menos a mim.
Então, se acendeu a ira do Senhor contra Moisés, e disse: Não é Arão,
o levita, teu irmão? Eu sei que ele fala fluentemente; e eis que ele sai
ao teu encontro e, vendo-te, se alegrará em seu coração” (Êx 4:13-14).
Apesar da eloquência de Arão, Deus havia escolhido Moisés. Aqui
novamente confirmamos que a escolha é sempre de Deus.
Experiência semelhante ocorreu com Jeremias (Jr 1:4-10), que
foi consagrado por Deus para ser profeta às nações, porém disse:
“Ah! Senhor Deus! Eis que não sei falar, porque não passo de uma
criança” (v. 6). Deus, então, disse que colocaria Suas palavras na boca
de Jeremias e que ele não precisaria preocupar-se. Um profeta não
fala suas próprias palavras, mas deve transmitir o que o Senhor lhe
puser na boca. Em sua liberdade natural, o homem faz suas escolhas.
No plano celestial, as escolhas estão nas mãos de Deus, a nós cabe
ouvir Seu falar. Sendo assim, não podemos exaltar o homem, tendo
preferência por um ou outro pregador; Deus é que faz Sua obra.
Na Epístola aos Filipenses, Paulo afirma que muitos se sentiam
estimulados a falar a palavra de Deus, diante do exemplo de Paulo,
que perseverava apesar dos sofrimentos e perseguições (1:14). Porém
havia aqueles que “proclamavam a Cristo por inveja e porfia” (v. 15).
Era como se dissessem que não concordavam com o falar de Paulo,
pois tinham outra interpretação. Todavia quem fala por Deus não
expressa sua própria interpretação, pois somente pode dizer o que
Deus quer. Falar diferentemente produz apenas discussões e prejudica
a edificação do Corpo de Cristo. Por isso Paulo rogava por “súplica e
provisão do Espírito de Jesus Cristo” (v. 19). Vemos aqui a importância
Uma linda história de amor

de orar a favor de quem fala por Deus.


Em seguida Paulo confessa que partir para o Senhor seria
incomparavelmente melhor, porém reconhecia que deveria permanecer
por causa da igreja (Fp 1:23-26). Fica claro que Paulo não tinha ambição
de falar por Deus ou de ocupar uma posição ambicionada por muitos.
Realmente seu objetivo não era a glória de homens, mas desejava ser
fiel ao Senhor e desempenhar bem seu papel. Igualmente devemos
desempenhar com fidelidade a função que o Senhor nos entregou.
No tocante ao falar de Deus, a boca do Corpo é coletiva. Começa em
44 Paulo, que recebe a revelação e fala inspirado pelo Espírito Santo; daí,
homens fiéis e idôneos transmitem seu falar (2 Tm 2:2). No Corpo de
Cristo, temos diferentes membros; uns são boca; outros, nariz, mãos,
pés etc. Cada um cumpre sua função. Ninguém está aqui por opção
própria, foi Deus quem nos escolheu. Desse modo, precisamos honrar
cada irmão na função em que se encontra, pois a escolha é de Deus.

Pergunta: O que Moisés, Jeremias e Paulo têm em comum?

Meu ponto-chave:

As palavras finais de Paulo aos colossenses

45
SEMANA 3 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mt 5:13; 9:35-36; Ef 4:29; 5:16-18; Cl 3:16; 1 Pe 3:14-16
Ler com oração:
“Portai-vos com sabedoria para com os que são de fora; aproveitai
as oportunidades. A vossa palavra seja sempre agradável, temperada
com sal, para saberdes como deveis responder a cada um” (Cl 4:5-6).

PORTAR-SE COM SABEDORIA PARA COM OS DE FORA


Em Colossenses há uma orientação para nos portarmos com
sabedoria para com os de fora. Na verdade, é isso que as igrejas têm
praticado ao sair às ruas, imergir na palavra e fazer colportagem.
Incentivamos os irmãos a separar um tempo para ir ao Posto
Avançado de Colportagem (PAC). Ali somos aperfeiçoados a não
escolher a pessoa para quem e com quem iremos orar, mas seguir
a orientação do Espírito, que abre as oportunidades para orarmos.
Nossa mente natural apega-se muito à aparência pessoal, mas quase
sempre as aparências enganam. No PAC aprendemos a valorizar
todas as oportunidades simplesmente perguntando: “Posso orar por
você?”, e assim vamos remindo o tempo. Paulo disse que devemos
remir o tempo porque os dias são maus (Ef 5:16). “Remir” significa
“redimir”, “resgatar mediante um preço”. Por vezes o preço pago é
passar vergonha, receber muitos nãos, porém isso é irrelevante, pois
precisamos continuar remindo o tempo.
No final de Colossenses, lemos: “Aproveitai as oportunidades” (4:5).
Então, se Deus coloca pessoas a nossa frente, é para orarmos por elas, já
que essa oportunidade talvez não se repita, pois os dias são maus. Não
sabemos o que poderá acontecer. Diversos colportores testemunham
sobre vidas sendo salvas por meio do “Posso orar por você?”. Há pessoas
Uma linda história de amor

que estavam dispostas a dar fim à própria vida, mas, após aceitarem a
oração, foram salvas da morte. Por isso vamos remir o tempo porque
os dias são maus. Com esse proceder, não nos tornaremos insensatos,
mas compreenderemos qual é a vontade do Senhor (Ef 5:17).
Ao nos aprofundarmos na palavra, ela nos dará direção, e seremos
salvos do entorpecimento do “vinho” do mundo (Ef 5:18). Certa vez
ouvi estas palavras: “Quem ouve, esquece; quem vê, imita; quem se
justifica, não faz; mas quem faz, aprende”. Como vamos aprender?
Enchendo-nos do Espírito e falando entre nós a palavra. A imersão na
46 palavra nos leva a falar a palavra profética entre nós.
Também em Colossenses lemos que a palavra de Cristo deve
habitar ricamente em nós para nos instruirmos e nos aconselharmos
mutuamente (3:16). Isso é remir o tempo, pois a palavra nos conduzirá
a fazer a vontade do Senhor. É assim que nos portaremos com sabedoria
para com os de fora.
O apóstolo Pedro ensina que devemos ter clareza a respeito da
esperança que há em nós, porque isso nos dará força para vencer
com mansidão e temor as injustiças e ofensas (1 Pe 3:14-16). Somos
pessoas diferentes, pois somos alegres e cheios de esperança. Quem
vê essas virtudes em nós, diz: “Eu quero essa alegria e esperança”.
Portanto não podemos ser encontrados cabisbaixos ou desanimados.
Satanás usa diversas pessoas para atacar-nos com maledicências,
mas nosso bom procedimento depõe a nosso favor, e elas verão que
vivemos em outra realidade, a realidade do reino dos céus.
Nossa palavra deve ser sempre agradável, temperada com sal,
para sabermos responder a quem pedir a razão de nossa esperança
(Cl 4:6; 1 Pe 3:15). Em Mateus lemos que, se o sal perder o sabor, para
nada mais serve (5:13). Muitos de nós vivem, há anos, uma vida sem
sabor. Mas agora Deus está restaurando nosso sabor, pois praticamos
a imersão na palavra e saímos às ruas impactando a vida das pessoas.
Eis o testemunho de uma influencer:
“Acabei de ser abordada na rua por uma moça. Ela passou por
mim e falou: ‘Eu posso fazer uma oração por você?’. Falei: ‘Claro’.
E agora entrei no carro e estava pensando sobre isso, como as boas
intenções fazem a diferença, né? Tem sempre alguém disposto a
As palavras finais de Paulo aos colossenses

colorir nossos dias. Isso me fez muito bem. Boa sexta-feira para
vocês!” (influencer, na Web).
Embora sendo uma influenciadora, sua própria vida estava sem
sabor e cor. Todavia o fato de alguém orar por ela trouxe um novo
colorido a seu dia. As pessoas estão no corre-corre diariamente
e encontram-se aflitas e exaustas (Mt 9:35-36). Nós, como “sal”,
podemos mudar a vida delas, dando-lhes o sabor necessário. Não há
motivo para privarmos ninguém dessa esperança, portanto vamos às
ruas orar pelas pessoas.
Os colportores têm provado que o conteúdo da palavra profética
é a porção que traz ajuda real às pessoas. Alguns têm muito tempo
de conversão e vasta bagagem para aconselhar e ajudar jovens,
casais, famílias etc. Mas agora, com a palavra profética atual, que
desfrutaram mediante a imersão, eles fazem orações simples e curtas, 47
como: “Senhor, preenche essa pessoa com o amor que procede de um
coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sem fingimento”. E
quem recebe a oração diz que precisava exatamente disso. Creiamos
que o Senhor tem a palavra viva, certa, pois não somos nós com nossa
experiência antiga que vamos fazer a vontade de Deus. Vamos agir
guiados pelo Espírito!
Em Efésios lemos que de nossa boca não deve sair nenhuma palavra
torpe, porém somente aquela que for boa para a edificação (4:29). Ao
nos mantermos atualizados com o falar de Deus, teremos uma boa
palavra para a edificação. Não é seguir o próprio conceito, porém é
imergir na palavra e deixar-se guiar pelo Espírito.

Pergunta: Qual é a palavra certa para ajudar as pessoas?

Meu ponto-chave:
Uma linda história de amor

48
SEMANA 3 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
At 19; 20:1-4
Ler com oração:
“Quanto à minha situação, Tíquico, irmão amado, e fiel ministro, e
conservo no Senhor, de tudo vos informará. Eu vo-lo envio com o
expresso propósito de vos dar conhecimento da nossa situação e de
alentar o vosso coração” (Cl 4:7-8).

A RELAÇÃO ENTRE PAULO E TÍQUICO


O apóstolo Paulo mencionou Tíquico no final da carta aos
Colossenses, referindo-se a ele como irmão amado, fiel ministro
e conservo no Senhor (4:7-8). Tíquico foi o portador dessa carta e,
como conhecia de perto a situação de Paulo na prisão, transmitiria
informações detalhadas a respeito do apóstolo para confortar a
todos na igreja.
No livro de Atos, Tíquico é citado, juntamente com Trófimo, como
discípulo da região da Ásia que acompanhou Paulo após este ter
deixado Éfeso (20:1-4). Ali havia ocorrido um grande tumulto, pois
muitos adoradores da deusa Diana se converteram e deixaram de
comprar os nichos da deusa, causando prejuízo aos comerciantes. O
povo gritava: “Grande é Diana dos efésios”; e, em seguida, capturaram
Gaio e Aristarco. Paulo, então, deliberou ir à Síria por mar, mas, como
havia uma conspiração por parte dos judeus para matá-lo, ele foi por
terra e passou pela Macedônia rumo à Ásia, região onde estavam As palavras finais de Paulo aos colossenses
Colossos e Éfeso (19).
A Epístola aos Efésios também menciona Tíquico: “E, para que
saibais também a meu respeito e o que faço, de tudo vos informará
Tíquico, o irmão amado e fiel ministro do Senhor. Foi para isso que
eu vo-lo enviei, para que saibais a nosso respeito, e ele console o
vosso coração” (6:21-22). Desse modo, concluímos que Tíquico foi
o portador tanto da carta aos colossenses quanto da carta aos efésios.
Nessas epístolas Paulo não deu muitas informações sobre sua
situação, mas confiava que Tíquico transmitiria tudo aos irmãos, pois
esteve com ele na prisão. Havia uma bela relação de confiança entre
eles, bem evidente na expressão “amado irmão e fiel ministro do
Senhor” (Ef 6:21). Também notamos que havia uma relação orgânica
e amorosa entre as igrejas e o apóstolo. Paulo preocupou-se em enviar
Tíquico até os irmãos de Éfeso e Colossos para que soubessem que, 49
embora preso, estava bem, pois Deus estava cuidando dele. Além
disso, Paulo receberia informações sobre o estado dos irmãos por
meio de Tíquico. Esse relacionamento é fruto do Corpo de Cristo, e
não de organização humana, pois o Senhor confeccionou entre Paulo
e as igrejas um tecido de amor, que também nos alcançou. Apesar
de Paulo e Tíquico terem funções diferentes na obra, Paulo tratava-o
como irmão amado e fiel ministro e conservo no Senhor.
Em Apocalipse vemos que, com a degradação das igrejas, surgiu a
relação de hierarquia entre os irmãos. Assim apareceu o clericalismo,
dividindo os irmãos entre clérigos e leigos. A hierarquia trouxe
a corrupção, pois a ambição e o poder decorrentes de ocupar altos
cargos fazem com que a pessoa exija privilégios para si. Houve um
processo gradativo e crescente no qual o clero exigia cada vez mais
honras e privilégios.
Para sair dessa decadência, o Senhor quer fazer-nos voltar para a
igreja em Filadélfia, onde há o amor fraternal. Por sermos irmãos, não
existe hierarquia entre nós, mas há respeito e honra para com aqueles
que o Senhor colocou a nossa frente. Ninguém possui uma posição
superior à do outro. É como a relação entre Paulo e Tíquico. Apesar de
Paulo ocupar a liderança da obra, tratava Tíquico como irmão amado.
Isso é admirável!
Que o Senhor nos continue restaurando à condição da igreja
em Filadélfia, em que respeitamos nossas lideranças, porém sem
hierarquia, numa afetuosa relação de amor.

Pergunta: O que aprendemos com a relação entre Paulo e Tíquico?


Uma linda história de amor

Meu ponto-chave:

50
SEMANA 3 – SÁBADO
Leitura bíblica:
At 19:29; 20:4; 27:2; Cl 4:10-11
Ler com oração:
“Toma contigo Marcos e traze-o, pois me é útil para o ministério”
(2 Tm 4:11b).

OS APOIADORES DE PAULO
Na carta aos Colossenses, aparece outro cooperador de Paulo,
chamado Onésimo, o qual, provavelmente por ter defraudado seu
senhor, Filemom, fugiu para Roma, onde conheceu o apóstolo Paulo.
Onésimo era um escravo e também uma pessoa de caráter duvidoso;
porém, ainda assim, Paulo, remindo o tempo, pregou-lhe o evangelho.
Com a conversão de Onésimo, este se tornou útil, um cooperador
de Paulo, que se refere a ele assim: “Em sua companhia, vos envio
Onésimo, o fiel e amado irmão, que é do vosso meio. Eles vos farão
saber tudo o que por aqui ocorre” (Cl 4:9).
O tratamento dispensado por Paulo a Onésimo é digno de nota, pois
trata-se de um líder referindo-se a um recém-convertido como “fiel e
amado irmão”. Entretanto, a partir do século II, com o surgimento da
hierarquia na igreja (bispos, arcebispos, cardeais e papa), dificilmente
um escravo defraudador receberia a atenção da liderança. Precisamos
recuperar esse espírito de humildade em nosso meio.
Onésimo e Tíquico foram ambos encarregados de levar aos
colossenses a carta escrita por Paulo e informar os irmãos sobre tudo o
As palavras finais de Paulo aos colossenses
que ocorria com Paulo em Roma. Porém o apóstolo devia explicações
a Filemom, antigo senhor do escravo Onésimo. Esse irmão poderia
não compreender bem a postura de Paulo, que honrava alguém que
praticara um ato desonesto. Por esse motivo, a eles também foi entregue
uma carta destinada a Filemom. As duas epístolas (Colossenses e
Filemom) foram escritas no mesmo contexto.
O nome “Onésimo” significa “útil”, porém esse escravo, em vez
de servir de forma útil, causou danos a seu senhor e fugiu. Naquele
tempo os escravos eram propriedade de seus donos, que tinham
total poder sobre eles, podendo até matá-los. Tornava-se um escravo
aquele derrotado em guerras, o criminoso, o devedor e o nascido
escravo. Desse modo, segundo os valores da época, um escravo
pouco valia, porém Paulo não tinha esse preconceito social e, ao
encontrar Onésimo em Roma, pregou-lhe o evangelho. O apóstolo 51
remiu o tempo e conduziu Onésimo à conversão, tratando-o como
fiel e amado irmão.
No último capítulo de Colossenses, Paulo também menciona
Aristarco, Marcos e Jesus (4:10-11). Aristarco era um macedônio
de Tessalônica (At 27:2) e esteve presente na confusão ocorrida em
Éfeso (19:29). Por isso era conhecido dos irmãos em Colossos e
também integrou a comitiva de Paulo que seguiu para a Grécia (20:4),
navegando com ele até Roma, onde permaneceram presos.
Marcos, ou João Marcos, era primo de Barnabé e acovardou-se
na primeira viagem missionária de Paulo, ao chegar à Panfília. Com
isso Paulo desentendeu-se com Barnabé e não permitiu que Marcos
o acompanhasse na segunda viagem. Mas, no final, Marcos tornou-
se um cooperador útil a Paulo. Por isso nunca devemos desprezar as
pessoas. Todos nós já fomos jovens e tivemos momentos de rebeldia e
desinteresse pelas coisas de Deus. O Senhor teve misericórdia de nós
incluindo-nos hoje na obra. Marcos teve outra oportunidade de servir
ao Senhor, escreveu o Evangelho de Marcos, baseado no relato de
Pedro, e finalmente tornou-se um cooperador de Paulo. Portanto, cerca
de doze anos após ter abandonado sua primeira viagem missionária,
Marcos foi reintegrado à obra do Senhor. Cinco anos depois desse
fato, Paulo escreveu a Timóteo reafirmando a importância de Marcos
para o ministério (2 Tm 4:11). Foi uma experiência semelhante à de
Onésimo, que era inútil e posteriormente se tornou útil. Não desistamos
dos irmãos, ainda que antes tenham causado alguma decepção, pois
todos podem ser aperfeiçoados e tornar-se úteis para o ministério.
O terceiro irmão citado foi Jesus, o justo, que era um judeu convertido
e cooperava com Paulo no evangelho. Esse nome Jesus não era incomum
na época, pois se tratava de uma variação do nome hebraico Josué. Ele
integrava os da circuncisão que cooperavam com Paulo, sendo um
Uma linda história de amor

alento para o apóstolo. Em suas viagens, Paulo hospedava-se na casa


de outros judeus convertidos, que formavam uma rede de apoio. Que
o Senhor nos dê um coração compassivo para acolher qualquer irmão!

Pergunta: Por que não podemos desistir de nenhum irmão?

Meu ponto-chave:
52
SEMANA 3 – DOMINGO
Leitura bíblica:
At 19:9; Ef 3:2-11; Cl 4:12-18; 2 Tm 1:15-16; 4:11
Ler com oração:
“Em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que
complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus
para testemunhar o evangelho da graça de Deus” (At 20:24).

SEGUIR O MODELO DE PAULO


No fim de sua carta aos Colossenses, Paulo cita os nomes de mais
alguns irmãos. Epafras foi qualificado como “servo de Cristo Jesus”
(4:12-13), e provavelmente Paulo o tenha aperfeiçoado quando
ministrava na escola de Tirano (At 19:9). Epafras tornou-se um obreiro
e levantou as igrejas em Laodiceia e em Hierápolis, pelas quais orava
continuamente para que se conservassem perfeitas e convictas de toda
a vontade de Deus.
Lucas foi o médico amado que acompanhou Paulo e cuidou da saúde
dele até o fim. Muitos irmãos abandonaram o apóstolo, mas Lucas
estava entre os fiéis (2 Tm 1:15; 4:11), como também Onesífero (1:16),
que procurou Paulo solicitamente até encontrá-lo. Naquele tempo
quem se associasse a um criminoso poderia legalmente ser preso e até
morto. Na segunda prisão de Paulo, sob o governo do imperador Nero,
ele foi considerado criminoso. Onesífero, porém, não mediu esforços
e correu grande risco para encontrar Paulo e confortá-lo.
Ainda em Colossenses, Paulo saúda os irmãos de Laodiceia, As palavras finais de Paulo aos colossenses
e Ninfa e Arquipo (4:15-18). Próximas de Colossos estavam
Laodiceia e Hierápolis, onde havia abundância de águas termais. A
água quente que descia de Hierápolis chegava morna em Laodiceia,
e daí entendemos a comparação da referência bíblica em Apocalipse:
“Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de
vomitar-te da minha boca” (3:16).
A carta de Paulo era a palavra de Deus para as igrejas e continha
suprimento espiritual e instruções a ser observados. Uma carta
encaminhada a uma cidade, depois de lida, seguia para outra localidade.
Era difícil os irmãos receberem a palavra profética, porque os meios de
transporte eram poucos e lentos, e as epístolas demoravam semanas ou
meses para chegar ao destino. Como não havia recursos tecnológicos
para imprimir a carta, certamente a divulgação do conteúdo era feita
por meio de leitura às igrejas. 53
Atualmente, passados vinte séculos, a palavra profética é liberada
com acesso imediato a diversas igrejas pelos meios de comunicação.
Rapidamente as notas e a imersão ficam prontas, e os irmãos logo
podem ser alimentados espiritualmente. Ao longo dos anos, o homem
caiu em grande degradação, e hoje nos encontramos nos tempos finais.
Não há mais nada a esperar. Temos as ferramentas ao alcance das
mãos. Portanto, com um coração correto e amor à palavra profética, ela
habitará abundantemente em nós e nos conduzirá à prática. É com essa
rapidez de acesso à palavra profética que traremos o Senhor de volta.
O irmão Arquipo talvez fosse um dos líderes da igreja em Colossos
e provavelmente era filho de Filemom. Paulo o incentivou a cuidar do
ministério que recebera do Senhor Jesus. Embora cada um tenha um
ministério, todos eles são para um único ministério, que é a edificação
do Corpo de Cristo. Portanto Paulo, como líder da obra, constituído
ministro e despenseiro principal da graça de Deus (Ef 3:2-11), encorajou
Arquipo a prosseguir. Assim também encorajo todos a cumprir seus
ministérios. Nosso desejo é que todos sejam fiéis a este ministério no
lugar em que foram colocados pelo Senhor.
Paulo tinha cooperadores para escrever as cartas, porém aos
colossenses ele escreveu de próprio punho as saudações finais. A
carta aos Colossenses foi escrita na prisão quando Paulo foi preso
pela primeira vez. Na segunda vez em que foi preso, por ordem do
imperador Nero, ele foi preso na condição de um criminoso, passando
por diversas privações e humilhações, encarcerado nos frios e imundos
calabouços romanos, cercado de mau cheiro e de doenças. Por isso
rogou aos irmãos que se lembrassem de suas algemas. Amados irmãos,
as algemas de Paulo devem encorajar-nos a ter o mesmo espírito de
martírio, sacrifício e entrega pelo evangelho.
O impactante testemunho de Paulo nos inspira, especialmente com
Uma linda história de amor

estas palavras: “Porém em nada considero a vida preciosa para mim


mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que
recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de
Deus” (At 20:24). E por fim, em sua segunda carta a Timóteo, ele
declara que completou a carreira: “Já agora a coroa da justiça me
está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não
somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda”
(4:8). Sejamos todos encorajados pelo modelo de Paulo e motivados
a trabalhar muito mais pela obra do Senhor, levando o evangelho do
54 reino para todas as partes do mundo.
Pergunta: Em que aspectos o testemunho de Paulo encoraja você a prosseguir
amando a vinda do Senhor?

Meu ponto-chave:

As palavras finais de Paulo aos colossenses

55
SEMANA 4 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Ef 5:18-20; Cl 4:2-5
Ler com oração:
“Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e
aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus,
com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso
coração” (Cl 3:16).

ENCHER-SE DO ESPÍRITO E IMERGIR NA PALAVRA


Nesta mensagem, intitulada “A carta de Paulo a Filemom: uma
história de amor”, veremos a importância de imergir na palavra,
compartilhando-a entre nós para nos encher do Espírito, a fim de
que ela habite ricamente em nosso coração. Também veremos que
o ministério de Paulo produz uma rede de amor, que é o que Deus
quer fazer hoje, removendo todo espaço que ainda há entre nós. Por
fim, abordaremos a Epístola a Filemom, que nos mostra como Paulo
escolheu o caminho do amor ao rogar a Filemom em favor de Onésimo.
Abramos agora nosso coração para aprender e receber palavras que
podem transformar nossa vida.
Porque muitos irmãos têm praticado o que Paulo disse aos
colossenses: “Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-
vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a
Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em
vosso coração” (3:16), hoje desfrutamos um ambiente indescritível,
de muita alegria no Espírito. Compartilhando entre nós a palavra de
Cristo, permitimos que ela habite ricamente em nós e produza essa
alegria real e genuína.
Temos tido experiências maravilhosas ao sair às ruas para contatar
Uma linda história de amor

as pessoas. O Senhor tem levantado nossas crianças: simples, puras,


sem preconceitos, para orar pelas pessoas. E nossos adolescentes e
pré-adolescentes também. Eles têm imergido na palavra, meditado
nela e a compartilhado tanto nas ruas como nas escolas, influenciando
os pais e outros adultos. Quanto a nossos jovens, desejamos que eles
sigam o exemplo dos adolescentes, também se unam e queimem pela
pregação do evangelho.
Nós, os mais velhos, não devemos ser um obstáculo para o avanço
do Senhor. Abramos nosso coração e nos rendamos ao Senhor,
56 humilhando-nos para que Ele tenha total acesso a nós. Para quem
quiser mudar o formato das reuniões e ajudar os irmãos na igreja a
sair do convencional, sugerimos passar um final de semana no CEAPE
(Centro de Aperfeiçoamento para a Propagação do Evangelho). Essa
experiência pode transformar a vida dos irmãos e, consequentemente,
impactar a vida da igreja em sua cidade. Podem também solicitar a
ajuda dos cooperadores da região para enviar colportores e o Expolivro
a sua cidade, a fim de vivenciarem experiências de colportagem e
intercederem pelas pessoas.
Renovemos nossa mente e nos engajemos nessa batalha. Não
fiquemos apenas assistindo. Todos podem ter essa experiência ao
sair às ruas, mesmo com um pouco de receio e até pressão, mas não
desistamos. Essas situações nos levam a depender mais do Senhor, e
é aí que percebemos o poder transformador da imersão na palavra.
Precisamos de um pouco de pressão para sair de nossa zona
de conforto, de nosso convencional, a fim de experimentar o
poder sobrenatural de Deus. Os adultos podem trabalhar com
os adolescentes. Na igreja em São Luís (MA), havia apenas dois
adolescentes. Eles trabalharam e foram buscar mais adolescentes
nas ruas. Hoje o número de adolescentes na igreja já ultrapassou
cinquenta, em apenas dois meses.
Não fiquemos presos a justificativas e desculpas. Há um famoso dito:
“Quem ouve, esquece; quem vê, imita; quem não faz, se justifica; quem
faz, aprende!”. Quem está indeciso deve experimentar e aprender, sem

A carta de Paulo a Filemom: uma história de amor


criticar ou julgar. Se hoje “incendiarmos” nossos adolescentes, eles
“incendiarão” seus pais, e, como consequência, as reuniões da igreja
nunca mais serão as mesmas, mas se encherão do fogo do Espírito. Em
Colossenses, faz-se menção de “perseverar em oração e vigiar” (4:2), e
também de suplicar a favor de quem fala a palavra de Deus (v. 3). Isso
porque a palavra de Deus é que faz toda a Sua obra, que dá direção e que
estimula a igreja a avançar. A palavra de Deus para nós é uma ordem.
Em Colossenses, Paulo também nos exorta a nos portar “com
sabedoria para com os que são de fora” (4:5). Todos os dias temos
contato com “os de fora”. No trabalho, na escola, na padaria, no posto
de gasolina, na loja, sempre temos contato com aqueles que não vivem
pela fé. É importante ter sabedoria para abordar os que são de fora, e
a única maneira de fazer isso é nos enchermos do Espírito, fazendo
habitar ricamente em nós a palavra de Cristo. Encher-nos do Espírito
para não mais viver na carne nem pelo homem natural. A imersão na
palavra faz isso, ela é um grande presente de Deus para nós. 57
Pergunta: O que a imersão na palavra produz em nós?

Meu ponto-chave:

Leitura de apoio:
“Rumo à herança divina” – cap. 6 – Dong Yu Lan.
“O coração da Bíblia” – cap. 3 – André Dong.
Uma linda história de amor

58
SEMANA 4 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
At 15:36-40; 19:29; Cl 4:3-14; 2 Tm 4:11
Ler com oração:
“Ele, antes, te foi inútil; atualmente, porém, é útil, a ti e a mim” (Fm 11).

O MINISTÉRIO DE PAULO
Falar entre nós a palavra de Deus, instruir-nos e aconselhar-nos
mutuamente faz com que ela habite ricamente em nós, enchendo-
nos do Espírito. Quando alguém ensina um conteúdo a outros, esse
conteúdo é fixado nele. Vamos exercitar falar uns aos outros a palavra,
pois, quanto mais falamos, mais a absorvemos.
Paulo sabia disso, por isso disse: “Instruí-vos e aconselhai-vos
mutuamente” (Cl 3:16). Também quando anotamos o que ouvimos, o
conteúdo ouvido é fixado em nós. É importante ruminar a palavra, ou
seja, depois de ouvir e anotar, ouvir novamente. Se anotarmos o que
ouvimos e depois ouvirmos novamente, perceberemos que deixamos
escapar algo na primeira vez.
Ao revisar as anotações, faça um resumo de cada parágrafo na
margem direita, colocando a palavra-chave ao lado. Pela palavra-chave,
você saberá de que aquele parágrafo trata. Conforme vai revisando,
você verá Deus falando pelo Espírito com você sobre o conteúdo lido.
Anote essas percepções na margem esquerda para registrar o que Deus

A carta de Paulo a Filemom: uma história de amor


lhe falou. Recomendo isso a todos, principalmente aos jovens: fazer
anotações e revisar. Assim desfrutarão muito mais a palavra.
Praticar a imersão na palavra faz toda a diferença. Não façamos as
coisas de acordo com o pensamento e maneira naturais. Todos os que
foram para o PAC (Posto Avançado de Colportagem) voltaram com
o mesmo testemunho. Muitos deles, inclusive irmãos responsáveis,
quando saíam às ruas e tentavam utilizar o que já sabiam, como
sempre fizeram, perceberam que não obtinham resultados. Quando,
porém, utilizaram a palavra profética ao orar pelas pessoas, viram que
causava efeito. As pessoas eram tocadas pelo Espírito e diziam: “É
exatamente aquilo de que eu precisava!”. Não confiemos em nossa
habilidade. Deus quer tirar-nos da esfera terrena e levar-nos a servi-Lo
na esfera celestial, espiritual. Para isso, é importante crer na palavra
profética como também orar em favor de quem a transmite (Cl 4:3).
O propósito de nossa vida é permitir que Deus produza algo entre
nós. O resultado do ministério de Paulo é uma rede de amor. No 59
final de Colossenses, Paulo cita, além de localidades, vários de seus
cooperadores, como Tíquico e Onésimo (4:7, 9), antes um escravo
inútil, mas agora alguém salvo e útil nas mãos do Senhor (Fm 11).
Paulo cita também Aristarco, preso junto com ele em Roma (Cl 4:10).
Aristarco era um macedônio que, no tumulto em Éfeso, sofreu no
lugar de Paulo (At 19:29). João Marcos, o primo de Barnabé, também
é citado por Paulo. Ele havia abandonado Barnabé e Paulo na primeira
viagem missionária, talvez por ser jovem e não conseguir suportar os
sofrimentos e dificuldades na obra do Senhor (At 15:36-40). A lição
preciosa que aprendemos aqui é nunca desistir de um jovem, mesmo
que ele tenha falhado e nos decepcionado no passado. O Senhor
ainda pode aperfeiçoá-lo e torná-lo útil como João Marcos, que foi
um companheiro de Paulo até o final de sua vida (2 Tm 4:11). Ele
também acompanhou o apóstolo Pedro, sendo o autor do Evangelho
de Marcos, que escreveu conforme o relato que ouvira dele.
Além desses, Paulo cita também Jesus, o justo (Cl 4:11), Epafras,
seu cooperador na região de Colossos, e Lucas, o médico (vs. 12-14).
Lucas também é um dos que permaneceram com Paulo até o fim de
seu ministério (2 Tm 4:11). Assim, o ministério de Paulo não é de
doutrinas, de conhecimentos bíblicos somente, mas um que produz
vida, produz relacionamentos de amor, que faz a vontade de Deus e
confecciona um tecido de amor entre os irmãos e as igrejas.

Pergunta: O que o ministério de Paulo nos ensina?

Meu ponto-chave:
Uma linda história de amor

60
SEMANA 4 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Dt 18:18-22; Mt 7:6; Rm 12:6; Ap 20:4, 6
Ler com oração:
“E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso
mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a
outros” (2 Tm 2:2).

RECEBER E TRANSMITIR FIELMENTE A PALAVRA


Paulo enfrentou muitos ataques contra seu ministério. É o que
acontece com quem fala por Deus. Satanás sempre tenta tornar
confuso o falar único do Senhor. Deus não tem apenas uma boca em
Seu Corpo; há uma boca coletiva, mas ela começa com um canal,
como se lê em Apocalipse: “Revelação de Jesus Cristo, que Deus
lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem
acontecer e que ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao
seu servo João” (1:1).
Deus quer dar revelação a Seus servos para que eles profetizem nas
igrejas. Tais servos são a boca coletiva no Corpo de Cristo. Entretanto
essa revelação foi dada por intermédio de uma pessoa: o apóstolo
João. Deus deu revelação a Seus servos por meio de João, e eles
transmitiram à igreja o que João recebeu de Deus. É assim que Deus
age, para que haja um só falar, uma só direção, sem confusão.

A carta de Paulo a Filemom: uma história de amor


Há vários profetas na igreja. Eles constituem a boca coletiva do
Corpo de Cristo, mas não falam qualquer coisa nem sua própria
palavra. Paulo disse a Timóteo: “E o que de minha parte ouviste
através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e
também idôneos para instruir a outros” (2 Tm 2:2). Paulo era o canal
naquela época, ele falava a palavra profética, ou seja, transmitia aquilo
que recebia de Deus, e pediu que Timóteo encontrasse homens fiéis
para transmitir essas palavras fielmente. Nada deve ser inventado,
filtrado, mudado ou acrescentado.
Precisamos aprender a ser fiéis transmissores da palavra que
recebemos. Temos a tendência de mudar o que ouvimos, considerar
isso e aquilo bom ou mau para a igreja. Paulo, no entanto, disse a
Timóteo que aqueles que ouvem, devem ser fiéis ao transmitir. E
os profetas também precisam transmitir aos que são fiéis, aos que
têm apreço pela palavra de Deus. O contrário será jogar pérolas aos
porcos (Mt 7:6). 61
Se transmitirmos a palavra profética àqueles que a apreciam, eles
com certeza serão fiéis, como nós, para transmitir essa palavra a outros.
É essencial compreendermos que na igreja há vários profetas que
servem como boca, mas eles devem seguir um só falar, transmitindo
fielmente o que receberam.
Em Romanos lemos sobre vários dons, funções que cada membro
tem, inclusive a profecia (12:6). Profetizar significa falar por Deus,
sendo inspirado pelo Espírito Santo. Paulo falava segundo a revelação
que Deus lhe dava. Quem fala por Deus tem de esperar que Ele
coloque palavras em sua boca, falando apenas o que Ele ordenar. Cada
palavra proferida tem de ser palavra de Deus, e cada palavra tem de
ser cumprida; do contrário, não é palavra de Deus, e esse que falou
não é um profeta do Senhor (Dt 18:18-22).
Hoje temos a palavra profética, aquela que o Senhor nos tem dado e
que nos conduzirá até o final. Por isso precisamos amar essa palavra.
Nossa motivação e interesse não devem ser algo material, da terra,
mas deve ser a volta do Senhor. Se formos fiéis, quando o Senhor
voltar, cada um de nós receberá a coroa da justiça, o galardão de reinar
com Cristo durante mil anos (Ap 20:4, 6).
A palavra que o Senhor nos tem dado não é um ensinamento
teológico vazio, mas está produzindo resultados reais em nós segundo
a vontade de Deus. A igreja está sendo edificada, e a habitação de
Deus no espírito está sendo produzida para Seu descanso. Deus está
removendo o espaço vazio que ainda há entre nós, tecendo uma rede
de amor, unindo-nos em amor.
Num tecido de boa qualidade, os fios são bem ajustados,
compactados. É isso o que Deus deseja fazer conosco. A amizade
natural não tem valor, somente o amor de Deus nos une com
perfeição. Desfrutamos o amor de Deus pelo fato de a palavra de
Uma linda história de amor

Cristo habitar ricamente em nós.

Pergunta: Como identificar um profeta verdadeiro?

Meu ponto-chave:

62
SEMANA 4 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
1 Co 6:7; Cl 3:11; 4:7-9; Fm 7-19; 1 Jo 1:5; 4:8
Ler com oração:
“Prefiro, todavia, solicitar em nome do amor, sendo o que sou, Paulo,
o velho e, agora, até prisioneiro de Cristo Jesus; sim, solicito-te em
favor de meu filho Onésimo, que gerei entre algemas” (Fm 9-10).

O MOTIVO DA CARTA A FILEMOM


Paulo escreveu a Filemom por causa de Onésimo, seu escravo
(v. 1). Essa carta é praticamente um complemento da Epístola aos
Colossenses. No final de Colossenses, Paulo anuncia que Tíquico
levaria a carta a Colossos junto com Onésimo (4:7-9). Onésimo era
um escravo que fugira da casa de Filemom, seu senhor, e acabara em
Roma, recebendo os cuidados de Paulo. Este, por sua vez, precisava
dar explicações a Filemom sobre o que acontecera com Onésimo.
Naquele tempo era normal alguém ter escravos, considerados
bens, propriedades, instrumentos de trabalho. O dono de um escravo
tinha total direito sobre ele, podendo até puni-lo. Numa guerra, o
vencedor levava os vencidos para seu país como escravos. Onésimo se
encontrava nessa situação como resultado do sistema de escravidão.
É muito provável que, ao fugir, Onésimo tenha causado prejuízo
financeiro a Filemom (Fm 18-19). Ele fugiu para Roma, onde

A carta de Paulo a Filemom: uma história de amor


encontrou o apóstolo Paulo, que lhe pregou o evangelho e cuidou
dele (v. 10). Onésimo, então, passou a ser um cooperador de Paulo,
cuidando dele na prisão (v. 13).
Ao enviar a carta por meio de Tíquico e Onésimo, Paulo precisava
explicar a Filemom e aos colossenses, que conheciam Onésimo, por que
o enviava de volta. Do contrário, alguns irmãos em Colossos poderiam
estranhar a situação, pois Paulo pedia que Filemom recebesse de volta
aquele que o havia prejudicado como um irmão fiel e amado, sem
nenhuma cobrança. Outros poderiam achar que Onésimo era digno de
punição. Por isso Paulo cita Onésimo na carta aos colossenses (4:9).
Paulo gostaria que Onésimo permanecesse em Roma, mas sabia
que precisava resolver primeiro a situação de Onésimo com Filemom.
Porquanto Onésimo era propriedade de Filemom, de acordo com
os costumes da época, Paulo só poderia permanecer com Onésimo
mediante o consentimento de seu senhor. Esse foi o motivo de Paulo
escrever a Filemom. 63
Na carta, Paulo pede a Filemom que não veja mais Onésimo como
um escravo, mas sim que o acolha como um irmão fiel e amado.
Naquela época, com aqueles costumes, como Filemom teria reagido a
esse pedido de Paulo? Se Filemom tivesse outros escravos, tal decisão
poderia trazer-lhe muitos problemas porque outros poderiam tentar
fugir também. O pedido de Paulo não era simples, e a decisão a ser
tomada por Filemom não era fácil.
É importante perceber que Paulo não se envolveu com questões
políticas da época, não disse que Filemom não deveria ter escravos.
Igualmente nós hoje não nos envolvemos com questões políticas.
Procuramos servir a Deus dentro do regime do país em que vivemos,
sempre seguindo o Espírito e a Palavra.
Por outro lado, Paulo poderia simplesmente ter devolvido Onésimo
sem pedir nada a Filemom, sem se envolver com a questão de Onésimo
ser um escravo. Entretanto Paulo estava manifestando a compaixão
que há na humanidade de Cristo, o splágchnon de Cristo. Também
precisamos manifestar essa compaixão dentro de nós para com todas
as pessoas, independentemente de sua classe social.
No novo homem, não há nenhuma separação, porém Cristo é tudo
em todos (Cl 3:11). Deus, com Sua palavra, quer nos encher Consigo,
encher o Corpo de Cristo com o próprio Cristo, até que Ele seja tudo
em todos. Por isso temos praticado a imersão na palavra.
Como vimos, Paulo se dispôs a ressarcir qualquer dano que Onésimo
tivesse causado a Filemom (Fm 18-19). Essa era a humanidade de
Paulo. Ele pedia algo difícil a Filemom, mas também estava disposto
a arcar com o prejuízo (1 Co 6:7). Essa carta nos mostra uma relação
de amor, de entrega. Assim, ao receber o fluir do rio da vida, não
ganhamos meras doutrinas e conhecimentos bíblicos, mas recebemos
Cristo como a graça, a realidade, com todos os atributos divinos da
Uma linda história de amor

justiça, santidade e glória de Deus. Recebemos a essência de Deus,


que é luz e amor (1 Jo 1:5; 4:8), para nos enchermos de Cristo, para a
palavra de Cristo habitar ricamente em nosso coração.

Pergunta: Por que Paulo escreveu a Epístola a Filemom?

Meu ponto-chave:
64
SEMANA 4 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Ef 3:8, 18-19
Ler com oração:
“Acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição”
(Cl 3:14).

ENTRELAÇADOS EM UMA REDE DE AMOR


Pelo fluir da graça, recebemos as insondáveis riquezas de Cristo
(Ef 3:8). Pela imersão na palavra, Cristo habita em nosso coração,
assumindo o controle de nossa alma e nos arraigando cada vez mais
no amor de Deus. Isso realiza a vontade de Deus, que é fazer Cristo
encabeçar todas as coisas, começando por nós, Sua igreja.
Se ainda fazemos as coisas e tomamos decisões por nós mesmos,
segundo nossa própria vontade, estamos longe de ser encabeçados
por Cristo. Somente quando formos encabeçados por Ele é que
compreenderemos, junto com todos os santos, qual é a largura, o
comprimento, a altura e a profundidade das dimensões de Cristo
(Ef 3:18-19). O espaço que ainda existe entre nós é um vazio que
Cristo quer preencher, até não haver mais distâncias entre nós.
Quando chegarmos a esse ponto, seremos a plenitude Daquele que a
tudo enche em todas as coisas.
Paulo disse aos efésios: “Mas, seguindo a verdade em amor,

A carta de Paulo a Filemom: uma história de amor


cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (4:15). Quando
fomos desconectados de Deus, surgiram em nós vazios, mentiras e
vaidades, mas agora, reconectados a Deus, podemos seguir a verdade
em amor. Não sejamos cristãos teóricos e doutrinários, precisamos de
realidade espiritual.
Deus deseja produzir o amor entre nós, e, para isso, precisamos seguir
a verdade, que nos faz ser encabeçados por Cristo e crescer em tudo
naquele que é a Cabeça, Cristo. A Cabeça transmite a palavra por meio
de um canal, um despenseiro; nós, então, imergimos nessa palavra,
fazendo-a habitar ricamente em nosso coração, compartilhando-a
entre nós e enchendo-nos do Espírito. É assim que crescemos cada
vez mais, sendo encabeçados por Cristo.
No versículo seguinte, Paulo diz: “De quem todo o corpo, bem
ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa
cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a
edificação de si mesmo em amor” (Ef 4:16). As palavras “ajustado” 65
e “consolidado” aludem à palavra “coalescer” em português, que
significa “unir intensamente formando uma só peça”. Igual a um
tecido, com os fios da urdidura (verticais) e da trama (horizontais)
totalmente entrelaçados, Cristo entrelaça esses fios mediante Sua
palavra, que habita em nós.
Tecido bom é aquele cujos fios estão bem entrelaçados. Por isso é
melhor que sejam bem finos, evitando espaços vazios entre eles. O
Senhor tem trabalhado em nós por meio de Sua Palavra para remover
os vazios dentro e entre nós, a fim de estarmos bem ajustados e
entrelaçados nessa rede de amor. Se seguirmos a verdade em amor,
crescendo em Cristo, seremos ajustados, consolidados e compactados
servindo juntos.
Os que já passaram pelo PAC conviveram, serviram juntos, sofreram
juntos e tiveram experiências extraordinárias. Eles podem relatar
que, ao final dos dias passados juntos, o amor entre eles cresceu. Isso
acontece quando colocamos em prática a palavra, imergindo nela
juntos e saindo às ruas juntos.
Deixemos o antigo viver convencional para que o amor de Deus
cresça entre nós. Antigamente as reuniões semanais eram o único
tempo para ficarmos juntos. Era esse o tempo que o Senhor tinha para
nos coalescer, entrelaçar. Agora, porém, estando juntos na pregação
do evangelho e na imersão, fazendo a palavra de Cristo habitar
ricamente em nossos corações, somos coalescidos também em casa,
em nosso cotidiano. Maridos e esposas, pais e filhos têm saído juntos
para pregar o evangelho. Muitos adolescentes têm cobrado aos pais
para juntos fazerem a imersão na palavra.
Não podemos mais viver uma vida religiosa, de fachada espiritual.
Se quisermos cooperar com a volta do Senhor, precisamos viver uma
vida no espírito, permitindo que a palavra habite ricamente em nós,
Uma linda história de amor

sendo cada vez mais entrelaçados em nosso viver e saindo às ruas


para pregar o evangelho. Essa pressão que a palavra exerce sobre nós
faz-nos acelerar o passo e ter mais realidade espiritual, o que resulta
no crescimento do amor entre nós.
Neste versículo: “Para que o coração deles seja confortado e
vinculado juntamente em amor, e eles tenham toda a riqueza da forte
convicção do entendimento, para compreenderem plenamente o
mistério de Deus, Cristo” (Cl 2:2), a expressão “vinculado juntamente”
tem o mesmo sentido de “coalescer”, que, como vimos, significa nos
66 unir de uma forma intensa. É isso o que o Senhor quer fazer conosco.
Ele nos quer juntar, unir, conectar mais fortemente. E o vínculo que
une com perfeição é o amor: “Acima de tudo isto, porém, esteja o
amor, que é o vínculo da perfeição” (Cl 3:14). O amor é o único meio
capaz de nos unir com perfeição, pois ele lança fora toda inimizade,
ira, indiferença e nos une cada vez mais, de forma perfeita.

Pergunta: O que significa o entrelaçamento de amor?

Meu ponto-chave:

A carta de Paulo a Filemom: uma história de amor

67
SEMANA 4 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Ef 4:15; Fm 1-17
Ler com oração:
“Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que
é a cabeça, Cristo” (Ef 4:15).

A EPÍSTOLA A FILEMOM (1)


Nos primeiros versículos de Filemom, está escrito: “Paulo, prisioneiro
de Cristo Jesus, e o irmão Timóteo, ao amado Filemom, também nosso
colaborador, e à irmã Áfia, e a Arquipo, nosso companheiro de lutas,
e à igreja que está em tua casa” (vs. 1-2). Talvez Áfia e Arquipo sejam
respectivamente esposa e filho de Filemom. Também daí podemos
depreender que provavelmente a igreja em Colossos se reunia na
casa deles. Na ausência de Epafras, provavelmente era Arquipo quem
cuidava da igreja em Colossos.
Paulo ressalta o amor e a fé de Filemom: “Dou graças ao meu Deus,
lembrando-me, sempre, de ti nas minhas orações, estando ciente do
teu amor e da fé que tens para com o Senhor Jesus e todos os santos”
(Fl 4-5). Aqui Paulo menciona amor antes de fé, isso porque essa carta
foi escrita dentro da esfera do amor, e Paulo esperava que Filemom a
recebesse dentro dessa esfera.
Paulo orou para que a comunhão da fé de Filemom produzisse o
pleno conhecimento de todo bem que temos na comunhão com Cristo
(v. 6). Pela fé temos acesso aos bens espirituais em Cristo, às bênçãos
espirituais nos lugares celestiais, e o resultado é conhecer o amor de
Deus, que excede todo entendimento. Quando, pela fé, acessamos
as bênçãos espirituais nos lugares celestiais, recebemos o jorrar do
rio da graça. Quando o rio flui para nós, o que recebemos é o amor,
Uma linda história de amor

é o próprio Cristo. Assim passamos a conhecer o amor de Cristo,


que excede todo entendimento, e seremos preenchidos com Ele até
a plenitude de Deus. Pode parecer doutrina, mas é realidade, e está
acontecendo com cada um de nós hoje.
O amor de Filemom para com os santos, reanimando-lhes o coração,
dava a Paulo grande alegria e encorajamento (vs. 6-7). Em seguida,
Paulo fala a respeito de Onésimo. Embora tivesse plena autoridade
apostólica para dar ordens, Paulo resolveu humilhar-se, movido pelo
amor, solicitando o favor de Filemom: “Pois bem, ainda que eu sinta
68 plena liberdade em Cristo para te ordenar o que convém, prefiro,
todavia, solicitar em nome do amor, sendo o que sou, Paulo, o velho e,
agora, até prisioneiro de Cristo Jesus; sim, solicito-te em favor de meu
filho Onésimo, que gerei entre algemas” (Fm 8-10).
Paulo, por meio do evangelho, gerou Onésimo e cuidou dele como
um filho. Onésimo não tinha ninguém, não estava acostumado a
receber amor. Essa é uma demonstração do poder transformador do
amor de Deus, quando alguém cuida de outrem. Um tecido de amor
entrelaçou Deus com Paulo e com Onésimo, transformando esse
último em alguém útil (v. 11), porque Paulo supriu-o da palavra de
Deus com todo o amor.
O nome “Onésimo” significa “útil”, e Paulo tinha certeza de que
Onésimo seria útil a Filemom em seu retorno. Ele disse: “Eu to envio
de volta em pessoa, quero dizer, o meu próprio coração” (v. 12). Isso
mostra a intensidade e a veracidade do amor gerado nessa relação
espiritual. É o que deve ocorrer entre nós na vida da igreja. Não
importa quão falhos fomos ou quanta decepção causamos à igreja;
hoje em Deus podemos ter uma relação intensa de amor, que é gerado
somente quando seguimos a verdade em amor, crescendo em tudo
naquele que é a Cabeça, Cristo (Ef 4:15).
Pelos padrões da época, Onésimo, por ser escravo, era também
propriedade de Filemom. Paulo respeitava isso, por isso escreveu a
Filemom. Ele queria conservar Onésimo consigo, pois era-lhe muito
útil, mas sabia que precisava do consentimento de Filemom (vs. 13-14).

A carta de Paulo a Filemom: uma história de amor


E, embora desejasse manter Onésimo consigo, Paulo fez recomendações
a Filemom para recebê-lo não mais como escravo (vs. 15-17). Esse é
um quadro belíssimo, que só vemos na vida da igreja.
Que carta maravilhosa! Não encontramos, em nenhuma outra parte
da Bíblia, Paulo fazendo um pedido como esse, rogando com tanta
humildade a favor de um escravo. É isso o que o amor de Deus gera
entre nós. Não era uma relação de interesse, mas uma relação de amor,
o resultado do entrelaçar de Deus com Paulo e com Onésimo. É isso
que Deus quer fazer entre nós, hoje, na vida da igreja.

Pergunta: Como podemos ver o entrelaçar de amor na carta a Filemom?

Meu ponto-chave:
69
SEMANA 4 – DOMINGO
Leitura bíblica:
At 15:36-39; 19:9-10, 29; 2 Tm 1:15; 4:10-11; 1 Jo 2:15-17
Ler com oração:
“E, se algum dano te fez ou se te deve alguma coisa, lança tudo em
minha conta. Eu, Paulo, de próprio punho, o escrevo: Eu pagarei – para
não te alegar que também tu me deves até a ti mesmo” (Fm 18-19).

A EPÍSTOLA A FILEMOM (2)


Como vimos, ao fugir, Onésimo defraudou Filemom. Por isso Paulo
escreveu: “E, se algum dano te fez ou se te deve alguma coisa, lança tudo
em minha conta. Eu, Paulo, de próprio punho, o escrevo: Eu pagarei –
para não te alegar que também tu me deves até a ti mesmo” (Fl 18-19).
Geralmente Paulo ditava, e alguém escrevia suas cartas, mas nesse caso
ele escreveu a carta de próprio punho, para realçar sua importância.
Quando Paulo diz “para não te alegar que também tu me deves até a
ti mesmo” (v. 19), refere-se ao fato de Filemom ter sido salvo por meio
de sua pregação. Paulo poderia ter usado sua autoridade, mas preferiu
o caminho do amor. E ainda diz: “Sim, irmão, que eu receba de ti, no
Senhor, este benefício. Reanima-me o coração em Cristo” (v. 20).
O amor expresso nas palavras de Paulo deve ter causado um grande
impacto em Filemom. Considerando o contexto da época e como
Onésimo prejudicou Filemom, o pedido de Paulo parecia um absurdo.
Ainda assim, ele tinha certeza de que Filemom o atenderia: “Certo,
como estou, da tua obediência, eu te escrevo, sabendo que farás mais do
que estou pedindo. E, ao mesmo tempo, prepara-me também pousada,
pois espero que, por vossas orações, vos serei restituído” (vs. 21-22).
O pedido de Paulo, com tanta insistência e humildade, é uma
pequena amostra do laço de amor que pode ser criado entre nós na
Uma linda história de amor

edificação da igreja, quando mergulhamos na palavra e a fazemos


habitar ricamente em nós.
O Senhor nos está ajuntando e compactando nesse tecido de amor;
Ele quer unir-nos de maneira muito forte, tal que ultrapasse nossos
relacionamentos naturais. Temos fortes laços naturais, com nosso
cônjuge, nossos filhos e pais, e podemos achar que nada pode ser mais
forte, mas o laço de amor que o Senhor está produzindo entre nós será
mais forte ainda.
Em sua saudação final, Paulo diz: “Saúdam-te Epafras, prisioneiro
70 comigo, em Cristo Jesus, Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus
cooperadores. A graça do Senhor Jesus Cristo seja com o vosso espírito”
(Fm 23-25). Epafras era um cooperador gerado na época em que Paulo
permaneceu em Éfeso, ministrando na escola de Tirano (At 19:9-10).
Marcos é o autor do Evangelho de Marcos, o mesmo que abandonou
Paulo e Barnabé na primeira viagem (15:36-39). Aparentemente
pouco confiável no início, depois tornou-se um fiel companheiro de
Paulo (2 Tm 4:11). Aristarco é aquele macedônio espancado no lugar
de Paulo em Éfeso (At 19:29). Demas é citado aqui como cooperador
de Paulo, mas depois, quando escreve a Timóteo, Paulo diz que ele
amou o presente século e o abandonou (2 Tm 4:10a). Isso mostra que
podemos cair na cilada do diabo. Não amemos o mundo nem as coisas
que há nele, porque o mundo passa, mas a palavra de Deus permanece
eternamente (1 Jo 2:15-17). Amemos a palavra do Senhor, imergindo
nela, pois ela produzirá entre nós uma forte rede de amor.
Lucas também é citado por Paulo. Ele permaneceu com o apóstolo até
o fim, quando Paulo foi preso pelo imperador Nero (2 Tm 4:11). Essa
segunda prisão foi diferente da primeira. Ele era agora considerado
um criminoso, e quem tivesse alguma relação com ele também
poderia ser preso e possivelmente morto. Por isso todos os da Ásia o
abandonaram (1:15).
Quando vemos o final da vida de Paulo, abandonado por quase todos,
ficamos tristes. Paulo foi fiel ao Senhor e às igrejas, que receberam
muitos benefícios e ajuda por meio de seu ministério. Ele sofreu todo

A carta de Paulo a Filemom: uma história de amor


o tipo de perseguições por divulgar fielmente a palavra de Deus e,
mesmo assim, foi abandonado.
Fervor e heroísmo naturais não nos mantêm unidos até o final. Pedro
confiava muito em si mesmo, amava o Senhor e disse que jamais O
negaria, mas, quando correu perigo de vida, o instinto de sobrevivência
falou mais alto, e ele O negou três vezes (Mt 26:33-35, 69-75).
Embora muitos tenham abandonado Paulo, alguns, como Onesíforo,
Timóteo e Lucas, permaneceram com ele até o fim. Onesíforo arriscou
sua vida quando foi até Roma procurar em qual prisão Paulo estava.
Encontrando-o, confortou o coração de Paulo. Não podemos confiar
na fidelidade dos homens porque muitas coisas mudam, mas podemos
confiar na visão do Corpo.
A visão do Corpo de Cristo nos permite enxergar que somos
membros uns dos outros, membros orgânicos do Corpo, e que nossa
vontade ou interesses próprios não importam, pois somente o Corpo
importa. Essa visão nos mantém unidos, focados num só objetivo. Isso 71
é sólido e real. O amor que tem sido trabalhado em nós por Deus
nos entrelaça cada vez mais, fortalecendo a visão do Corpo de Cristo.
Chegará o momento em que estaremos tão mesclados, nós e Deus, que
seremos de fato inseparáveis.

Pergunta: Por que a visão do Corpo de Cristo é crucial?

Meu ponto-chave:
Uma linda história de amor

72

Você também pode gostar