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SÉRIE:

O ENVIADO
DE DEUS
P E D R O D O N G
© 2024 Editora Árvore da Vida

Palavra, vida e edificação - Evangelho de João – Livro 6

Título deste volume:


O enviado de Deus

1ª edição - fevereiro/2024 - 49.600 exemplares

Publicado também em
espanhol, inglês, coreano, francês, italiano e alemão.

Proibida a reprodução total ou parcial


deste livro sem a autorização escrita dos editores.

Todos os direitos reservados à Editora Árvore da Vida

Editora Árvore da Vida


Av. Corifeu de Azevedo Marques, 137 - Butantã
05581-000 - São Paulo - SP
Fone: (11) 3723-6000
www.arvoredavida.org.br
Impresso no Brasil

CITAÇÕES BÍBLICAS
As citações bíblicas são da Versão Revista e Atualizada de João Ferreira
de Almeida, 2ª Edição, salvo quando indicado pelas abreviações:

ARC - Almeida Revista e Corrigida


BJ - Bíblia de Jerusalém
BJC - Bíblia Judaica Completa
IBB - Rev. Imprensa Bíblica Brasileira
KJA - King James Atualizada
lit. - Tradução literal do original grego ou hebraico
NAA - Nova Almeida Atualizada
NVI - Nova Versão Internacional
VR - Versão Restauração

Capa: Wagner Costa | Projeto gráfico e diagramação: Andréia Amorim


PREFÁCIO
Mais do que um simples devocional, o Alimento Diário é um guia
espiritual que o acompanhará diariamente em sua jornada de fé,
nutrindo sua alma e iluminando seu caminho. Este livro oferece,
para cada dia, uma porção da revelação da Palavra de Deus, com o
propósito de renovar, avivar e firmar sua mente, tornando-a frutífera
por meio da imersão na palavra profética.
Em cada página, você encontrará palavras de vida e edificação,
que conectarão sua vida e seu viver com a realidade do reino dos
céus, não importando em que estágio você se encontre em sua
jornada de fé.
Ao longo das páginas deste volume, você descobrirá os verdadeiros
tesouros da palavra profética destrancados e dispensados a nós, a
igreja, o Corpo de Cristo.
O Alimento Diário é mais do que um livro, é uma palavra que
nos governa e nos permite andar nos caminhos do Senhor a cada
dia. Esperamos que você encontre nestas páginas a inspiração e a
conexão espiritual que você procura, e que as mensagens proféticas
aqui contidas lhe sejam uma fonte constante de amor, luz, direção
e encorajamento.
Que o Alimento Diário seja uma bênção para você e uma
ferramenta para sua imersão diária na palavra profética! Essa
palavra vai dar um sabor especial a sua vida em todos os sentidos.

Os editores.

ASSIM QUE SE LEVANTAR...


antes de qualquer outra coisa, faça uma respiração da
vida, invocando profundamente o nome do Senhor Jesus!
Ao fazê-lo, jogue fora todos os temores, medos, tristezas e
pecados, e receba o Senhor Jesus como vida, alegria, paz e
encorajamento. Invoque: “ó Senhor Jesus!” várias vezes,
durante todo o dia.
IMERSÃO NA PALAVRA PROFÉTICA

No livro do profeta Jeremias, lemos: “Quando a tua Palavra foi


encontrada, eu comi cada frase e as digeri em meu íntimo; elas me
nutrem dia após dia, são minha satisfação e júbilo maior; porquanto
teu Nome foi invocado sobre mim, isto é, pertenço a ti!” (15:16 KJA).

PARA SEU DESFRUTE INDIVIDUAL


A CADA DIA, SUGERIMOS:
1. Comece a imersão exercitando o espírito, invocando o nome do
Senhor, orando, falando, cantando, louvando e proclamando gritos
de guerra (Ef 5:18; Is 42:13).
2. Transcreva cada ponto da porção de cada dia, falando enquanto
escreve.
3. De cada ponto, destaque as palavras-chave e se alimente de cada
frase, falando, repetindo, enfatizando e proclamando cada palavra
como se estivesse mastigando.
4. Baseado na revelação que você ganhar de cada frase, escreva seus
pontos-chave!
5. Transforme em oração cada ponto-chave e compartilhe com
alguém o que Deus revelou a você.
6. Resuma em forma de frase simples, verso, oração, cântico ou grito
de guerra a porção que mais tocou seu coração.
7. Tudo isso encherá você do Espírito e tornará sua mente frutífera
para receber a luz, a vida e a direção da palavra profética, e aplicá-
la em seu viver diário.

COMER E DIGERIR A PALAVRA TODO O DIA


PARA TER GOZO E ALEGRIA
IMERSÃO NA PALAVRA PROFÉTICA

PARA O DESFRUTE COLETIVO


A CADA DIA, SUGERIMOS:
1. O Alimento Diário é um excelente instrumento para que pequenos
grupos familiares se reúnam, a fim de juntos extrair as riquezas que
há na Palavra. Nós os chamamos de grupos familiares por terem
um caráter informal e de cuidado mútuo entre seus participantes.
2. O grupo familiar pode ser formado por parentes, vizinhos ou amigos
que morem perto de você, ou por seus colegas de faculdade, escola
ou trabalho.
3. Leiam as passagens sugeridas para cada dia! Leiam com oração o
versículo proposto.
4. Compartilhem o ponto-chave de cada um e procurem aplicar essa
palavra à vida cotidiana. Tornem a palavra de Deus prática na vida
de vocês! Dessa maneira, todos participarão ativamente e serão
edificados mutuamente.
5. Procurem encher-se do Espírito falando entre vocês, com ênfase,
repetição, grito de guerra e oração em cima da palavra que
desfrutaram. Assim, todos serão supridos e desejarão cada vez
mais cooperar com Deus cumprindo Sua vontade – pregando
o evangelho do reino, praticando o “Posso orar por você?” e
divulgando a palavra às pessoas em todo lugar. Assim vamos
apressar a volta do Senhor.
6. Convidem pessoas para as reuniões da igreja, praticando o “Vem e
vê!”, para que também sejam supridas pelo Espírito e vida que há
na palavra.
7. Procurem incluir nos grupos pessoas de todas as faixas etárias:
crianças, adolescentes, jovens, adultos e pessoas mais maduras.
Todos podem participar, alegrar-se, falar, funcionar, cantar,
proclamar palavras e frases que mais tocaram seu coração, porque,
afinal, a igreja é a realidade do Corpo de Cristo na terra, e somos
membros uns dos outros. Cada membro deve exercer sua função
no Corpo.

P.S.: Não se esqueça de dar uma olhada na leitura de apoio,


sugerida no início de cada semana. Ela lhe será muito útil.
SUMÁRIO

SEMANA 1: O ENVIADO Acesso ao


vídeo da
DE DEUS – (JO 5:31-47) mensagem 21

Como reconhecer um profeta de Deus .................................................................. 7


Deus dá testemunho de Seu profeta .................................................................... 10
Como fazer a obra de Deus? ............................................................................... 13
A palavra profética na época do apóstolo Pedro ................................................. 15
Os opositores da palavra profética ...................................................................... 17
A artimanha de Satanás contra a palavra profética ............................................. 19
Compadecer-se dos que têm dúvidas .................................................................. 21

SEMANA 2: A MULTIPLICAÇÃO Acesso ao


vídeo da
DE PÃES E PEIXES – (JO 6:1-15) mensagem 22

O enviado de Deus fala as palavras de Deus ...................................................... 24


A palavra que cura .............................................................................................. 27
Buscar primeiramente Seu reino e Sua justiça .................................................... 29
Compadecer-se das multidões............................................................................. 31
Ser simples como criança.................................................................................... 34
Responsabilidade e testemunho .......................................................................... 36
Só Tu tens as palavras da vida eterna.................................................................. 38

Acesso ao
SEMANA 3: O PÃO QUE DESCEU DO CÉU
vídeo da
DÁ VIDA AO MUNDO – (JO 6:16-40) mensagem 23

Um exército de jovens santos ............................................................................. 40


Os valentes de Davi ............................................................................................ 43
Edificar o tabernáculo e entrar na boa terra ........................................................ 45
O Senhor está conosco ........................................................................................ 48
Queremos fazer a vontade de Deus ..................................................................... 50
Cristo é a Palavra de Deus .................................................................................. 52
O pão da vida é Jesus .......................................................................................... 55

SEMANA 4: AS PALAVRAS QUE EU VOS TENHO DITO Acesso ao


vídeo da
SÃO ESPÍRITO E VIDA – (JO 6:41-63) mensagem 24

O pão que desce do céu ....................................................................................... 57


Ensinados por Deus............................................................................................. 60
Nossa responsabilidade é restaurar ..................................................................... 62
Nossa boa terra é o reino ..................................................................................... 64
O pão da vida ...................................................................................................... 67
O Corpo de Cristo .............................................................................................. 69
Alimentar-se da Palavra gera comunhão ............................................................ 71
SEMANA 1 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Jo 1:32-34; 4:48; 5:31-47
Ler com oração:
“Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma por que ouço, julgo.
O meu juízo é justo, porque não procuro a minha própria vontade, e
sim a daquele que me enviou” (Jo 5:30).

COMO RECONHECER UM PROFETA DE DEUS


Nesta semana consideraremos a mensagem intitulada “O enviado de
Deus” (Jo 5:31-47). O Senhor, por meio de Sua palavra, nos mostrará
quais são os requisitos para identificar Seu verdadeiro profeta. Além
disso, seremos alertados com relação às artimanhas do inimigo de Deus
e encorajados a prosseguir firmes sob a direção da palavra, pois grandes
obras o Senhor tem feito em nosso meio. Deus criou todas as coisas pela
palavra e é por intermédio dela que Sua obra é realizada, acompanhada
de sinais, milagres e prodígios. O inimigo de Deus é muito sagaz e
procura fazer o homem duvidar do falar do Senhor.
A palavra, pelo entendimento natural e terreno, é o meio usado pelo
homem para se comunicar. Mas o Evangelho de João nos revela que
a Palavra é o Filho de Deus, que conduz e transmite o próprio Deus
ao homem. A Palavra encarnada veio ao mundo, mas o mundo não
A conheceu nem A recebeu. Diante disso, como Deus realizará Sua
obra se o mundo não recebe Sua Palavra? Por isso é fundamental
conhecermos de que maneira Deus fala com o homem.
No tempo de Jesus, os judeus aguardavam a chegada do Messias e
até os dias de hoje ainda O aguardam. O próprio Moisés profetizou
a vinda do Profeta que falaria tudo o que Deus ordenasse. Os judeus
indagaram de João Batista se ele era o Cristo, e ele confessou que não
era. Perguntaram, então: “Quem és, pois? És tu Elias? Ele disse: Não
sou. És tu o profeta? Ele respondeu: Não” (Jo 1:21).
O enviado de Deus

Jesus Cristo veio ao mundo, mas o mundo não O reconheceu e não O


recebeu como a Palavra proveniente de Deus. Satanás sempre tentou e
tenta confundir o homem para que ele não consiga reconhecer quem é
a Palavra e quem é o canal escolhido pelo Pai para que a Palavra seja
anunciada na terra. O Evangelho de João mostra que o Filho precisava
fazer sinais para provar que era o Enviado de Deus (Jo 4:48).
Mas João revelou no capítulo quinto de seu evangelho: “Então,
lhes falou Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada 7
pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai;
porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o
faz” (Jo 5:19). Esse é o mesmo princípio que está em Deuteronômio:
“Suscitar-lhes-ei um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti,
em cuja boca porei as minhas palavras, e ele lhes falará tudo o que
eu lhe ordenar” (18:18). Percebemos por meio desse versículo que o
profeta não tem liberdade de fazer sua própria vontade nem de falar
suas próprias palavras, mas somente o que Deus ordenar. O Filho,
como o homem Jesus, nada podia fazer por Si mesmo. O versículo 19
continua: “De todo aquele que não ouvir as minhas palavras, que ele
falar em meu nome, disso lhe pedirei contas”. Por isso é imprescindível
reconhecermos quem é enviado por Deus.
E quais são os requisitos para se reconhecer um profeta? No Evangelho
de João, o próprio Senhor Jesus revelou: “Se eu testifico a respeito de
mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro. Outro é o que testifica
a meu respeito, e sei que é verdadeiro o testemunho que ele dá de mim”
(5:31-32). Portanto o primeiro requisito é que um profeta enviado por
Deus não pode testificar de si mesmo: “Acreditem em mim, eu sou um
enviado de Deus”. Se assim fosse, qualquer um poderia proclamar-se
profeta, e muitos falsos profetas apareceriam, dizendo: “Eu sou profeta
de Deus, porque sou eloquente, carismático, tenho vasto conhecimento
bíblico e conto com o respeito do povo”. Nenhum homem por si só pode
declarar-se um profeta ou um enviado de Deus.
O segundo requisito é que outro dá testemunho do profeta (Jo 5:32).
Mas quem é esse “outro”? A resposta está no versículo seguinte:
“Mandastes mensageiros a João, e ele deu testemunho da verdade”
(v. 33). João deu testemunho de Cristo. Ele afirmou que Jesus era
verdadeiramente o Filho de Deus quando O batizou e viu o Espírito
descer como uma pomba sobre Ele. Em outro evangelho lemos que os
céus se abriram e eles ouviram uma voz dizendo: “Este é o Meu Filho
amado, em quem me comprazo” (Mt 3:17). João deu testemunho da
O enviado de Deus

verdade ao declarar que Jesus era o Cristo.


Jesus, contudo, disse: “Eu, porém, não aceito humano testemunho;
digo-vos, entretanto, estas coisas para que sejais salvos” (Jo 5:34).
Jesus tinha um testemunho maior que o de João Batista, porque um
poderia compactuar com o outro para afirmarem a mesma coisa.
João Batista veio, trouxe luz e realmente proporcionou um pouco de
alegria ao povo e, de fato, deu testemunho de que Jesus era o Filho
8 de Deus (1:32-34).
Mas, para eliminar qualquer risco de engano, Jesus rejeitou o
testemunho de João e mostrou um testemunho superior, qual seja:
“Porque as obras que o Pai me confiou para que eu as realizasse,
essas que eu faço testemunham a meu respeito de que o Pai me
enviou” (Jo 5:36b). O próprio Pai deu testemunho do Filho ao
confiar-Lhe Suas obras, que foram realizadas por meio da palavra.
Louvado seja Deus!

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

Leitura de apoio:
“Quem tem ouvidos, ouça! – Lições de Pérgamo e Tiatira em Apocalipse” –
caps. 5 e 6 – Pedro Dong.
“A palavra profética no era do Apocalipse” – cap. 2 – Pedro Dong.

O enviado de Deus

9
SEMANA 1 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Dt 18:22; Jo 1:7-9; At 2:22
Ler com oração:
“O Pai, que me enviou, esse mesmo é que tem dado testemunho de
mim. Jamais tendes ouvido a sua voz, nem visto a sua forma” (Jo 5:37).

DEUS DÁ TESTEMUNHO DE SEU PROFETA


João Batista, como precursor de Jesus, trouxe luz à situação de
trevas em que os judeus se encontravam. E, por um momento, o povo
se alegrou com sua luz, porém a verdadeira luz que ilumina todo
homem é Jesus. O mundo, no entanto, não O reconheceu e os Seus
não O receberam.
João Batista veio como testemunha para testificar a respeito da luz
(Jo 1:7-9) e realmente fez isso com relação ao enviado de Deus, a
verdadeira luz, mas Jesus não aceitou esse testemunho. Jesus tinha
um testemunho maior que o de João Batista e usou outro critério para
que não fôssemos enganados. No capítulo quinto do Evangelho de
João, lemos: “Eu tenho maior testemunho do que o de João; porque as
obras que o Pai me confiou para que eu as realizasse, essas que eu faço
testemunham a meu respeito de que o Pai me enviou” (v. 36). Esse
testemunho é mais elevado porque exige que a palavra do enviado se
cumpra e se confirme ao ser realizada.
Quando a palavra de um enviado de Deus é proferida, ela mesma faz
a obra, seguida de sinais, milagres e prodígios. E essa obra, que homem
nenhum é capaz de fazer, testifica que tal pessoa é enviada de Deus. Esse
testemunho é seguro e com ele ninguém pode ser enganado. Quando a
palavra verdadeira é proferida, confirmada, cumprida e tudo se sucede
de acordo com o que foi falado, podemos crer que esse é um testemunho
dado pelo Pai: “O Pai, que me enviou, esse mesmo é que tem dado
testemunho de mim. Jamais tendes ouvido a sua voz, nem visto a sua
O enviado de Deus

forma” (Jo 5:37). O próprio Pai dá testemunho das obras que o Filho faz.
Graças a Deus, o Senhor tem feito grandes coisas em nosso meio
nestes últimos cinco anos. A palavra profética tem sido confirmada
e tem operado entre nós e em nossa situação espiritual. E mais do
que isso, ela tem potencializado a colportagem dinâmica e realizado
muitas outras coisas. Temos agora um só CEAPE, com diversas
unidades, onde há unanimidade entre os irmãos que as coordenam.
10 Há também muitas unidades do CEAPE na África, trabalhando hoje
da mesma maneira: formando colportores para levar o evangelho do
reino a toda a terra.
Nossa missão é esta: pregar o evangelho do reino por todo o mundo,
para testemunho a todas as nações. Então virá o fim. Com as ferramentas
que o Senhor nos tem dado, temos praticado isso. Atualmente estamos
chegando a todos os continentes por meio dos livros. A colportagem
dinâmica revolucionou as redes de cuidado nas igrejas e também o
envolvimento dos irmãos na pregação do evangelho. Alguns criticam
nosso trabalho com livros, mas como semear no coração das pessoas
a palavra do evangelho do reino eficazmente? O Senhor tem usado o
portal do IVPT, as transmissões e as mídias sociais, mas a maneira
mais eficaz é cada um ter um livro na mão.
No Brasil, nos últimos cinco anos, foram distribuídos doze milhões
de livros por meio dos colportores. Milhares já foram espalhados
também pela África e pela Europa. A Europa é vista como um continente
envelhecido e frio, mas também lá a palavra tem sido pregada. Na
Suíça, considerada um país de pessoas fechadas, a palavra de Deus tem
encontrado muitos corações abertos. Entramos nos Estados Unidos,
México, Canadá, fomos para a Oceania (especificamente Austrália) e
Porto Rico. O próximo continente será a Ásia. A obra realizada pela
palavra profética comprova que essa palavra proveio de Deus porque
nenhum homem é capaz de realizá-la.
Nos últimos tempos, o Senhor nos tem feito presenciar essas coisas
e nisso somos privilegiados. Pela primeira vez na história da igreja
podemos vislumbrar a volta do Senhor! Anos atrás, na época do irmão
Dong, ele olhava a situação e nossa lentidão e ficava desesperado,
porque sempre foi muito prático. Diante daquele contexto, ele dizia:
“Ah, vai levar mais uns duzentos anos para o Senhor voltar!”. Graças
a Deus, hoje temos esperança! Tenho 74 anos e tenho esperança de ver
o Senhor ainda em vida.
Quem dá testemunho do enviado de Deus é o próprio Pai que o
O enviado de Deus

enviou. As obras que o Pai confiou a Jesus para Ele realizá-las, elas
mesmas testemunhavam que Ele era o enviado de Deus. Deus, sem
que jamais alguém tenha ouvido Sua voz ou visto Sua forma, dá
testemunho de Seu enviado. Esse critério elimina qualquer tentativa
de falsificação. Se alguém se diz porta-voz de Deus ou profeta, as
próprias obras que ele faz o confirmam ou o desqualificam.
Se uma pessoa é realmente profeta, sua palavra realiza a obra de Deus
e é confirmada com milagres, sinais e prodígios. Deus estabeleceu 11
esse critério em Deuteronômio 18: se a palavra de alguém que se diz
profeta não se cumprir ou não suceder conforme o que ele falou, essa
palavra não vem de Deus (v. 22). Todavia, se a palavra que ele falar
se cumprir e realizar a obra de Deus, de fato ele é um profeta enviado
por Deus.
Jesus, o Nazareno, foi o varão aprovado por Deus com muitos
milagres, prodígios e sinais (At 2:22). Se Deus aprova alguém que Ele
enviou, haverá milagres, prodígios e sinais diante de todos. Somos
testemunhas do que Ele tem feito em nosso meio! O Senhor tem
feito grandes coisas com os adolescentes, as quais nenhum homem é
capaz de fazer. Deus tem levantado um exército de jovens santos por
intermédio de Sua palavra, com tropas e capitães que amam a palavra
de Deus e a praticam com simplicidade e obediência. Temos ainda
os valentes de Davi, formando um exército maravilhoso! Só Deus é
capaz de fazer essa obra com milagres, prodígios e sinais. Louvado
seja o Senhor!

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.


O enviado de Deus

12
SEMANA 1 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mt 4:4; Jo 1:4; 5:38-40; 1 Ts 2:13; 1 Jo 1:1-2
Ler com oração:
“Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é esta: que creiais naquele que
por ele foi enviado” (Jo 6:29).

COMO FAZER A OBRA DE DEUS?


Todo aquele que ama a Deus anseia realizar Sua obra. Entretanto
é preciso reconhecer que por si só ninguém tem a capacidade de
realizá-la. Certa ocasião, a multidão que seguia Jesus perguntou-
Lhe: “Que faremos para realizar as obras de Deus? Respondeu-lhes
Jesus: A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi
enviado” (Jo 6:28b-29). O homem tem a presunção ou ingenuidade
de achar que é capaz de realizar a obra de Deus, mas basta crer em
Seu enviado e na palavra dele para Sua obra ser efetuada.
A obra de Deus não é executada pela capacidade humana, mas
por crer na palavra do profeta de Deus. O homem tem um conceito
arraigado no cristianismo de que deve trabalhar para Deus usando a
própria capacidade. Somente Deus é capaz de realizar Sua obra. Ao
homem cabe apenas crer no enviado de Deus e na palavra dele, porque
ele profere a palavra que Deus ordena.
Ao crer em quem Deus enviou, a palavra permanece em nós e
produz resultados (Jo 5:38). Se não cremos em quem Deus enviou,
a palavra se torna ineficaz. Precisamos ser simples e acreditar que a
palavra fará a obra, como muitos adolescentes estão fazendo. Eles
estão sendo ganhos e transformados porque são simples, creem e
praticam o que ouvem. Por causa disso mudanças positivas estão
ocorrendo na vida deles.
Os judeus examinavam as Escrituras porque acreditavam ter
nelas a vida eterna, mas não queriam ir até Jesus para ganhar vida
O enviado de Deus

(Jo 5:39-40). Hoje ocorre o mesmo. Esses versículos nos encorajam


a buscar o falar vivo do Senhor por meio da Bíblia. Há cristãos que
examinam a Bíblia e alguns julgam a palavra profética, dizendo
aos irmãos para não acatá-la, mas seguir somente a Bíblia. Está
correto consultar e estudar a Bíblia, mas não basta apenas ler o que
está escrito, é preciso achar vida nela, e a vida eterna está em Jesus.
A palavra profética é Jesus falando conosco de uma maneira viva. É
um falar rhema, instantâneo, para atender à necessidade do momento. 13
Os judeus observavam as Escrituras, mas não iam até Jesus para ter
vida. Eles não tinham vida porque ficavam restritos à letra morta. Para
ter vida, precisamos ir a Jesus, porque só Jesus pode dar vida!
O falar vivo do Senhor é que dá vida, pois a vida é uma Pessoa.
Ele é a vida desde o princípio, Dele temos ouvido, e temos visto e
contemplado com nossos próprios olhos com respeito ao Verbo
da vida (1 Jo 1:1). Ele é a Palavra da vida, que pode ser apalpada,
contemplada, vista e ouvida. Ela nos foi manifestada e dela damos
testemunho (v. 2).
A vida eterna estava com o Pai, mas nos foi manifestada em Cristo.
A vida eterna é Cristo, e a palavra profética é aquela que Jesus fala
conosco por meio da Bíblia. O diabo é muito astuto e põe em nós
dúvidas quanto à palavra de Deus. Ele sabe que se a igreja crer na
palavra com simplicidade, a obra de Deus será realizada.
A palavra opera em nós quando cremos nela (1 Ts 2:13). A vida está
na palavra e a vida é a luz dos homens (Jo 1:4). Satanás sabe que seu
fim chegará quando a obra de Deus se realizar na terra por meio de
Sua palavra. Em Gênesis, nos capítulos primeiro e segundo, vemos
que o homem no jardim do Éden foi criado para receber bem a palavra
de Deus. Deus falava, e o homem obedecia, acatava Sua palavra, e
isso o fazia viver. O homem vivia da palavra de Deus (Mt 4:4) e foi
criado para ser alimentado dessa forma por Ele. Aleluia! Deus cuida
do homem! Vamos crer em Sua palavra.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.


O enviado de Deus

14
SEMANA 1 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 3:5; At 10; 11:1, 4-18; Ap 12:9
Ler com oração:
“A serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o Senhor
Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis
de toda árvore do jardim?” (Gn 3:1).

A PALAVRA PROFÉTICA NA ÉPOCA DO APÓSTOLO PEDRO


O homem precisa da palavra de Deus para viver, para alimentar sua
alma e seu espírito. Ele já foi criado de forma a receber todo cuidado
e alimento de Deus. Na verdade, a maioria de nós, que amamos ao
Senhor, temos para com Ele um coração correto e não temos qualquer
restrição à palavra de Deus. Numa situação normal, nenhum de nós
rejeitaria a palavra profética, que é o próprio Senhor falando conosco
hoje. No jardim do Éden, o homem recebia a palavra de Deus
espontaneamente, com tranquilidade, pureza e obediência. Mas o
inimigo agiu colocando dúvidas na mente do homem quanto à palavra
do Senhor; essa é sua maneira vil de agir.
Satanás põe dúvidas em nós a respeito das verdades, usando
sofismas e induzindo o homem a questionar: “É mesmo? Deus
disse isso?” (Gn 3:1b). A mulher, iludida pela malícia satânica,
argumentou com a serpente, que aproveitou a brecha para injetar seu
veneno nela; ela disse que Deus proibira comer o fruto da árvore do
conhecimento do bem e do mal porque sabia que, no dia em que o
comessem, seus olhos se abririam (Gn 3:5). Foi assim que Satanás
enganou a mulher. Ele hoje faz a mesma coisa: induz o homem a
questionar a palavra profética. Esse agente externo, a serpente, é
aquele que tem a capacidade de enganar o mundo inteiro (Ap 12:9).
Jesus veio como o verdadeiro Profeta, o Messias, para fazer a obra
de Deus por meio da palavra, mas o mundo não O conheceu e os judeus
O enviado de Deus

não O receberam. Perseguiam Jesus em nome da observância da lei,


usavam a própria lei para condenar o que Jesus falava e fiscalizavam
o que Ele fazia. Os líderes judeus sentiram-se ameaçados porque
mantinham uma estrutura religiosa de poder e não queriam perdê-la.
Eles enriqueciam com ela, e Jesus parecia estar pondo em risco as
benesses que eles obtinham dessa estrutura.
No início da igreja, Deus levantou o apóstolo Pedro para o ministério,
e, no dia de Pentecostes, os judeus que creram foram os primeiros a 15
ser batizados pelo Espírito Santo, como membros vivos do Corpo de
Cristo. A igreja não é uma instituição religiosa, mas é o Corpo vivo de
Cristo, e todos os que creem em Jesus são batizados como membros
desse Corpo. Pedro foi grandemente usado, contudo Deus também
precisava introduzir os gentios no Corpo de Cristo.
Antes de Pedro ser enviado à casa de Cornélio (At 10), ele teve
a visão de um lençol que descia do céu e continha toda sorte de
quadrúpedes e animais considerados imundos pelos judeus, de acordo
com Levítico 11. Uma voz do céu lhe disse para matar e comer, mas
Pedro replicou que não podia comer coisa imunda, e isso se repetiu
três vezes. Pedro tinha muita dificuldade de aceitar quem não era
judeu por causa de seu conceito judaico, mas ele enfim entendeu que
Deus estava admitindo os gentios.
Após introduzir os gentios no Corpo de Cristo, Pedro voltou para
Jerusalém. E chegou ao conhecimento dos apóstolos e dos irmãos que
estavam na Judeia que os gentios também haviam recebido a palavra de
Deus (At 11:1). Houve oposição por parte de alguns na igreja e os que
eram da circuncisão repreenderam Pedro, dizendo: “Entraste em casa de
homens incircuncisos e comeste com eles” (v. 3). Deus deu a palavra a
Pedro, a palavra profética saiu de sua boca, e mesmo assim o censuraram.
Ele, então, precisou fazer-lhes uma exposição, explicando tudo o que
acontecera (vs. 4-17). Ao ouvir a explicação de Pedro, apaziguaram-se e
glorificaram a Deus, pois entenderam que Deus concedera também aos
gentios o arrependimento para vida (v. 18).
Eles assim foram convencidos de que essa era uma obra do Espírito
Santo, mas a semente de oposição ao trabalho de Deus permaneceu na
igreja em Jerusalém. Quanto a nós, porém, apeguemo-nos à palavra
profética, à obra que o Espírito Santo tem para os tempos finais.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.


O enviado de Deus

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

16
SEMANA 1 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
At 15:1, 5; Rm 3:28; Gl 2:16; Ef 2:8
Ler com oração:
“Que é feito, pois, da vossa exultação? Pois vos dou testemunho de
que, se possível fora, teríeis arrancado os próprios olhos para mos
dar” (Gl 4:15).

OS OPOSITORES DA PALAVRA PROFÉTICA


Toda oposição à palavra profética provém, em princípio, de um
fator externo, e não de homens. Esse agente externo é o diabo, que
manipula os homens colocando dúvidas na mente deles para que se
tornem opositores.
Em Atos 15 vemos alguns indivíduos vindos da Judeia que
ensinavam aos irmãos que eles deveriam ser circuncidados segundo
o costume de Moisés (v. 1). Isso é uma mentira porque a salvação
vem pela fé (Ef 2:8; Gl 2:16; Rm 3:28). Além de crer em Jesus, eles
queriam impor duas outras condições: circuncidar-se e guardar a lei
de Moisés: “Insurgiram-se, entretanto, alguns da seita dos fariseus que
haviam crido, dizendo: É necessário circuncidá-los e determinar-lhes
que observem a lei de Moisés” (v. 5). Satanás quer derrubar a obra de
Deus, que é feita pela palavra. Por isso ele ataca quem fala a palavra
de Deus e faz isso usando homens com conceitos religiosos ou algum
tipo de ambição. Geralmente são esses que o inimigo escolhe para
lutar contra a palavra profética.
Na Epístola aos Gálatas, Paulo diz: “Faço-vos, porém, saber, irmãos,
que o evangelho por mim anunciado não é segundo o homem” (1:11).
O evangelho anunciado por Paulo era a palavra profética, não era um
falar segundo o homem, como o próprio apóstolo explica: “Porque eu
não o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas mediante revelação
de Jesus Cristo” (v. 12). Paulo era fiel a Deus, segundo a revelação
O enviado de Deus

que lhe foi dada pelo próprio Senhor, conforme ele escreveu: “Paulo,
apóstolo, não da parte de homens, nem por intermédio de homem
algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre
os mortos” (v. 1). Um apóstolo não é designado por homens, mas é
enviado e chamado pelo próprio Deus.
Paulo estava na condição de apóstolo para levar a palavra do
evangelho a fim de fazer a obra de Deus. Ele ficou espantado quando
percebeu que alguns tentavam afastar as pessoas dele. Ainda em 17
Gálatas, lemos: “Sede qual eu sou; pois também eu sou como vós.
Irmãos, assim vos suplico. Em nada me ofendestes. E vós sabeis que
vos preguei o evangelho a primeira vez por causa de uma enfermidade
física. E, posto que a minha enfermidade na carne vos foi uma
tentação, contudo, não me revelastes desprezo nem desgosto; antes,
me recebestes como anjo de Deus, como o próprio Cristo Jesus. Que
é feito, pois, da vossa exultação? Pois vos dou testemunho de que,
se possível fora, teríeis arrancado os próprios olhos para mos dar”
(4:12-15). Paulo estava doente dos olhos, mas tamanho era o apreço
das pessoas por ele que lhe dariam, se possível, os próprios olhos.
Um agente externo, entretanto, havia introduzido algo maléfico:
“Que é feito, pois, da vossa exultação?” (Gl 4:15). A serpente havia
confundido os pensamentos daquelas pessoas. Paulo, então, disse:
“Tornei-me, porventura, vosso inimigo, por vos dizer a verdade?”
(v. 16). Eles amavam a palavra, amavam Paulo, mas subitamente
as coisas mudaram. Paulo, porém, nunca se desviou da verdade.
Ele só se preocupava em ser fiel ao Senhor e em falar a verdade.
Repentinamente, Paulo passou a ser considerado vilão, mas no
versículo seguinte lemos: “Os que vos obsequiam não o fazem
sinceramente, mas querem afastar-vos de mim, para que o vosso
zelo seja em favor deles” (v. 17). O inimigo havia implantado algo
na mente dos gálatas e, a partir daquele momento, alguns começam
a disputar com Paulo, a ter ciúmes dele e a envenenar as pessoas
contra ele. Querido leitor, o inimigo é quem introduz essas coisas.
Sejamos simples e fiquemos alertas!

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.


O enviado de Deus

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

18
SEMANA 1 – SÁBADO
Leitura bíblica:
2 Co 11:3, 5-6; Gl 4:17
Ler com oração:
“Zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos
apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo” (2 Co 11:2).

A ARTIMANHA DE SATANÁS
CONTRA A PALAVRA PROFÉTICA
A antiga serpente põe dúvidas na mente humana por meio de
sofismas e ideias maliciosas, visando contestar a palavra de Deus e
impedir a realização de Sua obra. Para isso, Satanás usa pessoas cheias
de ambição e apegadas a tradições. Toda oposição à palavra de Deus
advém desse agente externo.
O apóstolo Paulo sofreu muito com a oposição à palavra de Deus,
pois ele chegou a ser considerado inimigo dos irmãos. Foi grande a
artimanha que o inimigo armou contra ele. Paulo, como servo, não
pregava por interesse próprio, por dinheiro ou popularidade, mas
cuidava da igreja com o zelo de Deus, a fim de apresentá-la como
virgem pura a um só esposo, que é Cristo (2 Co 11:2). Os líderes
religiosos, porém, cheios de ambição e usados pelo inimigo de Deus,
espalhavam inverdades e palavras enganosas para atrair o zelo dos
gálatas e afastá-los de Paulo (Gl 4:17).
As pessoas eram simples e puras, até o momento em que o inimigo de
Deus levantou alguns impregnados de conceitos religiosos e ambição
para lhes corromper a mente com palavras enganosas. Foi assim que
eles perderam a simplicidade e a pureza devidas a Cristo (2 Co 11:3).
Os falsos apóstolos que disputavam com Paulo caluniavam-no e
atacavam a palavra profética da época. Esses opositores eram pessoas
cultas, mestres da oratória e eloquentes. Paulo era simples no falar,
mas a palavra estava com ele (2 Co 11:5-6). Naquele tempo, havia
O enviado de Deus

o costume entre os gregos de remunerar quem ministrava palestras


sobre filosofia grega ou apresentava teses. Mas Paulo seguia o
Espírito e não usava técnicas de oratória. Esses falsos apóstolos,
então, passaram a difamá-lo dizendo que ele não falava bem e por
isso não era remunerado. Na verdade, Paulo não aceitava dinheiro
para não ser pesado à igreja: “Cometi eu, porventura, algum pecado
pelo fato de viver humildemente, para que fôsseis vós exaltados,
visto que gratuitamente vos anunciei o evangelho de Deus? Despojei 19
outras igrejas, recebendo salário, para vos poder servir, e, estando
entre vós, ao passar privações, não me fiz pesado a ninguém; pois
os irmãos, quando vieram da Macedônia, supriram o que me faltava;
e, em tudo, me guardei e me guardarei de vos ser pesado. A verdade
de Cristo está em mim; por isso, não me será tirada esta glória nas
regiões da Acaia” (2 Co 11:7-10).
A palavra “pesado” em grego é katanarkao. Da palavra narkao vem
o vocábulo narco, usado em português para designar “entorpecente”.
Isso significa que esses falsos apóstolos proferiam palavras
agradáveis para entorpecer os irmãos. Esse termo também era usado
para indicar um peixe do Oriente que hipnotizava ou entorpecia suas
vítimas, deixando-as atordoadas. Depois de entorpecida, a presa
poderia ser devorada aos poucos. Paulo usou esse termo para dizer
que esses falsos apóstolos estavam entorpecendo os irmãos a fim
de, pouco a pouco, contaminar sua mente e devorá-los como presas.
Ainda aos coríntios, Paulo disse: “O que faço e farei é para cortar
ocasião àqueles que a buscam com o intuito de serem considerados
iguais a nós, naquilo em que se gloriam. Porque os tais são falsos
apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de
Cristo. E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma
em anjo de luz” (2 Co 11:12-14).
Fiquemos atentos e não nos iludamos com a aparência de
espiritualidade nem com a oratória de alguém. Precisamos avaliar
o resultado da palavra para confirmar se ela vem ou não de Deus.
Qualquer um que corrompa e complique nossa mente, tirando-nos da
simplicidade e pureza devidas a Cristo, não provém de Deus. Vamos
imergir na palavra e ser simples. O inimigo de Deus quer tornar nossos
pensamentos complicados e a primeira coisa que ele faz é colocar
dúvidas quanto à palavra de Deus. Que estejamos todos precavidos
quanto às artimanhas do inimigo.
O enviado de Deus

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

20
SEMANA 1 – DOMINGO
Leitura bíblica:
2 Co 11:3
Ler com oração:
“Compadecei-vos de alguns que estão na dúvida; salvai-os,
arrebatando-os do fogo; quanto a outros, sede também compassivos
em temor, detestando até a roupa contaminada pela carne” (Jd 22-23).

COMPADECER-SE DOS QUE TÊM DÚVIDAS


O objetivo de Satanás é tirar-nos da simplicidade e pureza devidas
a Cristo. Para isso, ele coloca dúvidas em nossa mente. Precisamos
compadecer-nos dos irmãos e ajudar os que estão com dúvidas.
Deus é aquele que julga todas as coisas. O livro de Judas mostra-
nos o julgamento do Senhor sobre os ímpios e exorta-nos a batalhar
diligentemente pela fé, pois estamos engajados na luta pelo reino.
A epístola de Judas nos esclarece sobre quem é a fonte das
difamações: “Certos indivíduos se introduziram com dissimulação,
os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para
esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem
a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor,
Jesus Cristo. Quero, pois, lembrar-vos, embora já estejais cientes
de tudo uma vez por todas, que o Senhor, tendo libertado um povo,
tirando-o da terra do Egito, destruiu, depois, os que não creram; e a
anjos, os que não guardaram o seu estado original, mas abandonaram
o seu próprio domicílio, ele tem guardado sob trevas, em algemas
eternas, para o juízo do grande Dia; como Sodoma, e Gomorra, e
as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregado à prostituição
como aqueles, seguindo após outra carne, são postas para exemplo
do fogo eterno, sofrendo punição. Ora, estes, da mesma sorte, quais
sonhadores alucinados, não só contaminam a carne, como também
rejeitam governo e difamam autoridades superiores” (vs. 4-8). A
O enviado de Deus

fonte da insubordinação de pessoas que falam mal da autoridade que


o Senhor estabeleceu, que blasfemam contra o governo de Deus, é o
agente externo, o inimigo de Deus.
Vejamos como o arcanjo Miguel lidou com uma situação
semelhante: “Contudo, o arcanjo Miguel, quando contendia com o
diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a
proferir juízo infamatório contra ele; pelo contrário, disse: O Senhor
te repreenda!” (Jd 9). Quão séria é a questão da insubordinação. Até 21
mesmo o arcanjo Miguel não ousou proferir qualquer juízo infamatório
contra Satanás porque o diabo, em sua criação, tinha uma posição
superior à de Miguel.
A autoridade que Deus constitui não pode ser questionada. Podemos
até não concordar com ela, mas a autoridade é intocável. Somente
Deus pode lidar com ela. E continua: “Estes, porém, quanto a tudo o
que não entendem, difamam” (Jd 10a). Quem não entende a palavra
profética, a imersão, o “grito de guerra”, difama essas ferramentas. O
texto prossegue: “E, quanto a tudo o que compreendem por instinto
natural, como brutos sem razão, até nessas coisas se corrompem.
Ai deles! Porque prosseguiram pelo caminho de Caim [...]. Estes
homens são como rochas submersas, em vossas festas de fraternidade,
banqueteando-se juntos sem qualquer recato, pastores que a si mesmos
se apascentam” (vs. 10b-12a). Eles só se preocupam consigo mesmos,
não se importam se afetam outras pessoas, prejudicando vidas e
famílias: “Quanto a estes foi que também profetizou Enoque, o sétimo
depois de Adão, dizendo: Eis que veio o Senhor entre suas santas
miríades, para exercer juízo contra todos e para fazer convictos todos
os ímpios, acerca de todas as obras ímpias que impiamente praticaram
e acerca de todas as palavras insolentes que ímpios pecadores
proferiram contra ele” (vs. 14-15). Todo aquele que falar contra Deus,
contra Sua obra ou contra qualquer autoridade estabelecida por Ele
não ficará impune porque o Senhor o julgará.
Prosseguindo na leitura da Epístola de Judas: “Os tais são
murmuradores, são descontentes, andando segundo as suas paixões.
A sua boca vive propalando grandes arrogâncias; são aduladores dos
outros, por motivos interesseiros” (v. 16). Esses que bajulam, que
buscam apoio, visam ao interesse próprio: “Vós, porém, amados,
lembrai-vos das palavras anteriormente proferidas pelos apóstolos de
nosso Senhor Jesus Cristo, os quais vos diziam: No último tempo,
haverá escarnecedores, andando segundo as suas ímpias paixões. São
O enviado de Deus

estes os que promovem divisões, sensuais, que não têm o Espírito […]
compadecei-vos de alguns que estão na dúvida” (vs. 17-19, 22).
As dúvidas provêm do inimigo de Deus, do agente externo. Ele quer
tirar-nos da simplicidade e pureza devidas a Cristo (2 Co 11:3). Por
isso devemos ter compaixão dos que estão com dúvidas. Salvemos
essas vítimas entorpecidas pelo narco, que transtorna e hipnotiza o
homem: “Salvai-os, arrebatando-os do fogo; quanto a outros, sede
22 também compassivos em temor, detestando até a roupa contaminada
pela carne. Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços
e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória,
ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso,
glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora,
e por todos os séculos. Amém!” (Jd 23-25). Que o Senhor use cada
um de nós para, em amor, ajudar-nos mutuamente, a fim de que todos
estejamos preparados para a volta de nosso Senhor Jesus Cristo.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

O enviado de Deus

23
SEMANA 2 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mt 9:37-38; Jo 6:27
Ler com oração:
“O enviado de Deus fala as palavras dele, porque Deus não dá o Espírito
por medida” (Jo 3:34).

O ENVIADO DE DEUS FALA AS PALAVRAS DE DEUS


Nosso tópico nesta semana será a multiplicação de pães e peixes
registrada no capítulo sexto do Evangelho de João. Como enviado
por Deus, Jesus não fazia Sua própria vontade, mas a do Pai (v. 38).
As obras que efetuou testificavam que Ele era um verdadeiro profeta.
Mesmo após a morte e ressurreição de Jesus, Deus continua usando
canais para transmitir a palavra profética à igreja, dando direção
para Sua obra ser realizada. Essa é nossa missão e não podemos
ser distraídos por preocupações quanto à subsistência, o que nos
faz trabalhar apenas pela comida que perece. Jesus quer dar-nos o
alimento que nos levará à vida eterna (v. 27). Portanto nosso foco deve
ser buscar o reino, pregar o evangelho com simplicidade e testificar o
que temos visto e ouvido. A seara é grande, e o Senhor conta conosco
para alcançar as pessoas (Mt 9:37-38).
O Evangelho de João é diferente dos demais. Logo no começo,
lemos: “No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e
a Palavra era Deus” (Jo 1:1 KJA). Para os seres humanos, palavras
constituem um mero meio de comunicação pelo qual pensamentos
e ideias são transmitidos. Não é essa a conotação que João dá no
versículo. Ele diz que a Palavra era o próprio Deus. Uma vez que a
Palavra se fez carne na pessoa de Cristo, podemos dizer que Cristo
era a Palavra que já existia na eternidade. Enquanto os homens usam
a palavra como mero meio de comunicação, Deus nos transmite Sua
própria Pessoa pela Palavra, que é Cristo.
O enviado de Deus

Por intermédio da Palavra, Deus quer comunicar-se conosco. Para


isso, é necessário um canal transmissor. Já vimos em semanas anteriores
que João deixou um modelo claro para reconhecermos quem é o enviado
de Deus: “Se eu testifico a respeito de mim, o meu testemunho não é
verdadeiro. Outro é o que testifica a meu respeito, e sei que é verdadeiro
o testemunho que ele dá de mim” (Jo 5:31-32). Em todas as eras, Deus
usou canais para fazer Sua obra, que é realizada quando o enviado de
24 Deus profere Suas palavras.
Para evitar enganos, Jesus deixou bem evidente este princípio: uma
pessoa não pode declarar-se profeta de Deus. É até admissível que
outro dê testemunho a respeito do profeta, como fez João Batista ao
testemunhar de Cristo: “Mandastes mensageiros a João, e ele deu
testemunho da verdade” (Jo 5:33). João foi designado precursor de
Jesus e O reconheceu como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo, e também testemunhou a descida do Espírito como pomba
sobre Ele por ocasião de Seu batismo, afirmando que de fato era o
Filho de Deus.
Contudo esse testemunho humano não é suficiente para se reconhecer
o enviado de Deus. Por isso Jesus disse: “Eu tenho maior testemunho
do que o de João; porque as obras que o Pai me confiou para que eu as
realizasse, essas que eu faço testemunham a meu respeito de que o Pai
me enviou” (Jo 5:36).
Mas quem poderia dar um testemunho incontestável de que Jesus era
o Enviado de Deus? O Evangelho de João nos responde: “O Pai, que me
enviou, esse mesmo é que tem dado testemunho de mim. Jamais tendes
ouvido a sua voz, nem visto a sua forma” (5:37). Portanto o próprio
Deus testemunhou que Jesus era Seu Enviado, porque Ele fazia a obra
que Deus lhe confiara e que ninguém mais seria capaz de fazer.
Deus hoje usa pessoas para transmitir Seu falar. Deus usa o homem
de Sua escolha, o qual fala as palavras que Ele ordena. Alguns dizem
que o profeta tem de ser modesto e não deve apresentar-se como o
canal que fala por Deus, porque estaria autopromovendo-se. Mas o
profeta tem de assumir que a palavra que profere é conforme o que
Deus fala.
O verdadeiro profeta de Deus não tem liberdade para falar palavras
A multiplicação de pães e peixes

próprias. Ele fala tudo o que o Senhor lhe ordena, conforme lemos em
Deuteronômio: “Suscitar-lhes-ei um profeta do meio de seus irmãos,
semelhante a ti, em cuja boca porei as minhas palavras, e ele lhes
falará tudo o que eu lhe ordenar” (18:18). Assim, se alguém se diz
profeta enviado de Deus, e a palavra que fala não se cumpre, ele não
é verdadeiro profeta: “Se disseres no teu coração: Como conhecerei a
palavra que o Senhor não falou? Sabe que, quando esse profeta falar
em nome do Senhor, e a palavra dele se não cumprir, nem suceder,
como profetizou, esta é palavra que o Senhor não disse; com soberba,
a falou o tal profeta; não tenhas temor dele” (21-22). Ao contrário, se
a palavra que ele disser se realizar, ele é um verdadeiro enviado de
Deus. Louvado seja o Senhor! 25
Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

Leitura de apoio:
“As aparições do Deus da glória” – caps. 5 e 6 – Pedro Dong.
“Do cativeiro para a liberdade” – Editora Árvore da Vida.
O enviado de Deus

26
SEMANA 2 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Is 55:10-11; Jo 5:1-9; At 2:14
Ler com oração:
“Outra razão ainda temos nós para, incessantemente, dar graças a Deus:
é que, tendo vós recebido a palavra que de nós ouvistes, que é de Deus,
acolhestes não como palavra de homens, e sim como, em verdade é,
a palavra de Deus, a qual, com efeito, está operando eficazmente em
vós, os que credes” (1 Ts 2:13).

A PALAVRA QUE CURA


O verdadeiro enviado de Deus profere as palavras que Deus lhe
ordena. Portanto esse profeta não precisa mostrar-se despretensioso
ou modesto, nem “amenizar” o falar de Deus. Ele apenas transmite
o que Deus lhe disser. Nesse contexto cabe reiterar o conceito de
“palavra profética”.
Lemos no primeiro capítulo de Hebreus: “Havendo Deus, outrora,
falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas”
(v. 1). Deus falou aos pais por intermédio dos profetas. A palavra desses
profetas era a palavra profética. Prosseguindo: “Nestes últimos dias,
nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas,
pelo qual também fez o universo” (v. 2). Deus continua a falar. Se Seu
falar cessar, a Sua obra para, pois ela é realizada por Sua palavra.
Deus encarregou ao Filho, Jesus Cristo, a missão de falar por Ele.
Enquanto estava na terra, Jesus era a própria Palavra. Quando Ele
falava, milagres ocorriam e a obra de Deus era efetuada. Após Sua
morte e ressurreição, os apóstolos continuaram a falar por Deus.
No dia de Pentecostes, quando Pedro se levantou juntamente com os
A multiplicação de pães e peixes

onze (At 2:14), Deus usou-o como canal para falar a palavra profética.
Posteriormente, o Senhor levantou Paulo para alcançar o mundo
gentio. O apóstolo Paulo não falava palavras próprias, mas o que
pregava provinha da revelação de Jesus Cristo. Isso é de fato verdade
porque os tessalonicenses acolheram sua palavra como vinda de Deus
e ela operou eficazmente nos que creram (1 Ts 2:13). Portanto a palavra
profética é aquela que Deus transmite a Sua igreja por intermédio de
Seu canal com o objetivo de realizar Sua obra (Is 55:10-11).
A palavra profética também é mencionada na Segunda Epístola de
Pedro: “Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e
fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar
27
tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso
coração” (2 Pe 1:19). Enquanto o Senhor não voltar, precisaremos de
Seu falar. Vivemos num mundo trevoso, mas temos a palavra profética
como uma candeia que brilha e nos dá direção.
No capítulo quinto de João, relata a cura de um paralítico em
Jerusalém, o centro da religião judaica. No tanque de Betesda jazia
uma multidão de enfermos, cegos, coxos, paralíticos em busca de cura.
Essa situação retrata a confiança do homem na religião para obter cura.
Embora fosse possível, essa cura pela religião ocorria de forma muito
limitada e eventual. Um anjo descia de tempos em tempos, agitava a
água e somente o primeiro a entrar no tanque era curado.
Estava ali um paralítico que há 38 anos buscava a cura. Ao vê-lo,
Jesus lhe fez a simples pergunta: “Queres ser curado?”. O homem lhe
respondeu que, quando a água era agitada, não havia quem o ajudasse
a descer ao tanque. Jesus lhe disse: “Levanta-te, toma o teu leito e
anda” (Jo 5:8). Isso foi o suficiente para o homem tomar seu leito e
passar a andar. A palavra de Deus cura!
Talvez nossa situação seja como a do paralítico, mas o Senhor
quer curar-nos. A religião nos dá um leito para nos recostarmos,
mas Jesus quer fazer-nos levantar e andar. Basta uma palavra Dele e
somos curados!

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.


O enviado de Deus

28
SEMANA 2 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 1:26; 3:17-19; Mt 6:25-34
Ler com oração:
“Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão
que penosamente granjeastes; aos seus amados ele o dá enquanto
dormem” (Sl 127:2).

BUSCAR PRIMEIRAMENTE SEU REINO E SUA JUSTIÇA


O capítulo sexto do Evangelho de João começa com Jesus
atravessando o mar da Galileia, também chamado de Genesaré ou
Tiberíades (v. 1), nome da cidade ali construída por Herodes Antipas,
em honra ao imperador romano Tibério.
O mar da Galileia situa-se ao norte de Israel, em meio ao deserto.
Por isso, por questão de sobrevivência, havia muitas cidades ao redor
cuja população vivia substancialmente da pesca. Assim, esse mar
representa o mundo preocupado com a subsistência.
A terra foi criada por Deus, que a abençoou para o homem nela
viver, multiplicar-se e dominá-la (Gn 1:26). Por causa da queda, a
terra foi amaldiçoada (3:17-19) e, se o homem não a cultivar, surgirão
cardos e abrolhos. O deserto é uma consequência dessa maldição.
O mar representa o mundo corrompido por Satanás, onde a
humanidade vive e procura obter seu sustento. Embora todos nós
vivamos no mundo, a igreja não faz parte dele porque ela é como um
barco sobre as águas do mar. Isso significa que estamos no mundo,
mas, assim como Jesus, não pertencemos a ele.
Após a queda, o homem precisou recorrer ao mundo para obter
sustento. Em sua astúcia, o inimigo de Deus usa a ânsia pela
A multiplicação de pães e peixes

sobrevivência para escravizar o homem, ocupando-o com muita


labuta para acumular riquezas, adquirir bens e patrimônios e alcançar
uma vida confortável independente de Deus. Dessa maneira, o homem
criado por Deus se afasta do propósito inicial de sua criação: fazer a
vontade do Senhor na terra a fim de dominá-la. Sabendo disso, fiquemos
atentos. Obter sustento é nosso direito e dever legítimos. Todavia não
nos esqueçamos da razão pela qual fomos criados: dominar a terra para
nela estabelecer o governo de Deus. Não pensemos: “Quando eu tiver
mais tempo, servirei ao Senhor”, ou mesmo: “Quando me aposentar,
estarei livre para Deus me usar”. Essa é a estratégia do inimigo para
desviar-nos do propósito eterno de Deus. 29
Jesus ensinou os discípulos a orar da seguinte maneira: “Pai nosso,
que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino;
faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6:9-10). O
propósito de nossa vida é cooperar para que a vontade do Pai seja feita
na terra assim como é feita no céu. Se nos ocuparmos disso, Ele nos
dará o pão de cada dia (v. 11).
Jesus já nos advertiu para não andarmos ansiosos pelo nosso sustento
(Mt 6:25). Deus quer usar-nos para estabelecer Seu reino. Não vamos
ocupar todo o nosso tempo com os cuidados com o sustento. Os que
não são filhos de Deus gastam sua energia preocupando-se com o que
comer, beber e vestir. Conosco não é assim! O Pai celestial conhece
todas as nossas necessidades. Busquemos Seu reino e seremos supridos
(vs. 31-34). É assim que o Senhor nos dará o que precisamos enquanto
dormimos. Não precisamos inquietar-nos. Nosso Pai é fiel e cuida de
nós, enquanto nos dedicamos a Seu propósito.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.


O enviado de Deus

30
SEMANA 2 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mt 9:36-38; Jo 6:1-6
Ler com oração:
“Percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas,
pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e
enfermidades” (Mt 9:35).

COMPADECER-SE DAS MULTIDÕES


Ainda no capítulo sexto de João, vemos numerosa multidão seguindo
Jesus para obter cura: “Seguia-o numerosa multidão, porque tinham
visto os sinais que ele fazia na cura dos enfermos” (v. 2). Isso mostra que
a humanidade está doente. As pessoas ocupam-se dos afazeres diários,
trabalhando para garantir seu futuro e o da família, e tudo parece estar
normal. Mas, quando saímos às ruas para orar pelas pessoas, vemos
como estão carentes e precisam de cura, cuidado e salvação.
Na época de Jesus não era diferente. Ele se preocupava com a
humanidade. Por isso não ficava numa escola ensinando discípulos;
antes, ia às ruas, percorria cidades e povoados, pregava o evangelho
do reino e curava toda sorte de doenças e enfermidades (Mt 9:35).
O evangelho do reino visa estabelecer o governo de Deus na vida
das pessoas. Essa é nossa missão. Não pregamos apenas o evangelho
que livra as pessoas do inferno para levá-las a Deus, mas o evangelho
que traz o encabeçamento de Cristo sobre suas vidas, curando as
enfermidades emocionais e espirituais. Como Jesus, ao ver a condição
da humanidade, precisamos compadecer-nos dela: “Vendo ele as
multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas
como ovelhas que não têm pastor” (Mt 9:36). Muitos ainda não foram
A multiplicação de pães e peixes

alcançados pelo evangelho do reino e há muito o que fazer. Nas ruas a


necessidade é grande e há poucos trabalhadores (vs. 37-38).
Diante desse cenário, o Senhor revelou ao irmão Dong Yu Lan
a necessidade de usar colportores, e em 2017 fomos agraciados
com a colportagem dinâmica. Hoje temos mais de 500 colportores
trabalhando todos os dias. Além disso, há irmãos atuando como
colportores em tempo parcial nas igrejas. Querido leitor, as pessoas
estão doentes e precisam do evangelho do reino. Pondere diante
do Senhor e consagre um tempo para fazer o CEAPE (Centro de
Aperfeiçoamento para a Propagação do Evangelho) ou ir ao PAC
(Posto Avançado de Colportores), aprendendo a ser um trabalhador 31
em Sua seara. Não é preciso abandonar seu emprego, basta separar
algum tempo para cooperar com Deus.
Após atravessar o mar da Galileia, Jesus subiu ao monte (Jo 6:3).
Isso é muito significativo, pois indica que a comida que de fato satisfaz
não está no mar, mas no monte. Por essa razão, o apóstolo João quer
levar-nos para o alto. Elevemos nossos olhos da esfera terrena para os
céus. No alto está o pão que satisfaz.
Continuando no capítulo sexto de João: “Ora, a Páscoa, festa dos
judeus, estava próxima” (v. 4). O Senhor Jesus é o Cordeiro Pascal,
que foi imolado e efetuou a eterna redenção por nós. Antes, nossa vida
estava cheia de “fermento”, o qual simboliza tanto o pecado como os
ensinamentos religiosos, que não produzem vida. Cristo, entretanto,
foi imolado, e lançamos fora o velho fermento, como Paulo nos ensina
na Primeira Epístola aos Coríntios: “Lançai fora o velho fermento,
para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois
também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado” (5:7). Vivamos
uma vida de “pães asmos” com um coração puro para com o Senhor
e livres de maldade: “Por isso, celebremos a festa não com o velho
fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, e sim com os
asmos da sinceridade e da verdade” (v. 8). Andamos na luz e fazemos
tudo com sinceridade e verdade.
Provavelmente a multidão seguiu Jesus para permanecer com Ele
nos dias que passaria naquele local, pois sabiam que Ele subiria até
Jerusalém para a Páscoa: “Então, Jesus, erguendo os olhos e vendo que
grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: Onde compraremos
pães para lhes dar a comer? Mas dizia isto para o experimentar;
porque ele bem sabia o que estava para fazer” (Jo 6:5-6). Jesus fez
essa pergunta a Filipe, que era de Betsaida (1:44), cidade localizada
nas redondezas. Filipe certamente saberia onde conseguir pão. Jesus
queria experimentá-lo, pois sabia o que estava para fazer, e Filipe
tinha sido um dos primeiros a ser chamados para segui-Lo.
O enviado de Deus

Com esse episódio, o Senhor queria mostrar aos discípulos que o


reino dos céus não segue a lógica humana. Ele sempre pode operar algo
sobrenatural. Por isso, se alguém ainda vive a vida da igreja segundo a
lógica humana, quando surgir uma multidão de cinco mil homens, não
saberá como alimentá-la. Não somos um grupo de religiosos na terra,
mas somos cidadãos do reino dos céus, onde não há limitação humana.
O reino dos céus tem um Rei que pode atender qualquer necessidade.
32 Por isso não nos conformemos com a estrutura religiosa vigente, que
faz tudo segundo o pensamento cartesiano, até mesmo o serviço ao
Senhor. Se insistirmos nisso, nunca veremos o sobrenatural.
A lição que Jesus quis ensinar aos discípulos era que não se
restringissem à lógica humana, porque com Ele é sempre possível
realizar coisas além do natural e terreno!

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

A multiplicação de pães e peixes

33
SEMANA 2 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Dt 1:34-38; 2 Rs 5:1-14; Jo 6:5-9
Ler com oração:
“Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes
como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus” (Mt 18:3).

SER SIMPLES COMO CRIANÇA


Indagado sobre onde poderiam comprar pão para alimentar a
multidão, Filipe respondeu a Jesus: “Não lhes bastariam duzentos
denários de pão, para receber cada um o seu pedaço” (Jo 6:7). Naquela
época, um denário equivalia ao salário diário de um soldado romano.
Hoje, uma diarista cobra em média R$ 200,00. Portanto 200 denários
seriam equivalentes a R$ 40.000,00. Filipe assustou-se com essa soma
e declarou que não tinham capacidade para atender àquela necessidade.
Mas André disse ao Senhor: “Está aí um rapaz que tem cinco
pães de cevada e dois peixinhos; mas isto que é para tanta gente?”
(Jo 6:8-9). Dentre aquela multidão de cinco mil homens, certamente
alguns levavam algo para comer. Quando saímos, é comum levarmos
algum alimento conosco, como frutas, barrinhas de cereais, para nos
prevenirmos caso surja uma emergência.
Cinco pães e dois peixinhos eram insuficientes para toda aquela
multidão, mas ainda assim André informou a Jesus que um rapaz
os trazia consigo. No original grego, “rapaz” é paidárion (“menino
pequeno”). Os adultos que traziam algo para si ficaram calados, mas
esse menino apresentou o que tinha. Ele foi simples e, com o que ele
trazia, Jesus alimentou a multidão. Quando houver uma necessidade,
informe a Jesus. Não se limite à lógica humana que está em sua mente.
O Senhor tem usado nossos adolescentes para alimentar as pessoas.
Eles não possuem muito conhecimento, mas o Senhor tem usado a
sinceridade, obediência e o amor pela palavra que eles têm. Com
simplicidade, eles estão mudando o perfil da vida da igreja, e o viver
O enviado de Deus

familiar deles também tem sido transformado.


Isso nos remete à história daquela menina que informou à mulher de
Naamã, oficial do exército sírio, que em Israel havia um profeta que
poderia curá-lo da lepra. Naamã foi até Israel e foi curado (2 Rs 5:1-14).
A cura veio por meio de uma menina aparentemente insignificante.
O primeiro capítulo de Deuteronômio menciona que o povo de
34 Israel, em vez de crer no Senhor e entrar na boa terra para possuí-la,
murmurou porque se deixou influenciar pelo relato negativo dos dez
espias. Eles desconsideraram o encorajamento de Josué e Calebe, que
também haviam espiado a terra. O Senhor ficou indignado com o povo
de Israel, que duvidou de Sua capacidade de introduzi-los na terra
prometida (Dt 1:34-38). Por essa razão, a velha geração não entrou
na boa terra, mas Josué e Calebe, junto com os filhos daqueles que
haviam saído do Egito, entraram. Deus lhes disse: “Vossos meninos,
de quem dissestes: Por presa serão; e vossos filhos, que, hoje, nem
sabem distinguir entre bem e mal, esses ali entrarão, e a eles darei a
terra, e eles a possuirão” (v. 39). Esses meninos, que alguns adultos
consideram muito infantis, entrarão na boa terra. Da mesma forma,
Jesus nos ensinou a ser simples como crianças para entrar no reino
dos céus (Mt 18:3).
O tratamento de Deus para com a velha geração foi severo: “Porém
vós virai-vos e parti para o deserto, pelo caminho do mar Vermelho”
(Dt 1:40). Outra versão diz assim: “Quanto a vós, dai meia-volta”
(KJA). Deus ordenou que retornassem ao deserto. A velha geração não
entrou na boa terra por causa da incredulidade. Isso é uma advertência
para nós! Sejamos simples como crianças!

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.


A multiplicação de pães e peixes

35
SEMANA 2 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Mt 14:21; Jo 3:31-32; 6:9-10; 12:24; 1 Co 10:17
Ler com oração:
“A vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho,
e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava como o Pai e nos foi
manifestada” (1 Jo 1:2).

RESPONSABILIDADE E TESTEMUNHO
André informou a Jesus que havia um rapaz com cinco pães e dois
peixinhos, mas julgou essa quantidade insuficiente para alimentar toda
a multidão (Jo 6:9).
Consideremos o significado daquele alimento. Cinco pães é o número
da responsabilidade. Na mão há quatro dedos agrupados e um dedo
separado, o polegar, o que nos permite segurar objetos com firmeza.
Segurar firme é sinal de responsabilidade. Além disso, o número quatro
representa o homem, e o número um representa o Deus único. Jesus
é tanto homem como Deus e, portanto, é apto para executar a obra de
Deus na terra. Nós somos apenas homens, mas temos Deus dentro de
nós. Assim podemos cooperar com Jesus, cumprindo a vontade do
Pai, pregando o evangelho, fazendo a colportagem e cuidando das
pessoas. Essas são nossas responsabilidades.
O número dois indica testemunho (Jo 3:31-32). Em João 19, lemos:
“Aquele que isto viu testificou, sendo verdadeiro o seu testemunho;
e ele sabe que diz a verdade, para que também vós creiais” (v. 35).
Nesses últimos dias, o Senhor tem feito grandes coisas por nós.
Precisamos testificar o que vimos e ouvimos. O próprio apóstolo João
nos encoraja a testemunhar (1 Jo 1:2).
Os adolescentes precisam dar testemunho de como a palavra
profética transformou a vida deles, tirando-os de uma vida caótica para
uma vida cheia de esperança. Convidem outros adolescentes para as
reuniões. Se fizerem perguntas, não é preciso dar muitas explicações.
O enviado de Deus

Diga-lhes: “Vem e vê!”.


O rapaz apresentou cinco pães e dois peixinhos. O pão é feito de
trigo, representando a vida vegetal, uma vida geradora de muitos
frutos. Jesus Cristo é o grão de trigo que caiu na terra e gerou muitos
outros grãos (Jo 12:24). Nós somos esses muitos grãos gerados
pelo grão de trigo que caiu na terra e morreu, mas ressuscitou.
36 Formamos um só Corpo, a igreja, pois participamos de um único
pão (1 Co 10:17). Os cinco pães que o menino apresentou ao
Senhor eram de cevada. Dentre todos os cereais da terra de Canaã,
a cevada era o primeiro a amadurecer e ser colhido, indicando que,
após morrer, Cristo ressuscitou e se tornou nosso alimento.
Os peixes, por sua vez, são vida animal. Para se tornar alimento,
precisam morrer e derramar sangue. Os peixes, portanto, representam
a vida redentora de Cristo, O qual derramou Seu sangue para nos
redimir. O mar representa o mundo corrompido por Satanás, mas,
assim como os peixes vivem no mar e não são salgados por sua água,
Cristo se fez carne e viveu neste mundo pecaminoso, mas Nele não
havia pecado. Enquanto está vivo, o peixe não é salgado pela água do
mar. Isso só acontece quando ele morre. Da mesma forma, pelo novo
nascimento recebemos a vida divina. Vivemos no mundo, mas ele não
nos afeta!
Para distribuir o alimento, Jesus mandou o povo assentar-se na relva.
Havia quase cinco mil homens, além de mulheres e crianças (Jo 6:10;
Mt 14:21). Portanto, sem essa ordem, haveria enorme confusão. Jesus
nos ensina a lição de coordenação; na igreja também precisamos
aprender a fazer tudo com ordem.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.


A multiplicação de pães e peixes

37
SEMANA 2 – DOMINGO
Leitura bíblica:
Sl 36:8-9; Jo 6:11-15, 60, 66; Ap 21:14, 21
Ler com oração:
“Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a
vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará; porque Deus, o Pai,
o confirmou com seu selo” (Jo 6:27).

SÓ TU TENS AS PALAVRAS DA VIDA ETERNA


Na multiplicação dos pães e dos peixes, a multidão se assentou
para haver ordem na distribuição. Também precisamos aprender
essa mesma ordem nos serviços da igreja. Percebemos que, de
forma organizada, Jesus distribuiu os pães e peixes, e todos se
fartaram (Jo 6:11). Todos foram bem atendidos e comeram quanto
quiseram, mas sempre há um limite para o consumo de alimento
material; o excesso dele pode ocasionar problemas de saúde. Já o
alimento espiritual pode ser consumido à vontade. Os adolescentes
estão alimentando-se da palavra livremente. Nunca é demais, e na
casa de Deus há fartura de alimento espiritual (Sl 36:8-9).
A multidão comeu e fartou-se, e ainda sobraram doze cestos
cheios de pedaços dos cinco pães de cevada. Jesus mandou recolher
o que sobrou, pois na casa de Deus há abundância, mas não há
desperdício (Jo 6:12-13).
Doze é o número da perfeição na eternidade, e sete é o número
perfeito completo na dispensação do tempo (Ap 21:14, 21). Portanto o
alimento que retiramos do mundo serve para o sustento da vida física
e nos satisfaz momentaneamente; ainda que comamos à vontade,
voltaremos a sentir fome. Todavia o alimento que veio do Senhor
Jesus no monte nos supre para a vida eterna. Por isso comemos o
alimento material para sustentar a vida terrena, mas também comemos
o alimento espiritual que nos levará para a vida eterna.
O enviado de Deus

Os homens viram o milagre da multiplicação e creram que Jesus era


o profeta (Jo 6:14-15). Naqueles dias muitos foram curados e, dali em
diante, muitos creram no Senhor Jesus por causa dos sinais que Ele fazia.
Esses homens não eram confiáveis, mas sim egoístas e interesseiros
porque buscavam Jesus apenas para satisfazer suas necessidades físicas.
Não tenhamos um coração de seguir o Senhor apenas pelos benefícios
materiais que Ele nos pode proporcionar. Jesus é o único que pode suprir-
38 nos com o alimento que dura para a vida eterna. Não nos apeguemos
apenas a nossos interesses, mas com empenho vamos edificar a igreja,
fazer a vontade do Pai e ser vencedores.
No final do capítulo sexto de João, vemos muitos discípulos
abandonando Jesus (vs. 60, 66). Ele, então, perguntou aos doze se
também queriam retirar-se, mas Pedro respondeu: “Senhor, para quem
iremos? Tu tens as palavras da vida eterna” (v. 68). As palavras da
vida eterna nos satisfazem, nos transformam, fazem a obra de Deus e
nos dão direção. Correr atrás de curas e milagres é buscar apenas o pão
que perece; nós, porém, queremos vida!
À vista de tantos sinais, a multidão quis fazer Jesus rei. Imaginem
uma nação cujo rei é capaz de produzir pão milagrosamente. O PIB
dessa nação subiria ao infinito, e ninguém precisaria trabalhar. Jesus,
entretanto, retirou-se dali porque Ele não veio para ser esse tipo de rei
na terra. Ele é o Rei do reino dos céus!
Corramos atrás do que importa, do que tem valor eterno: o pão
espiritual que permanece e nos alimenta para a vida eterna!

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

A multiplicação de pães e peixes

39
SEMANA 3 - SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Sl 2:1-8; 110:1-3
Ler com oração:
“Teu povo se apresentará generoso, no dia da convocação. Nos montes
santos, mais numerosos do que gotas de orvalho no seio da aurora, tu
terás teus exércitos de jovens santos!” (Sl 110:3 KJA).

UM EXÉRCITO DE JOVENS SANTOS


O título desta mensagem é “O pão que desceu do céu dá vida ao
mundo”. Nela vemos que precisamos da palavra que sai da boca de
Deus para viver. E essa palavra, que é o próprio Cristo, ela mesma faz
a obra de Deus. Nós, assim como os valentes de Davi, cooperamos
com o Senhor apresentando-nos a fim de edificar o tabernáculo e
entrar na boa terra.
Em 2020, o Senhor nos deu uma revelação baseada no seguinte
versículo: “Teu povo se apresentará generoso, no dia da convocação.
Nos montes santos, mais numerosos do que gotas de orvalho no seio
da aurora, tu terás teus exércitos de jovens santos!” (Sl 110:3 KJA). A
aurora representa o início da volta do Senhor, que virá como a estrela
da manhã. Hoje vivemos numa noite de trevas porque a estrela da
alva ainda não apareceu, mas sabemos que a aurora está chegando.
Poucos conseguirão identificar esse momento. Graças ao Senhor pelo
exército de jovens santos que está sendo formado por nossas crianças
e adolescentes! Eles são como gotas de orvalho no seio da aurora.
O livro dos Salmos nos mostra que as nações (gentios) e os reis
da terra (governantes) estão sob o governo de Satanás, que lidera
uma rebelião contra Deus. O inimigo faz com que as nações queiram
libertar-se de qualquer conexão com Deus para agir fora de Seus
princípios (2:1-3). Até o dia final, essa predisposição contra Deus,
contra Sua Palavra e contra Cristo só deverá aumentar. Conforme
O enviado de Deus

descrito no versículo 6, Deus Pai escolheu Cristo, Seu Filho, para ser
Rei sobre o santo monte Sião. O Filho de Deus tornou-se homem,
viveu na terra de forma justa segundo a vontade de Deus, morreu por
nossos pecados e ressuscitou. Na eternidade, Ele era o Filho unigênito
de Deus; mas, em Sua ressurreição, Ele foi gerado como o Filho
primogênito. É por esse motivo que, desde então, todos os que creem
em Jesus se tornam filhos de Deus, mas o Primogênito é Jesus. O
40 versículo 8 mostra que o Pai entregou ao Filho as nações por herança
e as extremidades da terra por possessão, por isso Lúcifer, enciumado
e despeitado, rebelou-se contra Deus.
Jesus foi obediente a Deus: morreu na cruz por nossos pecados,
derramou Seu sangue precioso e realizou a redenção em nosso favor,
resgatando-nos de volta para Deus. Portanto todos os que creem em
Cristo recebem a vida eterna e se tornam filhos de Deus. Por meio
da ressurreição, Jesus se tornou o Filho primogênito de Deus. Ele
ascendeu ao céu e assentou-se no lugar de maior honra: à direita do
Pai. No salmo 110, Deus prometeu ao Filho colocar todos os Seus
inimigos (Satanás e seus anjos, os principados e potestades) debaixo
de Seus pés, fazendo Cristo reinar sobre Seus inimigos (vs. 1-2).
Como Cristo está assentado no céu, Deus, de forma prática, fará isso
usando a igreja. No versículo 3 do salmo 110, lemos: “Teu povo se
apresentará generoso, no dia da convocação. Nos montes santos, mais
numerosos do que gotas de orvalho no seio da aurora, tu terás teus
exércitos de jovens santos!” (KJA). Por intermédio da igreja, Deus
fará Cristo dominar sobre Seus inimigos, colocando-os debaixo de
Seus pés. Para auxiliá-Lo nesse trabalho, Ele levantará um exército
de jovens santos. Estamos no final dos tempos. A palavra que nos foi
revelada no ano de 2020 mostra que a aurora já começou. Antes da
volta do Senhor, Deus usará a igreja para colocar todos os inimigos
debaixo dos pés de Cristo.
Depois dessa revelação, muitos milagres estão acontecendo em
nosso meio. Nossas crianças começaram a sair com os pais para
O pão que desceu do céu dá vida ao mundo
pregar o evangelho, praticando o “Posso orar por você?”. Elas estão
orando pelas pessoas nas ruas. Aos poucos, esse sentimento passou
a despertar os pré-adolescentes e os adolescentes, que começaram
a surgir como gotas de orvalho. Isso é muito positivo, pois nestes
tempos finais há um bombardeio da mídia sobre os adolescentes
tentando transformá-los em vítimas de ideologias perniciosas para
fazê-los sucumbir.
De maneira surpreendente, nossos adolescentes se posicionaram
ao lado do Senhor e passaram a amar a palavra. Eles fazem imersão
na palavra, transcrevem a palavra, fazem gritos de guerra, formando
assim um exército excepcional. Eles acompanham a palavra com
dedicação, dormem e acordam com Deus ouvindo as mensagens.
Ao despender tanto tempo com as coisas do Senhor, isso poderia
prejudicar o desempenho deles na escola. Entretanto, pelo contrário,
eles estão tornando-se os melhores alunos: suas notas melhoraram 41
e muitos são modelos entre seus colegas. Hoje, na igreja, podemos
contar com esses adolescentes. Eles “colocam fogo” nas reuniões.
Na última conferência de adolescentes (“Geração Santa”), o Senhor
nos mostrou que eles são nossas “tropas” formando o exército de Deus.
Estão com o moral elevadíssimo, pois são totalmente direcionados
pela palavra.
Em seguida tivemos a conferência de jovens (“Geração Final”). Os
irmãos responsáveis pela conferência me perguntaram como deveriam
proceder, pois os jovens estavam “a mil por hora”. Então, com base no
primeiro livro de Crônicas, mostrei-lhes que, quando Davi foi ungido
rei, ele precisou de um exército para formar seu reino e governar sobre
Israel. O reino dele começou quando o Senhor lhe forneceu valentes,
os valentes de Davi, conforme lemos: “São estes os principais valentes
de Davi, que o apoiaram valorosamente no seu reino, com todo o
Israel, para o fazerem rei, segundo a palavra do Senhor, no tocante a
esse povo” (11:10). Nossos jovens são esses valentes hoje na igreja!

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

Leitura de apoio:
“A vida eterna... hoje!” - caps. 3 e 4 - Editora Árvore da Vida.
O enviado de Deus

42
SEMANA 3 - TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
1 Rs 7:14; 1 Cr 11:17; 12:18; 14:1; 2 Cr 2:3-7
Ler com oração:
“Aqueles três romperam pelo acampamento dos filisteus, e tiraram
água do poço junto à porta de Belém, e tomaram-na, e a levaram
a Davi; ele não a quis beber, mas a derramou como libação ao
Senhor” (1 Cr 11:18).

OS VALENTES DE DAVI
Em 2017, o Senhor nos deu estas palavras: entusiasmo, excelência e
inclusão. Isso porque a igreja estava apática e algo deveria ser feito. Era
preciso haver uma reação. A partir daí, percebemos que necessitávamos
de um exército, como os valentes de Davi. Tive comunhão com alguns
jovens mais experientes e um deles me perguntou: “Qual é exatamente
nosso papel, o que temos de fazer?”. Minha resposta foi o trecho do
primeiro livro de Crônicas, em que Davi desejou beber água do poço
que estava junto à porta de Belém (11:17), porque naquele lugar havia
uma água especial.
Davi não pediu a ninguém que fosse ao poço tirar água, pois ali o
exército dos inimigos filisteus estava acampado. Davi apenas suspirou,
mas três valentes do seu exército irromperam no acampamento inimigo,
tiraram água do poço e a levaram até ele (1 Cr 11:18). Da mesma forma,
hoje há valentes surgindo entre nós. Temos jovens maduros com visão
da obra e do reino do Senhor, e eles sabem que estamos lutando pelo O pão que desceu do céu dá vida ao mundo
estabelecimento do reino de Deus na terra. Para isso precisamos dos
valentes de Davi.
Primeira Crônicas 12 relata a convocação de pessoas para formar o
exército de Davi. Como vimos, o Senhor está formando um exército,
uma tropa de adolescentes. Sendo assim, os jovens maduros precisam
cuidar dos adolescentes, dando-lhes voz de comando, pois são os
“capitães” de tropas do exército do Senhor, que luta pelo reino (v. 18).
Mais adiante, no mesmo livro, vemos a cooperação de Hirão, rei
de Tiro, enviando materiais e trabalhadores para edificar uma casa
para Davi (1 Cr 14:1). Tiro fica exatamente na região litorânea onde
atualmente têm acontecido conflitos em Israel. Essa cidade era famosa
pela habilidade de seus habitantes de cortar madeira e trabalhar nela, e
lapidar vários tipos de metais; eles também possuíam frotas de navios,
barcos e jangadas.
43
Na época do rei Salomão, esses homens habilidosos levaram madeira
dos cedros do Líbano de Jope até Jerusalém, para construir o templo, a
casa do Senhor. No segundo livro de Crônicas aparece alguém chamado
Hirão-Abi, um outro homem habilidoso que o rei de Tiro enviou a
Salomão, conforme lemos: “Agora, pois, envio um homem sábio de
grande entendimento, a saber, Hirão-Abi” (2 Cr 2:13). Ele enviou esse
homem sábio porque Salomão precisava edificar a casa do Senhor, que
seu pai, Davi, o havia encarregado de fazer. Para a construção, eram
necessários os materiais e os artífices habilidosos. Então o rei de Tiro
enviou Hirão-Abi, um homem cheio de sabedoria, de entendimento e
de ciência para fazer toda obra de bronze (1 Rs 7:14). Ou seja, Salomão
precisava de um perito, um homem especialista para trabalhar na
edificação do templo (2 Cr 2:3-7).
Em Crônicas há mais detalhes acerca de quem era Hirão-Abi: “Filho
de uma mulher das filhas de Dã e cujo pai foi homem de Tiro; ele
sabe lavrar em ouro, em prata, em bronze, em ferro, em pedras e em
madeira, em obras de púrpura, de pano azul, e de linho fino e em
obras de carmesim; e é hábil para toda obra de entalhe e para elaborar
qualquer plano que se lhe proponha, juntamente com os teus peritos e
os peritos de Davi, meu senhor, teu pai” (2 Cr 2:14). Aplicando o fato
a nossa realidade atual, os capitães são esses homens habilidosos que
sabem trabalhar com “ouro, prata, bronze, linho finíssimo, púrpura,
carmesim e com toda sorte de materiais”. Tudo isso é para edificar
a casa do Senhor. Os jovens maduros, os capitães de tropas, têm
adolescentes como recursos humanos a sua disposição. Todo exército
precisa ter capacidade de mobilização; logo, um capitão precisa ter
capacidade e poder de mobilizar tropas. Hoje, os capitães comandam
tropas de primeira qualidade, movidas pela palavra do Senhor, com
moral elevado e cheios da energia celestial. Com tudo isso, vamos
edificar para o Senhor!
O enviado de Deus

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

44
SEMANA 3 - QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
2 Cr 2:14; Jo 10:10a
Ler com oração:
“Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes
como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus” (Mt 18:3).

EDIFICAR O TABERNÁCULO E ENTRAR NA BOA TERRA


Assim que o povo de Israel saiu do Egito, o Senhor mandou contar
quantos homens eram capazes de sair à guerra. E, quando estavam
no deserto, Ele formou um exército com homens das doze tribos.
Na verdade, todo o povo de Deus é um exército. Somos um exército
porque temos inimigos ao redor, tentando destruir-nos por estarmos
aqui para estabelecer o reino de Cristo. Há, por isso, uma luta,
uma guerra entre reinos sendo travada na terra. Naquela época, no
deserto, o povo se acampava ao redor do tabernáculo, e, quando a
nuvem se erguia de sobre a tenda, eles se levantavam e marchavam
como um exército.
O ponto central para o povo de Deus era o tabernáculo, que hoje
é representado pela igreja. No centro do tabernáculo ficava o Santo
dos Santos e, dentro dele, estava a arca da aliança, simbolizando a
presença de Deus e Sua glória e de Cristo, nosso Rei. Cristo está no
tabernáculo, que é a igreja. Assim como o povo de Israel de outrora
construiu o tabernáculo conforme o projeto de Deus, hoje também
devemos construir o tabernáculo de acordo com o projeto divino. O O pão que desceu do céu dá vida ao mundo
Senhor tem Seu próprio modelo para edificar o tabernáculo e também
precisa de homens habilidosos para edificá-lo.
No deserto havia duas metas a ser alcançadas: a edificação do
tabernáculo e a entrada na boa terra. Na verdade, trata-se de um único
objetivo. Hoje também estamos aqui para edificar a igreja a fim de
entrar na boa terra, que é o reino milenar. Somente os vencedores
reinarão com o Senhor no milênio. A velha geração do povo de
Israel ficou prostrada no deserto por causa de sua incredulidade e
desobediência; daquela geração, somente Calebe e Josué entraram
na boa terra de Canaã. Quem conseguiu entrar foi a nova geração,
representada hoje por nossos jovens e adolescentes. A atitude dos
mais novos com relação à palavra, amando-a com simplicidade e
inculcando-a no coração, mostra que estão na direção certa, rumo à
boa terra de Canaã. Os adultos também estão nessa caminhada, mas, 45
para entrar no reino dos céus, eles precisam converter-se e tornar-se
como crianças, ou seja, precisam voltar à simplicidade (Mt 18:3).
Em Êxodo, está escrito: “Falarás também a todos os homens hábeis a
quem enchi do espírito de sabedoria, que façam vestes para Arão para
consagrá-lo, para que me ministre o ofício sacerdotal” (28:3). Aqui
estão mencionados homens hábeis e veste sacerdotal. Onde poderíamos
encontrar hoje homens peritos, especialistas e habilidosos para fazer a
obra do Senhor, a fim de edificar Sua casa? No grupo de capitães. Por
isso os capitães não apenas lideram as tropas, mas também estão sendo
preparados. O Senhor os tem enchido de sabedoria para que se tornem
habilidosos, a fim de realizar a obra de edificação do tabernáculo.
Como vimos, o pai do habilidoso Hirão-Abi era proveniente de Tiro e
a mãe era judia, da tribo de Dã (2 Cr 2:14). Por ser filho de uma mulher
judia, ele era considerado judeu. Seu pai, por sua vez, era de uma região
de homens habilidosos. Todas as coisas que nos sobrevieram e que
experienciamos ao longo de nossa vida compõem nosso histórico: nossa
família, nossos pais, a infância, a juventude, a escola em que estudamos, o
exercício de nossa profissão, as habilidades que adquirimos... tudo isso foi
para quê? Toda essa vivência representa o pai procedente de Tiro, aquele
lugar cheio de pessoas habilidosas. Espiritualmente falando, pertencemos
ao povo de Deus, a Sua igreja; porém o Senhor nos faz passar pelo mundo
secular para adquirirmos habilidades.
Se você está ocupado com seu trabalho, saiba que o Senhor não
o excluiu dos capitães de tropas. Talvez você diga: “Estou muito
ocupado, não tenho tempo para o Senhor. Sou desqualificado”.
Não, você não é desqualificado! O Senhor está preparando você. As
habilidades que granjeou não são apenas para você ganhar dinheiro,
mas para edificar a igreja. Entretanto o Senhor só vai usar nossa
habilidade natural depois que ela passar pela morte para, então, ser
usada em ressurreição.
Como isso acontece? Não usamos diretamente nossa habilidade
O enviado de Deus

natural ou adquirida, mas, em primeiro lugar, devemos deixar morrer


essas habilidades, como ocorreu com Moisés. Aos quarenta anos de
idade e cheio de capacidade natural, ele quis servir a Deus e libertar
o povo judeu do Egito a sua maneira. O Senhor não aceitou aquela
atitude bem intencionada, porém praticada com sua força natural.
Quando Moisés estava com oitenta anos de idade, o Senhor o chamou,
mas ele replicou que nada mais podia fazer porque estava velho. O
46 Senhor, contudo, reafirmou que agora sim ele estava bom e poderia
ser útil para Deus. Todas as habilidades que ele adquirira, o Senhor,
então, usou em ressurreição.
Hoje Deus quer usar-nos em Sua obra, porque há muita coisa a ser
feita e temos muitos lugares para conquistar. Graças a Deus entramos
na África e a obra tem prosperado. Temos lá o CEAPE, a colportagem,
publicação de livros, vans e outros veículos para transporte. Tudo tem
avançado de forma sustentável. E não só na África, mas também na
Europa, nos Estados Unidos, na Oceania, na Ásia, na América do Sul
e na América Central. O Senhor precisa de homens habilidosos em
todos os lugares, pois o objetivo final é a edificação da igreja.
Os jovens capitães devem fazer a obra de edificação com suas
tropas. Dessa maneira, cooperarão com os generais, aqueles que estão
à frente da obra, tornando-se úteis na edificação. Nosso objetivo com
tudo isso não é engrandecer o homem, mas trazer o Senhor de volta,
edificando a igreja e reestabelecendo o reino de Deus na terra. Os
capitães, que vieram com uma perspectiva limitada, adquiriram agora
uma perspectiva mais ampla. Tudo isso visa edificar o tabernáculo e
introduzir os vencedores na boa terra.
Neemias edificava os muros de Jerusalém e ao mesmo tempo sofria
com os ataques do inimigo. Ele trabalhava com uma mão e com a outra
empunhava uma arma. Isso mostra que a edificação exige luta, porque
há uma guerra espiritual. O plano do diabo é provocar destruição e
caos. Ele quer destruir tudo o que Deus faz. Sua obra é roubar, matar
e destruir (Jo 10:10a), mas a economia de Deus é edificar a igreja e
levar-nos à glória. A economia divina envolve construção, edificação.
O pão que desceu do céu dá vida ao mundo

Hoje alguns falam palavras negativas e fazem uma obra de destruição,


prejudicando as pessoas. Não coloquemos nossa atenção em aspectos
negativos, mas sim em aspectos positivos. Nosso foco é positivo:
temos uma obra a realizar, um reino a defender. Por isso vamos fixar
uma meta positiva e edificar a casa do Senhor sem, entretanto, relaxar,
porque o inimigo vai tentar parar a obra de Deus. Não permitamos que
isso aconteça. Vamos prosseguir, visando sempre às coisas positivas.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima. 47


SEMANA 3 - QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mt 8:24-26; 14:22-33; Jo 6:16-23; 17:14
Ler com oração:
“A nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados
e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as
forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Ef 6:12).

O SENHOR ESTÁ CONOSCO


O Evangelho de João relata-nos que a multiplicação dos pães
aconteceu perto de Tiberíades (6:23), uma cidade que o rei Herodes
construiu e nomeou em honra ao imperador Tibério. Naquele dia Jesus
ainda não tinha ido ter com os discípulos, que partiram de barco sem
Ele (vs. 16-17).
O mesmo episódio está descrito no livro de Mateus, mostrando que
Jesus despediu as multidões e disse aos discípulos que tomassem um
barco e fossem para o outro lado (14:22). No Evangelho de João, vemos
que os discípulos navegaram cerca de cinco ou seis quilômetros. De
repente eles viram Jesus se aproximar e ficaram amedrontados (6:19),
porque Jesus não veio num barco, mas andando por sobre o mar.
Sabemos que o mar representa o mundo dominado por principados e
potestades liderados por Satanás.
A Epístola aos Efésios revela que existe uma luta na esfera
espiritual (6:12). As notas referentes a esse versículo na versão King
James Atualizada ressaltam que o sistema mundial é controlado
por uma hierarquia angelical caída. Os dominadores do mundo das
trevas controlam todos os sistemas das nações. Assim é o mundo em
que vivemos.
O Evangelho de João relata que o mar estava agitado (6:18). Como
vimos, o mar representa o mundo; o barco representa a igreja, que está
no mundo, mas não faz parte dele (Jo 17:14). Nós estamos no mundo,
O enviado de Deus

mas não somos do mundo. O barco está sobre as águas do mar, mas
as águas não estão dentro do barco. Se a água do mar entrar, o barco
afundará. Por isso não coloquemos coisas do mundo na igreja. O barco
precisa seguir sua rota até chegar a seu destino. Com Jesus no barco,
chegaremos lá!
Enquanto a obra de Deus avança, as forças espirituais do mal
intensificam sua oposição. O barco com os discípulos representa a
48 igreja que, como vimos, está no mundo, todavia não pertence a ele.
A igreja é o instrumento usado por Deus para realizar Sua obra. Para
cumprir sua missão, ao mesmo tempo em que sofre os ataques do
diabo, a igreja precisa da presença de Jesus. Com ondas e tempestades,
o mar tenta impedir que o barco avance. O vento sopra e o mar se agita
para impedir que a igreja avance e chegue a seu destino.
Se a igreja não avança, ela não causa preocupação ao império das
trevas. Mas, se a igreja quiser avançar, o mar tentará impedir, fazendo
com que o barco seja varrido pelas ondas. Em Mateus está escrito
que durante a tempestade Jesus estava dormindo. Ele estava em outra
esfera, na esfera celestial, por isso não era afetado pelas circunstâncias
(Mt 8:24-26). Os ventos provocados pelos principados e potestades
que atuam no ar, e a tempestade suscitada pelos demônios que têm
seu lugar de habitação no mar, procuram impedir o barco de avançar.
Todo o exército do império das trevas luta contra o avanço da igreja.
É por isso que surgem os ataques do inimigo, pois ele quer frustrar o
progresso da igreja. O inimigo quer assustar-nos, mas não fiquemos
atemorizados porque Jesus está dormindo dentro do barco. Quando
despertado, Ele nos diz: “Homens de pequena fé, Eu estou aqui”. O
Senhor sempre está conosco! Aleluia!
O vento do mundo é sempre contrário ao avanço do barco. Por isso
não nos enganemos: o mundo nunca nos ajudará. Em meio a ondas e
ventos fortes, Pedro também andou por sobre as águas. Ele sempre foi
uma pessoa impulsiva; ele quis andar sobre as águas e pediu isso ao
Senhor (Mt 14:28). Jesus disse-lhe: “Vem!” (v. 29). Pedro, então, saiu
O pão que desceu do céu dá vida ao mundo
do barco e caminhou sobre as águas. Ao reparar na força do vento, teve
medo, sua fé foi embora e ele começou a afundar. Com isso aprendemos
que jamais devemos atentar para as circunstâncias e sabemos que isso
não é fácil. Diante de uma situação de pressão, quem não é influenciado
por ela, quem não esmorece? Todos fraquejamos. Entretanto precisamos
aprender a viver pela fé cada vez mais. Não fiquemos amedrontados
pelas ameaças e oposição do inimigo. O Senhor está no barco. Podemos
ficar tranquilos porque Ele está conosco!

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima. 49


SEMANA 3 - SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mc 6:45-52
Ler com oração:
“Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas
estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6:33).

QUEREMOS FAZER A VONTADE DE DEUS


O Evangelho de Marcos também registra o episódio de Jesus
andando sobre o mar (Mc 6:45-52) e acrescenta uma informação
importante: “Porque não haviam compreendido o milagre dos pães;
antes, o seu coração estava endurecido” (v. 52). Jesus fez mais um
milagre diante dos discípulos porque eles não haviam compreendido o
significado do milagre dos pães. Muitas vezes dificultamos o trabalhar
do Senhor em nós porque nos falta fé. Temos de ser como crianças e
simplesmente crer.
O homem natural vive buscando satisfazer suas necessidades e
seus próprios interesses. Ele não tem interesse em buscar a vontade
do Senhor, pois se preocupa apenas com as próprias vontades e
necessidades. Hoje, mesmo entre aqueles que buscam a Deus, muitos
procuram lugares onde realizam curas, expulsam demônios e pregam
prosperidade. O homem que corre atrás dessas coisas não é confiável.
Jesus quer verdadeiros seguidores, que busquem a vontade de Deus.
Por isso Ele diz: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua
justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6:33). Não
busquemos outras coisas, busquemos em primeiro lugar o reino de
Deus e Sua justiça, e Ele nos dará o que necessitamos.
No casamento em Caná da Galileia, quando o vinho acabou, o
Senhor transformou a água em vinho. Ali, os homens viram o primeiro
milagre. Muitos buscam o Senhor para obter alegria e satisfação.
Não busquemos o Senhor apenas para isso. O Senhor foi capaz de
O enviado de Deus

transformar cinco pães e dois peixes em alimento para uma multidão.


Essa multidão correu atrás de Jesus; eles vieram de longe, tomaram
seus barquinhos e atravessaram o mar para buscar o quê? Para buscar
coisas materiais. Caro leitor, espero que você não busque o Senhor
apenas pelas coisas materiais, para a satisfação de suas necessidades.
Que todos tenhamos um coração para fazer a vontade de Deus.
Queremos fazer Sua vontade mesmo que passemos por privações,
50 pois amamos o Senhor.
No capítulo sexto de João, a multidão queria proclamar Jesus rei.
Então Ele fugiu e retirou-se para o monte. O que a multidão buscava
era um líder que lhe desse pão. Por isso Jesus disse: “Trabalhai, não
pela comida que perece [...], porque Deus, o Pai, o confirmou com o
Seu selo” (Jo 6:27). Em outras palavras, era como se Ele dissesse: “Não
busque o pão que perece, busque a comida que Eu vou lhe dar. Quero
dar-lhe a comida que durará para a vida eterna”. Deus confirmou isso
com Seu selo. Quando João Batista batizou Jesus, Deus Pai declarou:
“Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3:17). E
João Batista afirmou: “Pois eu, de fato, vi e tenho testificado que ele é
o Filho de Deus” (Jo 1:34). Aqui também vemos o selo de Deus.
O homem é formado de três partes: corpo, alma e espírito. Quando
Deus nos criou, soprou em nós o espírito. Assim, temos em nosso
interior um órgão chamado espírito. O espírito humano foi criado pelo
Espírito de Deus para que pudéssemos contatar a Deus, pois “Deus é
espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em
verdade” (Jo 4:24). Portanto Deus criou o espírito bem no centro do
interior do homem. Ele também criou a alma. Na criação do espírito,
formou-se a alma. O que é a alma? É a característica, a identidade de
uma pessoa, sua personalidade. Cada pessoa tem uma alma diferente
das demais. Deus não criou duas pessoas iguais. Nem mesmo os
gêmeos idênticos são idênticos em suas almas; ou seja, ainda que
sejam semelhantes na aparência, são diferentes no interior. Isso
mostra que Deus não nos criou como robôs concebidos e fabricados
O pão que desceu do céu dá vida ao mundo
em série. Você tem sua preferência e eu tenho a minha. Todos somos
diferentes. Deus quer governar sobre cada alma para, no final, formar
uma orquestra maravilhosa sob Sua regência, sob Seu governo. A
multiforme sabedoria de Deus será apresentada ao universo inteiro,
inclusive a Satanás.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

51
SEMANA 3 - SÁBADO
Leitura bíblica:
Dt 30:11-14; Mt 4:4; Rm 10:6-9
Ler com oração:
“Porém que se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu
coração; isto é, a palavra da fé que pregamos” (Rm 10:8).

CRISTO É A PALAVRA DE DEUS


O homem tem espírito, alma e corpo. Nosso corpo foi feito do pó da
terra para vivermos na dimensão terrena e por isso estamos limitados
pelo tempo e espaço. Nosso espírito e nossa alma não estão na dimensão
terrena, mas estão limitados pelo corpo, que vive na terra. Sabemos
que, para se manter vivo, o corpo precisa de alimento. A respiração,
então, é ainda mais importante. Se alguém parar de respirar por cinco
minutos, as células do cérebro serão as primeiras a morrer, gerando
morte cerebral. O corpo também precisa de água para viver. Enfim,
parece que vivemos para atender às necessidades do corpo.
Quando viajamos para visitar as igrejas, sempre surge a pergunta:
“Onde vamos tomar o café da manhã?”. Daí tomamos o café da manhã
e desfrutamos de uma comunhão maravilhosa com os irmãos. Mais
tarde surge a pergunta: “Onde vai ser o almoço?”. E em seguida: “Onde
vai ser o jantar?”. Nós nos preocupamos muito com essas coisas. Nossa
primeira necessidade é sempre física. Infelizmente, o homem só olha
para esse aspecto. A alma, entretanto, tem uma necessidade maior, e
o espírito tem outra maior ainda, mas o homem não se preocupa em
satisfazê-las, pois sua principal preocupação é o alimento físico.
Vamos ampliar nossa visão. Ao ser tentado pelo diabo, Jesus lhe disse:
“Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que
procede da boca de Deus” (Mt 4:4). O homem precisa da palavra que
sai da boca de Deus para viver. Por isso não fiquemos o tempo todo
pensando: “Onde vou tomar café?”; “o que vou almoçar?”; “quando
O enviado de Deus

vou jantar?”. Antes, tenha esta única preocupação: “Como vou viver
sem a palavra de Deus?”. Nossos adolescentes não conseguem mais
viver sem a palavra. Precisamos fazer como eles: praticar a imersão,
fazer transcrição, dormir com Deus e acordar com Ele. Eles estão o
tempo todo imersos na palavra, que alimenta o espírito e a alma. Esse
é o alimento que nos levará para a vida eterna.
A Palavra é o próprio Cristo, conforme lemos: “Porque este
52 mandamento que, hoje, te ordeno não é demasiado difícil, nem está
longe de ti. Não está nos céus, para dizeres: Quem subirá por nós
aos céus, que no-lo traga e no-lo faça ouvir, para que o cumpramos?
Nem está além do mar, para dizeres: Quem passará por nós além do
mar que no-lo traga e no-lo faça ouvir, para que o cumpramos? Pois
esta palavra está mui perto de ti, na tua boca e no teu coração, para a
cumprires” (Dt 30:11-14).
O livro de Romanos aborda o mesmo assunto, mas de maneira
diferente: “Mas a justiça decorrente da fé assim diz: Não perguntes em
teu coração: quem subirá ao céu?, isto é, para trazer do alto a Cristo;
ou: Quem descerá ao abismo?, isto é, para levantar Cristo dentre os
mortos” (Rm 10:6-7). Aqui não se refere a mandamento, mas a Cristo.
“Palavra” em Deuteronômio é “Cristo” em Romanos. Para Deus,
Cristo é o mandamento que Ele ordenou no Antigo Testamento. No
versículo seguinte, lemos: “Porém que se diz? A palavra está perto de
ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos”
(v. 8). Por isso, “se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e,
em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás
salvo” (v. 9). A palavra não é mera escritura. Muitos dizem que temos
de voltar para as Escrituras, mas a Escritura sem Cristo é letra morta.
Outros dizem: “Não caia nesse negócio de palavra profética, volte
para as Escrituras”. A palavra de Deus é Cristo e tem de ser Cristo.
No Evangelho de João, Jesus disse: “Examinais as Escrituras,
porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam
de mim. Contudo, não quereis vir a mim para terdes vida” (5:39-40). A
O pão que desceu do céu dá vida ao mundo
palavra só tem vida se Cristo for encontrado nela, pois Ele é a Palavra.
Logo, Cristo é a vida eterna: “E a vida se manifestou, e nós a temos
visto, e dela damos testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a
qual estava com o Pai e nos foi manifestada” (1 Jo 1:2). Quem crer em
Cristo terá a vida eterna.
Prosseguindo no Evangelho de João: “De fato, a vontade de meu Pai
é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu
o ressuscitarei no último dia” (6:40). Vida eterna não indica apenas
duração eterna, mas também natureza eterna e divina, pertencente
à dimensão da eternidade. Quando ouvimos falar em vida eterna,
imediatamente isso nos dá uma conotação de longevidade, de vida
que dura para sempre. Em qual dimensão? Vivemos numa dimensão
limitada pelo tempo e espaço, mas Deus está em outra dimensão, na
dimensão da eternidade. Por isso vida eterna não significa permanecer
na dimensão de tempo e espaço para todo o sempre, mas ser 53
transportado para uma esfera celestial. Quem quer continuar vivendo
eternamente nesta dimensão terrena restrita? Nosso desejo é ir para a
dimensão onde Deus está, para a esfera da eternidade!
Ainda no Evangelho de João, lemos: “Dirigiram-se, pois, a
ele, perguntando: Que faremos para realizar as obras de Deus?
Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é esta: que creiais naquele
que por ele foi enviado” (6:28-29). A obra de Deus é crer Naquele
que foi enviado por Ele. Isso significa crer na palavra, pois o enviado
de Deus não fala as próprias palavras, mas a Palavra de Deus. A
Palavra de Deus, que é o próprio Cristo, faz a obra de Deus. Deus
não nos quer apenas como mão de obra. Ele é tão poderoso que faz
tudo por meio de Sua palavra. Então por que Ele nos usa? Porque
quer que creiamos e recebamos Jesus, que ouçamos Sua palavra e
creiamos nela. Isso era o que Deus queria que os judeus fizessem:
que recebessem Cristo de braços abertos, ouvissem Sua palavra com
amor reverente e cressem nela. Quando e se isso acontecesse, a obra
de Deus teria sido feita no meio deles. Israel não estaria na situação
em que está atualmente se tivesse ouvido a palavra de Jesus naquela
época. Portanto a obra de Deus não é fazer coisas para Ele, mas crer
em Sua palavra. Ao crer, a palavra opera eficazmente e a obra de
Deus acontece.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.


O enviado de Deus

54
SEMANA 3 - DOMINGO
Leitura bíblica:
Is 57:15; Jo 6:30-31, 33; 1 Co 15:51-52; Tg 1:16-18
Ler com oração:
“Em verdade, em verdade vos digo: não foi Moisés quem vos deu o
pão do céu; o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá. Porque o
pão de Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo” (Jo 6:32-33).

O PÃO DA VIDA É JESUS


No capítulo sexto de João, a multidão não entendia o que Jesus estava
dizendo. Ele era o Enviado de Deus, e os judeus, para crer na palavra
do Enviado de Deus, queriam uma prova, queriam um sinal. É como se
dissessem: “Deus deu um sinal para que o povo cresse em Moisés, pois
Moisés nos deu pão do céu” (vs. 30-31). Mas eles não se importavam
com o pão do céu, com a natureza celestial, e sim com o pão que caiu do
céu para alimentá-los fisicamente. Apesar de Jesus ter realizado vários
sinais, a preocupação deles continuava sendo o pão para alimento físico,
pois eram ligados a coisas materiais. O versículo 33 evidencia que o
verdadeiro pão de Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo.
Não nos enganemos com o pão físico, com o pão desta terra. Deus
quer dar-nos algo muito melhor. O presente que Ele quer dar ao
homem não é o pão que perece, mas o pão superior: o pão que desce
do céu, da esfera onde Deus está (Tg 1:16-17a).
Deus é aquele que habita a eternidade (Is 57:15), e a eternidade é
o céu. Toda boa dádiva vem do céu, “descendo do Pai das luzes, em O pão que desceu do céu dá vida ao mundo
quem não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tg 1:17b).
Deus habita na esfera da eternidade, e não na dimensão do tempo e
espaço, que é a esfera terrena. Hoje, nosso corpo é material, físico,
porque está no mundo material, mas Deus está no mundo espiritual, na
esfera da eternidade, na luz. Einstein elaborou a teoria da relatividade,
e até na física ele conseguiu demonstrar que a única coisa constante
no universo é a velocidade da luz. O tempo parece constante, mas
cada espaço de tempo depende da velocidade da luz. Quanto mais
alguém se aproxima da velocidade da luz, mais o tempo se prolonga e
é exatamente na velocidade da luz que o tempo para.
Por isso a única coisa existente e constante é a velocidade da luz;
o tempo e o espaço são relativos. O Pai nunca muda. Nele não há
mudança nem variação. O único existente e constante é Deus, pois Ele
está na luz. Deus é luz. O verdadeiro pão é o pão do céu, que está na
esfera da eternidade. Todos precisamos desse pão. A melhor coisa que 55
Deus quer dar-nos é isso. Estamos sempre pedindo o pão físico, mas
Deus quer dar-nos o pão da eternidade, que nos conduz à vida eterna.
O novo nascimento já nos levou para onde Deus está, e nossa nova
natureza pertence àquela dimensão, pois fomos gerados pela Palavra
da verdade, que está na eternidade (Tg 1:18). A verdade é a luz, a
única coisa existente constante.
E a multidão pedia a Jesus: “Então, lhe disseram: Senhor, dá-nos
sempre desse pão. Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o
que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede”
(Jo 6:34-35). Esse pão não é terreno, mas está em outra dimensão.
Jesus prosseguiu: “Porém eu já vos disse que, embora me tenhais
visto, não credes. Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o
que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora” (vs. 36-37). Se você
realmente ama o Senhor, Ele não o lançará fora; antes, cuidará muito
bem de você. E disse mais: “Porque eu desci do céu, não para fazer
a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou”
(v. 38). Um enviado de Deus não faz a própria vontade. Pode até ser
criticado, mas ele é alguém que faz a vontade Daquele que o enviou, e
“a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos
os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia” (v. 39).
Na Primeira Epístola aos Coríntios, o apóstolo Paulo revela: “De
fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos
que dormem. [...] Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo,
as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda” (15:20, 23).
A expressão “dos que dormem” refere-se aos cristãos que morreram
fisicamente. Os filhos de Deus não morrem, apenas dormem. Os que já
dormiram estão aguardando a segunda vinda de Cristo. Se dormirmos
no Senhor, quando Ele voltar, seremos ressuscitados.
Por fim, nós, os que cremos em Jesus, seremos transformados
(1 Co 15:51-52) para desfrutar da vida eterna, pois comemos o pão
da vida que desceu do céu e estamos na esfera da eternidade onde
O enviado de Deus

Deus está. Aleluia!

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

56 Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.


SEMANA 4 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Jo 6:41-63
Ler com oração:
“Não vos enganeis, meus amados irmãos. Toda boa dádiva e todo dom
perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode
existir variação ou sombra de mudança” (Tg 1:16-17).

O PÃO QUE DESCE DO CÉU


A mensagem desta semana cujo título é “As palavras que eu vos
tenho dito são espírito e vida” enche nosso coração de gratidão a
Deus. Sua grande misericórdia nos alcançou quando Ele nos deu Seu
Filho como aliança de paz, fonte de vida eterna, alimento e bebida
espirituais. Ao nos alimentarmos do Filho, tornamo-nos membros de
Seu Corpo e Sua vontade é realizada na terra por intermédio da igreja.
Recentemente, o Senhor nos agraciou com a Conferência das igrejas
do Rio de Janeiro. O ambiente espiritual e a alegria tornaram aqueles
dias extraordinários. No sábado à noite desfrutamos de uma mensagem
muito rica e, quando fomos descansar após o jantar, a energia elétrica
acabou. Muitas cidades do estado do Rio de Janeiro, inclusive Duque
de Caxias, a cidade onde estávamos, ficaram às escuras. Isso nos
proporcionou momentos de comunhão entre os irmãos até 23h30.
Foi uma situação inusitada e desconfortável com calor de 40ºC, sem

As palavras que eu vos tenho dito são espírito e vida


ar-condicionado nem ventiladores. Contudo, por amor à palavra, os
irmãos ali permaneceram. Mesmo dormindo com calor intenso nos
quartos, nos alojamentos e até mesmo nos carros, pela manhã todos
estavam alegres!
Como estávamos sem energia para gravar a última mensagem,
que é o final do sexto capítulo de João, e que encerra esta série do
Alimento Diário, oramos ao Senhor pedindo uma solução. De uma
coisa tínhamos clareza: estávamos no barco e o Senhor também estava
conosco! Com Cristo no barco, sempre chegaremos a nosso destino! O
Senhor nos fez passar por uma prova de fé. Esperamos, mas a energia
não voltou. A ausência de energia na região causou indisponibilidade e
aumento no preço do aluguel de geradores. Preparamo-nos, então, para
gravar as mensagens nas instalações da igreja em Niterói. Entramos
no carro com todas as malas, prontos para seguir viagem, mas antes
mesmo de atravessar o portão, a energia elétrica voltou. Jesus estava
no barco conosco! 57
Rapidamente os irmãos voltaram para o auditório com alegria
indescritível e a sensação de vitória estampada no rosto de cada um.
Nosso Senhor nos leva ao triunfo, de vitória em vitória. Não temos
medo das adversidades, da tempestade, nem do mar com suas ondas
porque nosso Senhor está com Sua igreja e nos conduzirá a nosso
destino, que é a boa terra.
No último “Encontro de Capitães e Tropas” em São Paulo, o
Senhor nos mostrou que os capitães têm uma grande responsabilidade
ao cuidar das tropas. Essas tropas são entregues aos capitães para
que estes se tornem os edificadores da igreja. O Senhor precisa de
homens hábeis, com aptidão para trabalhar em ouro, prata, bronze e
madeira, fazer entalhes, engastes, destreza para trabalhar em tecidos
e em bordaduras. Deus precisa de homens habilidosos para edificar
o tabernáculo, que é o lugar de habitação de Deus. A revelação do
Senhor contida nas mensagens que liberamos nesse encontro serão
compiladas em um livro, que fará parte dos kits a serem distribuídos
pelos colportores.
Não temos tempo para perder com coisas negativas, pois há muitas
coisas positivas a serem realizadas! Nossa agenda daqui para a frente
é positiva: vamos edificar o tabernáculo, o lugar de habitação de
Deus, e ao mesmo tempo formar um exército formidável de jovens
santos que lutem pelo reino de Deus, a fim de entrarmos todos na
boa terra.
Durante a Conferência no Rio de Janeiro, vimos a alegria das casas
de adolescentes em várias cidades do Estado. Alguns pais ou adultos
que ainda tinham alguma dúvida quanto ao caminho que o Senhor
nos indicou (de imersão na palavra e gritos de guerra), quando Deus
mostrou Sua obra sendo feita no meio de nossos adolescentes, ficaram
convencidos. A transformação de vida ocorrida em cada um deles e a
consistência espiritual mediante a constituição da palavra sedimentada
no coração de cada um, tranquilizaram os pais.
O enviado de Deus

Essa é a realidade resultante de inculcar a palavra de Deus neles.


Nossos adolescentes tornaram-se o batalhão de frente na batalha!
Não há como deixar de reconhecer que essa obra é do Espírito Santo.
Muitos adolescentes foram salvos de uma vida apática e sem futuro
para ser úteis na obra do Senhor, no avanço desse exército em direção
à boa terra. Agora, sob a direção dos capitães, eles participarão da
edificação do tabernáculo para que o Senhor possa finalmente obter
58 um lugar de descanso, a habitação de Deus no Espírito.
No capítulo sexto de João lemos: “Murmuravam, pois, dele os
judeus, porque dissera: Eu sou o pão que desceu do céu” (v. 41). Na
primeira mensagem desta Conferência dissemos aos irmãos que os
judeus queriam que Jesus lhes desse um sinal mostrando que Ele
era de fato o Messias, o Profeta que havia de vir, conforme Deus
prometera por meio de Moisés. No conceito deles, quando o Messias
chegasse, faria o que Moisés fizera no deserto. Não tendo o povo de
Israel onde buscar pão, Deus, por meio de Moisés, fez descer pão
do céu, o maná, e eles, então, comeram aquele pão físico. Os judeus
exigiam que Jesus realizasse o mesmo sinal: fazer descer pão físico do
céu. Nosso instinto natural é lutar por nossas necessidades terrenas,
mas Jesus quer dar-nos algo superior: Ele quer dar-nos o pão que vem
do céu com a natureza celestial, o pão que dá a vida eterna.
No primeiro capítulo do livro de Tiago, vemos que as melhores
coisas, as melhores dádivas e o dom perfeito que Deus quer dar-nos
vêm do alto. Por isso não corramos atrás de coisas terrenas, nem
nos contentemos com elas: o pão material, a casa ou o carro dos
sonhos (Tg 1:16-17). Busquemos as coisas lá do alto! Mesmo os
bons empregos que Deus nos dá são para buscarmos as coisas lá do
alto, o pão que desce do alto trazendo a boa dádiva, o bom presente
do céu! A melhor coisa que Deus nos pode dar é o pão que vem lá
do alto, pois esse pão nos levará para a vida eterna, para a esfera da

As palavras que eu vos tenho dito são espírito e vida


eternidade! Aleluia!

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

Leitura de apoio:
“Fundamentos da fé cristã” - volume 1 – lição 17 – Editora Árvore da Vida.
“A vida eterna... hoje” – cap. 4 – Editora Árvore da Vida.

59
SEMANA 4 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mt 13:13-16; Jo 6:35, 41-45; 1 Co 2:9-15
Ler com oração:
“Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu
o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos profetas: E serão todos
ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que da parte do Pai tem
ouvido e aprendido, esse vem a mim” (Jo 6:44-45).

ENSINADOS POR DEUS


Os judeus pediam que Jesus fizesse sinais como Moisés fizera no
deserto e “murmuravam, pois, dele os judeus, porque dissera: Eu sou o
pão que desceu do céu” (Jo 6:41). Deus quer dar o melhor ao homem,
mas o homem só quer o pão físico: “E diziam: Não é este Jesus, o filho
de José? Acaso, não lhe conhecemos o pai e a mãe? Como, pois, agora
diz: Desci do céu?” (v. 42). Deus escolhe um profeta entre os homens
e usa-o como canal para anunciar Suas palavras. O homem, entretanto,
olha para as circunstâncias humanas e coloca dúvidas sobre a escolha
do canal do Senhor: “Não conhecemos seu pai, sua mãe, seus irmãos e
irmãs? Não sabemos que sua família tem falhas e defeitos como todo
ser humano?”. E então começam a ter dúvidas quanto à palavra que
o Senhor fala por meio desse profeta. Hoje não é diferente e ocorre a
mesma coisa que tem ocorrido em todas as épocas. Alguns começam
a colocar dúvidas sobre a palavra profética: “Se vem por meio do
homem, então a palavra é falível. Se a palavra é falível, posso filtrá-la
e ficar somente com as partes que me agradam”. Que grande engano
de Satanás!
A vontade do Pai é que faz uma pessoa achegar-se a Jesus, o Enviado
de Deus, para ouvir e receber Sua palavra. Nada acontece por acaso
(Jo 6:43-44). Se alguém hoje está ouvindo a palavra de Deus e crendo
com simplicidade e obediência como nossos adolescentes, não é por
acaso ou por vontade própria, mas porque Deus Pai assim o quis. Tudo
O enviado de Deus

parte do Senhor, de Sua vontade.


O que Deus quer dar ao mundo não é algo para alimentar o estômago
físico, mas é o verdadeiro pão celestial: “Replicou-lhes Jesus: Em
verdade, em verdade vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão
do céu; o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá. Porque o
pão de Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo” (Jo 6:32-33).
Deus quer dar vida ao mundo. Jesus declarou que Ele mesmo era o
60
Pão da vida e quem Dele se alimentasse não voltaria a ter fome, e tal
declaração levou os judeus a murmurar (Jo 6:35, 41). Isso nos mostra
que as coisas espirituais se discernem espiritualmente (1 Co 2:9-15).
Jesus veio como o Enviado de Deus, mas os judeus não
conseguiam vê-Lo como tal. A liderança dos judeus foi incapaz
de ver algo tão evidente: Jesus era o Cristo, o Messias, e Suas
palavras eram vida! Não conseguiam ver, pois seus corações
estavam endurecidos. Esse endurecimento aconteceu porque
estavam preocupados com o risco de perder seus privilégios como
líderes dos judeus. Portanto quem crucificou Jesus não foram os
judeus, mas sim seus líderes. Estes ocupavam o topo da estrutura
do poder, usufruíam de todos os seus privilégios e vantagens e
viam Jesus como uma ameaça a essa conjuntura.
Os líderes judeus tinham olhos, mas não conseguiam enxergar;
tinham ouvidos, mas não conseguiam ouvir nenhuma palavra do
Senhor Jesus com entendimento (Mt 13:13-16). Por isso temos de ser
gratos ao Senhor, porque não fomos escolhidos por mérito pessoal,
mas pela vontade e misericórdia do Pai. Igualmente pela misericórdia
de Deus, temos aprendido com nossos adolescentes a ser simples para
ouvir a palavra de Deus e nela crer, o que nos leva a perceber como a
palavra é capaz de fazer a obra de Deus.
Nossos adolescentes têm essa experiência, sendo ensinados por Deus

As palavras que eu vos tenho dito são espírito e vida


em Sua palavra (Jo 6:43-45). Os que estão ouvindo e aprendendo de
Deus são os que têm essa simplicidade, são esses meninos e meninas
despretensiosos e singelos para apreciar a palavra. Como essa palavra
vem de Deus, eles a amam e dão valor a ela. Eles fazem a transcrição e
a imersão nela, dormem e acordam com Deus. Essa é a grande bênção
que eles estão aprendendo de Deus!

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

61
SEMANA 4 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Is 54:1-5; 1 Co 1:26-29
Ler com oração:
“Alarga o espaço da tua tenda; estenda-se o toldo da tua habitação, e não
o impeças; alonga as tuas cordas e firma bem as tuas estacas” (Is 54:2).

NOSSA RESPONSABILIDADE É RESTAURAR


Em Isaías 54 lemos a respeito da situação de Israel e de Sião, depois
que Deus restaurou a condição do povo de Israel. Essa restauração
virá no final dos tempos, e a igreja executará as ações para que venha
o fim. Estamos executando as ações necessárias para que venha o fim
e, quando o momento chegar, Deus restaurará Israel. A restauração da
nação de Israel depende de nós executarmos o que falta nos tempos
finais. Essa é nossa responsabilidade.
Deus precisa dos trabalhadores da última hora, os que estão “fora
da caixa”, ou seja, fora do convencional. Se nos apegássemos à
forma convencional, muitos de nós seriam rejeitados. Somos como
aqueles homens que seguiram Davi: os que se achavam em aperto,
endividados e amargurados de espírito, os que habitavam na
caverna de Adulão; Davi dispunha desses homens para fazê-lo rei.
O Senhor chamou aqueles que não são para envergonhar aqueles
que são (1 Co 1:26-29). Nós não somos nada! Segundo o padrão
convencional, nunca seríamos convocados para esse trabalho, mas o
Senhor teve misericórdia de nós. Ele decidiu contar conosco e, ainda
mais, nos entregou Suas tropas: os adolescentes!
A restauração do povo de Israel e de Sião depende de nós. Primeiro
ela acontecerá de forma real na igreja. Agora, no final dos tempos, já
podemos ver essa restauração ocorrendo de forma prática na igreja, e,
posteriormente, ocorrerá também no povo de Israel. Por isso, quando
lemos o que vai acontecer com Israel, entendemos que podemos
O enviado de Deus

aplicar os acontecimentos sobre o futuro dessa nação também à igreja


no tempo atual. O povo de Israel procede de Sara, esposa de Abraão,
que era estéril, mas Deus operou um milagre e fê-la gerar Isaque, de
quem também veio a descendência espiritual de Israel, que somos nós,
a igreja (Is 54:1-5).
O Senhor ordenou: “Alarga o espaço da tua tenda; estenda-se o toldo
da tua habitação, e não o impeças; alonga as tuas cordas e firma bem as
62 tuas estacas” (Is 54:2). Há pouco tempo fomos a Fortaleza, cuja igreja
e obra regional sofreram ataques tão violentos do inimigo que dava a
impressão de que tudo acabaria. Entretanto, pelo contrário, o Senhor
fortaleceu as igrejas naquela região. Quando os visitamos, os irmãos
cantavam gritos de vitória, cheios de alegria! Estavam como se tivessem
sido libertados de uma escravidão, pois até então estavam proibidos de
fazer gritos de guerra, não podiam fazer imersão na palavra nem mesmo
ter uma Casa de Adolescentes. De repente, então, eles foram libertos e
envolvidos numa alegria tão grande que decidimos não abordar assuntos
negativos, mas priorizar a agenda positiva.
O local onde estávamos reunidos parecia uma quadra bem ampla.
O objetivo dos irmãos, porém, era construir um auditório fechado
para 600 pessoas, finalizando a obra em aproximadamente um mês
e meio. A fundação nem sequer havia sido iniciada e ainda não havia
materiais de construção no local. Mas, quando indaguei a respeito,
eles disseram: “Nós vamos fazer, vamos terminar!”. Esses irmãos,
apesar de tão contundidos pelos ataques ferozes do inimigo, não
ficaram lamentando-se dos problemas.
Eles estão com a agenda positiva e querem investir para alargar o
espaço da tenda! O objetivo deles não é apenas construir um novo
auditório, mas também um novo local de reuniões mais próximo do
centro da cidade, e já estão ativamente procurando um terreno.
Não podemos ficar lamentando! Precisamos preparar-nos para alargar

As palavras que eu vos tenho dito são espírito e vida


o espaço de nossa tenda. Vamos alargar o espaço, esticar o toldo de
nossa habitação! Não estorvemos o que o Espírito quer fazer em nosso
meio. Vamos “pensar grande”, pois Deus quer abençoar-nos!
A ordem é: “Alonga as tuas cordas e firma bem as tuas estacas”
(Is 54:2). Precisamos fazer uma tenda grande, alongada e não encurtada.
Vamos alongar as cordas e firmar bem as estacas para tornar sólida essa
construção, “porque transbordarás para a direita e para a esquerda” (v. 3).
Aleluia! Nós reinaremos sobre as nações até então assoladas por Satanás,
pois nosso Criador, nosso Marido, é o Deus de toda a terra (v. 5)!

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.


63
SEMANA 4 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 12; 13:14-18; Is 54:4, 10-13, 17; Mt 13; Hb 4
Ler com oração:
“Os montes se retirarão, e os outeiros serão removidos; mas a minha
misericórdia não se apartará de ti, e a aliança da minha paz não será
removida, diz o Senhor, que se compadece de ti” (Is 54:10).

NOSSA BOA TERRA É O REINO


Nosso Deus é o Deus de toda a terra (Is 54:4). Todavia, durante certo
período, deu-se a impressão de que Ele havia perdido a terra, pois as
nações se tornaram pagãs e adoradoras de ídolos. O Senhor, então,
chamou Abraão e lhe disse que sua descendência herdaria a terra de
Canaã (Gn 12). Gênesis 13 descreve que Deus levou Abraão até um
monte e pediu a ele que olhasse em todas as direções, pois tudo o que
conseguisse avistar e onde quer que pusesse os pés seria uma terra
prometida a ele e a sua descendência (vs. 14-18). A nós também Deus
prometeu a boa terra, e ela é nosso destino.
No entanto o autor de Hebreus menciona outro repouso além daquele
que houve quando Josué introduziu o povo na boa terra (Hb 4). Ora, se
o povo de Israel já havia tomado posse da boa terra, que outro dia, outro
repouso, outro descanso de Deus é esse? Esse outro repouso é o milênio,
a manifestação do reino de Deus, prometido a nós, a igreja. Nosso
destino é o reino! Todos os cristãos que foram genuinamente salvos por
Deus e regenerados pelo Espírito têm o direito de participar do novo
céu e da nova terra para todo o sempre, mas nem todos participarão da
entrada na boa terra, que é o milênio. Nem todos os cristãos, nem toda a
igreja reinará com Cristo durante mil anos.
Essa é a razão pela qual nossa esperança não está somente na
nova Jerusalém, que já nos está garantida, mas na vinda do Senhor
e no galardão, que é reinar com Cristo durante mil anos. Disso não
O enviado de Deus

abrimos mão! Oremos ao Senhor: “Senhor, eu posso perder tudo,


mas isso eu não quero perder! Estou disposto a pagar qualquer
preço, mas não venderei meu direito de primogenitura. Não lutarei
por meus interesses terrenos, mas sim por Tua vinda e por Teu
reino”. Essa é nossa esperança! Portanto precisamos também da
ajuda de todos para abreviar os dias até a vinda do reino. Queremos
estar vivos para encontrar o Senhor e ser arrebatados vivos
64 juntamente com todos os vencedores!
O Santo de Israel é o Senhor dos exércitos. Ele precisa de um
exército para tomar posse da terra. Deus prometeu a terra a Abraão em
Gênesis 12. No capítulo 13, Ele o fez olhar para a boa terra que lhe
fora prometida, mas da qual ele ainda não havia tomado posse. Quem
é da área jurídica sabe que a posse de um imóvel é muito importante.
De nada adianta possuir uma propriedade de modo formal e não ter
a posse real. Naquele tempo era necessário lutar para tomar posse de
terras. Ninguém na terra dá ou recebe terrenos de graça: tudo tem de
ser conquistado.
Deus precisa de um exército para conquistar a terra. Nossos
adolescentes compõem esse exército e nossos jovens são os capitães
de tropas. A igreja, como um todo, forma um grande exército, cuja
função é tomar posse da terra que Deus nos prometeu. Essa posse
não virá sem lutas. O objetivo de Satanás é impedir-nos de avançar
um passo que seja, mas, graças ao Senhor, temos avançado muitos
passos. A terra aqui não é física, medida em metros quadrados, mas
é o coração dos homens. Em Mateus 13 vemos que a semente, que é
a palavra do reino, precisa cair na terra. E essa terra é o coração dos
homens, a terra que Deus quer ganhar!
De nada adianta conquistarmos uma cidade abandonada e sem
habitantes. Nosso objetivo é ganhar as pessoas! Quando falamos a
respeito de conquistar a terra, referimo-nos às pessoas. Por isso saímos

As palavras que eu vos tenho dito são espírito e vida


às ruas pregando o evangelho para alcançar as pessoas e ganhar esta
terra para o Senhor. Mateus 24 ressalta que nosso interesse está na
terra habitada: “E será pregado este evangelho do reino por todo o
mundo, para testemunho a todas as nações, então virá o fim” (v. 14).
Precisamos levar o evangelho a terras habitadas. De nada adianta
entregarmos cinco hectares de um terreno ao Senhor, porque a terra
que Ele deseja ganhar é o coração das pessoas, onde Ele semeará Sua
semente de vida.
No caminho encontraremos obstáculos (montes e outeiros elevados,
representando forças e autoridades do mal que se levantam diante
de nós para nos assustar e amedrontar) que serão removidos pelo
Senhor (Is 54:10). Enquanto o exército do Senhor avançar edificando
o tabernáculo e conquistando a terra, surgirão várias dificuldades.
Haverá muitos obstáculos para ser transpostos, muitas barreiras para
ser superadas, mas o Senhor os removerá de diante de nós.
Já temos experimentado isso! Às vezes nos vemos cercados por
inimigos, sentindo a derrota aproximar-se, mas, ao colocar nossa 65
confiança no Senhor, Ele nos abre um caminho. Que maravilha! O
Senhor removerá todos os outeiros e montes. Ele também nos promete:
“E a minha misericórdia não se apartará de ti” (Is 54:10). Temos pouca
força, mas contamos com Sua misericórdia. Foi Ele quem pôs diante
de nós uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar! E a promessa
divina continua: “E a aliança da minha paz não será removida, diz o
Senhor, que se compadece de ti”. Mesmo em meio a tantas lutas, a paz
nunca se retirará de nós.
Jesus está no barco conosco e dorme. Jesus está em paz! Você e eu,
como discípulos, podemos ficar um pouco aflitos, mas Jesus dorme,
pois fez conosco uma aliança de paz. Ele é o Senhor que se compadece
de nós, nos conhece e sabe que somos frágeis. Por isso Ele faz uma
aliança de paz conosco. Fiquemos em paz!
Prosseguindo em Isaías 54, lemos: “Todos os teus filhos serão
ensinados do Senhor; e será grande a paz de teus filhos” (v. 13). Isso
se refere a nossos adolescentes. Não é qualquer homem, algum grande
mestre da Bíblia que os tem ensinado, mas eles estão recebendo a
palavra do Senhor, sendo ensinados por Ele mesmo e estão em paz.
Devemos tomá-los como exemplo. Mesmo em situações adversas, nas
quais muitos adultos ficam aflitos, eles permanecem alegres e em paz
porque confiam no Senhor.
Muitas armas são forjadas e muitas línguas proferem palavras
malignas, mentiras e palavras fabricadas contra nós, mas não temos
medo dessas situações porque a promessa de Deus é a herança
dos servos do Senhor (Is 54:17). Somos os servos obedientes, os
mensageiros que recebem, transmitem e praticam Suas palavras. Não
precisamos fazer justiça com nossas próprias mãos, pois a justiça e o
direito procederão do Senhor. Amém!

Escreva a frase que mais tocou seu coração.


O enviado de Deus

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

66
SEMANA 4 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Jo 1:12; 6:46-57; Fp 2:8
Ler com oração:
“Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida
eterna. Eu sou o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto
e morreram. Este é o pão que desce do céu, para que todo o que dele
comer não pereça” (Jo 6:47-50).

O PÃO DA VIDA
Quem ouve o enviado do Pai, ouve o próprio Pai (Jo 6:46-48). Se
não acolhermos o enviado de Deus, não daremos ouvidos a Suas
palavras. Aqueles que não recebem o enviado de Deus, não recebem
o próprio Deus. Isso é muito sério. Jesus foi o único que veio de
Deus. Ele viu o Pai e, portanto, tinha autoridade para falar da parte
de Deus. Nenhum homem subiu ao céu para ver as coisas lá de
cima, senão Jesus. Por ter vindo do alto, Jesus tinha o verdadeiro
testemunho a respeito das coisas do alto. Durante Seu tempo na
terra, Jesus nos disse que era necessário crer Nele para ter a vida
eterna (Jo 6:47-50). Jesus é o pão da vida, o verdadeiro maná, e, para
receber esse pão, é necessário crer.
A maneira de receber Jesus é crer em Seu nome (Jo 1:12).
Os que receberam o Filho, o Enviado de Deus, são os que Nele

As palavras que eu vos tenho dito são espírito e vida


creram. Receber é crer! Como recebemos o pão da vida? Crendo!
Por isso “quem crê em mim tem a vida eterna” (6:47). Vida eterna
não significa viver na terra para sempre, e sim viver na esfera da
eternidade, a esfera de Deus, onde está o melhor que Deus tem para
oferecer ao homem, o dom mais perfeito.
Os judeus tinham dificuldades para entender o verdadeiro sentido das
palavras de Jesus quando Ele afirmava ser o pão da vida (Jo 6:50-53).
Parecia que o Senhor pregava o canibalismo, sugerindo que Sua carne
servia de alimento físico. Era difícil entender essas palavras, mas Jesus
se referia a Sua carne e a Seu sangue que seriam entregues em nosso
favor, para nossa redenção e nosso alimento.
O Senhor ofereceu a própria carne por nós: “Ele, Jesus, nos dias
da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações
e súplicas a quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por
causa da sua piedade, embora sendo Filho, aprendeu a obediência
pelas coisas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor
67
da salvação eterna para todos os que lhe obedecem” (Hb 5:7-9). Ele
ofereceu “com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas”, pois
morreria em nosso favor para tornar-se nosso alimento. Ele precisou
sofrer, sacrificar-se e morrer por nossa causa. É por essa razão que Ele
foi obediente até à morte (Fp 2:8). Depois de Sua morte na cruz, Deus
O ressuscitou e, assim, Ele se tornou nosso alimento.
Os judeus tentavam entender com sua mente natural as palavras
do Senhor (Jo 6:52), mas não conseguiam. Então “respondeu-lhes
Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne
do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tendes vida em
vós mesmos. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem
a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é
verdadeira comida, e o meu sangue é verdadeira bebida. Quem comer
a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim, e eu, nele.
Assim como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu vivo pelo
Pai, também quem de mim se alimenta por mim viverá” (Jo 6:53-57).
O segredo de viver pelo Senhor, assim como Jesus vivia pelo Pai, é
alimentar-se Dele. A palavra “alimenta” (João 6:57) vem do original
grego trogo, cujo significado é “comer mastigando”. Essa palavra tem
um sentido específico mais rústico, como se dissesse: “Quem de Mim
come, quem de Mim mastiga, quem tritura Minha carne, viverá por
Mim”. Os judeus não entenderam o sentido disso. É evidente que não
se trata de literalmente comer a carne de Jesus e beber Seu sangue. O
corpo físico do Senhor foi partido por nós na cruz para liberar a vida
de Deus, a fim de que todo o que Nele crê participe dessa vida divina
e se torne membro do Corpo de Cristo.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.


O enviado de Deus

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.

68
SEMANA 4 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Mt 26:39, 42; Jo 18:11; 19:34; 1 Co 12:27; Ef 1:3; Ap 14:10
Ler com oração:
“Enquanto comiam, tomou Jesus um pão, e, abençoando-o, o partiu,
e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo”
(Mt 26:26).

O CORPO DE CRISTO
Todo aquele que crê em Jesus recebe a vida eterna e se torna membro
de Seu Corpo (1 Co 12:27). Em João 19, um soldado furou, com uma
lança, o lado do Senhor Jesus, de onde fluíram sangue e água (v. 34).
Jesus entregou Seu corpo por nós na cruz, derramando Seu sangue
para nossa redenção. Se não fôssemos redimidos, nossos pecados não
seriam perdoados nem nós seríamos resgatados de volta para Deus.
Além do sangue, do lado de Jesus também fluiu água, que representa
a vida. Assim, a carne de Jesus foi entregue por nós na cruz para que
dela viessem não só a redenção, mas também o fluir da vida divina, a
vida eterna. Ao receber essa vida que fluiu do lado de Jesus, tornamo-
nos membros de Seu Corpo.
Mateus 26 diz: “Enquanto comiam, tomou Jesus um pão, e,
abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai,
comei; isto é o meu corpo” (v. 26). Aqui fala de comer a carne do

As palavras que eu vos tenho dito são espírito e vida


Senhor. Aos domingos nós participamos da mesa do Senhor, sobre a
qual há um pão e um cálice. O pão representa o corpo físico do Senhor,
que foi partido por nós. Por isso recebemos a ordem do Senhor para
partir o pão.
O pão partido não se refere a alimento físico, mas ao suprimento
espiritual que nos foi disponibilizado quando a água jorrou do lado
do Senhor Jesus. Quando nos alimentamos desse corpo espiritual,
tornamo-nos parte dele. Nós somos muitos, mas fazemos parte de um
só pão, que foi partido e distribuído entre nós. Se, após uma reunião
de partir o pão, alguém fosse capaz de juntar todos os pedaços que
cada um comeu, a junção de todos eles formaria um só pão outra
vez. Por isso o pão que foi partido nos torna parte do Senhor, nos faz
participantes desse único Corpo de Cristo.
O mesmo acontece com o cálice: “A seguir, tomou um cálice
e, tendo dado graças, o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele
todos; porque isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança, 69
derramado em favor de muitos, para remissão de pecados. E digo-
vos que, desta hora em diante, não beberei deste fruto da videira, até
aquele dia em que o hei de beber, novo, convosco no reino de meu
Pai” (Mt 26:27-29). O sangue derramado por Jesus na cruz é para o
perdão de nossos pecados e para estabelecer a nova aliança. Nessa
nova aliança recebemos o perdão dos pecados e a vida de Deus, por
meio da qual hoje podemos receber toda sorte de bênção espiritual nos
lugares celestiais em Cristo (Ef 1:3). Por causa da queda de Adão, aos
pecadores cabe beber do cálice da ira (Ap 14:10), mas Cristo bebeu
dele em nosso lugar (Mt 26:39, 42; Jo 18:11).
Hoje, graças ao Senhor, bebemos do cálice da bênção: “Porventura,
o cálice da bênção que abençoamos não é a comunhão do sangue de
Cristo? O pão que partimos não é a comunhão do corpo de Cristo?”
(1 Co 10:16). Comunhão é participação. Quando comemos desse pão
e bebemos desse cálice, participamos da comunhão do corpo e do
sangue de Cristo. Assim nos tornamos participantes da circulação de
vida entre os membros do Corpo de Cristo. A carne do Senhor é a
verdadeira comida e o sangue do Senhor é a verdadeira bebida para
nos introduzir nessa comunhão. Hoje o que nos une é essa comunhão.
Talvez moremos longe uns dos outros, mas somos membros do mesmo
corpo e participamos do mesmo pão e do mesmo cálice. Uma mesma
vida circula entre nós e isso nos torna membros do Corpo de Cristo.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.


O enviado de Deus

70
SEMANA 4 – DOMINGO
Leitura bíblica:
Jo 6:60-68; 17:12
Ler com oração:
“O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras
que eu vos tenho dito são espírito e são vida” (Jo 6:63).

ALIMENTAR-SE DA PALAVRA GERA COMUNHÃO


Na prática, como podemos comer da carne do Senhor e beber de
Seu sangue? Os próprios discípulos de Jesus tiveram dificuldade de
entender essa questão: “Muitos dos seus discípulos, tendo ouvido
tais palavras, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir?
Mas Jesus, sabendo por si mesmo que eles murmuravam a respeito
de suas palavras, interpelou-os: Isto vos escandaliza? Que será,
pois, se virdes o Filho do Homem subir para o lugar onde primeiro
estava?” (Jo 6:60-62).
E Ele continuou: “Contudo, há descrentes entre vós. Pois Jesus sabia,
desde o princípio, quais eram os que não criam e quem o havia de trair.
E prosseguiu: Por causa disto, é que vos tenho dito: ninguém poderá
vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido” (Jo 6:64-65). Aqui
vemos que nem todos os discípulos que O seguiam foram dados pelo
Pai. Jesus disse: “Nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição”

As palavras que eu vos tenho dito são espírito e vida


(17:12). O Pai entregou ao Filho não doze, mas onze discípulos, pois
um era o filho da perdição. Aqueles que foram entregues a Jesus pelo
Pai permaneceram até o final. Amado leitor, você é um desses que
permanecerá até o final? Espero que seja!
Muitos dos que seguiam a Jesus O deixaram: “À vista disso,
muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com
ele. Então, perguntou Jesus aos doze: Porventura, quereis também
vós outros retirar-vos? Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para
quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna” (Jo 6:66-68). As
mesmas palavras que foram escândalo para os que se retiraram, para
os discípulos foram palavras de vida eterna. Você hoje faz parte
de qual categoria? Está entre os que se escandalizam e atacam a
palavra profética, ou você a recebe como palavras de vida eterna? Os
discípulos escolhidos continuaram seguindo ao Senhor. Prossigamos
nós também até a boa terra!
O que, afinal, significa comer a carne e beber o sangue do Senhor
para ter a vida eterna? O elemento de unidade entre todos os membros 71
do Corpo de Cristo é o próprio Espírito. O Espírito é um só, assim
como o Corpo é um só. Podemos ser um por meio dessa comunhão.
Nessa comunhão há uma circulação de vida entre nós, que é o mesmo
Espírito que passa por mim e passa também por você. Somos um no
Corpo de Cristo por causa do Espírito.
Mas ainda assim esse conceito é abstrato. Como é possível o
Espírito circular entre nós e fazer de nós um só corpo? A resposta
está no versículo seguinte: “O espírito é o que vivifica; a carne para
nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são
vida” (Jo 6:63). O Espírito é que nos dá vida, é Ele que faz a vida
circular para cada membro. A carne para nada aproveita. Portanto, de
maneira prática, conseguimos ser um só corpo comendo a palavra, que
é espírito e vida. Como podemos comer a carne e beber o sangue de
Jesus? Comendo a palavra! Nossos adolescentes estão agindo de forma
correta: eles estão comendo, mastigando, triturando e deglutindo a
palavra que recebem. Quem come de Cristo por Ele viverá! É por esse
motivo que esses adolescentes mudaram totalmente de vida. Estavam
caminhando em uma direção e hoje tomaram outro caminho, pois
estão comendo de Jesus e estão vivendo por meio Dele.
Comer Jesus é comer Sua palavra. Por isso é tão importante fazer
a imersão e inculcar a palavra em nosso coração. Toda a realidade da
comunhão do Corpo de Cristo é resultante de alimentar-se da palavra
do Senhor.

Escreva a frase que mais tocou seu coração.

Destaque os pontos-chave dessa frase.

Ore de acordo com o conteúdo destacado acima.


O enviado de Deus

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