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SÉRIE:

A CURA
PELA PALAVRA
P E D R O D O N G
© 2024 Editora Árvore da Vida

Palavra, vida e edificação - Evangelho de João – Livro 5

Título deste volume:


A cura pela palavra

1ª edição - janeiro/2024 - 49.600 exemplares

Publicado também em
espanhol, inglês, coreano, francês, italiano e alemão.

Proibida a reprodução total ou parcial


deste livro sem a autorização escrita dos editores.

Todos os direitos reservados à Editora Árvore da Vida

Editora Árvore da Vida


Av. Corifeu de Azevedo Marques, 137 - Butantã
05581-000 - São Paulo - SP
Fone: (11) 3723-6000
www.arvoredavida.org.br
Impresso no Brasil

CITAÇÕES BÍBLICAS
As citações bíblicas são da Versão Revista e Atualizada de João Ferreira
de Almeida, 2ª Edição, salvo quando indicado pelas abreviações:

ARC - Almeida Revista e Corrigida


BJ - Bíblia de Jerusalém
BJC - Bíblia Judaica Completa
IBB - Rev. Imprensa Bíblica Brasileira
KJA - King James Atualizada
lit. - Tradução literal do original grego ou hebraico
NAA - Nova Almeida Atualizada
NVI - Nova Versão Internacional
VR - Versão Restauração

Capa: Wagner Costa | Projeto gráfico e diagramação: Andréia Amorim


PREFÁCIO
Mais do que um simples devocional, o Alimento Diário é um guia
espiritual que o acompanhará diariamente em sua jornada de fé,
nutrindo sua alma e iluminando seu caminho. Este livro oferece,
para cada dia, uma porção da revelação da Palavra de Deus, com o
propósito de renovar, avivar e firmar sua mente, tornando-a frutífera
por meio da imersão na palavra profética.
Em cada página, você encontrará palavras de vida e edificação,
que conectarão sua vida e seu viver com a realidade do reino dos
céus, não importando em que estágio você se encontre em sua
jornada de fé.
Ao longo das páginas deste volume, você descobrirá os verdadeiros
tesouros da palavra profética destrancados e dispensados a nós, a
igreja, o Corpo de Cristo.
O Alimento Diário é mais do que um livro, é uma palavra que
nos governa e nos permite andar nos caminhos do Senhor a cada
dia. Esperamos que você encontre nestas páginas a inspiração e a
conexão espiritual que você procura, e que as mensagens proféticas
aqui contidas lhe sejam uma fonte constante de amor, luz, direção
e encorajamento.
Que o Alimento Diário seja uma bênção para você e uma
ferramenta para sua imersão diária na palavra profética! Essa
palavra vai dar um sabor especial a sua vida em todos os sentidos.

Os editores.

ASSIM QUE SE LEVANTAR...


antes de qualquer outra coisa, faça uma respiração da
vida, invocando profundamente o nome do Senhor Jesus!
Ao fazê-lo, jogue fora todos os temores, medos, tristezas e
pecados, e receba o Senhor Jesus como vida, alegria, paz e
encorajamento. Invoque: “ó Senhor Jesus!” várias vezes,
durante todo o dia.
IMERSÃO NA PALAVRA PROFÉTICA

No livro do profeta Jeremias, lemos: “Quando a tua Palavra foi


encontrada, eu comi cada frase e as digeri em meu íntimo; elas me
nutrem dia após dia, são minha satisfação e júbilo maior; porquanto
teu Nome foi invocado sobre mim, isto é, pertenço a ti!” (15:16 KJA).

PARA SEU DESFRUTE INDIVIDUAL


A CADA DIA, SUGERIMOS:
1. Comece a imersão exercitando o espírito, invocando o nome do
Senhor, orando, falando, cantando, louvando e proclamando gritos
de guerra (Ef 5:18; Is 42:13).
2. Transcreva cada ponto da porção de cada dia, falando enquanto
escreve.
3. De cada ponto, destaque as palavras-chave e se alimente de cada
frase, falando, repetindo, enfatizando e proclamando cada palavra
como se estivesse mastigando.
4. Baseado na revelação que você ganhar de cada frase, escreva seus
pontos-chave!
5. Transforme em oração cada ponto-chave e compartilhe com
alguém o que Deus revelou a você.
6. Resuma em forma de frase simples, verso, oração, cântico ou grito
de guerra a porção que mais tocou seu coração.
7. Tudo isso encherá você do Espírito e tornará sua mente frutífera
para receber a luz, a vida e a direção da palavra profética, e aplicá-
la em seu viver diário.

COMER E DIGERIR A PALAVRA TODO O DIA


PARA TER GOZO E ALEGRIA
IMERSÃO NA PALAVRA PROFÉTICA

PARA O DESFRUTE COLETIVO


A CADA DIA, SUGERIMOS:
1. O Alimento Diário é um excelente instrumento para que pequenos
grupos familiares se reúnam, a fim de juntos extrair as riquezas que
há na Palavra. Nós os chamamos de grupos familiares por terem
um caráter informal e de cuidado mútuo entre seus participantes.
2. O grupo familiar pode ser formado por parentes, vizinhos ou amigos
que morem perto de você, ou por seus colegas de faculdade, escola
ou trabalho.
3. Leiam as passagens sugeridas para cada dia! Leiam com oração o
versículo proposto.
4. Compartilhem o ponto-chave de cada um e procurem aplicar essa
palavra à vida cotidiana. Tornem a palavra de Deus prática na vida
de vocês! Dessa maneira, todos participarão ativamente e serão
edificados mutuamente.
5. Procurem encher-se do Espírito falando entre vocês, com ênfase,
repetição, grito de guerra e oração em cima da palavra que
desfrutaram. Assim, todos serão supridos e desejarão cada vez
mais cooperar com Deus cumprindo Sua vontade – pregando
o evangelho do reino, praticando o “Posso orar por você?” e
divulgando a palavra às pessoas em todo lugar. Assim vamos
apressar a volta do Senhor.
6. Convidem pessoas para as reuniões da igreja, praticando o “Vem e
vê!”, para que também sejam supridas pelo Espírito e vida que há
na palavra.
7. Procurem incluir nos grupos pessoas de todas as faixas etárias:
crianças, adolescentes, jovens, adultos e pessoas mais maduras.
Todos podem participar, alegrar-se, falar, funcionar, cantar,
proclamar palavras e frases que mais tocaram seu coração, porque,
afinal, a igreja é a realidade do Corpo de Cristo na terra, e somos
membros uns dos outros. Cada membro deve exercer sua função
no Corpo.

P.S.: Não se esqueça de dar uma olhada na leitura de apoio,


sugerida no início de cada semana. Ela lhe será muito útil.
SUMÁRIO

SEMANA 1: UMA FONTE A JORRAR Acesso ao


vídeo da
PARA A VIDA ETERNA – (JO 4:1-26) mensagem 17

Ter zelo pela casa de Deus..................................................................................... 7


Nossa relação com o profeta e com a palavra profética......................................... 9
Saber a hora de dar um passo para trás................................................................ 11
A origem do povo de Samaria.............................................................................. 14
O encontro de Jesus com a mulher samaritana.................................................... 17
Uma fonte a jorrar de nós!................................................................................... 19
Não se engane!..................................................................................................... 21

SEMANA 2: FAZER A VONTADE DE DEUS Acesso ao


vídeo da
E REALIZAR A SUA OBRA – (JO 4:27-45) mensagem 18

Deus não é de confusão........................................................................................ 24


A importância da palavra e de nossa atitude para com ela.................................. 26
Deus é quem escolhe Seu canal........................................................................... 28
O caminho de Jesus versus o caminho de Lúcifer............................................... 31
As consequências da rebelião.............................................................................. 33
Os santos ornamentos: jovens e adolescentes...................................................... 35
Pregar o evangelho nos deixa satisfeitos............................................................. 37

Acesso ao
SEMANA 3: A CURA
vídeo da
PELA PALAVRA – (JO 4:46-54; 5:1-18) mensagem 19

O poder do testemunho........................................................................................ 40
Ser simples e obedientes como crianças.............................................................. 43
Um profeta não tem honra em sua própria terra.................................................. 46
Deus fala, nós cremos.......................................................................................... 48
A realidade das festas judaicas............................................................................. 51
A realidade do sábado.......................................................................................... 53
Entrar no descanso............................................................................................... 55

SEMANA 4: O MODELO DE JESUS Acesso ao


vídeo da
NA OBRA DE DEUS – (JO 5:19-30) mensagem 20

O Filho nada pode fazer de Si mesmo................................................................. 57


Competência humana versus dependência de Deus............................................. 60
Dois caminhos, mas uma só escolha.................................................................... 63
Nossa suficiência vem de Deus............................................................................ 65
Deus mesmo escolhe Seus profetas..................................................................... 67
Jesus é o Juiz do universo.................................................................................... 69
A ressurreição da vida ou a ressurreição do juízo?.............................................. 71
SEMANA 1 - SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mt 28:20; Mc 16:20; Jo 2:13-17
Ler com oração:
“Zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos
apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo” (2 Co 11:2).

TER ZELO PELA CASA DE DEUS


O título da mensagem desta semana, “Uma fonte a jorrar para a
vida eterna”, tem como base o capítulo quarto do Evangelho de João
(vs. 1-26). Nesta mensagem há muitos princípios e alertas para nossa
vida espiritual, tais como: ter zelo pela casa de Deus, não buscar
projeção pessoal, enxergar a estratégia usada por Satanás para calar
a palavra profética no passado e em nossos dias, buscar sabedoria
celestial para saber quando dar um passo para trás, sem que isso
signifique perder a função no Corpo de Cristo. Além disso, a história
da passagem de Jesus pela região de Samaria é extraordinária e cheia
de aplicações atuais.
Nosso Senhor Jesus foi encarregado por Deus de edificar a
igreja e até hoje está fielmente comprometido com essa obra.
Ele declarou: “Edificarei a minha igreja e as portas do Hades (do
inferno) não prevalecerão contra ela” (Mt 16:18 KJA). Essa foi a
incumbência que Lhe foi entregue. Por isso, mesmo depois de haver
ressuscitado, no final do Evangelho de Mateus, Cristo recomendou
aos discípulos que pregassem o evangelho e fizessem discípulos de
todas as nações (28:20).
Uma fonte a jorrar para a vida eterna

A promessa do Senhor é estar permanentemente com todos aqueles


que estão comprometidos com a pregação do evangelho. Nesse
mesmo contexto, um trecho do Evangelho de Marcos nos revela duas
realidades acerca do Senhor: por um lado, Ele foi recebido no céu
e assentou-se à direita de Deus; por outro lado, Ele ainda precisa
terminar Sua missão de edificar o Corpo de Cristo, a igreja. Portanto
Ele nos encarrega de pregar o evangelho e também coopera conosco
confirmando Sua palavra por meio dos sinais que vemos acontecer na
igreja (Mc 16:20). Nosso Senhor é determinado! E a obra de edificação
não vai parar até ser concluída! Ele ama a casa de Deus e assumirá até
o fim a responsabilidade recebida de Deus.
Quando Jesus, em Jerusalém, viu o templo, a casa de Deus,
tomado por cambistas e por uma liderança oportunista fazendo 7
negócios, sentiu-se ferido em seu interior (Jo 2:13-17). Anualmente
três grandes eventos (Páscoa, Pentecostes e Tabernáculos) impeliam
os judeus a subir até Jerusalém para adorar a Deus no templo, mas
eles não poderiam ir de mãos vazias; deveriam levar suas ofertas e
fazer sacrifícios a Deus. Como muitos vinham de lugares distantes,
os sacerdotes viram nisso uma oportunidade de negócios. Montaram
tendas de câmbio para trocar a moeda dos que vinham de fora por
moeda local e vendiam animais para o sacrifício. Os principais
sacerdotes, que deveriam ser os primeiros a dar exemplo de servir
ao Senhor com um coração puro e limpo, transformaram a casa de
Deus em lugar de negócios para desenvolver sua própria estrutura
de poder, a fim de auferir lucros e atender a interesses pessoais. Por
isso, temendo que Jesus se tornasse uma ameaça a essa estrutura,
passaram a opor-se a Ele e a persegui-Lo.
Hoje não é diferente. Em dois mil anos de história da igreja, vemos
o homem sempre interessado em galgar posições, na luta pelo poder,
ambicionando mais status, privilégios, popularidade e glória para si.
Todavia a igreja é o Corpo de Cristo e deve ser encabeçada por Ele.
O zelo do Senhor Jesus nos revela Seu desejo de fazer uma profunda
limpeza na igreja, para que ela volte a ser pura e simples, lutando
apenas pela edificação do Corpo e não por interesses humanos. Vamos
nós também zelar pela casa de Deus e seguir o exemplo do Senhor
Jesus. Aleluia!

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.


A cura pela palavra

Leitura de apoio:
“A genuína autoridade e submissão” – cap. 4 – Dong Yu Lan.
“Venha o Teu reino” – cap. 21 – Dong Yu Lan.

8
SEMANA 1 - TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
At 17:1-13; Hb 13:17
Ler com oração:
“Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem
em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até
que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração” (2 Pe 1:19).

NOSSA RELAÇÃO COM O PROFETA E


COM A PALAVRA PROFÉTICA
Ao longo do tempo, a estrutura religiosa representou um grande
empecilho para o avanço da palavra de Deus. Jesus sofreu perseguição
por parte dos sacerdotes que controlavam o templo e faziam dele
uma casa de negócios. O apóstolo Paulo também sofreu perseguição
enquanto levantava igrejas, sobretudo quando chegou a Tessalônica
(At 17:1-4). Ali, como resultado de sua pregação, numerosa multidão
passou a acompanhá-lo.
No entanto a estrutura religiosa predominante entre os judeus virou-
se contra a palavra de Deus que saía da boca de Paulo (At 17:5). A
estrutura religiosa promove uma cultura de inveja, uma busca por
posição. Toda oposição à liderança na igreja é movida por inveja,
o que torna as pessoas cegas e cheias de maldade. Aqueles homens
que se achavam donos da casa de Deus fizeram de tudo, inclusive
contrataram uma turba para prender e matar Paulo, a fim de impedi-
lo de continuar a pregar a palavra de Deus. Em Bereia aconteceu a
mesma coisa (10-13).
Quando se anuncia a palavra de Deus, as portas do inferno lutam
Uma fonte a jorrar para a vida eterna

contra ela. Mas, em vez de instigar pessoas a se levantar diretamente


contra a palavra, Satanás levanta ataques contra o portador da palavra
profética. Eu insisto em esclarecer: a palavra profética não é uma
palavra qualquer, não é uma bela mensagem proferida por um bom
pregador ou a palavra eloquente de algum bom orador. Não! A palavra
profética é aquela palavra que estava no princípio com Deus e que
era Deus. Observe que João faz distinção entre outras palavras e a
Palavra: “No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a
Palavra era Deus” (Jo 1:1 KJA). A Palavra é uma Pessoa, e é ela que faz
a obra de Deus. Quando o profeta escolhido por Deus abre a boca, ele
simplesmente libera essa palavra, que não foi preparada por ninguém,
para que ela faça a obra do Senhor na igreja. Essa é a palavra profética.
9
Satanás oferece um cardápio com muitas palavras, mas a igreja só
tem a Palavra desde o princípio: “O que era desde o princípio, o que
temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que
contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo
da vida (e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos
testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o
Pai e nos foi manifestada), o que temos visto e ouvido anunciamos
também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão
conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus
Cristo” (1 Jo 1:1-3). A Palavra não foi elaborada em algum momento
específico, pois já existia no princípio e pôde ser vista e apalpada
por João. Não confundamos a palavra profética com qualquer outra
palavra, pois ela é a vida eterna.
Observemos que a palavra profética não tinha origem em João. Ela
provinha daquilo que ele vira, ouvira e anunciara. O profeta é somente
um mensageiro que precisa ser fiel em transmitir a própria palavra da
vida. Essa palavra traz a comunhão e promove a circulação de vida
entre os membros do Corpo de Cristo. A comunhão se dá primeiramente
com o apóstolo porque ele é o mensageiro dessa palavra. Quando é
anunciada, a palavra circula entre os membros do Corpo de Cristo e
faz com que eles mantenham comunhão com o apóstolo. O apóstolo
não é a fonte, o apóstolo não é a origem, ele é apenas um canal.
Por isso não se deve colocar o apóstolo, o profeta, no patamar
de Deus. O canal usado por Deus jamais deve ser exaltado porque
a fonte de tudo é Deus Pai. O apóstolo é apenas um canal, um
ponto de conexão da igreja com Deus. Sim, devemos honrar nossos
guias (Hb 13:17), honrar o canal usado por Deus, mas não podemos
exaltá-lo acima do que realmente é. Ele continua sendo apenas um
homem, um membro do Corpo de Cristo. Sejamos equilibrados.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.


A cura pela palavra

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

10
SEMANA 1 - QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Jo 4:1-4
Ler com oração:
“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito
debaixo do céu” (Ec 3:1).

SABER A HORA DE DAR UM PASSO PARA TRÁS


O que levou Jesus a tomar a decisão de deixar a Judeia e seguir para a
Galileia, passando por Samaria? Essa decisão nos revela um princípio
fundamental para os que servem a Deus. Leiamos: “Quando, pois, o
Senhor veio a saber que os fariseus tinham ouvido dizer que ele, Jesus,
fazia e batizava mais discípulos que João (se bem que Jesus mesmo
não batizava, e sim os seus discípulos), deixou a Judeia, retirando-se
outra vez para a Galileia. E era-lhe necessário atravessar a província
de Samaria” (Jo 4:1-4). Como já vimos, João Batista começou muito
bem, fez um belo trabalho como precursor de nosso Senhor Jesus.
Ele realmente renunciou ao conforto do serviço sacerdotal no templo,
e viveu no deserto, alimentando-se de gafanhotos e mel silvestre e
vestindo-se de pelos de camelo. E clamava no deserto: “Arrependei-
vos, porque está próximo o reino dos céus”.
João Batista fez um trabalho louvável porque estava cheio do
Espírito desde o ventre materno. O Espírito o guiava em todos os
seus passos e lhe dava muito poder: “Pois ele será grande diante do
Senhor, não beberá vinho nem bebida forte e será cheio do Espírito
Santo, já do ventre materno. E converterá muitos dos filhos de Israel
Uma fonte a jorrar para a vida eterna

ao Senhor, seu Deus. E irá adiante do Senhor no espírito e poder


de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos, converter
os desobedientes à prudência dos justos e habilitar para o Senhor
um povo preparado” (Lc 1:15-17). Essa era sua responsabilidade,
por isso ele precisava estar cheio do Espírito Santo. Foi João quem
batizou Jesus e testemunhou a descida do Espírito como pomba sobre
Ele, momento em que ouviu uma voz do céu dizer: “Este é Meu
Filho amado, em quem Me comprazo” (Mt 3:17). E ele testificou que
Jesus era verdadeiramente o Filho de Deus.
Infelizmente João Batista não soube dar um passo para trás no
momento em que seu ministério foi concluído. Uma vez que fora
enviado para preparar o caminho para Jesus, depois de batizar o Senhor,
ele deveria recuar em seu ministério e acompanhar Jesus. Mas não 11
foi isso que ele fez. Por causa da estrutura que adquiriu, do grupo de
discípulos e da popularidade que conquistou ao longo de seu serviço,
ele não parou nem mesmo acompanhou Jesus. Lamentavelmente
João começou a competir com o Senhor. Vejamos: “Depois disto, foi
Jesus com seus discípulos para a terra da Judeia; ali permaneceu com
eles e batizava” (Jo 3:22). Enquanto Jesus batizava na Judeia, o que
fazia João? “Ora, João estava também batizando em Enom, perto de
Salim, porque havia ali muitas águas, e para lá concorria o povo e era
batizado. Pois João ainda não tinha sido encarcerado” (vs. 23-24).
João Batista passou a concorrer com o Senhor: “Foram ter com João
e lhe disseram: Mestre, aquele que estava contigo além do Jordão,
do qual tens dado testemunho, está batizando, e todos lhe saem ao
encontro” (Jo 3:26). A missão que Jesus tinha para cumprir depois de
Seu batismo (gerar a igreja) não mais necessitaria ou dependeria do
ministério de João. Ele deveria encerrar sua carreira de “precursor do
Senhor” e segui-Lo. No entanto continuou competindo com Jesus na
prática do batismo.
Quando Jesus soube que João Batista continuava a batizar, achou
por bem retirar-se: “Quando, pois, o Senhor veio a saber que os
fariseus tinham ouvido dizer que ele, Jesus, fazia e batizava mais
discípulos que João [...], deixou a Judeia, retirando-se outra vez
para a Galileia” (Jo 4:1, 3). A Judeia era uma região nobre, onde se
encontrava Jerusalém, o centro religioso e político do povo judeu.
A Galileia, por sua vez, era uma região desprezada, repleta de
moradores que sobreviviam da pesca. Os galileus, em geral, eram
simples pescadores, pessoas mais humildes, por isso a Galileia era
desprezada, e a Judeia era um lugar honrado.
Jesus decidiu retirar-se para a Galileia. Em nosso serviço ao Senhor,
devemos ter absoluta clareza de qual é o ministério que recebemos Dele
e até onde devemos seguir com nosso serviço. Muitas vezes precisamos
dar espaço para que outros prossigam a partir de determinado ponto
A cura pela palavra

de nossa caminhada. Isso não significa parar. Sempre seremos úteis


na obra de edificação, mas não necessariamente na mesma posição
e função em que estávamos acostumados a servir na igreja. Você já
parou para pensar nisso? Não se apegue a estruturas religiosas nem
a cargos. Seja sensível ao Espírito e, caso haja alguma dificuldade no
exercício de seu ministério, não deixe de procurar a comunhão com
aqueles que são mais maduros e experientes. Na igreja todos somos
12
importantes, mas ninguém deve sentir que ocupa um cargo vitalício.
Jesus é o Senhor!

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

Uma fonte a jorrar para a vida eterna

13
SEMANA 1 - QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
1 Rs 11:4; 1 Cr 22:5; 2 Cr 2:1; Ed 4:1-5; Ne 4:1-6; Jo 4:1-3
Ler com oração:
“Recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas
testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e
até aos confins da terra” (At 1:8).

A ORIGEM DO POVO DE SAMARIA


Depois de perceber a competição de João Batista, Jesus decidiu deixar
a Judeia e seguir para a Galileia, mas, para isso, deveria atravessar a
região de Samaria (Jo 4:1-3). Que região era essa e por que a presença
do Senhor ali foi tão impactante? O Antigo Testamento mostra como
surgiu o povo de Samaria. Deus honrou o rei Davi, que, no final de
seus dias, preparou todo o material para a edificação do templo em
Jerusalém (1 Cr 22:5). Seu filho, Salomão, realizou a obra e construiu
um templo para o Senhor naquela cidade (2 Cr 2:1). Em sua velhice,
porém, Salomão se envolveu com muitas mulheres estrangeiras, as
quais lhe perverteram o coração (1 Rs 11:4). Por causa disso, Deus fez
com que sua descendência perdesse uma parte significativa do reino.
No tempo do reinado de Roboão, filho de Salomão, o povo queixou-
se da pesada carga de impostos que tinha de pagar ao rei. Assim,
pediram-lhe que aliviasse o peso dessa carga. Roboão, porém, em vez
de acatar o conselho dos mais velhos e experientes, deu ouvidos aos
seus conselheiros mais jovens. Estes sugeriram que o rei aumentasse
ainda mais a carga de impostos para impor sua autoridade. Isso fez
com que dez das doze tribos de Israel se revoltassem contra Roboão
e fizessem de Jeroboão rei sobre eles (1 Rs 12:1-20). A partir daí, a
nação de Israel dividiu-se em dois reinos: o reino de Israel, ou reino
do norte, cujo rei era Jeroboão, sendo Samaria a capital, e o reino de
Judá, ou reino do sul, composto de apenas duas tribos, onde Roboão
A cura pela palavra

permaneceu reinando. Podemos conferir essa história dos dois reinos


lendo os Livros dos Reis e os das Crônicas.
Quase todos os reis de Israel, o reino do norte, fizeram o que era mau
perante o Senhor: “De Semer comprou ele o monte de Samaria por dois
talentos de prata e o fortificou; à cidade que edificou sobre o monte,
chamou-lhe Samaria, nome oriundo de Semer, dono do monte. [...]
Acabe, filho de Onri, começou a reinar sobre Israel no ano trigésimo
14 oitavo de Asa, rei de Judá; e reinou Acabe, filho de Onri, sobre Israel,
em Samaria, vinte e dois anos” (1 Rs 16:24, 29). O Senhor permitiu
que esse reino fosse conquistado pelo rei da Assíria. Observe que são
dois reinos: Israel (norte) e Judá (sul). Quando os assírios conquistaram
Samaria, por um lado, eles transportaram as pessoas do reino de Israel
para diversas nações pagãs; e, por outro, trouxeram os povos dessas
nações estrangeiras para povoar Samaria. Essa era uma tática antiga
usada por governantes para dominar uma civilização.
Os poucos que ficaram em Samaria mais tarde acabaram por
misturar-se com os pagãos que então viviam na cidade. Esse
cruzamento de sangue gerou em Samaria um povo misto, com
sangue de estrangeiros e de judeus. Os judeus e os samaritanos não
se davam porque os judeus achavam que os samaritanos, por ter
sangue “misto”, não eram judeus, ainda que continuassem a seguir
os escritos de Moisés. Esse foi o primeiro motivo de divergência
entre eles.
Mais tarde o rei Nabucodonosor da Babilônia invadiu o reino
de Judá, destruiu o templo e levou cativos os judeus que viviam
ali. Setenta anos depois, o rei persa Ciro subjugou a Babilônia e
permitiu que parte dos judeus retornasse para reconstruir o templo:
“Ouvindo os adversários de Judá e Benjamim que os que voltaram do
cativeiro edificavam o templo ao Senhor, Deus de Israel, chegaram-
se a Zorobabel e aos cabeças de famílias e lhes disseram: Deixai-
nos edificar convosco, porque, como vós, buscaremos a vosso Deus;
como também já lhe sacrificamos desde os dias de Esar-Hadom, rei da
Assíria, que nos fez subir para aqui” (Ed 4:1-2). Esse rei da Assíria foi
quem havia transportado os povos pagãos para Samaria.
Uma fonte a jorrar para a vida eterna

Os de Samaria queriam ajudar na reedificação do templo, mas


foram impedidos pelos judeus do reino de Judá: “Zorobabel, Jesua
e os outros cabeças de famílias lhes responderam: Nada tendes
conosco na edificação da casa a nosso Deus; nós mesmos, sozinhos,
a edificaremos ao Senhor, Deus de Israel, como nos ordenou Ciro,
rei da Pérsia. Então, as gentes da terra desanimaram o povo de
Judá, inquietando-o no edificar” (Ed 4:3-4). Essas “gentes da terra”
referem-se ao povo de Samaria, que se levantou contra a edificação
do templo de Israel (v. 5). Esse comportamento reforçou a rejeição
que o povo judeu tinha aos samaritanos.
A rejeição se intensificou também em um terceiro momento, na
época em que Neemias retornou para reedificar os muros de Jerusalém.
Novamente os de Samaria, liderados por Sambalate, se levantaram 15
contra a edificação: “Tendo Sambalate ouvido que edificávamos o
muro, ardeu em ira, e se indignou muito, e escarneceu dos judeus.
Então, falou na presença de seus irmãos e do exército de Samaria
e disse: Que fazem estes fracos judeus? Permitir-se-lhes-á isso?
Sacrificarão? Darão cabo da obra num só dia? Renascerão, acaso, dos
montões de pó as pedras que foram queimadas?” (Ne 4:1-2). Os judeus
clamaram a Deus contra os de Samaria: “Ouve, ó nosso Deus, pois
estamos sendo desprezados; caia o seu opróbrio sobre a cabeça deles,
e faze que sejam despojo numa terra de cativeiro. Não lhes encubras
a iniquidade, e não se risque de diante de ti o seu pecado, pois te
provocaram à ira, na presença dos que edificavam. Assim, edificamos
o muro, e todo o muro se fechou até a metade de sua altura; porque o
povo tinha ânimo para trabalhar” (vs. 4-6).
Agora conseguimos entender com mais profundidade o peso e a
importância da passagem bíblica que mostra o contato de um judeu,
Jesus, o Filho de Deus, com uma mulher de Samaria, um povo
“misturado” e rejeitado pelos judeus. O alcance do rio da graça do
Filho de Deus é extraordinário! Derruba qualquer barreira, suplanta
qualquer obstáculo. Essa história de graça, amor, misericórdia e
compaixão abordaremos depois. Louvado seja o Senhor!

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.


A cura pela palavra

16
SEMANA 1 - SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Jo 3:31-36; 4:4-12
Ler com oração:
“Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai
das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança.
Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para
que fôssemos como que primícias das suas criaturas” (Tg 1:17-18).

O ENCONTRO DE JESUS COM A MULHER SAMARITANA


Jesus chegou à cidade samaritana de Sicar por volta do meio-dia
e assentou-se junto à fonte de Jacó (Jo 4:5-6). Ali Jesus surpreendeu
uma mulher ao dirigir-lhe a palavra com um pedido: “Nisto, veio
uma mulher samaritana tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber.
Pois seus discípulos tinham ido à cidade para comprar alimentos”
(vs. 7-8). Não era normal Jesus mandar todos os Seus discípulos
comprarem alimentos e Ele ficar sozinho. Ele fez isso porque não
quis intimidar a mulher que queria salvar. Ela ficaria intimidada,
pois não tinha boa reputação na cidade por causa da quantidade de
maridos que acumulara ao longo da vida. Por isso buscou água no
poço num horário em que havia pouca afluência de pessoas ali.
Jesus é muito sábio, por isso encontrou-se com a mulher ao ar livre
e com o sol a pino. Ele se encontrara com Nicodemos no interior de
uma casa à noite, mas nunca faria o mesmo com uma mulher. Este é
o primeiro ato de prudência que todos devemos aprender: nunca estar
sozinhos num recinto fechado com uma pessoa do sexo oposto. Vamos
agir às claras, dando bom testemunho para todos verem. Devemos
Uma fonte a jorrar para a vida eterna

vigiar e fugir de toda aparência do mal.


Já vimos que os judeus rejeitavam os samaritanos por ser um
povo “misturado” e por lhes ter feito oposição quando reedificaram
o templo e os muros de Jerusalém. Por isso a mulher questionou
o Senhor: “Então, lhe disse a mulher samaritana: Como, sendo tu
judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana (porque os
judeus não se dão com os samaritanos)?” (Jo 4:9). Jesus respondeu:
“Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá-me de
beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva” (v. 10). O dom de Deus
aqui é toda boa dádiva e todo dom perfeito de Deus (Tg 1:17-18). O
dom e a dádiva são presentes de Deus. Por meio desse presente lá do
alto, Ele vai gerar a igreja, uma nova criação. O dom perfeito e a boa
17
dádiva que irão gerar essa nova criação serão, por um lado, Jesus e,
por outro, a palavra da verdade.
Agora podemos compreender o que o Senhor quis dizer à mulher
quando disse: “Se conheceras o dom de Deus” (Jo 4:10). O dom de
Deus, Jesus, vem lá do alto (3:31). Jesus Cristo veio das alturas, está
acima de todos, e quem aceita Seu testemunho e crê em Sua palavra
ganha a vida eterna (vs. 32-36).
Essa mulher samaritana representa toda pessoa que tem um grande
vazio dentro de si, pois é carente da realidade; o coração dela
estava repleto de falsidade, vaidade e mentira. Essa mulher também
representa o homem religioso que possui um “poço de Jacó” e nele
se apoia (Jo 4:11-12). O poço fornece água que só temporariamente
supre uma insatisfação humana, como fazem todas as religiões, mas
sempre exigirá que o homem faça algum tipo de obra em troca. Para
retirar água do poço de Jacó, alguém precisava primeiro de utensílios
(cântaro, cordas, polia), e depois de esforço. Toda religião exige dos
homens uma obra. Você precisa fazer o bem para Deus abençoá-
lo, precisa guardar a lei para ser aceito por Deus. Isso é conceito
religioso, e essa “água” não vai satisfazê-lo porque você ainda vai
tornar a ter sede.
A água viva que o Senhor nos oferece é toda boa dádiva que desce
do céu para nós: o próprio Senhor Jesus por meio de Sua palavra nos
satisfaz plenamente e também se torna em nós uma fonte a jorrar para
a vida eterna! Vamos imergir na palavra viva do Senhor, sair às ruas e
orar pelas pessoas. Deus é acessível! Não precisamos de cântaros nem
de esforços.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.


A cura pela palavra

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

18
SEMANA 1 - SÁBADO
Leitura bíblica:
Jo 4:10-18
Ler com oração:
“Aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá
sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar
para a vida eterna” (Jo 4:14).

UMA FONTE A JORRAR DE NÓS!


Vimos o resultado extraordinário do encontro de Jesus com a mulher
samaritana (Jo 4:10-14). Primeiramente Jesus esclareceu-lhe que
a vida religiosa, representada pelo poço de Jacó, não satisfaz o ser
humano. A vida religiosa faz com que toda pessoa tente, em seu ser
natural, agradar a Deus para receber em troca algum tipo de satisfação.
Depois de despertar o interesse da mulher, Jesus mencionou o marido
dela: “Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água para que eu não
mais tenha sede, nem precise vir aqui buscá-la. Disse-lhe Jesus: Vai,
chama teu marido e vem cá; ao que lhe respondeu a mulher: Não tenho
marido. Replicou-lhe Jesus: Bem disseste, não tenho marido; porque
cinco maridos já tiveste, e esse que agora tens não é teu marido; isto
disseste com verdade” (vs. 15-18).
O Senhor, como profeta, expôs a vida moral dessa mulher, revelando
que a vida no mundo não consegue satisfazer ninguém. Essa mulher
buscou satisfação no primeiro casamento, no segundo, no terceiro, e
assim até o sexto; no início tudo parece bem, mas, quando o tédio e as
dificuldades chegam, o vazio é revelado.
Este mundo não satisfaz ninguém: nem a educação, nem a cultura,
Uma fonte a jorrar para a vida eterna

nem a criação dos filhos, nem a família; nada pode satisfazer uma
pessoa completamente. Por essa razão, muitos optam por uma vida de
pecados, outros procuram as drogas, mas a situação somente piora. A
verdadeira alegria está na água viva, abundante e plena que o Senhor
ofereceu à mulher (Jo 4:14b). Essa água vai jorrar como fonte até
nos levar para o novo céu e nova terra, para a eternidade! Por não
ser cristãos egoístas, estamos reproduzindo essa vida em todos os
lugares por onde passamos, saciando a sede de outras pessoas. Nossas
reuniões estão sendo uma verdadeira festa! Devemos fazer como
os adolescentes. Eles não explicam aos outros adolescentes qual é
“nossa igreja”, mas somente dizem: “Vem e vê!”. Aqui há água viva, a
verdadeira festa, a verdadeira alegria e felicidade. Os adultos precisam 19
fazer o mesmo com seus colegas e conhecidos: “Vem e vê!”. E quem
vem e vê, fica.
No passado talvez a vida da igreja tenha sido muito convencional,
tradicional, fria e sem alegria. Isso não satisfaz ninguém. Todas as
igrejas precisam trabalhar bem com os adolescentes e dar-lhes espaço
para expressar toda a boa dádiva que tem descido do alto sobre eles
nestes últimos tempos. Muitas igrejas começaram esse serviço com
um único adolescente, mas hoje já são trinta, quarenta, cinquenta
adolescentes. Vamos procurar e trazer adolescentes, e nossa vida da
igreja mudará, deixando de lado o viver formal “movido a manivela”
para entrar no ritmo do céu!
Muitas igrejas estão passando por uma grande transformação. Num
passado recente, era comum irmãos chegarem atrasados às reuniões,
mas hoje, de vinte a cinquenta minutos antes de iniciar a reunião, os
adolescentes já estão lá orando e fazendo imersão na palavra, cheios
de alegria e vigor. Os irmãos que vão chegando já entram na festa,
porque a água viva está jorrando do interior deles.
Se permanecermos assim, nunca mais teremos sede. Em nossa
experiência, podemos lembrar que muitas vezes a vida secava e a
água parecia ter acabado. A verdade, porém, é que a água somente
acaba se quisermos. Não é preciso buscar água no “poço de Jacó”,
porque a verdadeira fonte está dentro de nós! Vamos contatar a
palavra e fazer imersão nela, porque a palavra é vida! Imergir na
palavra faz a vida circular. Os colportores têm essa experiência
quando sofrem pressão nas ruas e as pessoas rejeitam a oração.
Quando começam a desanimar, quando a água parece ter acabado,
fazem novamente imersão na palavra. Rapidamente voltam a ficar
cheios de vida e alegria. Isso é real! Não nos deixemos vencer pelo
desânimo ou tristeza. A fonte a jorrar para a vida eterna está dentro
de nós! Vamos beber da fonte da vida!
A cura pela palavra

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

20
SEMANA 1 - DOMINGO
Leitura bíblica:
Dt 12:4-14; 2 Cr 6:6; Jo 3:8
Ler com oração:
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus,
mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt 7:21).

NÃO SE ENGANE!
O encontro de Jesus com a mulher samaritana nos traz diversas
lições e muitos alertas. Ela não tinha um viver moral exemplar,
por isso usou a discussão religiosa como uma capa para esconder
sua situação de total vazio interior. Vejamos: “Senhor, disse-lhe
a mulher, vejo que tu és profeta. Nossos pais adoravam neste
monte; vós, entretanto, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde
se deve adorar” (Jo 4:19-20). Quando alguém é exposto em sua
insatisfação interior e imoralidade, sua tendência é esconder-se em
questões religiosas.
Há pessoas que têm coragem de debater assuntos religiosos mesmo
tendo uma vida pessoal imoral. Não nos escondamos atrás de uma
fachada, mas busquemos a realidade! Não se engane. Muitos chegarão
diante do trono de Cristo e serão reprovados por Ele (Mt 7:21).
Por isso não nos escondamos atrás de uma capa de espiritualidade.
Sejamos sinceros e honestos primeiramente para com nós mesmos.
Se não somos tudo aquilo que queremos aparentar, sejamos sinceros.
É melhor confessar e falar com o Senhor, pois assim poderemos ser
lavados enquanto imergimos na palavra. Dessa forma, nossa vida será
Uma fonte a jorrar para a vida eterna

cheia de realidade.
Muitos passam uma imagem de “doutores” da Palavra sem ter
realidade em sua conduta diária: “Desviando-se algumas pessoas
destas coisas, perderam-se em loquacidade frívola, pretendendo
passar por mestres da lei, não compreendendo, todavia, nem o que
dizem, nem os assuntos sobre os quais fazem ousadas asseverações”
(1 Tm 1:6-7). “Loquacidade frívola” são discursos vazios, palestras
bonitas, palavras sem realidade na conduta de quem fala. Cuidado!
Isso pode acontecer tanto em casos como o da mulher samaritana,
uma pessoa de baixa moralidade, quanto em casos como o de
Nicodemos, um religioso conceituado entre seus pares. Na igreja
alguns podem estar camuflados pela posição alcançada ao longo dos
anos, pela eloquência ou por seu conhecimento bíblico; no entanto 21
sua falsa espiritualidade pode estar oculta na aparência espiritual de
seus discursos. Não se engane!
Jesus respondeu à mulher: “Disse-lhe Jesus: Mulher, podes crer-me
que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis
o Pai” (Jo 4:21). Antes de o povo de Israel entrar na boa terra, Deus
disse que escolheria um lugar para ali pôr Seu nome e Sua habitação,
para onde as doze tribos deveriam ir e levar seus holocaustos e
sacrifícios (Dt 12:4-14). O lugar escolhido mais tarde foi Jerusalém
(2 Cr 6:6), mas os samaritanos construíram um templo sobre o monte
Gerizim, em Samaria, para rivalizar com Jerusalém. Jerusalém era o
centro de adoração do povo de Israel e o testemunho de unidade entre
as doze tribos. Essas tribos estavam conectadas pela palavra que saía
da boca de Moisés.
A conversa de Jesus com a mulher samaritana é realmente
extraordinária, repleta de princípios que nos encorajam a deixar
as aparências religiosas e viver baseados na realidade: “Disse-lhe
Jesus: Mulher, podes crer-me que a hora vem, quando nem neste
monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não
conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem
dos judeus. Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros
adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são
estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e
importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade”
(Jo 4:21-24). A natureza de Deus é espírito, por isso o homem
precisa nascer do alto, nascer do Espírito, para contatar a Deus e
receber a direção do Espírito (3:8). A verdadeira adoração a Deus, a
adoração em realidade, é esta: estar no espírito, seguindo a direção
do Espírito, conforme fazemos hoje na igreja. Adoração a Deus não
é algo religioso, que acontece somente se estivermos ajoelhados,
orando por horas dentro de um quarto ou templo. Adorar a Deus em
espírito é viver no espírito diariamente. Para Deus não interessa a
A cura pela palavra

aparência de espiritualidade, e sim a realidade espiritual.


A mulher disse ao Senhor: “Eu sei, respondeu a mulher, que há de
vir o Messias, chamado Cristo; quando ele vier, nos anunciará todas
as coisas” (Jo 4:25). A mulher tinha conhecimento religioso, mas isso
não lhe trazia satisfação. Então Jesus respondeu: “Disse-lhe Jesus: Eu
o sou, eu que falo contigo” (v. 26). Isso revela que o Senhor traz Deus,
traz a satisfação para nosso interior todas as vezes em que Ele fala
22 conosco: “Eu o sou, eu que falo contigo”. A palavra profética traz
o próprio Deus para dentro de nós. Vamos acordar! Ainda que não
estejamos bem, ao nos voltarmos para a palavra, ela fará a fonte jorrar
água viva de nosso interior. A secura irá embora, e a satisfação tomará
conta de nós. Chega de uma vida de aparência. Daqui para a frente,
sejamos sempre sinceros e honestos para com o Senhor e para com
nós mesmos. Assim, nossa vida será cheia da realidade da palavra.
Aleluia! Louvado seja o Senhor!

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

Uma fonte a jorrar para a vida eterna

23
SEMANA 2 - SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Jo 2:23-25; 3:8
Ler com oração:
“Deus não é de confusão, e sim de paz. Como em todas as igrejas dos
santos” (1 Co 14:33).

DEUS NÃO É DE CONFUSÃO


A mensagem desta semana tem por título “Fazer a vontade de Deus
e realizar a Sua obra” e está baseada no quarto capítulo do Evangelho
de João (vs. 27-45). Vamos abordar primeiramente um fato importante
registrado logo no início do capítulo: “Quando, pois, o Senhor veio
a saber que os fariseus tinham ouvido dizer que ele, Jesus, fazia e
batizava mais discípulos que João (se bem que Jesus mesmo não
batizava, e sim os seus discípulos), deixou a Judeia, retirando-se outra
vez para a Galileia. E era-lhe necessário atravessar a província de
Samaria” (vs. 1-4).
Jesus retirou-se da Judeia e voltou para a Galileia porque, aos
olhos dos fariseus, parecia haver uma competição entre Jesus e João
Batista sobre quem batizava mais. É essencial saber que, na obra
de Deus, há uma só direção; não há confusão, não há duas obras
competindo entre si.
João Batista foi grandemente usado por Deus. Ele era cheio do
Espírito Santo e fez um excelente trabalho, preparando o caminho
para o Senhor Jesus iniciar Seu ministério. Além disso, foi usado
para batizar Jesus e, quando O batizou, testificou: “Pois eu, de fato,
vi e tenho testificado que ele é o Filho de Deus” (Jo 1:34). Ele viu
a confirmação disso quando o Espírito Santo desceu como pomba
sobre Jesus. A partir desse momento, o ministério de João Batista
como precursor de Jesus deveria ter sido encerrado, mas ele não saiu
de cena.
A cura pela palavra

Isso nos mostra que nossa natureza humana não é confiável. As


pessoas, para crer em Jesus, precisavam ver os sinais que Ele fazia
(Jo 2:23-25). Devemos identificar Jesus como o Messias que havia
de vir e crer Nele independentemente de sinais, mas não foi isso
que aconteceu.
Hoje temos o exemplo de nossos adolescentes. Eles não precisam
ver sinais para crer que a palavra vem do Senhor. Eles creem nela
24 com simplicidade, e em seguida os sinais acontecem. Não precisamos
esperar ver milagres e sinais e só depois crer que essa palavra é do
Senhor, mas devemos aprender a identificar o falar de nosso Senhor e
crer em Sua palavra. Os sinais, então, virão em seguida. Infelizmente
ainda temos em nós elementos do velho homem provenientes da queda
e precisamos ter consciência de que ainda temos uma vida natural.
Nascemos do Espírito, portanto temos a vida espiritual em nós. Mas
não basta apenas nascer do Espírito, precisamos também aprender a
viver e andar pelo Espírito (Jo 3:8). Se vivermos pelo homem natural,
pela vida da carne, jamais seremos de fato confiáveis.
João Batista não quis sair de cena porque não quis desfazer-se de seu
grupo de discípulos. Ele possuía vários seguidores e era muito popular
entre os judeus, que o tinham em alta conta. O homem natural gosta de
fama, de receber elogios e glória dos homens. Amados irmãos, vamos
limpar nosso coração. Estamos aqui tão somente para servir ao Senhor
de coração puro; não busquemos nada para nós mesmos.
Nossos adolescentes, os colportores, o PAC e os irmãos e irmãs em
geral têm levado muito a sério a imersão na palavra, porque ela nos
faz sair da superficialidade da letra. Ao fazer a imersão, penetramos
na profundidade da palavra de Deus e recebemos o que o Senhor quer
revelar-nos. Isso muda nosso ser em sua essência, impedindo que
tenhamos um viver de aparência. Deus, então, nos enche com Sua
realidade. Imergir na palavra, fazer a transcrição e entoar gritos de
guerra têm o objetivo de ajudar-nos a nos aprofundar na revelação
da palavra. Em seu evangelho, apóstolo João tem um propósito
Fazer a vontade de Deus e realizar a Sua obra
muito maior do que meramente descrever fatos históricos. Por isso
devemos aprofundar-nos em seus escritos para conhecer o que Deus
verdadeiramente deseja revelar-nos por intermédio deles.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

Leitura de apoio:
“Sala de guerra – Uma palavra aos líderes” – caps. 2, 3 e 5 – Pedro Dong.
“O maravilhoso convite de Deus ao homem” – caps. 1 e 2 – Pedro Dong.
25
SEMANA 2 - TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Jo 1:1; 1 Co 15:9-10; Ef 3:8-9; 1 Jo 1:1-2
Ler com oração:
“Ela falou aos serventes: Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2:5).

A IMPORTÂNCIA DA PALAVRA
E DE NOSSA ATITUDE PARA COM ELA
Nosso Senhor Jesus foi enviado por Deus como o Profeta. O enviado
de Deus não fala Sua própria palavra, e sim a palavra Daquele que o
enviou. A palavra que Deus deseja falar por meio de Seu enviado é
a própria palavra da vida. O apóstolo João faz questão de enfatizar
esse ponto logo no primeiro versículo de seu evangelho e também em
sua primeira epístola (Jo 1:1; 1 Jo 1:1-2), mostrando claramente que
a Palavra não apareceu no tempo, mas já existia na eternidade e é o
próprio Filho de Deus.
João quer que nos aprofundemos nessa revelação, mostrando-nos
que toda a obra de Deus se inicia pela palavra e que toda a criação
foi feita pela palavra. Disse Deus: “Haja luz”, e houve luz. Como é
simples: Deus disse, e houve! A palavra é falada, e a obra é feita.
Há a contrapartida do homem. O casamento em Caná da Galileia
revela qual deve ser nossa atitude para com a palavra de Deus. No
melhor momento da festa, acabou o vinho: “Tendo acabado o vinho,
a mãe de Jesus lhe disse: Eles não têm mais vinho. Mas Jesus lhe
disse: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha
hora” (Jo 2:3-4). Jesus, com essa resposta, quis dizer que não era o
homem quem Lhe dava ordens, mas o Pai, que está nos céus. A mãe
de Jesus disse aos serventes: “Fazei tudo o que ele vos disser” (v. 5).
É assim que Deus faz a obra na igreja. Portanto façamos tudo o que
Jesus disser, sem inventar ou acrescentar nada, sem complicar.
A palavra que Jesus falou, fará a obra: “Jesus lhes disse: Enchei de
A cura pela palavra

água as talhas. E eles as encheram totalmente” (Jo 2:7). A palavra saiu,


e os serventes a obedeceram imediatamente. Essa é a contrapartida do
homem. Hoje acontece o mesmo. Quando a palavra profética chega até
nós, ela precisa de nossa contrapartida, correspondência, cooperação.
Vamos agir de acordo com essa palavra, literalmente! Continuando:
“Então, lhes determinou: Tirai agora e levai ao mestre-sala. Eles o
fizeram” (v. 8). Se eles tivessem questionado: “Por que levar a água
26 ao mestre-sala? Não bastava terem enchido as talhas?”, o milagre
não teria acontecido. Se duvidarmos e não agirmos totalmente de
acordo com a palavra do Senhor, ela não vai operar. Eles, entretanto,
obedeceram, e quando a água chegou até o mestre-sala, ela tornou-
se o melhor vinho, conforme a palavra de Jesus. Isso é o que está
acontecendo hoje.
No século I, o Senhor usou o apóstolo Pedro como canal. Não
havia dois canais falando a palavra de Deus, mas apenas um. O
apóstolo Pedro fora levantado e representava os demais apóstolos.
Que confusão seria para o povo de Deus ouvir duas vozes diferentes!
Mas Deus não é de confusão. Ele levantou Pedro. Graças a Deus, o
evangelho se espalhou por Jerusalém e por toda a Judeia, chegando
até Samaria. Pedro foi usado para abrir a porta do reino dos céus aos
judeus que creram no dia de Pentecostes, como está registrado no
capítulo segundo de Atos. Depois ele foi usado para abrir a porta aos
gentios que creram no Senhor Jesus na casa de Cornélio, conforme o
registro no capítulo décimo de Atos. Assim surgiu o Corpo de Cristo.
No entanto essa realidade não pôde ser levada adiante por Pedro,
porque ele ainda tinha preconceitos sobre os gentios. Além disso, em
Jerusalém havia os que eram da seita dos fariseus, que defendiam a
ideia de que, para alguém ser salvo, além de crer em Jesus, precisava
guardar a lei de Moisés e ser circuncidado. Essas coisas impediam a
propagação do evangelho e a semeadura da palavra entre os gentios.
Deus, então, levantou Saulo de Tarso, que, após ser salvo, veio a ser o
apóstolo dos gentios.
Fazer a vontade de Deus e realizar a Sua obra
Paulo se considerava o menor de todos os santos. Geralmente o canal
escolhido por Deus não se julga digno. Julgam-se dignos e capazes
aqueles que disputam com outros ser o canal do Senhor (1 Co 15:9-10).
A palavra do apóstolo Paulo provinha da revelação que recebera acerca
dos mistérios de Cristo (Ef 3:8-9). O canal escolhido por Deus não fala
as próprias palavras, mas fala aquilo que Deus lhe revelar.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

27
SEMANA 2 - QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Êx 4:10-17; Nm 12:1-10
Ler com oração:
“Se a trombeta der som incerto, quem se preparará para a batalha?”
(1 Co 14:8).

DEUS É QUEM ESCOLHE SEU CANAL


Nos dias do apóstolo Paulo, já havia muita competição e disputa
entre os homens. Entre os gregos havia muitos partidos baseados em
escolas filosóficas. A Grécia foi o lugar onde nasceu tanto a democracia
quanto as doutrinas filosóficas. Eles tinham um “cardápio filosófico” de
muitas opções; tudo, porém, na esfera humana. Na obra de Deus não há
“cardápio”. No entanto muitas vezes lidamos com a obra de Deus do
mesmo modo que lidamos com as coisas terrenas. Achamos que Deus
põe diante de nós um cardápio para fazermos nossa escolha: “Aqui
há um bom pregador”, “ali há outro muito eloquente”, “acolá alguém
que sabe explicar muito bem a Bíblia”. Se a obra de Deus tiver de ser
realizada dessa forma, Ele não tem nada a fazer aqui na terra.
Deus tem só um canal. A palavra que esse canal fala não é uma
palavra de informação nem de instrução, mas é a própria Palavra, que
é Cristo. Por isso temos enfatizado o termo “palavra profética”, para
diferenciá-la de uma palavra de mera informação. A palavra profética
é a palavra que Deus fala hoje conosco, vinda mediante revelação e
chegando à igreja como suprimento de vida por meio de um canal. A
palavra profética cumpre-se e é confirmada pelos sinais, prodígios e
milagres que a seguem, fazendo a igreja avançar.
Deus tem só uma palavra, e é ela que faz a obra de Deus. Entretanto
o inimigo está tentando gerar confusão o tempo todo. Moisés é um
exemplo disso. Quando ele agiu confiando em seus conhecimentos
e habilidades adquiridos no Egito, o resultado foi drástico. Por causa
A cura pela palavra

disso, ele teve de fugir para o deserto de Midiã, a fim de não ser morto
por Faraó. Após quarenta anos no deserto, o Senhor o chamou para
tirar Seu povo do Egito. Moisés, então, pediu ao Senhor que enviasse
outro porque era pesado de língua, não sabia falar bem (Êx 4:10).
Esse fato mostra-nos que Deus escolhe um canal justamente no
momento em que ele se julga mais incapaz, porque Deus já trabalhou
nele e o amadureceu. Essa maturidade faz com que ele perceba que
28 é incapaz de fazer a obra de Deus. Quando alguém reconhece que
é incapaz, Deus o usa. É como se Deus dissesse a Moisés: “É você
mesmo quem Eu quero chamar”, e Moisés replicasse: “Manda outro,
pois eu não sei falar”. Deus, então, lhe disse: “Não é teu irmão,
Arão, um bom orador? Ele tem eloquência, ele te será por boca e tu
lhe serás por Deus”. Percebemos aqui a autoridade concedida por
Deus a Moisés. Dessa forma, foi Moisés constrangido a aceitar o
chamamento (Êx 4:11-17).
Quando Deus usou a figura de uma sarça que ardia sem ser
consumida, Moisés discerniu que Deus quer usar o homem como essa
sarça, mas não como combustível. Ele não usa a capacidade humana
para fazer Sua obra. Deus só quer usar o homem como suporte, porque
a palavra de Deus é que tem poder. O poder não é do homem, por isso
Paulo diz: “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a
excelência do poder seja de Deus e não de nós” (2 Co 4:7).
No capítulo 12 de Números, temos o episódio com Arão e Miriã. Eles
eram os irmãos mais velhos de Moisés e, além disso, Arão era mais
eloquente do que o irmão. Por essa razão, julgaram que Deus deveria
usá-los em lugar de seu irmão mais novo. A mulher cuxita que Moisés
tomara foi o pretexto que encontraram para criticá-lo, expondo o que
realmente tinham no coração: “E disseram: Porventura, tem falado
o Senhor somente por Moisés? Não tem falado também por nós? O
Senhor o ouviu” (v. 2).
É o mesmo que dizer: “Há um só falar profético?”. Isso parece
anormal aos olhos humanos. “Há tanta gente qualificada por aí, e só
Fazer a vontade de Deus e realizar a Sua obra
uma palavra profética? Deus usa somente um homem para falar Sua
palavra? Não, não é possível”. As perguntas “Tem o Senhor falado
somente por Moisés? Não tem falado também por nós?” vinham
daqueles que se julgavam capazes! Achavam que Deus também
deveria escolhê-los como canais, mas Deus tem Seus próprios critérios
de seleção. Foi justamente por essa presunção, por se achar capazes
e melhores, que Deus não os escolheu. Como não foram escolhidos
como canais, começaram um trabalho de oposição a Moisés.
No versículo seguinte lemos: “Era o varão Moisés mui manso,
mais do que todos os homens que havia sobre a terra” (Nm 12:3).
Aqui diz que Moisés era muito manso. O fato de esse versículo
ter sido inserido aqui tem um propósito: o de mostrar que Moisés
não estava preocupado com cargos ou posições. Nele não havia
ambição de ser o canal de Deus. E prosseguiu Deus: “Então,
disse: Ouvi, agora, as minhas palavras; se entre vós há profeta, eu, 29
o Senhor, em visão a ele, me faço conhecer ou falo com ele em
sonhos. Não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel em toda a
minha casa” (Nm 12:6-7). Há profetas no meio dos filhos de Deus?
Sim, há profetas. E, quando Deus quer usar algum profeta por meio
de Seu Espírito, quem comanda esse profeta é o Espírito de Deus,
O qual não tem duas linhas, mas uma só.
O Senhor continuou: “Boca a boca falo com ele, claramente e não
por enigmas; pois ele vê a forma do Senhor; como, pois, não temestes
falar contra o meu servo, contra Moisés?” (Nm 12:8). O próprio Deus
escolhera Moisés. “E a ira do Senhor contra eles se acendeu; e retirou-
se. A nuvem afastou-se de sobre a tenda; e eis que Miriã achou-se
leprosa, branca como neve; e olhou Arão para Miriã, e eis que estava
leprosa” (vs. 9-10). Diante disso, Arão ficou desesperado: “Moisés,
ore por mim, por favor; não quero ficar leproso, perdoe-me”.
Foi a ambição por posições que arruinou a igreja a partir do século
II. A história mostra que a igreja desceu ladeira abaixo quando surgiu
a hierarquia, o clericalismo, porque cada um queria ser melhor do que
o outro. Cada um queria galgar posições superiores ao outro, e assim
surgiram os bispos, os arcebispos, os cardeais, até chegar ao papa.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.


A cura pela palavra

30
SEMANA 2 - QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Nm 16:1-21; Jo 5:19; Fp 2:5-8
Ler com oração:
“Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se
humilhar será exaltado” (Mt 23:12).

O CAMINHO DE JESUS VERSUS O CAMINHO DE LÚCIFER


O caminho que Jesus tomou foi totalmente diferente do caminho de
Lúcifer. Este era um anjo cheio de formosura. Ele queria ser grande,
queria dividir o trono com Deus, mas o Senhor o lançou por terra.
Jesus tomou outro caminho, o da humildade, e nada buscou para Si
(Jo 5:19). Se valorizarmos a aparência, nossa visão estará errada.
Quanto mais quisermos galgar posições na igreja, mais estaremos
no caminho de Satanás. Não sigamos por esse caminho, mas nos
humilhemos e tomemos as lições da cruz (Fp 2:5-8).
A palavra profética, por fidelidade ao Senhor, deve ser proclamada
em todas as igrejas. Deus trabalha na igreja por Sua palavra e, se Seu
canal escolhido parar de falar a palavra profética, a obra de Deus não
avançará. Amados irmãos, não tenho a mínima pretensão de me exaltar.
Meu desejo é ser fiel ao Senhor. Quem questiona o motivo de Deus
usar determinado irmão e sua maneira de conduzir a obra, geralmente
acha que deveria estar no lugar da pessoa escolhida por Ele. Lúcifer,
por ter muita capacidade e beleza, achou que seria escolhido por Deus.
Em vez disso, Deus escolheu Seu Filho, Jesus Cristo, que tomou o Fazer a vontade de Deus e realizar a Sua obra
caminho da humildade, para governar.
Em Números 16, é descrita outra situação negativa: “Corá, filho de
Isar, filho de Coate, filho de Levi, tomou consigo a Datã e a Abirão,
filhos de Eliabe, e a Om, filho de Pelete, filhos de Rúben. Levantaram-
se perante Moisés com duzentos e cinquenta homens dos filhos de
Israel, príncipes da congregação, eleitos por ela, varões de renome”
(vs. 1-2). Esses eram pessoas importantes, pessoas eleitas pelo próprio
povo. Continuando: “E se ajuntaram contra Moisés e contra Arão e
lhes disseram: Basta! Pois que toda a congregação é santa, cada um
deles é santo, e o Senhor está no meio deles; por que, pois, vos exaltais
sobre a congregação do Senhor?” (v. 3). Eles acusaram Moisés e Arão
de se exaltar sobre todo o povo de Deus, sobre toda a congregação.
Entretanto não vemos qualquer registro de Moisés se exaltando. Pelo
contrário, as Escrituras dizem que Moisés era um homem muito 31
manso. Isso é o que acontece quando alguém tem sede de posição e de
poder. Deus não escolhe pessoas com esse tipo de coração.
A acusação era muito grave: “Por que Moisés e Arão se exaltam
sobre a congregação se toda a congregação é do Senhor, se todos têm
iguais direitos? Quem pôs vocês na liderança?”. Mas quem os havia
colocado como líderes foi Deus.
Já existia um espírito de rebeldia dentro deles: “Não subiremos;
porventura, é coisa de somenos que nos fizeste subir de uma terra
que mana leite e mel, para fazer-nos morrer neste deserto, senão
que também queres fazer-te príncipe sobre nós?” (Nm 16:12-13).
Ser príncipe! Aqui está o conceito e a ambição por posição. “Nem
tampouco nos trouxeste a uma terra que mana leite e mel, nem nos
deste campos e vinhas em herança; pensas que lançarás pó aos olhos
destes homens? Pois não subiremos” (v. 14).
A rebeldia foi manifesta. “Então, Moisés irou-se muito e disse ao
Senhor: Não atentes para a sua oferta; nem um só jumento levei deles
e a nenhum deles fiz mal. Disse mais Moisés a Corá: Tu e todo o teu
grupo, ponde-vos perante o Senhor, tu, e eles, e Arão, amanhã. Tomai
cada um o seu incensário e neles ponde incenso; trazei-o, cada um o
seu, perante o Senhor, duzentos e cinquenta incensários; também tu
e Arão, cada qual o seu. Tomaram, pois, cada qual o seu incensário,
neles puseram fogo, sobre eles deitaram incenso e se puseram perante
a porta da tenda da congregação com Moisés e Arão. Corá fez ajuntar
contra eles todo o povo à porta da tenda da congregação; então, a
glória do Senhor apareceu a toda a congregação” (Nm 16:15-19).
O próprio Senhor interveio: “Disse o Senhor a Moisés e a Arão:
Apartai-vos do meio desta congregação, e os consumirei num
momento” (Nm 16:20-21). Rebelião é algo muito grave diante de
Deus. As consequências dessa rebelião abordaremos mais adiante.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.


A cura pela palavra

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

32
SEMANA 2 - SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Nm 16:22-50
Ler com oração:
“Disse Moisés: Nisto conhecereis que o Senhor me enviou a realizar todas
estas obras, que não procedem de mim mesmo” (Nm 16:28).

AS CONSEQUÊNCIAS DA REBELIÃO
Em Números 16, vemos como o Senhor lidou com a situação de
rebelião. “Eles se prostraram sobre o seu rosto e disseram: Ó Deus,
Autor e Conservador de toda a vida, acaso, por pecar um só homem,
indignar-te-ás contra toda esta congregação? Respondeu o Senhor a
Moisés: Fala a toda esta congregação, dizendo: Levantai-vos do redor
da habitação de Corá, Datã e Abirão. Então, se levantou Moisés e
foi a Datã e a Abirão; e após ele foram os anciãos de Israel. E disse
à congregação: Desviai-vos, peço-vos, das tendas destes homens
perversos e não toqueis nada do que é seu, para que não sejais
arrebatados em todos os seus pecados” (vs. 22-26).
Deus disse para não serem coniventes com os pecados de rebelião
deles; pelo contrário, que tomassem posição. “Levantaram-se,
pois, do redor da habitação de Corá, Datã e Abirão; e Datã e Abirão
saíram e se puseram à porta da sua tenda, juntamente com suas
mulheres, seus filhos e suas crianças” (Nm 16:27). Normalmente
os rebeldes iniciam a rebelião dentro da própria família, na própria
casa. “Então, disse Moisés: Nisto conhecereis que o Senhor me Fazer a vontade de Deus e realizar a Sua obra
enviou a realizar todas estas obras, que não procedem de mim
mesmo” (v. 28). Moisés nunca se candidatou nem se colocou sobre
a congregação, exaltando a si mesmo, mas o Senhor o enviou para
realizar todas aquelas obras. Quem faz a obra é Deus, por meio da
palavra que Ele ordena a Seu enviado.
E Moisés continuou: “Se morrerem estes como todos os homens
morrem e se forem visitados por qualquer castigo como se dá com
todos os homens, então, não sou enviado do Senhor. Mas, se o Senhor
criar alguma coisa inaudita, e a terra abrir a sua boca e os tragar com
tudo o que é seu, e vivos descerem ao abismo, então, conhecereis que
estes homens desprezaram o Senhor. E aconteceu que, acabando ele
de falar todas estas palavras, a terra debaixo deles se fendeu, abriu a
sua boca e os tragou com as suas casas, como também todos os homens
que pertenciam a Corá e todos os seus bens. Eles e todos os que lhes 33
pertenciam desceram vivos ao abismo; a terra os cobriu, e pereceram
do meio da congregação. Todo o Israel que estava ao redor deles fugiu
do seu grito, porque diziam: Não suceda que a terra nos trague a nós
também. Procedente do Senhor saiu fogo e consumiu os duzentos e
cinquenta homens que ofereciam o incenso” (Nm 16:29-35).
Mesmo depois de todos esses acontecimentos, o povo ainda
murmurou contra Moisés. “No dia seguinte, toda a congregação dos
filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão, dizendo: Vós
matastes o povo do Senhor. Ajuntando-se o povo contra Moisés e Arão
e virando-se para a tenda da congregação, eis que a nuvem a cobriu,
e a glória do Senhor apareceu” (Nm 16:41-42). O próprio Senhor
veio defender e vindicar Sua obra, pois muitas pessoas começaram
a morrer: “Ora, os que morreram daquela praga foram catorze mil e
setecentos, fora os que morreram por causa de Corá. Voltou Arão a
Moisés, à porta da tenda da congregação e cessou a praga” (vs. 49-50).
Que o Senhor tenha misericórdia de nós! Não nos envolvamos com
esses que questionam a palavra que vem do Senhor. A palavra não
vinha de Moisés, mas do Senhor. Da mesma forma, a palavra hoje
não vem de um homem, mas do Senhor. A palavra que vem de Deus é
confirmada pela ocorrência de sinais e prodígios. Nossos adolescentes
têm experimentado essa realidade, pois neles não há um espírito de
questionar, mas de crer imediatamente na palavra profética e buscar
praticá-la com simplicidade, ganhando outros adolescentes. Não tenho
capacidade de fazer essa obra, mas Deus é quem a tem feito por meio
de Sua palavra. Por isso todo questionamento com a intenção de parar
a obra do Senhor provém do inferno. Vamos continuar avançando,
sendo simples e obedientes ao Senhor.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.


A cura pela palavra

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

34
SEMANA 2 - SÁBADO
Leitura bíblica:
Jo 4:20-30
Ler com oração:
“Quanto à mulher, deixou o seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles
homens: Vinde comigo e vede um homem que me disse tudo quanto
tenho feito. Será este, porventura, o Cristo?! Saíram, pois, da cidade
e vieram ter com ele” (Jo 4:28-30).

OS SANTOS ORNAMENTOS: JOVENS E ADOLESCENTES


Nestes dias o Senhor tem revelado Sua palavra a Sua igreja de maneira
abundante. O salmo 110 diz: “Apresentar-se-á voluntariamente
o teu povo, no dia do teu poder; com santos ornamentos, como o
orvalho emergindo da aurora, serão os teus jovens” (v. 3). Esses
santos ornamentos para honrar Cristo são do mais elevado grau.
Deus providenciou um exército de jovens e adolescentes para honrar
nosso Senhor Jesus Cristo com o objetivo de fazê-Lo Rei sobre as
nações. Deus deu os jovens e os adolescentes a Cristo para que eles
O tragam de volta. Essa promessa está cumprindo-se em nossos dias.
Os jovens e adolescentes são simples, creem na palavra profética e
estão crescendo nesta nova cultura. O Senhor poderá fazer muito
com eles daqui para a frente, mas precisa da contrapartida da igreja.
E hoje Ele encontrou essa correspondência, pois nós cremos com
simplicidade. Aleluia!
No capítulo quarto de João, vemos Jesus trazendo salvação à Fazer a vontade de Deus e realizar a Sua obra
mulher samaritana. Durante o diálogo entre Ele e a mulher, esta Lhe
perguntou: “Nossos pais adoravam nesse monte de Samaria, monte
Gerizim. Vocês, judeus, dizem que Jerusalém é o lugar onde se deve
adorar. Afinal, em qual monte devemos adorar, qual é o lugar certo?”. O
Senhor lhe disse: “Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros
adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes
que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que
os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (vs. 23-24).
Aquela mulher tinha conhecimento: “Eu sei, respondeu a mulher,
que há de vir o Messias, chamado Cristo; quando ele vier, nos
anunciará todas as coisas. Disse-lhe Jesus: Eu o sou, eu que falo
contigo” (Jo 4:25-26). Essa palavra salvou a mulher: “Neste ponto,
chegaram os seus discípulos e se admiraram de que estivesse falando
com uma mulher; todavia, nenhum lhes disse: Que perguntas? Ou:
35
Por que falas com ela? Quanto à mulher, deixou o seu cântaro, foi à
cidade e disse àqueles homens: Vinde comigo e vede um homem que
me disse tudo quanto tenho feito. Será este, porventura, o Cristo?!
Saíram, pois, da cidade e vieram ter com Ele” (Jo 4:27-30).
Os discípulos foram à cidade buscar alimentos, mas não levaram
ninguém de lá até o Senhor. Não poderiam eles ter dito às pessoas
daquela cidade: “Vocês querem ver Jesus, o Messias, o Cristo? Ele
está conosco, venham e vejam!”? Entretanto nenhum deles fez isso.
Graças ao Senhor, hoje podemos levar as pessoas até Jesus por meio
do “Posso orar por você?”. A mulher samaritana deixou seu cântaro.
Isso significa que deixou o instrumento de sua religião, no qual ela
confiava. Amados irmãos, quando nos encontramos com Jesus, quando
recebemos uma palavra viva, imediatamente deixamos a maneira
tradicional de adorar a Deus! Daí para a frente, não precisaremos
mais andar no velho caminho, com “cântaros”, apoiados em nossa
capacidade. Sigamos o exemplo da mulher samaritana, que foi salva e
trouxe ao Senhor uma cidade inteira.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.


A cura pela palavra

36
SEMANA 2 - DOMINGO
Leitura bíblica:
Mt 24:45-47; Jo 4:31-38
Ler com oração:
“Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade daquele
que me enviou e realizar a sua obra” (Jo 4:34).

PREGAR O EVANGELHO NOS DEIXA SATISFEITOS


A mulher samaritana havia tido cinco maridos, vivia com um
homem que não era seu marido, era cheia de tradições religiosas
e confiava no poço de Jacó. Contudo as palavras de Jesus a
iluminaram, e ela se arrependeu, pois disse: “Ele me disse tudo
quanto tenho feito” (Jo 4:29). Quando o Senhor Jesus lhe disse
que era o Cristo, ela creu e foi logo anunciá-Lo na cidade. Bastou
Jesus dizer: “Eu o sou, eu que falo contigo” (v. 26). Essa frase foi
suficiente para salvá-la. Houve uma mudança rápida em sua vida: de
uma pecadora que confiava em suas tradições religiosas para alguém
que reagiu rapidamente à água viva que bebeu, deixando o cântaro e
indo imediatamente divulgar o ocorrido a todos na cidade.
Amados irmãos, quando alguém ganha Cristo de maneira assim tão
viva como a mulher samaritana, rapidamente irá reproduzir essa vida,
anunciando as boas novas a outras pessoas. João quer revelar-nos que
as tradições religiosas em que confiamos, fazem parte da árvore do
conhecimento do bem e do mal. Tanto o lado bom como o lado mau das
coisas, ambos pertencem à mesma árvore. Não nos enganemos. Deus Fazer a vontade de Deus e realizar a Sua obra
disse: “Da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás;
porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2:17).
O Senhor Jesus veio como a Palavra para dar vida ao homem, isto é,
veio para oferecer a árvore da vida ao homem.
Neste trecho, Jesus revela que a verdadeira comida, que nos traz
satisfação e alegria e que também O deixa satisfeito, é fazer a vontade
do Pai (Jo 4:31-38). O Pai queria salvar essa mulher e queria que ela
trouxesse a população da cidade para também ser salva. O Senhor
Jesus ficou satisfeito. Amados irmãos, quem, ao fazer a vontade de
Deus, já não teve a sensação de ficar tão satisfeito e alegre que nem
quis comer?
E como fazer a vontade de Deus? Em Isaías 55 lemos: “Assim
como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, sem
que primeiro reguem a terra, e a fecundem, e a façam brotar, para dar 37
semente ao semeador e pão ao que come, assim será a palavra que sair
da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz
e prosperará naquilo para que a designei” (Is 55:10-11). Vemos que a
palavra profética, a palavra que sai da boca de Deus, não volta para
Ele vazia, mas faz o que Lhe apraz e prospera naquilo para o que foi
designada. Devemos agradecer ao Senhor pelo prato de comida que
Ele nos dá todos os dias, mas essa comida deve produzir algo para Ele.
Como se produz algo para Deus? É pela palavra que sai de Sua
boca. Não basta apenas encher o estômago de comida, mas também
vamos encher-nos da palavra profética pela imersão, transcrição, por
dormir com Deus, acordar com Deus, sair para pregar o evangelho e
praticar o “Posso orar por você?”. Quer ser um missionário? Venha
viver a vida da igreja conosco. É para isso que nós vivemos. Quando
fazemos a vontade de Deus, ficamos satisfeitos. O verdadeiro sentido
da vida humana é fazer a vontade de Deus e realizar Sua obra. Deus
governará a terra por meio do encabeçamento de Cristo e realizará
Sua obra por meio da palavra que sai de Sua boca. Isso, sim, dá real
satisfação ao homem!
Quanto à ceifa, também mencionada no quarto capítulo do
Evangelho de João, Jesus nos revela: “Não dizeis vós que ainda há
quatro meses até à ceifa? Eu, porém, vos digo: erguei os olhos e vede
os campos, pois já branquejam para a ceifa. O ceifeiro recebe desde
já a recompensa e entesoura o seu fruto para a vida eterna; e, dessarte,
se alegram tanto o semeador como o ceifeiro” (vs. 35-36). A vida que
recebemos ao crer em Jesus é por si só uma vida que se reproduz. Não
conseguimos represar essa vida dentro de nós.
No passado estávamos acostumados a viver a vida da igreja apenas
“para dentro”, entre quatro paredes, mas o Senhor nos deu um novo
começo. Passamos a ter uma atitude igual à da mulher samaritana:
ganhamos a vida divina, que veio pela água viva, e saímos logo
às cidades, a fim de dizer às pessoas que convivem conosco que
A cura pela palavra

encontramos Cristo, que encontramos a água viva. Essa vida é uma


fonte a jorrar pela eternidade, é uma vida multiplicadora.
Não podemos acomodar-nos entre quatro paredes, satisfeitos dentro
da estrutura de vida da igreja que montamos ao longo dos anos. Não
podemos ficar insensíveis aos apelos da vida reprodutora que há dentro
de nós. A vida de Deus, que está dentro de nós, quer fluir para alcançar
outros, pois ela é uma fonte jorrando para a vida eterna. Vamos sair
38 para pregar o evangelho, especialmente o evangelho do reino, o que
resultará em Cristo encabeçando a vida das pessoas, colocando a vida
delas em ordem.
Ceifar significa colher o fruto da semeadura, fazer o trabalho final
da pregação do evangelho do reino para que venha o fim. Em Mateus
24 lemos: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo,
para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim” (v. 14). Na
época da mulher samaritana, havia sido semeado nos samaritanos o
Pentateuco, isto é, os cinco livros de Moisés, a lei; agora, os discípulos
tinham a missão de ceifar. Como essa mulher samaritana tinha a
semente da vinda de Cristo, o Messias, dentro de si, Jesus ceifou; Ele
fez a colheita e a trouxe para dentro do celeiro de Deus. Isso foi feito
com relação à mulher samaritana naquela época, mas hoje somos nós
os trabalhadores da última hora.
Por vinte séculos, muitos dos que nos antecederam, semearam a
Palavra de Deus pregando o evangelho. Nós, os trabalhadores da
última hora, vamos colher, recolher a messe para dentro do celeiro.
Não devemos somente pregar o evangelho para salvar as pessoas
do inferno, mas pregar o evangelho do reino para que elas tenham
uma vida encabeçada por Cristo já no tempo de hoje. Em Apocalipse
Deus promete aos vencedores da igreja em Filadélfia dar-lhes o
galardão. Ele nos livrará da grande tribulação, e seremos arrebatados
diretamente ao terceiro céu como vencedores. Se cuidarmos daqueles
que o Senhor nos confiou, dando-lhes sustento a seu tempo, podemos
ter certeza de que, na volta do Senhor, Ele nos confiará todos os Seus
Fazer a vontade de Deus e realizar a Sua obra
bens (Mt 24:45-47).

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

39
SEMANA 3 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Jo 3:11; 4:39-42
Ler com oração:
“Já agora não é pelo que disseste que nós cremos; mas porque nós
mesmos temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o
Salvador do mundo” (Jo 4:42).

O PODER DO TESTEMUNHO
O tema da presente mensagem é “A cura pela palavra”. Como é
poderoso o testemunho que provém da palavra que transforma
nossa vida, e podemos ver isso na experiência da mulher samaritana
(Jo 4)! No capítulo quinto do Evangelho de João, veremos outros
acontecimentos e seu significado espiritual, como a importância de
ser simples e obedientes como uma criança ao receber a palavra de
Deus, para que ela opere cura e transformação. E o Senhor também
nos revela a realidade contida nas festas judaicas e no sábado, e o que
significam hoje na conclusão desta era.
Após encontrar-se com o Senhor e experimentar a água viva, a mulher
samaritana foi até a cidade e testemunhou às pessoas o que o Senhor
lhe dissera. O resultado foi: “Muitos samaritanos daquela cidade
creram nele, em virtude do testemunho da mulher, que anunciara: Ele
me disse tudo quanto tenho feito. Vindo, pois, os samaritanos ter com
Jesus, pediam-lhe que permanecesse com eles; e ficou ali dois dias”
(Jo 4:39-40). Isso nos mostra a força do testemunho! O testemunho
daquela mulher teve poder, pois ela transmitiu o que o Senhor lhe
havia dito, ou seja, a palavra que transformara sua vida.
Nós também, ao sair para pregar o evangelho e orar pelas pessoas nas
ruas, imergimos na palavra e falamos a palavra que o Senhor nos tem
falado e que tem mudado nossa vida. Por isso nosso testemunho tem
o poder de sensibilizar as pessoas que contatamos. Uma prova disso
A cura pela palavra

é o que tem acontecido com nossos adolescentes. Eles estão sendo


transformados pela palavra profética, e o resultado é o testemunho
poderoso dado por eles.
Não somente os adolescentes, mas todos os que também estão
empenhados em sair para orar pelas pessoas e pregar-lhes o evangelho
podem testemunhar como a palavra está operando em cada um. Não
são palavras vazias, mas o testemunho do poder de transformação em
40 sua vida.
O Senhor Jesus, em Seu ministério terreno, falava o que sabia e
testificava do que havia visto, por isso Seu testemunho tinha tanto
poder, conforme lemos no Evangelho de João: “Em verdade, em
verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e testificamos o que
temos visto; contudo, não aceitais o nosso testemunho” (3:11). O
poder da palavra não advém de ensinamentos, mas principalmente do
testemunho daquilo que a palavra tem operado. Por isso é essencial
termos experiências vivas com a palavra, assim como a mulher
samaritana. Dessa forma, quando falarmos às pessoas, a palavra sairá
cheia de poder, e elas crerão (Jo 4:41).
Aqueles que creram no testemunho da mulher samaritana, depois
que ela se encontrou com Jesus, disseram: “Já agora não é pelo que
disseste que nós cremos; mas porque nós mesmos temos ouvido e
sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo” (Jo 4:42).
Certa vez, após uma reunião, dois adolescentes conversavam sobre
a palavra, e um deles disse: “Eu preciso entrar mais na mensagem, não
consegui pegar todo o encargo, preciso penetrar mais nela”. Muitas
vezes nós mesmos ouvimos uma palavra e dizemos: “Isso eu já ouvi”,
ou “isso eu já sei”. Esses adolescentes ouvem uma mensagem várias
vezes, transcrevem-na, e assim ganham muito mais do que quem ouve
apenas uma vez porque acha que já tem conhecimento suficiente. A
diferença entre esses dois casos é constatada na transformação de vida
e no poder do testemunho. Esses adolescentes têm dado testemunho
do que realmente acontece na vida deles. É o mesmo princípio do
“vem e vê” (Jo 4:29).
Deus não está interessado em formar grandes pregadores e mestres
da Bíblia. Ele quer produzir pessoas que deem testemunho do que
a palavra tem feito tanto em sua vida pessoal como em sua família.
Esse é o trabalho da igreja no final dos tempos! Não dependemos de
alguns pregadores, mas todos somos pregadores testemunhando a
transformação que a palavra causou em nossa vida, assim como fez a
A cura pela palavra

mulher samaritana.
Naquela época um judeu não era bem-vindo nas cidades dos
samaritanos, mas aquelas pessoas pediram para Jesus ficar mais
tempo com eles (Jo 4:40). Tiveram apreço pelas palavras que Jesus
falava, pois elas lhes trouxeram salvação e alegria. Sempre que os
habitantes de uma cidade demonstravam apreço por Sua palavra,
Jesus permanecia ali por mais tempo; quando a rejeitavam, Ele logo
se retirava. Em nossa experiência, toda vez que mostramos apreço, 41
sede e avidez pela palavra, recebemos também a presença de Jesus.
Se não dermos valor à palavra que o Senhor nos fala, não teremos
Sua presença.
O amor reverente à palavra nos traz a bênção da presença do Senhor.
Quanto mais buscarmos Sua palavra, mais de Sua presença teremos e
mais seremos abençoados. Lembremos que a obra de Deus é feita pela
palavra de Deus.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

Leitura de apoio:
“O maravilhoso convite de Deus ao homem” – cap. 2 – Pedro Dong.
“Sala de guerra – Uma palavra aos líderes” – cap. 7 – Pedro Dong.
“Um exército de vencedores – Aliste-se já!” – cap. 1 – Pedro Dong.
A cura pela palavra

42
SEMANA 3 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Is 14:13-14; 55:11; Mt 18:1-4; Fp 2:5-8
Ler com oração:
“Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes
como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus” (Mt 18:3).

SER SIMPLES E OBEDIENTES


COMO CRIANÇAS
Lembremos sempre que a palavra que sai da boca de Deus é que
faz Sua obra (Is 55:11). Nada do que Deus fala é à toa, porque cada
palavra que Ele profere, visa realizar Seu propósito.
Na história da igreja, houve muitos séculos de escuridão até Deus
trazer a reforma por intermédio de Martinho Lutero e outros mais. A
partir daí, iniciou-se o período da igreja em Sardes, quando a Bíblia
foi disponibilizada para as pessoas, e algumas verdades bíblicas
foram pouco a pouco restauradas. Entretanto Andrew Miller, em
seu livro “A História da Igreja”, diz que faltava um recipiente para
conter essas verdades, que é a igreja debaixo do governo de Cristo.
Por esse motivo, as verdades acabavam perdendo-se. Durante o
período histórico da igreja em Sardes, surgiram muitas escolas de
teologia, e apareceram muitos ensinamentos diferentes, gerando
debates doutrinários.
A Palavra de Deus, em vez de ser obedecida para fazer a obra de
Deus, passou a ser discutida e usada meramente como conteúdo de
sermões. A Palavra passou a ser avaliada e discutida como comumente
se faz com assuntos polêmicos, e não mais considerada pelo valor de
seu conteúdo solene, a ser reverenciado e obedecido. Deus realiza Sua
obra por meio da igreja, mas somente se esta obedecer a Sua Palavra.
Por isso hoje vemos tanta disparidade, cada um cultuando a Deus de
acordo com sua própria interpretação da Bíblia.
A cura pela palavra

Para que a vontade do Senhor seja executada na terra, a igreja


deve ouvir a palavra que sai da boca de Deus hoje e obedecê-la,
pois é ela que faz a obra. A palavra profética é o falar atual do
Senhor, cuja base é a Bíblia, porque ninguém pode afirmar coisa
alguma fora da Bíblia. Esse é o falar que sai da boca de Deus para
dar vida e direção às igrejas. Esse falar divino foi restaurado na
igreja em Filadélfia, pois os tesouros da palavra profética foram
destrancados para essa igreja. 43
O Senhor está dando-nos direção pela palavra profética, que tem
sido confirmada por meio de sinais, prodígios e milagres. A obra de
Deus tem avançado muito, e isso está fazendo os canhões do inferno
se voltarem contra a palavra profética, que, como sabemos, não vem
de homens, mas sai da boca de Deus, visto que o ser humano por si
mesmo é incapaz de fazer a obra divina. O máximo que o homem
consegue fazer com sua capacidade natural é uma obra na linha de
Caim que, no final, será rejeitada pelo Senhor.
Naqueles que, como Caim, confiam em sua própria capacidade
surgem ciúme e inveja contra os que servem ao Senhor obedecendo
a Sua palavra, como Abel. O caminho de Deus não depende de nossa
capacidade de fazer Sua obra, mas de confiarmos que Sua palavra faz
a obra. É primordial reconhecer isso!
Por essa razão, o Senhor disse aos discípulos que, para entrar no reino
dos céus, eles deveriam ser como crianças (Mt 18:1-4). A cabeça dos
adultos sempre foca a posição, o desejo de ser o maior. Lúcifer, apesar
de já ter uma posição bastante elevada, quis galgar um posto ainda mais
alto, querendo tornar-se semelhante ao Altíssimo (Is 14:13-14).
Infelizmente, nos vinte séculos da história da igreja, houve muitas
disputas por posição entre líderes cristãos que tentam mostrar que são
mais capazes do que os outros e que fazem mais coisas para Deus.
Sigamos o exemplo de Jesus! O Senhor Jesus, que é Deus, não se
apegou a Sua posição em Seu ministério terreno, mas se humilhou, se
rebaixou e se tornou servo (Fp 2:5-8). Ele não procurou ser o maior,
mas tornou-se o menor para servir. Ele veio na forma de homem e foi
obediente até à morte, e morte de cruz.
O Senhor disse várias vezes que não veio fazer Sua própria vontade,
mas sim a do Pai, que O enviara. As palavras que o Senhor falava,
eram as palavras do Pai, pois Ele buscava a glória do Pai, e não Sua
própria. O caminho de Jesus é exatamente o oposto do caminho de
Lúcifer. Estamos na era da igreja em Filadélfia, que reconhece que tem
A cura pela palavra

pouca força e que sua capacidade é limitada. Por isso recebe com fé e
obediência a palavra de Deus, empenhada não em galgar posição, mas
em fazer a obra divina.
Na igreja em Filadélfia, não precisamos ser indivíduos capazes ou
mestres da Bíblia. Podemos ajudar as pessoas nas ruas com a imersão
na palavra que o Senhor tem falado, selecionando pequenos trechos
dela como base para a oração, com simplicidade. Temos experimentado
44 que isso funciona e que as pessoas são salvas. Todos podem fazer a
obra de Deus, tanto crianças como adultos, desde que sejam simples
em crer na palavra e obedecê-la, amando-a e imergindo nela para que
ela faça a obra de Deus.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

A cura pela palavra

45
SEMANA 3 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mt 13:53-58; Lc 4:16-30; Jo 1:46; 2:23-25
Ler com oração:
“E não precisava de que alguém lhe desse testemunho a respeito do
homem, porque ele mesmo sabia o que era a natureza humana” (Jo 2:25).

UM PROFETA NÃO TEM HONRA EM SUA PRÓPRIA TERRA


Sabemos que o Senhor Jesus permaneceu dois dias com os
samaritanos, pois eles se mostraram ávidos por Sua palavra:
“Passados dois dias, partiu dali para a Galileia. Porque o mesmo Jesus
testemunhou que um profeta não tem honras na sua própria terra.
Assim, quando chegou à Galileia, os galileus o receberam, porque
viram todas as coisas que ele fizera em Jerusalém, por ocasião da
festa, à qual eles também tinham comparecido” (Jo 4:43-45). Jesus
saiu da Judeia para ir à Galileia e teve de passar por Samaria. Quando
esteve na Judeia, deparou-se com a concorrência de João Batista e
seus discípulos. Ele não veio para competir com João Batista, porque a
obra de Deus não comporta competição. Se alguém achar que estamos
competindo com ele, é melhor nos retirarmos. Por isso Jesus se retirou
para a Galileia.
Ao voltar para a Galileia, Jesus não foi para Nazaré, que era Sua terra,
pois ali as pessoas não O honravam (Mt 13:53-58; Lc 4:16-30). Jesus
nascera em Belém. Deus, em Sua soberania, induziu o imperador César
Augusto a convocar um recenseamento. José e Maria, que moravam em
Nazaré, tiveram de viajar até Belém para fazer o recenseamento, pois
eram descendentes de Davi. Foi nesse momento, em Belém, que Jesus
nasceu. Jesus deveria nascer em Belém porque Ele é o Rei, descendente
de Davi. Depois Sua família voltou para Nazaré, a cidade desprezada
onde Jesus cresceu. Naquela época era comum a frase: “De Nazaré pode
sair alguma coisa boa?” (Jo 1:46).
A cura pela palavra

O Evangelho de Marcos registra que Jesus não fez muitos milagres


em Sua terra, em Nazaré: “Chegando o sábado, passou a ensinar
na sinagoga; e muitos, ouvindo-o, se maravilhavam, dizendo:
Donde vêm a este estas coisas? Que sabedoria é esta que lhe foi
dada? E como se fazem tais maravilhas por suas mãos? Não é este
o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão?
E não vivem aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se nele.
46 Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, senão na sua
terra, entre os seus parentes e na sua casa. Não pôde fazer ali nenhum
milagre, senão curar uns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos.
Admirou-se da incredulidade deles. Contudo, percorria as aldeias
circunvizinhas, a ensinar” (Mc 6:2-6). Isso aconteceu porque os
homens estão habituados a olhar para o exterior das pessoas, para
as circunstâncias. Eles conheciam a família de Jesus e julgavam que
Ele era alguém comum como eles: “Não é este o carpinteiro, filho de
Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não vivem aqui entre
nós suas irmãs? E escandalizavam-se nele”.
A visão natural limita a obra de Deus. Por isso creiamos com
simplicidade na palavra e na obra de Deus. Se formos como esses
nazarenos, o Senhor não fará muita coisa entre nós, mas, se formos
simples e obedientes como nossos adolescentes, reconhecendo que a
palavra provém de Deus, o Senhor operará muitas coisas em nosso
meio. Por essa razão, Jesus não voltou a Nazaré, mas foi para outras
bandas da Galileia, onde foi bem recebido e fez muitos sinais.
Jesus, no entanto, conhecia a natureza humana e não confiava nela
(Jo 2:23-25). A natureza humana não é confiável, pois tende a guiar-
se pelo que vê, e não pela fé. As pessoas ali passaram a crer em Jesus
pelos sinais que Ele fazia. O correto é crer na palavra que sai da
boca de Deus sem esperar os sinais. Se formos crer no falar profético
somente depois que acontecerem os sinais e milagres, isso nos fará
perder tempo, e também será um indício de que ainda confiamos muito
em nossa capacidade humana. Melhor do que só participar depois de
ver os sinais para confirmar a palavra profética é ter a simplicidade
de participar da obra de Deus, crendo na palavra profética e colhendo
seus frutos.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.


A cura pela palavra

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

47
SEMANA 3 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Jo 2:1-12; 4:46-47; 1 Ts 2:13
Ler com oração:
“Vai, disse-lhe Jesus; teu filho vive. O homem creu na palavra de Jesus
e partiu” (Jo 4:50).

DEUS FALA, NÓS CREMOS


Jesus decidiu fazer Sua obra na Galileia, um lugar desprezado,
longe dos holofotes da fama e do prestígio da Judeia. O resultado
assim obtido é real e concreto. Onde há muitos holofotes e busca de
prestígio, o resultado do trabalho é ilusório.
Ele, então, voltou até Caná da Galileia, onde transformara água em
vinho (Jo 2:1-12): “Dirigiu-se, de novo, a Caná da Galileia, onde da
água fizera vinho. Ora, havia um oficial do rei, cujo filho estava doente
em Cafarnaum. Tendo ouvido dizer que Jesus viera da Judeia para a
Galileia, foi ter com ele e lhe rogou que descesse para curar seu filho,
que estava à morte” (Jo 4:46-47). A cura do filho do oficial do rei foi
o segundo sinal realizado em Caná da Galileia, após a transformação
da água em vinho. A água daquelas seis talhas de pedra representava
todo o processo religioso de purificação, o cumprimento de regras,
ritos e cerimônias religiosas para manter o homem dentro da esfera
de adoração a Deus. Mas não havia alegria porque o vinho acabara.
Jesus, então agiu.
Houve um tempo em que nós mesmos estávamos entediados com
nossas reuniões. Muitas vezes participávamos delas porque tínhamos
de servir. Prosseguir nesse ritmo de vida religiosa, sem vinho, ou seja,
sem alegria, não fazia sentido. Era preciso que Jesus interviesse para
transformar água em vinho em nossas reuniões. Entretanto Ele só
permanecerá em ambientes onde houver amor por Sua palavra.
A presença do Senhor está em Sua palavra. Quando Ele está presente,
A cura pela palavra

Sua palavra viva transforma a água no melhor vinho, cheio de vida e


de satisfação para o homem. O Senhor nos está propondo essa vida!
O segredo é ser simples e fazer tudo segundo a palavra do Senhor: o
que estiver escrito, o que Ele falar, sem filtrar nada, sem procurar livro
de consulta para acrescentar ou “rechear” a palavra. Se Jesus disser:
“Encha essa talha de água”, isso é o que devemos fazer. É dessa forma
que a água se transforma em vinho; é assim que nossas reuniões serão
48 cheias de alegria e satisfação.
A família de Jesus havia-se mudado para Cafarnaum (Jo 2:12). O
oficial do rei, cujo filho estava doente, era de lá (4:46), mas Jesus
estava em Caná. Naquela época despendia-se quase um dia para ir de
Cafarnaum até Caná.
Esse pai, oficial do rei, estava desesperado e, quando soube que
Jesus voltara para a Galileia, foi até Ele pedir a cura de seu filho:
“Então, Jesus lhe disse: Se, porventura, não virdes sinais e prodígios,
de modo nenhum crereis” (Jo 4:48). Não espere ver sinais e prodígios
antes para depois crer. Use sua fé ao ouvir a palavra profética.
Vendo o desespero do oficial (Jo 4:49), o Senhor lhe disse: “Vai,
disse-lhe Jesus; teu filho vive. O homem creu na palavra de Jesus e
partiu” (v. 50). A palavra é que faz a obra. Primeiro precisamos esperar
o Senhor falar e depois fazer tudo o que Ele disser.
Para a obra de Deus ser realizada, duas coisas precisam acontecer:
Jesus tem de falar, e em contrapartida, o homem tem de crer. Jesus
disse: “Vai, teu filho vive”. O homem creu em Sua palavra e voltou
imediatamente para Cafarnaum. “Já ele descia, quando os seus servos
lhe vieram ao encontro, anunciando-lhe que seu filho vivia. Então,
indagou deles a que hora seu filho se sentira melhor. Informaram:
Ontem, à hora sétima a febre o deixou. Com isto, reconheceu o pai ser
aquela precisamente a hora em que Jesus lhe dissera: Teu filho vive;
e creu ele e toda a sua casa. Foi este o segundo sinal que fez Jesus,
depois de vir da Judeia para a Galileia” (Jo 4:51-54). A palavra é que
faz a obra de Deus. Se quisermos ter parte nessa obra, precisamos crer
na palavra do Senhor.
João registrou esse episódio para deixar claro que a obra de Deus é
feita por meio da palavra do Senhor e da fé do homem nessa palavra.
Tal foi a experiência dos tessalonicenses, que creram na palavra do
apóstolo Paulo como, de fato, era, a palavra de Deus (1 Ts 2:13). Se
eles a questionassem e a considerassem apenas palavra de homens,
ela não surtiria efeito, não produziria nada. Entretanto eles creram
A cura pela palavra

que aquela palavra era de Deus, e, como resultado, a palavra operou


eficazmente neles. É preciso haver palavra e fé na palavra; assim a
obra divina acontece.
O poder de transformar morte em vida, como nos casos apresentados,
está na palavra de Deus. Por isso, ao pregar o evangelho do reino
nas ruas, precisamos perceber que devemos usar a palavra que saiu
da boca do Senhor. O episódio do filho do oficial prova também que
não foi a presença física de Jesus que operou a cura, e sim a palavra 49
que saiu de Sua boca, pois na palavra está a verdadeira presença do
Senhor. Hoje Jesus não está fisicamente conosco, mas Sua presença
está conosco por meio de Sua palavra. É ela que nos dá poder!

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.


A cura pela palavra

50
SEMANA 3 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Jo 5:1-9
Ler com oração:
“Então, lhe disse Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e anda” (Jo 5:8).

A REALIDADE DAS FESTAS JUDAICAS


No capítulo quinto do Evangelho de João, Jesus subiu até Jerusalém
para uma das festas judaicas (vs. 1-2). João não especifica qual festa
era essa, mas todas as festas judaicas foram instituídas por Deus e têm
profundo significado espiritual.
No entanto, por falta de revelação, ao longo dos séculos, os judeus
transformaram essas festas em meros rituais religiosos, sem qualquer
realidade espiritual. João quis mostrar o contraste entre a religião morta
e o poder da vida. A religião judaica é a mais genuína dentre todas as
religiões porque foi formada com base nos mandamentos de Deus.
Todavia a religião não passa de um esforço humano para adorar a
Deus, de uma tentativa de agradá-Lo. Hoje, na igreja, o princípio
é o mesmo. Podemos formar nossa religião pessoal, com base em
tudo o que aprendemos na Bíblia, visando adorar e servir ao Senhor,
sem, contudo, ter o poder da vida que provém da Palavra de Deus.
O princípio da religião é o esforço humano exterior para melhorar a
conduta a fim de agradar ao Senhor. O caminho de Deus não é esse.
Deus quer dar Cristo ao ser humano como a única vida que tem poder
de curar e transformar de dentro (do interior, da essência) para fora.
Com o passar do tempo, as festas judaicas perderam o sentido. O
sentido espiritual é que, uma vez introduzido na terra de Canaã, o
povo de Israel deveria desfrutar da boa terra como sendo uma figura
de Cristo. O Senhor os abençoaria, se andassem e guardassem Seus
mandamentos. Deus os abençoaria com abundância de colheitas na
terra, para que as doze tribos desfrutassem juntas dessa bênção em
A cura pela palavra

Jerusalém, o lugar escolhido por Ele.


Em nossas conferências, cada um traz seu produto da terra, ou
seja, sua experiência de Cristo, e juntos fazemos uma grande festa.
Entretanto precisamos ter realidade. Apenas fazer inscrição, vir às
reuniões e encontrar os irmãos não é suficiente. O viver da igreja deve
ser uma vida de festa. O Pai e o Filho, na eternidade, viviam em festa,
cheios de alegria e satisfação. O desejo do Pai agora é introduzir-nos
nessa festa divina. O próprio Deus instituiu as festas judaicas para 51
o povo ter um viver cheio de alegria e satisfação. Com o passar do
tempo, porém, elas se tornaram rituais mortos, alvo do interesse
particular de alguns.
Podemos ver a incapacidade da religião para curar uma pessoa nesta
passagem: “Ora, existe ali, junto à Porta das Ovelhas, um tanque,
chamado em hebraico Betesda, o qual tem cinco pavilhões. Nestes,
jazia uma multidão de enfermos, cegos, coxos, paralíticos [esperando
que se movesse a água. Porquanto um anjo descia em certo tempo,
agitando-a; e o primeiro que entrava no tanque, uma vez agitada a
água, sarava de qualquer doença que tivesse]” (Jo 5:2-4). A religião
sempre exige o esforço humano, ou seja, o homem precisa usar a
própria capacidade para receber algum benefício da religião. Os mais
fracos sempre serão prejudicados, porque os mais fortes, os mais
capazes, sempre chegarão primeiro. Na religião, quanto mais incapaz
e frágil for o homem, menos chances ele terá.
Um desses incapazes era o paralítico do qual Jesus se aproximou:
“Estava ali um homem enfermo havia trinta e oito anos. Jesus, vendo-o
deitado e sabendo que estava assim há muito tempo, perguntou-lhe:
Queres ser curado? Respondeu-lhe o enfermo: Senhor, não tenho
ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada; pois,
enquanto eu vou, desce outro antes de mim” (Jo 5:5-7). A religião
judaica tinha os mandamentos de Deus e os anjos, mas ainda assim
aquele paralítico não conseguia ser ajudado.
Graças a Deus, Jesus foi até o paralítico: “Então, lhe disse
Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e anda” (Jo 5:8). Mais uma vez
confirmamos que a palavra de Deus é que opera tudo. A palavra que
Jesus fala não visa formar doutrinas na cabeça de alguém, mas visa
compelir a pessoa a ter uma reação de fé para executar imediatamente
o que Ele disser, como fez o paralítico: “Imediatamente, o homem se
viu curado e, tomando o leito, pôs-se a andar. E aquele dia era sábado”
(v. 9). Quando o Senhor fala, só precisamos crer Nele, pois Seu falar
A cura pela palavra

nos torna capazes!

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

52 Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.


SEMANA 3 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Gn 2:1-3; Mt 18:1; Jo 5:1-18; 10:1-2; 2 Pe 3:8
Ler com oração:
“E acrescentou: O sábado foi estabelecido por causa do homem, e
não o homem por causa do sábado; de sorte que o Filho do Homem é
senhor também do sábado” (Mc 2:27-28).

A REALIDADE DO SÁBADO
O tanque onde os doentes esperavam o anjo descer e mexer as
águas era chamado de tanque de Betesda. Ele ficava junto à Porta
das Ovelhas, por onde entravam os animais para ser sacrificados no
templo (Jo 5:2). Isso é muito simbólico, pois Jesus, como o verdadeiro
Cordeiro de Deus, entrou por essa porta para dar vida e curar o povo
de Deus (10:1-2).
A palavra “Betesda” significa “casa de misericórdia”. Isso nos
mostra que os judeus enfermos, incapacitados e fracos dependiam da
religião para Deus ter misericórdia deles e curá-los. Esse é o conceito
que a religião nos transmite, mas não é o que Deus pensa ou quer.
Para a religião, o que conta é o esforço, a capacidade humana. O anjo
vinha, agitava a água, e o primeiro a descer às águas era curado. Ou
seja, se você não for o mais capaz, o primeiro, não terá valor nem
alcançará a misericórdia de Deus. Esse é um conceito errôneo.
A ideia de ser o primeiro é uma concepção religiosa e está enraizada
no ser humano. Por isso os discípulos perguntaram ao Senhor quem
era o primeiro, o maior no reino dos céus (Mt 18:1). Eles estavam
afeitos à concepção religiosa de ser o primeiro. No reino dos céus, não
é preciso ser o primeiro; importante é perceber que a palavra de Deus
é que faz a obra.
É essencial frisar que a religião não pode ajudar o homem. A religião
judaica tinha a lei, a cidade santa, o templo santo e até a ajuda dos
A cura pela palavra

anjos. Ainda assim, ali estava um homem paralítico, representando


todos do povo judeu; eles estavam paralíticos, incapacitados e não
havia como ser ajudados. O paralítico foi curado somente quando
Jesus apareceu.
O paralítico obedeceu à palavra de Jesus, mesmo no sábado, dia em
que era proibido carregar qualquer coisa. Nesse momento chegaram
os judeus, dizendo ao homem que, por ser sábado, não lhe era lícito
carregar o leito (Jo 5:10). A religião não consegue curar nem dar 53
vida, mas é mestra em julgar e condenar. O paralítico respondeu: “O
mesmo que me curou me disse: Toma o teu leito e anda” (Jo 5:11).
Ele não sabia quem era Jesus. Somente depois, quando O encontrou
novamente no templo e falou com Ele, é que o paralítico disse aos
judeus que Jesus era quem o havia curado (vs. 13-15). A partir daí, os
judeus passaram a perseguir o Senhor (vs. 16-18).
No Evangelho de Marcos, Jesus mostra que o sábado foi feito para o
homem, e não o contrário: “E acrescentou: O sábado foi estabelecido
por causa do homem, e não o homem por causa do sábado; de sorte
que o Filho do Homem é senhor também do sábado” (2:27-28). O
homem foi criado no sexto dia, por isso o primeiro dia do homem foi
o sábado, que é o dia que Deus decretou como descanso (Gn 2:1-3). O
sábado não foi estabelecido por Deus como um estatuto religioso para
proibir ou condenar as pessoas.
O sábado visa introduzir o homem no descanso de Deus. Ele criou
tudo em seis dias e, no sétimo dia, descansou. No entanto um dia para
Deus é como mil anos (2 Pe 3:8). Isso significa que os seis dias da
criação representam também seis mil anos na história da humanidade.
A obra que Deus quer realizar na nova criação é fazer Cristo encabeçar
todas as coisas ainda neste período de seis mil anos, para depois
descansar no período seguinte de mil anos (correspondente ao sétimo
dia): o reino milenar.
Já estamos no final do período de seis mil anos. Somos os
trabalhadores da última hora, chamados para concluir esta era e
introduzir o descanso de Deus, a manifestação do reino dos céus.
Deus hoje está acelerando os passos para concluir Sua obra e está
usando os que são simples em crer em Sua palavra e obedecê-la. É
por isso que Jesus disse: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho
também” (Jo 5:17). Agora não é hora de descansar, é hora de
trabalhar. Se o Pai está trabalhando, nós também devemos trabalhar!
A cura pela palavra

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

54
SEMANA 3 – DOMINGO
Leitura bíblica:
Mt 7:21-23; Hb 4:1-13
Ler com oração:
“Também a nós foram anunciadas as boas-novas, como se deu com
eles; mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido
acompanhada pela fé naqueles que a ouviram” (Hb 4:2).

ENTRAR NO DESCANSO
O livro de Hebreus revela-nos a realidade do descanso: “Temamos,
portanto, que, sendo-nos deixada a promessa de entrar no descanso de
Deus, suceda parecer que algum de vós tenha falhado. Porque também
a nós foram anunciadas as boas-novas, como se deu com eles; mas a
palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada
pela fé naqueles que a ouviram. Nós, porém, que cremos, entramos no
descanso, conforme Deus tem dito: Assim, jurei na minha ira: Não
entrarão no meu descanso. Embora, certamente, as obras estivessem
concluídas desde a fundação do mundo. Porque, em certo lugar, assim
disse, no tocante ao sétimo dia: E descansou Deus, no sétimo dia, de
todas as obras que fizera” (4:1-4). Fica evidente nesse trecho que, para
entrar na boa terra, é necessário crer na palavra de Deus.
Em nossos dias, não se trata da boa terra física, conforme lemos: “Ora,
se Josué lhes houvesse dado descanso, não falaria, posteriormente, a
respeito de outro dia” (Hb 4:8). O descanso da boa terra já havia sido
dado a Israel, mas Deus ainda diz: “Portanto, resta um repouso para
o povo de Deus” (v. 9). Esse repouso é o reino milenar. Somente os
que perseverarem, crendo na palavra, receberão o galardão e serão
vencedores no milênio.
A palavra de Deus não é doutrina ou teologia; ela é viva e eficaz
para expor todos os nossos pensamentos errôneos (Hb 4:10-13).
Exteriormente podemos aparentar ser boas pessoas, mas interiormente,
A cura pela palavra

em nosso coração, há muitos sentimentos negativos, como ambição,


disputa por posição, busca de glória humana. Não adianta fingir ser
o que não somos, pois todos prestaremos contas diante de Deus. É
melhor hoje permanecer na luz do Senhor, sendo iluminados por Sua
palavra, e nos arrepender, em vez de esconder o que realmente somos
e ser surpreendidos em Sua volta (Mt 7:21-23).
Eu não quero ser surpreendido naquele Dia! É muito melhor o
Senhor provar-nos e aprovar-nos hoje! Não escondamos nada que 55
há em nosso coração. Permitamos que o Senhor nos ilumine e limpe
tudo hoje!
Na obra do Senhor, não temos ambições. Como ilustração, é
impressionante ver o que Deus está fazendo na África. Na República
Democrática do Congo, por exemplo, na igreja em Kinshasa (capital)
há mais de 600 irmãos, além de jovens e adolescentes. Eles rapidamente
responderam ao chamamento do Senhor e hoje pregam o evangelho,
semeiam a literatura e estão ajudando-nos a entrar em Camarões e na
República Centro-Africana.
Muitas portas foram abertas nos países africanos, e isso pode tornar-
se uma tentação para os que estão servindo. Não devemos colocar nossa
mão na obra do Senhor. Somos apenas servos do Senhor, obedientes
a Sua palavra. Se Ele manda, nós agimos; se Ele não manda, não
agimos. Não temos qualquer ambição na obra: somos apenas fiéis ao
Senhor porque a obra é Dele.
Não buscamos glória humana. Como o apóstolo Pedro disse:
“Pois toda carne é como a erva, e toda a sua glória, como a flor
da erva; seca-se a erva, e cai a sua flor; a palavra do Senhor,
porém, permanece eternamente. Ora, esta é a palavra que vos foi
evangelizada” (1 Pe 1:24-25). Nosso desejo é seguir a palavra de
Deus fielmente. O Pai trabalha até agora, vamos trabalhar também!
Não precisamos ser pessoas capazes, precisamos apenas seguir
a palavra do Senhor Jesus e imediatamente praticar o que Ele fala.
Assim, a obra de Deus será feita e nós seremos galardoados no final.
Entraremos no descanso mencionado em Hebreus e reinaremos com
Cristo por mil anos! Essa é nossa esperança! Louvado seja o Senhor!

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.


A cura pela palavra

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

56
SEMANA 4 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Is 14:12-15; Ez 28:12-18
Ler com oração:
“Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele,
esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15:5).

O FILHO NADA PODE FAZER DE SI MESMO


“O modelo de Jesus na obra de Deus” é o título da mensagem desta
semana, que nos esclarecerá sobre as duas maneiras de servir a Deus.
Uma maneira é usando nossa capacidade natural, a outra, é dependendo
totalmente do poder de Deus que age em nós. Os exemplos de Jesus,
Lúcifer, Jó, Abel e Caim nos mostram claramente qual é o modelo
que agrada a Deus. Deus constituiu Jesus como Juiz sobre todas as
coisas porque em tudo Ele fazia a vontade do Pai. O caminho que
escolhermos trilhar hoje definirá se participaremos da ressurreição da
vida ou do juízo.
Pela revelação do Espírito, constatamos que os escritos de João são
muito profundos, apesar de parecerem tão simples. A passagem do
Evangelho de João que destacamos a seguir não está nos outros três
evangelhos: “Então, lhes falou Jesus: Em verdade, em verdade vos
digo que o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo
que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também
semelhantemente o faz” (Jo 5:19). Aqui encontramos um princípio
divino: Jesus era o próprio Deus, mas, para poder realizar a vontade do
Pai, foi obediente e humilhou-se, tornando-se homem. Ele veio realizar
a obra de Deus e deixou evidente que nada podia fazer por Si mesmo.
O modelo de Jesus na obra de Deus

Tal princípio foi ignorado pela igreja nos vinte séculos de sua
história, porque muitos servos de Deus usaram a própria capacidade
para fazer a obra de Deus. Ainda hoje alguns se consideram muito
versados na Bíblia, conhecedores de técnicas sobre como administrar
e pastorear a igreja, como evangelizar, etc. Jesus, entretanto, mostrou
exatamente o oposto. Ele disse que nada podia fazer de Si mesmo!
Esse princípio é superior e muito precioso, e, por ser os trabalhadores
da última hora, nós devemos sempre observá-lo.
A opção de usar a própria capacidade e agir de modo independente
de Deus é a maneira adotada por Lúcifer. O livro de Ezequiel afirma
que ele era muito capaz: “Filho do homem, levanta uma lamentação
contra o rei de Tiro e dize-lhe: Assim diz o Senhor Deus: Tu és o 57
sinete da perfeição, cheio de sabedoria e formosura” (Ez 28:12). Ele
era o próprio “selo da perfeição”, a criatura mais perfeita que Deus
criara naquele momento. Além disso, ele estava no Éden, o jardim de
Deus, e “de todas as pedras preciosas te cobrias: o sárdio, o topázio, o
diamante, o berilo, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo e a esmeralda;
de ouro se te fizeram os engastes e os ornamentos; no dia em que foste
criado, foram eles preparados” (v. 13). Os ornamentos aqui são os
instrumentos musicais dedicados aos príncipes.
O versículo seguinte descreve mais: “Tu eras querubim da guarda
ungido, e te estabeleci; permanecias no monte santo de Deus, no brilho
das pedras andavas” (Ez 28:14). Lúcifer fazia parte de um grupo
especial de anjos chamados de querubins, os responsáveis por guardar
a glória de Deus. Ele era perfeito: “Perfeito eras nos teus caminhos,
desde o dia em que foste criado até que se achou iniquidade em ti”
(v. 15). Ele deve ter servido fielmente a Deus, usando a sabedoria e a
formosura que Deus lhe dera. Com certeza fez um excelente trabalho,
o que redundou em orgulho. Todo homem, quando se acha muito capaz
e realiza uma obra esmerada para Deus, fica sujeito ao orgulho. Isso
é inevitável. E, quando cai nessa situação, perde o controle e passa a
almejar posições mais elevadas.
Foi o que aconteceu com Lúcifer: “Na multiplicação do teu comércio,
se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei,
profanado, fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim da
guarda, em meio ao brilho das pedras” (v. 16). Por ser tão perfeito,
ele não tolerou ver alguém desafiando sua posição, por isso buscou
apoio para galgar postos cada vez mais elevados, negociando posições
e cargos. Esse é o comércio descrito nesse versículo.
Assim como Lúcifer, o homem, com sua capacidade natural,
tenta comprar apoio e seguidores: “Elevou-se o teu coração por
causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do
teu resplendor; lancei-te por terra, diante dos reis te pus, para que
A cura pela palavra

te contemplem. Pela multidão das tuas iniquidades, pela injustiça


do teu comércio” (Ez 28:17-18a). Da mesma maneira, qualquer
homem ambicioso também procura trocar apoio por cargos e suporte
financeiro. Infelizmente isso foi o que aconteceu na história degradante
da igreja e ocorre até hoje.
Lúcifer é o maior exemplo de degradação. A palavra “Lúcifer”
vem do latim e significa “estrela da manhã”: “Como caíste do céu,
58 ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu
que debilitavas as nações” (Is 14:12). “Filho da alva” indica que,
na ocasião de sua rebelião, ele era como um príncipe, por ter sido o
primeiro criado dentre os anjos, detendo a mais elevada posição no
universo pré-adâmico.
No coração desse querubim criado de maneira perfeita e que serviu
a Deus com sua capacidade, surgiu uma ambição: “Tu dizias no teu
coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu
trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do
Norte” (Is 14:13). Ele já não procurava exaltar o trono de Deus, mas
sim exaltar o seu próprio. As “extremidades do Norte” são o lugar
onde está o trono de Deus. Ele queria ser tão elevado quanto Deus:
“Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo”
(v. 14). Foi longe demais, querendo ser semelhante ao Altíssimo. Por
isso Deus disse: “Contudo, serás precipitado para o reino dos mortos,
no mais profundo do abismo” (v. 15). Esse foi o caminho que Lúcifer
tomou, tornando-se Satanás, o adversário de Deus. Que o Senhor nos
livre de orgulho e ambição.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

Leitura de apoio:
“Sala de guerra – Uma palavra aos líderes” – cap. 5 – Pedro Dong.
O modelo de Jesus na obra de Deus

“Um exército de vencedores – Aliste-se já!” – caps. 4 e 5 – Pedro Dong.

59
SEMANA 4 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 3:17; 4:2-5; Jó 10:1-6; Jo 5:30; Hb 2:6-9
Ler com oração:
“A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda” (Pv 16:18).

COMPETÊNCIA HUMANA
VERSUS DEPENDÊNCIA DE DEUS
O livro de Jó evidencia que, a seus próprios olhos, Jó vivia de
maneira justa. Ele era um homem que sempre honrava a Deus. Por
isso Este consentiu que ele passasse por uma situação de muitos
sofrimentos, ao perder os filhos e todo o seu patrimônio; até mesmo
seu corpo adoeceu e ficou coberto de úlceras. E Deus ainda permitiu
que três amigos tentassem convencê-lo de que nele havia pecado.
Jó, então, ficou muito aborrecido e começou a desabafar com
Deus, expondo seu coração: “Tens tu olhos de carne? Acaso, vês tu
como vê o homem? São os teus dias como os dias do mortal? Ou
são os teus anos como os anos de um homem, para te informares
da minha iniquidade e averiguares o meu pecado?” (Jó 10:4-6).
É como se Jó dissesse: “Deus, Tu és o Criador e não entendes a
criatura”. Nessa queixa de Jó, estavam ocultos os pensamentos
de Lúcifer. É como se o próprio Lúcifer dissesse: “Deus, Tu és
o Criador, mas não entendes a criatura. Tu vais precisar de mim:
eu vou Te ajudar”. Por isso ele se exaltou e pretendeu ser um rei
adjunto ao Altíssimo, mas Deus o lançou por terra. Essa foi a
primeira rebelião que houve no universo.
Após a queda do homem, Deus lhe disse que com fadigas obteria
o sustento da terra (Gn 3:17). No jardim do Éden, até então a terra
espontaneamente produzia alimentos, mas agora o homem teria de
trabalhar para obter o pão de cada dia: “No suor do rosto comerás o
teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és
A cura pela palavra

pó e ao pó tornarás” (v. 19). Como consequência da queda, a terra foi


amaldiçoada, e, com o suor de seu rosto, o homem consegue alimento
para sobreviver. A partir de então, foi assim que Adão e Eva passaram
a viver.
Em Gênesis, no quarto capítulo, lemos que esse casal gerou
filhos. O primeiro filho foi Caim: “Depois, deu à luz a Abel, seu
irmão. Abel foi pastor de ovelhas, e Caim, lavrador. Aconteceu que
60 no fim de uns tempos trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao
Senhor. Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e
da gordura deste. Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta; ao
passo que de Caim e de sua oferta não se agradou. Irou-se, pois,
sobremaneira, Caim, e descaiu-lhe o semblante” (Gn 4:2-5). O
exemplo de Caim ilustra bem o que significa tentar servir a Deus
pela capacidade natural. Se olhamos os fatos com olhos naturais,
não conseguimos entender essa história. Deus não se agradou
de Caim nem de sua oferta, mas sim de Abel, que era pastor de
ovelhas e trouxe uma oferta das primícias de seu rebanho e da
gordura deste. O que há de errado com Caim, que trabalhou a terra
e ofereceu a Deus o fruto de seu trabalho?
Conforme está escrito no quarto capítulo de Gênesis, há dois
caminhos distintos para servir a Deus. O caminho de Caim é o de usar
a própria aptidão para servir e agradar a Deus; ele certamente usou sua
competência para lavrar a terra e fazê-la produzir, suando bastante para
conseguir isso. Alguém que trabalha na terra sob sol escaldante deveria
ser louvado por sua diligência e presteza, mas Deus não se agradou dele
nem de sua oferta.
Na verdade, Deus está tentando mostrar-nos que, depois da
queda, o homem passou a confiar em sua própria capacidade.
Deus criou o homem um pouco menor que os anjos (Hb 2:6-7a),
com uma capacidade muito menor que a de Lúcifer, que era o
sinete da perfeição. Em termos de habilidade, estamos muito
aquém de Lúcifer.
Mas Deus disse assim: “De glória e de honra o coroaste [e
o constituíste sobre as obras das tuas mãos]” (Hb 2:7b). Isso
enfurece Satanás, porque o homem tem menos capacidade que
O modelo de Jesus na obra de Deus

ele, mas Deus quer coroá-lo de glória e de honra, entregando ao


homem todas as obras de Suas mãos. Como está escrito: “Todas as
coisas sujeitaste debaixo dos seus pés. Ora, desde que lhe sujeitou
todas as coisas, nada deixou fora do seu domínio. Agora, porém,
ainda não vemos todas as coisas a ele sujeitas” (v. 8). Podemos
ver que até mesmo Jesus, como homem, por um pouco foi feito
menor que os anjos (v. 9).
Jesus, na posição de homem, declara: “Eu nada posso fazer de mim
mesmo” (Jo 5:30a). Lúcifer, porém, insiste: “Eu posso, eu sou capaz”.
Assim como Deus não aprovou Lúcifer, também não aprovou Caim.
Deus se agrada da postura de Jesus! Tenhamos sempre Jesus como
nosso modelo no serviço a Deus! 61
Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.


A cura pela palavra

62
SEMANA 4 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 2:7; Sl 2:1-6; Zc 12:1; Hb 1:7-8
Ler com oração:
“Não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa,
como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de
Deus” (2 Co 3:5).

DOIS CAMINHOS, MAS UMA SÓ ESCOLHA


No serviço a Deus, podemos escolher o caminho de Jesus, que é o
de total dependência do Pai, ou o caminho de Lúcifer, que se baseia
em capacidade própria. Há aqueles que buscam destaque na igreja
e usam o próprio talento para ministrar belas mensagens visando
conquistar ouvintes e seguidores, apoio e popularidade. Outros
optam por seguir o exemplo de Jesus, que afirmava nada poder fazer
de Si mesmo. Quando o homem pensa ser capaz, está tomando o
caminho errado.
Jesus foi gerado pelo próprio Deus. Ele não é criatura como os
anjos. Deus se agradou do caminho de Jesus e decidiu dar-Lhe o
reino (Hb 1:7-8). O livro de Salmos diz que as nações estão em fúria
e com ódio, desejando romper os laços com Deus (2:1-5). Esse ódio
é provocado por Satanás, porque Deus escolheu Cristo para ser Rei,
e não ele: “Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte
Sião” (v. 6).
Satanás usurpou e domina este mundo tenebroso. Cada país tem
um principado espiritual maligno que o controla: “Porque a nossa
luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e
O modelo de Jesus na obra de Deus

potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as


forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Ef 6:12).
Os principados é que determinam o curso deste mundo, como
está escrito: “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos
delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso
deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito
que agora atua nos filhos da desobediência” (Ef 2:1-2). Os
principados e potestades são os maiorais estabelecidos por Satanás
sobre o mundo. Eles dominam incutindo nos líderes mundiais a
ambição pelo poder. Esse é o mesmo caminho que Satanás tomou.
Ele ambicionou exaltar seu trono e colocá-lo bem no alto, e, na
queda, o homem recebeu dentro de si essa natureza pecaminosa, 63
que ama posição e exaltação. No mundo todos são influenciados
pela ambição por posição, poder e dinheiro.
Satanás controla o mundo porque sabe que o homem natural gosta
de fama, poder, privilégios, popularidade e glória. Ele usa isso para
enganar a sociedade humana. Até na igreja ele age com o mesmo
método, enganando muitos cristãos que servem a Deus segundo a
própria capacidade. Esses, ao alcançar sucesso, ficam orgulhosos.
Quando, porém, o orgulho aparece no coração, a bênção de Deus se
retira. Amigo leitor, tomemos o caminho de Jesus!
Usando a matemática, podemos entender melhor como nossa
capacidade natural para Deus nada vale. Pode ser que eu seja alguém
com pouquíssima capacidade. Comparado com Lúcifer, eu sou o
algarismo um, e ele é um bilhão. Há uma diferença enorme entre um
e um bilhão, mas ambos são criaturas. Agora comparemos um e um
bilhão com a capacidade de Deus, o Criador. A capacidade de Deus
é igual a infinito. Eu comparado com Deus é o mesmo que dividir
um por infinito, cujo resultado é zero. Lúcifer comparado com Deus,
ou seja, um bilhão dividido por infinito, também é igualmente zero.
Jesus, contudo, parecia dizer: “Como homem, minha capacidade
é zero comparada com a do Pai. Por isso nada posso fazer de Mim
mesmo. Para fazer a obra de Deus, Eu sou zero”.
Deus criou o homem de maneira diferente. Ele soprou em suas
narinas o fôlego de vida e formou o espírito do homem dentro dele
(Gn 2:7; Zc 12:1c) para este receber a Deus, que é vida e poder. Isso
indica que o homem é incapaz. Por mais capaz que o ser humano seja,
perto de Deus ele é zero. Reconhecendo isso, devemos permitir que
nosso Deus ilimitado entre em nós e faça Sua obra por meio de nós.
Esse é o verdadeiro princípio cristão para se fazer a obra do Pai.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.


A cura pela palavra

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

64
SEMANA 4 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mt 28:18; 2 Co 3:5; Fp 2:5-11
Ler com oração:
“O qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança,
não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito
vivifica” (2 Co 3:6).

NOSSA SUFICIÊNCIA VEM DE DEUS


A direção da obra de Deus não advém de ideias ou pensamentos
humanos (2 Co 3:5a). Todas estas bênçãos sobrenaturais que Deus
deu à igreja nos últimos anos: imersão na palavra, grito de guerra,
colportagem dinâmica, casas de adolescentes, não foram planejadas
pelo homem. Tudo é feito por Deus. Não temos capacidade de fazer
a obra de Deus nem somos capazes de pensar alguma coisa, “pelo
contrário, nossa suficiência vem de Deus” (v. 5b).
Por maior que seja a capacidade do homem, este não consegue
dar vida a ninguém, mas o espírito dá vida (2 Co 3:6). Por isso
Paulo disse aos coríntios: “Temos, porém, este tesouro em vasos de
barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós”
(4:7). Somos apenas vasos de barro para conter esse tesouro.
Quando Moisés foi chamado por Deus no deserto, viu uma sarça
pegando fogo, mas ela não era consumida e permanecia intacta. Às
vezes, na rodovia vemos queimadas. De repente, pega fogo no mato
seco e se alastra rapidamente, porque a palha é combustível para o
fogo. Entretanto, ali naquele deserto, a sarça não era combustível para
o fogo porque este provinha de Deus. O Senhor deseja usar-nos como
O modelo de Jesus na obra de Deus

essa sarça, sendo nós apenas um canal, pois o poder é Dele. Deus não
precisa de nós como combustível, porque Ele mesmo é o suprimento
de Seu poder. Esse é o princípio de Deus.
Jesus não veio ao mundo para fazer obras poderosas baseadas
em Sua própria capacidade, a fim de ser aplaudido e elogiado pelos
homens. Pelo contrário, Ele se humilhou e foi obediente a Deus até
à morte, e morte de cruz, que é o pior tipo de morte: “Tende em vós
o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele,
subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual
a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo,
tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura
humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e
morte de cruz” (Fp 2:5-8). 65
Esse caminho de Jesus é o caminho aprovado por Deus; e Ele deseja
que você e eu trilhemos o mesmo caminho, como está escrito: “Pelo
que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está
acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho,
nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus
Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2:9-11). Todo joelho
terá de dobrar-se, e toda língua deverá confessar que Jesus Cristo é o
Senhor para a glória de Deus Pai. Esse é o caminho! Deus O exaltou
sobremaneira para que Sua obra seja cumprida.
Toda essa autoridade foi dada a Jesus para a realização da obra de Deus
(Mt 28:18). Cristo, contudo, como a Cabeça, precisa da cooperação do
Corpo, por isso Ele disse: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas
as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito
Santo” (v. 19). Estamos indo, saindo às ruas para pregar o evangelho
do reino e orar pelas pessoas. Isso é fazer discípulos! O evangelho
do reino faz discípulos e os coloca sob o encabeçamento de Cristo.
E Ele acrescenta: “Batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo”. Ao falar sobre batismo, o objetivo é tornar as pessoas
membros do Corpo de Cristo, porque Deus quer que Cristo edifique
Sua igreja.
E o Senhor Jesus conclui a comissão aos discípulos assim:
“Ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E
eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”
(28:20). Tudo o que Cristo recebe é para ser usado na obra de Deus.
Até mesmo a autoridade que Ele ganhou do Pai visa fazer Sua obra.
Cristo precisa edificar a igreja para, por meio dela, encabeçar todas as
coisas. Nós, Sua igreja, também cooperamos com o Senhor para trazer
o reino de Deus à terra. Enquanto trabalhamos, nosso Cabeça está
conosco. Ele está assentado no céu, mas também está conosco todos
os dias até à consumação dos séculos.
A cura pela palavra

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

66
SEMANA 4 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Am 3:7-8; Jo 5:19-20; Ap 1:1-2
Ler com oração:
“Seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a
cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado
pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte,
efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor’’
(Ef 4:15-16).

DEUS MESMO ESCOLHE SEUS PROFETAS


Somos encorajados a sair às ruas e pregar o evangelho do reino,
resgatando as pessoas do império das trevas, porque Deus nos deu
toda a autoridade para fazer isso: “Disse-lhes: Ide por todo o mundo
e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será
salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Mc 16:15-16). Nossa
comissão não é apenas levar as pessoas a crer, mas também a ser
batizadas e introduzidas no Corpo de Cristo.
A igreja deve obedecer à palavra dada por Deus. Não devemos ficar
analisando e ponderando se vamos ou não obedecer. No Evangelho de
Marcos, está registrado: “De fato, o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado,
foi recebido no céu e assentou-se à destra de Deus. E eles, tendo partido,
pregaram em toda parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando a
palavra por meio de sinais, que se seguiam” (16:19-20). Se a cabeça dá
uma ordem, o corpo deve obedecer. Deus nos deu a ordem de pregar
o evangelho, e temos obedecido. Graças a Deus isso está acontecendo
conosco, e os adolescentes também estão participando deste mover,
O modelo de Jesus na obra de Deus

cheios de encargo, e o Senhor está cooperando conosco!


Lemos acima: “Cooperando com eles o Senhor”! Temos esta
garantia: Aquele que está assentado à destra de Deus coopera
conosco aqui na terra confirmando Sua palavra. Ele é quem dá a
palavra à igreja! A igreja crê, obedece e pratica, e, então, Cristo
vem e coopera, “confirmando a palavra por meio de sinais, que se
seguiam”. Somos gratos ao Senhor por estar experimentando isso
em nossos dias. Quando cremos na palavra profética, obedecemos e
saímos para fazer o que ela nos manda, e os sinais nos acompanham.
É por isso que, na obra de Deus, o Filho nada pode fazer de Si
mesmo, mas executa exatamente o que o Pai faz, pois é Deus mesmo
quem realiza a obra (Jo 5:19-20).
67
No livro de Amós há um princípio notável: Deus não faz nada sem
primeiro revelar a Seus servos. “Certamente, o Senhor Deus não fará
coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os
profetas” (3:7). No livro de Apocalipse, Deus revela Jesus Cristo a
Seus servos (1:1-2). Veja como Deus honra Seus profetas: para trazer
a revelação a Seus servos, os profetas, Deus usa um canal. O apóstolo
João, em sua época, foi um canal de Deus para revelar o segredo de
Deus àquele grupo de servos.
Não é João quem dá as ordens, ele é simplesmente um canal escolhido
para transmitir o falar de Deus a Seus servos. Não devemos contender
com João porque ele nunca disputou essa posição, mas apenas foi
escolhido por Deus como canal para transmitir essa revelação. Ele
estava apenas sendo fiel ao Senhor ao comunicar o que Deus queria
falar a Seus servos. As profecias são assim: elas não são palavras
do profeta, mas de Deus: “Rugiu o leão, quem não temerá? Falou o
Senhor Deus, quem não profetizará?” (Am 3:8).
Quando o apóstolo Paulo disse aos gálatas que o evangelho por ele
anunciado não era segundo o homem, ele quis dizer que suas palavras
não eram segundo ele mesmo, não eram dele: “Faço-vos, porém,
saber, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é segundo o
homem, porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas
mediante revelação de Jesus Cristo” (Gl 1:11-12).
O livro de Apocalipse começa com a revelação de Jesus Cristo (1:1).
Isso quer dizer que a origem da palavra profética está contida numa
revelação de Jesus Cristo. São segredos que Deus quer revelar a Seus
servos. Caro leitor, precisamos estar atentos ao falar que provém de
Deus para ser simples e obedientes. Quando a Cabeça, que é Cristo,
der a ordem, devemos simplesmente obedecer.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.


A cura pela palavra

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

68
SEMANA 4 – SÁBADO
Leitura bíblica:
At 10:40, 42; 17:31; Rm 2:16; 1 Co 15:24-28
Ler com oração:
“Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e
mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino” (2 Tm 4:1).

JESUS É O JUIZ DO UNIVERSO


Temos ressaltado a importância de depender de Deus em tudo o que
formos fazer. Não confiemos em nossa capacidade humana, e assim
Deus pode fazer Sua obra por meio de nós. No Evangelho de João,
temos o exemplo de Jesus fazendo a vontade do Pai: “Pois assim como
o Pai ressuscita e vivifica os mortos, assim também o Filho vivifica
aqueles a quem quer” (5:21). Isso significa que, quando o Filho
ressuscita mortos, é porque Deus Pai quer ressuscitá-los. O Filho dá
vida a quem quer, porque Ele faz a vontade do Pai. Hoje é a mesma
coisa. Um servo de Deus deve fazer tudo o que Deus quer fazer. Não
é a vontade do homem, mas é Deus usando Seu canal.
O versículo seguinte de João mostra-nos que o Pai não nos julgará
diretamente: “E o Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo
julgamento” (v. 22). Deus Pai concedeu a Jesus toda a autoridade para
julgar. Todos nós precisamos saber que Deus constituiu Seu filho Juiz
de vivos e de mortos, conforme lemos: “A este ressuscitou Deus no
terceiro dia e concedeu que fosse manifesto [...] e nos mandou pregar
ao povo e testificar que ele é quem foi constituído por Deus Juiz de
vivos e de mortos” (At 10:40, 42).
O livro de Atos também relata que Deus ressuscitou a Jesus Cristo
O modelo de Jesus na obra de Deus

e O fez Juiz de todo o mundo: “Porquanto estabeleceu um dia em


que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que
destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os
mortos” (17:31). O apóstolo Paulo disse que Deus julgará todas as
coisas por meio do homem Jesus: “No dia em que Deus, por meio de
Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens, de conformidade com o
meu evangelho” (Rm 2:16).
Jesus possui todos os requisitos para julgar porque foi provado e
aprovado. Ele viveu na terra como homem, nada fazendo por Sua
própria capacidade, mas em total dependência de Deus. Tudo o que
Ele faz, é Deus quem faz. Seu julgamento é justo porque é Deus
quem julga. Deus julgará por meio Dele. Se Ele fosse um homem 69
tendo autonomia e atuando conforme a própria capacidade, Deus
não confiaria a Ele a função de juiz. Na igreja só seremos confiáveis
se vivermos pelo mesmo princípio. Tudo o que fizermos, devemos
fazer por Deus, pelo Espírito e pela palavra, então seremos pessoas
confiáveis, e nosso julgamento será correto.
Deus constituiu Jesus como Juiz, portanto tudo aquilo que não
está de acordo com Deus, Ele julga: “Então, virá o fim, quando
ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo
principado, bem como toda potestade e poder. Porque convém que
ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés. O
último inimigo a ser destruído é a morte. Porque todas as coisas
sujeitou debaixo dos pés. E, quando diz que todas as coisas lhe estão
sujeitas, certamente, exclui aquele que tudo lhe subordinou. Quando,
porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, o próprio Filho
também se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que
Deus seja tudo em todos” (1 Co 15:24-28).
Deus constituiu o Senhor Jesus como Juiz e Rei para julgar e reinar
sobre todas as coisas. As coisas que estão acontecendo entre nós
fazem parte do julgamento de Cristo. Ele está fazendo uma limpeza
no universo. Tudo e todo aquele que não estiver sujeito à autoridade
de Deus será pouco a pouco varrido, pois toda a desobediência será
removida do universo. Por meio de Seu julgamento, Ele será o Cabeça
sobre todas as coisas.
Os vencedores reinarão com Cristo durante o milênio, e, no final,
Satanás será solto para manifestar o último resquício de desobediência.
Então Cristo o julgará e lançará tudo o que for negativo para dentro
do lago de fogo. Louvado seja o Senhor, pois, após o julgamento de
Cristo, nada mais se oporá a Deus. Sua vontade terá sido feita no
universo de maneira plena. Aleluia!

Escreva a frase que mais tocou seu coração.


A cura pela palavra

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

70
SEMANA 4 – DOMINGO
Leitura bíblica:
Lc 22:24-26; Jo 5:19-30; 2 Co 10:6
Ler com oração:
“Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te propus
a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que
vivas, tu e a tua descendência” (Dt 30:19).

A RESSURREIÇÃO DA VIDA
OU A RESSURREIÇÃO DO JUÍZO?
Jesus foi constituído Juiz sobre todas as coisas, e Deus punirá toda
desobediência por meio de nossa submissão a Ele (2 Co 10:6). Cristo
destruirá todos os principados e potestades e poderes. O último inimigo
a ser destruído é a morte. Não somente Satanás será lançado no lago
de fogo, mas também a morte e o Hades. O trabalho de Cristo acaba
somente quando tudo estiver sob Seu encabeçamento. Então o tempo
desaparecerá porque não será mais necessário, e seremos introduzidos
na eternidade. Quando o Filho julga, tudo fica limpo. O julgamento
de Cristo produz essa limpeza. Ele está limpando e julgando toda
desobediência. Por fim, o Filho entregará o reino a Deus Pai, e tudo
estará sob Seu encabeçamento. Deus finalmente será tudo e em todos!
Quem não honra o Filho não honra o Pai. Quem não honra o que foi
enviado não honra quem o enviou (Jo 5:23). No Antigo Testamento,
quando Deus enviava um profeta e o povo não o honrava, isso equivalia
a não honrar a Deus. Por meio do exemplo de Cristo, Deus também
quer limpar esse problema na igreja.
A história de João Batista e dos judeus, que fizeram dos princípios
O modelo de Jesus na obra de Deus

estabelecidos por Deus uma religião morta, mostra-nos que o homem


é muito suscetível à popularidade e à busca de glória para si. Quem
segue esse impulso está na mão do diabo, pois isso tem origem nele.
Jesus está trazendo-nos uma grande salvação porque em nós realmente
há essa tendência de ambicionar posições de destaque.
Durante a ceia do Senhor, na véspera de Sua partida, os discípulos
estavam preocupados em saber quem dentre eles seria o maior:
“Suscitaram também entre si uma discussão sobre qual deles parecia
ser o maior” (Lc 22:24). O ser humano sempre ambiciona ser o
maior, o primeiro. Essa é a linha da religião, mas a linha da vida
não é essa, como o próprio Jesus revelou: “Mas Jesus lhes disse: Os
reis dos povos dominam sobre eles, e os que exercem autoridade
71
são chamados benfeitores. Mas vós não sois assim; pelo contrário, o
maior entre vós seja como o menor; e aquele que dirige seja como o
que serve” (Lc 22:25-26). Aleluia! Esse é o caminho de Jesus.
Por isso cada um de nós arcará com as consequências do caminho
que escolher (Jo 5:28-29). Se tivermos praticado o bem, estaremos
na ressurreição da vida, que é para aqueles que serão introduzidos
no reino milenar. Já a ressurreição do juízo está relacionada com as
trevas exteriores, onde haverá mil anos de juízo. Por fim, todos os
filhos de Deus farão parte da nova Jerusalém; porém quem passar pela
ressurreição do juízo perderá o galardão de reinar com Cristo durante
mil anos. E mil anos não é pouco tempo!
Quem optar por ficar fora do reino milenar, que siga o caminho de
Caim, o caminho de confiar na própria capacidade. Quem, todavia,
quiser ser vencedor, não dispute com ninguém um espaço para si na
igreja. Obedeça ao Senhor e siga o caminho de Jesus: “Eu nada posso
fazer de mim mesmo; na forma porque ouço, julgo. O meu juízo é
justo, porque não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele
que me enviou” (Jo 5:30). Por isso o Pai confiou o julgamento ao
Filho, porque Ele nada faz por Si mesmo, e Seu juízo é imparcial.
Ele não julga segundo Seu próprio interesse, mas segundo a vontade
do Pai.
Também nós devemos aprender a julgar as coisas não segundo a
nossa perspectiva, isto é, vendo-as de acordo com nossos interesses.
Julguemos tudo de acordo com o interesse e a vontade de Deus
porque isso é salvação para nós. Temos uma natureza caída que
ama posições, receber glória dos homens, ter popularidade e ser
o primeiro, mas João nos mostra que esse caminho resultará na
ressurreição do juízo. Por isso é melhor tomarmos o caminho de
Jesus, o caminho que nos permitirá ter parte na ressurreição da vida
e reinar com Cristo por mil anos.
A cura pela palavra

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

72

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