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Série:

Uma vida
com Deus
P E D R O D O N G
© 2023 Editora Árvore da Vida

Cristo, o centro conector da obra de Deus – Livro 5

Título deste volume:


Uma vida com Deus

1ª edição - julho/2023 - 85.000 exemplares

Publicado também em
espanhol, inglês, coreano, francês, italiano e alemão.

Proibida a reprodução total ou parcial


deste livro sem a autorização escrita dos editores.

Todos os direitos reservados à Editora Árvore da Vida

Editora Árvore da Vida


Av. Corifeu de Azevedo Marques, 137 - Butantã
05581-000 - São Paulo - SP
Fone: (11) 3723-6000
www.arvoredavida.org.br
Impresso no Brasil

CITAÇÕES BÍBLICAS
As citações bíblicas são da Versão Revista e Atualizada de João Ferreira
de Almeida, 2ª Edição, salvo quando indicado pelas abreviações:

ARC - Almeida Revista e Corrigida


BJ - Bíblia de Jerusalém
BJC - Bíblia Judaica Completa
IBB - Rev. Imprensa Bíblica Brasileira
KJA - King James Atualizada
lit. - Tradução literal do original grego ou hebraico
NAA - Nova Almeida Atualizada
NVI - Nova Versão Internacional
VR - Versão Restauração

Capa: Willian Miguel | Projeto gráfico: Andréia Amorim | Diagramação: Wagner Costa
PREFÁCIO
Na contracapa aparece o QR Code “Posso orar por
você?”. Aponte a câmera de seu celular para esse código
e deixe seu nome, endereço, telefone e pedido de oração.
Você será encaminhado(a) para uma central de cuidado
e acolhimento, e uma equipe irá orar por você e cuidar
espiritualmente de você e de sua família.

Você também pode desfrutar do Alimento Diário pelo


EAV Play, apontando a câmera do celular para o QR Code
abaixo, e terá acesso às séries atual e anteriores, além
de conteúdo privilegiados, como tutoriais, audiobook,
mensagens completas em vídeo e muito mais!

E-mail: editora@arvoredavida.org.br
(11) 3723-6000
Será um prazer atendê-lo(a)!

Assim que se levantar, antes de qualquer outra


coisa, faça uma respiração da vida, invocando
profundamente o nome do Senhor Jesus!
Ao fazê-lo, jogue fora todos os temores, medos,
tristezas e pecados, e receba o Senhor Jesus como
vida, alegria, paz e encorajamento. Invoque: “Ó
Senhor Jesus!” várias vezes, durante todo o dia.
BOM DESFRUTE!

INDIVIDUALMENTE
1. Encontre-se com o Senhor de manhã cedo.
2. Leia os versículos propostos para cada dia a fim de ter uma ideia
completa do assunto a ser comentado. Lembre-se de que a Bíblia
explica a Bíblia; por isso, você poderá encontrar citações de muitos
outros livros da Bíblia, além daquele que estamos apresentando
neste Alimento Diário.
3. Leia com oração o versículo proposto para cada dia. Para isso,
cada palavra deve ser repetida, enfatizada e proclamada sem
pressa, como se a estivesse mastigando. Não leia o versículo todo
rapidamente, mas gaste tempo em cada palavra. Não se preocupe
em entender o versículo, mas em “comê-lo”, em tomá-lo pela fé
como alimento espiritual.
4. Sublinhe as frases e palavras que mais o impressionaram no texto
explicativo. Procure resumir o texto do dia em poucas palavras,
se possível, em uma só. Essa palavra, ou palavras, funcionará
como uma chave que lhe abrirá o significado espiritual do texto.
“Rumine-a” durante o dia, repetindo-a e proclamando-a para si
mesmo. Desse modo, o texto que você leu pela manhã servirá de
alimento espiritual todo o dia.
5. Compartilhe aquilo que você ganhou com as pessoas com as quais
se relaciona em casa, na escola, no trabalho etc. Elas precisam da
vida que você recebeu por meio da Palavra.
BOM DESFRUTE!

NOS GRUPOS FAMILIARES


1. O Alimento Diário é um excelente instrumento para que pequenos
grupos familiares se reúnam, a fim de estudar a Bíblia. Nós os
chamamos de grupos familiares por terem um caráter informal e
de cuidado mútuo entre seus participantes.
2. Um grupo familiar pode ser formado por familiares, vizinhos ou
por amigos que morem próximos a você, ou por seus colegas de
faculdade, de escola ou de trabalho.
3. Procure reunir-se periodicamente com os membros de seu grupo
familiar para lerem juntos o Alimento Diário.
4. Em conjunto, leiam as passagens sugeridas para cada dia, e leiam
com oração o versículo do dia.
5. Compartilhem entre si o ponto-chave de cada um, e procurem
aplicar essa palavra à sua vida cotidiana, às suas dificuldades, à sua
vida familiar e profissional. Torne a Palavra de Deus prática para
você. Dessa maneira, todos participam ativamente e são edificados
mutuamente.
6. Aproveitem a oportunidade para orar juntos por necessidades ou
problemas pessoais.
7. Sempre que possível tragam convidados para a reunião do grupo
familiar. Dessa maneira, mais pessoas poderão ser supridas pela
Palavra de Deus.
Que todos recebam vida em abundância!

Os editores

P.S.: Não se esqueça de dar uma olhada na leitura de apoio,


sugerida no início de cada semana. Ela lhe será muito útil.
SUMÁRIO

SEMANA 1: NOSSA VIDA ESTÁ OCULTA COM Acesso ao


vídeo da
CRISTO, EM DEUS – (CL 3:1-4) mensagem 17

Úteis nas mãos do Senhor ..................................................................................... 7


A escada que une a terra ao céu........................................................................... 10
Libertos do pecado e do pavor da morte.............................................................. 12
A lição que devemos aprender: a obediência....................................................... 14
Levante a cabeça, não olhe para o chão!.............................................................. 17
Um viver na esfera celestial................................................................................. 19
Seremos manifestados com Cristo, em glória...................................................... 21

SEMANA 2: CRISTO É TUDO EM TODOS NO Acesso ao


vídeo da
NOVO HOMEM – (CL 3:5-11)
mensagem 18

A promessa do Pai ao Filho................................................................................. 23


Ser sensível ao trabalhar do Espírito................................................................... 25
O Senhor mostrará Sua força contra os inimigos................................................ 27
Buscar as coisas do alto por meio da imersão..................................................... 30
Estamos crucificados com Cristo........................................................................ 32
Vencer as coisas negativas por meio da cruz...................................................... 34
O novo homem é coletivo................................................................................... 36

SEMANA 3: OS TERNOS AFETOS DE MISERICÓRDIA Acesso ao


vídeo da
DO NOVO HOMEM – (CL 3:12)
mensagem 19

Imergir na palavra para viver na esfera celestial.................................................. 39


Revestir-se de ternos afetos de misericórdia....................................................... 42
Fé autêntica e preciosa......................................................................................... 44
Chamados, eleitos e fiéis ..................................................................................... 46
Ser simples e obediente........................................................................................ 48
Seguir a verdade em amor.................................................................................... 52
O amor é o vínculo da perfeição.......................................................................... 55

SEMANA 4: REVESTIR-SE DO AMOR QUE UNE Acesso ao


vídeo da
TODAS AS COISAS COM PERFEIÇÃO – (CL 3:13-17) mensagem 20

O fluir do rio da graça no livro de Efésios........................................................... 58


O fluir do rio da graça no livro de Ezequiel......................................................... 60
A obra de Deus provém do fluir da graça............................................................ 63
No novo homem temos um viver coletivo........................................................... 65
Somos membros uns dos outros........................................................................... 67
O amor permanecerá............................................................................................ 69
Encher-se do Espírito imergindo na palavra........................................................ 71
SEMANA 1 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mt 20:1-16; 22:9-10; Rm 6:8
Ler com oração:
“Ajuntaram-se a ele todos os homens que se achavam em aperto, e
todo homem endividado, e todos os amargurados de espírito, e ele se
fez chefe deles; e eram com ele uns quatrocentos homens” (1 Sm 22:2).

ÚTEIS NAS MÃOS DO SENHOR


Estamos nos tempos finais, no término desta era, e Deus conta
com aqueles que se dispõem a obedecer-Lhe, a fim de concluir Sua
obra na terra. A condição em que se encontravam anteriormente não
importa; o que realmente importa é o modo como se dispõem hoje!
Não é essa sua experiência? Na mensagem desta semana, que tem por
título “Nossa vida está oculta com Cristo, em Deus” (cuja base bíblica
é Colossenses 3:1-4), você será conduzido às regiões celestiais. E qual
é a escada que se encontra na terra para estabelecer essa comunicação
com os céus? Existe algo na terra que ainda o subjuga ou amedronta?
Qual é a principal lição que aprendemos com Jesus ao considerar o
viver de sacrifício que Ele teve aqui na terra? Você sabia que, quando
experimentamos a realidade de morrer e ressuscitar com Cristo,
passamos a viver nas regiões celestiais e, assim, subjugamos as forças
das trevas? Por meio das palavras desta semana, você enxergará a vida
cristã de outra forma. Você está preparado?
O Senhor tem feito grandes coisas em nossos dias porque Ele quer Nossa vida está oculta com Cristo, em Deus
voltar. Isso não quer dizer que sejamos melhores que as outras gerações,
mas somos os trabalhadores da última hora (Mt 20:1-16) e, como tais,
nos assemelhamos ao exército de Davi. No período em que fugia do rei
Saul, Davi refugiou-se na caverna de Adulão. E os que o acompanhavam
como seu exército eram aqueles que estavam em aperto, endividados e
amargurados de espírito (1 Sm 22:1-2). Para encerrar esta era, o Senhor
está buscando nas “encruzilhadas” os coxos, os cegos, os paralíticos, e
assim fomos encontrados (Mt 22:9-10)! Aleluia! Não somos melhores
que os outros, mas, pela misericórdia do Senhor, Ele nos tornou úteis
em Suas mãos. Portanto precisamos compreender que não importa o que
fomos ou ainda somos. O que realmente importa é crer que morremos e
ressuscitamos com Cristo! (Rm 6:8).
Em Colossenses há uma grande revelação: “Portanto, se fostes
ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde 7
Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto,
não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está
oculta juntamente com Cristo, em Deus. Quando Cristo, que é a nossa
vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele,
em glória” (Cl 3:1-4). Se cremos que já ressuscitamos com Cristo,
não faz mais sentido buscar as coisas da terra. Busquemos as coisas
lá do alto, onde Cristo vive assentado à direita de Deus. Não devemos
mais ser escravizados por coisas terrenas como, por exemplo, ganhar
dinheiro e ter sucesso profissional. Embora essas coisas sejam
legítimas, nosso alvo é Cristo e Seu reino. Amado leitor, já morremos
para as coisas da terra, para a carne, para o corpo do pecado, pois tudo
isso foi crucificado juntamente com Cristo.
As ferramentas que Deus nos tem dado nos ajudam e nos levam
a buscar as coisas lá do alto e a pensar nelas. O Posto Avançado de
Colportagem (PAC) é composto de um grupo de cristãos dedicados
a aperfeiçoar os demais na colportagem. Os que passam por esse
aperfeiçoamento percebem que muitas habilidades que preservam no
serviço da igreja são realizadas “no automático”, na esfera terrena.
Depois de muitos anos servindo, aprendemos a orar, administrar uma
reunião, dar conselhos aos casais e aos irmãos, mas acabamos fazendo
essas coisas na esfera terrena. Isso é um perigo, pois as experiências
são importantes e necessárias, mas, se não forem feitas na esfera
celestial, tornam-se “muletas” ou “boias”, que nos impedirão de ser
conduzidos pelo rio da graça.
As experiências adquiridas ao longo de nossa caminhada cristã são
insuficientes e não funcionam diante da pressão que sofremos nas ruas.
Numa situação assim, é necessário algo vivo e cheio de poder, portanto
precisamos buscar as coisas lá do alto, fazendo imersão na palavra
profética para obter resultado. Louvamos ao Senhor pelo PAC, pois ali
somos aperfeiçoados, aprendemos a ser obedientes e a suprir as pessoas
com a palavra que o Senhor nos dá no momento da imersão.
Uma vida com Deus

É por isso que não é por força nem por conhecimento que fazemos
a vontade de Deus. O caminho é imergir na palavra profética, pois é
ela que faz a obra. Ainda que tenhamos pouca força e não sejamos os
melhores, confiamos totalmente na palavra que Deus tem falado nos
últimos dias. Graças ao Senhor, estamos aprendendo a viver na esfera
da fé. Hoje, até mesmo para orar, não confiamos naquilo que sabemos,
mas tomamos a palavra profética como nossa oração. Isso é ter fé e
8 ser simples! Mesmo aqueles que não saem às ruas todos os dias, para
orar pelas pessoas, podem viver na esfera da fé. Basta amar a palavra
profética e imergir nela. Aleluia!

Pergunta: Segundo o texto lido hoje, como, de fato, é feita a vontade de Deus
na terra?

Meu ponto-chave:

Leitura de apoio:
“A hora da mudança” – caps. 1 e 6 – Pedro Dong.

Nossa vida está oculta com Cristo, em Deus

9
SEMANA 1 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 28:10-17; 1 Tm 3:15
Ler com oração:
“Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos
de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem” (Jo 1:51).

A ESCADA QUE UNE A TERRA AO CÉU


Hoje consideraremos como é realizada a maravilhosa conexão entre os
céus e a terra. A revelação dessa realidade está na Bíblia. No Evangelho
de João, lemos: “No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com
Deus, e a Palavra era Deus. Ele, a Palavra, estava no princípio com
Deus” (1:1-2 KJA). Aqui “princípio” faz referência à eternidade sem
início, ou seja, antes de surgir a criação descrita no primeiro capítulo
de Gênesis. Nesse princípio estava Deus, o Pai, e a Palavra estava com
Deus, indicando que Cristo era o Filho unigênito do Pai.
E o capítulo primeiro de João assim continua: “O Verbo se fez
carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a
sua glória, glória como do unigênito do Pai. [...] Ninguém jamais
viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o
revelou” (Jo 1:14, 18). Observe que, na eternidade sem início, o Filho
foi denominado o “Verbo”, ou seja, a “Palavra”. A Palavra era o Filho,
mas, como na eternidade sem início Ele ainda não tinha vindo à terra
como homem, Ele era o único Filho, o Filho unigênito de Deus. Um
dia, porém, a Palavra se fez carne, tomou a semelhança da carne do
pecado e habitou entre nós cheia de graça e de verdade. E os que
viveram na época de Jesus viram Sua glória.
E por que Cristo é a Palavra? Porque a Palavra é para comunicação.
Deus Pai planejou criar a terra, mas, antes de criá-la, Ele preparou
Seu próprio Filho para ser o centro de comunicação entre o céu e a
terra. Vejamos dois textos bíblicos que explicam como ocorre essa
Uma vida com Deus

comunicação. O primeiro texto está no Evangelho de João: “Em


verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos
de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem” (1:51). Na
eternidade sem início, a Palavra era o Filho unigênito de Deus, mas
agora ela se fez carne e se tornou o Filho do Homem. Por que Deus
enviou Seu Filho unigênito à terra? Porque Ele queria ter uma conexão
com a terra. Então Jesus tornou-se o Filho do Homem para haver
10 essa comunicação entre o céu e a terra. E os anjos de Deus subiam e
desciam sobre o Filho do Homem, pois o céu se Lhe abrira. Tudo isso
revela que a comunicação com o céu está acessível a nós por meio
de Cristo. O versículo citado não menciona que os anjos desciam e
subiam, mas sim que subiam e desciam, pois agora Jesus, o Filho do
Homem, é o ponto de partida da terra para o céu!
O segundo texto que revela a comunicação da terra com o céu refere-
se ao sonho de Jacó. Ele fugia de seu irmão Esaú, que queria matá-lo,
e aconteceu que “tendo chegado a certo lugar, ali passou a noite, pois
já era sol-posto; tomou uma das pedras do lugar, fê-la seu travesseiro
e se deitou ali mesmo para dormir. E sonhou: Eis posta na terra uma
escada cujo topo atingia o céu; e os anjos de Deus subiam e desciam
por ela” (Gn 28:11-12). Jacó tomou uma pedra como travesseiro e se
deitou. Nesse momento sonhou com uma escada posta na terra, não no
céu. Quem é essa escada? É Cristo, o Filho do Homem, que é a Palavra.
Na sequência lemos que: “Despertado Jacó do seu sono, disse: Na
verdade, o Senhor está neste lugar, e eu não o sabia. E, temendo, disse:
Quão temível é este lugar! É a Casa de Deus, a porta dos céus. Tendo-
se levantado Jacó, cedo, de madrugada, tomou a pedra que havia posto
por travesseiro e a erigiu em coluna, sobre cujo topo entornou azeite”
(Gn 28:16-18). De onde veio a revelação de que aquele lugar era a casa
de Deus? Ninguém havia dito isso. Mas, quando viu uma escada em seu
sonho, Jacó recebeu a revelação de que ela era o canal de comunicação
da terra com o céu e entendeu que aquele lugar era a casa de Deus.
E onde está essa escada hoje? Na igreja, que é a casa de Deus
Nossa vida está oculta com Cristo, em Deus
(1 Tm 3:15). Jacó usou a pedra para erigir uma coluna e sobre ela
entornou azeite, que representa o Espírito de Deus. Aqui temos a
edificação da igreja. Aleluia! A casa de Deus é a porta dos céus, e você
está na casa de Deus! Perceba que na igreja podemos comunicar-nos
diretamente com os céus. Realmente devemos buscar as coisas lá do
alto e pensar nas coisas lá do alto. E nós já temos a escada, Cristo, que
faz a comunicação, pois Ele é o conector da terra com os céus!

Pergunta: Qual é a relação entre João 1:51 e Gênesis 28:11-18?

Meu ponto-chave:

11
SEMANA 1 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 3:1-5; Cl 1:13
Ler com oração:
“Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue,
destes também ele, igualmente, participou, para que, por sua morte,
destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse
todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda
a vida” (Hb 2:14-15).

LIBERTOS DO PECADO E DO PAVOR DA MORTE


Sabemos que a escada que conecta a terra com o céu está na igreja.
Quando saímos às ruas para pregar o evangelho e praticar o “Posso
orar por você?”, conectamos as pessoas com o plano celestial, pois
a igreja é a porta dos céus, e Cristo é quem conecta as pessoas com
o céu. Ele é o conector, a escada, o centro de comunicação da terra
com o céu. Portanto não é nossa habilidade de falar a palavra que
conectará as pessoas com o céu, mas é Cristo. Sendo assim, não use
sua habilidade para fazer a obra de Deus ou para tentar conectar as
pessoas com Ele; use a palavra de Cristo.
No capítulo terceiro de Gênesis, a serpente, com sua astúcia, corrompeu
a mente de Eva e a fez duvidar da palavra de Deus (Gn 3:1-5). Pela
hesitação da mente, a serpente conseguiu atrair e enganar a mulher
e, para substituir a Deus, ofereceu-lhe uma alternativa, ou seja, o
fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. A partir daquele
momento, o homem desconectou-se de Deus, que é a única verdade
do universo. Ao desconectar-se de Deus, o homem caiu em vácuo,
vaidade, falsidade e mentira. Por essa razão, Deus enviou Seu próprio
Filho para tornar-se homem: “O Verbo se fez carne e habitou entre
nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do
unigênito do Pai” (Jo 1:14).
Uma vida com Deus

A humanidade em geral vive desconectada de Deus e sob a


escravidão de Satanás, como está explicado em Hebreus: “Visto,
pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue,
destes também ele, igualmente, participou, para que, por sua morte,
destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse
todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda
a vida” (2:14-15). Satanás domina e escraviza as pessoas com o pavor
12 da morte. Por ter medo de morrer, muitos adoram ídolos e lhes fazem
oferendas para se proteger da morte, prática comum em alguns países.
Passei por estradas perigosas de Taiwan, na China, onde há dinheiro
jogado nas encruzilhadas para comprar a proteção dos ídolos. Para ter
prosperidade e saúde, muitos fazem pacto com os ídolos e se tornam
reféns e escravos de Satanás. Graças a Deus, Jesus veio para libertar-
nos da escravidão!
Como nós, o Filho tomou a semelhança da carne humana, mas sem
participar do pecado: “Porquanto o que fora impossível à lei, no que
estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho
em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com
efeito, condenou Deus, na carne, o pecado” (Rm 8:3). A carne está
enferma e não consegue cumprir a lei. Prestemos bastante atenção
ao que a Bíblia menciona: Jesus tomou a “semelhança da carne do
pecado”. Isso quer dizer que, quando se fez carne, Ele não nasceu
da vontade da carne, ou seja, de um pai e de uma mãe. Ele nasceu de
Maria por meio da concepção do Espírito Santo, por isso não tomou a
carne do pecado, mas apenas a semelhança do pecado. Ele se parecia
com o homem, tinha a semelhança do homem, mas não tinha pecado.
Quando a semelhança da carne do pecado foi para a cruz, “condenou
Deus, na carne, o pecado”.
Aleluia! Isso é motivo de alegria para nós! Amado leitor, não viva
refém do pecado, não tenha medo da morte! Saia da esfera de temor
e escravidão. Deus já o libertou de tudo isso (Cl 1:13). Creia! Como
cristãos, podemos e devemos viver essa realidade espiritual na terra!
Nossa vida está oculta com Cristo, em Deus

Pergunta: Como não ser refém do pecado e do pavor da morte?

Meu ponto-chave:

13
SEMANA 1 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Jo 1:1; Cl 1:15; Hb 2:5-10
Ler com oração:
“Embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que
sofreu” (Hb 5:8).

A LIÇÃO QUE DEVEMOS APRENDER: A OBEDIÊNCIA


O Filho de Deus se encarnou para libertar-nos da escravidão do
pecado e do medo da morte. Isso é extraordinário! O caminho que
Ele percorreu para libertar-nos está repleto de lições, conforme
lemos: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em
Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou
como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou,
assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens;
e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-
se obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2:5-8). Vimos que, no
princípio, Jesus Cristo era a Palavra que estava com Deus e era Deus
(Jo 1:1). Mas, para vir à terra como homem a fim de nos salvar, Ele
precisava esvaziar-se, desapegar-se do fato de ser Deus.
Em outra versão da Bíblia, esse texto foi traduzido assim:
“Cristo existindo em forma de Deus, apesar de Ele viver na
forma de Deus, não considerou a igualdade com Deus algo a ser
mantido pela força. Ao contrário, esvaziou a si mesmo, ao assumir
a forma de um escravo, tornando-se como os seres humanos são.
E, quando ele surgiu como um ser humano, humilhou-se ainda
mais, tornando-se obediente até a morte - morte na estaca como
um criminoso” (Fp 2:6-8 BJC).
Jesus tinha a forma de Deus, mas, quando estava para vir à terra
como homem, não se apegou ao fato de ser Deus; pelo contrário,
preferiu esvaziar-se dessa condição. O livro de Colossenses
Uma vida com Deus

apresenta Cristo como a imagem do Deus invisível (1:15). Cristo


tem não só a forma, mas também a imagem de Deus: “Ele, que é
o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando
todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a
purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas
alturas” (Hb 1:3). Deus é a própria glória. Assim como os raios
solares são o resplendor da glória do sol, e a única maneira de
14 ter contato com o sol é por meio de seus raios, Cristo também é
o resplendor da glória de Deus. O único meio de ter contato com
Deus, que habita em luz inacessível, é Cristo.
Além disso, Cristo é “a expressão exata do seu Ser”. Isso quer
dizer que Ele tem a essência, a substância do ser de Deus. Cristo
trouxe a estampa, a própria substância de Deus, para gravar dentro
de nós o próprio Deus. Ele também tinha a forma de Deus, mas
esvaziou a Si mesmo, ao assumir a forma de um escravo, igualando-
se aos seres humanos, e, como ser humano, humilhou-se ainda mais,
tornando-se obediente até a morte na estaca (cruz), como se fosse
um criminoso. No Império Romano, os piores criminosos eram
condenados à morte na estaca. Jesus tornou-se obediente até à morte
quando foi crucificado como criminoso. A obediência é o que Deus
quer de nós; é a finalização de Seu trabalho em nossa vida. É por
essa razão que hoje nos temos voltado cada vez mais para a palavra,
orando e fazendo imersão nela, a fim de compreender mais a vontade
de Deus para ser obedientes a ela.
O caminho que Jesus trilhou foi o caminho da obediência ao
Pai: “Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte
clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da
morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade, embora sendo
Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu e, tendo sido
aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os
que lhe obedecem” (Hb 5:7-9). A fé leva o homem à obediência. O
objetivo final de Deus é que trilhemos o mesmo caminho de Jesus
Nossa vida está oculta com Cristo, em Deus
Cristo aqui na terra. Ele esvaziou a Si mesmo e, como homem,
aprendeu a principal lição que todos devem aprender: a obediência.
Para o homem, a obediência é muito difícil, todavia Jesus, como
homem, foi obediente até à morte de cruz. Quando sofria no
Getsêmani, Ele rogou ao Pai que, se possível, O livrasse daquela
angústia, mas em seguida disse: “Todavia, não seja como eu quero,
e sim como tu queres” (Mt 26:39). Ele foi levado ao limite humano
e por obediência entregou-se ao Pai. O desejo de Deus é levar-nos à
obediência. Esse será o resultado da edificação da igreja, do tecido
de amor, da história de amor. Quando a obediência atingir seu ponto
máximo na igreja, o Senhor voltará.
Estamos sendo preparados para reinar no mundo que há de vir,
e a obediência é que pavimentará nossa caminhada em direção ao
reino. Hoje ainda não vemos todas as coisas sujeitas a Cristo, mas
trilhamos pouco a pouco esse caminho (Hb 2:5-10). Se almejamos 15
reinar e sujeitar as nações no reino milenar, precisamos aprender a
obediência e sujeitar-nos à palavra hoje! Aleluia! E quanto a você?
Tem-se esvaziado e trilhado o caminho da obediência?

Pergunta: Como é possível trilhar o caminho da obediência?

Meu ponto-chave:
Uma vida com Deus

16
SEMANA 1 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Jo 1:51; At 2:22-24, 36; Ef 1:20-21; Fp 2:8-11; Hb 4:14-16; 9:24
Ler com oração:
“Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça,
a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em
ocasião oportuna” (Hb 4:16).

LEVANTE A CABEÇA, NÃO OLHE PARA O CHÃO!


O caminho que nos conduz à glória é o da obediência a Deus e a Sua
palavra. Essa lição foi deixada por Jesus em Seu viver (Fp 2:8-11). O
ponto máximo da obediência de Cristo foi quando Ele morreu na
cruz, e então Deus O ressuscitou, O exaltou e O fez Senhor e Cristo
(At 2:22-24, 36). Jesus foi glorificado em Sua ressurreição, quando Deus
Lhe disse: “Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (Hb 5:5b). Na eternidade
sem início, Ele era o Filho unigênito de Deus; na ressurreição, tornou-
se o Filho primogênito e foi glorificado.
O texto-chave desta semana está no terceiro capítulo de Colossenses.
Ali vemos que fomos ressuscitados juntamente com Cristo. E onde
está Cristo? Nos céus! Quem é Ele nos céus? O Sumo Sacerdote. E
onde está o verdadeiro tabernáculo? Nos céus! Observe que tudo se
passa no plano celestial: “Ora, o essencial das coisas que temos dito é
que possuímos tal sumo sacerdote, que se assentou à destra do trono
da Majestade nos céus, como ministro do santuário e do verdadeiro
tabernáculo que o Senhor erigiu, não o homem” (Hb 8:1-2). O Nossa vida está oculta com Cristo, em Deus
verdadeiro tabernáculo está nos céus, e Cristo é o Sumo Sacerdote no
templo celestial, comparecendo diante de Deus em nosso favor (9:24).
Temos um Sumo Sacerdote que cuida de nossos interesses lá no céu
(Hb 4:14-16). Ele está ministrando a todo tempo em nosso favor diante de
Deus. Pelo fato de ter-se tornado homem, Ele entende nossas fraquezas,
problemas e dificuldades e se compadece de nós. Então acheguemo-nos
mais perto do Senhor! Acheguemo-nos confiadamente junto ao trono
da graça! Onde está esse trono? No céu! E como você consegue chegar
ao céu? Por meio de seu espírito e de sua fé! Que presente de Deus!
Precisamos ser levados para a esfera celestial assim como o apóstolo
João foi: “Imediatamente, eu me achei em espírito, e eis armado no céu
um trono, e, no trono, alguém sentado” (Ap 4:2). Não viva mais pelas
coisas da terra, olhando para o chão, mas levante a cabeça e olhe para o
céu. Creia, tome a escada e suba para o céu (Jo 1:51)! 17
Precisamos subir para a esfera celestial, onde está nosso intercessor,
Cristo, conforme lemos: “Quem os condenará? É Cristo Jesus quem
morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e
também intercede por nós” (Rm 8:34). Ainda que Satanás nos acuse
de ser pecadores e fracassados, foi Cristo quem morreu por nós. Então
podemos orar assim: “Sim, sou fraco, sou pecador, mas este fracassado
que sou já morreu com Cristo e ressuscitou com Ele; por isso hoje
vivo nas regiões celestiais”. Creia! Cristo está intercedendo por você!
Precisamos entender algo: a realidade da vida cristã está no céu, como
o apóstolo Paulo revela: “Portanto, se fostes ressuscitados juntamente
com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado
à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui
da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com
Cristo, em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então,
vós também sereis manifestados com ele, em glória” (Cl 3:1-4). Você já
foi transportado para o céu, portanto não fique preso às coisas da terra.
Use sua fé para crer nessa palavra. A escada, que é Cristo, está em
sua fé. Quando vivemos pela fé, e não pelas coisas que vemos (como
nossa habilidade de administrar a igreja ou de fazer uma oração),
somos imediatamente transportados para o céu.
Vivamos na esfera onde Cristo vive, acima de todo principado e
potestade (Ef 1:20-21). Nas ruas não se sinta subjugado pela frieza
das pessoas. Não fique desanimado! O Senhor quer levar você para a
esfera da fé, onde todas as coisas são subjugadas e estão debaixo de
seus pés. Portanto não tenha medo, pois você tem autoridade máxima.
Você está acima de todo poder e potestade. É você quem subjuga as
forças das trevas. Aleluia!

Pergunta: Quais são os benefícios de vivermos na esfera da fé?


Uma vida com Deus

Meu ponto-chave:

18
SEMANA 1 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Mt 24:14; 28:19; Jo 3:5-8; Rm 10:8-9; 1 Co 1:17-25; Gl 5:24; 6:14; Hb 4:15-16
Ler com oração:
“Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que,
como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim
também andemos nós em novidade de vida” (Rm 6:4).

UM VIVER NA ESFERA CELESTIAL


O trecho de Colossenses abordado nesta semana é extraordinário,
repleto de verdades que precisam ser praticadas em nosso viver diário.
Veja, por exemplo, o que nos recomenda esta porção: “Pensai nas
coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a
vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus” (3:2-3). Não
coloque mais sua mente na carne, nas coisas visíveis. Devemos viver
na realidade celestial, pois já morremos com Cristo. Isso significa que
morremos para o mundo, e o mundo morreu para nós (Gl 6:14). Pela
fé fomos crucificados. Crucificamos nossa carne com suas paixões e
concupiscências (5:24) e não somos mais deste mundo. A partir de
agora, devemos viver onde Cristo vive.
A Bíblia afirma que fomos sepultados e ressuscitados com
Cristo para que hoje andemos em novidade de vida (Rm 6:4).
Quando imergimos na palavra e desfrutamos do Espírito, nossa
vida é vivida na esfera celestial, ou seja, está oculta em Cristo. As
pessoas da terra não percebem essa realidade, não percebem que Nossa vida está oculta com Cristo, em Deus
estamos cheios do amor de Deus quando saímos às ruas para orar
por elas, quando pegamos o contato delas para inseri-las nas redes
de cuidado, quando as visitamos em sua casa, cuidamos delas e as
apascentamos. Esse é um viver de labor de amor, de sacrifício, de
entrega e de sofrimento, como o de uma mãe que nunca deixa de se
preocupar com seus filhos.
O mundo não consegue compreender o labor de amor com que
cuidamos das pessoas, mas essa é a comissão do Senhor para nós, e
devemos praticá-la (Mt 24:14; 28:19). Pregar o evangelho e cuidar das
pessoas exige uma vida de sacrifício e entrega. Se você sofre por isso,
não pense que está sozinho, pois um Sumo Sacerdote está intercedendo
por você diante do Pai (Hb 4:15-16). Nas regiões celestiais, está o
trono da graça, que nos supre e nos sustenta nesses momentos. Nossa
vida está oculta em Cristo. Mas, quando Cristo se manifestar, seremos 19
manifestados com Ele em glória, e nossa história de amor também
será manifestada.
Quando a Palavra afirma que morremos e ressuscitamos com Cristo,
mostra que a solução para o problema do homem não está na terra, não
está no gnosticismo nem no ascetismo, ou seja, não está em reprimir
a carne para tentar vencer a sensualidade. A filosofia dos gnósticos e o
esforço dos ascéticos em buscar a santidade não passam de sabedoria
humana, mas o evangelho que Paulo pregava era a palavra da cruz, que
é loucura para os que se perdem. Ele pregava a palavra “fora da caixa”
(1 Co 1:17-25). O que fazemos é loucura; é a loucura da pregação e
da fé! É só crer na palavra. Nossa solução é a cruz! Por isso não sirva
a Deus com sua sabedoria, mas seja sensível ao falar profético e siga
a direção do Espírito, “pois todos os que são guiados pelo Espírito de
Deus são filhos de Deus” (Rm 8:14). Em outras palavras, se somos
guiados pelo Espírito, andamos como filhos de Deus; se somos
guiados pela mente, não andamos como filhos de Deus.
A reconexão do homem com Deus se dá na esfera espiritual e
celestial. Graças ao Senhor nascemos do Espírito e entramos na esfera
do reino de Deus (Jo 3:5-6). Basta crer na palavra da fé (Rm 10:8-9).
Isso quer dizer o quê? Que a vida cristã é uma vida de fé vivida na
esfera espiritual e celestial. Nunca mais deveríamos viver na esfera
terrena. Todo homem que nasce do Espírito passa a viver não mais
segundo as regras da terra, mas pelo Espírito (Jo 3:8). E todos os que
são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Aleluia!

Pergunta: Como viver na esfera celestial?

Meu ponto-chave:
Uma vida com Deus

20
SEMANA 1 – DOMINGO
Leitura bíblica:
1 Co 13:8-13
Ler com oração:
“Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também
sereis manifestados com ele, em glória” (Cl 3:4).

SEREMOS MANIFESTADOS COM CRISTO, EM GLÓRIA


Nossa mente é a chave para vivermos a realidade espiritual na
esfera celestial. Se vivermos com a mente inclinada para a carne
(como vivemos tantos anos), teremos uma vida infrutífera para Deus.
Alguns tentam inclinar a mente para práticas religiosas, mas, mesmo
assim, isso não gera frutos para Deus. É necessário colocar a mente
no Espírito! E como fazer isso? Graças ao Senhor por Sua palavra! O
Senhor nos dá Sua palavra cada semana, cada momento. Ele nos supre,
e, quando imergimos na palavra profética, nossa mente se renova e
se inclina para o espírito. É assim que ganhamos vida e paz e temos
acesso à esfera espiritual. Nossa mente passa a pensar nas coisas do
alto, onde Cristo vive assentado à direita de Deus. E assim vivemos na
realidade lá do alto.
Em Efésios lemos: “Conhecer o amor de Cristo, que excede todo
entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus”
(3:19). A melhor tradução para a expressão “para que sejais tomados”
é “para que sejais preenchidos”. É isso que acontece conosco quando
imergimos na palavra profética. Quando obedecemos à palavra e saímos Nossa vida está oculta com Cristo, em Deus
às ruas para pregar o evangelho, somos libertados, curados, renovados,
fortalecidos e encorajados, pois estamos sendo preenchidos. Cada
vazio em nosso ser está sendo preenchido com o próprio Cristo, com a
própria verdade, até alcançarmos a plenitude de Deus.
Quando Cristo se manifestar em Sua segunda vinda, os que hoje
buscam as coisas lá do alto, que não colocam a mente nas coisas da
terra, também serão manifestados juntamente com Ele, em glória.
Nesse momento, todos verão claramente que a obra de edificação da
igreja foi realizada em amor. Por isso não vale a pena viver como
os outros homens, entorpecidos pelas coisas da terra. Vamos buscar
as coisas lá do alto. O mundo não percebe, mas, ao edificar a igreja,
construímos uma rede de amor. Ninguém está vendo, mas nós sabemos
o que está acontecendo no plano celestial. E, quando Cristo voltar, Ele
virá em Sua glória, e seremos glorificados com Ele. 21
O que está acontecendo conosco é uma história de amor. Estamos
edificando algo celestial. O amor é o único elemento de nossa obra
que jamais acabará: “O amor jamais acaba; mas, havendo profecias,
desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará;
porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos. Quando,
porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado”
(1 Co 13:8-10). Ainda estamos na terra, mas a realidade de nossa
vida está no plano celestial, por isso em parte conhecemos e em parte
profetizamos. O fato é que mesmo assim estamos construindo algo que
é perfeito: uma rede de amor! E a revelação continua: “Agora, vemos
como em espelho, obscuramente” (1 Co 13:12a). A palavra “espelho”
também pode ser traduzida por “janela”. Hoje vemos e acessamos as
coisas de Deus pela janela da fé. Mas chegará o dia em que: “Então,
veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como
também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o
amor, estes três; porém o maior destes é o amor” (vs. 12b-13 ).
O mundo não sabe quem somos ou o que fazemos: “Vede que grande
amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de
Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não
nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo” (1 Jo 3:1). Por
isso nossa vida está oculta em Cristo. Podemos até ser desprezados e
humilhados pelas pessoas nas ruas, mas um dia elas verão que estamos
construindo algo celestial e eterno: “Amados, agora, somos filhos de
Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos
que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque
haveremos de vê-lo como ele é” (v. 2). Quando Cristo se manifestar,
também seremos manifestados, e tudo que fizermos em Cristo será
manifestado em glória. Por tudo isso é que vale a pena viver uma vida
de sacrifício, de entrega e de sofrimento! Mesmo diante de tudo isso,
fazemos a vontade de Deus com alegria!
Uma vida com Deus

Pergunta: O que devemos fazer hoje para ser manifestados com Cristo,
em glória?

Meu ponto-chave:

22
SEMANA 2 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Sl 2:1-3; Ez 28:12; Jo 12:31; Hb 5:10; 1 Jo 5:19
Ler com oração:
“Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da
terra por tua possessão” (Sl 2:8).

A PROMESSA DO PAI AO FILHO


Nesta semana discorreremos sobre Cristo ser tudo em todos no
novo homem. No livro dos Salmos, capítulo segundo, vemos que
Deus escolheu Cristo como rei sobre as nações e Lhe dará as nações
por possessão. Muito tempo atrás, Deus criou o principal dos anjos e
o fez sinete da perfeição, cheio de sabedoria e formosura (Ez 28:12).
Esse anjo, chamado Lúcifer, orgulhou-se de sua perfeição e, em seu
coração, acreditava que Deus precisaria dele como o elo entre o
Criador e a criação. Mas, no versículo sexto de Salmos 2, está escrito:
“Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião”.
Por não ter sido o escolhido para fazer a conexão entre o Criador e
a criação, Lúcifer rebelou-se contra Deus, querendo estabelecer seu
próprio trono para ser igual a Ele. Deus, então, o lançou para fora de
Sua presença. Após sua queda, Lúcifer fundou um domínio chamado
de império das trevas.
Após rebelar-se, Lúcifer, como a serpente astuta no jardim do Éden,
enganou Eva ao colocar dúvida quanto à palavra de Deus e a induziu
a transgredir a ordem divina. Ao aceitar a oferta da serpente, o homem
se desconectou de Deus, que é a única verdade, a única realidade do
Cristo é tudo em todos no novo homem

universo. Então, o homem caiu num vazio profundo, passando a viver


num mundo de vaidade, mentira e trevas. Assim, toda sorte de pecado
entrou no homem, e consequentemente, a morte. Essa é a história
triste da humanidade, decorrente da rebelião de Lúcifer.
Desde que foi preterido por Deus, Lúcifer tem incitado rebeliões
entre os reinos da terra contra o próprio Deus (Sl 2:1-3). Começando
com Ninrode, cujo reino principiou em Babel e culminou na Babilônia,
todos os reinos deste mundo estão debaixo do governo de Satanás.
Sabemos que o mundo inteiro jaz no Maligno (1 Jo 5:19). Quando
veio à terra, Jesus disse que Satanás é o príncipe do mundo (Jo 12:31).
Este impera no mundo e o mantém debaixo da escravidão do pecado,
de angústia e aflição. Deus, porém, escolheu Cristo como Seu rei
sobre Seu santo monte Sião e disse: “Tu és meu Filho, eu, hoje, te 23
gerei” (Sl 2:6-7). O Filho foi gerado na ressurreição. No dia de Sua
ressurreição, Jesus foi glorificado, entronizado e elevado à destra de
Deus. O livro de Hebreus revela que Cristo foi nomeado por Deus
Sumo Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque (5:10). Ele hoje é
o Sumo Sacerdote, servindo no verdadeiro tabernáculo, no verdadeiro
templo de Deus, no céu.
Em Salmos 110:3 (KJA), Deus cumpre Sua promessa feita,
conforme o pedido do Filho: “Teu povo se apresentará generoso,
no dia da convocação. Nos montes santos, mais numerosos do que
gotas de orvalho no seio da aurora, tu terás teus exércitos de jovens
santos!”. Quem é esse povo? É a igreja, que luta por Seu reino.
Embora o Senhor tenha muitos filhos em Sua igreja global, a grande
maioria está entorpecida pelo mundo, mas, no tempo do fim, Deus
convocará a igreja em Filadélfia, que lutará pelo reino. “Teu povo”
se refere à igreja em Filadélfia. “Teu povo se apresentará generoso,
no dia da convocação”. O dia da convocação refere-se à chegada da
aurora, que prenuncia o raiar do dia, o despontar dos primeiros raios
de sol, anunciando que o amanhecer está próximo. A maioria não nota
a chegada da aurora; somente aqueles que têm contato com a palavra
profética a percebem.
Como são formados esses exércitos de jovens santos? A resposta
está em Salmos 110: “Teu povo se apresentará generoso, no dia da
convocação. Nos montes santos, mais numerosos do que gotas de
orvalho no seio da aurora, tu terás teus exércitos de jovens santos”
(v. 3). Hoje, na era final, Deus está fazendo cair, como gotas de orvalho
no seio da aurora, os jovens, os adolescentes, os pré-adolescentes e
até nossas crianças. Eles estão compondo os tais exércitos de jovens
santos. Isso não é obra humana, mas é a bênção que vem do céu porque
só Deus pode mandar o orvalho. Louvado seja o Senhor!

Pergunta: Como a promessa do Pai ao Filho é cumprida?


Uma vida com Deus

Meu ponto-chave:

Leitura de apoio:
“Vida cristã 110%” – cap. 1 – Pedro Dong.
24 “A hora da mudança” – cap. 1 – Pedro Dong.
SEMANA 2 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
1 Co 12:7
Ler com oração:
“Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há
liberdade” (2 Co 3:17).

SER SENSÍVEL AO TRABALHAR DO ESPÍRITO


Nossos adolescentes, que em outro tempo eram mal-humorados,
irritavam-se facilmente, vinham às reuniões da igreja por mera
obrigação, estão hoje descobrindo o milagre da imersão na palavra. A
palavra tem operado na vida deles, e eles estão começando a amar a
palavra profética. Hoje são colunas no exército de Deus.
Os líderes nas igrejas precisam ser sensíveis ao que o Espírito
está fazendo. Quando o Espírito segue uma direção, temos de segui-
Lo e efetuar o que Ele quer, conforme lemos no versículo sétimo
de 1 Coríntios 12: “A manifestação do Espírito é concedida a cada
um visando a um fim proveitoso”. Deixemos o Espírito ter liberdade
entre nós. Movidos pelo Espírito, irmãos da igreja em Belo Horizonte
tiveram a iniciativa de instituir a “Casa de Adolescentes”. Adolescentes
em situação vulnerável passaram a habitar nesse lugar, autorizados
pelos pais e assistidos por pessoas responsáveis. Nos finais de semana,
outros adolescentes se juntam a eles, quando então desenvolvem
várias atividades, como pregação do evangelho e distribuição de
livros espirituais.
Temos visto o Espírito Santo atuar em várias regiões da terra. Pudemos
Cristo é tudo em todos no novo homem

constatar, por exemplo, que o Senhor realizou uma virada nas igrejas da
Colômbia, do Equador e da Bolívia. Muitos irmãos decidiram ir para o
CEAPE (Centro de Aperfeiçoamento para a Propagação do Evangelho),
e veículos foram adquiridos para atender ao Expolivro. No continente
africano, nossa atuação foi totalmente nova, gerando como fruto a vinda
de irmãos do Congo, Moçambique, Quênia, África do Sul, Madagascar
e Uganda para o CEAPE. A maneira convencional de viver a vida
da igreja era pouco produtiva, num ritmo em que seria impossível o
Senhor voltar, mas Ele nos deu o caminho do Espírito. Hoje estamos
cheios de alegria, e nossa esperança na volta do Senhor foi renovada.
Uma porta na Austrália nos foi aberta e outra no Timor-Leste,
propiciando-nos uma entrada na Ásia. Vemos também o que o Senhor
está fazendo em Porto Rico, nos Estados Unidos, México e América 25
Central. Já temos pessoas dispostas a trabalhar na Coreia do Sul. O
Senhor ainda vai fazer grandes coisas em muitos lugares. Vamos
orar para que o Senhor continue nos abrindo portas para pregar Sua
palavra em todos os lugares: “Suplicai, ao mesmo tempo, também
por nós, para que Deus nos abra porta à palavra, a fim de falarmos
do mistério de Cristo, pelo qual também estou algemado” (Cl 4:3).
Louvado seja o Senhor!

Pergunta: Como o Espírito tem agido em nossos dias?

Meu ponto-chave:
Uma vida com Deus

26
SEMANA 2 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 2:7; Pv 20:27; Jo 1:51
Ler com oração:
“O Senhor sairá como valente, despertará o seu zelo como homem
de guerra; clamará, lançará forte grito de guerra e mostrará sua força
contra os seus inimigos” (Is 42:13).

O SENHOR MOSTRARÁ SUA FORÇA


CONTRA OS INIMIGOS
Em Isaías 42, temos um retrato do que tem acontecido em nossos dias.
O Senhor Jesus veio ao mundo para realizar a obra da redenção, a fim de
perdoar nossos pecados e nos salvar da perdição eterna, levando-nos de
volta para Deus. No versículo primeiro, lemos: “Eis aqui o meu servo,
a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha alma se compraz;
pus sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o direito para os gentios”.
Deus faz questão de declarar, inclusive para Satanás, que Cristo é Seu
escolhido e Nele Sua alma se compraz. Cristo promulgará o direito aos
gentios, que somos nós. Promulgar o direito é tornar pública a verdade.
O homem perdeu a realidade, desconectou-se de Deus, mas agora Deus
enviou Seu escolhido para promulgar o direito, a verdade.
Quando Cristo veio, Ele não clamou: “Não clamará, nem gritará,
nem fará ouvir a sua voz na praça” (Is 42:2); mas “como ovelha muda
perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca” (53:7), sofrendo
desprezo e rejeição. Lemos ainda: “Não esmagará a cana quebrada,
nem apagará a torcida que fumega; em verdade, promulgará o direito”
Cristo é tudo em todos no novo homem

(42:3). Muitos são como uma cana quebrada ou um pavio fumegante,


inúteis, mas ainda assim o Senhor não os “esmagará” nem os “apagará”;
pelo contrário, Ele lhes promulgará o direito, a verdade. Continua: “Não
desanimará, nem se quebrará até que ponha na terra o direito; e as terras
do mar aguardarão a sua doutrina” (v. 4). Apesar de a missão de vir à
terra ter sido difícil, Ele não desanimou, e as terras do mar – as nações
dos gentios, que somos nós – receberam Sua doutrina, Sua palavra.
Em Isaías 42:5, vemos que Deus criou os céus e os estendeu para
dar vida à terra. Os céus são para a terra. Deus formou a terra para
produzir para Ele, que significa fazer Sua vontade. A terra é o lugar
onde a vontade de Deus deve ser feita. Não podemos viver uma vida
cristã improdutiva, sem frutos; antes, precisamos fazer a terra produzir
para o Senhor. É Ele “que dá fôlego de vida ao povo que nela está e 27
o espírito aos que andam nela”. Na criação Deus soprou nas narinas
do homem “o fôlego de vida” (Gn 2:7), que, na língua hebraica, é o
próprio espírito do homem (Pv 20:27).
O homem, que anda na terra, que tem o “fôlego de vida”, deve
viver por meio de seu espírito, a fim de produzir para Deus, isto é,
fazer Sua vontade. Deve viver pelas coisas que não se veem, as coisas
da eternidade. De maneira prática, para ser produtivos, precisamos
imergir na palavra. Essa experiência nos fará desfrutar Cristo como a
escada que nos conecta ao céu, a Deus (Jo 1:51).
Continuando em Isaías 42:6-7, vemos: “Eu, o Senhor, te chamei
em justiça, tomar-te-ei pela mão, e te guardarei, e te farei mediador
da aliança com o povo e luz para os gentios; para abrires os olhos
aos cegos, para tirares da prisão o cativo e do cárcere, os que jazem
em trevas”. Essa foi a comissão recebida pelo Senhor para vir aos
gentios: abrir os olhos aos cegos, tirar da prisão o cativo e do cárcere,
os que estão nas trevas. Essa é também a missão que recebemos
do Senhor para levar a salvação às pessoas. Sabemos que Cristo já
veio, realizou a redenção eterna e gerou a igreja (vs. 8-9). Nos vinte
séculos de história da igreja, houve muita degradação. O Senhor não
pode esperar mais porque estamos no momento da aurora, na era
final. Vamos dizer ao Senhor que Ele pode contar conosco a fim de
produzirmos para Ele, fazermos Sua vontade e encerrarmos esta era,
porque Cristo, o escolhido de Deus, já veio e reconectou o homem
com Deus; e a igreja, o Corpo de Cristo, já foi gerada e precisa ser
edificada. Precisamos produzir para Deus, isto é, fazer Sua vontade,
a fim de que todas as coisas, do céu e da terra, sejam encabeçadas por
Cristo. Neste tempo do fim, o Senhor nos deu a palavra profética e a
imersão na palavra. O resultado disso é a obediência necessária para a
vontade de Deus ser feita, e então o Senhor poder voltar.
Na sequência vemos: “Cantai ao Senhor um cântico novo e o seu louvor
até às extremidades da terra, vós, os que navegais pelo mar e tudo quanto
Uma vida com Deus

há nele, vós, terras do mar e seus moradores” (Is 42:10). Cantemos um


cântico, um louvor novo. O Senhor quer que todos os continentes, todos
os cantos da terra vivam nessa realidade. O versículo 11 cita cidades e
aldeias de Quedar. Principalmente na América do Sul, o deserto, segundo
a visão de Apocalipse 12, levantemos nossa voz nas cidades e aldeias
habitadas de Quedar. Quedar refere-se a um lugar desprezado, mas agora
o Senhor mudou nossa sorte, e podemos exultar: “Deem honra ao Senhor
28 e anunciem a sua glória nas terras do mar” (Is 42:12).
O versículo seguinte continua: “O Senhor sairá como valente,
despertará o seu zelo como homem de guerra; clamará, lançará
forte grito de guerra e mostrará sua força contra os seus inimigos”
(Is 42:13). Em Sua primeira vinda, Jesus veio como uma ovelha muda
e sofreu calado todo tipo de agravo, mas agora Ele vem para tomar
posse de Seu reino. Ele já tem um exército de jovens santos, então
sairá como valente e despertará Seu zelo como homem de guerra.
Clamará e lançará forte grito de guerra e mostrará Sua força contra
Seus inimigos!

Pergunta: Qual é a diferença entre a primeira e a segunda vindas do Senhor?

Meu ponto-chave:

Cristo é tudo em todos no novo homem

29
SEMANA 2 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gl 2:19-20; Cl 3:2; Ap 12:1-5
Ler com oração:
“Longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor
Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para
o mundo” (Gl 6:14).

BUSCAR AS COISAS DO ALTO POR MEIO DA IMERSÃO


Vejamos a relação que há entre o capítulo 42 de Isaías e o capítulo
12 de Apocalipse. Em Isaías 42, está escrito: “Por muito tempo me
calei, estive em silêncio e me contive; mas agora darei gritos como a
parturiente, e ao mesmo tempo ofegarei, e estarei esbaforido” (v. 14).
Como em Apocalipse 12, a reação natural de uma mulher que está em
meio às dores de parto é gritar. A mulher ali está prestes a dar à luz o
filho varão, os vencedores, que há de reger todas as nações (vs. 1-5).
Por isso essa mulher grita.
Deus não se conterá mais; Ele gritará, e a igreja gritará junto com
Ele. No meio desses gritos, haverá um parto, e o filho varão nascerá.
Além disso, Deus tirará todos os obstáculos para a igreja avançar: “Os
montes e outeiros devastarei e toda a sua erva farei secar; tornarei os
rios em terra firme e secarei os lagos” (Is 42:15). E ainda nos guiará:
“Guiarei os cegos por um caminho que não conhecem, fá-los-ei andar
por veredas desconhecidas; tornarei as trevas em luz perante eles e
os caminhos escabrosos, planos. Estas coisas lhes farei e jamais os
desampararei” (v. 16). Nós éramos cegos, mas agora somos guiados
por um caminho que ninguém antes conheceu. Em toda a história da
igreja, nunca houve um momento como este que estamos vivendo
agora. No passado muitos tentaram trilhar esse caminho, e alguns
foram mortos. Os valdenses foram mortos ao tentar fazer colportagem.
Era proibido ao homem leigo ter acesso à Palavra de Deus e, muito
Uma vida com Deus

menos, divulgá-la. Os caminhos eram escabrosos, mas agora o Senhor


os tornou planos porque temos liberdade de ir às ruas, orar pelas
pessoas e semear os livros. O inimigo de Deus está ativo, descontente
com o que temos feito e quer, de todo jeito, nos fazer parar, mas o
Senhor não nos desamparará.
Todas essas experiências constituem a realidade de quem vive
na esfera celestial: “Se fostes ressuscitados juntamente com Cristo,
30 buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de
Deus” (Cl 3:1). Amar a palavra profética, imergir nela e a ela obedecer
é buscar as coisas lá do alto, onde Cristo vive. Não podemos opor-nos
à palavra. Cristo hoje é a Cabeça, é Ele quem manda e tem controle de
tudo. Estamos aqui na terra para produzir para Ele, colocando a mente
nas coisas do alto (v. 2). No passado, quando jovem, eu buscava ter uma
vida santa para não pecar. De manhã fazia a oração matinal, pensava nas
coisas lá do alto e me enchia do Espírito. Durante o dia, os afazeres e
os estudos me consumiam. No final do dia, já em mim mesmo, via que
não conseguia permanecer nas coisas lá do alto. Graças ao Senhor, hoje
descobrimos o caminho da imersão na palavra profética, que nos tem
sido uma verdadeira salvação. O amor pela palavra profética, a imersão
nela e a obediência têm feito toda a diferença, mudando nossa vida. Ao
imergir na palavra profética, colocamos nossa mente no espírito, e o
Senhor nos mantém na esfera lá do alto o dia todo.
O apóstolo Paulo continua: “Fazei, pois, morrer a vossa natureza
terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a
avareza, que é idolatria” (Cl 3:5). Se somos dominados pela natureza
terrena, é-nos muito difícil sair do círculo vicioso das coisas terríveis
do pecado. O primeiro nível dessas coisas grosseiras são as citadas
acima. Não conseguiremos livrar-nos da velha natureza terrena usando
a maneira religiosa.
Já morremos com Cristo e, para trazer essa realidade a nosso dia
a dia, precisamos da cruz (Gl 2:19-20). A cruz é a solução! Cristo já
crucificou o mundo: “Longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz
de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para
mim, e eu, para o mundo” (Gl 6:14). Não conseguimos vencer as coisas
Cristo é tudo em todos no novo homem

da natureza terrena por nós mesmos, mas precisamos reconhecer que


o mundo já está crucificado para nós, e nós, para o mundo. Mundo
aqui é kosmos, que inclui não só o pecado e a carne, mas todas as
coisas terrenas: os bens, as riquezas, as vantagens, o conforto que
desfrutamos, os prazeres; tudo já está crucificado!

Pergunta: Como colocar nossa mente nas coisas lá do alto?

Meu ponto-chave:

31
SEMANA 2 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 4:1-7; Cl 3:5; Tg 1:14-15; Ap 12:9
Ler com oração:
“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se
de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não
podeis servir a Deus e às riquezas” (Mt 6:24).

ESTAMOS CRUCIFICADOS COM CRISTO


Na Palavra está a realidade que nos livra da natureza terrena.
Quando na queda o homem se desconectou de Deus, surgiu nele um
grande vácuo, o que fez com que ele corresse atrás daquilo que o
príncipe deste mundo oferecia para preencher seu vazio. Por isso o
mundo é perigoso. Satanás lança iscas a todo momento, usando essa
carência para atrair a humanidade pela cobiça. Ele oferece ao homem
a cultura, a educação, as riquezas e os prazeres do pecado. O dinheiro,
por exemplo, compra conforto, poder e muitas outras coisas, mas isso
é insuficiente para satisfazer o homem.
O rei Salomão tentou preencher seu vazio com trabalho, mas
este não o preencheu; buscou conhecimento, mas isso só lhe trouxe
enfado; tentou realizações, construiu pomares, plantou jardins, teve
muitos servos e servas, teve muitas mulheres, buscou prazeres, mas
nada disso o preencheu. Satanás é capaz de seduzir o mundo inteiro
(Ap 12:9), oferecendo muitas coisas para o homem preencher seu
vazio. Como o homem não vê alternativas, está fadado a viver pela
natureza terrena, em meio aos pecados mais grosseiros: prostituição,
imoralidade, paixão lasciva, desejo maligno e avareza (Cl 3:5).
O Senhor Jesus disse que não podemos servir a dois senhores:
“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se
de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não
podeis servir a Deus e às riquezas” (Mt 6:24). A palavra “riqueza” em
Uma vida com Deus

grego é Mamon, o deus das riquezas, um ídolo. Quando alguém ama


o dinheiro, ama a riqueza, está servindo a esse deus, idolatrando-o.
A palavra impureza em grego é porneia, isto é, imoralidade sexual,
que é pecar contra o próprio corpo. Em sua primeira epístola aos
coríntios, Paulo diz: “Fugi da impureza [porneia, imoralidade sexual].
Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas
aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo” (6:18).
32 Por exemplo, se alguém furta um lápis, terá cometido um pecado
fora do corpo, mas aquele que pratica a imoralidade peca contra seu
próprio corpo. Isso é muito sério. Principalmente, vocês, adolescentes
e jovens, guardem-se disso, porque Satanás quer destruir seu corpo e
torná-lo inútil para a vontade de Deus.
A avareza e a cobiça são iscas para atrair e seduzir o homem. Nossa
alma é facilmente fisgada por esse pecado. Quando a cobiça concebe,
dá à luz o pecado, que, por sua vez, gera a morte (Tg 1:14-15). A cobiça
é o desejo ardente de possuir ou conseguir coisas. Caim cobiçava ser
aceito por Deus, mas o Senhor aceitou Abel e sua oferta, e não se
agradou de Caim e sua oferta. Por isso ele teve inveja e ódio de Abel,
o que resultou em homicídio (Gn 4:1-7). A cobiça é a raiz de todos os
problemas de relacionamento, portanto prejudica o homem no processo
da edificação de Deus. A avareza é o desejo de reter a qualquer custo
aquilo que já tenho. Eu possuo coisas e de modo algum quero abrir
mão delas. Isso é avareza. Aqui está o princípio da idolatria: o homem
passou a fazer sacrifícios a ídolos para obter benefícios pessoais, para
reter ou obter o que tanto aprecia.
A Epístola de Paulo aos Romanos revela-nos que nosso velho
homem foi crucificado com Cristo: “Porventura, ignorais que todos
nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua
morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para
que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai,
assim também andemos nós em novidade de vida. Porque, se fomos
unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos
também na semelhança da sua ressurreição, sabendo isto: que foi
crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado
Cristo é tudo em todos no novo homem

seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos” (6:3-6). Não


somos mais escravos do pecado, do velho homem, porque ele já foi
crucificado com Cristo. Hoje podemos viver na esfera da ressurreição,
em novidade de vida. Na prática, o que nos leva para a esfera da
ressurreição é a imersão. Imergir na palavra, amar a palavra profética
nos leva a viver na esfera celestial.

Pergunta: O que significa estar crucificado com Cristo?

Meu ponto-chave:
33
SEMANA 2 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Ef 4:29
Ler com oração:
“Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora,
vos aperfeiçoando na carne?” (Gl 3:3).

VENCER AS COISAS NEGATIVAS POR MEIO DA CRUZ


Quanto mais amamos a palavra profética, mais vivemos na esfera
celestial. Esta é a conduta do novo homem. Paulo, entretanto, traz-
nos algumas advertências acerca de coisas que ainda pertencem à
conduta do velho homem, conforme lemos: “Por estas coisas é que
vem a ira de Deus [sobre os filhos da desobediência]. Ora, nessas
mesmas coisas andastes vós também, noutro tempo, quando vivíeis
nelas. Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira,
indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso
falar” (Cl 3:6-8). Essas coisas praticávamos antes de nossa conversão.
A conduta do velho homem era praticar coisas grosseiras, do primeiro
nível, como imoralidade e cobiça, e do segundo nível, como ira,
indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do falar e
mentira. É muito comum os jovens aprenderem a falar palavrões.
Quem não fala palavrão não se enquadra bem nos grupos sociais.
Esse segundo nível da conduta do velho homem prejudica
seu relacionamento com os outros. O homem se tornou egoísta
e egocêntrico, quer ser o centro de tudo, por isso não consegue
relacionar-se bem com ninguém porque só pensa em si mesmo. Ira é
ter raiva das pessoas. Ela é maligna e visa acabar com o que Deus quer
fazer: tecer um tecido de amor entre nós. Indignação é mais que raiva:
é ódio, fúria, a ponto de fazer alguém perder o controle.
Maldade aqui é malícia. É, por exemplo, armar uma cilada para um
amigo, ser malicioso no tratamento com as pessoas. Maledicência é
Uma vida com Deus

falar mal das pessoas, o que pode tornar-se um vício. Quanto mais
alguém fala mal de outrem, mais se sente superior. Isso pode acontecer
entre nós: difamar as lideranças da igreja e da obra. Linguagem obscena
de nosso falar é usar linguagem indecorosa, indecente (Ef 4:29).
Continuando: “Não mintais uns aos outros, uma vez que vos
despistes do velho homem com os seus feitos” (Cl 3:9). Não adianta
continuar no velho homem e tentar melhorar o comportamento, ou
34 fazer vãs promessas de mudança. O homem se afastou da verdade,
desconectando-se de Deus, por isso vive na vaidade de seus próprios
pensamentos, cometendo toda sorte de impureza. O Senhor quer tirar
tudo isso de nós, mas não é nos aperfeiçoando na carne (como se lê
em Gálatas 3:3), nem promovendo mudança de comportamento por
meio de cursos, eventos ou uso de técnicas de autoajuda. O que temos
de fazer é nos despir. Despir-se é desvestir-se. O fato espiritual é que
hoje já nos despimos, nos despojamos do velho homem. O velho
homem já morreu. Vamos deixá-lo na cruz. Vivamos em ressurreição,
em novidade de vida, renovando nossa mente mediante a imersão
na palavra profética e o exercício de nosso espírito. O texto diz:
“Despojai-vos”. Despojar não é reformar ou consertar, mas é deixar de
lado, tirar do caminho, remover. Deus quer tecer um tecido de amor e
nos entrelaçar uns com os outros. A solução de Deus não foi recuperar
o velho homem, e sim fazê-lo morrer.

Pergunta: O que significa “despir-se” e “despojar-se” no texto acima?

Meu ponto-chave:

Cristo é tudo em todos no novo homem

35
SEMANA 2 – DOMINGO
Leitura bíblica:
1 Co 1:22; Ef 4:24; Cl 3:11; Hb 1:3
Ler com oração:
“Assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros,
sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito
a Cristo” (1 Co 12:12).

O NOVO HOMEM É COLETIVO


Cristo é a imagem de Deus, conforme lemos: “E vos revestistes
do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo
a imagem daquele que o criou” (Cl 3:10). Neste texto Cristo é a
imagem Daquele que O criou. Se Ele é a imagem do Deus invisível,
como entender esse mistério? Podemos entendê-lo usando Hebreus
1:3, porque Cristo é o resplendor da glória de Deus. Usando uma
ilustração, Deus é como o sol intangível, mas Cristo é capaz de trazer-
nos todos os seus benefícios de luz e calor. Também, ninguém jamais
viu a Deus, mas Cristo trouxe o Deus inacessível até nós, sendo a
expressão exata de Seu ser. A tradução da Bíblia Judaica Completa é:
“Este Filho é o resplendor da Sh’khinah, a expressão exata da essência
de Deus” (Hb 1:3). Cristo trouxe a essência, a estampa do Ser de Deus
para nós. A essência de Deus é estampada em nós. Quando fazemos a
imersão na palavra, não ganhamos apenas um pouco de conhecimento,
mas a essência de Deus é gravada em nosso coração. Quanto mais
desfrutamos a palavra, mais ela fica gravada em nosso coração. O
novo homem foi criado à imagem Daquele que o criou.
O velho homem, aquela pessoa individual e egoísta que éramos, já
morreu com Cristo. O novo homem não é um único cristão individual,
mas a igreja. Quando cremos em Jesus, fomos batizados para dentro
de um Corpo coletivo. Agora somos membros desse Corpo. O novo
homem é um homem coletivo. Por isso nossa vida daqui para frente
Uma vida com Deus

só atua coletivamente.
Como surgiu esse novo homem? Lemos em Efésios: “Aboliu, na
sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que
dos dois criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz, e
reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da
cruz, destruindo por ela a inimizade” (2:15-16). Por meio da morte
de Cristo na cruz, tanto judeus como gentios foram salvos. Ele uniu
36 esses dois povos em Si mesmo, criando um novo homem e fazendo a
paz. Não há mais conflitos. Reforçando: “E reconciliasse ambos em
um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a
inimizade”. A cruz destruiu a inimizade e uniu todos os povos da terra
em um só Corpo com Deus, e fez de nós um novo homem. O termo
“novo” de “novo homem”, no texto original grego em Colossenses
3:10, é neos. Usamos essa sigla para denominar os jovens que nos
têm ajudado a mudar esta era: NEOS – Núcleo Energético da Obra
do Senhor. Neos aqui significa “novo em idade”, “recente”. O “novo”
de “novo homem” em Efésios 4:24 é kainós, que significa “novo em
natureza, qualidade e forma”. Somos um novo homem tanto em idade,
como em natureza, qualidade e forma.
No novo homem não pode haver grego nem judeu, circuncisão nem
incircuncisão, bárbaro, cita, escravo ou livre (Cl 3:11); não há lugar
para o homem em seu estado natural. Somos muito diferentes uns dos
outros, por isso, no novo homem, não cabe mais o homem em seu
estado natural, uma vez que Cristo na cruz eliminou o homem natural.
Ele destruiu toda inimizade. Cada um tem sua peculiaridade, e, para
colocar todos juntos no novo homem, somente a obra da cruz teve o
poder de eliminar o velho homem.
Os judeus pedem sinais, e os gregos buscam sabedoria (1 Co 1:22).
Os judeus se orgulham dos milagres que Deus realizou no meio deles;
os gregos se orgulham de suas filosofias. Se cada um permanecer
em seu homem natural, não haverá um novo homem. Entretanto, no
novo homem, não há grego nem judeu. Também não há circuncisão
nem incircuncisão. Circuncisão refere-se aos que obedecem às leis
e aos ritos judaicos; incircuncisão refere-se aos que nada têm a ver
Cristo é tudo em todos no novo homem

com a religião judaica. Essa classificação diz respeito às diferenças


de credo e de práticas religiosas. Para os gregos e romanos, os que
não falassem sua língua eram chamados de bárbaros. Isso diz respeito
às diferenças culturais e étnicas. A classificação de escravos e livres
concerne às diferenças sociais e econômicas, divisão entre ricos e
pobres, entre os mais cultos e os menos cultos. Tudo isso nos divide.
Todas as diferenças são anuladas e substituídas por Cristo mediante
uma transformação metabólica. Não adianta dizer que doravante não
mais haverá entre nós diferenças étnicas, culturais, econômicas ou
sociais. O segredo é fazer o velho homem morrer. Cristo é tudo em
todos! Ele é tudo no grego e no judeu, é tudo no rico e no pobre.
Deus quer preencher nosso vazio com a realidade, que é Cristo.
Então não haverá grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, 37
bárbaro, cita, escravo, livre. Não haverá mais eu nem você, minha
opinião nem a sua, porque Cristo será tudo em todos!

Pergunta: Qual é a diferença em ser homem individual e coletivo?

Meu ponto-chave:
Uma vida com Deus

38
SEMANA 3 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Rm 6:6; Cl 3:1-4
Ler com oração:
“Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos
afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de
longanimidade” (Cl 3:12).

IMERGIR NA PALAVRA PARA VIVER


NA ESFERA CELESTIAL
Deus nos ama tanto que nos concedeu um presente maravilhoso:
a imersão na palavra profética. Por meio da imersão na palavra, não
vivemos mais por nossa habilidade natural, mas somos transferidos
para a esfera celestial. E assim somos revestidos dos “ternos afetos de
misericórdia do novo homem”, título desta semana, e impulsionados
a pregar o evangelho, conectando as pessoas com Deus e trazendo-as
para o viver da igreja. A imersão na palavra também nos fortalece
nas tribulações, a ponto de nossa alma ser transformada pelos
sofrimentos, qualificando-nos a reinar com o Senhor naquele dia.
Imersos na palavra profética, o amor de Deus é derramado em nosso
coração, e somos vinculados em amor. Esse é o ambiente propício
para a edificação do Corpo de Cristo.
Ultimamente os líderes das igrejas de certas regiões consagraram

Os ternos afetos de misericórdia do novo homem


alguns dias para ser aperfeiçoados no PAC (Posto Avançado de
Colportagem). Todos eles testificaram como foram ajudados pela
equipe do PAC e tiveram experiências sobrenaturais com Deus,
percebendo o quanto precisavam que o Senhor lhes revelasse a
verdadeira finalidade da imersão na palavra. Após a imersão, todos
saíram às ruas para testemunhar a ação da palavra profética na pregação
do evangelho; eles experimentaram a palavra de Deus fazendo a obra
de Deus. Viram que não funciona tentar realizar a obra do Senhor
com orações tradicionais ou conhecimento natural. Reconhecendo-se
impotentes e sem saber como prosseguir na pregação do evangelho,
pediam ajuda aos colportores.
Essa experiência mostra-nos que na igreja devemos pedir ajuda.
Estamos em um Corpo; logo, não sejamos individualistas nem
vivamos isolados, mas aproveitemos o privilégio de ter os membros do
Corpo de Cristo como nossos irmãos, sempre prontos a nos socorrer.
No PAC os líderes das igrejas pediam ajuda aos colportores, estes os 39
levavam a imergir na palavra, e tudo fluía bem. Perceberam, então,
como estavam vivendo a vida cristã de forma convencional, isto é,
sem apelar para as coisas lá do alto. Como cristãos, somos exortados
a buscar as coisas lá do alto, onde Cristo vive, pois já morremos e
ressuscitamos com Ele (Cl 3:1-4). Portanto não precisamos mais viver
limitados à esfera terrena, como aqueles que não têm a vida de Deus.
Graças à ressurreição de Cristo, podemos viver na esfera celestial pela
imersão na palavra profética. Dessa maneira, sempre seremos levados
a viver lá no alto e experimentar o sobrenatural de Deus.
Assim como não precisamos mais viver na esfera terrena, também
não estamos condenados a viver no velho homem, servindo ao pecado
como escravos (Rm 6:6). Em Colossenses há dois versículos com o
verbo “revestir-se” que esclarecem qual é nossa nova posição: “E vos
revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento,
segundo a imagem daquele que o criou” (3:10); e “revesti-vos, pois,
como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia,
de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade” (v.12).
Nesses versículos o verbo “revestir-se” em grego é enduo, significando
“vestir-se”, “entrar em uma veste”. Portanto revestir-se dos ternos
afetos de misericórdia é o mesmo que revestir-se do novo homem.
Amados, nosso velho homem já foi crucificado com Cristo, portanto
não precisamos esforçar-nos para praticar boas ações nem abster-
nos das más. Nós, que já morremos com Cristo, fomos transferidos
de endereço, pois agora vivemos no novo homem! O velho homem
era o indivíduo escravo do pecado, mas o novo homem representa o
coletivo, a igreja, a nova criação. Ao crer no Senhor, fomos inseridos
no maravilhoso Corpo de Cristo. Temos consciência de que Deus nos
batizou com Seu Espírito para dentro do Corpo de Cristo e não somos
cristãos individuais, sozinhos neste mundo. Ao aceitar Jesus, tornamo-
nos membros vivos do Corpo de Cristo.
Revestidos do novo homem, retiramos a velha veste e nos revestimos
Uma vida com Deus

dos ternos afetos de misericórdia. A expressão “ternos afetos” em


grego é splágchnon (“entranhas”). Na Grécia Antiga, acreditava-se
que os sentimentos de compaixão e os afetos mais profundos vinham
do interior, das entranhas. Quando estudamos o livro de Filipenses,
percebemos que o splágchnon vem de Cristo. Revestidos do novo
homem, o splágchnon de Cristo passa a habitar em nós, e somos
revestidos de ternos afetos de misericórdia. Assim, deixamos de ser as
40 pessoas mesquinhas que éramos no velho homem.
Pergunta: Qual é a maneira prática de nos revestir do novo homem?

Meu ponto-chave:

Leitura de apoio:
“O amor – O elo da perfeição” – caps. 3 e 4 – André Dong.

Os ternos afetos de misericórdia do novo homem

41
SEMANA 3 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mt 9:35; Rm 8:17-20; Ef 1:4; Cl 3:8-9, 12a; 2 Tm 2:10
Ler com oração:
“Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas
e exaustas como ovelhas que não têm pastor” (Mt 9:36).

REVESTIR-SE DE TERNOS AFETOS DE MISERICÓRDIA


No novo homem devemos despojar-nos “de ira, indignação, maldade,
maledicência, linguagem obscena e mentira” (Cl 3:8-9). Todos esses
sentimentos e comportamentos negativos pertencem ao velho homem,
mas agora estamos revestidos do novo homem e dentro de nós, há o
splágchnon de Cristo. Isso significa que temos a misericórdia, bondade,
humildade, mansidão e longanimidade de Cristo.
O viver de Jesus na terra revelou o Seu splágchnon. Jesus era cheio
de ternos afetos de misericórdia e não veio à terra para ser recebido
como rei, mas como servo para salvar o homem do pecado. Ele não se
hospedava em lugares requintados nem reunia pessoas em ambientes
elegantes para declarar-lhes Suas palavras. Jesus percorria cidades e
povoados, ensinando em sinagogas, pregando o evangelho do reino e
curando doenças e enfermidades (Mt 9:35). Hoje também seguimos
essa mesma missão: saímos às ruas pregando o evangelho do reino,
levando cura, libertação e salvação às pessoas. Sabemos que Satanás
usurpou o governo desta terra, que ele escraviza todas as pessoas e que
o mundo jaz no Maligno. Por isso há tantos males físicos e psicológicos,
mas nosso Senhor veio como Salvador para curar as pessoas.
Jesus nunca ignorou a situação da humanidade, mas se compadeceu
dela, pois viu que as multidões estavam exaustas e aflitas, como
ovelhas sem pastor (Mt 9:36). Em grego o verbo “compadecer-
se” é splagchnizomai, derivado do substantivo splágchnon. Assim
como Jesus, saímos revestidos de Seu splágchnon. Enchemo-nos
Uma vida com Deus

de compaixão ao ver as pessoas doentes, egoístas, individualistas;


pregamos-lhes o evangelho do reino para que vivam no rebanho do
Senhor e não mais sozinhas.
Revestir-se do novo homem não é mera doutrina, e sim uma
“troca de pessoa”. Antes vivíamos no velho homem, em nossas
desgastadas virtudes humanas, mas agora vivemos no novo homem,
nas virtudes humanas elevadas de Cristo! Você é um eleito de Deus,
42 escolhido antes da fundação do mundo, para ter um viver santo e
irrepreensível (Cl 3:12a; Ef 1:4), porém a única maneira possível de
ter esse viver é estar no novo homem. Quando você está no velho
homem, está no lugar errado. O lugar certo para um eleito de Deus
estar é no novo homem!
O apóstolo Paulo passou por muitas provações, mas tudo suportou
por causa dos eleitos, a fim de que obtivessem salvação em Cristo
Jesus, com eterna glória (2 Tm 2:10). Hoje também tudo suportamos
por causa do grupo escolhido pelo Senhor para ganhar a salvação; não
apenas a salvação inicial, mas a salvação que está em Cristo Jesus,
com eterna glória. Como eleito de Deus, você não foi escolhido para
ser um mero cristão. Deus deseja que ainda nesta vida você alcance a
meta final de Sua salvação: a glória!
Por isso ministramos estas palavras a esse grupo de eleitos,
incluindo você. Creio que estas palavras não voltarão vazias, mas
produzirão frutos nos escolhidos. Como filhos e herdeiros de Deus,
temos um preço a pagar. Sofremos com Cristo pela edificação da
igreja (Rm 8:17-20), todavia não focamos o sofrimento, pois nossa
esperança é a glória a ser revelada em nós. Toda a criação sofre na
vaidade, até alcançar a glória, quando, então, será liberta do cativeiro
da corrupção.

Pergunta: Qual é o preço que os eleitos de Deus devem pagar?

Os ternos afetos de misericórdia do novo homem

Meu ponto-chave:

43
SEMANA 3 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mt 7:23; Jo 3:6; Rm 8:21-23; 1 Co 3:12-15; 1 Pe 1:2-9; 4:12-13
Ler com oração:
“Para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa
do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor,
glória e honra na revelação de Jesus Cristo” (1 Pe 1:7).

FÉ AUTÊNTICA E PRECIOSA
Se você é um eleito de Deus, Ele aguarda que alcance ainda em vida
o ápice da salvação: a glorificação. Toda a criação aguarda o momento
da glorificação dos filhos de Deus (Rm 8:21-23).
A salvação de Deus deve alcançar as três partes do homem: espírito,
alma e corpo. No mais íntimo, está o espírito humano, criado para
ter comunhão com Deus e comandar a alma, a qual constitui nossa
personalidade. Já o corpo é o instrumento dado por Deus para vivermos
na terra. No dia em que cremos no Senhor Jesus, recebemos a vida eterna
em nosso espírito e nascemos do Espírito (Jo 3:6), tornando-nos filhos
de Deus. Nosso espírito já está salvo, mas nossa alma ainda não o foi
completamente. Por isso, desde o dia de nossa salvação até o fim de nossa
vida ou até quando Cristo voltar, Deus trabalha para salvar nossa alma.
Nossa salvação não foi fruto do acaso. Antes de existirmos, Deus
nos escolheu e conheceu toda a nossa história. Fomos eleitos segundo
a presciência de Deus Pai, que nos regenerou para uma viva esperança
(1 Pe 1:2-3). Ser regenerado é nascer de novo. Estávamos destinados a
viver e morrer no velho homem, escravizados pelo pecado, mas Cristo
veio e morreu por nós na cruz, crucificando nosso velho homem.
Quando cremos em Jesus, nosso velho homem morreu com Ele, mas
isso não é tudo. Ao terceiro dia, Deus O ressuscitou dentre os mortos;
logo, não só morremos com Cristo, mas ressuscitamos com Ele. Pela
graça do Senhor, não somos mais escravos do pecado!
Uma vida com Deus

Nossa vida foi mudada. Hoje, como herdeiros de Deus, temos uma
viva esperança: ser glorificados e receber uma herança incorruptível,
sem mácula e imarcescível (1 Pe 1:4). Nosso espírito já foi salvo,
agora é o tempo da salvação de nossa alma, tendo necessidade de ser
contristada por várias provações, pois os sofrimentos confirmam o
valor de nossa fé (vs. 6-7).
O fogo é para provar-nos e aprovar-nos. Uma edificação de madeira,
44 feno e palha o fogo destrói. Todavia uma edificação de ouro, prata e
pedras preciosas o fogo não destrói (1 Co 3:12-15). Portanto vamos
atentar para os materiais com que edificamos a igreja. Se achamos que
vivemos uma vida cristã maravilhosa, mas edificamos com madeira,
feno e palha, enganamo-nos a nós mesmos, pois naquele dia nossa
obra será destruída pelo fogo e seremos reprovados. De nada adiantará
dizer: “Senhor, mas em Teu nome fiz tantas obras! Liderei e administrei
bem a igreja, aconselhei casais e jovens, cuidei de crianças”. O Senhor
dirá que nunca nos conheceu (Mt 7:23), pois nossa obra foi reprovada.
Por essa razão, é importante sermos provados pelo fogo hoje, para
não nos surpreendermos naquele dia. Essa prova de hoje redundará
em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo. Deus deseja
salvar nossa alma completamente, por isso é tão importante enfatizar
a necessidade de passar por provações hoje, a fim de que a pureza
de nossa fé seja autenticada. Quem produz barras de ouro sabe do
valor da autenticidade. Em Sua vinda, Cristo procurará a autenticação
de nossa fé. Sendo assim, não nos assustemos com a prova do fogo
ardente em nossa vida cotidiana (1 Pe 4:12-13). Não estranhemos
a pressão nas ruas nem os “nãos” recebidos quando abordamos as
pessoas, porque tudo isso tem o objetivo de purificar nossa fé. Ao
sermos coparticipantes dos sofrimentos de Cristo, vamos alegrar-nos,
pois estes não são decorrentes de má conduta ou más escolhas, mas
provêm de nosso labor de amor pelas pessoas ao pregar o evangelho
do reino para a edificação da igreja. Passando hoje por tais tribulações,

Os ternos afetos de misericórdia do novo homem


na revelação de Sua glória exultaremos de alegria.

Pergunta: Qual é a real finalidade das provações em nosso viver?

Meu ponto-chave:

45
SEMANA 3 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mt 20:16; 2 Co 3:5; Fp 2:1-4
Ler com oração:
“Muitos são chamados, mas poucos, escolhidos” (Mt 22:14).

CHAMADOS, ELEITOS E FIÉIS


Como cristãos que desejam encontrar-se com o Senhor em Sua vinda,
não podemos nos contentar em apenas ser chamados, mas, também,
ser eleitos e fiéis. Em Apocalipse, lemos: “Pelejarão eles contra o
Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei
dos reis; vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham
com ele” (17:14). Vemos aqui uma distinção entre chamados, eleitos e
fiéis. Nem todos os chamados são eleitos. Muitos são chamados, mas
poucos são escolhidos (Mt 22:14). O Senhor fez de você um eleito,
por isso o chamou como trabalhador da última hora. Ele o escolheu
para ser santo e irrepreensível, por isso trabalhará em você até a glória
(20:16). Como um escolhido, o Senhor o chamou para você receber
a herança no final desta era, quando ocorrerá a manifestação do reino
dos céus. Portanto você não só foi chamado pelo Senhor, mas é Seu
eleito. Todavia precisa perseverar para terminar a carreira.
Já os fiéis são os que perseveraram, alcançaram a plena salvação
e lutarão ao lado do Cordeiro contra os exércitos do anticristo no
fim dos tempos. Satanás levantará dez reis, que se reunirão para a
última batalha contra os eleitos de Israel, a batalha do Armagedom.
Naquele momento os eleitos e os fiéis do tempo de hoje já terão sido
arrebatados ao terceiro céu e virão na parusia de Cristo. No final dos
três anos e meio da grande tribulação, o Senhor precisará dos eleitos
e fiéis para pelejar ao lado do Cordeiro. Os exércitos do anticristo
guerrearão contra o Cordeiro, e Ele os vencerá, pois é o Rei dos reis
e Senhor dos senhores. Juntamente com Ele vencerão os chamados,
Uma vida com Deus

eleitos e fiéis!
O Senhor precisa de eleitos que permaneçam fiéis até o final dos
tempos. Por um lado, Ele precisa de nós em Sua edificação, resgatando
as pessoas nas ruas e cuidando delas na igreja. Por outro, Ele precisa
de nós como exército. Na era final, a missão da igreja em Filadélfia é
esta: fazer com que todos os que estiverem sob sua responsabilidade
sejam vencedores. Sejam as pessoas que resgatamos das ruas e vieram
46 para a rede de cuidado, sejam os que vivem a vida da igreja conosco e
saem para pregar o evangelho do reino, todos precisam ser vencedores.
Nossa responsabilidade é grande, por isso o Senhor trabalha em nós,
revestindo-nos do novo homem com seus ternos afetos de misericórdia.
O apóstolo Paulo disse aos filipenses: “Se há, pois, alguma
exortação em Cristo, alguma consolação de amor, alguma comunhão
do Espírito, se há entranhados afetos e misericórdias” (2:1). Com isso
ele queria dizer que, se a igreja em Filipos vivesse na realidade do
novo homem, estaria vestida de splágchnon, isto é, revestida de ternos
afetos de misericórdia. Vivendo tal realidade, os filipenses estariam
cheios da compaixão de Cristo e teriam o mesmo pensamento, amor
e sentimento; seriam unidos de alma e nada fariam por partidarismo
e vanglória (vs. 2-3). Esse era o encorajamento do apóstolo, que
demonstra que um servo de Deus não labora visando ao zelo dos
irmãos para benefício próprio, mas para que haja real unidade e
genuíno entrelaçamento de amor na igreja.
A palavra “partidarismo”, mencionada neste versículo (Fp 2:3), em
grego é eritheia e significa “intriga”, “rivalidade” e “competição”.
Infelizmente alguns querem causar tal tipo de discórdia em nosso
meio para provar seu ponto de vista, e daí surge a difamação. Já a
vanglória é vaidade e falta de modéstia. Em vez de cair no engano do
partidarismo e vanglória, busquemos a humildade. Nada temos de que
nos gloriar. Se temos experimentado algum êxito nos últimos anos com
a colportagem dinâmica, isso não partiu de nós. Na verdade, o próprio

Os ternos afetos de misericórdia do novo homem


Senhor tem realizado a obra mediante Sua palavra. Amados, não somos
capazes de pensar algo por nós mesmos (2 Co 3:5), que dirá fazer
a obra de Deus! Por isso mantenhamo-nos humildes, considerando
os outros superiores a nós mesmos. Que não haja entre nós lutas por
título ou posição. Vivamos com ternos afetos de misericórdia, e não de
maneira egoísta, buscando apenas nosso benefício. Coloquemos em
primeiro lugar o interesse e o benefício do Corpo de Cristo (Fp 2:4).

Pergunta: Qual é a diferença entre chamados, eleitos e fiéis?

Meu ponto-chave:

47
SEMANA 3 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mt 24:14; Ef 4:12, 14-15
Ler com oração:
“Assim diz Deus, o Senhor, que criou os céus e os estendeu, formou
a terra e a tudo quanto produz; que dá fôlego de vida ao povo que nela
está e o espírito aos que andam nela” (Is 42:5).

SER SIMPLES E OBEDIENTE


Jesus veio à terra pregar o evangelho do reino, e essa também foi a
comissão dada por Deus à igreja em Filadélfia, na era final. O evangelho
do reino resulta no governo de Cristo sobre a vida das pessoas. Portanto
não só pregamos o evangelho da graça para a salvação inicial, mas
também o evangelho do reino para trazer o governo de Cristo, a fim
de realizar Sua vontade na terra. Nossa comissão está registrada no
Evangelho de Mateus: “E será pregado este evangelho do reino por
todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim”
(24:14). Antes de Sua partida, Jesus deu essa incumbência à igreja. E,
se não cumprirmos nossa responsabilidade de pregar o evangelho do
reino, o fim não virá.
Pregar o evangelho do reino requer tempo, e, em nossa jornada no
viver na igreja, estamos aprendendo a praticar o evangelho do reino.
Para cumprirmos nossa missão hoje, um dos primeiros passos é contatar
as pessoas onde estivermos e perguntar-lhes: “Posso orar por você?”.
Então oramos por elas, conectando-as com Deus e pregando-lhes o
evangelho da salvação de maneira bem simples. Levamos as pessoas a
invocar o nome do Senhor, para assim receberem o Senhor Jesus como
Senhor e Salvador. E, por meio de oração, podemos até mesmo ajudá-las
a resolver alguns problemas, mas o tempo é muito curto para podermos
nos aprofundar e pregar o evangelho do reino. Em nosso contato com as
pessoas nas ruas, no máximo pregamos o evangelho da graça.
Uma vida com Deus

E como pregar o evangelho do reino? Fazemos isso por meio dos


livros. Muitos não se sentem confortáveis em levar os livros às pessoas,
mas de que outra forma a igreja cumpriria sua responsabilidade de
pregar o evangelho do reino? Quando deixamos os livros nas mãos das
pessoas, sendo elas eleitas, em algum momento sentirão a necessidade
de lê-los. E isso realmente acontece. Uma pessoa foi abordada por
irmãos e já estava com um de nossos livros na mão. Ela disse que o
48 comprara há pouco tempo e estava gostando muito da leitura.
Quando leem nossos livros, as pessoas começam a compreender o
evangelho do reino. E, em algum momento, elas nos procurarão para
viver a vida da igreja conosco. Certamente muitos deixam o livro
parado em casa, contudo algum dia algo acontecerá, e irão pegá-lo
para ler. Sendo assim, nossa responsabilidade é pregar o evangelho
do reino por intermédio dos livros. Foi dessa forma que surgiu a
colportagem. No final dos tempos, o Senhor tem acelerado nossos
passos, por isso em 2017 a colportagem tornou-se dinâmica, passou
para um nível superior. Estimamos que até o ano de 2023 teremos
semeado 12 milhões de livros no Brasil. Isso sem contar os demais
países da América do Sul, os Estados Unidos, a Europa e África. Vejam
o quanto o Senhor avançou em seis anos! Essa é uma oportunidade
especial para as pessoas receberem o evangelho do reino. Tornando-se
eleitas e fiéis, elas poderão reinar com Cristo, juntamente conosco, por
mil anos. Quando você escolhe não deixar o livro com elas, nega-lhes
essa oportunidade.
Além de pregar o evangelho, todos os nossos serviços também
visam a um único ministério: a edificação do Corpo de Cristo
(Ef 4:12 KJA). Quando pensamos em edificação, pensamos em
sobreposição de materiais de construção. Mas edificamos a igreja
seguindo a verdade em amor, e não com discussão de doutrinas
(vs. 14-15). Nossa tendência é conviver com as situações dando nosso
“jeitinho”, mas isso não edifica a igreja. Vimos que a ida ao PAC

Os ternos afetos de misericórdia do novo homem


ajudou os líderes a enxergar que se apoiavam nesse jeitinho e em suas
habilidades naturais para servir ao Senhor.
Conosco não é diferente. No começo o Senhor pode ter-lhe dado
uma experiência fantástica e tê-lo usado para edificar a igreja, cuidar
dos irmãos, ministrar uma palavra maravilhosa, mas você se apoia
nessa experiência para continuar servindo. A primeira experiência
tão rica passa a fazer parte da esfera de sua habilidade. Até mesmo
a oração pode ser convencional. No PAC muitos líderes perceberam
que suas orações tradicionais não surtiam efeito nas ruas por mais que
tentassem. Então foram ajudados por um jovem líder da equipe de
colportagem a orar segundo a palavra da imersão. Alguns fizeram essa
oração temendo que a pessoas não compreendessem o que oravam,
mas obedeceram. Para surpresa deles, a pessoa chorou dizendo que era
o que precisava ouvir. Alguns insistiam em ajudar alguém da maneira
habitual, mas sem resultados; então lembravam-se da orientação do
colportor sobre a imersão e, usando a palavra profética, a pessoa 49
era alcançada. Como temos visto, não é uma questão de habilidade
ou capacidade, mas de ser simples e obedientes à palavra profética,
crendo que ela realiza a obra de Deus.
No Evangelho de Mateus, lemos que o Senhor nos dá o pão a cada
dia. Ele também nos dá a palavra para desfrutarmos e imergirmos a
cada dia, e é isso que precisamos fazer para orar pelas pessoas. Sejamos
simples e obedientes! Muitos daqueles líderes têm servido na igreja há
anos. Se não tivessem ido ao PAC, não seriam alertados para o fato
de que estavam servindo de maneira costumeira e tradicional – no
tribunal de Cristo, o Senhor os reprovaria. Talvez eles não se tenham
tornado colportores dinâmicos, mas a ida ao PAC permitiu-lhes ter
essa percepção, o que já vale como lição por toda a vida. Amados, citei
novamente essa experiência para reforçar que tudo o que fizermos
precisa produzir realidade. Os anos passam, e nos acostumamos a
viver no padrão da esfera terrena. Esse viver não produz a verdade.
Deus criou a terra para que esta possa produzir em prol de Sua
vontade. Em outras palavras, Ele deseja que a terra produza realidade.
Será que nossa maneira de servir na igreja produz realidade ou é mera
reprodução do que aprendemos a fazer há anos? Nesse momento pare
e reflita como está sua vida cristã. Tem produzido realidade e verdade?
Se a resposta for negativa, é importante você ser levado ao nível de
não confiar em si mesmo ou naquilo que faz habitualmente. Se nossa
vida não produzir verdade, no tribunal de Cristo o Senhor dirá que
não nos conhece. Não queremos que esse seja nosso fim. Por isso
aproveitemos o enorme presente dado pelo Senhor, que é a imersão
na palavra profética.
Seja simples e pratique a imersão com os irmãos. Confie na palavra
profética. Não apenas confie nela, mas se aprofunde nela, rumine-a
para assimilá-la. Fazendo assim, você entrará no sentimento da
palavra. Sem imergir na palavra, ouvimo-la superficialmente e pouco
assimilamos. Quando nela imergimos, ela se torna nossa constituição
Uma vida com Deus

e nos tornamos mais obedientes a ela. Isso trará o encabeçamento de


Cristo e a realidade do evangelho do reino.
Vamos praticar a imersão em nosso dia a dia, na pregação
do evangelho, fazendo colportagem. Assim veremos as coisas
funcionando, porque seremos transferidos para outra dimensão. Essa
é a realidade dos colportores dinâmicos. Eles são obrigados a viver
no espírito, porque, sem isso, a colportagem não funciona. Com a
50 imersão, os colportores são preenchidos com a realidade do amor de
Deus para alcançar as pessoas nas ruas. A imersão na palavra leva-os a
estar sob o governo do Senhor, produzindo verdade e realidade.

Pergunta: Sua vida cristã tem produzido o quê?

Meu ponto-chave:

Os ternos afetos de misericórdia do novo homem

51
SEMANA 3 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Ef 4:15-16; 1 Jo 4:12
Ler com oração:
“Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus
permanece em nós, e o seu amor é, em nós, aperfeiçoado” (1 Jo 4:12).

SEGUIR A VERDADE EM AMOR


Quando nos esvaziamos de nossos conceitos e praticamos a imersão
na palavra, seguimos a verdade em amor. Essa verdade não é uma
verdade teológica e doutrinária, que gera discussões e discordâncias.
Essa verdade é produzida na esfera do amor (Ef 4:15). Fazendo a
imersão, tornamo-nos obedientes à palavra, e não somente a ela, mas
também obedientes a Cristo.
Seguindo a verdade em amor, edificaremos o Corpo de Cristo: “De
quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda
junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio
aumento para a edificação de si mesmo em amor” (Ef 4:16). Aqui
a palavra “consolidado” significa “entrelaçado”, que, por sua vez,
é a mesma palavra para “coalescido”. A edificação não é uma mera
construção, mas é algo que Deus produz pelo entrelaçamento de amor.
O amor não é uma habilidade humana, mas é algo que vem de Deus,
pois Ele é amor! Na imersão na palavra profética, conecto-me com
Cristo e recebo o amor de Deus.
Você já deve ter percebido que seu amor é limitado; esse amor não é
o amor verdadeiro. Logo, como não temos a habilidade natural infinita
de amar as pessoas, precisamos buscar esse recurso lá no alto. Do alto
recebemos graça, verdade, luz, mas em essência recebemos amor. Nas
ruas, quando nada funciona e apelamos para os céus, Deus nos dará
uma só coisa: o amor ágape. Pela imersão, o amor ágape encherá
nosso coração, e alcançaremos as pessoas com o amor de Deus.
Uma vida com Deus

Quando amamos uns aos outros, Deus permanece em nós, e Seu


amor é em nós aperfeiçoado (1 Jo 4:12). Durante vinte séculos da
história da igreja, Deus tem enviado Seu amor como recurso. Todavia,
durante todo esse tempo, a igreja não soube usar esse amor para
entrelaçamento, então o amor de Deus não foi aperfeiçoado. Mas
chegou a hora de a igreja em Filadélfia aperfeiçoar esse amor por
meio da imersão na palavra profética. A imersão gera a obediência
52 a Cristo, levando-nos às ruas cheios do amor de Deus para orar pelas
pessoas. Assim, ao perguntarmos às pessoas “Posso orar por você?”,
elas perceberão o amor verdadeiro.
Certa vez uma mulher foi abordada na rua e pediu: “Ore pelo meu
filho. Ele entrou nas drogas, e estou desesperada; não sei mais o que
fazer”. O irmão orou, ela agradeceu e disse: “Eu falei do meu problema
para muitas pessoas, mas ninguém se preocupou; você foi o primeiro a
se preocupar com ele”. O que é isso? Isso é amor e compaixão.
Ao usarmos o amor de Deus para ajudar as pessoas, ele é em nós
aperfeiçoado, consolidado e coalescido, assim como os melhores
tecidos, cujos fios são bem compactados e ajustados. Deus nos tem
ajustado por meio de Seu amor. Ele não quer que nos apoiemos
em nossa habilidade natural para amar as pessoas, mas deseja que
busquemos lá no alto esse recurso! Somente quando Ele derrama Seu
amor em nós, somos entrelaçados.
Buscamos esse amor não apenas para pregar o evangelho, mas
também para nossa vida pessoal. Como está seu casamento? Você
tem seguido a verdade em amor em seu casamento? Ele está cheio
de realidade e verdade? Está produzindo o tecido de amor? Ou você
apenas aprendeu a contornar as situações e a conviver com seu cônjuge
dando “jeitinhos”? Se você deseja ter um casamento entrelaçado no
amor de Deus, pratique em casa a imersão na palavra.
E no serviço da igreja? Será que tem se entrelaçado em amor, ou
apenas usa suas habilidades para servir bem? Você pode ter produzido

Os ternos afetos de misericórdia do novo homem


um serviço excelente, mas não produziu um tecido de amor. Talvez
não encarregue determinado irmão para uma tarefa porque ele tem
temperamento difícil ou não tem habilidade. Dessa forma, vai servindo
com seus jeitinhos para fazer tudo a sua maneira.
Amados, Deus nos deu um caminho para mudar nossa vida e produzir
o tecido de amor, sem apelar para nossa maneira própria: a imersão na
palavra. Você pode imergir no trabalho, durante o cafezinho, em casa,
realizando atividades domésticas. De alguma forma, o Senhor irá usá-
lo para suprir outras pessoas do amor de Deus.
O Senhor quer levar a igreja para outro nível; Ele quer levar-nos
a viver em verdade e realidade, para não sermos surpreendidos no
tribunal de Cristo. Portanto busquemos encher-nos do amor de Deus,
a fim de ser ajustados e consolidados como Corpo de Cristo, para
produzir o tecido de amor (Ef 4:16a). Ajudemo-nos mutuamente
a fazer a imersão na palavra para vivermos na realidade do amor
(v. 16b). Assim, naquele Dia todos seremos chamados, eleitos e fiéis. 53
Produzindo hoje a realidade do tecido de amor, certamente reinaremos
com Cristo.

Pergunta: Qual é a maneira prática de seguir a verdade em amor?

Meu ponto-chave:
Uma vida com Deus

54
SEMANA 3 – DOMINGO
Leitura bíblica:
Mt 5:38-42, 44; Rm 8:17; 12:9-21; Cl 1:17, 27; 2:2
Ler com oração:
“Acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da
perfeição” (Cl 3:14).

O AMOR É O VÍNCULO DA PERFEIÇÃO


Ao imergirmos na palavra, o amor de Deus é derramado em nosso
coração, capacitando-nos a alcançar as pessoas na pregação do
evangelho. Assim edificamos a igreja. A única maneira de vivermos
no amor verdadeiro é deixar de lado nossa habilidade de contornar
os problemas e apelar para o alto. Então Deus enviará a nosso
coração Seu amor puro, real e sem hipocrisia (Rm 12:9). O amor
de Deus é perfeito, e podemos acessá-lo a todo momento; logo,
não precisamos limitar-nos a viver por nossa habilidade de servir
ao Senhor. Para amar de verdade, vamos recorrer a Deus, que é a
fonte do amor. O apóstolo Paulo encorajou-nos a amar-nos uns aos
outros, com amor fraternal, preferindo-nos em honra uns aos outros
(v. 10). Isso somente é possível pelo amor ágape, a fonte do amor
fraternal (philadelphia).
No velho homem, buscamos preeminência e somos egoístas. No
novo homem, preferimos os outros em honra, pois o amor de Deus

Os ternos afetos de misericórdia do novo homem


está em nós. A imersão na palavra profética nos fornece recursos para
amar os irmãos de fato e de verdade, sem fingimento. Assim o tecido
de amor é confeccionado na igreja. Nesse ambiente ninguém buscará
honra para si mesmo; antes, preferirá em honra um membro ao outro,
para o benefício do Corpo.
Deus deseja a edificação da igreja em amor, a fim de promovermos
Seu encargo, e não podemos ser omissos (Rm 12:11). Se a imersão na
palavra tem feito bem a você, ajude aqueles que têm dificuldade em
praticá-la. Não tenha medo do que vão pensar, promova diligentemente
o que faz bem ao Corpo de Cristo. Exercite o espírito e sirva com
obediência ao Senhor. Quem faz a imersão na palavra tem o espírito
fervente. Além disso, não podemos desanimar nas tribulações. Nosso
destino é a glória, e essa esperança nos dá alegria em meio às provações
e nos leva a perseverar na oração (Rm 8:17; 12:12; Cl 1:27).
Devemos compartilhar as necessidades dos santos e praticar a
hospitalidade, como nos instrui Romanos 12:13. A palavra “compartilhar” 55
em grego é koinoneo, que significa “comunhão”, mostrando que o viver
da igreja é de comunhão com os santos, acolhendo-os para ajudá-los
em suas necessidades. E também abençoamos quem nos persegue,
em vez de amaldiçoá-lo (Rm 12:14), como nos ensinou nosso Senhor
Jesus (Mt 5:44), o que só conseguiremos cumprir por meio do amor
do Pai celeste.
Quanto mais avançamos na confecção do tecido de amor, por meio
do suprimento do amor de Deus, que vem pela imersão na palavra,
mais nos importamos com os outros, e mais compaixão e empatia há
entre nós. Alegramo-nos com os que se alegram e choramos com os
que choram (Rm 12:15), porque temos ficado tão entrelaçados que
sentimos a dor e a alegria do próximo. Cristo está unindo todos nós
em um todo! Nele tudo subsiste (Cl 1:17). Nossa unidade tem-se
tornado tamanha que, quando alguém passar por uma situação, todos
nós sentiremos. A obra que Cristo está fazendo na igreja hoje é: unir-
nos a ponto de sermos inseparáveis. Na eternidade, unidos pelo amor
perfeito, seremos capazes de reconhecer nosso cônjuge, pais e amigos,
todavia estaremos unidos por algo tão maior que esses relacionamentos
não nos farão falta.
O Senhor deseja que todos tenhamos um mesmo pensamento e
vivamos em harmonia, por isso não vamos insistir em nossa maneira
de pensar e desprezar a dos demais. Sejamos humildes e não nos
consideremos sábios a nossos próprios olhos (Rm 12:16), esforçando-
nos para fazer o bem a todos e buscando a paz, mesmo que as pessoas
queiram contender conosco. Também não precisamos vingar a nós
mesmos. Sejamos apaziguadores e mansos (Mt 5:38-42; Rm 12:17-19).
Tal viver não acontecerá por mudança de comportamento, mas pelo
suprimento do amor ágape.
Deus opera em nós para vincular-nos juntamente em amor (Cl 2:2).
A colportagem tem cooperado com isso e despertou-nos para o
caminho da imersão na palavra. Os colportores enfrentam muita
Uma vida com Deus

pressão nas ruas, e o caminho que o Espírito lhes proveu foi a


imersão. Só que esse caminho não é apenas para a colportagem,
mas para tudo em nossa vida: casamento, família, vida social e o
viver na igreja. Usemos o recurso de Deus e não nos enganemos,
confiando em nossos recursos naturais e tradicionais para lidar com
as circunstâncias. Talvez você tenha recebido uma habilidade lá do
alto há anos, mas hoje ela se tornou um obstáculo que o impede de
56 depender do Senhor. Se insistir em viver assim, não se surpreenda
se naquele Dia o Senhor lhe disser que não o conhece. É melhor
deixar nossa habilidade ser queimada pelo fogo hoje, para sermos
autenticados pelo Senhor e aprovados naquele Dia.

Pergunta: Como edificar a igreja em amor?

Meu ponto-chave:

Os ternos afetos de misericórdia do novo homem

57
SEMANA 4 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 2:7; Is 42:5; 55:10
Ler com oração:
“Assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim
vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei”
(Is 55:11).

O FLUIR DO RIO DA GRAÇA NO LIVRO DE EFÉSIOS


“Revestir-se do amor que une todas as coisas com perfeição” é o
tema desta semana e é assunto fundamental para nosso viver cristão,
pois envolve diretamente nosso relacionamento com Deus e com as
pessoas. A obra de Deus é o resultado do fluir do rio da graça e devemos
mergulhar nele até ser levados por ele. Assim frutificamos para Deus
e levamos cura às pessoas. Além disso, no novo homem, temos um
viver coletivo, no qual cuidamos uns dos outros e, desse modo, somos
edificados em amor. Isso é produzido pela palavra profética.
Sobre as revelações contidas no livro de Efésios, Deus nos fala de algo
novo: o rio da graça que flui. Essa revelação foi dada aos trabalhadores
da última hora porque Ele quer concluir rapidamente Sua obra. Atenção:
a obra de Deus não é mera obra humana, mas é o resultado do fluir do rio
da graça! Muitas vezes, de maneira equivocada, procuramos fazer uma
obra religiosa para Deus, contando com a contribuição e a habilidade
de membros da liderança, porém deixando de lado o principal, que é a
Palavra de Deus. Jamais deixemos a Bíblia de lado.
Precisamos dar valor ao falar do Senhor a cada momento, pois Ele
quer dar à igreja uma direção, mostrar qual deve ser o próximo passo.
A esse falar chamamos de “palavra profética”, aquela que sai da boca
de Deus trazendo para nós o fluir do rio da graça no presente momento.
Esse fluir nos traz tudo o que Deus é e tem, enchendo-nos de toda a
Sua essência até obtermos Sua plenitude. A obra de Deus é o fruto de
Uma vida com Deus

Sua palavra e o resultado do dispensar do rio da graça.


O homem foi criado de maneira diferente de todas as outras
criaturas: Deus o formou do pó da terra, soprou nele o fôlego de vida,
e ele passou a ser alma vivente (Gn 2:7). O fôlego de vida é celestial,
vem de Deus, da eternidade e da esfera do Espírito. O sopro de Deus
se tornou o espírito do homem. Dentre todas as criaturas, somente o
homem tem espírito. A alma do homem é sua identidade, com suas
58 características e personalidade próprias. Deus não tira isso de nós, Ele
não quer robôs. Cada um é diferente do outro, e Deus vai conservar-
nos assim, mas também vai colocar tudo debaixo do comando e do
encabeçamento de Cristo. Nós e Cristo formaremos um tecido de
várias cores. Os diversos fios coloridos representam cada um de nós
sendo trabalhado por Deus na produção de um lindo tecido.
No livro de Isaías, vemos que a terra tem de produzir para sua
própria subsistência como também para o céu (Is 42:5). Aqueles que
têm o fôlego de vida, o espírito da parte de Deus, produzem para o
céu. Isto é, o homem que vive pelo Espírito é quem produz para o céu,
e o Senhor almeja tal produção.
Continuando em Isaías, vemos que a terra produz alimento para dar
sustento aos que nela vivem (55:10), no entanto, o homem não deve
viver somente para sua subsistência e, sim, deve produzir para Deus. E
o versículo seguinte revela como o homem poderá produzir para Deus:
“Assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim
vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei”
(v. 11). A palavra é como a chuva que faz a terra produzir para sua própria
subsistência, mas também ajuda o homem a produzir para o céu, para
Deus. O versículo não menciona “lei do Senhor” ou “mandamentos”,
mas diz “a palavra que sair da minha boca”. Toda vez que Deus quer que

Revestir-se do amor que une todas as coisas com perfeição


algo seja produzido em determinado momento, Ele fala.
Essa é a palavra profética, conforme os princípios da Bíblia. Toda
revelação de Deus provém de Sua palavra constante (logos, em grego),
nada fora da Bíblia. A palavra profética é uma palavra para atender a
uma necessidade atual, com o objetivo de produzir algo para Deus nesse
determinado momento. Todos estamos aqui para executar as ordens do
Senhor. Nossa função não é somente pregar mensagens ou administrar
corretamente a igreja, mas produzir para Deus segundo a palavra profética
e fazer Sua obra de acordo com cada palavra que sai de Sua boca.

Pergunta: O que a palavra profética produz?

Meu ponto-chave:

Leitura de apoio:
“Ansiedade e perdão” – parte dois – Miguel Ma.
“Sala de guerra – Uma palavra aos líderes” – cap. 4 – Pedro Dong. 59
SEMANA 4 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
2 Rs 5:1-14; Ez 47:1-4; Mt 18:3; Jo 3:8
Ler com oração:
“Mediu ainda outros mil, e era já um rio que eu não podia atravessar,
porque as águas tinham crescido, águas que se deviam passar a nado,
rio pelo qual não se podia passar” (Ez 47:5).

O FLUIR DO RIO DA GRAÇA


NO LIVRO DE EZEQUIEL
Mencionamos o rio da graça no livro de Efésios e hoje o veremos
no livro de Ezequiel. Esse livro mostra que o rio fluía do limiar do
templo, e Ezequiel foi levado por um anjo para pisar suas águas,
as quais no começo lhe davam pelos tornozelos. Porém o nível da
água foi subindo para os joelhos, depois para os lombos (Ez 47:4).
“Medir” significa “tomar posse de”. Toda vez que Deus nos prova e
aprova, toma posse de mais um pouco de nós. E, quanto mais formos
governados por Cristo, menos liberdade teremos. A água da graça
precisa crescer em nossa vida.
Na última medição de mil côvados, os pés de Ezequiel não mais
tocavam o chão (v. 5). Enquanto temos os pés no chão, ainda temos
apoio para viver pelas coisas da terra. Quando o nível das águas sobe
a ponto de perdermos esse apoio e o controle das coisas, ficamos
desesperados porque saímos de nossa zona de conforto. Entretanto é
exatamente isso que Deus deseja fazer conosco. Essa é a verdadeira
vida cristã, a verdadeira vida da igreja. Enquanto temos os pés no chão,
usamos nossa capacidade e habilidade para administrar a igreja ou
para ajudar os irmãos. Mas o Senhor quer elevar as águas até o ponto
de nos fazer ficar perdidos, sem saber para onde ir. A água, então,
nos leva e dirige. Uma vez que nascemos do Espírito, precisamos ser
guiados por Ele (Jo 3:8). O Senhor quer fazer-nos experimentar o
Uma vida com Deus

sobrenatural. Precisamos deixar o Espírito fazer isso em nós; devemos


flutuar e até mesmo mergulhar!
Nossos conceitos naturais são obstáculos para Deus fazer Sua obra.
A história de Naamã mostra que ele tinha lepra, uma doença incurável
naquela época (2 Rs 5:1). O leproso era considerado imundo e ficava
isolado da sociedade. Naamã era um grande comandante, um herói
de guerra, mas tinha lepra e não havia quem o curasse. O texto ainda
60 diz que uma menina de Israel fora levada cativa à Síria e servia à
mulher de Naamã. Ela disse a sua senhora: “Nós temos um profeta
em Israel que pode curá-lo”. Aqui “menina” em hebraico quer
dizer “insignificante”, “desprezível”. Mesmo sendo uma menina
insignificante e desprezível, ela sabia onde estava a cura. Naamã,
então, foi até Eliseu buscar a cura, mas o profeta nem mesmo saiu de
casa para recebê-lo: “Eliseu lhe mandou um mensageiro, dizendo:
Vai, lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne será restaurada, e
ficarás limpo” (2 Rs 5:10).
Isso feriu o ego de Naamã, que pensou: “Eu, o grande comandante,
chego a sua casa depois de uma viagem longa, e você nem sai
para me receber, e ainda me manda mergulhar sete vezes nesse rio
Jordão?!”. Porém seus subordinados lhe disseram: “Se o profeta lhe
tivesse exigido algo mais difícil para ser curado, você não obedeceria?
Por que não faz isso?” (v. 13). Ele, então, se humilhou e obedeceu.
Mergulhou sete vezes, e, quando saiu das águas, sua pele estava tão
limpa quanto a de uma criança (v. 14). Ou vivemos a vida inteira com
lepra ou abandonamos nossos conceitos e obedecemos à palavra do
profeta. Precisamos ser simples como essa menina “insignificante e
desprezível” para entrar no reino dos céus (Mt 18:3).
Nossos adolescentes e crianças têm sido exemplos para nós na

Revestir-se do amor que une todas as coisas com perfeição


questão de simplicidade e obediência, e Deus os tem abençoado e feito
muitos milagres por meio deles. Na cidade de Olímpia, uma criança de
oito anos foi à sala dos professores de sua escola e disse que queria orar
por eles. No começo acharam aquilo ingênuo, engraçado e interessante,
mas logo perceberam que o menino falava sério. Ele disse: “Eu quero
orar por vocês, mas antes vamos fazer a imersão na palavra”. Então os
professores perguntaram o que era imersão, e ele respondeu: “É muito
simples: eu falo uma frase, e vocês repetem”. Então começaram a
fazer a imersão. E, depois de orar, a criança ainda semeou vinte livros.
Antes de deixar a sala, ele disse: “Eu sou da sala tal, e, se alguém
quiser alguma oração particular, pode me procurar”. Duas professoras
foram procurá-lo. Uma delas pediu oração pelo casamento. Ela pediu
isso para uma criança “insignificante e desprezível”! Entretanto essa
criança sabia onde estava a cura, pois cria na palavra profética. A
palavra agiu, e essa professora levou o marido à reunião da igreja.
Uma segunda professora também disse que iria à reunião da igreja
com o marido.
Deus pode fazer milagres por nosso intermédio se formos simples
e obedientes. Precisamos deixar o fluir desse rio nos levar. Aleluia! 61
Pergunta: Qual é o nível das águas em sua vida?

Meu ponto-chave:
Uma vida com Deus

62
SEMANA 4 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Ez 47:8-11; Ap 22:1-2
Ler com oração:
“Junto ao rio, às ribanceiras, de um e de outro lado, nascerá toda sorte
de árvore que dá fruto para se comer; não fenecerá a sua folha, nem
faltará o seu fruto; nos seus meses, produzirá novos frutos, porque as
suas águas saem do santuário; o seu fruto servirá de alimento, e a sua
folha, de remédio” (Ez 47:12).

A OBRA DE DEUS PROVÉM DO FLUIR DA GRAÇA


Há um rio em nosso interior que deseja fluir de nós. Por isso devemos
deixá-lo fluir. O livro de Ezequiel registra: “Então, me disse: Estas
águas saem para a região oriental, e descem à campina, e entram no
mar Morto, cujas águas ficarão saudáveis” (47:8). O mar Morto recebe
as águas e as retém porque está localizado muitos metros abaixo do
nível do mar e não tem saída para o oceano. Por isso esse mar é morto:
ele só recebe e não partilha o que recebe.
Talvez tenhamos vivido por anos a vida da igreja como o mar Morto:
tínhamos muitas riquezas da Palavra, mas apenas as armazenávamos
e não as fazíamos fluir adiante. Agora, porém, mergulhando nesse rio,

Revestir-se do amor que une todas as coisas com perfeição


até as águas do mar Morto se tornam saudáveis. Muitos eram como
esse mar, mas hoje estão saudáveis, pregando o evangelho, praticando
o “Posso orar por você?”, fazendo colportagem. O resultado disso é:
“Toda criatura vivente que vive em enxames viverá por onde quer que
passe este rio, e haverá muitíssimo peixe, e, aonde chegarem estas
águas, tornarão saudáveis as do mar, e tudo viverá por onde quer que
passe este rio” (Ez 47:9).
Quando temos o fluir do rio que saía do jardim do Éden, a árvore
da vida volta a ser oferecida ao homem: “Junto ao rio, às ribanceiras,
de um e de outro lado, nascerá toda sorte de árvore que dá fruto
para se comer; não fenecerá a sua folha, nem faltará o seu fruto; nos
seus meses, produzirá novos frutos, porque as suas águas saem do
santuário; o seu fruto servirá de alimento, e a sua folha, de remédio”
(Ez 47:12). O rio da graça que saiu do livro de Efésios está fluindo ao
longo do livro de Colossenses e produzindo muitos frutos. O acesso à
árvore da vida foi vedado ao homem em Gênesis por causa do pecado,
mas agora, com o fluir do rio, vem também a árvore, que dá fruto nos
seus meses. Por isso a obra de Deus não é uma mera obra cristã feita 63
por homens, mas frutos que damos pelo fluir do rio. Não é o quanto
o homem faz para Deus, mas sim o quanto ele é usado como canal
para fazer o rio passar, permitindo ao próprio Deus realizar Sua obra
e gerando frutos. E as folhas são remédio. Então quem está no rio
produz frutos e leva cura às pessoas.
No livro de Apocalipse, também vemos o fluir do rio e a árvore da
vida: “Então, me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal,
que sai do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da sua praça, de uma
e outra margem do rio, está a árvore da vida, que produz doze frutos,
dando o seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a cura
dos povos” (22:1-2). Na eternidade sem fim, esse rio sairá do trono de
Deus e do Cordeiro. O Cordeiro estará totalmente no controle de todas
as coisas e terá entregado toda a autoridade ao Pai. Esse é o trono de
Deus e do Cordeiro, de onde sai o rio, e no meio de sua praça está a
árvore da vida, que foi restituída ao homem por meio do fluir do rio.
A árvore da vida produz doze frutos, dando seu fruto de mês em
mês. O fruto aqui é a obra de Deus, Sua vontade sendo feita. Esse é o
fruto que Deus deseja obter em nós. Não é a obra de nossas mãos, mas
o resultado de nosso desfrute do rio da graça, da palavra profética e da
imersão na palavra. Se desfrutarmos a palavra e a ela obedecermos,
certamente produziremos esses frutos. A obra que Deus quer fazer
hoje é produzir fruto. E as folhas da árvore serão para a cura dos povos
na eternidade sem fim, ou seja, continuaremos levando cura às nações.
Quem está mergulhado nesse fluir produz fruto para Deus e leva cura
às nações. Louvado seja o Senhor!

Pergunta: Em que consiste a obra de Deus?

Meu ponto-chave:
Uma vida com Deus

64
SEMANA 4 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Cl 3:5-12
Ler com oração:
“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas
já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Co 5:17).

NO NOVO HOMEM TEMOS UM VIVER COLETIVO


Como já falamos, em sua Epístola aos Colossenses, o apóstolo
Paulo usa o mesmo verbo “revestir-se” nestes dois versículos: “E vos
revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento,
segundo a imagem daquele que o criou” (3:10); “revesti-vos, pois, como
eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de
bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade” (v. 12). No
passado todos nós vivíamos no velho homem: éramos individualistas
e egoístas, disputávamos posições e tomávamos nossas próprias
decisões. Quando cremos em Jesus, entretanto, fomos batizados para
dentro de um só Corpo, o Corpo de Cristo. Esse é o novo homem, a
igreja. Como ele é coletivo, estamos entre muitos outros membros e
vivemos agora para o Corpo.
Muitos ainda não abandonaram essa velha atitude e, mesmo na igreja,

Revestir-se do amor que une todas as coisas com perfeição


continuam sendo egoístas e vivendo para si mesmos. Se alguém não os
trata bem, dizem que na igreja não há amor. Mas, agora que estamos
no Corpo, revestimo-nos do novo homem, por isso algo dentro de nós,
nossos sentimentos mais profundos, muda. O splágchnon de Cristo
entrou em nós, e não mais vivemos no egoísmo do velho homem,
mas nos ternos afetos de misericórdia, cheios de compaixão, como
Cristo aqui na terra, que não olhava para Si mesmo, mas olhava para
as multidões.
Hoje não devemos olhar para nós mesmos nem pensar no que é
melhor para nós, mas olhar para o Corpo, olhar para fora. O Senhor
mudou nosso interior, do egoísmo para a compaixão e empatia.
Passamos a perceber que os outros sofrem e a compreender suas
dores e dificuldades. Se algum irmão entre nós ainda não consegue
entender a imersão na palavra nem entrar no novo ritmo, não devemos
criticá-lo. Nunca digamos: “Você não está no mover!”. Isso pode
ter acontecido no passado, mas hoje nós abraçamos e ajudamos os
irmãos com amor. Depois que ele também experimentar, nunca mais
será o mesmo. Ajudamos uns aos outros porque nosso coração, nossas 65
entranhas, está cheio de compaixão, empatia, bondade, humildade,
mansidão, longanimidade e paciência.
Paulo vai mais fundo mostrando o que havia nas entranhas do velho
homem: “Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira,
indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso
falar” (Cl 3:8). Dentro de nós, havia muita ira e indignação, que é
o mesmo que raiva e fúria. Havia também maldade e maledicência,
que é falar mal uns dos outros. O homem natural gosta de falar
mal dos outros, de seus defeitos e problemas. Se alguém critica, é
porque se acha perfeito e superior, e considera que os outros é que
são problemáticos. Falar palavras obscenas no mundo de hoje é algo
comum, pois há cada vez mais “liberdade”. Até as crianças aprendem
a falar palavrões. Na igreja, no novo homem, evitamos essa linguagem
e só proferimos palavras saudáveis.
E continua: “Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes
do velho homem com os seus feitos” (Cl 3:9). No velho homem,
mentíamos porque ainda estávamos na mentira e não vivíamos na
verdade. Agora estamos na verdade e não mais mentimos uns aos
outros. Que o Senhor nos leve a falar sempre a verdade.

Pergunta: O que significa o viver coletivo no novo homem?

Meu ponto-chave:
Uma vida com Deus

66
SEMANA 4 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Cl 3:12-14
Ler com oração:
“Para que não haja divisão no corpo; pelo contrário, cooperem os
membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros” (1 Co 12:25).

SOMOS MEMBROS UNS DOS OUTROS


No novo homem, temos uma nova vida e um novo procedimento. No
Corpo de Cristo, somos membros uns dos outros. Nenhum membro de
nosso corpo físico vive só para si, mas para o bem-estar do corpo todo,
servindo aos outros. Como membros do Corpo de Cristo, não temos mais
um viver egoísta, mas coletivo: “Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos
mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim
como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós” (Cl 3:13). O
sentido da expressão “suportai-vos uns aos outros” aqui é “sustentar” ou
“ajudar uns aos outros”. Quando temos uma ferida em nosso corpo, todos
os membros sentem e procuram ajudar, não é “cada um por si”. Porém
ainda temos uma parcela do velho homem em nós e, eventualmente,
ofendemos uns ao outros. Se cada uma dessas ofensas não for perdoada,
acumularemos problemas e mais problemas, e um dia eles implodirão

Revestir-se do amor que une todas as coisas com perfeição


o novo homem. Por isso é tão importante praticar o perdão entre nós.
Normalmente o irmão mais maduro e mais suprido pela graça de
Deus é o primeiro a pedir perdão. Alguém pode pensar que não tem
de pedir perdão porque não errou, mas o outro sim. Sendo assim, um
dia morreremos sem ter isso resolvido. Não é melhor hoje se humilhar
e pedir perdão? Porque, enquanto o perdão não vem, as mágoas e
ressentimentos se acumulam, e é criada uma raiz que contamina
outros. Ficamos, assim, escravos de nosso não-perdão. Vamos libertar-
nos! Vamos pedir perdão, vamos perdoar e resolver nossos problemas
de relacionamento. Não deixemos isso perdurar por mais tempo, para
o bem do Corpo e do novo homem. Na verdade, tudo deve levar a
permitir que Deus teça um tecido de amor entre nós. Cristo nos amou
e nos perdoou. Quando fazemos a imersão na palavra, enchemo-nos
de Cristo e de Seu amor, então somos capazes de perdoar.
O amor é o único elemento que tem a capacidade de nos unir com
perfeição. Não há nada neste universo capaz de nos unir, ajustar,
vincular e conectar senão o amor. Por isso Deus está preparando esse
tecido de amor. A versão em português da Bíblia Judaica Completa 67
diz: “Acima de tudo isso, porém, revistam-se de amor, que une todas
as coisas com perfeição” (Cl 3:14). A expressão “acima de tudo isto”
em grego significa “vestir acima de tudo”, ou seja, já nos revestimos
do novo homem e do splágchnon de Cristo; agora, porém, acima de
tudo isso, devemos vestir-nos de amor.
A palavra “vínculo” em grego é sundesmos, que significa “aquele
que une, que ata”. E “perfeição” é teleiotes, que significa “estado
perfeito”. Também encontramos a palavra “perfeição” em Primeira
Coríntios: “Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em
parte será aniquilado” (13:10). Hoje ainda não vemos o Senhor face
a face, mas O vemos pela fé. Pelo espírito conseguimos ter contato
com Deus, por isso é dito que ainda vemos em parte. Quando o
Senhor voltar, teremos uma visão completa. Hoje precisamos da fé
como uma janela para ter acesso às coisas perfeitas, onde Deus está.
Por essa janela, também desfrutamos e fazemos a imersão na palavra
profética, por meio da qual Deus faz fluir o rio da graça com toda a
Sua realidade para nós.
Hoje, pela janela da fé, vemos todas as coisas de Deus, nas áreas
espiritual e celestial: “Porque, agora, vemos como em espelho,
obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte;
então, conhecerei como também sou conhecido” (1 Co 13:12). A
palavra “espelho” pode ser traduzida também por “janela”. Agora nós
vemos como por espelho, pouco nítido, sem enxergar totalmente, até
um dia O vermos face a face. Quando o Senhor voltar, os vencedores
experimentarão isso primeiro; depois, no novo céu e na nova terra, na
nova Jerusalém, todos os santos experimentarão também. Então não
precisaremos mais da janela da fé, como também não precisaremos
mais da palavra profética. Mas hoje precisamos, pois é mediante a
palavra profética, pela janela da fé, que recebemos tudo o que vem
de Deus. E o que vem de Deus, por meio do fluir do rio da graça, visa
produzir em nós esse tecido de amor.
Uma vida com Deus

Pergunta: Qual é a ação do amor no Corpo de Cristo?

Meu ponto-chave:

68
SEMANA 4 – SÁBADO
Leitura bíblica:
1 Co 13:8-12
Ler com oração:
“Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém
o maior destes é o amor” (1 Co 13:13).

O AMOR PERMANECERÁ
Deus quer produzir um tecido de amor entre nós. O amor de Deus
é capaz de nos unir de maneira perfeita: “Agora, pois, permanecem a
fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor”
(1 Co 13:13). Hoje a fé nos é útil como janela para termos acesso a Deus,
para recebermos pela palavra o fluir do rio da graça e, principalmente,
para trazer até nós o amor de Deus. Também precisamos da esperança:
de ser arrebatados, de participar da manifestação do reino dos céus e de
reinar com Cristo durante mil anos. Isso é o que nos dá força e motivação
para viver cada dia. Quando chegar aquele Dia, tanto a fé como a
esperança não serão mais necessárias porque tudo isso já terá passado.
O que restará é o amor (1 Co 13:8-12). Por isso o amor é o item maior.
Quando olhamos com os olhos espirituais, vemos que Deus
está tecendo um tecido de amor, com nossa participação. Não com

Revestir-se do amor que une todas as coisas com perfeição


nossa matéria-prima, nossa capacidade ou conhecimento, mas com
a matéria-prima de Deus: o amor. Esse amor é abstrato e vem pela
palavra. Por isso devemos ter amor reverente à palavra e nela imergir.
Essa prática nos faz aprofundar e assimilar melhor o que Deus nos tem
falado. Assim, a palavra de Deus não mais passará por nós de maneira
superficial. Isso é maravilhoso!
Outro item importante é a paz: “Seja a paz de Cristo o árbitro em
vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; e
sede agradecidos” (Cl 3:15). A paz é o resultado do governo de Cristo.
Quando há um reino e todos se submetem ao governo desse reino, há
paz. Em Romanos, está escrito: “Porque o reino de Deus não é comida
nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (14:17).
Quando há o governo de Cristo, quando o reino de Deus traz Sua
realidade à igreja, temos justiça, paz e alegria! Quando nos perdoamos
mutuamente, quando usamos de compaixão uns para com os outros,
quando provamos a realidade de ser membros uns dos outros, o que
predomina entre nós é a paz. E a paz, como árbitro em nosso coração,
vai dizer-nos por onde devemos andar. 69
Além disso, fomos chamados em um só Corpo: “À qual, também,
fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos” (Cl 3:15b).
Quando temos paz, quando vivemos a vida do novo homem, amando
uns aos outros e tendo a visão de que somos um só corpo, somos
agradecidos. Agradecidos por reconhecer que temos tranquilidade
e segurança, porque somos membros do Corpo de Cristo e estamos
debaixo do comando da Cabeça, Cristo. O resultado de tudo isso é paz.
A paz indica que Cristo está governando. Portanto, no relacionamento
entre os membros do Corpo, precisamos ter a sensibilidade de perceber
que, quando não há paz entre nós, precisamos voltar imediatamente
para o encabeçamento de Cristo. Se vivermos em nossa natureza
terrena, conflitos de sentimentos ou de motivações em nosso coração
surgirão. Então será a hora de voltar ao governo de Cristo para
restaurar a paz. Somos abençoados porque estamos debaixo do reino
de Deus sendo edificados em amor. Aleluia!

Pergunta: Qual é a relação entre a paz e o governo de Cristo?

Meu ponto-chave:
Uma vida com Deus

70
SEMANA 4 – DOMINGO
Leitura bíblica:
Cl 3:16; Ap 21:3
Ler com oração:
“E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-
vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando
de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais” (Ef 5:18-19).

ENCHER-SE DO ESPÍRITO
IMERGINDO NA PALAVRA
Deus deseja que tomemos Sua palavra de maneira responsável, e
não superficial. A prática da imersão na palavra nos faz tomá-la de
forma mais profunda, e assim desfrutamos mais de Suas riquezas:
“Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e
aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus,
com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso
coração” (Cl 3:16). Em Efésios, lemos: “E não vos embriagueis com
vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando
entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com
hinos e cânticos espirituais” (5:18-19). Essas são as bases bíblicas
para praticar a imersão na palavra, pela qual aprendemos a nos encher

Revestir-se do amor que une todas as coisas com perfeição


do Espírito. Não deixamos a palavra passar superficialmente, mas
falamos uns com os outros, imergimos na palavra e a assimilamos.
Quando fazemos a imersão na palavra, ensinamos e admoestamos
uns aos outros porque a própria palavra nos ilumina, ensina e adverte.
No versículo acima, lemos: “Falando entre vós com salmos e hinos
e cânticos espirituais” e “louvando a Deus”. Naquele tempo eles não
tinham a Bíblia escrita e muito menos a imersão na palavra como temos
hoje. Com a tecnologia avançada de hoje, a palavra é divulgada às
igrejas em toda a terra, as quais têm acesso a seu conteúdo e podem
praticá-la. Isso faz abalar as portas do inferno, pois, dessa forma, o
exército de Deus avança como um só batalhão! E nosso conteúdo é a
Palavra e o Espírito!
Façamos a palavra habitar ricamente, abundantemente em nós. Não
sejamos pessoas sem conteúdo. A palavra já está em nosso coração,
mas, com a imersão, ela passa a morar e ser constituída em nós,
tecendo um tecido de amor, porque ela nos diz que Deus é amor.
O produto final que Deus deseja é o amor. Esse amor é tecido com
nossa participação. Quando recebemos a palavra e a ela obedecemos, 71
pregando o evangelho, cuidando das pessoas e servindo junto com os
irmãos, tecemos esse tecido de amor.
O que Deus está fazendo entre nós vai ficar para sempre. Por isso
o amor é o único elemento capaz de nos unir com perfeição, de nos
ajustar, vincular e conectar, bem compactados e bem ajustados. Dessa
maneira, a vontade de Deus será feita aqui na terra.
Cristo une todos em um todo: “Ele é antes de todas as coisas. Nele,
tudo subsiste” (Cl 1:17). Aqui Cristo e amor são sinônimos. O amor,
em Cristo, é capaz de unir todos nós em uma só entidade orgânica
com Deus. Estaremos para sempre entrelaçados com Deus. E, quando
vier a nova Jerusalém, Deus não será mais somente Deus: “Eis a
tenda de Deus com os homens. Ele habitará com eles; eles serão o
seu povo, e ele, Deus-com-eles, será o seu Deus” (Ap 21:3 BJ). Deus
será chamado de Deus-com-os-homens e nunca mais ficará sozinho,
pois estará vinculado ao homem para todo o sempre. Quão grande é
Seu amor e misericórdia para conosco. Vale a pena nos entregarmos
a Deus, permitindo que Ele cumpra Sua vontade, edificando-nos em
amor. O que Deus tem preparado para nós é maravilhoso. Louvado
seja o Senhor!

Pergunta: O que a imersão na palavra produz em nós?

Meu ponto-chave:
Uma vida com Deus

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