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Série:

NOSSA
MISSÃO
A Edificação do
Corpo de Cristo

DEUS É
AMOR
PEDRO DONG
© 2023 Editora Árvore da Vida

Nossa missão: A edificação do Corpo de Cristo – Livro 6

Título deste volume:


Deus é amor

1ª edição - janeiro/2023 - 73.500 exemplares

Publicado também em
espanhol, inglês, coreano, francês, italiano e alemão.

Proibida a reprodução total ou parcial


deste livro sem a autorização escrita dos editores.

Todos os direitos reservados à Editora Árvore da Vida

Editora Árvore da Vida


Av. Corifeu de Azevedo Marques, 137 - Butantã
05581-000 - São Paulo - SP
Fone: (11) 3723-6000
www.arvoredavida.org.br
Impresso no Brasil

CITAÇÕES BÍBLICAS
As citações bíblicas são da Versão Revista e Atualizada de João Ferreira
de Almeida, 2ª Edição, salvo quando indicado pelas abreviações:

ARC - Almeida Revista e Corrigida


BJ - Bíblia de Jerusalém
IBB - Rev. Imprensa Bíblica Brasileira
KJA - King James Atualizada
lit. - Tradução literal do original grego ou hebraico
NAA - Nova Almeida Atualizada
NVI - Nova Versão Internacional
TB - Tradução Brasileira

Capa: Willian Miguel


Projeto gráfico e diagramação: Andréia Amorim / Editora Árvore da Vida
PREFÁCIO
Na contracapa aparece o QR Code “Posso orar por
você?”. Aponte a câmera de seu celular para esse código
e deixe seu nome, endereço, telefone e pedido de oração.
Você será encaminhado(a) para uma central de cuidado
e acolhimento, e uma equipe irá orar por você e cuidar
espiritualmente de você e de sua família.

Você também pode desfrutar do Alimento Diário pelo


EAV Play, apontando a câmera do celular para o QR Code
abaixo, e terá acesso às séries atual e anteriores, além
de conteúdo privilegiados, como tutoriais, audiobook,
mensagens completas em vídeo e muito mais!

E-mail: editora@arvoredavida.org.br
(11) 3723-6000
Será um prazer atendê-lo(a)!

Assim que se levantar, antes de qualquer outra


coisa, faça uma respiração da vida, invocando
profundamente o nome do Senhor Jesus!
Ao fazê-lo, jogue fora todos os temores, medos,
tristezas e pecados, e receba o Senhor Jesus como
vida, alegria, paz e encorajamento. Invoque: “Ó
Senhor Jesus!” várias vezes, durante todo o dia.
BOM DESFRUTE!

INDIVIDUALMENTE
1. Encontre-se com o Senhor de manhã cedo.
2. Leia os versículos propostos para cada dia a fim de ter uma ideia
completa do assunto a ser comentado. Lembre-se de que a Bíblia
explica a Bíblia; por isso, você poderá encontrar citações de muitos
outros livros da Bíblia, além daquele que estamos apresentando
neste Alimento Diário.
3. Leia com oração o versículo proposto para cada dia. Para isso,
cada palavra deve ser repetida, enfatizada e proclamada sem
pressa, como se a estivesse mastigando. Não leia o versículo todo
rapidamente, mas gaste tempo em cada palavra. Não se preocupe
em entender o versículo, mas em “comê-lo”, em tomá-lo pela fé
como alimento espiritual.
4. Sublinhe as frases e palavras que mais o impressionaram no texto
explicativo. Procure resumir o texto do dia em poucas palavras,
se possível, em uma só. Essa palavra, ou palavras, funcionará
como uma chave que lhe abrirá o significado espiritual do texto.
“Rumine-a” durante o dia, repetindo-a e proclamando-a para si
mesmo. Desse modo, o texto que você leu pela manhã servirá de
alimento espiritual todo o dia.
5. Compartilhe aquilo que você ganhou com as pessoas com as quais
se relaciona em casa, na escola, no trabalho etc. Elas precisam da
vida que você recebeu por meio da Palavra.
BOM DESFRUTE!

NOS GRUPOS FAMILIARES


1. O Alimento Diário é um excelente instrumento para que pequenos
grupos familiares se reúnam, a fim de estudar a Bíblia. Nós os
chamamos de grupos familiares por terem um caráter informal e
de cuidado mútuo entre seus participantes.
2. Um grupo familiar pode ser formado por familiares, vizinhos ou
por amigos que morem próximos a você, ou por seus colegas de
faculdade, de escola ou de trabalho.
3. Procure reunir-se periodicamente com os membros de seu grupo
familiar para lerem juntos o Alimento Diário.
4. Em conjunto, leiam as passagens sugeridas para cada dia, e leiam
com oração o versículo do dia.
5. Compartilhem entre si o ponto-chave de cada um, e procurem
aplicar essa palavra à sua vida cotidiana, às suas dificuldades, à sua
vida familiar e profissional. Torne a Palavra de Deus prática para
você. Dessa maneira, todos participam ativamente e são edificados
mutuamente.
6. Aproveitem a oportunidade para orar juntos por necessidades ou
problemas pessoais.
7. Sempre que possível tragam convidados para a reunião do grupo
familiar. Dessa maneira, mais pessoas poderão ser supridas pela
Palavra de Deus.
Que todos recebam vida em abundância!

Os editores

P.S.: Não se esqueça de dar uma olhada na leitura de apoio,


sugerida no início de cada semana. Ela lhe será muito útil.
SUMÁRIO

SEMANA 1: ANDAR EM AMOR Acesso ao


vídeo da
COMO FILHOS AMADOS – (EF 5:1-7) mensagem 21

O rio da água da vida............................................................................................. 7


As bênçãos espirituais nos lugares celestiais......................................................... 9
Deus é amor......................................................................................................... 11
Ser imitadores de Deus como filhos amados....................................................... 13
Deus, o maravilhoso Doador!.............................................................................. 15
Sejamos doadores................................................................................................. 17
A importância da imersão na palavra................................................................... 20

SEMANA 2: Acesso ao
vídeo da
ANDAR COMO FILHOS DA LUZ – (EF 5:8-16) mensagem 22

Deus é acessível................................................................................................... 23
Deus está procurando você!................................................................................. 25
O fluir da graça supre e edifica o Corpo de Cristo............................................... 27
Andar no amor como filhos amados.................................................................... 29
O resultado de andar na luz (1)............................................................................ 31
O resultado de andar na luz (2)............................................................................ 33
Desperta, ó tu que dormes!.................................................................................. 35

Acesso ao
SEMANA 3:
vídeo da
ENCHER-SE DO ESPÍRITO – (EF 5:18-21) mensagem 23

A Palavra é que faz a obra de Deus...................................................................... 37


Dispensadores da graça........................................................................................ 40
Conhecer a vontade do Pai para ser sábios e prudentes....................................... 43
Conhecer a vontade de Deus................................................................................ 45
Agradar a Deus é fazer Sua vontade.................................................................... 47
Falar entre nós...................................................................................................... 50
Fazer parte do exército de Deus........................................................................... 52

SEMANA 4: ENCHER-SE DO ESPÍRITO Acesso ao


vídeo da
PARA A VIDA CONJUGAL - (EF 5:22-33) mensagem 24

Nosso objetivo é fazer a vontade de Deus........................................................... 55


Encher-nos do Espírito......................................................................................... 58
As mulheres sejam submissas a seu próprio marido, como ao Senhor................ 60
O modelo da vida conjugal: Cristo e a igreja....................................................... 62
Um comportamento cheio do temor de Deus...................................................... 65
O objetivo do casamento é a edificação da igreja................................................ 67
O destino final da igreja: a glória do Pai.............................................................. 70
SEMANA 1 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 2:10; Jo 1:14; 8:44
Ler com oração:
“Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo
morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8).

O RIO DA ÁGUA DA VIDA


A mensagem desta semana tem por título “Andar em amor como filhos
amados”, e nela vamos compreender a vontade amorosa de Deus para a
humanidade. Ainda que o ser humano esteja numa situação lastimável
de pecado e vaidade, Deus quer alcançá-lo por meio do rio da água da
vida. Esse rio satisfaz o homem, pois dispensa a graça de Deus a ele e
faz dele um canal dessa graça. E assim, por desfrutar da graça divina, ele
prova a verdade, a realidade. Deus é amor e deseja unir-se ao homem,
tornando-o também um doador de Sua graça. Tal viver santo é possível
pela prática saudável de ruminar a palavra de Deus e de imergir nela.
O rio da graça de Deus é uma demonstração de Seu amor e
misericórdia alcançando o homem. Sabemos que Deus criou o homem
a Sua imagem e semelhança com o propósito de dar-se a ele e enchê-
lo com Sua vida, por meio do fruto da árvore da vida. Se comesse
tal fruto, Deus o encheria com Sua vida eterna, a fim de usá-lo como
um canal para transmitir a vida divina. Todavia, ao ser enganado por
Satanás, o homem desobedeceu a Deus e caiu em pecado. Por essa
razão, Deus o expulsou do jardim do Éden, e ele perdeu o direito de
acessar a árvore da vida.
Por não receber a Deus como vida e verdade, o homem acabou
Andar em amor como filhos amados

caindo no império das trevas, a esfera de maldade e falsidade onde


Satanás governa. Este, por ser o pai da mentira e jamais se firmar
na verdade, quando fala mentira, fala do que lhe é próprio, porque
é mentiroso (Jo 8:44). A queda do homem significa que ele caiu na
mentira, no engano e na vaidade, e, como consequência, a injustiça
alastrou-se. Foi assim que a impureza e a corrupção entraram no
mundo em que vivemos, deixando a humanidade sem esperança. Mas
Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que
nos amou, nos deu vida, salvando-nos da condição caótica em que
estávamos. Ele nos alcançou com Sua graça! Embora o caminho para
a árvore da vida estivesse fechado ao homem, Deus não bloqueou o
acesso ao rio da água da vida! 7
No livro de Gênesis, está escrito que um rio saía do Éden para
regar o jardim e dali se dividia em quatro braços (2:10). Quando a
Bíblia menciona o número quatro, é uma referência à criação e
principalmente ao homem. Aquele rio saiu do Éden e se dividiu
em quatro braços para alcançar o homem onde quer que esteja. Em
qualquer direção da terra, esse rio de vida alcança o ser humano, não
importando sua condição. No passado todos estávamos distantes de
Deus, em condição deplorável, escravos da mentira, do engano e da
vaidade, mas Deus enviou Seu Filho, Jesus Cristo, que veio à terra
para nos libertar e salvar.
Ao enviar Seu Filho, Deus provou Seu amor por nós (Rm 5:8). Já
que não poderíamos ter acesso a Ele, o próprio Deus veio até nós, por
meio de Jesus Cristo, e nos trouxe a graça e a verdade! Essa ação de
Deus revela a grandeza de Seu amor pela humanidade.
Proveniente de Seu amor, a graça, por sua vez, é a nova oportunidade
concedida ao homem de ter acesso a Deus, por meio de Jesus Cristo
(Jo 1:14). Para isso, era necessário satisfazer às exigências da justiça,
da santidade e da glória de Deus. Jesus, ao morrer na cruz, cumpriu
as exigências divinas, e, por meio de Seu sangue derramado, Deus
perdoa a todo aquele que Nele crê.
Graças a Deus, um dia a palavra do evangelho chegou até nós.
Nós cremos na palavra, cremos em Jesus, pedimos perdão, e nossos
pecados foram perdoados. Deus, então, nos justificou e nos deu Sua
vida. Agora novamente temos acesso à vida de Deus, que chega a nós
como graça por meio de Jesus Cristo e flui para nós como um rio.
Esse rio da graça é nossa salvação! É ele que faz a vontade de Deus na
terra. Graças a Deus, nós também nos tornamos um canal para fluir a
maravilhosa graça para nosso próximo.

Pergunta: Qual é a finalidade do rio da vida?


Deus é amor

Meu ponto-chave:

Leitura de apoio:
“Sala de guerra - Uma palavra aos líderes” – cap. 4 – Pedro Dong.
“Superabundante graça” – cap. 2 – André Dong.
8
SEMANA 1 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Zc 8:23; Jo 1:17
Ler com oração:
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem
abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais
em Cristo” (Ef 1:3).

AS BÊNÇÃOS ESPIRITUAIS
NOS LUGARES CELESTIAIS
Depois de ser enganado por Satanás, caindo em uma condição
deplorável de pecado e vaidade, sob a tirania do império das trevas, o
ser humano estava sem esperança. Deus, porém, havia preparado um
rio a fim de encontrá-lo onde estivesse. Por meio da obra redentora de
Jesus Cristo, o rio da vida alcança o homem para supri-lo com a graça
de Deus. E assim somos regenerados para uma viva esperança!
Deus Pai nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual
nos lugares celestiais (Ef 1:3). Isso é um resumo de tudo o que a
graça nos dá ao novamente termos acesso a Deus. Ele prontamente
derrama Suas bênçãos sobre nós; não da esfera material nem física,
mas bênçãos provenientes da esfera espiritual e celestial. Deus quer
abençoar-nos com tudo o que Ele é. Deus quer dar-nos Sua própria
vida, Sua natureza santa, como graça. Ele quer dar-nos todos os Seus
atributos divinos, tais como justiça, santidade, glória, amor e luz, bem
como as virtudes humanas elevadas de Cristo. A graça supre todas as
necessidades humanas, nos capacita a fazer a vontade do Pai e nos
torna membros do Corpo de Cristo. Ao deixar a graça fluir de nós
Andar em amor como filhos amados

como se fôssemos um canal, crescemos em vida, amadurecemos e


somos edificados uns com os outros. Além disso, o fluir da graça tem
o poder de preencher todos os espaços de nosso ser.
Em virtude da queda, ainda há muita corrupção e vaidade em nós.
Em nossos pensamentos ainda há vaidade, e nossas atitudes carecem
de mais justiça e santidade. Mas o fluir da graça está preenchendo
essas lacunas com a própria realidade do Senhor. Por isso Jesus veio
até nós e nos trouxe a graça e a verdade (Jo 1:17). À medida que o rio
da graça flui, recebemos tudo o que Deus é e todas as Suas riquezas, e,
assim, crescemos, amadurecemos, somos edificados e nos enchemos
de realidade. Em nossa conduta, já não haverá brechas para vaidade,
pois nossas obras passam a ter realidade.
9
Hoje muitas pessoas olham para nós e conseguem ver consistência
na igreja, porque nosso viver tem realidade. Sendo assim, muitos
têm ganhado confiança na obra de Deus e chegam até nós, porque
ouviram dizer que a presença de Deus está em nosso meio. Como diz
a profecia de Zacarias: “Assim diz o Senhor dos Exércitos: Naquele
dia, sucederá que pegarão dez homens, de todas as línguas das
nações, pegarão, sim, na orla da veste de um judeu e lhe dirão: Iremos
convosco, porque temos ouvido que Deus está convosco” (Zc 8:23).
Essa promessa se concretizará no milênio com os remanescentes de
Israel. Mas a realidade espiritual disso já está acontecendo na igreja
por causa da consistência da palavra e de nossas atitudes. Querido
leitor, que a graça seja abundante em nós e a realidade seja expressa
em atitudes, gerando um testemunho genuíno e consistente da vida de
Deus. Tudo isso é para honra e glória de nosso Senhor Jesus Cristo!

Pergunta: Qual é o resultado de receber a graça de Deus e deixá-la fluir de nós?

Meu ponto-chave:
Deus é amor

10
SEMANA 1 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Ef 3:2, 8; 4:12-13; 1 Jo 4:8
Ler com oração:
“Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor,
como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como
oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave” (Ef 5:1-2).

DEUS É AMOR
No passado víamos graça, verdade, amor e luz como itens isolados.
Entretanto esses itens não estão separados, mas resultam do fluir do rio
da graça de Deus. A graça nos traz o próprio Deus com todos os Seus
atributos divinos e as virtudes humanas de Cristo para ser desfrutados
por nós. Jesus Cristo veio e trouxe a graça e a verdade. A graça é Deus
nos alcançando. Primeira João afirma que Deus é amor (4:8). Quando
alcança o homem, o amor (Deus) se torna a graça. Da parte de Deus,
vem o amor, que é Sua essência e natureza doada à humanidade em
forma de graça. Ambos são as duas extremidades da mesma coisa.
Ao desfrutar do rio da graça, você desfruta do que Deus é, por isso a
vida divina cresce em seu interior, e você aos poucos amadurece e é
edificado até chegar ao pleno conhecimento do Filho de Deus. Essa é
nossa meta!
De acordo com o capítulo quarto de Efésios, percebemos que
devemos todos chegar à unidade da fé, ao pleno conhecimento do Filho
de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de
Cristo (vs. 12-13). É desfrutando da graça que nossa vida espiritual
crescerá até nos tornarmos membros perfeitos do Corpo de Cristo.
Andar em amor como filhos amados

Vamos amadurecer e ser edificados uns com os outros até chegarmos


ao ponto mais profundo da graça, que é o amor, o próprio Deus. Só
alcançamos o amor pelo desfrute abundante da graça. Muitos pensam
que receber graça é, por exemplo, receber um aumento salarial. Não,
isso não é graça! Isso não nos leva à experiência do amor de Deus.
Mas, ao ganhar graça por meio da imersão na palavra, pregamos o
evangelho, cuidamos das pessoas e, como resultado, a vida divina
em nós crescerá, e ficaremos cheios de realidade. Se continuarmos
fazendo assim, chegaremos ao ápice da perfeição, que é o amor, o
próprio Deus.
O apóstolo Paulo se revela dispensador da graça de Deus (Ef 3:2) e,
no versículo oitavo, diz que lhe foi dada a graça de pregar aos gentios 11
o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo. O apóstolo, por ser
dispensador da graça, alcançou o amor de Deus. Mas ele quer que nós
também experimentemos isso: “Para que, segundo a riqueza da sua
glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu
Espírito no homem interior” (Ef 3:16). Ele almejava que os membros
do Corpo de Cristo recebessem de maneira correta o dispensar da
graça por meio dele, a fim de que também fossem dispensadores da
graça. Já que nos faz crescer, a graça deve ser recebida em nosso
homem interior; não no homem exterior, porque ele não entende as
coisas espirituais. Somente o homem interior é capaz de receber a
graça. O homem interior (também chamado de “coração”) é nosso
espírito regenerado mais nossa alma (mente, emoção e vontade) a
ele sujeita. Por isso, o versículo seguinte completa: “Assim, habite
Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados
em amor” (v. 17). Precisamos desfrutar constantemente dessa graça
abundante para provar o imenso amor de Deus.

Pergunta: Explique com suas palavras a relação entre o amor de Deus e Sua
graça.

Meu ponto-chave:
Deus é amor

12
SEMANA 1 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Ef 2:9
Ler com oração:
“Habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e
alicerçados em amor” (Ef 3:17).

SER IMITADORES DE DEUS COMO FILHOS AMADOS


É necessário que nós, os receptores da graça, permitamos que
Cristo viva em nosso coração. Quando cremos no Senhor Jesus, nosso
espírito foi regenerado, e nascemos de novo. Cristo passou a habitar
em nosso espírito regenerado. Mas Ele não pode ficar confinado ali.
Precisamos convidá-Lo a entrar em nossa alma. O coração é composto
da consciência (uma parte específica de nosso espírito) conectada com
a alma. A alma, por sua vez, é composta de mente, emoção e vontade.
Então, para que a graça opere em nosso ser, não nos é suficiente
participar de reuniões, ouvir a palavra e ir embora. A graça precisa
penetrar de uma maneira profunda em nossa pessoa.
Façamos, portanto, um convite sincero a Cristo para habitar em
nosso coração: “Senhor, Tu não és um hóspede em meu espírito
humano, mas quero que faças morada em todo o meu ser. Peço que
venhas habitar em minha alma para renovar minha mente, livrando-
me de velhos conceitos. Também renova e controla minha emoção, e
domina minha vontade, subjugando-a a Tua vontade”. Com certeza,
dessa forma absorveremos rapidamente a graça.
Caro leitor, sujeitando-se assim a Cristo, Ele viverá em você não mais
como hóspede, mas como o dono da casa. Por isso, sempre que invocamos:
Andar em amor como filhos amados

“Senhor Jesus!”, entregamos-Lhe o senhorio de nossa casa, de nosso ser.


E, toda vez que confessamos: “Jesus é o Senhor!”, entregamos-Lhe a
chave da casa. Assim, a graça nos enche, pois Cristo habita e preenche
todos os nossos espaços. Sem perceber, somos alicerçados e arraigados
em amor. Ele, então, passa a ser nossa personalidade. Isso se refere à
igreja como o Novo Homem. Na igreja não há mais minha personalidade,
mas a personalidade de Cristo. Ele é o Novo Homem porque encheu Sua
igreja com a verdade. Portanto nós andamos na verdade, e nossas obras e
atitudes demonstram essa realidade. Chegando a esse ponto, percebemos
que tocamos no amor, no próprio Deus.
Esse é o verdadeiro significado de ser imitadores de Deus.
Infelizmente muitos cristãos são imitadores de Deus exteriormente. 13
Por que estamos falando sobre Cristo habitar em nosso coração?
Porque não imitamos a Deus exteriormente. Somos imitadores de
Deus porque Cristo habita em nós. Devemos imitá-Lo como filhos
amados. Somos filhos do amor de Deus, temos a vida de Deus. Temos
Cristo habitando em nosso coração. Não sou mais eu quem vive, mas
Cristo vive em mim. Aleluia! Então, de tanto recebermos a graça de
Deus, Ele tomará conta de nós, e, por fim, seremos Seus imitadores
pela vida. O objetivo não é mera mudança de comportamento, e sim a
mudança que ocorre em nós pela vida recebida no novo nascimento, a
qual se desenvolve e cresce pelo suprimento da graça de que bebemos
no rio da graça: “Não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2:9).
Não precisamos imitar o comportamento de Cristo nem imaginar o que
Ele faria em determinada situação para nos parecermos com Ele. Não é
a esse tipo de imitação que nos referimos, mas ao resultado espontâneo,
ao reflexo instantâneo do operar da graça em nós. Isso tem ocorrido com
os irmãos que têm praticado a imersão na palavra profética, pois são
saturados da palavra e da graça de Deus. A realidade toma conta desses
irmãos que têm saído para pregar o evangelho. O que os motiva a sair e
perguntar: “Posso orar por você?”, mesmo que algumas vezes recebam
um “não” como resposta? Ninguém gosta de receber um “não”. Mas
eles perseveram porque estão cheios da graça, da realidade e do amor.
Isso é ser um “imitador” de Deus! Quando Deus nos envia para a
rua, é porque Ele encontrou em nós um canal por meio do qual pode
ir para a rua também. Deus ama as pessoas, mas a quem Ele enviará
para alcançá-las? Então, quando encontra quem Lhe responda: “Eis-me
aqui. Envia-me a mim”, Ele nos enche de graça, verdade e amor. Talvez
nem saibamos ao certo o porquê, mas simplesmente saímos e pregamos
o evangelho. Não por dinheiro nem por qualquer benefício, mas por
amor. Em primeiro lugar, por amor a Deus; e, em segundo, por amor às
pessoas, para resgatar suas almas. Certamente podemos dizer que tudo
isso vem pelo fluir da graça de Deus.

Pergunta: O que significa ser um imitador de Deus?


Deus é amor

Meu ponto-chave:

14
SEMANA 1 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 1:26; Jo 1:14; Ef 1:13-14; 2:22
Ler com oração:
“Também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de
Deus no Espírito” (Ef 2:22).

DEUS, O MARAVILHOSO DOADOR!


Sempre que lemos em Primeira João: “Aquele que não ama não
conhece a Deus, pois Deus é amor” (4:8), ficamos impressionados. Aqui
não está escrito que Deus tem um grande depósito de amor para dar-nos,
mas que “Deus é amor”. Ou seja, o amor é a essência de Deus. Um dia,
quando deixarmos este corpo e o Senhor nos tomar para Si, sentiremos
como se mergulhássemos em uma piscina de amor, pois estaremos
imersos em Deus, envolvidos pelo próprio amor. O amor nos envolverá,
e seremos tão amados como jamais alguém nos amou. Hoje já podemos
experimentar uma pequena fração desse amor, pois fomos selados pelo
Espírito Santo, que é o penhor de nossa herança (Ef 1:13-14). Mas um
dia mergulharemos no próprio Deus, que é amor. Ao mesmo tempo que
mergulharmos no amor, também sentiremos mergulhar na luz. Tudo
estará envolto por amor e luz, porque Deus é amor e luz. Então Deus,
em essência e profundidade, é o amor, mas, para alcançar e abençoar o
homem com toda sorte de bênção espiritual nos lugares celestiais em
Cristo, Ele se tornou graça. Por isso a graça veio por meio de Jesus
Cristo quando Ele se fez carne (Jo 1:14).
Deus é amor e é luz, segundo nos revela João: “A mensagem que,
da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz,
Andar em amor como filhos amados

e não há nele treva nenhuma” (1 Jo 1:5). Contudo, quando chega ao


homem e o alcança por meio de Jesus Cristo, Ele se torna a verdade,
a realidade. Somente quem está em Jesus tem a realidade, porque a
mentira e a falsidade não resistem à luz. Deus é luz e veio até nós
como verdade. Deus é amor e veio até nós como graça. Quando Jesus
veio, o amor, a graça, a luz e a verdade chegaram a nós.
Podemos desfrutar do amor de Deus mediante Sua palavra, pois o
amor de Deus e Sua palavra são inseparáveis: “Aquele, entretanto, que
guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o
amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele” (1 Jo 2:5). Portanto,
se quisermos ter a experiência do amor de Deus como graça, devemos
guardar Sua palavra. Por isso é tão importante praticar a imersão 15
na palavra, a fim de absorvê-la em nós e deixá-la conduzir-nos em
nosso viver diário. É assim que o amor de Deus nos encherá até nos
completar e nos tornar perfeitos. Querido leitor, amemos a palavra
com amor reverente, porque é a palavra que nos traz toda a graça e
toda a essência de Deus.
Uma excelente definição de amor é doação. Por que Deus criou todas
as coisas e criou o homem a Sua imagem e semelhança (Gn 1:26)?
Porque Ele é a fonte de todas as coisas, de toda abundância e riqueza,
mas também é o amor, e o amor é doador. Deus nos criou para receber
Sua doação. Somos, portanto, os receptores de Sua doação. Deus é amor
e quer doar-se a nós. Nós, de tanto receber Sua doação como graça,
nos tornamos a habitação de Deus no espírito (Ef 2:22). O amor de
Deus como doação tem um propósito: Ele quer doar-Se para que nos
tornemos Seu lugar de habitação no espírito. Aleluia!
A igreja chegou ao ponto em que está hoje graças a nosso maravilhoso
Doador! Deus, porém, quer encontrar uma igreja totalmente edificada.
A igreja desejada por Ele é Filadélfia, a igreja que vive verdadeiramente
o amor entre os irmãos. Deus deseja doar-Se de maneira intensa e
fazer de nós, Seus filhos, os doadores daquilo que Dele recebemos.

Pergunta: O que Deus espera de nós, ao recebermos Sua doação?

Meu ponto-chave:
Deus é amor

16
SEMANA 1 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Jo 3:16; 1 Jo 4:11-12
Ler com oração:
“Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas
em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos
nossos pecados” (1 Jo 4:10).

SEJAMOS DOADORES
O amor é a essência de Deus. Ele quer doar-Se a nós e espera que nos
tornemos um canal de Seu amor. Como disse Jesus: “Quem crer em
mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva”
(Jo 7:38). Deus é o maravilhoso Doador, pleno de riquezas, como um
rio que flui sem parar. Por amor, Ele colocou Seu Espírito dentro de
nós e quer fazer de nós doadores, porque Ele mesmo, o Doador, entrou
em nós. Em verdade, Ele mesmo é que distribui Seu amor por meio
de vasos condutores, que somos nós. A igreja só será edificada com
esse amor. E como podemos conhecer o amor? A resposta é: “Nisto
conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar
nossa vida pelos irmãos” (1 Jo 3:16). Jesus Cristo deu Sua vida por
nós. Agora Ele espera que esse amor, presente em Sua vida que entrou
em nós, seja doado a nossos irmãos.
Amar é muito mais do que uma mera declaração: “Nisto consiste o
amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos
amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados”
(1 Jo 4:10). É fácil dizer: “Eu te amo”. No relacionamento entre
marido e mulher, às vezes um diz para o outro: “Hoje você ainda não
Andar em amor como filhos amados

disse que me ama!”. Então, forçado, o cônjuge diz: “Eu te amo!”. Mas
não adianta dizer da boca para fora. Deus expressou Seu amor por nós
ao enviar Seu próprio Filho como propiciação por nossos pecados.
Quem ama se doa. Deus não cometeu pecados, e a dívida com Ele
era nossa. Todavia Ele deu Seu próprio Filho para pagar nossa dívida.
Esse é o amor de Deus! E é com esse amor que devemos amar-nos uns
aos outros: “Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós
também amar uns aos outros” (v. 11).
O amor e a graça de Deus fluem como um rio, nos alcançam e
enchem de realidade nosso viver. A partir daí, o desejo de Deus é
que Ele mesmo, o próprio amor, nos encha e nos faça amar nossos
irmãos. Esse amor, que não poupou Seu próprio Filho, está em nós e 17
faz com que não poupemos nada para amar os irmãos. Desse modo,
assim como o Filho manifestou a Deus, amando-nos e doando Sua
vida a nós, entregando-Se por nós, Ele também deseja que esse amor
seja visto e aperfeiçoado em nós: “Ninguém jamais viu a Deus; se
amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é,
em nós, aperfeiçoado” (1 Jo 4:12). Ninguém viu a Deus, mas, por
amarmos uns aos outros, Deus está aqui, porque Ele é amor e Seu
amor é aperfeiçoado em nós.
Quando Deus pediu a Abraão que sacrificasse seu filho Isaque,
parecia que o provocava. Deus disse: “Toma teu filho, teu único
filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali
em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei” (Gn 22:2).
Isso era para lembrá-lo de que, se matasse seu único filho, não teria
mais nenhum filho. Isso nos mostra que Deus sacrificou Seu único
Filho. O amor de Deus é tão grande, que Ele não poupou Seu único
Filho (Jo 3:16). Você acha que para Deus foi agradável ver Seu Filho
vir ao mundo para salvar o homem e ser maltratado, perseguido,
esbofeteado, cuspido na face, torturado e, por fim, condenado à morte
de cruz? Tudo isso foi por nos amar. Sejamos imitadores de Deus,
doando-nos a nossos irmãos e saindo para pregar o evangelho. Deus
nos amou, e Seu amor nos estimula a cuidar das pessoas evangelizadas
e firmá-las na igreja.
E como permanecer no amor de Deus? A resposta está no capítulo
15 do Evangelho de João: “Como o Pai me amou, também eu vos
amei; permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos,
permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado
os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço” (vs. 9-10).
Quem ouve a palavra de Deus com reverência e a guarda, permanece
no amor: “Tenho-vos dito estas coisas para que o meu gozo esteja
em vós, e o vosso gozo seja completo” (v. 11). É por esse motivo
que, ao recebermos o rio da graça e praticarmos a palavra, nossa vida
se enche de realidade. Quando fazemos tudo isso por amor, nosso
coração se enche da alegria que o mundo não nos pode dar, porque
Deus é amor

ela vem de Deus.


A palavra de Deus vem como uma ordem, como um mandamento:
“O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como
eu vos amei” (Jo 15:12). Quando somos obedientes a Sua ordem,
tornamo-nos Seus amigos: “Ninguém tem maior amor do que este: de
18 dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos. Vós sois meus
amigos, se fazeis o que eu vos mando” (Jo 15:13-14). Caro leitor, se
fizermos o que o Senhor nos manda, praticando Sua palavra, seremos
considerados Seus amigos. Por isso é tão importante praticar a palavra
de Deus.

Pergunta: Como podemos ser os doadores que Deus tanto almeja?

Meu ponto-chave:

Andar em amor como filhos amados

19
SEMANA 1 – DOMINGO
Leitura bíblica:
Ef 2:2
Ler com oração:
“Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti” (Sl 119:11).

A IMPORTÂNCIA DA IMERSÃO NA PALAVRA


Quando falamos do amor de Deus, percebemos que ele é muito
sublime e elevado, mas deve ser praticado. Por isso precisamos
atentar para as advertências do apóstolo Paulo, no capítulo quinto
de Efésios, a respeito de aspectos práticos de nosso viver. Vejamos:
“A impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer
se nomeiem entre vós, como convém a santos” (v. 3). As palavras
“impudicícia” (ou “imoralidade sexual” – KJA), “impureza” (“desejos
sexuais”, “luxúria”) e “cobiça” (“desejo intenso por coisas materiais”,
“ligada à avareza”) não devem sequer ser mencionadas entre nós.
No viver da igreja, devemos vivenciar a esfera da imersão na
palavra, significando que a palavra deve conduzir nossos atos. Se
nos afastarmos dessa esfera, seremos influenciados pelas impurezas e
imoralidades do mundo e ficaremos vulneráveis às concupiscências da
carne. Como exemplo, citamos a pornografia (que acaba tornando-se
um vício), a qual é tão sutil a ponto de parecer que ninguém sabe nem
vê, mas nosso Deus tudo vê, e um dia julgará essas questões. Sim,
nós ganhamos a graça de Deus, mas, se vacilarmos, toda a graça que
ganhamos, vazará. Irmãos, pratiquemos a imersão na palavra, porque
essa prática encherá nossa mente com a graça de Deus e nos livrará
dos desejos pecaminosos da carne.
Precisamos ter especial cuidado com a fornicação, pois nada
pode causar mais dano à vida espiritual de alguém do que esse tipo
de imoralidade. O apóstolo Paulo orientava seu jovem cooperador
Timóteo a relacionar-se com irmãos e irmãs, com cuidado e pureza,
como lemos: “Não repreendas ao homem idoso; antes, exorta-o como
a pai; aos moços, como a irmãos; às mulheres idosas, como a mães;
Deus é amor

às moças, como a irmãs, com toda a pureza” (1 Tm 5:1-2). No viver


da igreja, quando lidamos com alguém do sexo oposto, devemos usar
de muita pureza, de preferência em local aberto e com uma terceira
pessoa junto.
Como irmãos da igreja, devemos sempre estar envolvidos com a
20 palavra profética, porque ela é que faz de nós canais para fluir a graça.
Vivendo assim, certamente evitaremos os problemas descritos por
Paulo à igreja em Éfeso: “Nem conversação torpe, nem palavras vãs ou
chocarrices, coisas essas inconvenientes; antes, pelo contrário, ações
de graças” (5:4). “Conversação torpe” é conversa obscena e imoral,
“palavras vãs” são conversas tolas e até pecaminosas, e “chocarrices”
são brincadeiras maliciosas. Em vez disso, devemos dar ações de
graças por tudo o que Deus tem feito para nós. Se ocuparmos nossa
mente com as palavras de Deus, não haverá espaço para impureza.
Paulo prossegue com sua advertência, mostrando que podemos
perder o galardão do reino: “Sabei, pois, isto: nenhum incontinente,
ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem herança no reino de
Cristo e de Deus” (Ef 5:5). “Incontinente” significa “imoral”, e aqui
não se refere a alguém que cometeu um ato imoral num momento de
fraqueza, mas a pessoas que fazem isso habitualmente. A avareza é
idolatria, presente desde o tempo de Ninrode, quando o ser humano
proclamou independência de Deus. Contudo, como o homem depende
de alguma ajuda sobrenatural para enriquecer, ele recorre a deuses
falsos. Portanto a avareza está ligada à idolatria. O “reino de Cristo e
de Deus”, aqui nesse versículo, refere-se ao reino milenar, o período
em que os cristãos vencedores reinarão com Cristo por mil anos.
Irmãos, não percamos o reino milenar por causa da impureza. Não
venda seu direito de primogenitura por um prato de lentilhas! Hoje na
igreja devemos viver na realidade do reino dos céus. Quem vive na
realidade do reino dos céus participará da manifestação do reino, mas
quem vive na prática desses pecados não fará parte do milênio.
Por isso “ninguém vos engane com palavras vãs; porque, por
essas coisas, vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência”
Andar em amor como filhos amados

(Ef 5:6). “Palavra vãs” são palavras vazias, sem realidade. Os


“filhos da desobediência” são os que vivem segundo o curso deste
mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que
agora atua neles (2:2). Esse tipo de viver atrai a ira de Deus.
No mundo estamos cercados de pessoas imorais, mas nosso Senhor
Jesus orou a Deus para nos guardar do mal, a fim de vivermos em
Seu amor: “Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do
mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou. Santifica-os
na verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao
mundo, também eu os enviei ao mundo” (Jo 17:15-18). Nós queremos
somente a verdade, e a palavra do Senhor é a verdade! Quem tem a
verdade não se envolve com falsidade. 21
Amado leitor, não somos do mundo, mas o Senhor nos enviou para
tirar as pessoas da vaidade e da imoralidade. Temos a graça e devemos
funcionar como canais da graça. Precisamos levar a realidade e o amor
de Deus às pessoas e sempre amar uns aos outros. Aleluia!

Pergunta: Qual é a importância da imersão na palavra?

Meu ponto-chave:
Deus é amor

22
SEMANA 2 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 2:7; Is 42:5; Jo 1:18; 1 Tm 6:16
Ler com oração:
“Assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o
nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com
o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos
e vivificar o coração dos contritos” (Is 57:15).

DEUS É ACESSÍVEL
Esta mensagem tem por título “Andar como filhos da luz”. Quando
cremos no Senhor e O recebemos como graça, tornamo-nos filhos da
luz. Andar na luz não é uma ação baseada em doutrinas ou esforço
humano, mas é o resultado de nos enchermos desse rio da graça
que nos alcançou. Além de andar na luz, devemos andar na verdade
e no amor. Isso não ocorre de forma separada. Deus é luz, é amor,
é a verdade. Quanto mais mergulharmos no desfrute da graça pela
imersão na palavra profética, mais esses itens se tornarão realidade
em nós.
Deus é maravilhoso. Ele criou em nós um espírito a partir de Seu
sopro. Nascemos com um corpo material, na esfera física, mas a Bíblia
nos revela que nosso espírito humano veio da esfera espiritual (Gn 2:7;
Is 42:5). Deus quer produzir algo espiritual a partir do corpo material.
Ao criar o homem a Sua imagem e semelhança, Deus o colocou
no jardim do Éden com a missão de o cultivar e guardar para sua
subsistência. O objetivo de Deus não era apenas garantir a subsistência
física e psicológica do homem, mas que ele O recebesse em seu
interior, alimentando-se da árvore da vida que se encontrava no
meio do jardim. Contudo, ao ser enganado pela serpente, ele caiu em
pecado, foi expulso do Éden e perdeu o acesso à árvore da vida.
Andar como filhos da luz

Após a queda, como é que o homem criado com corpo físico


poderia ter outra vez acesso a Deus? Deus habita na eternidade, em
luz inacessível; ninguém jamais O viu (Jo 1:18; 1 Tm 6:16). Ele é
inacessível; mas é amor. Ele, então, veio ao homem por meio da
árvore da vida, que é Cristo. Este se fez carne e nos levou a Deus.
Lemos no Evangelho de João: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai
é o agricultor” (15:1). Deus Pai é o agricultor, é a fonte de todas as
coisas. Tudo o que qualquer criatura precisa, Ele é. Agora, em Cristo,
desfrutamos de Deus. E temos acesso a Cristo, recebendo-O pela fé.
23
Quem crê, recebe o Filho, e quem recebe o Filho recebe o Pai. Deus
quer suprir-nos com a vida espiritual. Louvado seja o Senhor! É a vida
divina em nós que edificará a igreja na terra. Aleluia!

Pergunta: Qual é a relação entre a árvore da vida e Cristo?

Meu ponto-chave:

Leitura de apoio:
“Andar segundo a vontade de Deus” – caps. 2-6 – Dong Yu Lan.
“Os grandes diamantes da Bíblia” – caps. 5-8 – Dong Yu Lan.
Deus é amor

24
SEMANA 2 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 3:4-5, 24; Jo 1:14; 15:1, 5; Rm 5:12, 19; Hb 9:22
Ler com oração:
“Saía um rio do Éden para regar o jardim e dali se dividia, repartindo-
se em quatro braços” (Gn 2:10).

DEUS ESTÁ PROCURANDO VOCÊ!


Vimos que o desejo de Deus era dispensar-Se ao homem por
meio da árvore da vida, que estava no centro do jardim do Éden.
Infelizmente o homem foi enganado pela serpente, que lhe disse que,
se ele comesse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal,
teria a capacidade de julgar o que é certo e o que é errado, e seria como
Deus (Gn 3:4-5). O resultado foi que, ao desobedecer ao mandamento
de Deus, o homem caiu em pecado e perdeu Sua presença.
No capítulo quinto de Romanos, vemos que o pecado entrou no
mundo pela desobediência de um só homem. Pelo pecado entrou
a morte, e a morte passou a todos os homens (vs. 12, 19). Foi uma
armadilha terrível de Satanás. O homem se tornou injusto e carente da
glória de Deus, por isso não pode mais ter acesso a Deus, representado
pela árvore da vida. O caminho de acesso a esta foi fechado pela
justiça, santidade e glória de Deus (Gn 3:24).
Ainda assim, Deus providenciou um meio para alcançar o homem:
“Saía um rio do Éden para regar o jardim e dali se dividia, repartindo-
se em quatro braços” (Gn 2:10). Como o Senhor deseja a presença
do homem! O rio que saía do Éden e se repartia em quatro braços
representa o Espírito de Deus. Já vimos que Deus Pai é representado
pelo agricultor, e Jesus, o Filho, pela videira (Jo 15:1, 5). Agora
vemos que o Espírito é como um rio fluindo, trazendo-nos o Pai
e o Filho (Jo 7:38). Os quatro braços do rio podem alcançar as
Andar como filhos da luz

quatro direções (norte, sul, leste e oeste), achando o homem onde


ele estiver. Não importa onde esteja, você será localizado! Isso
indica o amor e a misericórdia de Deus para conosco. Esse rio deu
ao homem uma segunda oportunidade. Assim como nosso celular
permite que nosso paradeiro seja localizado, quando cremos, o
espírito humano emite um sinal para ser localizado pelo fluir desses
quatro “braços” do Espírito. É assim que somos salvos. Quer ser
rastreado pelo Senhor? Creia! O dispositivo que precisamos usar
é este: a fé! 25
Para que tudo isso acontecesse, Jesus teve de morrer, pois, sem
derramamento de sangue, não há perdão de pecados (Hb 9:22). Jesus
se tornou um homem. A Palavra se fez carne e habitou entre nós, cheia
de graça e de verdade (Jo 1:14). Ele sofreu, foi perseguido, injuriado,
cruelmente maltratado e experimentou morte terrível: a crucificação, o
pior castigo que havia. Por nossa causa, Ele carregou nossos pecados,
levou sobre Si todas as nossas enfermidades, morreu, mas ressuscitou.
Sua obra foi aprovada por Deus, pois na ressurreição o Pai O glorificou:
“Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei” (At 13:33b). O homem Jesus foi
glorificado e se tornou o Primogênito de Deus.
No momento em que o Filho foi glorificado, o Espírito foi
liberado. Assim, o rio começou a fluir para alcançar o homem:
“Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim,
como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva”
(Jo 7:37-38). Querido leitor, o acesso antes proibido ao jardim do
Éden agora se tornou tão fácil. Basta crer em Jesus. Creia com o
coração e confesse com a boca que Jesus é o Senhor. A partir desse
momento, você nunca mais será o mesmo.
Foi por isso que o Senhor nos deu uma forma tão simples de abordar
as pessoas: “Posso orar por você?”. Deus nos levantou no final desta
era para sermos os canais desse rio, a fim de alcançarmos as pessoas
onde quer que estejam. Vamos levar esse rio às pessoas nas ruas. Assim,
levaremos ao homem a oportunidade de se conectar novamente com
Deus. Lembre-se: o rio só flui se tiver canais, e nós podemos servir
de canais. Se não formos às ruas, o rio tampouco irá. Por isso hoje
Deus depende de nós! Sejamos sensíveis e estejamos atentos, pois o
rio pode conduzir-nos para qualquer uma das quatro direções. Aleluia!

Pergunta: Qual é o significado do rio mencionado em Gênesis?

Meu ponto-chave:
Deus é amor

26
SEMANA 2 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 2:10; Ef 4:17
Ler com oração:
“Toda criatura vivente que vive em enxames viverá por onde quer que
passe este rio, e haverá muitíssimo peixe, e, aonde chegarem estas
águas, tornarão saudáveis as do mar, e tudo viverá por onde quer que
passe este rio” (Ez 47:9).

O FLUIR DA GRAÇA SUPRE E EDIFICA O CORPO DE CRISTO


Os quatro braços do rio saíam do Éden para alcançar o homem onde
quer que estivesse (Gn 2:10). Aleluia porque Deus tem encontrado
canais para executar Sua vontade na terra! O rio flui porque as igrejas,
em toda a terra, praticam essa palavra. Muitos são resgatados do
império das trevas, e, à medida que a vida divina neles cresce por meio
da graça, as dificuldades são superadas, e a igreja é edificada. Antes,
éramos cheios de maledicências, críticas, invejas, individualismo e
egoísmo. Graças a Deus, porque o Senhor, como o rio que flui, nos
tem limpado dessas coisas. Temo-nos tornado mais desimpedidos para
nos relacionar com as pessoas. É exatamente por isso que amamos
tanto a palavra.
A palavra é o veículo que traz a vida e a graça. Para entender
melhor isso, observemos o corpo humano. Todas as células do corpo
“anelam” o suprimento da corrente sanguínea. O sangue que corre
pelas artérias é um veículo que leva nutrientes para as células. Para
manter o corpo saudável, o sangue precisa correr livremente, levando
oxigênio e suprimento às células para que tenham energia para viver.
Nesse exemplo o sangue representa a palavra, e nós, como membros
do Corpo de Cristo, devemos ser ávidos por ela. Sem a palavra,
morremos espiritualmente. Mantenhamos um amor reverente pela
Andar como filhos da luz

palavra profética. É ela que nos dá energia para realizar todos esses
milagres que acontecem em nosso meio.
Conforme a graça nos supre com crescimento e amadurecimento de
vida, ela também traz a verdade e preenche cada vazio de nosso ser.
Depois da queda, o homem caiu na vaidade dos próprios pensamentos
e se apartou da verdade, da realidade (Ef 4:17). A mente humana, por
mais inteligente que seja, ainda é vazia, envolta em vaidade, uma
vez que somente Deus é a realidade. Por meio da graça, Deus quer
preencher os vazios, a vaidade, a vacuidade em nossa vida.
27
Deus quer encher-nos da realidade pelo fluir da graça. A única
verdade no universo é Deus. O mundo pós-moderno diz que a verdade
é relativa, que cada um tem sua própria verdade. Essa palavra veio
do pai da mentira. Só Deus é a verdade, e a verdade é absoluta, não
é relativa. Quem tem Deus tem a realidade; quem não tem Deus não
tem a realidade. O homem se afastou de Deus e caiu na vaidade e na
mentira. Agora, porém, o rio da graça chegou! Ele quer encher-nos de
Deus, da verdade. Conseguimos ter a verdade de Deus por meio de
Jesus, conforme Ele disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida”
(Jo 14:6). Cristo é a realidade. É por meio Dele que chegamos a Deus.
Seguimos o caminho inverso àquele apresentado em Gênesis. Nos
capítulos primeiro e segundo, foi dado ao homem o acesso ao Pai por
meio da árvore da vida. No capítulo terceiro de Gênesis, o homem
perdeu esse acesso. Deus, então, lhe ofereceu outra oportunidade
mediante o rio, que simboliza o Espírito. Mas o Espírito não poderia
vir sem a obra redentora de Cristo. Por isso foi necessário que
Jesus morresse e ressuscitasse. Ele se tornou o outro Consolador, o
Espírito da realidade. Quem crê em Jesus O recebe como o Espírito
da realidade. O Espírito, como o fluir do rio que saía do Éden, chega
até nós para nos levar de volta à árvore da vida. Aleluia porque fomos
alcançados por esse rio!
Se continuarmos a receber o dispensar da graça pela palavra,
seremos supridos, fortalecidos e passaremos a exercer adequadamente
nossa função no Corpo de Cristo. Quanto mais recebemos da graça,
mais a realidade é constituída em nós. A igreja, então, se torna o Novo
Homem, criado segundo Deus, em justiça e santidade procedentes da
verdade. A obra de Deus é perfeita. É muito bom saber que podemos
ser Seus canais de graça aqui na terra. Aleluia!

Pergunta: De que modo o fluir do Espírito supre e edifica o Corpo de Cristo?


Deus é amor

Meu ponto-chave:

28
SEMANA 2 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Jo 1:17; 3:16
Ler com oração:
“Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado
o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele. Nisto
consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em
que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos
pecados” (1 Jo 4:9-10).

ANDAR NO AMOR COMO FILHOS AMADOS


O fluir do Espírito para nós e a partir de nós nos fará ser plenos
da graça e da verdade (Jo 1:17). A graça está totalmente relacionada
com o amor, e a verdade, com a luz. Deus trabalha para encher de
graça cada parte de nosso ser. Quanto mais nos aprofundarmos no
desfrute da graça, mais provaremos o Deus que é amor. A graça e
o amor de Deus estão em duas extremidades contrapostas. Deus é
amor, mas, quando chega ao homem, Ele é a graça. A verdade e a luz
também estão em duas extremidades contrapostas. No lado de Deus,
é luz; no lado do homem, é a verdade. Se desfrutarmos a graça, se
deixarmos Cristo nos encher da verdade e nos aprofundarmos mais
nessa experiência, chegaremos a Deus, que é luz. Veremos agora o que
é na prática experimentar o Deus que é amor, e depois o que significa
desfrutar o Deus que é luz.
Quando a Palavra fala sobre amor e luz, não há muitas doutrinas
a ser explicadas. Leiamos Efésios: “Sede, pois, imitadores de Deus,
como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo nos amou
e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus,
em aroma suave” (5:1-2). Se você é filho do amor, simplesmente vive
como filho do amor; se é filho da luz, vive como filho da luz. Não
Andar como filhos da luz

se trata de imitação exterior. Infelizmente até hoje muitos cristãos


tentam ter uma vida de imitação: “Ah, agora sou cristão, tenho de
me comportar como tal”. Isso não funciona. Basta deixar que esse
rio da graça nos sature. Continuemos na imersão da palavra. Assim,
cresceremos saudáveis, e, sem perceber, nossa vida será cheia de
realidade e amor.
No capítulo quinto de Efésios, observamos dois aspectos do que é
o amor: entrega e doação, como também oferta e sacrifício a Deus
(vs. 1-2). Se houver amor, haverá doação. Mas não só isso: o amor
29
também é oferta e sacrifício a Deus, não por obrigação, mas como
aroma suave. Quando Deus nos enche de Sua essência, que é amor,
passamos a nos entregar por amor aos irmãos e às pessoas a quem
pregamos o evangelho. Fazemos isso como oferta e sacrifício a Deus
em aroma suave. O que nos faz sair num sábado à tarde para orar pelas
pessoas nas ruas, quando poderíamos ficar em casa descansando? Isso
acontece porque amor é oferta e sacrifício a Deus. Queremos fazer
subir o aroma suave e agradar a nosso bom Deus. Entregamo-nos
pelas pessoas como doação e a Deus como oferta e sacrifício.
A definição do amor é que Cristo deu a vida por nós: “Nisto conhecemos
o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos
irmãos” (1 Jo 3:16). Isso é entrega e doação. Lemos ainda: “Amados,
amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo
aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não
ama não conhece a Deus, pois Deus é amor” (1 Jo 4:7-8). Amar não é
só ensinamento, mas o resultado de conhecer a Deus, e isso provém
do desfrute do rio da graça. Toda a criação recebe a doação de Deus:
o ar que respiramos, a água que bebemos, o alimento que comemos,
o sol etc. Tudo, definitivamente tudo, é doação de Deus. A maior
demonstração do amor de Deus, porém, foi enviar o próprio Filho
para morrer por nós na cruz (Jo 3:16). Esse é o caminho que devemos
trilhar. Louvado seja o Senhor!

Pergunta: Cite exemplos práticos de amor em seu viver.

Meu ponto-chave:
Deus é amor

30
SEMANA 2 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
1 Jo 1:8-10; 2:3-4
Ler com oração:
“Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas
trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se, porém, andarmos na
luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o
sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1 Jo 1:6-7).

O RESULTADO DE ANDAR NA LUZ (1)


Já vimos o que significa, na prática, andar em amor. Hoje veremos
sobre andar na luz: “Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido
e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma”
(1 Jo 1:5). Esse texto não diz que Deus está na luz, mas afirma que
Deus é luz. Se Deus é luz, certamente não há Nele treva nenhuma.
Assim como fala sobre o amor, a Bíblia fala sobre luz, ou seja, não
nos apresenta nenhuma teoria ou ensinamento. Só temos de avaliar e
verificar se vivemos pela vida divina ou não. Ter comunhão é a melhor
maneira de verificar isso: “Se dissermos que mantemos comunhão com
ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se,
porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão
uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de
todo pecado” (vs. 6-7). Quando estamos na luz, mantemos comunhão
uns com os outros. Se não estamos na luz, fugimos da comunhão,
levantamos barreiras e temos reservas para com os outros membros
do Corpo de Cristo. Esse é um forte sinal de que não estamos na luz.
Todas as vezes que lemos na Bíblia que Deus é amor e luz, somos
levados a avaliar nossos atos no dia a dia. Se vivermos na luz, ela
iluminará cada parte de nosso ser. Conseguimos perceber que temos
pecado e discernimos quando vivemos pelo homem natural. Não quer
Andar como filhos da luz

dizer que quem está na luz não peca, mas que enxerga seu pecado e
logo busca esvaziar-se, arrepender-se e lavar-se no sangue de Cristo.
Quem não está na luz, considera-se muito espiritual, muito bom, por
isso julga e aponta eventuais falhas no próximo. Fora da luz, ficamos
cegos a nossa própria condição (1 Jo 1:8).
A atitude de quem vive na luz é se arrepender e confessar os pecados
(1 Jo 1:9-10). Parece algo tão básico, mas muitos falham nessa questão.
Se não vivemos na luz, nós nos julgamos superiores e melhores que
os outros, e não conseguimos ver nossas próprias impurezas. Isso 31
é resultado de não ter sede da palavra e revela que ela não habita
ricamente em nós.
Quem vive na luz guarda a palavra (1 Jo 2:3-4). Hoje, na igreja, temos
um grupo de pessoas que está o tempo todo imerso na palavra. Tanto
no CEAPE como no PAC, os irmãos buscam a imersão na palavra o
tempo todo. No PAC eles têm horário para levantar-se. Se alguém
acordar mais cedo, não pode fazer barulho. Quando chega o horário
estabelecido, em todos os cômodos e salas, eles ligam o áudio com a
última palavra profética e começam a ouvir. Eles se levantam e fazem
a higiene pessoal imersos na palavra. Depois de tomar café, fazem
imersão na palavra escrita e, ao final, saem para fazer colportagem.
Não importa se estão num táxi ou no metrô, simplesmente ouvem a
palavra e praticam a imersão desse modo.
Muitos dos que os ouvem ficam interessados e se sentem atraídos
pela imersão deles, dada a espontaneidade dos colportores. Isso lhes dá
poder para fazer colportagem. Depois de uma ou duas horas, quando
a energia deles começa a decair, eles reúnem a equipe e despendem
mais um tempo na imersão. Enchem-se, assim, de poder e retomam a
colportagem. Praticamente eles permanecem na palavra vinte e quatro
horas por dia. Não têm tempo para impurezas nem para pensar em
bobagens; concentram-se o tempo todo nos mandamentos de Deus. A
verdade está neles, eles vivem na luz.
Quando estamos cheios da palavra, ficamos plenos do amor
do Senhor: “Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele,
verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto
sabemos que estamos nele: aquele que diz que permanece nele, esse
deve também andar assim como ele andou” (1 Jo 2:5-6). A luz e o
amor andam juntos e vêm pela palavra.
A frase “nisto sabemos que estamos nele” significa que andar na
luz e no amor não é mera doutrina ou ensinamento. Ou estamos Nele
ou não; ou permanecemos na palavra ou não. Que estejamos Nele e
permaneçamos na palavra. Louvado seja o Senhor!
Deus é amor

Pergunta: Como sabemos que andamos na luz?

Meu ponto-chave:
32
SEMANA 2 – SÁBADO
Leitura bíblica:
1 Jo 2:7-11
Ler com oração:
“Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as
vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt 5:16).

O RESULTADO DE ANDAR NA LUZ (2)


Todo cristão, ao ter a experiência do novo nascimento, deve andar
na luz. Isso não depende de ensinamentos ou doutrinas; é um viver
intuitivo e muito prático porque a luz dissipa as trevas: “Amados,
não vos escrevo mandamento novo, senão mandamento antigo, o
qual, desde o princípio, tivestes. Esse mandamento antigo é a palavra
que ouvistes. Todavia, vos escrevo novo mandamento, aquilo que
é verdadeiro nele e em vós, porque as trevas se vão dissipando, e a
verdadeira luz já brilha” (1 Jo 2:7-8). Não há comunicação entre luz e
trevas. Se andamos na luz (como os colportores), imergindo o tempo
todo na palavra e guardando os mandamentos, ao menor sinal de um
pensamento impuro, buscamos ainda mais o Senhor, e as trevas se
dissipam. Vejam a que ponto estamos chegando. É a verdadeira luz
que já brilha em nosso interior.
Além de expor os pensamentos e sentimentos impuros, a luz também
nos faz permanecer em comunhão com os irmãos: “Aquele que diz
estar na luz e odeia a seu irmão, até agora, está nas trevas” (1 Jo 2:9).
Se andarmos na luz, qualquer problema com os irmãos será exposto.
Além disso, não nos tornamos motivo de tropeço para ninguém; pelo
contrário, quando se aproximarem de nós, os irmãos terão a sensação
de que estão mais próximos de Deus: “Aquele que ama a seu irmão
permanece na luz, e nele não há nenhum tropeço. Aquele, porém,
que odeia a seu irmão está nas trevas, e anda nas trevas, e não sabe
Andar como filhos da luz

para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos” (vs. 10-11). Se
odiamos um irmão e somos tomados de raiva contra outro, é sinal de
que as trevas nos cegaram e tomaram nosso interior. Não andemos
às cegas, com ódio; andemos na luz! Deus é luz! Sendo assim, nosso
caminho é andar como filhos da luz: “Pois, outrora, éreis trevas,
porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz” (Ef 5:8).
Antes não somente estávamos nas trevas, mas éramos trevas. Agora
não somente estamos na luz, mas somos a luz do Senhor na terra. Isso
não é resultado de mera imitação externa, mas de andar pela vida de 33
Deus em nosso interior. Temos acesso a tudo isso pelo rio da graça,
que chegou a nós pelo Espírito.
Dez anos atrás, éramos como agentes secretos. Tínhamos a
melhor revelação da Palavra, mas a luz estava escondida debaixo do
alqueire. Graças a Deus, de cinco anos para cá, a luz se tornou como
cidade edificada sobre o monte: “Vós sois a luz do mundo. Não se
pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende
uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e
alumia a todos os que se encontram na casa” (Mt 5:14-15). Apesar
das dimensões continentais do Brasil, já testemunhamos que, quando
éramos apenas 300 colportores orando nas ruas, pessoas que viajavam
pelo país eram abordadas em diferentes lugares. Uma delas foi
abordada no Norte do país, depois em Brasília e depois noutra região,
sempre com a mesma pergunta: “Posso orar por você?”. Nessa ocasião
ela perguntou ao colportor: “Vocês brotam da terra?! Passei por várias
regiões do país, e em todas elas alguém pergunta se quero oração!”.
Aleluia! Não se pode mais esconder essa luz, ela chegou para alumiar
todos os que se encontram na casa.
As trevas são um império que domina e aprisiona as pessoas. Nós
mesmos já estivemos sob esse governo, mas, graças a Deus, Cristo nos
libertou: “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para
o reino do Filho do seu amor” (Cl 1:13). Fomos transportados para o
reino do Filho amado de Deus, portanto não podemos mais andar nas
trevas. Temos de andar na luz e manifestar em nosso viver o resultado
desse andar: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens,
para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que
está nos céus” (Mt 5:16). Se realmente somos filhos da luz, isso com
certeza se manifestará em nossas ações. Louvado seja o Senhor!

Pergunta: Quais atos em seu viver revelam que você tem andado na luz?
Deus é amor

Meu ponto-chave:

34
SEMANA 2 – DOMINGO
Leitura bíblica:
Pv 31:11, 18; Gl 5:22-26
Ler com oração:
“Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos,
e Cristo te iluminará” (Ef 5:14).

DESPERTA, Ó TU QUE DORMES!


Quando afirma que devemos andar na luz, a Palavra não explica
como isso deve ocorrer em teoria, mas simplesmente nos apresenta
os frutos de quem anda desse modo: “O fruto da luz consiste em
toda bondade, e justiça, e verdade” (Ef 5:9). Quando andamos
na luz, ficamos mais atentos a nosso procedimento do que ao
comportamento dos outros. Quando a pessoa anda em trevas, torna-
se arrogante e orgulhosa. Por se achar muito espiritual, julga, critica
todos a sua volta, e, por estar cega, dificilmente consegue perceber
sua própria condição. Se quiser verificar se está em trevas, basta
procurar os frutos em seu viver. Quem está fora da luz não dá frutos.
Há muitos bons cristãos, até mesmo entre nós, que pregam boas
palavras, aparentam ser espirituais, dão bons ensinamentos bíblicos,
mas não têm frutos. Não são como a mulher virtuosa, que produz
lucro para o marido (Pv 31:11, 18). Essa é a diferença entre estar nas
trevas e andar na luz. Quem anda na luz produz frutos, e quem anda
nas trevas é infrutífero: “Não sejais cúmplices nas obras infrutíferas
das trevas” (Ef 5:11).
Quem está nas trevas produz as obras da carne: “Ora, as obras da
carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria,
feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões,
facções” (Gl 5:19-20). Uma pessoa assim jamais conseguirá edificar a
igreja; antes, quando ficar perto de quem exerce bem seu serviço, será
Andar como filhos da luz

tomada de ciúmes, ira e discórdia. Na história da igreja, houve muita


disputa por posição e poder, e tudo isso são obras das trevas, bem
como “invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a
respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que
não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam” (v. 21). A
carne produz obras mortas, mas o Espírito produz frutos (vs. 22-26).
Os homens fogem da luz quando produzem obras más porque a luz
os expõe: “O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens
amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. 35
Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a
luz, a fim de não serem arguidas as suas obras. Quem pratica a verdade
aproxima-se da luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas,
porque feitas em Deus” (Jo 3:19-21). Isso não é mero ensinamento
de autoajuda, mas só conseguimos praticar a verdade quando estamos
na luz.
O que as pessoas fazem nas trevas, fazem-no em oculto. Por isso
são obras vergonhosas. Esse é o motivo por que muitos buscam
a vida noturna. À noite, muita obra pode ser feita em oculto. Nós
somos diferentes! Não somos cúmplices desse tipo de obra nem a
admitimos: “Não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas;
antes, porém, reprovai-as. Porque o que eles fazem em oculto, o só
referir é vergonha. Mas todas as coisas, quando reprovadas pela luz, se
tornam manifestas; porque tudo que se manifesta é luz. Pelo que diz:
Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te
iluminará” (Ef 5:11-14). Está na hora de acordar! Essa palavra é para
todos na igreja. Nestes tempos finais, não vivamos de maneira morna,
só observando alguns praticarem a palavra profética, achando que
isso não é para nós. Vamos dar um basta nisso! Todos queremos ser
vencedores. Então, enquanto eu tiver fôlego, vou continuar insistindo
com toda a igreja para despertar! Não quero que ninguém fique para
trás. Despertem, todos! Está faltando luz? Cristo os iluminará. Creiam!
Vamos remir o tempo e andar no Espírito.
Se alguém tem dificuldade de praticar alguma das ferramentas que o
Senhor nos deu, apenas acompanhe quem já as pratica. Aproxime-se,
fique ao lado dele. Se você é tímido e tem receio de orar pelas pessoas
nas ruas, simplesmente fique perto de quem já faz isso. Tenho certeza
de que, com o tempo, você não será somente mero acompanhante, mas
você mesmo praticará a palavra, orando pelas pessoas, consagrando-
se ao CEAPE, fazendo colportagem. Creio que sua vida não será mais
a mesma: “Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e
Cristo te iluminará”! Louvado seja o Senhor!
Deus é amor

Pergunta: Como não permanecer infrutífero nos dias de hoje?

Meu ponto-chave:
36
SEMANA 3 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Rm 10:6-7; Ef 5:18-21
Ler com oração:
“Não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-
vos do Espírito” (Ef 5:18).

A PALAVRA É QUE FAZ


A OBRA DE DEUS
Agradecemos ao Senhor por Sua palavra profética, pela qual
temos sido ricamente abençoados. A mensagem desta semana
(baseada em Efésios 5:18-21) tem por título “Encher-se do Espírito”.
Compreenderemos que toda a obra de Deus é realizada por Sua
Palavra, que é o próprio Filho, O qual se encarnou e viveu entre
os homens cheio de graça e de verdade. Assim, fomos alcançados
pelo rio da vida e nos tornamos dispensadores da graça, abençoando
as pessoas por meio do amor de Deus. Todavia não caminhamos
de qualquer forma, e sim de forma sábia e prudente. Por isso é
fundamental conhecermos a vontade do Pai. O único caminho que
temos para alcançar esse objetivo é viver no espírito. Então o Senhor
veio presentear-nos com a imersão na palavra profética, que enche
nosso espírito da revelação da vontade do Pai. Sendo unânimes,
como igreja, formaremos o exército de Deus até a volta de nosso
amado Senhor.
A visão do azeite dourado que sai dos dois bicos de ouro, descrita
no capítulo quarto do livro de Zacarias, expressa o fluir da palavra
profética, que vai ao encontro dos sedentos do falar divino. De fato,
temos testemunhado grandes obras realizadas por crermos na palavra
profética. Esse azeite está gotejando em vasos, os quais representam
todos nós que apreciamos a palavra de Deus.
O grande divisor de águas em nossa vida é quando passamos a
Encher-se do Espírito

seguir de perto a palavra profética. Tornamo-nos dispensadores da


graça, isto é, vasos cheios de azeite que alimentam o candelabro de
ouro para, assim, manter seu fulgor. Desse modo, as igrejas brilharão
mais, a unidade entre nós se consolidará, e todas as ferramentas
que o Senhor nos deu farão a obra expandir-se e prosperar. Não
depositamos nossa fé na economia ou política prevalecentes nas
nações; cremos que será a esfera espiritual e celestial da igreja que
nos unirá em uma só obra. 37
Após a queda do homem, o caminho para a árvore da vida foi fechado.
Entretanto Deus não interrompeu o fluxo do rio que saía do Éden. Esse
fato é de extrema importância, pois, enquanto o ser humano não tiver
condições de atender às exigências da glória, justiça e santidade de
Deus, ele não terá acesso à árvore da vida, que representa Cristo. Mas,
no capítulo segundo de Gênesis, além da árvore da vida, há um rio.
Esse rio regava o jardim e se dividia em quatro braços. Aqui vemos
a intenção de Deus: ainda que o homem tenha rejeitado a árvore da
vida, Deus não desistiu dele. No devido tempo, o próprio Deus se fez
carne, ou seja, a Palavra tornou-se carne e habitou entre os homens,
cheia de graça e de verdade. O rio da graça apareceu aqui na terra pela
encarnação da própria Palavra, que é Cristo.
A Palavra é o veículo que nos conduz a Deus, ou seja, Cristo é o
veículo para trazer Deus ao homem. Por meio de Jesus, recebemos
vida, graça e verdade. Ao se encarnar, Jesus revelou aos apóstolos a
glória do Unigênito do Pai. Posteriormente houve a morte de Cristo,
porém Deus O ressuscitou com poder e, assim, O glorificou. Após esse
processo, o Senhor Jesus tornou-se o Espírito da realidade e foi enviado
para alcançar-nos como o rio da vida. Se, por um lado, perdemos o
acesso ao jardim do Éden, por outro, fomos alcançados pelo rio da
vida por meio do Espírito, que chegou até nós. Não precisamos ir ao
céu nem descer ao abismo (Rm 10:6-7), pois a própria palavra do
evangelho nos alcança como um rio. E, uma vez regados pela vida
divina, de nosso interior fluirão rios de água viva.
Precisamos ver que a obra de Deus é feita pela Palavra, o veículo que
nos leva a Deus. Podemos ilustrar essa ideia com o funcionamento do
corpo humano. Todas as células de nosso corpo dependem do fluir da
corrente sanguínea, pois nela há nutrientes e oxigênio para a produção
de energia. É assim que nosso corpo funciona e se mantém vivo. O
sangue é o veículo que leva a nutrição necessária; se ele parar de fluir,
as células morrerão.
À luz desse exemplo, as igrejas precisam enxergar que, assim como
o sangue é o veículo que leva vida ao corpo, quem exerce esse papel,
Deus é amor

na esfera espiritual, é a Palavra. Por meio dela, as igrejas permanecem


vivas e dão cumprimento à vontade de Deus. Permanecendo firmes
nessa verdade, traremos o Senhor de volta. Por isso, amado leitor,
somos membros do Corpo de Cristo e precisamos anelar pela Palavra,
que noz traz luz, energia, nutrição e direção para o pleno cumprimento
38 da obra de Deus.
Pergunta: Qual é o papel da Palavra no plano eterno de Deus?

Meu ponto-chave:

Leitura de apoio:
“O maravilhoso convite de Deus ao homem” – cap. 4 – Pedro Dong.
“Um exército de vencedores – Aliste-se já!” – cap. 1 – Pedro Dong.
“40 lições essenciais para a vida cristã” – vol. 1 – lição 23 – Editora Árvore da
Vida.

Encher-se do Espírito

39
SEMANA 3 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
At 2:14; 10:22, 44-45
Ler com oração:
“Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida;
ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14:6).

DISPENSADORES DA GRAÇA
Como vimos, o rio da vida, que é o Espírito da realidade, traz-
nos vida, graça e verdade para cumprirmos a obra do Senhor. Deus
era como um manancial profundo, inacessível. Mas o Filho, ao se
encarnar, tornou-se a fonte que manifestou tal manancial. Enquanto
esteve na terra, de Sua boca fluía graça, mas, para nos redimir do
pecado, foi necessária Sua morte. Realmente temos de dar glória a
Deus por Sua sabedoria, porque, pela ressurreição, o Filho tornou-se
o Espírito que dá vida.
O rio da vida está fluindo como o Espírito para nos alcançar e
transformar em um canal da graça. No capítulo segundo de Atos, Pedro
foi movido pelo Senhor para pregar aos judeus, surgindo, assim, a igreja
em Jerusalém (v. 14). Posteriormente, com o mesmo poder e autoridade,
Pedro pregou aos gentios na casa de Cornélio (10:22, 44-45). E, assim,
formou-se o Corpo de Cristo na terra. Como já vimos, o Corpo, para
manter-se vivo, necessita do suprimento da graça.
O apóstolo Paulo foi o servo escolhido pelo Senhor para dispensar
graça ao mundo gentio. Foi esse evangelho que chegou até nós. Paulo
pregou o evangelho na Galácia, Ásia, Macedônia, alcançando, por
fim, Roma. No abrir de sua boca, não se ouviam palavras proferidas
por um homem, mas era o falar do próprio Deus. Era assim que a graça
fluía, e a palavra fazia a obra de Deus.
Aqueles que receberam o fluir da graça tornaram-se seus
dispensadores. Longe de nós limitarmo-nos a ser um depósito final,
que só recebe a graça e não dá continuidade ao fluxo de vida. Se
assim fôssemos, seríamos um “Mar Morto”. Na realidade, ao praticar
Deus é amor

a palavra com simplicidade e obediência, somos um canal pelo qual


a graça passa. É dessa maneira que de nós flui graça para abençoar
outras pessoas.
Ao permitir que a graça flua, amadurecemos e promovemos a
edificação da igreja. O crescimento de vida nos livra do individualismo
40 e do egoísmo, e deixamos de ser pessoas difíceis e complicadas que
atrapalham a edificação do Corpo de Cristo feita em conjunto com os
demais irmãos. Por isso nos alegramos tanto com o fluir da graça, que
nos tem edificado como igreja.
O fluir da graça, ao trazer a realidade para nossa vida, promove a
edificação da igreja como o novo homem coletivo, criado segundo
Deus em justiça e santidade procedentes da verdade. Antes, nós,
como pessoas caídas, praticávamos injustiça. Também estávamos
destituídos da santidade de Deus, e nossa vida era repleta de impurezas.
Lamentavelmente vivíamos em um poço de falsidade e ilusão.
Mas Cristo é a única verdade no universo, e não precisamos ir atrás
de ideologias pós-modernas. Tais teorias afirmam que a verdade é
relativa e muda com o tempo, portanto cada um tem sua verdade. Desse
modo, o comportamento humano sofre severos impactos e amolda-se
a um viver mundano, repleto de ilusão. Todavia afirmamos que Deus é
a única realidade no universo. Nele está a verdade. Por isso Deus nos
tem enchido de Sua realidade, e então, como novo homem, deixamos
toda mentira e impureza, falando somente a verdade uns com os
outros. Esse processo de transformação tem enchido de realidade o
viver da igreja. E, como resultado, diversas pessoas passaram a ter
confiança em nosso labor.
Uma amostra do que estamos falando é o testemunho de um de nossos
colportores. Nosso amado irmão, quando praticava a colportagem, o
trabalho não fluía. Ele, então, chamou o líder da equipe para orar; após
a oração, o irmão orientou-o a ir a outro lugar. Ele seguiu a orientação
e, ao encontrar uma pessoa, perguntou-lhe: “Posso orar por você?”.
Recebendo a permissão, orou e abençoou essa pessoa, que quis
saber sobre o trabalho realizado por ele. Ao ouvir o relato de nosso
colportor, comprou o equivalente a dois mil dólares em livros para que
mais pessoas fossem abençoadas. Até aí já estaríamos muito gratos
por essa obra do Espírito Santo, todavia a pessoa também questionou
Encher-se do Espírito

sobre a vida pessoal e os sonhos do jovem. Ele respondeu que estava


noivo e planejava casar-se. Então, para a surpresa dele, aquele homem
contatado era dono de lojas de vestidos de noiva e presenteou-o com
seis mil dólares (aproximadamente trinta mil reais) para a realização
do casamento.
Tudo isso aconteceu, amados irmãos, porque nossos colportores são
puros de coração. Eles não realizam seu trabalho por dinheiro, mas
para abençoar as pessoas. Deus, então, também se lembra deles. O
homem abordado na história acima percebeu que havia verdade na 41
obra que praticamos. Damos graças a Deus pelo fluir do rio da graça,
que tem movimentado toda essa obra. O rio flui para nós, enchendo-
nos de Deus, que é amor e doação, como também flui de nós para as
pessoas por quem oramos. Aleluia! Jesus é o Senhor!

Pergunta: O que você pode fazer para o progresso da obra do Senhor em sua
cidade?

Meu ponto-chave:
Deus é amor

42
SEMANA 3 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
1 Co 15:10; Ef 3:7; 5:3-7; 1 Tm 1:15; 1 Jo 1:7-10
Ler com oração:
“Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor,
como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como
oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave” (Ef 5:1-2).

CONHECER A VONTADE DO PAI


PARA SER SÁBIOS E PRUDENTES
Hoje vamos compartilhar sobre estes dois versículos: “Sede,
pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor,
como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós,
como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave” (Ef 5:1-2). Só
conseguiremos imitar a Deus se nos tornarmos filhos de Deus. Não
se trata de uma mera imitação exterior, mas da manifestação da vida
divina que recebemos do Pai e que está em nosso interior.
Precisamos andar no mesmo amor com que Cristo nos amou. O
constante fluir do rio da vida traz graça e verdade, e isso nos conduz
a experiências mais profundas com Deus. O amor de que falamos
não é uma ideia romantizada, mas o próprio Deus. Sua natureza é
amor e doação, como lemos: “Cristo nos amou e se entregou a si
mesmo por nós” (Ef 5:2). Essa mesma vida de amor e doação entrou
em nosso interior.
Recebemos o fluir da graça, que é o próprio amor divino que
satura todo o nosso ser. Imersos nesse amor, passamos a doar amor
a outras pessoas. Essa é a motivação que leva nossos colportores a
sair da comodidade para as ruas. O amor, que é doação e entrega,
é o combustível que os leva a agir; não é por dinheiro ou interesses
pessoais, mas por amor.
Se atentarmos novamente para este versículo (Ef 5:2), perceberemos
Encher-se do Espírito

que a expressão do amor tem duas partes: a primeira é doação (“Cristo


nos amou e se entregou a si mesmo por nós”). Recebemos do Senhor
a graça que nos leva a doar o amor de Deus ao próximo. A segunda
parte, aos olhos de Deus, é um sacrifício queimado no altar (“como
oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave”). Deus, ao olhar o ato
de doação, enxerga em nosso interior um sacrifício queimando no
altar. Ele sente o aroma suave, e isso Lhe agrada. Esse é um grande
encorajamento para os colportores e para toda a igreja: por amor,
43
alcançamos as pessoas e, simultaneamente, agradamos a Deus. Oh,
que glória! Amemos uns aos outros.
Saturados desse amor, deixamos de lado as diferenças entre povos,
raças, etnias e posições sociais, para amar uns aos outros como “Cristo
nos amou e se entregou a si mesmo por nós”. Essa é a oferta e o
sacrifício que sobem a Deus como aroma suave. Se permanecemos no
rio da graça, a verdade nos alcança, e passamos a viver em amor. Na
profundidade dessa experiência, encontramos luz, pois Deus é luz, e
não há Nele treva nenhuma.
A respeito da luz, leiamos: “Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora,
sois luz no Senhor; andai como filhos da luz” (Ef 5:8). Estamos na luz,
que é Deus, e somos luz no Senhor, o que nos leva a produzir frutos.
Como está escrito em 1 João, não podemos cair em pecados; pelo
contrário, precisamos confessar nossas falhas, pois Ele é fiel e justo
para nos perdoar e purificar de toda a injustiça. Mas, se afirmamos
que não temos pecado, fazemos com que Deus passe por mentiroso,
e a verdade não está em nós (1:7-10). O que significa isso? Se, de
fato, vivermos na luz, conheceremos nossa condição e quem somos
realmente. Éramos pecadores, porém a graça nos alcançou. Não
podemos orgulhar-nos em nós mesmos, porque tudo vem do Senhor,
até nossa capacidade de realizar Sua obra. Reconhecemos, portanto,
que nossa suficiência vem de Deus.
Viver na luz nos livra do orgulho e da arrogância. Aquele, porém,
que está longe da luz, quando ganha algum tipo de poder, logo
manifesta o orgulho. Que Deus nos faça humildes! A luz leva-nos
a confessar que nada somos. Paulo declarou que era o pior dos
pecadores (1 Tm 1:15), contudo também reconhecia que a graça de
Deus o alcançara (Ef 3:7; 1 Co 15:10). Profetizo que nas igrejas não
haverá espaço para os orgulhosos e arrogantes, pois andaremos na
luz. Sabemos quem somos e, pela misericórdia de Deus, estamos
realizando Sua obra. Que o Senhor continue brilhando em nosso
viver, e nós, na vida das pessoas que contatamos.
Deus é amor

Pergunta: De onde vem nossa capacidade para realizar a obra de Deus?

Meu ponto-chave:
44
SEMANA 3 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Ef 1:5b, 9-11
Ler com oração:
“Vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como
sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Por esta razão,
não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade
do Senhor” (Ef 5:15-17).

CONHECER A VONTADE DE DEUS


A melhor maneira de andar de forma prudente e sábia é conhecer a
vontade de Deus; do contrário, agiremos como néscios. Não sejamos
insensatos: “Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai
compreender qual a vontade do Senhor” (Ef 5:17). Tomemos por
modelo as cinco virgens prudentes, as quais remiram o tempo e
mantiveram suas vasilhas cheias de azeite. Os dias são maus, vamos,
portanto, aproveitar cada minuto de nossa vida para conhecer mais a
vontade de Deus e nos tornar um instrumento útil em Suas mãos.
A vontade de Deus é o que há de mais forte no universo. Deus não faz
nada que não esteja de acordo com o conselho de Sua vontade: “Nele,
digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o
propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua
vontade” (Ef 1:11). Tudo poderá deixar de ser feito, com exceção da
vontade do Pai, pois esta sempre se cumprirá.
Nós fomos predestinados para ser filhos de Deus, por meio de Jesus
Cristo “segundo o beneplácito de sua vontade” (Ef 1:5b). Toda a obra
divina é segundo o beneplácito da vontade do Pai. “Beneplácito”
em grego é eudokia, que significa “prazer”, “satisfação”, “desejo”,
“benevolência”. No Evangelho de Lucas, essa palavra é empregada neste
contexto: “Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou:
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas
Encher-se do Espírito

coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai,


porque assim foi do teu agrado” (10:21). Aqui a palavra “agrado” também
é eudokia. O mesmo ocorre em Mateus: “Por aquele tempo, exclamou
Jesus: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste
estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó
Pai, porque assim foi do teu agrado [eudokia]” (11:25-26).
No Evangelho de Lucas, também lemos: “Não temais, ó pequenino
rebanho; porque vosso Pai se agradou [eudokia] em dar-vos o seu
45
reino” (Lc 12:32). O prazer de Deus está naquele que não confia em sua
própria sabedoria e capacidade. Deus não dá revelação aos instruídos
e sábios deste mundo. Se um líder se julga sábio, Deus não se revelará
a ele. O Pai se agradou em revelar-se aos pequeninos, ocultando-se
dos sábios e instruídos. Tudo isso nos mostra a importância de nos
humilharmos para arrependimento. Que não dependamos mais de
nosso conhecimento acumulado do passado, mas sejamos humildes de
espírito, arrependidos diante do Senhor. O Senhor, assim, se agradará
de nossa pessoa, revelando-se a nós. Esse é o bom prazer de Deus.
O beneplácito da vontade divina é aquilo que agrada, dá prazer e
satisfação ao coração de Deus. E qual é o mistério de Sua vontade?
A resposta está neste versículo: “Desvendando-nos o mistério da sua
vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer
convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas,
tanto as do céu como as da terra” (Ef 1:9-10). A vontade de Deus é uma
só, que todas as coisas sejam encabeçadas por Cristo. A solução para as
igrejas não é ter muitas cabeças, mas apenas uma: Cristo!
Quando Cristo for cabeça de todas as coisas, tanto as do céu quanto as
da terra, tudo estará pronto. Haverá um só comando. E, quando houver
o soar de uma única trombeta, o exército, como um só Corpo, uma
só igreja, marchará unânime para o pleno cumprimento da vontade
de Deus. Vivendo hoje sob o encabeçamento de Cristo, andaremos
sabiamente e seremos prudentes e conscientes da vontade de Deus.

Pergunta: Qual é a condição primordial para sermos sábios e prudentes?

Meu ponto-chave:
Deus é amor

46
SEMANA 3 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Lv 10:9; Nm 6:3; Mt 12:50; Jo 4:34; 5:30; 6:38-39; 1 Co 2:10; 2 Co 5:9
Ler com oração:
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
[...] E o verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade,
e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (Jo 1:1, 14).

AGRADAR A DEUS É FAZER SUA VONTADE


O que mais agrada a Deus é que façamos Sua vontade. E, para
fazer Sua vontade, é necessário conhecê-la. Aprendemos essa lição
com a oração ensinada pelo Senhor: “Pai nosso, que estás nos céus,
santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade,
assim na terra como no céu” (Mt 6:9-10). Se existe algo que não agrada
a Deus é Sua vontade não ser feita. Portanto os que não se permitem
ser um canal para o cumprimento da vontade de Deus andam como
néscios. Essa mesma compreensão está no capítulo sétimo de Mateus:
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus,
mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (v. 21).
Precisamos entender que Deus espera que Sua vontade seja realizada.
Por isso é tão importante compreender qual é a vontade do Senhor.
Jesus revelou que todo aquele que faz a vontade do Pai é irmão,
irmã e mãe Dele (Mt 12:50). Seu foco na terra era unicamente
cumprir a vontade de Deus, tanto que Ele declarou que Sua comida
era fazer a vontade de Deus (Jo 4:34). Esse também deve ser nosso
desejo. Jesus não procurava a própria vontade, e sim a daquele que
O enviara (Jo 5:30). Ainda no Evangelho de João, podemos ver que
Jesus desceu do céu não para fazer a própria vontade, mas a do Pai
(6:38-39). Devemos, portanto, esforçar-nos para conhecer a vontade
do Pai e ser agradáveis a Ele (2 Co 5:9).
A palavra é o veículo que nos dá acesso a Deus por meio de Cristo
Encher-se do Espírito

como a graça. Estamos sendo preenchidos com as riquezas insondáveis


de Cristo, e o resultado é nosso amadurecimento para a edificação do
Corpo de Cristo. É assim que a igreja fica plena da verdade e realidade
provenientes de Deus. Nosso andar passa a ser em amor e luz, pois
somos filhos amados e filhos da luz. Então, de fato, passamos a amar
os irmãos como doação e sacrifício a Deus. A luz guarda nosso coração
puro e humilde. E, para nunca nos desviar desse caminho de amor e
luz, vamos permanecer no fluir do rio da graça, andando no Espírito. 47
Começamos andando na graça, que nos leva até a verdade. A graça
e a verdade conduzem-nos para o amor, e este, para a luz. Tudo isso é
Deus quem nos dá: graça, verdade, amor e luz para podermos conhecê-
Lo e conhecer Sua vontade. E como saber exatamente qual é a vontade
de Deus? Somente o Espírito sabe, porque o Espírito perscruta até
as profundezas de Deus (1 Co 2:10). O segredo para permanecermos
nesse fluir é andar no espírito como o apóstolo Paulo nos advertiu: “E
não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos
do Espírito” (Ef 5:18). Distante da vontade de Deus, a vida humana é
repleta de insensatez, porque busca satisfação no “vinho” do mundo, e
muitos são enganados pela concupiscência. Apesar de o vinho conferir
algum prazer e alegria ao coração humano, não devemos embriagar-
nos com ele.
Algumas passagens da Bíblia alertam sobre o consumo de vinho: “O
vinho, que alegra o coração do homem, o azeite, que lhe dá brilho ao
rosto, e o alimento, que lhe sustém as forças” (Sl 104:15). O sacerdote,
ao entrar na tenda da congregação, não deveria beber vinho nem
bebida forte (Lv 10:9). O mesmo princípio encontramos no voto do
nazireado, que exigia a abstenção de vinho e de bebida forte (Nm 6:3).
Em Provérbios 20, lemos: “O vinho é escarnecedor, e a bebida forte,
alvoroçadora; todo aquele que por eles é vencido não é sábio” (v. 1).
Essa passagem é complementada por Eclesiastes: “O festim faz-se
para rir, o vinho alegra a vida, e o dinheiro atende a tudo” (10:19).
Eis o viver de um homem insensato. A vida humana é motivada por
comida, bebida e diversão em banquetes com familiares e amigos,
com vinho para todos se alegrarem. Esses prazeres são financiados
por dinheiro, atrás do qual cabe ao ser humano correr, ficando escravo
deste mundo e sem tempo para fazer a vontade do Senhor.
Diante dessa revelação, o que fazer? Como não nos embriagar com
o vinho, no qual há dissolução, mas nos encher do Espírito? O vinho
pode simbolizar uma busca pelo prazer do pecado e seus vícios, mas
também pode simbolizar uma busca legítima, por exemplo, por um
casamento feliz. A mulher samaritana percorreu um caminho de cinco
Deus é amor

maridos em busca dessa felicidade (Jo 4:15-18). Será que é isso que
buscamos? Estamos à procura de prazer na família, na cultura, nas
viagens etc.? Se investirmos nossa vida nesse tipo de busca, ainda
teremos um viver de insensatos. Mas teremos um viver de sábios se
buscarmos compreender a vontade do Senhor. E a melhor maneira de
48 alcançar isso é andar no espírito.
Pergunta: Qual é a diferença entre encher-se de vinho e encher-se do Espírito?

Meu ponto-chave:

Encher-se do Espírito

49
SEMANA 3 – SÁBADO
Leitura bíblica:
1 Ts 5:16-20
Ler com oração:
“Enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e
louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando
sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor
Jesus Cristo” (Ef 5:18-20).

FALAR ENTRE NÓS


Vimos que o caminho para conhecer a vontade de Deus é andar no
espírito. Mas como fazer isso na prática? O apóstolo Paulo nos dá a
resposta: “Falando entre vós com salmos, entoando e louvando de
coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças
por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo,
sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo” (Ef 5:19-21). Aqui
temos a revelação de como nos encher do Espírito. No texto bíblico
original, a sequência é: “Falando entre vós com salmos, com hinos
e com cânticos espirituais”. O destaque está em “falar”. No tempo
de Paulo, não havia textos impressos, que só apareceriam no século
XVI. Entre os judeus, as Escrituras eram grafadas em pele de carneiro,
portanto disponíveis para poucos. Nas sinagogas havia alguns rolos
feitos por copistas, porém não existia a Bíblia nem as cartas de Paulo
impressas. O único recurso que tinham era memorizar e “falar” entre
eles com salmos, hinos e cânticos espirituais.
O que chamamos de “imersão na palavra” já era uma prática no
tempo de Paulo e seus contemporâneos. Hoje temos livros cristãos,
aplicativos da Bíblia no celular e mensagens acessíveis a todos pela
tecnologia. Todo esse suporte nos dá mais oportunidade de “falar entre
nós” com salmos, hinos e cânticos. Falamos, cantamos, louvamos e,
assim, juntos exercitamos nosso espírito. Isso nos enche do Espírito,
transforma nosso viver, e até muitos casamentos têm sido beneficiados
com tais práticas saudáveis.
Deus é amor

A imersão na palavra profética alegra o coração e revigora a vida


dos irmãos. Recentemente, um pai de família, impressionado com
a imersão na palavra, começou a praticar isso com seus familiares.
Sua filha adolescente passava por problemas psiquiátricos, e seu
filho, também adolescente, era muito tímido. Com essa prática, a filha
testemunhou que foi mais ajudada pela imersão do que pelos remédios
50
e hoje está alegre e liberta. O filho confessou abertamente que essa
prática o salvou.
A imersão na palavra nos mantém no espírito. Essa prática é
maravilhosa! Para permanecer no fluir do rio da graça e conhecer
a vontade do Pai, precisamos encher-nos do Espírito, imergindo na
palavra. Quem possui esse viver percebe que sua vida está sob o
arranjo de Deus; não acredita em fatalidades, pois sabe que não está
sujeito a sorte ou azar. Tudo está nas mãos de Deus. Há um trono
no céu, onde nosso Pai celeste se assenta, comandando todas as
coisas. Não devemos olhar para a vida como uma sucessão de fatos
ao acaso. Não devemos murmurar, mas ter a plena consciência de
que Deus está no controle, e, por essa razão, podemos dar graças em
todas as situações.
Lembremo-nos destes preciosos versículos: “Regozijai-vos sempre.
Orai sem cessar. Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de
Deus em Cristo Jesus para convosco. Não apagueis o Espírito. Não
desprezeis as profecias” (1 Ts 5:16-20). Isso tem acontecido conosco!
Aqueles que estão no fluir da graça e praticam a imersão na palavra
estão alegres. Amados, vamos conservar nosso espírito aceso para
nunca desprezar a palavra profética.

Pergunta: Explique o que é imersão na palavra e pratique, de preferência com


alguém.

Meu ponto-chave:
Encher-se do Espírito

51
SEMANA 3 – DOMINGO
Leitura bíblica:
Is 14:13-14; Ez 28:15-16
Ler com oração:
“Apresentar-se-á voluntariamente o teu povo, no dia do teu poder;
com santos ornamentos, como o orvalho emergindo da aurora, serão
os teus jovens” (Sl 110:3).

FAZER PARTE DO EXÉRCITO DE DEUS


Além de falar entre nós como uma forma de andar no espírito,
também podemos sujeitar-nos uns aos outros, conforme lemos:
“Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo” (Ef 5:21). O viver
genuíno da igreja está no fluir da graça, no qual nos sujeitamos uns aos
outros, pois reconhecemos que somos membros do Corpo de Cristo. Os
jovens, por exemplo, devem obedecer e ser submissos aos mais velhos:
“Rogo igualmente aos jovens: sede submissos aos que são mais velhos;
outrossim, no trato de uns com os outros, cingi-vos todos de humildade,
porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua
graça” (1 Pe 5:5). Esta era final é a era dos jovens, e Deus está levantando
um exército de jovens santos para derrotar o inimigo. Aleluia!
Lúcifer julgava que seria usado por Deus para governar as criaturas.
Como isso não se realizou, ele exaltou a si mesmo para ter um trono
próprio (Is 14:13-14). Com negociações e comércio, ele ganhou
um grupo de seguidores, rebelou-se contra a autoridade de Deus e
contaminou a humanidade, instigando-a à rebelião contra Deus.
Ninrode, por exemplo, foi usado pelo inimigo a fim de estabelecer
um governo humano totalmente independente de Deus: “Por que se
enfurecem os gentios e os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra
se levantam, e os príncipes conspiram contra o Senhor e contra o seu
Ungido [Cristo], dizendo: Rompamos os seus laços e sacudamos de
nós as suas algemas” (Sl 2:1-3). Os governos humanos querem romper
de vez qualquer ligação com Deus e Sua palavra. Mas nesse salmo
Deus exaltou Seu Ungido, eleito para governar as nações: “Eu, porém,
Deus é amor

constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião. Proclamarei o


decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei”
(vs. 6-7). Deus estabeleceu Cristo como rei, e isso se concretizará,
conforme o Pai prometeu ao Filho: “Pede-me, e eu te darei as nações
por herança e as extremidades da terra por tua possessão. Com vara de
52 ferro as regerás e as despedaçarás como um vaso de oleiro” (vs. 8-9).
O cumprimento da promessa está nestes versículos: “Disse o Senhor
ao meu senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus
inimigos debaixo dos teus pés. O Senhor enviará de Sião o cetro do
seu poder, dizendo: Domina entre os teus inimigos” (Sl 110:1-2). Sião
representa a igreja, mais precisamente a igreja em Filadélfia, aquela
que luta pelo reino.
No final desta era “apresentar-se-á voluntariamente o teu povo, no
dia do teu poder; com santos ornamentos, como o orvalho emergindo
da aurora, serão os teus jovens” (Sl 110:3). Vemos que chegou o
momento da aurora, e o dia já está quase raiando. Para Cristo governar
sobre todas as nações, existe a promessa do exército de jovens santos
que se levantam, como gotas do orvalho que caem do céu. E temos
presenciado o cumprimento dessa profecia, com o Senhor levantando
crianças, adolescentes e jovens como muitas gotas de orvalho da aurora.
Isso é um milagre! Enquanto muitos são pressionados e se voltam para
as ideologias mundanas, Deus está concretizando Sua profecia. Para que
haja uma “virada” em nosso meio, os líderes das igrejas precisam sair
do convencional, isto é, crer na palavra do profeta e usar as ferramentas
dadas por Deus a nós. Nos lugares em que a liderança tomou essa atitude,
vê-se a formação de um exército de jovens e adolescentes lutando pelo
estabelecimento do reino de Deus.
Que Deus levante um grupo de jovens maduros, entre trinta a
cinquenta anos, pois já possuem certa vivência e podem assumir as
operações da obra do Senhor, colocando a arca sobre os ombros. Tal
exército será como os valentes de Davi, que têm total cumplicidade
com a vontade de seu senhor. Vamos alinhar-nos com a palavra e
o encargo de Deus. Vamos permanecer cheios de Espírito, imersos
na palavra, usando as ferramentas que nos foram dadas, juntamente
com nossos jovens, adolescentes e crianças. Creio que, desse modo, o
Senhor levantará um exército fabuloso.
Encher-se do Espírito

Antes, contudo, precisamos aprender a obediência e a humildade,


pois Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Devemos
ser os primeiros a reconhecer a linha de autoridade de Deus. A nós cabe
ser absolutamente unânimes no encargo do Senhor. Só que isso ocorrerá
somente se estivermos imersos na palavra profética e alinhados com
a vontade do Senhor. Nessa esfera não apenas os jovens se submetem
aos mais velhos, mas todos aprenderão a se sujeitar aos outros. Haverá
respeito à porção que o outro tem, ainda que ele seja mais jovem. Vamos,
assim, edificar a igreja e trazer o Senhor de volta. Aleluia! 53
Pergunta: Quem compõe o exército de Deus mencionado no salmo 110?

Meu ponto-chave:
Deus é amor

54
SEMANA 4 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Jo 6:38; Ef 5:15-16
Ler com oração:
“Não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade
do Senhor” (Ef 5:17).

NOSSO OBJETIVO
É FAZER A VONTADE DE DEUS
Fomos escolhidos e predestinados para fazer a vontade de Deus,
que é segundo Seu beneplácito. A palavra “beneplácito”, que pode
ser traduzida por “benevolência” e que também significa “prazer”,
“satisfação”, mostra o desejo do coração de Deus, isto é, Sua vontade.
O Senhor Jesus, nosso grande exemplo, cumpriu a vontade
de Deus. Ele deixou Sua glória junto ao Pai e veio à terra como
homem. Sacrificou-se para servir a humanidade, passando por
privações e perseguições. E não hesitou em ir para Jerusalém a
fim de morrer em nosso lugar. Deus Pai aprovou Seu sacrifício e O
ressuscitou dentre os mortos. Nesse momento Jesus foi glorificado
como homem, tornando-se o Filho primogênito de Deus. A partir
de então, Ele passou a fluir como o rio da graça, para todos aqueles
que Nele creem. Dessa maneira, nós, os muitos filhos de Deus,
fomos introduzidos na igreja. Imersos no rio da graça, tornamo-
nos também canais, e de nosso interior flui vida para todos a
nossa volta. Assim, a vontade do Pai é feita por nosso intermédio. Encher-se do Espírito para a vida conjugal
Enquanto esteve na terra, Jesus não ficou restrito a quatro paredes,
não alugou uma casa para ensinar os discípulos; pelo contrário,
o Senhor saía às ruas e visitava aldeias e cidades, pregando o
evangelho do reino e curando enfermidades. Nesses lugares Ele
encontrava pessoas aflitas e exaustas, como ovelhas sem pastor,
porque se haviam distanciado de Deus. Mas Jesus veio buscá-
las e encabeçá-las, colocando-as novamente debaixo do governo
celestial. Essa é a vontade de Deus.
Em Efésios Paulo nos exorta a não andar como néscios, e sim como
sábios, remindo o tempo porque os dias são maus (5:15-16). Aqueles
que fazem a vontade de Deus andam como sábios, mas os que não
seguem essa direção, ainda que não pratiquem atos reprováveis,
perdem tempo com obras inúteis e são como insensatos. Querido
leitor, não seja néscio, procure conhecer a vontade do Senhor em 55
tudo o que fizer. Permita que Cristo seja o cabeça e mentor de suas
ações, de suas palavras e de seus pensamentos. Assim, o Corpo de
Cristo será edificado.
O objetivo do Senhor Jesus na terra era fazer a vontade do Pai,
por isso nos ensinou a orar assim: “Pai nosso, que estás nos céus,
santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade,
assim na terra como no céu” (Mt 6:9-10). Ele também disse que não
veio para fazer Sua própria vontade, e sim a Daquele que O enviou
(Jo 6:38). A vontade de Deus é que todas as coisas sejam encabeçadas
por Cristo. Esse também deve ser nosso foco. E como fazemos a
vontade do Pai? Por meio da palavra profética. Quando ouvimos
a palavra com simplicidade e obediência, tornamo-nos canais que
levam a graça para as pessoas. Ao pregar o evangelho e orar por
elas, nós as inserimos no rio da graça. Além disso, acolhemos essas
pessoas nas redes de cuidado da igreja, para que haja a edificação do
Corpo de Cristo.
Quando deixamos a graça fluir de nós, amadurecemos. Por causa
da queda do homem, somos cheios de vaidade, ilusão, mentira e
falsidade, mas, no momento em que o rio da graça nos alcança, somos
preenchidos com a verdade e com a realidade de Deus. Nossa vida,
então, passa a ter consistência, e passamos confiança para as pessoas.
Além disso, nas profundezas desse rio, encontramos o Deus que é
amor. Como amor, Ele se doou a toda a criação. Se estamos vivos,
respirando, comendo e bebendo, é devido à doação do Pai. Contudo
Seu maior ato de amor e doação foi entregar Seu próprio Filho para
morrer em nosso lugar. Por meio da redenção, recebemos a vida
de Deus e fomos feitos Seus filhos amados, e, assim, nós também
nos tornamos doadores. Com as ferramentas que o Senhor nos deu,
dedicamos parte de nosso tempo para alcançar as pessoas mediante a
pregação do evangelho, e na igreja vivemos o amor fraternal, amando
os irmãos. Graças ao Senhor, deixamos de lado ciúme, contendas e
divisões, e entramos em outra fase. Hoje olhamos para os irmãos com
olhos de amor, não de cobrança.
Deus é amor

Por fim, nas profundezas do rio da graça, encontramos também o


Deus que é luz. Nele não há treva alguma. Quando vivemos na luz,
conseguimos enxergar o menor vestígio de trevas. Então podemos
arrepender-nos, confessar nossos pecados e, assim, edificar a
igreja. Aleluia!
56
Pergunta: Qual é nosso papel no viver da igreja?

Meu ponto-chave:

Leitura de apoio:
“Deus está, de fato, no meio de vós” – cap. 1 – Miguel Ma.
“Sua família está pronta para o arrebatamento?” – cap. 2 – Miguel Ma.

Encher-se do Espírito para a vida conjugal

57
SEMANA 4 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Pv 21:9; Ef 5:20-21; Cl 3:17
Ler com oração:
“Não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-
vos do Espírito” (Ef 5:18).

ENCHER-NOS DO ESPÍRITO
Ao encher-nos do Espírito, fazemos a vontade do Pai e não nos
distraímos com os “vinhos” que o mundo oferece, seja para motivar-
nos ou para alegrar-nos. Graças ao Senhor, temos um propósito claro
em nossa vida: fazer a vontade de Deus. Essa é nossa motivação.
Aqueles que não seguem essa direção ficam perdidos e começam a
buscar as pequenas alegrias da vida – como crescimento profissional,
casamento, entretenimento –, e infelizmente perdem-se nos prazeres
do pecado.
Querido leitor, não viva motivado pelo vinho do mundo, mas se
encha do Espírito; preencha o vazio de suas insatisfações com o
Espírito, como ensinado na carta aos efésios: “Não vos embriagueis
com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando
entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor
com hinos e cânticos espirituais” (5:18-19). Por meio da imersão na
palavra profética, ficamos cheios do Espírito. Essa prática tem curado
pessoas e restaurado famílias e casamentos. Portanto não podemos
perder tempo: vamos imergir na palavra. Cerca de 400 mulheres no
CEAPE de Lorena e no de Foz do Iguaçu praticaram a imersão na
palavra e se encheram do Espírito. Os homens não podem ficar de
fora. Assim como os colportores, precisamos praticar a imersão na
palavra. Isso mudará nossa vida. Louvado seja o Senhor! Deixe de
lado o comodismo, saia da zona de conforto e mergulhe na palavra!
Paremos de perder tempo com conversas frívolas, vazias, e
comecemos a proclamar a palavra profética entre nós, compartilhando
a revelação que temos recebido do Senhor. Assim, seremos iluminados
Deus é amor

e teremos uma mente frutífera. Aprendamos também a dar sempre


graças a Deus por tudo (Ef 5:20; Cl 3:17). Ainda que estejamos
passando por uma situação difícil, precisamos dar graças. Dessa
maneira, seremos aprovados pelo Pai e conseguiremos superar a
dificuldade. Ter um coração grato é encher-se do Espírito, mas, quando
58 murmuramos, somos como a mulher rixosa de Provérbios (21:9). É
terrível conviver com ela. Da mesma forma, o Senhor não tolera uma
igreja rixosa. Portanto vamos dar graças!
Além disso, aprendamos a sujeitar-nos uns aos outros (Ef 5:21)
para que haja harmonia em nosso lar e na igreja. Assim, a igreja será
edificada para a glória do Pai.

Pergunta: Como encher-nos do Espírito?

Meu ponto-chave:

Encher-se do Espírito para a vida conjugal

59
SEMANA 4 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 2:18-22; 3:1-6; Ef 5:23-33
Ler com oração:
“O homem não foi feito da mulher, e sim a mulher, do homem. Porque
também o homem não foi criado por causa da mulher, e sim a mulher,
por causa do homem” (1 Co 11:8-9).

AS MULHERES SEJAM SUBMISSAS A SEU PRÓPRIO


MARIDO, COMO AO SENHOR
Já vimos que uma das maneiras de nos encher do Espírito é sujeitar-
nos uns aos outros. Ainda na carta aos efésios, lemos: “As mulheres
sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor” (5:22).
Geralmente os maridos gostam muito dessa passagem bíblica. No
entanto ela não visa apenas ao relacionamento entre marido e mulher,
mas também diz respeito a Cristo e à igreja. Vendo o versículo por
essa perspectiva, você entenderá melhor seu casamento.
No referido trecho, a palavra “próprio” em grego é ídios. Isso
significa que cada união possui uma conexão particular. Não há
dois pares iguais. Cada um deles se conecta de maneira ímpar e tem
suas características próprias. O casamento é a união de dois seres
independentes que formam uma ligação única; não há outra igual no
universo. Por isso não se queixe de seu cônjuge nem faça comparações
com outros casais, porque isso pode causar muitos problemas.
Restrinja-se à conexão própria que há entre você e seu cônjuge. É nessa
conexão que você terá experiências com o Senhor. Portanto busque o
suprimento do rio da graça para viver em sua própria conexão.
Cada casal tem uma história particular, qualidades e dificuldades
próprias. Por isso é tolice comparar seu casamento com o de outros
casais, pois cada um tem sua experiência. Foi Deus quem quis assim.
Ele nos fez diferentes. Logo, quando nos unimos em casamento,
surgem relações diferentes umas das outras. Na verdade, Deus quer
que cada um de nós prove a riqueza de Sua graça por meio dessa
Deus é amor

conexão. A partir de hoje, não faça comparações, mas atente somente


para seu próprio casamento.
A relação entre marido e mulher está dentro do contexto de encher-
se do Espírito. Portanto, se você deseja que essa relação particular
tenha êxito, encha-se do Espírito. Não se embriague com o vinho
do mundo nem busque felicidade fora de Deus, porque você não a
60
encontrará. O segredo do sucesso de um casamento é encher-se do
Espírito. Tanto o marido como a mulher precisam estar submersos
no rio da graça de Deus. Se quer que seu casamento prospere, leve
seu cônjuge a mergulhar no rio da graça juntamente com você. Dessa
forma, vocês extrairão todos os atributos divinos, todas as virtudes
humanas de Cristo para viver com realidade a vida conjugal.
No capítulo terceiro de Gênesis, vemos que Eva enfrentou a serpente
sozinha. Ela estava desprotegida, fora do encabeçamento de Adão. Essa
figura revela o quanto a mulher tem dificuldade de buscar a proteção
do marido. Assim como Eva, ainda vivemos de maneira independente
e não gostamos de dar satisfações a ninguém. Temos prazer em ser
donos de nossas próprias ideias e decisões. Por isso é-nos tão difícil
submeter-nos e ser encabeçados por alguém. Recebemos da árvore
do conhecimento do bem e do mal a habilidade de julgar e discernir
(vs. 1-6), e, assim, achamos que nossa opinião é sempre a melhor e
optamos por tomar decisões sem interferência alheia. Contudo isso
faz com que tenhamos dificuldade de recorrer a nosso marido, Cristo.
Por isso, quando a mulher se reporta ao marido, na verdade ela está
reportando-se ao Senhor.
Ainda com respeito ao relacionamento entre marido e mulher, vemos
que Deus criou Adão, fê-lo adormecer, retirou de seu lado uma costela e
edificou-a numa mulher. Assim, a mulher veio do homem (Gn 2:21-22). O
homem não foi criado por causa da mulher, mas sim para fazer a vontade
de Deus. Para auxiliá-lo nessa missão, a mulher foi criada. Essa é a
ordem (1 Co 11:8-9). Sendo assim, o marido não pode exigir da esposa
Encher-se do Espírito para a vida conjugal

submissão em benefício próprio. Aqueles que agem dessa maneira se


esquecem de que, como igreja, devem submissão a Deus, devem servi-
Lo. Logo, marido e mulher foram criados para servir a Deus (Gn 2:18).
Por essa razão, a mulher deve submeter-se ao marido como ao Senhor
(Ef 5:22), pois o cabeça do casal é Cristo, e o marido não deve agir
como cabeça autônoma, mas precisa estar debaixo do encabeçamento
de Cristo. Essa é a vontade de Deus!

Pergunta: Qual é o segredo para um casamento bem sucedido?

Meu ponto-chave:
61
SEMANA 4 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Ez 47:3, 8-12; Ap 22:1-2
Ler com oração:
“Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo homem, e o
homem, o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo” (1 Co 11:3).

O MODELO DA VIDA CONJUGAL: CRISTO E A IGREJA


O marido é o cabeça da mulher, assim como Cristo é o cabeça da
igreja, pois é o Salvador de Seu próprio corpo. Ele morreu, sacrificou-
Se e derramou Seu sangue na cruz em favor da igreja. Esse é o modelo
da vida conjugal. Maridos, vocês têm esse mesmo espírito de sacrifício
por suas esposas?
Cristo é o cabeça do homem, o homem é o cabeça da mulher, e
Deus é o cabeça de Cristo (1 Co 11:3). Quando seguimos essa
ordem, a vontade de Deus, que é Cristo encabeçar todas as coisas,
é cumprida. Nenhum elo dessa conexão pode romper-se. O marido
desconectado de Cristo não pode exigir submissão da esposa. Se um
elo dessa corrente for tirado, nada funcionará. Cabe a nós, portanto,
cuidar dessa conexão: Deus, Cristo, homem e mulher. Para isso,
devemos encher-nos do Espírito. No casamento deve haver ajuda
mútua, em que marido e mulher cooperam para que ambos estejam
imersos na palavra, proclamando-a entre si e enchendo-se do Espírito.
Essa imersão garantirá o sucesso da vida conjugal, pois a ordem
estabelecida por Deus será preservada. E ambos, como igreja, devem
ser submissos a Cristo.
A vida conjugal é uma sombra de Cristo e a igreja: “Como, porém, a
igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo
submissas ao seu marido” (Ef 5:24). Nesse trecho o apóstolo Paulo
mantém o foco mais em Cristo e a igreja do que na vida conjugal, pois
a vida conjugal é apenas uma sombra do modelo deixado por Deus.
Isso não é mero ensinamento. O casal terá essa realidade enquanto
estiver imerso no rio da graça, enchendo-se do Espírito. Então, como
Deus é amor

igreja, tanto marido como mulher devem sujeitar-se a Cristo em tudo.


Assim, Ele governará nossas ações, nosso viver e nosso andar.
O rio da graça nos supre, mas também nos limita. À medida que
mergulhamos nele, tornamo-nos prisioneiros de Cristo, pois somos
totalmente encabeçados por Ele. Nossa liberdade de viver no ego e
62 na carne é cada vez mais limitada. Em Ezequiel é dito: “Saiu aquele
homem para o oriente, tendo na mão um cordel de medir; mediu mil
côvados e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos
tornozelos” (Ez 47:3). Medir significa tomar posse. Quando alguém
compra uma terra, contrata um agrimensor ou um topógrafo para
verificar se o registro está correto. Aí, então, toma posse. Embora
você não perceba, Deus o tem medido para tomar posse de sua
pessoa. Dessa forma, a vontade do Pai será feita: Cristo encabeçará
todas as coisas.
Quando entramos no mar apenas para molhar os pés, com águas
nos tornozelos, ainda temos muita liberdade para andar. Mas, quando
entramos mais e a água sobe (isto é, somos mais medidos), menos
liberdade de movimento nós temos. Com águas pelos joelhos, a
dificuldade de caminhar aumenta. Quando atingem a cintura, somos
levados pelas ondas. Mas Deus quer medir ainda mais. Ele nos
continuará medindo até encabeçar-nos completamente. Por isso Ele
medirá todas as áreas de nossa vida e tomará posse de nós. Quando
fazemos a imersão na palavra profética, saímos para pregar o
evangelho e cuidamos das pessoas, Deus nos está medindo. Chegará
um tempo em que não teremos mais tanta liberdade como agora. No
casamento Deus deseja fazer com que o nível da água suba de tal
maneira que o casal não consiga mais fazer sua própria vontade. Se
formos levados pela correnteza do rio da graça, faremos a vontade
do Pai. Lembre-se: seu casamento não é somente para sua própria
felicidade, mas para fazer a vontade de Deus. Um casal com essa
visão certamente será feliz.
Encher-se do Espírito para a vida conjugal

O trecho de Ezequiel menciona que o rio adentra o Mar Morto,


tornando suas águas saudáveis (47:8). Antigamente você até podia ser
como o Mar Morto: apenas recebia as águas, ou seja, a graça, e não
fluía para as pessoas. Mas a situação mudou, agora você torna as águas
do Mar Morto saudáveis. Você e seu cônjuge não ficam queixando-se
do casamento e criticando um ao outro, mas levam graça para outros;
e, por onde passarem, tudo viverá (v. 9). Por outro lado, se insistirem
em não mergulhar no rio da graça, criticando os irmãos e a maneira
como o Senhor tem dirigido a igreja, serão como os charcos e os
pântanos, que não se tornarão saudáveis (v. 11). Querido leitor, ainda
que não entenda a maneira de Deus agir, tenha um espírito positivo, e
o Senhor lhe dará revelação no momento oportuno.
Com a queda do homem, perdemos o acesso à árvore da vida, mas
o rio que saía do Éden permaneceu fluindo. Cristo veio, morreu, 63
ressuscitou e se tornou o rio da graça, chegando até nós para curar
nossa vida conjugal e nos tornar uma bênção. E, junto do rio, vemos
a árvore da vida (Ez 47:12), que também é mencionada no último
capítulo de Apocalipse (22:2). Ali o rio da água da vida desce do trono
de Deus, e em sua margem está a árvore da vida, dando fruto de mês
em mês (vs. 1-2). Amados, quem está no fluir do rio da graça nunca fica
velho. Hoje a imersão na palavra profética é novidade, mas, passados
alguns meses, essa prática pode envelhecer. Porém quem está no rio da
graça dará frutos. Por isso não se apegue às experiências de hoje. Siga
o fluir da graça, e em todos os meses haverá novos frutos.
Quando temos êxito na obra do Senhor, precisamos vigiar para não
envelhecer espiritualmente. Nossa tendência é perder a avidez pela
palavra profética quando tudo vai bem. Portanto não nos apeguemos
às experiências positivas para não nos orgulhar. Continuemos no fluir
da graça, onde há novidade de vida.

Pergunta: Que ordem deve ser seguida para que Cristo encabece todas as
coisas?

Meu ponto-chave:
Deus é amor

64
SEMANA 4 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Ef 5:21; 1 Pe 3:1-6
Ler com oração:
“No Senhor, todavia, nem a mulher é independente do homem, nem o
homem, independente da mulher. Porque, como provém a mulher do
homem, assim também o homem é nascido da mulher; e tudo vem de
Deus” (1 Co 11:11-12).

UM COMPORTAMENTO CHEIO DO TEMOR DE DEUS


Os maridos gostam de ouvir que as esposas devem ser-lhes
submissas, mas, antes desse versículo vem este outro: “Sujeitando-
vos uns aos outros no temor de Cristo” (Ef 5:21). Portanto, antes de
exigir submissão da esposa, o marido deve ter consciência de que é
preciso sujeitar-se. Quando o irmão Dong falava sobre a submissão
das mulheres, dizia que, quando se submetia à esposa, tudo corria
bem. Com isso ele queria ensinar que os maridos não podem ser
arrogantes, afirmando a própria autoridade e exigindo submissão da
mulher. Isso pode acabar com o casamento. Antes de tudo, marido
e mulher precisam ter um espírito de sujeição um ao outro. Muitas
vezes um dos cônjuges diz palavras que o outro não deseja ouvir, mas
talvez ele seja a única pessoa no mundo que pode dizer aquilo. Na
vida conjugal, o Senhor usa um dos cônjuges para falar o que o outro
precisa ouvir. Por isso devemos aprender a sujeitar-nos uns aos outros,
no temor de Cristo. Encher-se do Espírito para a vida conjugal
A mulher não é independente do homem, nem o homem independente
da mulher. Logo, o homem não pode gabar-se dizendo que foi criado
por causa do Senhor e que a mulher foi criada por sua causa. Deus
formou a mulher da costela de Adão, contudo o homem é nascido
da mulher (1 Co 11:11-12). Só o primeiro homem não nasceu de
mulher; todos os demais nasceram. Portanto os homens não devem
ser arrogantes, exigindo que a mulher se sujeite a eles, mas devem
espelhar-se no modo como Cristo trata a igreja.
Por outro lado, algumas mulheres se recusam a submeter-se ao
marido, alegando que ele não obedece a Cristo, por ser incrédulo ou
carnal. Se você está nessa situação, não precisa ser rebelde. O caminho
é ganhar seu marido por meio de seu procedimento. Se você tiver
um comportamento honesto, cheio de temor a Deus, o coração dele
será cativado pelo Senhor (1 Pe 3:1-2). Cada dia ele verá você ser
65
encabeçada e comportar-se de maneira diferente. Todavia, se escolher
o caminho da rebeldia e da insubmissão, você nunca o ganhará.
No mundo, para agradar aos homens, as mulheres vestem roupas
provocantes, adornando-se de maneira extravagante. Entretanto a
Bíblia nos adverte: “Não seja o adorno da esposa o que é exterior,
como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja,
porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo
de um espírito manso e tranquilo, que é de grande valor diante de
Deus” (1 Pe 3:3-4). Logo, as mulheres não devem preocupar-se com
o adorno exterior, mas em cuidar do homem interior para receber
Cristo no coração. Se Cristo habitar em seu homem interior, Ele será
o mentor de suas ações, e você verá mudanças em sua vida. Lembre-
se de que sua esperança não está no casamento em si, mas em Deus.
Tudo o que fazemos é para agradar-Lhe. Nosso foco está em fazer a
vontade de Deus.
O casamento é uma relação tão íntima que muitas vezes os cônjuges
passam dos limites e há desrespeito. Em sua primeira epístola, Pedro
apresenta o exemplo de Sara (3:5-6). Abraão era seu marido, e ela
poderia tratá-lo apenas como marido, todavia ele tinha uma comissão
especial de Deus. Abraão se tornou o pai da fé, e Deus queria fazer dele
o pai de uma grande nação. Por essa razão, Sara não só o respeitava,
como também o tratava como seu senhor. Querida leitora, talvez seu
marido tenha recebido um chamamento especial de Deus. Logo, ele é
seu marido e servo do Senhor, por isso você lhe deve obediência dupla:
como marido e como servo de Deus. Agindo assim, segundo a Palavra,
quando sobrevier turbulência no casamento, você não a temerá.
Sara obedeceu a Abraão, chamando-lhe senhor, pois o reconhecia
como marido e como alguém chamado e comissionado por Deus.
Assim, tornou-se uma fiel cooperadora. Ela gerou o filho da promessa,
Isaque, pai de Jacó, de quem se originou a nação de Israel, o povo de
Deus. Se Sara não tivesse essa postura de respeito e obediência a seu
marido, não teria participado da promessa de Deus.
Deus é amor

Pergunta: Como ganhar o cônjuge que não se submete a Cristo?

Meu ponto-chave:
66
SEMANA 4 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Jr 15:16; Ef 5:24-27; 1 Pe 3:7
Ler com oração:
“Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si
mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado
por meio da lavagem de água pela palavra” (Ef 5:25-26).

O OBJETIVO DO CASAMENTO É A EDIFICAÇÃO DA IGREJA


Cristo amou a igreja e a Si mesmo se entregou por ela (Ef 5:25). Esse
é o modelo que os maridos devem seguir. Não basta exigir submissão
da esposa, visando ao benefício próprio, mas é necessário amá-la a
ponto de entregar-se por ela. Talvez você, marido, tenha o hábito de
reclamar das roupas, da comida e da organização da casa. Isso revela
seu desejo de ser o centro do casamento. Mas lembre-se de que amar
é entregar-se, é doar-se. E esse amor não advém de ensinamentos
provenientes de eventos de casais, mas do fluir do rio da graça. Por
isso já ressaltamos anteriormente a necessidade de marido e mulher
mergulharem no rio da graça, proclamando a palavra um ao outro e
se enchendo do Espírito. Dessa maneira, haverá a realidade do que
está escrito em Efésios: a mulher se submeterá ao marido, e ele se
entregará por ela (5:24-25).
Maridos, vivam a vida conjugal com discernimento (1 Pe 3:7). A
função da esposa é auxiliar seu marido no cumprimento da vontade
de Deus, por isso ela não deve ser tratada como escrava ou como Encher-se do Espírito para a vida conjugal
empregada. O Senhor conferiu à mulher atributos que o homem não
possui. Certa vez morei numa república de estudantes, composta
apenas de homens, para dividir as despesas. A casa estava sempre
desorganizada, não havia aquela sensação de lar. Mas, se ali houvesse
uma mulher, tudo seria diferente. Por ter uma percepção mais aguçada,
a mulher consegue ver coisas que o homem não percebe e é mais
caprichosa. O homem é mais objetivo, é tão concentrado que precisa
da mulher para cuidar dos detalhes. Deus os criou assim. Portanto o
homem precisa da mulher, e a mulher precisa do homem. Diante disso,
marido, tenha consideração por sua esposa.
Já as mulheres, por mais que lutem por igualdade, precisam perceber
que Deus as criou como a parte mais frágil (1 Pe 3:7a), mas isso não
pode ser usado pelos homens como pretexto para dominá-las. O
marido não pode tratar a esposa como escrava só por ser o provedor 67
do lar. Antes, deve amá-la e cuidar dela. Lembre-se de que essa foi a
mulher que o Senhor lhe deu para auxiliá-lo em Seu serviço. Logo,
trate-a com dignidade, pois vocês são herdeiros da mesma graça.
Marido e mulher precisam ter um viver de oração por meio da imersão
na palavra profética. Esse viver garantirá a entrada de ambos no reino.
Cristo amou a igreja (Ef 5:25) e se entregou por ela ao morrer na
cruz. Mas Ele ressuscitou e se tornou o Espírito. Hoje, por meio da
palavra profética, Cristo introduz na igreja os elementos da natureza
divina. Assim, a palavra é um veículo que traz a graça e a verdade. Por
meio dela, a vida santa de Deus é introduzida em nós. Por exemplo,
o sangue que circula em nossas veias e artérias atua como veículo.
Quando você toma o café da manhã, o alimento passa pela digestão no
estômago e vai para os intestinos, a fim de ser absorvido. Já os pulmões
suprem o oxigênio do ar que respiramos. O sangue leva os nutrientes
e o oxigênio para as células do corpo. Sendo assim, as células anseiam
pela chegada do sangue, com nutrientes e oxigênio. Da mesma forma
precisamos ser ávidos pela palavra.
Quando adotamos uma alimentação saudável, em nosso metabolismo,
as células saturadas de alimentos pouco nutritivos são substituídas por
outras. Da mesma maneira, Cristo santifica Sua igreja por meio da
lavagem de água pela palavra. Ele remove todos os elementos da dieta
ruim que ingerimos ao longo dos anos e insere a natureza santa de
Deus por meio do rio da graça. Consequentemente os atributos divinos
e as virtudes humanas de Cristo são infundidos em nós. Cristo faz tudo
isso para apresentar a Deus uma igreja gloriosa (Ef 5:27).
O livro de Jeremias nos mostra como proceder ao receber a palavra:
“Quando a tua Palavra foi encontrada, eu comi cada frase e as digeri em
meu íntimo; elas me nutrem dia após dia, são minha satisfação e júbilo
maior; porquanto teu Nome foi invocado sobre mim, isto é, pertenço
a ti!” (Jr 15:16 KJA). Ao ouvir a palavra, coma cada frase, para dela
extrair os nutrientes e o oxigênio divinos. Isso garantirá a felicidade
do casamento, pois Cristo será o cabeça desse relacionamento.
O foco do casamento não deve ser na felicidade e no bem-estar do
Deus é amor

casal, mas sim no cumprimento da vontade de Deus. Cristo veio à terra


para fazer a vontade do Pai; o homem foi criado para ser encabeçado
por Cristo a fim de fazer a vontade de Deus; e a mulher foi dada ao
homem para juntos cumprirem o propósito de Deus. Portanto a vida
conjugal não é um fim em si mesma, mas visa ao cumprimento da
68 vontade do Senhor, que é a edificação da igreja. O resultado da obra
de Cristo será uma igreja gloriosa, sem mancha, pois foi lavada pela
água da palavra.

Pergunta: O que devemos fazer para ter um casamento pleno e feliz?

Meu ponto-chave:

Encher-se do Espírito para a vida conjugal

69
SEMANA 4 – DOMINGO
Leitura bíblica:
Rm 8:23; Ef 1:6, 18; 5:33; 1 Tm 1:11
Ler com oração:
“Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja” (Ef 5:32).

O DESTINO FINAL DA IGREJA: A GLÓRIA DO PAI


O destino final da igreja é a glória do Pai. Jesus encarnou-se e habitou
entre os homens, trazendo graça e verdade. Como Filho unigênito do
Pai, Ele vivia na glória, mas veio à terra e aqui viveu por trinta e três
anos, morreu por nós e ressuscitou. Todavia o homem Jesus ainda não
tinha sido admitido para dentro da glória do Pai. É o que lemos no
Evangelho de João: “Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que
me confiaste para fazer; e, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo,
com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo”
(17:4-5). Por que o Filho pedia para o Pai glorificá-Lo? Porque, como
homem, Ele ainda não havia sido glorificado. Por isso rogou ao Pai
que não O deixasse na morte, mas que O glorificasse. Ao ressuscitá-
Lo, Deus O glorificou. A partir daquele momento, Cristo deixou de
ser o Filho unigênito e passou a ser o Filho primogênito, o primeiro
homem a receber a glória do Pai. Ao morrer e ressuscitar, o Filho de
Deus abriu uma porta para que, por meio da graça, possamos ganhar a
glória do Pai (Ef 1:6). Portanto o objetivo de Deus é encher-nos com
Sua glória (v. 18).
O evangelho que pregamos não é meramente o evangelho da graça,
mas o evangelho da glória (1 Tm 1:11). Ao orar pelas pessoas nas ruas,
os colportores e ceapistas não apenas fazem o rio da graça fluir, mas
levam a glória de Deus até elas. Amados, a glória é nosso destino final.
Quando tudo acabar e a vontade de Deus for realizada plenamente,
estaremos cheios de Sua plenitude e de Sua glória (Rm 8:23). Como
uma lagarta que se transforma em borboleta, um dia a glória de Deus
será revelada em nós. Ficaremos livres do casulo, que é nosso corpo
físico, e receberemos um corpo de glória. Os vencedores terão um corpo
Deus é amor

de ressurreição, assim como o do Senhor Jesus, e poderão deslocar-


se de um lugar para outro sem precisar de meios de transporte. Não
será mais necessário acumular pontos em milhagens para ter acesso a
passagens aéreas. Iremos a qualquer lugar para governar com Cristo.
Quando Ele vier em Seu reino, no milênio, estaremos cheios da glória
70 de Deus!
Voltando à leitura do capítulo quinto de Efésios: “Assim também os
maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama
a esposa a si mesmo se ama. Porque ninguém jamais odiou a própria
carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a
igreja; porque somos membros do seu corpo” (vs. 28-30). Cristo ama a
igreja porque ela é Seu Corpo. O Senhor nunca deixa de nos alimentar
com a palavra profética, pois somos membros de Seu Corpo, e Ele
nos ama. Da mesma forma, o marido deve amar sua mulher como ao
próprio corpo. Essa realidade não vem por meio de ensinamentos, mas
pelo desfrute da graça.
Vejamos este registro sobre o Corpo de Cristo: “Assim como o
corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo
muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a
Cristo” (1 Co 12:12). Acaso Paulo não deveria dizer “com respeito
à igreja” em vez de “com respeito a Cristo”? Não somos os muitos
membros que formam uma só igreja? Mas no versículo está “com
respeito a Cristo”. De tanto Cristo alimentar a igreja com Sua palavra
e saturá-la da natureza divina e dos atributos divinos, ela se tornará o
próprio Cristo. Os membros do Corpo se tornarão o próprio Cristo,
por isso Ele ama a igreja como a Si mesmo. Esse é o exemplo a ser
seguido pelos maridos.
No capítulo quinto de Efésios, ainda lemos: “Eis por que deixará
o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão
os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu me refiro a
Cristo e à igreja” (vs. 31-32). Essa passagem prova que, quando
Encher-se do Espírito para a vida conjugal

Paulo falou a respeito do casamento, na verdade seu foco era em


“Cristo e a igreja”. Sendo assim, uma vez mais, reiteramos que
o foco do relacionamento conjugal não é somente na felicidade
do casal, mas é na vontade de Deus, que é Cristo e a igreja. Se o
casal ama a palavra de Cristo e a pratica, pregando o evangelho
do reino, levando pessoas à salvação e delas cuidando, receberá o
suprimento necessário para viver uma vida feliz e será galardoado
na vinda do Senhor.
Querido leitor, o marido deve amar sua esposa como a si mesmo, e
a esposa deve aprender a respeitar o marido. Já vimos que, por serem
íntimos, um cônjuge pode achar-se no direito de desrespeitar e ofender
o outro. Porém essa não é uma situação normal. O marido deve tratar
a esposa com honra e dignidade, ao passo que a esposa deve respeitar
o marido (Ef 5:33). 71
O Senhor quer fazer-nos evoluir espiritualmente, por isso está
cuidando de nosso viver. Não é suficiente você dizer que tem edificado
a igreja, saindo às ruas e pregando o evangelho, se sua vida conjugal
estiver em ruínas. Isso não está de acordo com a vontade de Deus.
Por isso Ele está restaurando nossa vida pelo fluir da graça. A graça
normaliza a relação conjugal e restaura a dignidade e o respeito mútuo
entre os cônjuges. Ao desfrutar do rio da graça, marido e mulher
edificarão a igreja, para a glória de Deus.

Pergunta: Qual é o propósito de Deus no casamento?

Meu ponto-chave:
Deus é amor

72

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