Resolução Bíblica 1:1

A porção diária dos desígnios de Deus para a nossa vida...
A porção diária dos desígnios de Deus

para a nossa vida...
Resolução Bíblica 1:1

Prefácio de Alan Brizotti
I. A. B. Quissindo “Josué” 1
Resolução bíblica 1:1 I. A. B. Quissindo “JOSUÉ”
Resolução Bíblica 1:1

A porção diária dos desígnios
de Deus para a nossa vida...
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RESOLUÇÃO BÍBLICA 1:1
A porção diária dos desígnios de

Deus para a nossa vida...
I. A. B. Quissindo “JOSUÉ”
3
RESOLUÇÃO BÍBLICA 1:1

por I. A. B. Quissindo “JOSUÉ”

Copyright © I. A. B. Quissindo “JOSUÉ” 2020
Copyright © Editora Missio Dei 2020

Primeira Edição em Português: 2020
Todos os direitos em língua portuguesa reservados por Editora Missio Dei
EDITOR I Equipa Editora Missio Dei
REVISÃO TEOLÓGICA I Pedro Justo I Rosalina Carlos I Laurindo Sitaque
REVISÃO ORTOGRÁFICA I Paula Namalanga I Ambrósio Dala I Helena Quissindo
DIAGRAMAÇÃO I Equipa Editora Missio Dei
CAPA I Equipa Editora Missio Dei
Todas as citações bíblicas são da versão Bíblia Almeida Corrigida e Fiel - palavras
de Jesus em vermelho, salvo indicações feitas no próprio texto.
Depósito Legal (pela Biblioteca Nacional, Luanda – Angola): 9512/2020

RESOLUÇÃO BÍBLICA 1:1: A porção diária dos desígnios de Deus para a nossa
vida.../ I. A. B. Quissindo “Josué” / Cidade Baixa, Huambo: Missio Dei, 2020
ePUB I e-Book
ISBN: 978-989-33-0751-9
1. Devocional Bíblico. I. Meditações Diárias. 9512/2020
EDITORA MISSIO DEI

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de leitura cristã em Angola e não só e oferecer oportunidade de leitura edificante a todos aqueles
que não têm condições financeiras para comprar.
Entretanto, se o caro leitor é uma pessoa com condição financeira estável, continue utilizando
nosso acervo e, se o Senhor lhe tocar, abençoe nossos autores ou nossa editora adquirindo os
livros.
4
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA 7
AGRADECIMENTO 8
PREFÁCIO 9
APRESENTAÇÃO 11
INTRODUÇÃO 12
NO PRINCÍPIO 14
A CHAMADA E A PALAVRA DE DEUS 17
DEUS FALA COM ESTA GERAÇÃO 18
ANDANDO SEM LÍDER 20
DIAS DE JUÍZES E TEMPO DE FOME 21
A GERAÇÃO QUE DEUS CONTA 23
FORTALECENDO-SE NO SENHOR 25
QUANDO O SENHOR DESPERTA O ESPÍRITO DE UM HOMEM 27
UM HOMEM ÍMPAR 28
A BEM-AVENTURANÇA DE QUEM FOGE A MALDIÇÃO 32
O QUE DIZ O PREGADOR 33
CÂNTICO DOS CÂNTICOS 35
CHORE PARA NÃO MAIS CHORAR 38
VISÕES NO CATIVEIRO 41
MINISTÉRIO QUE PREVALECE 43
PALAVRA DO SENHOR 45
PALAVRAS VISÍVEIS 47
VISÃO QUE SUCEDE A PREGAÇÃO 49
QUANDO A PALAVRA VEM 50
O PESO DA PALAVRA PARA OS LÍDERES, OS AUXILIARES E O POVO 52
O LIVRO DA SALVAÇÃO, DA ADORAÇÃO E DO SACRIFÍCIO 55
5
O PRINCÍPIO DO EVANGELHO 58
NOSSA PARTE NA HISTÓRIA DE DEUS 61
TUDO COMEÇOU COM A PALAVRA 64
O TRATADO DOS FEITOS E ENSINOS DE JESUS 68
UM SERVO, CHAMADO E SEPARADO 70
PAULO E O IRMÃO: UM MINISTÉRIO MAIS UM 72
APOSTOLADO NÃO DA PARTE DOS HOMENS, NEM POR HOMEM 75
A VONTADE DE DEUS NO APOSTOLADO DE PAULO 77
EM DEUS NÃO HÁ ÓRFÃOS, NEM DESAMPARADOS 79
JESUS CRISTO, NOSSA ESPERANÇA 82
PROMESSA DA VIDA 84
A FÉ DOS ELEITOS E O CONHECIMENTO DA VERDADE 86
AO AMADO FILEMOM 88
DEUS FALA MUITAS VEZES E DE MUITAS MANEIRAS 90
A MENSAGEM DO SENHOR AOS POVOS DISPERSOS 91
AOS ESTRANGEIROS 92
FÉ PRECIOSA 95
O TESTEMUNHO DA PALAVRA, CRISTO 98
O PRESBÍTERO 100
AMADO 102
JUDAS 104
REVELAÇÃO DE JESUS CRISTO PARA OS SEUS SERVOS 106
CHAVES E MÉTODOS PRÁTICOS DE MEMORIZAÇÃO BÍBLICA 108
Chave das Resoluções Bíblicas 110
Chave Temática 113
Chave dos Livros 116
Chave da Pirâmide 117
6
DEDICATÓRIA
À todos os irmãos amados que servem a Deus e a Sua Igreja com

fidelidade e temor, não motivado no que se vê, mas pelo porvir.
Aos irmãos amados que lutam para alcançar uma coroa incorruptível,
num mundo e tempo que quase todos lutam pelo que se corrompe.
Dedico esta obra.
7
AGRADECIMENTOS
À DEUS, o Eterno a quem, com o meu modo de viver, tributo toda a

honra, glória, exaltação, enaltecimento, louvor, mérito, gratidão e vida
acima de tudo.
A irmã minha, Helena, mulher fiel e temente a Deus, cuja fé fortaleceu
e animou meu espírito durante a redacção desta obra.
Aos filhos Josi e Carlota (que embora filha de outros pais se juntou a
nós para partilhar a vida plena em família) um agradecimento especial
por vosso amor ao Senhor. Vosso amor me leva mais perto de Cristo.
Ao meu pai e Pastor Alfredo Quissindo, que junto da memorável mãe
(Isabel Bernardo Pedro Alfredo), instruíram-nos enquanto meninos no
caminho em que devemos andar. E, por graça, andamos até hoje junto
de meu fiel companheiro e instrutor de infância Jacob Quissindo, a
quem devo agradecimentos eternos enquanto aqui peregrinar.
Aos demais irmãos Celestino Quissindo, Filomena Quissindo, Oseias
Quissindo, João Quissindo e André Quissindo, minha gratidão por uma
caminhada trilhada juntos, onde percebi o carinho do vosso cuidado e
atenção, além de instrução da Palavra, oração e sustento.
À todos os mui amados e queridos irmãos (guardados em meu coração)
da Subcongregação Betesda (Cangoti e São Paulo, Caála-Huambo),
noiva do Cordeiro que, por graça e misericórdia, servimos ao Senhor.
Aos amados irmãos em Cristo, com destaque aos amados casais
pastorais Daniel e Olímpia António, António e Terezinha Luís, Francisco
e Maria Neto, Nivaldo e Analdina Chicale, André e Marta Júnior, João
e Edlazia Calessi e Pedro e Chiaze Victorino que nunca mediram
esforço para me ver em pé na fé e obediência à Palavra.
Ao amigo e Pastor Alan Brizotti por prefaciar com muito amor esta obra.
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PREFÁCIO
“Sem direcionamento, o povo se perde, mas, quanto mais

conselheiros sábios, melhores soluções”.
(Provérbios 11:14, Bíblia “A Mensagem”, Eugene Peterson)
Vivemos na era das confusões, dos conflitos e das duplicidades. Um

mundo profundamente carente de conselhos e “conselheiros sábios”,
como nos apontou o texto de Provérbios 11:14. O livro que você tem
em mãos é um auxílio para esta geração. São princípios bíblicos
existenciais que funcionam como facilitadores da jornada, horizontes
como estímulo ao viajante da fé.
São lições extraídas dos personagens bíblicos em sua humanidade, em
seu trato com a história, suas dinâmicas e tramas, fracassos e triunfos.
Moisés, Josué, Rute, Salomão, Davi, Jó, Paulo e, sobretudo, o maior
de todos – Nosso Senhor Jesus Cristo. Um texto para quem ama as
Sagradas Escrituras.
Você terá, neste livro, orientações pastorais, vindas de um coração que
se dedica ao amor pela Palavra e pela edificação da igreja. O cuidadoso
apontamento de valores fundamentais na construção de uma história,
tais como: integridade, bondade, humildade, dentre outros, fazendo
coro com valores teológicos essenciais na experiência da nossa
trajetória de fé: alegria, adoração, graça, oração, obediência, honra,
santidade, o novo nascimento, e muitos outros.
São textos carregados de preciosas considerações aos pregadores que
tanto carecem de uma constante ressignificação dos seus métodos e
de sua atuação. É muito importante que os pregadores que tiverem
acesso a este texto, leiam com o coração aberto e a mente sedenta. A
9
igreja contemporânea tem forte necessidade de pregadores piedosos,

comprometidos com a Palavra e cientes de suas limitações. Não
precisamos de “gigantes do púlpito” (e anões do relacionamento), mas
sim, de homens e mulheres que se gastem pelo reino de Deus, saindo
de cena e voltando para a sarça.
Temas caros ao viver do cristão em sociedade também foram
abordados: política, sociedade, casamento, a relação com o
estrangeiro, o ministério profético como denúncia dos males (como na
atuação profética de Jeremias) ou mesmo como experiência profética
no meio do caos (como Ezequiel). As constantes viagens entre o Antigo
e Novo Testamentos, nos levam e elevam na caminhada piedosa para
com o texto que forja a vida e a vida que emana do texto.
Minha oração é para que este abençoado livro estimule a sua fome de
Palavra, aprofunde o seu desejo por conhecer cada vez mais a Deus,
e que a sua vida prática, a espiritualidade na vida, seja cada vez mais
tocada, ampliada e aprofundada na fé.
Pastor Alan Brizotti

Goiânia, Planalto Central do Brasil - Julho de 2020
10
APRESENTAÇÃO
Querido (a) amigo (a) leitor (a),

O livro que está em suas mãos é o primeiro de uma série de
devocionários com uma Mensagem de Deus dirigida a sua vida para
hoje e para cada um de seus dias na terra.
O Senhor revelou-me que dentro de Seu plano eterno há um propósito
dEle para a sua vida diária. Cumpre-o em nome de Jesus!
Meu (a) amado (a) amigo (a), este é o livro que te acompanha a cada
dia em direcção aos designíos de Deus.
Com Resolução Bíblica 1:1, trago, em Cristo, para o seu coração
meditações diárias e sistemáticas das Escrituras que eu fazia e faço de
dia, de madrugada e de noite, no serviço, na rua, na igreja, em casa e
em todo o lugar e momento. “Não se aparte da tua boca o livro desta
lei; antes medita nele dia e noite […]; porque então farás prosperar o
teu caminho, e serás bem sucedido” (Josué 1:8).
Chamei-o “Resolução Bíblica 1:1” porque nele apresento a Palavra
como a única solução para os problemas diários que enfrentamos, por
ele trago mensagens de esperança e solução para a sua vida pessoal,
a sua família e a sua igreja. O Espírito de Deus levou-me a trazer estas
soluções através das meditações feitas nos capítulos 1 e versículo 1 de
quase todos os livros da Bíblia, daí o título “Resolução Bíblica 1:1”.
Caro (a) leitor (a), além destas meditações sistemática, trouxe para si
um brinde nesta série: as Chaves de Memorização Bíblica.
À Deus seja toda a glória e toda a honra, hoje e sempre, em minha e
sua vida!
Seu irmão e amigo,

I. A. B. Quissindo “Josué”
11
INTRODUÇÃO
Deus nos tem dado poder, graça e autoridade através da Sua Palavra.
Mesmo quando nossa força não mover montanhas, nossa voz não
espantar nossos inimigos (o diabo, seus demónios e o pecado) a
Palavra de Deus nos dará autoridade para com fervor no Espírito
vencermos nossos mais importunos, sagazes, ameaçadores e gigantes
inimigos.
Se doentes a Palavra é o único remédio, se desanimados na Palavra
temos a força espiritual que nos leva a ter sempre bom ânimo, se
perdidos a Palavra é lâmpada para a nossa vida e luz para o rumo certo
da nossa vida… Experimente estas bênçãos, escolha e aceite viver
conforme a Palavra.
Resolução com a Palavra ou resolução bíblica é um devocional cuja
principal riqueza é a Palavra de Deus, o objectivo é ajudar cristãos e
leigos a olharem para as Escrituras quando em meio as vicissitudes e
reviravoltas da vida de uma maneira mais ampla.
Pelo seu significado bíblico ele discorre versículos selecionados não
por tema mais numeração, visando, além de operar transformação de
vida pela acção do Santo Espírito, ajudar a memorizar textos bíblicos
de uma maneira não fácil, mas simples e clara. Dito de outro modo,
neste livro o autor encontra o caminho da graça de Deus que o leva em
direção a solução de suas mais difíceis insatisfações através da
Palavra, ao mesmo tempo que lhe é outorgado uma abençoada
maneira de memorizar as Escrituras.
O presente livro foi cuidadosamente escrito, de baixo de muita
dedicação na leitura e interpretação da Palavra acompanhada com
profundos gemidos de oração, com a preocupação de se apresentar
12
Cristo na vida dos homens de diferentes crenças e culturas dia após

dia; o seu conteúdo está contido em 118 páginas, que contêm temas
como: No princípio: o princípio do princípio (por quê outros têm / podem
/ fazem e não eu?), A chamada e a palavra de Deus, Deus ainda fala
com a nossa geração, Andando sem líder, A geração que Deus conta
(Deus conta com a nossa geração), Fortalecendo-se no Senhor,
Quando o Senhor desperta o espírito de um homem, Um homem ímpar,
A felicidade de quem foge a maldição, Nossa parte na história de Deus,
Tudo começou com a Palavra.
A obra termina com excelentes chaves ou métodos de memorização
das Escrituras, com destaque a: Chave da Pirâmide, Chave das
Resoluções Bíblicas, Chave Temática, Chave dos Livros.
Todas as referências bíblicas, salvo quando indicadas no texto, foram
extraídas da “Versão Bíblia João Ferreira de Almeida Actualizada,
Corrigida e Fiel com palavras de Jesus em vermelho”.
Huambo (Angola), Julho de 2020
13
NO PRINCÍPIO
“No princípio criou Deus os céus e a terra” (Génesis 1:1)
Embora há muitas afirmações por renomados teólogos que este texto

se relaciona com o princípio de todas as coisas, a sua mensagem é
clara, pura e simples levando-nos a entender a ideia de “no começo
Deus, a partir do nada, mas mediante a Palavra trouxe a existência o
universo (sistema planetário)”. W. W. Wiersbe considera que a frase
“No princípio criou Deus os céus e a terra” refere-se a um passado
indeterminado, no qual Deus fez com que o universo viesse a existir.
A percepção deste autor obedece as Escrituras, quer nas orações de
Moisés em forma de cânticos: “Antes que os montes nascessem, ou
que Tu formasses a terra e o mundo, mesmo de eternidade a
eternidade, Tu és Deus” (Salmos 90:2), como nos textos doutrinários
de Paulo: “Como também nos elegeu nEle antes da fundação do
mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dEle em
amor” (Efésios 1:4).
A expressão “no princípio criou Deus os céus e a terra” refuta muitas
ideologias humanistas e pseudocientíficas. A respeito do texto, o Pastor
e Mestre Silas Malafaia afirma que, no desígnio Divino, o homem foi
criado por Deus; Ele não é produto do acaso nem é o resultado final de
uma evolução de milhões de anos. O homem não procedeu de uma
ameba, nem dos macacos, mas de Deus. Se a Bíblia for corretamente
interpretada, e a ciência for corretamente entendida, elas não irão se
contradizer, pois ambas tratam sobre assuntos que são relacionados a
Deus e Sua glória. A verdade incontestável é que o homem foi criado
para ser imagem e semelhança do Senhor, além de O glorificar.
14
Entretanto, no primeiro versículo de Gênesis há uma Palavra que nos

leva a entender, a aceitar e a permanecer nos nossos começos. Na
criação, a cada dia Deus criou alguns elementos do universo; não fê-
los de uma só vez. Na vida também é necessário respeitar os “inícios”
e evitar dar passos galopantes. Respeite os teus inícios e verás que
isso é um bom princípio de vida. Não viva pelo que outros dizem e
fazem, viva para Deus e aprenda a iniciar bem.
Numa fase em que as redes sociais, as tecnologias e a globalização
parecem dirigir a vida das pessoas escolha ser guiado pela Palavra.
Aprenda a viver os teus começos. Quiçá você ainda não tem o nível de
vida que almeja, o carro que quer, a casa que sonha e a realização do
seu sonho conforme seu coração porque ainda estás no seu “começo”
vivendo o princípio do princípio.
No princípio criou Deus os céus e a terra é uma Palavra viva que soa
para nos ensinar que:
- Primeiro Deus criou o universo, depois Deus encheu o universo. Não
se encha se estás na fase da criação;
- No tempo presente, Deus está nos ensinando a viver os princípios dos
céus na terra: orar a Palavra, orar em línguas; chamar a existência as
coisas que não existem.
- Na eternidade (seja no passado, no presente ou no futuro) criou Deus
moradas nos céus para os santos que habitam na terra. Por isso, é forte
a promessa em que cremos: Não se turbe o vosso coração; credes em
Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas;
se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E
quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para
mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também (João 14:1-
3).
15
A mensagem de Génesis 1 continua com o segundo versículo: E a terra

era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o
Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.
Assim, tal como no princípio a terra era sem forma e vazia, não dê forma
a sua vida se estiveres no princípio, não encha o que Deus deixou vazio
para encher no tempo certo. Não corra buscando forma, senão te
deformas. Não te enchas de ti, nem de tuas intenções. Espere! Confie
no Senhor! Ainda que haja trevas em sua vida, o Espírito do Senhor
que se movia sobre as águas é poderoso para se mover em sua vida e
te encher (como fez Deus com o universo).
Se estás vazio hoje quiçá ainda estejas seu no princípio e não
derrotado.
16
A CHAMADA E A PALAVRA DE DEUS

“E chamou o SENHOR a Moisés, e falou com ele da tenda da
congregação, dizendo […]” (Levítico 1:1)
Deus chamou e falou com Moisés. Chamou Moisés por causa do Seu
povo e falou com Moisés sobre a adoração que deve receber do seu
povo.
O Eterno chama homens para servir ao seu povo e fala com eles sobre
os planos que tem para o seu povo. Deus levanta seus servos para
livrar seu povo e fala com seus servos sobre o futuro de seu povo.
O Senhor nos chama porque tem um povo a quem devemos servir.
Deus nos chama para anunciarmos a Sua Palavra a Seu povo. Sim,
Deus sempre nos chama para vivermos para os outros e nos fala sobre
Seu eterno louvor e adoração.
Em um tempo que há bastante falta de submissão a Palavra e
orientação Divina por parte de muitos cristãos, até em coisas mínimas,
sobretudo nos que assumiram ser apenas pregadores e não mais
servos, tenho uma palavra de apreço: os versos inicias dos livros de
Êxodo, Número e Deuteronómio, mostram que apenas depois de
Moisés ouvir pelo menos duas vezes a Deus, conseguiu falar uma vez
aos homens.
A Palavra e o serviço vêm antes de qualquer chamado.
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DEUS FALA COM ESTA GERAÇÃO

“E sucedeu depois da morte de Moisés, servo do SENHOR, que o
SENHOR falou a Josué, filho de Num, servo de Moisés, dizendo
[…]” (Josué 1:1)
Os primeiros versículos de Josué, relembram a caminhada do povo

israelita que por trinta e nove anos de saída (após passar um ano no
Monte Sinai recebendo a lei de Deus) encontraram a porta da
oportunidade de entrar na terra prometida aberta.
Mas neste momento o povo não mais tinha confiança que Deus lhes
daria a vitória; esta dúvida e coração relutante nas orientações de Deus
levou o povo a vagar pelo deserto até que morrera aquela geração
desobediente.
Por isso, Deus falou com a nova geração, ensinando-lhes não somente
a Lei, mas a obediência a Lei Divina. Deus ensinou ao povo e,
directamente, a Josué uma nova forma de viver: viver a Palavra e pela
Palavra. Quem vive a Palavra tem salvação e auxílio do alto; aliás o
próprio nome Josué, que tem sua origem no hebraíco Yehoshu´a ou
Yesua (e tem o mesmo significado do nome Jesus, sua forma aramaica)
denota que “Deus é a salvação” ou “Jeová é auxílio”.
Hoje, a medida que crescemos na fé e na Palavra, com mais frequência
veremos nossa fé e obediência a Deus a nos trazer vitórias em Cristo
Jesus.
Moisés recebeu a lei de Deus para o povo, Josué a Palavra de Deus
para ele e o povo.
Moisés tinha a missão de orientar o povo com a lei de Deus, Josué tinha
a missão de orientar o povo com a lei e seu exemplo na vivência da
Palavra ou suas atitudes.
18
A ordem para Moisés foi: fala aos filhos de Israel, e dize-lhes […]
(Levítico 1:2).
A ordem para Josué foi: […] levanta-te, pois, agora, passa este
Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel
(Josué 1:2).
Caro leitor, de que lado estás? Daquele que apenas fala ou do que faz
e fala?
Entretanto, hoje é comum o que chamo de “pregar o ide”. Quem deixa
o ide para “pregar o ide” não está cumprindo a grande comissão.
Quando o Senhor Jesus Cristo comissionou os seus discípulos a
grande missão, em Marcos 16:15, não orientou que eles pregassem
aos seus membros para irem ao campo, ou seja, o Mestre não delegou
os discípulos para estes pregarem uma teologia que ordena a igreja a
realizar o trabalho missionário. O Senhor não nos mandou “pregar o
ide”, mas sim comissionou-nos para “irmos e pregarmos o Evangelho”.
Não é nossa principal tarefa pregar aos outros sobre missão, mas
pregar durante nossa missão. Missão não é para os outros realizarem,
é para realizarmos com os outros, ou melhor, com todos os membros.
Fazer ênfase a necessidade de envio de obreiros, sem, no entanto,
mobilizar a igreja, recursos e oração direcionada é uma atitude fútil e
inútil para a liderança. Por isso, como igreja não devemos pregar
apenas aos outros para irem pregar (pregar o ide), mas sim devemos
ir, guiados pelo Espírito, e anunciar o Evangelho.
Assim o Senhor chamou Josué, para ir e orientar o povo não com
palavras, mas com testemunho dos seus actos: levanta-te, pois, agora,
passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos
de Israel (Josué 1:2).
Assim Deus fala hoje com esta geração!
19
ANDANDO SEM LÍDER

“E sucedeu, depois da morte de Josué, que os filhos de Israel
perguntaram ao SENHOR, dizendo: Quem dentre nós primeiro
subirá aos cananeus, para pelejar contra eles?” (Juízes 1:1)
Logo no início da conquista da terra prometida a seus descendentes o

povo perdera o líder conquistador.
Não por mãos de Josué, mas pelo poder de Deus, os israelitas tinham
conquistado a muitos inimigos e superado muitas dificuldades, embora
seu trabalho ainda não tinha terminado.
A maior ameaça contra Israel não era o exército cananeu, mas a
religião cananeia. Esta religião cananeia idealizava qualidades iníquas:
crueldade na guerra, imoralidade sexual, avareza egoísta e
materialismo. Era uma sociedade que pensava “eu primeiro, depois o
que vier”.
Assim, mais do que um rei para organizar e dirigir o povo a guerra,
Israel precisava de orientação Divina, já que estava andar sem líder
humano, embora contava com a direcção de Deus.
Foi assim que após a morte do líder Josué, o povo orou. Mais do que
orar, o povo buscou a direcção e vontade de Deus.
Sem um mentor, uma vida ou um povo precisará da sábia e genuína
direcção do Senhor. Na ausência do pai vale muito toda orientação
deixada. À igreja foi deixada a Palavra e dada a unção do Santo: “E vós
tendes a unção do Santo, e sabeis tudo” - 1João 2:20.
Sempre que andamos sem líder a Palavra ungida nos liderará. A
marca de um grande líder é a mensagem que transmite e nutre os
seus líderes. A vida do povo separado deve ser sempre nos carris da
Palavra. Pior que andar sem líder é andar sem direcção Divina.
20
DIAS DE JUÍZES E TEMPO DE FOME

“E sucedeu que, nos dias em que os juízes julgavam, houve uma
fome na terra; por isso um homem de Belém de Judá saiu a
peregrinar nos campos de Moabe, ele e sua mulher, e seus dois
filhos” (Rute 1:1)
A história de Rute ocorreu em dias bastantes sombrios para o povo de

Israel; cada um fazia o que bem lhe parecia. Mas Deus tem sempre
seus remanescentes!
Noemi e Rute são exemplos sagrados de lealdade, amizade familiar e
entrega a Deus. Em tempos de maus juízes na terra as famílias devem
permanecer unidas e olhando para o alto.
Em tempos de má gestão e administração de recursos na terra, como
é hoje, há necessidade de firmamos nossos passos em Cristo e na Sua
Palavra, pois que a nossa única esperança está nEle. O respaldo da
mensagem Sagrada, ainda que apresentada de forma esparsa, é
suficiente:
“Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura”
(Hebreus 13:14).
“Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção
do nome do SENHOR nosso Deus. Uns encurvam-se e caem, mas nós
nos levantamos e estamos de pé” (Salmos 20:7-8).
“É melhor confiar no SENHOR do que confiar no homem. É melhor
confiar no SENHOR do que confiar nos príncipes” (Salmos 118:8-9).
Entretanto, caro amigo, hoje não são poucos os que afirmam que a lei
de combate a fome e a pobreza não mata a fome. No quotidiano o
legislador pensa e faz as leis com a mente de um juiz e não de um
administrador e de alguém que vai cumprir a lei.
21
Nos dias de Rute, os juízes julgavam e não administravam, por isso

veio a fome na terra. Mas graças a Deus que um homem de Belém saiu
para os campos de Moabe com sua família. Foi aí onde Rute e Noemi
alcançaram a graça de Deus e o sustento para suas vidas.
Caro leitor, nossos dias hoje são dias de juízes maus. Os falsos juízos
a que estamos sujeitos hoje é a causa da fome de muitas famílias. Os
juízes da terra esforçaram-se em conhecer a lei de seus países para
auto favorecimento.
A melhor maneira de enganar a todos hoje é falar de lei (humana), que
engana a todos, empobrece os mais os indigentes e enriquece cada
vez mais os homens da lei.
Mas graças ao Homem de Belém que veio nos resgatar.
22
A GERAÇÃO QUE DEUS CONTA

“Adão, Sete, Enos” (1Cr 1:1)
Os cinco primeiros capítulos de Génesis nos ensinam lições valiosas

sobre o que Deus realmente espera do homem. Na história da primeira
família humana, cada membro dela ensina uma lição de vida.
Adão nos ensina que os filhos vêm de Deus (Génesis 4.1b). De
seguida, quer Caim, quer Abel ofereceram ao Senhor. Um deu a sua
oferta ao Senhor movido pelo seu desejo (Génesis 4.7) e outro ofereceu
comovido pelo seu amor ao Senhor. Parece que Abel entendeu o
princípio de seu pai – tudo vem de Deus (Génesis 4.1b).
O drama de Caim e Abel, além de nos ensinar a dar primeiro e o
primeiro a Deus é uma bela lição de uma vida dedicada inteiramente a
Deus. O que é de Abel é de Deus, por isso não lhe pesa; mas o que é
de Caim parece não ser inteiramente de Deus. Aí está o dilema.
Quando toda nossa vida serve a Deus, o Senhor usa e abençoe toda a
nossa vida para a promoção da sua glória. Se levo todos os meus
cântaros vazios a Deus, regresso a casa com todos eles cheios; mas
se levo alguns, encontro outros deles vazios em casa.
Apesar de Adão ter filhos que ofereceram a Deus parte dos seus bens,
o escritor de Crónicas foi guiado por Deus para registar os filhos que
Deus conta.
Embora entre nós homens é bem conhecida, ensinada e pregada a
história de Caim e Abel, cremos que, em Deus, a história de Enos tem
um grande exemplo de vida. Adão e Eva ouviram a voz de Deus,
mesmo depois de pecarem, mas em Enos é bem diferente, marcante e
espiritual. Depois de sua família escrever no chão da história uma
narrativa triste e brutal, Deus ouviu sua voz por meio de um clamor que
23
até hoje permeia o trono da graça através de gerações que juntam a

atitude um homem que marca uma geração que Deus conta.
Em um tempo que se prega e ensina, na maioria das vezes, tudo que
não é sagrado, nem bíblico vale apenas apelar que o Senhor nunca
contará com os filhos que têm posse (Génesis 4:20a) e possibilidade
(Génesis 4:20b), muito menos com filhos que têm algum dom (Génesis
4:21) e dão grandes ofertas (Génesis 4:4-5), mas sim com filhos sem
história, mas que o invocam (Génesis 5:1-3; 4:26).
Quando esteve aqui, entre nós, Jesus, o bom Mestre, ensinou a
valorizar a oferta que vale adoração em detrimento da oferta que vale
boa intenção (Marcos 14:3-9). O unguento de nardo derramado que
custou não apenas muito valor, mas inclusive o vaso em que se
encontrava, foi aceite como gesto de adoração (a ser lembrado para
sempre), em um dia em que o cerne do acontecimento era o jantar dado
por um doente.
Sobre adoração, pouco ou muito se fala, o certo é que Deus conta com
a geração que lhe adora, talvez porque a adoração é tida como uma
doutrina eterna. No lugar em que vamos oh igreja não daremos
qualquer oferta, nem teremos necessidade perdão ou restauração, mas
unicamente adoraremos e viveremos para O adorar.
24
FORTALECENDO-SE NO SENHOR
“Salomão, filho de Davi, fortaleceu-se no seu reino; e o SENHOR
seu Deus era com ele, e o engrandeceu sobremaneira” (2
Crônicas 1:1)
Salomão, que se identifica como da linhagem Davídica, não se

enfraqueceu em meio as dificuldades enfrentadas durante o seu
reinado. Ele cresceu, se fortaleceu e foi corajoso para enfrentar cada
luta a cada dia.
Como rei de uma grande nação da época, Salomão tinha várias
escolhas, mas ele preferiu ter Deus como a sua fortaleza e a sua força.
O rei procurou crescer em Deus para Deus lhe fazer crescer. Não se
apresentou a Deus como um homem forte que desejava ajudar a Deus,
mas entregou-se nas mãos dAquele que tudo pode para o usar e ser
bênção para o povo.
Mais do que qualquer artifício humano, Salomão buscou a sabedoria
de Deus para orientar o povo de Deus. Para fazermos as coisas de
Deus precisamos da capacitação e habilidades dadas por Deus.
Quem se fortalece no Senhor não atira pedras aos outros, mas antes
pede orientação ao Senhor sobre o rumo de vida a seguir, age em
conformidade com a orientação Divina, não é preguiçoso, mas vence o
cansaço, não é dominado pelas leis humanas e carnais, mas pelo
Espírito e sabedoria de Deus.
Foi assim que Salomão andou. Numa certa noite, Deus apareceu a
Salomão e lhe disse: “Pede-me o que quiseres e te darei!” Nesta
oportunidade Salomão não desejou riquezas e honras humanas, muito
menos derrota de seus inimigos, antes anelou pela sabedoria que vem
do alto, a qual é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada,
25
tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem

hipocrisia (Tiago 3:17 com ênfase do autor).
Assim, Salomão ao lembrar da excelente e excedente bondade de
Deus para com seu pai Davi, confiou seu reinado ao Senhor, desejou e
pediu, conforme uma promessa de Deus dirigida a seu pai, apenas
sabedoria e conhecimento para conduzir e governar a tão grande nação
como um verdadeiro servo de Deus fortalecido por Deus.
Caro leitor, este é meu maior desejo! Servir a Deus servindo ao Seu
povo somente após ter sido fortalecido pelo Senhor.
26
QUANDO O SENHOR DESPERTA O ESPÍRITO DE

UM HOMEM
“No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para que se cumprisse a
palavra do SENHOR, pela boca de Jeremias), despertou o
SENHOR o espírito de Ciro […]” (Esdras 1:1)
Por Sua soberania, para fazer cumprir Sua Palavra o Senhor, levanta
ministérios de homens, ecoa pela boca de seus servos e desperta o
espírito de sujeitos que levam e promovam a glória de Seu nome.
Quem recebe o Espírito de Deus e é por Ele guiado recebe também um
povo para guiar e uma obra para realizar. A Ciro, rei da Pérsia, o Senhor
Deus dos céus deu todos os reinos da terra e, o encarregou de Lhe
edificar uma casa em Jerusalém.
O propósito de Deus na terra é executado e cumprido através de
homens cheios do Espírito de Deus; pelo que, quem desejar fazer parte
dos feitos de Deus na terra, deverá juntar-se a estes homens, para que
em meio a dificuldades seja ajudado.
Dentro do plano de Deus, o Senhor levanta e desperta homens ousados
e fieis que levam avante a tarefa Divina.
Quando o Senhor desperta o espírito de um homem, os apoiantes
também fazem parte desta lista. Uns oram, outros cantam, alguns
pregam e ensinam e outros ainda contribuem com suas fazendas. Além
disso, homens despertados pelo Senhor também entregam suas
fazendas para o serviço a Deus e Sua obra.
Quando o Senhor desperta o espírito de um homem, o testemunho
também é visto pela prosperidade e fruto do trabalho. A obra de Deus
produz sempre fruto.
27
UM HOMEM ÍMPAR
“Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era este
homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal” (Jó
1:1)
Jó tinha riquezas, filhos e empregados, e isso não o tornou ímpar. Quiçá
sua retidão e temor a Deus encontramos e encontraremos em outros
servos de Deus, quer os que vivem entre nós pelas Escrituras como os
que vivem no nosso meio pelo seu testemunho vivo e real. Sua
integridade sim, é que o torna desigual.
Homens ímpares são íntegros
Em Jó e na sua integridade entendemos que é urgente aprendermos
verdades sobre provas e tentações porque na caminhada temos visto
muitos crentes sinceros a se desviarem da verdade, se enfraquecerem
na fé e se esfriarem das chamas pentecostais quando provados (por
Deus) ou tentados (por satanás). Este homem ímpar nos faz lembrar
que enquanto nós fizemos história pela grandeza Divina, Deus faz
história nas nossas fraquezas. Deus foi e será sempre engrandecido
nas nossas fraquezas, desde que sejamos íntegros. Um homem íntegro
é aquele que não sofre alterações e consequências em meio as
vicissitudes da vida. Se nossas grandes lutas não fazerem definhar
nossa fé, Deus será engrandecido quando formos humilhados; se
nossas necessidades e dificuldades não nos corromperem, Deus será
engrandecido em nossos despojos. Se o termómetro da nossa
integridade não ler a temperatura dos nossos trofeus, então Deus será
sempre engradecido em nossas vidas, mesmo que humildes, mas
íntegras. Isto nos torna homens ímpar!
Homens ímpares promovem a glória e a grandeza de Deus em
meio as suas fraquezas
28
O zeloso pastor Alan Brizotti escreveu: “Deus nunca fica sem

testemunho na história. Sempre há alguém para defender os propósitos
divinos. Será que és um deles? Não é o ouro, nem a casa, nem o carro
que testemunham de nossa prosperidade – mas a Presença de DEUS
gerando a alegria do ser e depois do ter”. É o princípio de Jó 1:21:
DEUS não somente dá, DEUS também toma: “Deus deu, Deus tomou”.
E o melhor é sermos (fieis) quando temos e sermos (fieis) quando não
temos, pois não são os bens que nos fazem sermos crentes, e sim o
sermos crentes que nos fazem termos as benesses do Pai.
Em Deus, os homens ímpares, tal como Jó e outros nas dificuldades,
os crentes não devem perder bens como:
 Atitude humilde de adoração a Deus: “Então Jó se levantou,
rasgou seu manto, rapou sua cabeça, lançou-se em terra e
adorou” - Jó 1:20.
Fica patente meu testemunho, quando no dia da morte de minha mãe
a primeira coisa que fiz foi uma oração invocando: “Deus obrigado!”.
Homens ímpares fazem atitudes comuns em momentos
incomuns
Para o cristão adoração torna-se parte da sua vida (comum), mas
certos cristãos deixam de adorar a Deus em momentos difíceis. Isto não
convém, homens ímpares fazem atitudes comuns em momentos
incomuns. Vejamos isto através de Paulo e Silas no dia do milagre da
alegria.
 O milagre da alegria
A alegria de orar e cantar a Deus como Paulo e Silas na prisão foi um
milagre: “E, perto da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos
a Deus” - (Atos 16:25a). Viva o milagre da alegria! Nada valerá a
qualquer homem receber o milagre da salvação, da cura, da libertação
29
e não desfrutar da tamanha e milagrosa alegria que daí advém. Viva o

milagre da alegria!
Paulo e Silas, aprenderam que enquanto glorificamos a Deus nas
coisas simples, Deus nos auxilia nas coisas difíceis. Honre e obedeça
a Deus nas coisas pequenas e Ele te glorificará nas grandes.
Estes gigantes e heróis da fé perceberam que quando trabalhamos
para Deus nas actividades simples Deus trabalha para nós nas coisas
complexas. E aqui aprendamos que as coisas simples para os homens
são difíceis para Deus; e as coisas impossíveis ao homem são
possíveis a Deus. Ou seja, os impossíveis de Deus são os possíveis
dos homens e os impossíveis dos homens são possíveis de Deus. É
impossível Deus se adorar, mas é possível o homem adorar a Jeová. É
impossível Deus louvar-se a si mesmo, mas é possível o homem louvar
ao Eterno. É impossível Deus pecar, mas é possível Ele perdoar os
pecados da humanidade… E como é impossível o homem salvar-se a
si próprio, Deus responsabiliza-se em salvar a humanidade.
Acreditemos que muitas vezes Deus apontando-nos diz: meu
impossível é teu possível e teu impossível é meu possível. É impossível
o homem se dar vida, mas é possível o Senhor dar-lhe vida e vida com
abundância… Aleluia! Adoremos!...
Homens ímpares não perdem a vida por perderem coisas da vida
Actualmente, já é comum os homens suicidarem-se por motivos como:
dívida, reprovação (na escola e em concursos públicos), namoriscos,
entre outros.
Diferente de Jó, sua integridade preservou sua vida quando sua mulher
buscava a morte deste: “Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua
sinceridade?” (Jó 2.9a).
Homens ímpares não pecam em meio aos transgressores
30
Após, ter perdido tudo a Palavra afirma a respeito de Jó: “Em tudo isto
não pecou Jó com os seus lábios” (Jó 2.10b).
Com Jó aprendemos que santidade não é algo que se ensina, mas que
se vive. Viva o mais santamente possível. Se te for impossível lembra-
te que os teus impossíveis são os possíveis de Deus, viva com Deus e
viverás santo.
31
A BEM-AVENTURANÇA DE QUEM FOGE A

MALDIÇÃO
“Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho
dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se
assenta na roda dos escarnecedores” (Salmos 1:1)
Amigo, nesta página lhe convido a conhecer a Deus de modo a que o

Espírito Santo ilumine os olhos de seu entendimento para perceber que
é um prazer obedecer a Deus e a Sua Palavra!
O escritor deste Salmo começa elogiando o gozo de obedecer a Deus
e não escutar aos que o desacreditam ou ridicularizam. Nossos amigos
ou sócios podem ter uma influência profunda em nós, muitas das quais
de forma sutil.
Quem se entrega as amizades sem foco Divino, acabará sendo levado
para o pecado e se voltará indiferente à vontade e promessas de Deus.
Os amigos verdadeiros devem nos aproximar a Deus em todo tempo.
Os que com diligência tratam de obedecer a vontade de Deus são como
árvores sãs que dão fruto e que têm grandes raízes e Deus promete
cuidá-los. A sabedoria de Deus guia suas vidas. Em contraste, os que
deixam de confiar no Senhor e de lhe obedecer verão as recompensas
de suas obras.
O salmista nos relembra que há apenas dois caminhos na vida: o da
obediência a Deus e o caminho da rebelião que conduz a destruição.
Amigo, assegure-se de escolher o caminho de Deus porque sua eleição
determinará onde passará a eternidade.
O prazer de que se afasta do caminho da maldição é vivido a cada dia.
32
O QUE DIZ O PREGADOR

“Palavras do pregador, filho de Davi, rei em Jerusalém”
(Eclesiastes 1:1)
Ao apresentar-se como filho de Davi, Salomão referia-se a linhagem de

Cristo. Um pregador é um filho de Deus, que, por adopção, veio da
linhagem de Cristo. Antes de tudo, o pregador é um salvo em Cristo
Jesus que anuncia a salvação que ele alcançou, testemunha os
milagres que ele viveu e promove a glória divina a ele revelada.
Deus não salva as pessoas para serem pregadores, mas filhos. Aliás a
primeira bênção espiritual que o homem experimenta na entrada da
porta da salvação é o novo nascimento e adopção de filho:
“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas
já passaram; eis que tudo se fez novo” – 2 Coríntios 5:17. O estar em
Cristo nos torna novos homens diante de Deus, dos homens e de nós
mesmos, se é que verdadeiramente temos experimentado o novo
nascimento. Este novo acto de nascermos é como o eclodir do ovo de
uma ave que não carece de ser forçado para deixar nascer a avezinha,
mas apenas de o ovo estar em um ambiente adequado para que os
filhotes saiam por si só. Somos salvos quando ouvimos o vivo
Evangelho e aceitamos pessoalmente a Cristo como nosso Salvador,
que nos torna novas criaturas.
“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos
filhos de Deus, aos que creem no seu nome” – João 1:12. Sem acepção
de quem quer que seja, nossa entrada até a porta da salvação nos
tornou filhos de Deus por Cristo Jesus.
“E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si
mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade” – Efésios 1:5. Deus
33
estabeleceu que se tornem seus filhos todos aqueles que aceitarem a

salvação que há em Cristo. Ao se torarem filhos, os homens tornam-se
participantes do excelente propósito de Deus conforme Sua vontade.
Aleluia! Um pregador é um filho que realiza a tarefa do Pai de anunciar
o Seu Nome entre as nações.
Portanto, ao afirmar palavras do pregador não estava a dizer
“mensagem” do pregador. A palavra ou discurso do pregador deve ser
toda preenchida de mensagem do Salvador. A pregação não é a
mensagem; a mensagem é o conteúdo bíblico da pregação.
Assim, o pregador deve dizer o que Deus disse e pregar a mensagem
da Cruz!
O verdadeiro pregador diz o que Deus disse, proclama o que Deus
revelou, ensina o que Deus decretou em Sua Palavra e anuncia as boas
novas.
O pregador não produz revelação, ele exprime por meio de voz e gestos
a mensagem e propósitos de Deus para os homens.
Torna-te a um pregador, ouça a voz de Deus e anuncie-a aos homens,
as famílias, as igrejas e as nações.
34
CÂNTICO DOS CÂNTICOS

“Cântico dos cânticos, que é de Salomão” (Cantares de Salomão
1:1)
Dos três mil provérbios e mil e cinco cânticos, como está escrito em 1
Reis 4:32, este é o mais sublime cântico de amor.
Cântico dos cânticos é a expressão que sugere “a canção” de entre as
canções de Salomão. Embora muitos estudiosos das Sagradas Letras
consideram-na ser também a expressão do amor do Noivo, o Cordeiro
imaculado, para a Noiva, a Igreja redimida pelo sangue e selada pelo
Espírito Santo, é notável como as águas do amor correm sobre o leito
de um rio chamado casamento.
Assim, dentre as canções de um homem e de uma mulher, não deve
faltar a canção do amor. A vida a dois é bem celebrada quando vivida
com amor. O casamento é doce quando se saboreia o mel do amor. A
doçura de uma relação matrimonial não está apenas na sensação e
satisfação do prazer sexual, antes o pleno amor entre cônjuges revela-
se pelas carícias, pelo aperto de mãos, pelas doces palavras diárias,
pelos grandes elogios das pequenas acções e por uma vida vivida com
amor que se entende e por isso se expressa.
Faça a vida valer a pena, faça o casamento valer a pena. Não deixe
que seu cântico de amor se perca entre os cânticos sombrios. Aliás não
faça da tristeza, da mágoa, da aflição, da angústia, da inquietação, da
melancolia, da perda e da discórdia a sua canção entre as várias
canções de amor que a vida e Cristo oferecem.
Viver em amor e partilhar amor sem a canção de amor é esconder um
cântico de entre outros cânticos. E esta é uma brecha para fazer entrar
as tristes canções na vida.
35
Quem não canta o seu amor não vive a plenitude do amor. O amor que
verdadeiramente é vivido deve ser expresso com carinho e palavras.
Se você ama, confesse o seu amor ao seu cônjuge.
Olhe para, pelo menos, duas grandes declarações de amor de Salomão
para a Sulamita e desta para aquele em Cantares 5:2; 6:2; 6:9; 7:2
(Nova Versão Internacional - NVI-PT), respectivamente:
A Amada
Eu estava quase dormindo,
mas o meu coração estava acordado.
Escutem! O meu amado está batendo.
O meu amado desceu ao seu jardim,

aos canteiros de especiarias,
para descansar
e colher lírios.
Eu sou do meu amado,
e o meu amado é meu;
ele descansa entre os lírios.
O Amado
Mas ela é única, a minha pomba,
minha mulher ideal!
Ela é a filha favorita de sua mãe,
a predileta daquela que a deu à luz.
Quando outras jovens a vêm,
dizem que ela é muito feliz;
as rainhas e as concubinas a elogiam.
36
As curvas das suas coxas são como joias,

obra das mãos de um artífice.
Seu umbigo é uma taça redonda
onde nunca falta o vinho
de boa mistura.
Sua cintura é um monte de trigo
cercado de lírios.
37
CHORE PARA NÃO MAIS CHORAR

“Como está sentada solitária aquela cidade, antes tão populosa!
Tornou-se como viúva, a que era grande entre as nações! A que
era princesa entre as províncias, tornou-se tributária!”
(Lamentações de Jeremias 1:1)
Quem chora na oração, como Jeremias, evita e evitará choros na vida

de muitos. Por isso, chore na oração por sua vida, família, igreja e
comunidade para que ela (s) não mais chore (m) no sofrimento.
Evita o choro das nações afligindo tua alma e orando com profundo
quebrantamento.
As lamentações de um cristão não são apenas lágrimas, mas gemidos
expressos por acções e orações diárias em busca da salvação de vidas
perdidas.
Decidi chorar na oração para que as pessoas não mais chorem na vida.
O choro é normal na vida, mas a vida não deve ser vivida para chorar.
Quem vive deve chorar para que os moribundos revivam.
Jeremias lamentou por sua cidade solitária que antes foi populosa e
visitada. Choremos igualmente pela nossa igreja e comunidade para
que volte a acolher multidões.
O profeta lamentou por um povo que antes grande e respeitado, mas
que se tornara como viúva. Choremos ante a face dAquele que não
despreza um só coração quebrantado e contrito pelas igrejas e famílias
que se tornaram viúvas não por causa da morte do esposo, mas por se
perderem o caminho que as leva até ao esposo.
Entretanto, no contexto histórico, este texto refere-se as reformas
realizadas pelo rei Ezequias e pelo rei Josias que não produziram
mudanças radicais, muito menos duradouras. Por isso, Jeremias se
38
queixa de que o povo não ouvia a sua voz, preferindo seguir o raciocínio
rebelde dos seus corações maus. O rei Jeoaquim, um dos filhos de
Josias, rapidamente desfez a boa obra de seu pai. Construiu um
luxuoso palácio para si abusando do trabalho escravo, e quando foi
levado ao palácio um rolo com as palavras de Jeremias para que fosse
lido diante dele, ele o cortou e atirou os pedaços num braseiro.
Enquanto isso, o poderoso império assírio chegava ao fim, com a queda
de sua capital, Nínive, nas mãos dos babilônios em 612 a.C.
Nabucodonosor, rei da Babilônia, indicou Zedequias, irmão de
Jeoaquim, para sucedê-lo no trono de Judá. Este novo rei, no entanto,
era fraco e indeciso, e “não se humilhou diante do profeta Jeremias,
que lhe falava como porta-voz do Senhor” (2 Crônicas 36:12);
ignorando o conselho de Jeremias, ele se rebelou abertamente contra
a Babilônia, e como consequência, o exército babilônico cercou
Jerusalém. A fome se tornou insuportável e em 587-586 a.C. a cidade
caiu. Seus muros foram derrubados e transformados em entulho, o
majestoso templo de Salomão foi queimado e reduzido a cinzas, e o
povo foi levado cativo.
É difícil para nós entender o trauma sofrido pelo povo de Deus com a
perda de sua cidade santa e de seu santo templo, o centro da vida da
nação. Teria Deus abandonado seu povo? Pela leitura do livro de
Lamentações podemos entender um pouco o desespero que tomou
conta do povo. Ainda assim, alguns remanescentes piedosos não se
desesperaram, antes confiaram em Deus e no caráter imutável de sua
aliança: “Lembra-te da minha aflição e do meu pranto, do absinto e do
fel. Minha alma certamente disto se lembra, e se abate dentro de mim.
Disto me recordarei na minha mente; por isso esperarei. As
misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos,
39
porque as suas misericórdias não têm fim. Novas são cada manhã;
grande é a tua fidelidade” (Lamentações 3:19-22).
Como Jeremias, chore para não viveres chorando. Chore na oração
para que os outros não chorem o tempo todo. Chore aos pés do Senhor
no secreto para não chorares diante dos homens.
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VISÕES NO CATIVEIRO
“E aconteceu no trigésimo ano, no quarto mês, no quinto dia do
mês, que estando eu no meio dos cativos, junto ao rio Quebar, se
abriram os céus, e eu tive visões de Deus” (Ezequiel 1:1)
O ministério Agape Christian Academy refere que existem três tipos de

visões na Bíblia: Visão espiritual (quando o crente enxerga com os
olhos do seu espírito), êxtase ou arrebatamento de sentidos (quando
os sentidos físicos da pessoa são suspensos e a mesma não sente no
momento as acções corporais) e visão aberta (quando os sentidos
físicos do crente permanecem intactos, ou seja, mesmo sem estar em
êxtase, de olhos abertos e com acções normais de todos os sentidos,
a pessoa enxerga para dentro do plano espiritual Divino).
As visões do cativeiro de Ezequiel e do povo de Deus da época são
visões abertas, sentidas em meio a dor da vida e da caminha com Deus.
Visões no cativeiro são visões de salvação. Visões no cativeiro vêm
quando os Céus se abrem. Visões no cativeiro são visões de Deus.
Quando Deus nos dá visões em meio ao cativeiro é sinal que alguma
mensagem ânimo e salvação esteja chegando até nós. Ezequiel em
meio ao cativeiro deu ao povo uma mensagem de incentivo aos judeus
exilados a permanecerem fiéis a Deus, confiando que Ele iria cumprir a
sua promessa de restauração.
Ter visões no cativeiro é sinal de que Deus está nos fortalecendo e nos
tornar fortes.
O contexto histórico do texto mostra que Ezequiel era um candidato ao
sacerdócio e esperava começar o ofício sacerdotal no templo com 30
anos de idade, mas foi exatamente nesta altura ou quase nesta altura
que Deus lhe chamou para ser profeta.
41
A questão é que o plano de Ezequiel (de se tornar sacerdote) lhe levaria

a servir no templo, mas o plano de Deus (de ser profeta) o levaria a
servir em qualquer lugar. Sacerdote serve os crentes de sua sinagoga,
profeta serve o povo de sua nação. Sacerdote passa pela escola /
seminário teológico antes de exercer o ministério, profeta passa na
escola de Deus durante seu ministério. Sacerdote é aplaudido pelos
homens, profeta é perseguido pelos homens. Sacerdote é seguido
pelos homens, profeta é perseguido pelos homens, sobretudo os que
não gostam de ouvir a Deus.
Por este facto, o Senhor chamou extraordinariamente ao profeta dando-
lhe visões da glória de Deus no meio de seu cativeiro.
Nesta altura Ezequiel esteve no meio dos exilados quando foi chamado.
Deus sempre chamou homens que estavam no meio: Abraão foi
chamado desde o meio de um povo idólatra; Isaías no meio de um povo
de lábios impuros; Zaqueu estava no meio de uma multidão; Ezequiel
estava no meio de prisioneiros. Ou seja, o estar entre o povo não
impede a sua, minha ou nossa chamada.
Em meio ao cativeiro Deus trará a sua vida visões de glória, em Nome
de Jesus Cristo.
42
MINISTÉRIO QUE PREVALECE

“Palavra do SENHOR, que foi dirigida a Oséias, filho de Beeri,
nos dias de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, e nos
dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel” (Oséias 1:1)
Este sublime versículo ensina pelo menos três lições de vida: a Palavra
do SENHOR é enviada para salvar, o ministério que vem de Deus
prevalece e em meio a qualquer circunstância e a vida cristã rege-se
pelo que Deus estabeleceu na Sua Palavra.
Para salvar uma vida, um povo ou uma família, Deus ministra ao
coração do profeta e o profeta ao do povo.
O legado de Deus prevalece: A segunda lição instruí também que o
ministério que vem de Deus não se vai quando finda o reinado de um
homem. Quem não pede emprestado aos homens o que é de Deus não
perde bênçãos celestiais com o afastamento daqueles.
A vida cristã tem na Palavra todo o sustento e garantia. Por isso, o
marco da vida cristã deve ser o que Deus estabeleceu na Sua Palavra
e não os acontecimentos pomposos desta vida.
Comparar a igreja com as empresas, a pregação com os discursos
políticos, académicos ou científicos é mesmo que trazer uma ideologia
pagã ao cristianismo. Hoje tudo é sagrado, nada é profano. O secular
(que em si mesmo se afasta do sagrado) é a outra forma de justificar o
profano no meio cristão pelos que se dizem cristãos. Hoje (em muitos
círculos cristãos) tudo é normal, apenas tornar-se anormal a partir do
momento que o espiritual ofusca o natural.
O falar em outras línguas é matéria de estudo, análise e crítica em
espaços televisivos, radiofónicos e de laser. Quem ensina sobre dízimo
é alvo de ataque familiar directo ou pelas redes socias, e esta é agora
43
a ferramenta mais preferida dos que se dizem cristãos e condenam as

verdades bíblicas com suas objecões. A estes, nos dirigimos em nome
de Jesus, que se voltem para Deus e a Sua Palavra; pois que não é o
ser culto que nos torna santos e fiéis, e sim a obediência que nos leva
a conhecer a Palavra e, assim vivermos os princípios Divinos e
atrairmos as bênçãos celestes.
O modelo para a vida cristã está no que Deus estabeleceu pela Palavra.
A Palavra é a lâmpada, é a luz, é o guia.
Nos dias de Uzias, Oséias, embora um profeta de Israel, marca sua
profecia pelos nomes dos reis de Judá, porque o reino de Judá era o
reino da teocracia, a linha de Davi para a qual as promessas de Deus
foram feitas. Como Eliseu, a cujo ofício ele conseguiu, afastou-se de
Jorão . e possuiu Josafá, rei de Judá, assim, no título de sua profecia,
Oséias expressa imediatamente que o reino de Judá era legítimo. Ele
acrescenta o nome de Jeroboão, em parte como o último rei de Israel
a quem, em virtude de Sua promessa a Jeú, Deus ajudou; em parte
para mostrar que Deus nunca deixou Israel sem aviso prévio. Jeroboão
Fui avisado primeiro pelo profeta 2 Reis 13:14 .
Assim, nos dias de Jeroboão II, Deus levantou Oséias, Amós e Jonas.
Os reis e o povo de Israel, então, eram indesculpáveis, visto que Deus
nunca deixou de enviar Seus profetas entre eles; em nenhum reino a
voz dos profetas falhou, advertindo a ira vindoura de Deus, até que ela
viesse. Enquanto Jeroboão estava se recuperando para Israel uma
regra maior do que já teve desde que se separou de Judá, anexando-
lhe Damasco 2 Reis 14:28
44
PALAVRA DO SENHOR
“Palavra do SENHOR, que foi dirigida a Joel, filho de Petuel”
(Joel 1:1)
Joel declara que sua mensagem é a própria Palavra recebida da parte

do Senhor. Oh que gozo é ter da parte de Deus uma mensagem para
o povo de Deus!
O profeta mostrou que sua mensagem não é lei como a mosaíca (que
alguns identificam-se com ela e outros não, uns questionam o seu
tempo de vigência e outros nem por isso), mas a Palavra que tem
relevância para todas as gerações de crentes.
A Palavra de Deus é para toda a gente de todas as épocas. A Palavra
não é um amuleto para enriquecer e dar sorte (na vida, na família, no
negócio ou no emprego), mas a viva declaração dos desígnios de Deus
para a vida de todo homem. A Palavra não é um conjunto de histórias,
mas a fotografia da luz e caminho aberto do que o Senhor já fez e está
fazendo e há de fazer no mundo e em relação ao homem.
O autor aos Hebreus escreveu que a “Palavra de Deus é viva e eficaz,
e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até
à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para
discernir os pensamentos e intenções do coração” - Hebreus 4:12.
O evangelista Mateus e o grande libertador do povo hebreu, Moisés
escreveram que o homem vive da Palavra e não somente do pão
(Mateus 4:4; Deuteronómio 8:3b).
O médico e evangelista escreveu ainda, para o nosso ensino hoje,
como o crescimento da Palavra fez multiplicar o número de discípulo e
trouxe aos sacerdotes um espírito de obediência a Deus e a Sua
Palavra (Atos 6:7).
45
Paulo pregou que a Palavra de Deus é loucura para os perdidos, mas

todo o salvo tem entendimento de que a Palavra é poder de Deus que
salva o pecador, perdoa o transgressor, purifica o impuro, cura o ferido,
sara o doente e liberta o cativo (1 Coríntios 1:18).
A Palavra de Deus é a veste de quem foi lavado pelo sangue de Jesus.
Por isso, caro leitor aceite a Palavra de Deus para e em sua vida. A
Palavra do SENHOR é dirigida aos homens e não aos anjos. Na Bíblia,
estes quando diante da Palavra, trouxeram-na aos homens e não o
inverso.
Aceite a mensagem de Deus para sua vida!
Aceite a salvação!
Aceite a Jesus!
46
PALAVRAS VISÍVEIS
“As palavras de Amós, que estava entre os pastores de Tecoa, as
quais viu a respeito de Israel […]” (Amós 1:1a)
A mensagem do Senhor independentemente do meio usado para trazer

a nós é clara e entendível. As mensagens diárias que o Senhor pelos
seus servos e no nosso interior tem trago as nossas vidas é tão clara
que conseguimos contemplá-las em forma de uma fotografia ou de uma
imagem refletida pelo espelho.
A simplicidade com que Deus fala com o homem tem levado este a
questionar e duvidar de Deus. Quando há muita espiritualidade, o
homem tem limitações para entender e quando muito clara há por parte
do homem dificuldade em aceitar.
Mas certo é que a Palavra é visível com os olhos do nosso
entendimento.
Cada homem por fugitivo e agnóstico que seja, sente e sabe (embora
não assume) que a voz de Deus sobre a eterna salvação (ou
condenação para os que não creem nEle) soa em seu íntimo dia após
dia, com os amigos ou com os colegas, com gentes de longe ou de
perto Deus fala connosco. Não são poucos os irmãos que ouviram a
voz de Deus por sonhos ou por visões.
A respeito da mensagem da salvação não há inocência alguma, pois
que o sábio pregador ensinou que “Tudo fez formoso em seu tempo;
também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa
descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim” –
Eclesiastes 3:11. Salomão estava a ensinar que embora o homem não
consegue compreender e aceitar o que Deus fez e a vontade de Deus,
o Senhor colocou no coração do homem o anseio pela eternidade.
47
Por outro lado, se há palavras que parecem actos vistos no espelho do

íntimo, por outro lado há gestos que se ouvem, mesmo sem qualquer
pronunciamento. O Ministério Gotas de Paz numa de suas mensagens
edificantes, ensinaram que há coisas que são ditas mesmo quando não
faladas. Há coisas que são comunicadas mesmo quando não
pronunciadas. Há coisas que são ventiladas mesmo quando a fala não
vem em socorro. Acredita, mais do que as palavras, existem gestos que
falam, acções que dizem. O agir de Deus pelos homens e através dos
homens são mensagens diárias para as nossas vidas.
Por isso, que a tua forma de ser exponha a verdade mais do que as
tuas palavras a pronunciam; que tua opção de vida seja clara para
todos aqueles que contigo convivem, e o bem que por ti se fará cedo
ou tarde, acontecerá malgrado ou até por causa dos limites que possas
ter.
48
VISÃO QUE SUCEDE A PREGAÇÃO

“Visão de Obadias: Assim diz o Senhor DEUS a respeito de
Edom: Temos ouvido a pregação do SENHOR […]” (Obadias
1:1a)
Para Obadias, a visão que sucede a pregação é um aviso e testemunho

da condição e vida do povo.
Quando Deus dá visões depois da pregação, o Senhor está
confirmando a Sua Palavra.
Não são poucos os que após ouvirem a forte Palavra do Senhor
confessaram que lhes ardia o coração. A todos os filhos de Deus a
mensagem do Pai celestial não termina quando o pregador concluí, não
encerra quando o pregador fecha o Livro Sagrado. Aliás é neste
momento que recebemos a mensagem de Deus para a nossa vida. É
nesta altura onde nos é apelado como responder a pregação ouvida.
A visão que sucede a pregação nem sempre é dada ao pregador,
muitas das vezes é confirmada no coração do ouvinte. Por isso, o
desafio de recebermos e aceitarmos a Palavra não está unicamente no
pregador, mas a grande responsabilidade pesa sobre o ouvinte.
Os três grandes conselhos da Palavra da vida para o ouvinte, útil
durante e após a pregação do Evangelho é:
“Como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a sua voz, não
endureçais os vossos corações, como na provocação, no dia da
tentação no deserto” – Hebreus 3:7-8.
“O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras
que eu vos disse são espírito e vida” – João 6:63.
“E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes,
enganando-vos com falsos discursos” – Tiago 1:22.
49
QUANDO A PALAVRA VEM

“E veio a palavra do SENHOR a Jonas […]” (Jonas 1:1a)
“Palavra do SENHOR, que veio a Miquéias […]” (Miqueias 1:1a)
“Palavra do SENHOR, que veio a Sofonias […]” (Sofonias 1:1a)
“No segundo ano do rei Dario, no sexto mês, no primeiro dia do
mês, veio a palavra do SENHOR, por intermédio do profeta Ageu
[…]” (Ageu 1:1)
“No oitavo mês do segundo ano de Dario veio a palavra do
SENHOR ao profeta Zacarias […]” (Zacarias 1:1)
Jonas não estava indo quando a Palavra já tinha vindo a ele. A Palavra
já tinha vindo a Jonas, embora ainda não ao povo. Jonas estava no
“ainda” quando Deus estava no “já”. Jonas ainda estava sentado
quando Deus já o estava levantando para pregar. Jonas ainda estava
dormindo quando o Senhor já o tinha despertado. Jonas ainda estava
calado quando o Senhor já o tinha dado a Sua Palavra. Quando a
Palavra vem, você deve estar no “já” de Deus e não no “ainda” do
homem.
A Palavra chega ao povo quando os servos chegam a Deus de coração
e aos lugares que o Senhor envia a Palavra. Se os mensageiros não
chegarem às cidades, bairros e povoados a mensagem morrerá no
coração dos mensageiros.
Quando os obreiros vão, a mensagem vai onde os obreiros vão. Por
isso, o Senhor leva os mensageiros como levou Jonas, Miqueias,
Sofonias, Ageu e Zacarias para levarem ao mesmo tempo a Sua
Palavra em diferentes lugares e contextos.
Entretanto, Ageu e Zacarias ministraram que a Palavra de Deus,
embora esteja dentro do plano e do tempo de Deus, vem no tempo
50
calendarizado pelos homens. Ou seja, os eventos salvíficos e

escatológicos que as Escrituras preveem acontecerão em algum mês
no interlúdio Janeiro-Dezembro ou em algum ano 2000 e tal ou ainda
no mais próximo 2020 tanto.
Em nome de Jesus, os tempos, lugares e nenhuma situação ou
dificuldade de hoje e de cada dia não devem nos deixar emudecidos a
respeito da pregação do Santo Evangelho da Cruz!
Por fim, Ageu nos ensina que a Palavra de Deus vem por intermédio de
homens disponíveis e consagrados a Deus. Em nome de Jesus Cristo,
consagre-se mais, ore um pouco mais, tenha saudade dos céus e
envolva-se com a glória de Deus para que, por intermédio de seu
ministério, Deus traga mais almas à salvação.
51
O PESO DA PALAVRA PARA OS LÍDERES, OS

AUXILIARES E O POVO
“Peso de Nínive […]” (Naum 1:1)
“O peso que viu o profeta Habacuque” (Habacuque 1:1)
“Peso da palavra do SENHOR contra Israel, por intermédio de
Malaquias” (Malaquias 1:1)
Através do ministério dos profetas Naum, Habacuque e Malaquias o

Senhor ministrou, respectivamente, ao povo de Nínive, ao povo de Judá
e a Israel. Por estes profetas, o Eterno ministrou a cidades e a povos.
Pelo nosso ministério, o Senhor ministra hoje ao amado leitor, aos

líderes, aos auxiliares e ao povo de diferentes lugares e contextos,
experientes e inexperientes, grandes e pequenos, anciãos e jovens.
Aceite esta mensagem da parte de Deus para a vida, aliás o texto

sagrado de Malaquias 1.1, ensina que o peso da palavra do Senhor
vem por intermédio de homens. Receba esta mensagem, em nome de
Jesus:
Para os líderes é difícil servir a um povo e lugar onde todos querem ser
povo. Da mesma maneira é difícil servir a um povo ou lugar onde todos
anseiam a liderança.
Quando Deus levantou Moisés designou auxiliares para cooperarem
com ele; já que enquanto aqueles serviam ao povo estavam servindo a
Deus.
O líder não é auxiliar é líder. O auxiliar não é líder é auxiliar. O povo
não é auxiliar é povo. Tudo isto não é uma escala, muito menos
categorias; aliás o próprio Cristo em João 13, saiu da mesa para fazer
o trabalho do servo, ou seja, o Senhor nos chama para o serviço em
sua obra sem distinção e destaque de ninguém. Assim, o ensinamento
aqui transmitido é o princípio da submissão aos homens que o Senhor
52
tem colocado para pastorear outros; ou seja, é apenas o princípio da

obediência e respeito de um princípio Divino: “Cada um fique na
vocação em que foi chamado” - 1 Coríntios 7:20; “Irmãos, cada um fique
diante de Deus no estado em que foi chamado” - 1 Coríntios 7:24.
Caro leitor, seja obediente a Deus e ao seu líder, não se faça de líder
se és auxiliar. Sê zeloso à Palavra e cuidadoso com os assuntos de
Deus.
Sê submisso ao Senhor e as Suas ordenanças, não se faça povo se
você foi chamado para auxiliar ou liderar.
Líderes, não se tornem povo por desleixo e preguiça, esperando que
Deus lidere o povo que vos deu para apascentar com dedicação vossa.
Auxiliares, não se distraiam em fazer tarefas de suas preferências,
sujeitem-se a seus líderes.
Povo, não seja tão povo, esperando que os líderes e auxiliares façam
a vossa tarefa. A oração, a meditação, o amor ao próximo, a frequência
aos cultos e as reuniões de oração e de ministração da Palavra são
deveres diários de todo e qualquer cristão, quer de pouca como de
muita idade, seja novo ou antigo na fé.
Não inverta os princípios Divinos, nem por pensamentos, nem por
palavras e muito menos por acções. Envolva-te na obra de Deus,
servindo aos homens e obedecendo aos seus líderes.
Sirva a Deus com suas mãos (trabalhando), cumpra o ide de Jesus com
seus pés (andando no caminho da evangelização), adore e exalte a
Deus com os frutos de seus lábios que adoram e pregam o puro e vivo
Evangelho da Cruz.
Caro leitor, saiba que o líder por dedicado que seja, jamais fará o dever
de seus auxiliares ou do povo. O auxiliar por aplicado e fervoroso que
se torne, nunca fará a tarefa que Deus faz com o líder. E o povo por
53
numeroso e forte que seja, de maneira alguma fará a obra que o Senhor
ordenou aos líderes e aos auxiliares.
Caro amigo leitor, lembre-se sempre, o líder é um servo ou escravo, o
auxiliar um cooperador ou colaborador e o povo os salvos que o Senhor
poderá chamar para cooperar e servir.
O líder além de ministrar ao Senhor a Palavra e a oração para os
auxiliares e o povo, administra e orienta a estes as tarefas destes.
Os auxiliares além de ajudarem na ministração da Palavra e da oração
ao povo, auxiliam na administração e na execução das tarefas
planificadas ou orientadas pelo Senhor através do líder.
Da mesma maneira como o líder pode intermediar o povo a Deus nas
coisas espirituais, assim devem os auxiliares intermediarem as
orientações do líder ao povo.
A ministração de Deus ao meu coração para o seu é: Deus ministra ao
líder, este aos auxiliares e estes ao povo. Abra o seu coração e seja
iluminado pela Palavra conhecendo o modelo do Bom Mestre: “E Jesus
tomou os pães e, havendo dado graças, repartiu-os pelos discípulos, e
os discípulos, pelos que estavam assentados; e igualmente também os
peixes, quanto eles queriam” - João 6:11.
Este é o peso da minha mensagem para si: Em obediência a Cristo,
cada um fique na posição em que foi chamado.
54
O LIVRO DA SALVAÇÃO, DA ADORAÇÃO E DO

SACRIFÍCIO
“Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de
Abraão” (Mateus 1:1)
Os grandes estudiosos ensinam muito sobre a genealogia de Jesus

através deste texto. O que não é muito comum ser entendido e
ensinado neste grande versículo é que o mesmo apresenta o
evangelho de Mateus como o livro da salvação, da adoração e do
sacrifício.
Ao apresentar Jesus como Messias, Mateus estava a pregar a salvação
que vem de Cristo. Ao referir-se que Jesus procede da descendência
de Davi, o escritor deste evangelho estava a referir-se a uma tribo que
tinha a missão de adorar ao Senhor através do serviço a que a tribo
fora separada – a tribo de Levi. Ao incluir Jesus na filiação de Abraão,
o colector de imposto estava apontar a vida de um homem cuja
trajetória foi marcada por sacrifício, que lhe confere o grande destaque
na fé cristã e judaica. Assim, o evangelho de Mateus é sem dúvida o
livro da salvação, da adoração e do sacrifício. Esta é a estrada a que é
chamada todo servo do Senhor; primeiro ser salvo para viver adorando
a Deus, que o custará um alto preço.
Esta é certamente o alvo da revelação do Senhor para a Igreja hoje ao
nos dar a graça de lermos, meditarmos e conhecermos o evangelho de
Mateus: ser salvo, viver para adorar ao único Deus que é digno de toda
honra e glória é ter uma vida tão devota que nos leve a renunciarmos a
nós mesmos. Os homens que experimentaram a salvação têm, como
nós, uma profunda vontade e força de viver para o louvor da glória do
Senhor; nossas motivações em servir e buscar alcançar grande feitos
55
em Deus não é a nossa própria honra e reputação; perdemos toda a

reputação para fazer brilhar a luz de Cristo que em nós há; nossa
motivação é fazer cumprir o que as Escrituras dizem: “Vós sois a luz do
mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte.
Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam
as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos
céus” - Mateus 5:14 e 16.
Além disso, entendemos e aceitamos que a salvação a que fomos
chamados nos separa de toda vontade e paixão própria, pelo que
vivemos não para nós, mas para o Senhor. Uma verdade aqui é
patente: devemos viver para espalhar o bom aroma do Evangelho e
fazer raiar e brilhar a luz da salvação através de uma vida profunda e
sinceramente dedicada na oração, no jejum, no estudo da Palavra e na
dependência da orientação do Senhor. Tal como Abraão que, embora
viveu em tendas de lona, construiu para o Senhor altares de pedra,
somos hoje e agora convocados a uma vida de inteira entrega a Deus.
Quem foi salvo e não se esforça em viver para Deus, cedo e sem
qualquer esforço perceberá que vive sua vida sem Deus.
Não obstante a isso, acreditamos que esta genealogia foi uma das
formas mais interessantes pela qual Mateus podia trazer uma
mensagem dirigida à audiência judia. E para que a genealogia
demonstrasse a posição de Jesus enquanto o escolhido e o enviado de
Deus, Mateus apresenta o Senhor como descendente de Abraão (o pai
dos judeus) e descendente direito do rei Davi, de modo que se cumprira
completamente as profecias do Antigo Testamento que apontam a
linhagem do Messias.
Contudo, além da Palavra de vida que este texto traz à Igreja hoje, a
intenção prévia pelo qual foi escrito este texto aponta aos judeus da
56
época, já que este evangelho une ambos os Testamentos e contém

muitas referências mostrando como Jesus cumpriu as profecias do
Antigo Testamento.
Passado 400 anos desde que se desse a última profecia do Antigo
Testamento e os judeus fiéis em todo mundo ainda seguiam esperando
ao Messias (Lucas 3.15). Além disso, foi nesta mesma época em que
a terra de Israel estava sob o domínio de Roma, sendo parte do vasto
e majestoso Império Romano, os militares judeus tinham uma falsa paz
pela presença dos soldados romanos em Israel, apesar de estarem sob
opressão, escravidão, injustiça e imoralidade.
Por graça, foi exatamente nestes dias, provavelmente na metade do
século I, que Mateus escreveu seu relato evangelístico, onde ele
começa com a palavra grega “biblos”, traduzida como livro, e de onde
vem o termo “bíblia”. Seu objectivo principal é mostrar que Jesus é o
Messias, aquele que trouxe o Reino dos céus e a vontade do Pai, que
é o cumprimento das profecias e que é o Rei de Israel e dos Gentios.
Mateus anunciou a chegada do libertador de Israel e dos gentios sob
domínio do pecado parecido ao jugo romano para com os judeus. Pelo
que encerramos que o evangelho de Mateus é sem dúvida o livro da
salvação, da adoração pela salvação alcançada no Senhor e do
sacrifício que os cristãos estão sujeitos ao viverem para Cristo.
57
O PRINCÍPIO DO EVANGELHO
“Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” (Marcos
1:1)
Este é um dos poucos versículos que em diferentes versões de

traduções bíblicas a linguagem não muda. O texto é claro, embora os
mistérios nele escondidos precisem ser desvendados, já que traz a
novidade diária, fresca e eterna de todos os lugares, tempos e pessoas.
Sempre que experimentamos a emoção de um grande acontecimento,
sentimos o dever e o desejo de partilhar a emoção vivida. O autor deste
livro (seja Pedro que ditava o conteúdo para Marcos ou o próprio
Marcos) prova que o conto de história, sobretudo de acontecimentos
divinos, é a forma de saborear e reviver as delícias e experiências
passadas.
O evangelista mostra que Deus criou a história para que as vivências
de alguns homens sirvam de acção terapêuticas para outros. A lição
dele é que nossa fé fraca durante nossos impossíveis, algumas vezes
encontra fortalecimento e ânimo nas boas novas que os outros trazem
para nós e vice-versa.
Ao lermos as primeiras palavras de Marcos sentimos esta emoção!
Temos aqui as boas novas que fortalecem as nossas fraquezas e
animam os nossos corações. Esta é a grande novidade de um texto
que não oferece muitas opções de apresentar linguagens mais simples.
Por sua vez, este texto traz a grande e eterna mensagem de boas
novas, a mensagem do Evangelho e da salvação de Deus como
homem aos homens.
Marcos, diferente de outros homens escritores bíblicos, não foi um dos
doze discípulos de Jesus, não andou com Ele, nem ouvia directamente
58
dEle. Unicamente aprendeu com o ouvir e proclamou para hoje

ouvirmos, ou seja, Marcos escreveu o que leu e ouviu para nós hoje
lermos o que ele escreveu. Certamente, este servo do Senhor nos
serve de exemplo, já que hoje há necessidade de relatarmos o que
temos visto, ouvido e feito sob a direcção e vontade de Deus, aliás esta
foi uma prática comum entre os apóstolos: “Porque não podemos
deixar de falar do que temos visto e ouvido” - Atos 4:20.
Entretanto, acreditamos que seja provável que Marcos tenha conhecido
pessoalmente a Jesus. Por isso, escreveu esta mensagem em forma
de um relato ágil, como um texto popular.
Marcos, sem tácticas sagradas e qualquer demostração de
espiritualidade como fazem hoje muitos cristãos, traz a boa notícia aos
homens apresentando Jesus como um homem que respaldava suas
palavras com feitos que sempre demonstravam ser o Filho de Deus.
Tendo vivido em um tempo que se adorava muitos deuses incluindo os
cristãos de Roma, Marcos tem como boa nova a apresentação de uma
Divindade poderosa percebida e vista como humana, mas Filho do
verdadeiro de Deus.
Em Marcos a boa notícia não está no misterioso e invisível, mas no
verdadeiro. Este deve ser um princípio hoje entre nós: o princípio da
clareza, simplicidade e verdade ao apresentarmos as boas novas.
No dia-a-dia hodierno, para a sua leitura ou recepção por meios
audíveis, as notícias não necessitam de interpretação e especialistas
entendidos na matéria, elas são dadas para alcançar a todos os níveis
e faixas etárias; o que requer de interpretação são os documentos
legislativos e toda a natureza de lei, não as notícias. Assim, deve
alcançar a nossa pregação a todos os povos, línguas e nações, leigos,
sábios, da corte, do clero ou da mais baixa categoria de homens da
59
terra; ela deve trazer a emoção da novidade de vida cristã, a luz

celestial e o alvo eterno.
A grande novidade do evangelho de Marcos é o princípio de nós
homens alcançados pelo Senhor vivermos, anunciarmos e ensinarmos
com clareza e verdade as boas novas aos homens que se acham em
trevas da imoralidade, secularismo, materialismo e muitos outros ismos
diabólicos e humanos.
O evangelho traz novidade de vida no ser de todo o homem que o
recebe com todo o coração.
60
NOSSA PARTE NA HISTÓRIA DE DEUS

“Tendo, pois, muitos empreendido pôr em ordem a narração dos
fatos que entre nós se cumpriram” (Lucas 1:1)
Perante esta boa e louvável realidade, Lucas não hesitou! O médico

amado entendeu que muitos procuraram narrar os factos marcantes da
caminhada de Cristo na terra, mas nem por isso ele desistiu de narrar.
Muitos sonhos não chegaram de ser alcançados porque foram
derrotados pelas minúsculas realizações intrigantes de similaridade de
outros que até nem temem a Deus.
Alguns deixaram de lutar porque viram outros a levantar o trofeu do
mesmo campeonato. Mas na vida com Deus há sempre algo novo a
aprender, ensinar e alcançar, embora trilhemos a mesma estrada rumo
ao único destino, o da eternidade.
Nossa parte na história de Deus não será realizada por outros, nem por
muitos. Ainda que muitos tenham empreendidos, seja um que
empreenda na obra de Deus. Não lute pelo nome na lista, busque a
glória de Deus e a pureza requerida para esta caminhada.
Entre os problemas, limitações e impedimentos que os servos de Deus
têm hoje para deixar de cumprir a vontade de Deus está a imitação. Ao
longo da caminhada muitos se perderam ao imitar, ao ver muito, ao ler
ou ao ouvir tanto de homens extraordinários na “pregação”, no “louvor”,
na “oração” ou em outros ministérios. Tentaram imitar para se tornarem
“grandes” homens de Deus, sem aperceber-se que deixaram a
grandeza de Deus afastar-se deles.
Não obstante a isso, somos chamados para empreender na obra de
Deus e não imitar a quem quer que seja, salvo se imitamos Cristo nos
servos de Deus. Assim, se aceitarmos que nos tempos remotos vero
61
testamentário não havia o livro Velho Testamento, nem parte dele;

então, entenderemos a necessidade de buscarmos e ouvirmos a
direção de Deus pelo Seu Espírito que em nós habita e não seguirmos
os homens. Vejamos que Enoque andou com Deus sem nenhuma
Palavra escrita que o guiasse. Abraão dependia de comunicações
verbais com Deus para o total conhecimento da vontade divina. José,
no Egipto, não podia consolar-se com a leitura da Palavra, muito menos
com louvores, como se faz hoje. Todos estes homens foram guiados
pelo Espírito de Deus, quiçá após terem ouvido a Palavra pelos seus
antepassados.
Não se limite as afirmações humanas que sustentam seu ego, busque
a vontade do Senhor e viva para Deus. Faça sua parte na história de
Deus, ou seja, faça parte da história de Deus. Não deixe de fazer o que
Deus te ordenou, mesmo que diante de homens que exercem tal tarefa
fora da vontade de Deus. Com esta atitude, você não vai desafiar o
homem, mas obedecer a Deus!
Aqui (Lucas 1.1) o médico afirmou, em Atos 4.20 ele confirmou a
declaração de Pedro e João frente as ameaças dos valentes do povo e
experientes da nação: “Porque não podemos deixar de falar do que
temos visto e ouvido.”
Na verdade, a parte que estes homens fizeram foi apenas obedecer um
ensinamento de Jesus, em resposta ao questionamento de João
Baptista: (…) ide e anunciai a João o que tendes visto e ouvido (Lucas
7:22). O assunto encerra com a promessa dirigida a Paulo e extensiva
a nós: “Porque hás de ser sua testemunha para com todos os homens
do que tens visto e ouvido” (Atos 22:15).
62
Muitos já se dedicaram a elaborar um relato dos factos que se

cumpriram entre nós – dizia e sabia Lucas, mas nem por isso, deixarei
de fazer a minha parte – estava firmado ele!
Lucas nos narra a história do Jesus de uma perspectiva única. Como
gentil médico e o primeiro historiador da igreja primitiva, ele não foi uma
testemunha ocular do ministério de Jesus, entretanto, interessou-lhe
que os factos se preservassem com exatidão e que os fundamentos da
fé cristã se transmitissem intactos a seguinte geração.
Lucas nos convida assim a empreendermos na obra de Deus, apesar
de outros e mais experientes terem feito. O médico nos dá não apenas
o exemplo de continuarmos a servir ao Senhor, mas nos desafia a um
serviço com excelência. vejamos que no seu relato há várias das
parábolas do Jesus mais do que em qualquer outro evangelho. Lucas
é dos poucos que dá especial atenção a preocupação de Jesus para
com as mulheres que servem a Deus. A sua descrição a respeito do
sofrimento de Jesus é ímpar e de especial destaque.
Por tudo isso e não só, façamos nossa parte na história de Deus!
63
TUDO COMEÇOU COM A PALAVRA

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo
era Deus” (João 1:1)
Na criação, tudo começou com a Palavra! Hoje temos todas as bênçãos

celestiais com a Palavra. Sim, no começo Cristo foi a viva voz pela qual
Deus Pai expressou a concepção para trazer a criação de todas as
coisas; pois, por intermédio dEle foram feitas todas as coisas e nada
teria sido feito sem o Senhor.
“Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito
se fez” - João 1.3.
Para criar o mundo Deus Pai usou a Palavra que é Cristo, para manter
o mundo a Palavra viva continua sendo o pilar. Na Palavra está a vida
eterna e a luz para os homens. Nada do que existe prevalece sem a
Palavra e nada existiria sem Ela; o amado apóstolo Paulo exaltando a
glória de Cristo declarou que “Ele (Cristo) é antes de todas as coisas, e
todas as coisas subsistem por ele – Colossenses 1:17.
Não aceites viver sem Cristo pela corrupção do mundo. Não lute para
ganhar tudo pelos prazeres da vida; viva a Palavra e encontrarás prazer
na vida hoje e sempre.
Tudo começa com a Palavra. A Palavra faz as coisas acontecerem
conforme as Suas promessas.
O talento não está em cima da Palavra. Enquanto escrevo as páginas
deste livro, trabalho na função pública (em Angola) como docente e
sirvo a Deus pastoreando uma pequena obra no bairro do Cangoti
(Caála, Huambo). Assumo que durante meus três anos de experiência
quer na função pública, como os dois anos neste ponto de pregação
cometi alguns erros perante meus líderes por desconhecer a lei e os
64
regulamentos internos da minha Universidade e da Igreja mãe da qual

sou membro. Esforcei-me muito e investi bastante para um crescimento
quer da obra de Deus, como de mim enquanto funcionário, mas o certo
é que meu esforço embora visto e feito de boa vontade algumas vezes
pouco resultavam pelo facto de não ter uma base legal. Queria fazer
mais pesquisas científicas em minha universidade, porém desconhecia
a legislação para tal; almejava mais obreiros e instruía os jovens e
adolescentes da igreja local, mas não criava condições, nem os
motivava para envolverem-se firmemente no labor evangelístico. Fazia
boas obras, mas não obras verdadeiras. Por isso, eu precisava me
esforçar e investir naquilo que estava regulamentado e previsto na lei;
pois a lei mostra o lado da verdade das coisas e pessoas.
Passado cerca de dois ou três meses, o Senhor me fez entender
através de um de seus servos que eu precisava trabalhar dentro de
uma orientação escrita na lei. Então comecei a ler e me familiarizar com
a legislação afecta a minha Universidade e o estatuto da Igreja da qual
sou membro. Assim, meu crescimento começou vindo através de uma
organização frutífera que, na área profissional, resultou na publicação
de artigos científicos em revista internacional (para a glória de Deus fui
o primeiro jovem entre os novos docentes da minha faculdade a
começar a fazer publicações massivas e periódicas); no ministério,
comecei a ver o envolvimento de outros obreiros jovens na obra; a
nossa obediência em servirmos com base na lei, trouxe-nos a bênção
de abrirmos mais um ponto de pregação em uma zona sem o vivo e
puro Evangelho. Tudo isto aconteceu em menos de nove meses porque
tinha a graça de Deus e uma base inicial na lei.
Assim, o Senhor ministrou ao meu coração que tudo começa com a
Palavra. Trabalhos de sucesso e ministérios prósperos têm base na Lei.
65
Quem faz trabalhos que respeitam as normas e leis humanas, terá fácil
aceitação para progresso. Quem começa um ministério com base nas
Santas Escrituras, alcançará no seu ministério grandeza por ela
prometida. Quem começa um trabalho com os princípios da lei, tem
garantia de boa colheita. Tudo começa com a Palavra, quer na mais
ínfima ou suprema lei dos homens, como na mais diminuta ou altíssima
Lei Divina!
O insucesso dos bons projectos e o fracasso de grandes líderes
algumas vezes está no desrespeito da Lei, isto é, da Palavra.
A Bíblia em Mateus 7:24-27 é determinada quando apresenta a
comparação dos resultados de duas obras construídas sob
fundamentos diferentes.
“Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica,
assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a
rocha. E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e
combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a
rocha. E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre,
compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a
areia. E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e
combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda” - Mateus
7:24-27.
O segredo de grandes obras que deixam legado tem como princípio,
primeiro “escutar as Palavras do Senhor e as praticar”. Obras edificadas
sobre estes fundamentos, não descem quando a chuva desce, não
esmorona com a correnteza dos rios, nem se abala com a força do
vento. Obras construídas sobre o fundamento da Palavra, permanecem
firmes enquanto os agentes destruidores caiem por terra, correm para
outras direcções e assopram para fora: “E desceu a chuva, e correram
66
rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu,

porque estava edificada sobre a rocha”.
Se não podermos acreditar nesta verdade básica, não teremos a fé
suficiente para lhe confiarmos nosso destino eterno.
Seja judeu, não judeu, angolano ou de qualquer outra nacionalidade,
em sua vida as coisas poderão acontecer e prevalecer se começares
sob o fundamento da Palavra.
67
O TRATADO DOS FEITOS E ENSINOS DE JESUS

“Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo que Jesus
começou, não só a fazer, mas a ensinar” (Atos dos Apóstolos
1:1)
Lucas, o médico e evangelista, considera o evangelho que leva seu

nome como o tratado (mais) completo sobre as obras e ensinamentos
de Jesus. Esta consideração vem da afirmação do médico quando
escreveu “em meu livro anterior, Teófilo, escrevi a respeito de tudo o
que Jesus começou a fazer e a ensinar”.
Lucas foi homem para escrever um Evangelho que apresenta o Jesus,
Homem. Diferente de nós, são pucos os servos de Deus que discorrem
a mensagem do Evangelho com simplicidade e humanidade que vem
de Deus.
No mundo, Divindade só há uma e humanidade mais de sete bilhões.
Quiçá por ser médico, o evangelista prefere lidar com questões da vida
humana para ensinar lições espirituais e eternas, ao contrário de no afã
de falar de espiritualidade da pessoa de Jesus, levar o leitor de seu
Evangelho a não perceber o Deus Homem. Embora Jesus é Deus que
se fez Homem, Lucas trata de apresentar as obras e ensinamentos de
um Homem cujo ministério O revelou como verdadeiro Deus entre os
homens.
As intenções misteriosas de muitos cristãos e obreiros hoje, morrem
diante da mensagem evangelística de um gentio que não foi discípulo
da escola apostólica de Jesus. Sendo gentio fez a obra distinta e mais
completa que de certos judeus, tendo como fundo basilar pesquisas
nos demais evangelhos e depoimento de pessoas que viveram e
andaram com o Senhor. A Igreja cristã em Angola não tem até agora
68
uma história profunda das diferentes etapas por ela atravessada por
faltarem entre nós homens que empreendem obras incomuns, embora
com toda aparência corriqueira.
Embora num estilo puramente humano, seu livro é o Evangelho mais
detalhado e mais minucioso, que narra tudo, desde o princípio,
revelações mais profundas do Deus Homem.
Em seu tratado dos feitos e ensinos de Jesus, o grande médico
apresenta o Senhor como o Filho do Homem, sujeito a tudo em que
todo o homem está exposto e passível, porém, vencendo a carne, para
ser perfeito e ser oferecido sem pecado, para o perdão da humanidade.
Quando o Adão peca, trouxe sobre sua cabeça o juízo de morte que
estava decretado, mas Jesus se oferece para morrer em seu lugar, para
que o homem não morresse pecador, então Ele sendo Deus, se fez
Homem, porém sem pecado, para morrer sem pecado em lugar de
Adão, e assim vencer a morte. Foi isto que Jesus fez, foi isto que Lucas
tratou, quiçá para que os homens excelentes da época, além de Teófilo,
tivessem plena certeza das verdades em que estavam sendo e seriam
ensinados.
No seu tratado que apresenta a genealogia de Jesus, Lucas escreve
uma mensagem que iria confrontar um povo terrivelmente idólatra, mas
muito estudioso (gregos).
Perante os sábios deste mundo, nosso viver e falar deve ser como
vasos carregados de humanidade (posição de humildade e não
carnalidade), onde o Senhor tem depositado tesouros celestiais (sinais,
prodígios e Palavra de ensino).
“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência
do poder seja de Deus, e não de nós” - 2Coríntios 4:7.
69
UM SERVO, CHAMADO E SEPARADO

“Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado
para o evangelho de Deus” (Romanos 1:1)
O texto é peremptório em doutrinar-nos que o amado apóstolo Paulo

começou seu ministério servindo e depois sendo separado. Em
palavras miúdas, o texto ensina que Paulo começou a servir ao Senhor
como um cristão comum e continuou servindo como apóstolo. Isto
significa que o serviço na obra vem antes e durante a separação para
o ministério. Não devemos servir para ser separado, nem servir por
sermos separados. A quando da nossa salvação, fomos chamados
para servir ao Senhor.
Igreja cujos membros servem a Deus sem distinção, crescem e
amadurecem melhor e mais rápido em relação as outras que não têm
este princípio como uma prática quotidiana.
Paulo, foi chamado para apóstolo e separado para o Evangelho de
Deus, sem deixar de ser servo de Jesus Cristo. O apóstolo foi
qualificado e reconhecido pelo serviço e não pelo nome que ostentava
por causa do ministério.
Contanto que cumpramos nosso ministério, que sejamos única e
exclusivamente nós mesmos. E que o nosso maior prazer esteja em
cumprir o nosso ministério, como foi o sentir de Paulo:
“Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra
com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus,
para dar testemunho do Evangelho da graça de Deus” – Atos 20:24.
Este é o grande exemplo de um judeu devoto que antes era um
perseguidor de cristãos, que embora Roma fora o lugar de sua prisão,
pela graça, Paulo pregou nesta cidade. O apóstolo humildemente se
70
autodenomina servo (escravo) de Jesus Cristo em uma época e local

que para um cidadão romano (que Paulo também era), optar por ser
escravo era inimaginável, mas ele escolheu ser completamente
dependente e obediente a seu Senhor, desde que isto o levasse a
cumprir seu ministério. Isto aconteceu quando ainda nenhum líder da
igreja tinha estado ali; por isso, Romanos é considerada primeira peça
da literatura cristã que os romanos receberam, numa época que não
tinham, além de um apóstolo, sequer o Novo Testamento. Assim, o
servo chamado e separado, com esta carta, animou os crentes e
expressou seu desejo de visitá-los.
71
PAULO E O IRMÃO: UM MINISTÉRIO MAIS UM

“Paulo (chamado apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de
Deus), e o irmão Sóstenes” (1 Coríntio 1:1)
“Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, e o
irmão Timóteo, à igreja de Deus, que está em Corinto, com todos
os santos que estão em toda a Acaia” (2 Coríntio 1:1)
“Paulo e Timóteo, servos de Jesus Cristo, a todos os santos em
Cristo Jesus, que estão em Filipos, com os bispos e diáconos”
(Filipenses 1.1)
“Paulo, e Silvano, e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses em
Deus, o Pai, e no Senhor Jesus Cristo: Graça e paz tenhais de
Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo” (1 Tessalonicenses
1:1)
“Paulo, e Silvano, e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses, em
Deus nosso Pai, e no Senhor Jesus Cristo” (2 Tessalonicenses
1:1)
Paulo exercia um ministério e apostolado inclusivista e convidativo para

com os irmãos. Aqui aprendemos que o fazia grande o ministério de
Paulo não é apenas seu apostolado, mas seus cooperadores no
Evangelho. Este princípio é bem evidente em todo o ministério de
Paulo; Paulo, além de ser o servo de Deus com maior número de livros
registados na Bíblia, é também o homem de Deus que se distingue por
escrever para Igrejas (Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios,
Filipenses, Colossenses e 1 e 2 Tessalonicenses) e para obreiros
individuais (1 e 2 Timóteo, Tito e Filemon). Isto mostra sua prática
ministerial convidativa e extensiva.
72
Nos nossos dias, embora muitos fazem transparecer a proximidade de

outros obreiros, o certo é que dia-a-dia parece que certos dirigentes de
igrejas têm agido como se o ministério fosse o pastor ou o obreiro líder.
Um obreiro por mais sábio e ungido que seja, não faz e nunca fará
ministério de forma singular.
Um modelo de ministério a seguir é o de Paulo. Para uma mesma igreja,
o apóstolo contou com os irmãos Sóstenes, Timóteo, Silvano e outros.
Ao proceder assim, o apóstolo deixou-nos o ensino que todo pastor ou
evangelista precisa de um companheiro e outro cooperador. Sóstenes
é aquele que além de irmão é um companheiro que sofre connosco.
Timóteo é o irmão que vai mais além connosco através de
companheirismo e cooperação na tarefa missionária. Silvano é aquele
cooperador e companheiro das viagens missionárias. Vamos conhecer
um pouco mais destes dois irmãos cooperadores de Paulo no
Evangelho.
Sóstenes pode ter sido o secretário do Paulo, que escreveu a carta
enquanto Paulo ditava. Foi possivelmente o líder da sinagoga judia em
Corinto (Atos 18:17), que fora golpeado durante um ataque a Paulo e
que mais tarde chegou a ser crente. Foi um cooperador muito
conhecido pelos membros da igreja em Corinto.
Paulo tinha grande estima por Timóteo (Filipenses 2:19-20; 1Timóteo
1:2), como um de seus companheiros (Atos 16:1-3), facto que levou o
apóstolo a enviar aquele cooperador e pastor para visitar a Igreja.
A grande estima que o apóstolo tinha para com seus cooperadores é
notável também na sua relação com Silvano, cidadão romano que
ofereceu muito companheirismo a Paulo durante várias viagens
missionárias do apóstolo.
73
Entretanto, para o nosso ensinamento, além de obreiros convidados

(pregadores, mestres, levitas entre outros), todo o ministério precisa e
sempre precisará de auxiliares para realizar e cumprir plenamente a
sua carreira. Neste quesito os jovens obreiros, cooperadores e
membros no geral que demostram certa maturidade devem ser
convidados para envolver-se nas tarefas sagradas (espirituais,
doutrinárias e administrativas) da igreja.
Cada obreiro deve ter irmão e cumprir com um ministério mais um, que
considera que a unção sobre todos nós é maior que a unção de um
grande obreiro. Assim, o crescimento rápido vem através de obreiros
múltiplos que trabalham juntos.
74
APOSTOLADO NÃO DA PARTE DOS HOMENS,

NEM POR HOMEM
“Paulo, apóstolo (não da parte dos homens, nem por homem
algum, mas por Jesus Cristo, e por Deus Pai, que o ressuscitou
dentre os mortos)” (Gálatas 1:1)
O amado apóstolo Paulo, e seu companheiro de ministério Bernabé

acabavam de terminar sua primeira viagem missionária (conforme Atos
13:2 a 14:28) durante o qual visitaram Icónio, Listra e Derbe, cidades
na província romana da Galácia (a actual Turquia).
Logo no começo de seu ministério apostólico e em pouco tempo depois
de seu regresso a Antioquia, Paulo foi acusado por alguns cristãos
judeus de diluir o cristianismo, fazendo-o mais favorável para os
gentios.
Estes cristãos judeus não estavam de acordo com as declarações do
Paulo de que os gentios não tinham que cumprir com muitas das leis
religiosas, que os judeus tinham obedecido durante séculos. Alguns
dos acusadores do Paulo inclusive o tinham seguido a algumas das
cidades da Galácia e disseram aos gentios convertidos que tinham de
se circuncidar e cumprir com as leis judaicas e seus costumes para ser
salvos. Assim, para estes homens, os gentios tinham que parecer-se
aos judeus para alcançarem a salvação e se tornarem cristãos.
Em resposta a este ataque, Paulo, chamado por Jesus Cristo e por
Deus Pai, escreveu esta carta às Igrejas da região da Galácia. Nesta
carta, o apóstolo explica que o cumprimento das leis escritas no Antigo
Testamento e das leis judaicas não são a essência da salvação.
Uma vez que uma pessoa é salva pela graça de Deus mediante a fé –
uma mensagem que os judeus não estavam familiarizados – Paulo
75
apresentou seus créditos ministeriais logo no começo desta carta

porque alguns na Galácia questionavam sua autoridade apostólica. Era
uma espécie de disputa doutrinária entre obreiros antigos e novos. O
que prevaleceu não foi a doutrina do novo obreiro, mas sim a vontade
de Deus para os gentios, e isto foi revelado através e durante o
ministério de Paulo.
Hoje, tal como nos dias que Paulo proferiu estas palavras, vivemos um
tempo de bastante crítica e inveja pelo que é verdadeiro e pelos
homens verdadeiros. Há tantos lobos dentro do ministério das igrejas
locais, que o ministério de muitos obreiros fieis é abafado e apagado.
Se o amado leitor identifica-se com esta realidade, está na hora de se
levantar como Paulo e dizer com um coração humilde diante de Deus,
temente a Sua Palavra e firme pela unção do Santo Espírito: fui
constituído obreiro não da parte dos homens, nem por homem algum,
mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que nos elegeu nEle antes da
fundação do mundo segundo a riqueza e grandeza do Seu propósito.
Se nossa paixão pelo Evangelho nos direciona a servir e evangelizar o
mundo, e isto em comunhão com as igrejas, nada podemos temer dos
homens que nos contrariam e questionam. Ou se nosso ministério é
questionado por causa do zelo pela Sã Doutrina e direcção de Deus, o
nosso sofrimento é prova de que estamos exercendo um ministério
Divino na terra.
Quão fortalecedor é, embora em meio as adversidades ministeriais,
sociais e familiares, poder dizer com firmeza e crer a cada dia que
fomos enviados (para exercer ministérios entre os perdidos), não da
parte de homens nem por meio de pessoa alguma, mas unicamente por
Jesus Cristo e por Deus Pai.
76
A VONTADE DE DEUS NO APOSTOLADO DE

PAULO
“Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus […]”
(Efésios 1.1)
“Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus […]”
(Colossenses 1:1)
“Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, segundo o mandado de Deus,
nosso Salvador, e do Senhor Jesus Cristo, esperança nossa” (1
Timóteo 1:1)
“Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, segundo
a promessa da vida que está em Cristo Jesus” (2 Timóteo 1:1)
Embora pareça muito repetitivo e que a saudação e a mensagem de

Paulo, incluisse sempre a defesa de seu apostolado, o certo é que estes
versículos nos mostram quão grande e ampla foram as lutas deste
homem de Deus.
Em Gálatas, Paulo faz ênfase, primeiramente, que seu ministério não
tinha origem, nem autoridade humana. Aqui, o obreiro amado põe em
evidência que foi pela vontade de Deus que ele exercia o ministério
apostólico. Este apostolado foi pela vontade de Deus e incluía os
irmãos (Colossenses 1:1). A grandeza desta inclusão é sempre
apontada por historiadores cristãos que consideram Paulo e Timóteo
serem vistos como os dois dos mais destacados missionários da igreja
primitiva.
Esta inclusão aos irmãos mostra que Paulo ao ministrar a Palavra tinha,
além da salvação, a vontade de dar um ensino profundo de modo a
nutrir e manter a unidade da igreja. isto mostrava sua maturidade
espiritual e ministerial, já que diferente de quando escreveu Gálatas,
77
aqui já fazia quase trinta anos desde que o apóstolo se tornara cristão;
aqui Paulo já levara a cabo três viagens missionárias e estabelecera
igrejas ao redor do mediterrâneo.
A maturidade espiritual e ministerial de Paulo pode ainda ser entendia
aqui pelo facto de ele ter abençoado as igrejas com a mensagem da
carta aos Efésios quando ainda se achava sob arresto domiciliar em
Roma.
No momento que Paulo escreveu algumas destas cartas (Efésios,
Filipenses e Colossenses), o apóstolo não queria resolver algum
problema, ou melhor não havia algum problema nas igrejas; mas
apenas ele queria animar e fortalecer as igrejas de Éfeso e agradecer
a igreja de Filipos por lhe ter ajudado em suas necessidades, além de
expressar o prazer que tinha e o gozo completo que desfrutava apesar
de sua prisão e de seu conseguinte julgamento. Que o Senhor nos dê
esta graça!
78
EM DEUS NÃO HÁ ÓRFÃOS, NEM

DESAMPARADOS
“Paulo, e Silvano, e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses em
Deus, o Pai, e no Senhor Jesus Cristo: Graça e paz tenhais de
Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo” (1 Tessalonicenses
1:1)
“Paulo, e Silvano, e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses, em
Deus nosso Pai, e no Senhor Jesus Cristo” (2 Tessalonicenses
1:1)
Diferente da saudação costumeira de Paulo, onde ele faz menção ao

seu ministério apostólico, aqui Paulo faz ênfase na inclusão dos irmãos.
Quem é filho de Deus Pai, por mais sublime ministério que tenha e
exerça, é antes de mais um dileto irmão. Paulo não fez ministério
sozinho, Silas (chamado Silvano) o acompanhou na prisão de onde
foram libertos milagrosamente (Atos 16:19-27); já Timóteo foi o fiel
pastor a quem Paulo confiava a igreja. É uma bênção quando ministros
se posicionam permanentemente como irmãos em Cristo!
Entretanto, as expressões “Deus, o Pai” e “Deus nosso Pai” usada
pelos ministros Paulo, Silvano e Timóteo ao dirigirem-se à igreja dos
tessalonicenses traz um ensinamento neotestamentário e uma boa
nova para os nossos dias que “Deus é o único Pai para os que
aceitaram a Jesus”. Vejamos:
1. “Deus, o Pai”: esta expressão ensina-nos claramente que Deus é o
Pai eterno em toda a terra e de todas as nações que o aceitam Seu
Filho Amado.
2. “Deus nosso Pai”: uma expressão que nos ensina que temos um
Deus que é nosso Pai. O mundo crê em Deus, que não é seu Pai. Os
79
infiéis acreditam em Deus por medo de tudo que é sobrenatural e de

viverem um futuro triste no inferno. Nossa paixão por Deus não está
infernizada, cremos e amamos um Deus que é nosso Pai, ou melhor
amamos o Pai que é o nosso Deus.
Assim, em Deus não há órfãos, nem desamparados.
Paulo não se sentiu desamparado em um lugar e momento onde quer
a igreja (dos tessalonicenses - fundada por ele), quer o seu ministério,
em particular, sofriam intensa hostilidade judaica, forçando o apóstolo
a sair de Tessalónica em uma ocasião que os novos convertidos tinham
recebido apenas um mínimo de ensino sobre a vida cristã. As aflições
do jugo judaico e as questões relacionadas com a partida dos crentes
que morreram antes de Cristo, levaram Paulo ensinar que embora a
igreja, por ser local, fora chamada de igreja dos tessalonicenses, ela
estava em Deus, nosso Pai, e no Senhor Jesus Cristo, ou seja, os
crentes, inclusive os mais afastados das comunidades urbanas, não
são órfãos, porque têm um Pai e muito menos desamparados, porque
contam com o senhorio daquele que é o Senhor de tudo e de todos.
Estando filiado em um Pai, então temos o mesmo cuidado, sustento,
proteção, provisão e disciplina. Não somos órfãos, porque temos um
Pai.
Estes nobres ministros ministraram a igreja de modo a esta entender,
que embora em meio a toda hostilidade, ela está em Deus Pai e no
Senhor Jesus Cristo. Aqui a mensagem a igreja é que ela está debaixo
de uma autoridade, liderança e é propriedade de um Pai e de um
Senhor. Por isso, amados creiam que estamos sob o cuidado de um
Pai.
Foi assim que Paulo saudou a igreja de Tessalónica, de forma a lembrá-
los que eles são uma família (aos cuidados de um Pai) e que eles são
80
servos (ao comando de um Senhor). Essas duas descrições de Deus

como Pai e Senhor e, portanto, da igreja como família e servos,
correspondem a duas das nossas necessidades mais profundas hoje.
As duas necessidades que cada um de nós tem são a necessidade de
resgate e ajuda e a necessidade de propósito e significado.
Precisamos de um Pai celestial que se compadeça de nós e nos liberte
do pecado e miséria. Precisamos de sua ajuda a cada passo do
caminho, pois somos muito fracos e vulneráveis.
Mas também precisamos de um Senhor celestial para nos guiar na vida,
nos dizer o que é sábio e nos dar um comando grandioso e significativo
para cumprirmos. Nós não queremos apenas estar seguros no cuidado
de um Pai. Queremos uma causa gloriosa pela qual viver.
Queremos que um Pai misericordioso seja nosso protetor e queremos
que um Senhor onipotente seja nosso campeão, nosso comandante e
nosso líder. Assim, quando Paulo diz no versículo 1: Vocês são a
igreja “em Deus, nosso Pai, e no Senhor Jesus Cristo”, nós podemos
descansar e ser ajudados por Um e obter coragem e significado do
Outro, o único Deus.
81
JESUS CRISTO, NOSSA ESPERANÇA

“Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, segundo o mandado de Deus,
nosso Salvador, e do Senhor Jesus Cristo, esperança nossa” (1
Timóteo 1:1)
Paulo apresenta o nosso Senhor Jesus Cristo como o nosso regozijo e

o Autor da expectante confiança de eterna salvação que temos. Assim,
nossa esperança não só está nEle, mas é Ele.
A nossa esperança está em Jesus como escreveu o evangelista Mateus
e o apóstolo dos gentios: “E no seu nome os gentios esperarão” –
Mateus 12:21; “[…] E naquele que se levantar para reger os gentios,
Os gentios esperarão” – Romanos 15:12.
A nossa esperança é Jesus como declarou Paulo: “[…] do Senhor
Jesus Cristo, esperança nossa”.
Sendo assim, Paulo confiou seu apostolado na única esperança, que é
Cristo, o Senhor.
Uma vez que o apóstolo dos gentios escreveu esta carta dirigida ao
jovem pastor Timóteo, logo após o seu primeiro encarceramento em
Roma, sublinhar que sua esperança era Cristo e não ser aprovado e
liberto pelos homens é a maior expressão de fortalecimento da fé de
um pastor livre, mas sujeito as tentações de desistir do ministério. Não
são poucos os relatos das igrejas perseguidas que nos fortalecem e
consolam em meio as nossas diminutas tribulações e provações.
Num prisma histórico, há relato de que Paulo havia estado fora da
prisão por vários anos, e durante esse tempo voltou a visitar muitas
igrejas na Ásia e Macedônia. Assim, diante dos falsos ensinos difundido
na igreja de Éfeso, depois do apóstolo ter advertido previamente para
a igreja estar alerta contra os falsos professores que viriam,
82
indevidamente, logo após a sua saída (Atos 20:17-31), Paulo envia

Timóteo para dirigir a igreja de Éfeso enquanto ele se transladava a
Macedônia.
Foi então nesta altura que Paulo escreve esta carta de encorajamento
e instrução para ajudar ao jovem pastor a enfrentar a difícil situação da
igreja do Éfeso. Para tal, o apóstolo apresenta Jesus Cristo como a
esperança do obreiro, do ministro e do cristão. Esta é a hora do amado
leitor ter Jesus e em Jesus a esperança para a sua vida.
Que o nosso viver seja: Jesus toma o meu ser e a minha vida, pois toda
a minha esperança é e está em Ti!
83
PROMESSA DA VIDA
“Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, segundo
a promessa da vida que está em Cristo Jesus” (2 Timóteo 1:1)
Deste texto flui uma linda mensagem segundo a qual há uma promessa
de vida para nós que estamos em Cristo Jesus.
Muitos tentarão entender, outros procurar, mas alguns aceitar a
promessa da vida eterna, que não está no homem, nem na maneira
como cada um conheceu a Jesus, ou na maneira como Deus usou um
homem de Deus para o alcançar, mas sempre esteve e estará em
Cristo Jesus a rica promessa da vida eterna.
Muitos obreiros acreditam que sem eles algumas pessoas não seriam
salvas, por isso tornam os seus membros como seus filhos, em lugar
de filhos de Deus, seus servos e não servos de Deus. Não são poucos
os ministros no nosso meio que esperam algum galardão por parte de
suas ovelhas. Não persuado, nem inculco que não devemos honrar os
nossos pastores como ensinam as Sagradas Escrituras, mas sim que
nenhum homem tem direito de supremacia na vida do outro. Pois que,
hoje não são poucos os cristãos ameaçados de perder a vida eterna
por parte de homens que não encontram a satisfação de seus desejos
com aqueles cristãos. No entanto, Deus, em Cristo, é o doador da vida
eterna.
Por isso, Paulo escreveu uma carta em um tom quase que sombrio, já
que estava preso por última vez, e sentia que logo teria que morrer.
Aliás aqui o apóstolo não está em uma casa, como na primeira carta,
por isso estando confinado a um frio calabouço e esperando a morte
(Atos 4:6-8), o grande apóstolo deixa a Timóteo e a nós a mensagem
de que a vida eterna está em Jesus.
84
Quando tudo estiver contra nós e as portas da morte se aproximarem,

devemos continuar a olhar para Jesus, o Autor e consumador da nossa
fé, aquele que como bom pastor dá a vida eterna aos que O ouvem:
“As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me
seguem. E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém
as arrebatará da minha mão” – João 10:27-28.
85
A FÉ DOS ELEITOS E O CONHECIMENTO DA

VERDADE
“Paulo, servo de Deus, e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé
dos eleitos de Deus, e o conhecimento da verdade, que é
segundo a piedade” (Tito 1:1)
A fé dos eleitos e o conhecimento da verdade são inseparáveis. Quer

nos dias de hoje como anteriormente, eleição e predestinação é alvo
de muito caos e equívoco doutrinário, que faz perder toda espécie de
piedade.
No conselho de Paulo, temos a piedade como resultado do binómio fé
dos eleitos de Deus e conhecimento da verdade. Quem tem fé em Deus
é piedoso e quem tem conhecimento da verdade também o é. Os que
se julgam terem fé e conhecimento da Palavra, mas não têm
reverência, respeito, fidelidade a Deus e observância dos princípios
éticos cristãos, são, na verdade, infiéis e conhecedores mecânicos e
automáticos da Palavra.
A fé no Senhor nos impede de viver a vida carnal na terra e nos
impulsiona a viver a vida eterna na terra: “E a vida eterna é esta: que te
conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem
enviaste” – João 17:3.
O conhecimento da verdade nos leva a experimentar o amor, o Espírito,
a alegria, a humildade e a santidade de Deus. Conhecer a Palavra é
experimentá-la na vida diária; só assim um homem é liberto do seu
velho homem: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” –
João 8:32.
A relação que Deus mantem com um homem é comparada a relação
de um casal. No sentido mais profundo da palavra um casal se conhece
86
quando mantem relações amorosas e sexuais. Desta maneira, o

homem experimenta a verdade de Deus, quando mantem uma
comunhão diária de oração, meditação na Palavra, confiança e
dependência de Deus, o que o levará sim ao livramento de qualquer
mal.
A fé de um eleito quando acompanhado do conhecimento da verdade
o leva entender que sua eleição e predestinação estão expressas na
Palavra e fazem parte do propósito eterno de Deus: “Como também
nos elegeu nEle antes da fundação do mundo, para que fôssemos
santos e irrepreensíveis diante dele em amor. E nos predestinou para
filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o
beneplácito de sua vontade” – Efésio 1:4-5.
A fé dos eleitos e o conhecimento da verdade destes, conforme as
Escrituras, leva-nos a entender que a eleição e predestinação não é
pessoal, mas colectiva (“nos elegeu” e “nos predestinou”). Ou seja, a
escolha que Deus nos fez e a predeterminação (decisão de antemão)
da nossa vida foi feita a respeito da Igreja. Deus escolheu e predestinou
trabalhar e cumprir Seus propósitos e promessas com a Igreja e na
Igreja, pelo que todo aquele que se torna membro desta, usufrui das
benesses que o Senhor tem predeterminada.
Por isso, Paulo encerra que a fé dos eleitos e o conhecimento da
verdade nos leva a piedade, uma vez que não temos mais privilégio em
relação aos outros.
87
AO AMADO FILEMOM
“Paulo, prisioneiro de Jesus Cristo, e o irmão Timóteo, ao amado
Filemom, nosso cooperador” (Filemom 1:1)
Filemom, nome (grego Philemom) que significa “aquele que é gentil”,

“afeiçoado”, “amoroso” ou ainda “alguém que beija”, foi um cristão
residente de Colossos, convertido ao cristianismo por intermédio do
ministério de Paulo, e o destinatário da carta que leva seu nome.
Ele foi ainda dono de escravos, ou pelo menos de um escravo,
Onésimo, da qual era senhor.
Quando o prisioneiro de Cristo se encontrou com o prisioneiro dos
homens, este foi liberto do jugo humano e aconselhado a apresentar-
se a Filemom junto desta carta que contém o seu decreto de livramento.
Foi assim que Filemon serviu de intermédio entre Paulo, o prisioneiro
de Cristo, e Onésimo, prisioneiro e escravo dos homens e seu próprio
servo.
Onésimo era um escravo que havia fugido de seu senhor, e que teve
contacto com Paulo possivelmente em Roma.
A atitude de Filemon nos ensina que como família ou igreja precisamos
perdoar nossos “Onésimos”. A família, a igreja e a sociedade não têm
direito de inutilizar a vida humana. O espírito materialista que opera no
mundo não deve tornar os homens como peças usadas e lançadas para
qualquer lugar. Aqueles que não prestam nalguns seios podem ser
prestáveis noutros.
Entendamos que o nome Onésimo significa “útil”. Embora fora escravo
para Filemon, o certo é que para Paulo foi um irmão. Quando perdemos
alguns escravos ganhamos alguns amigos. Quando somos amorosos
88
perdemos o senhorio na vida dos outros e deixamos o Senhor reinar na

vida destes.
Converta hoje, em nome de Jesus, os seus “Onésimos” (escravos e
devedores) em irmãos!
No versículo 11 da Epístola de Paulo a Filemon, o apóstolo faz um jogo
de palavras com o nome de Onésimo, descrevendo-o como aquele que
“antes te foi inútil; atualmente, porém, é útil, a ti e a mim”. Com isso
Paulo estava salientando que, como um escravo rebelde, Onésimo não
havia sido útil a Filemom anteriormente, mas como crente arrependido
de sua rebeldia, transformado pelo poder do Evangelho e servo fiel de
Cristo, agora, ele é útil tanto para Paulo como para o próprio Filemom.
Meu amado, em nome de Jesus Cristo, seja um Amado Filemom!
89
DEUS FALA MUITAS VEZES E DE MUITAS

MANEIRAS
“Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas
maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes
últimos dias pelo Filho” (Hebreus 1:1)
A Epístola aos Hebreus descreve detalhadamente como Jesus Cristo

não só cumpriu as promessas e as profecias do Antigo Testamento,
mas também é a melhor imagem e mensagem de Deus para o judeu
da época e para nós hoje.
Uma profunda fé nos leva a aceitar que Jesus é o profeta que nos fala
hoje e a Palavra que se cumpre entre nós.
Deus usou muitos meios para enviar sua mensagem às pessoas da
época do Antigo Testamento. Falou-lhe através de Isaías em visões
(Isaías 6), com Jacó por sonho (Génesis 28:10-22), a Abraão e a
Moisés pessoalmente (Génesis 18; Êxodo 31:18).
Mas o cristão deve entender que o cumprimento e o apogeu das
revelações de Deus através dos séculos é Cristo, o Verbo Vivo entre
nós. Quando o conhecemos, temos tudo o que necessitamos para ser
salvos de nosso pecado e ter uma perfeita comunhão com Deus.
90
A MENSAGEM DO SENHOR AOS POVOS

DISPERSOS
“Tiago, servo de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos
que andam dispersas, saúde” (Tiago 1:1)
Deus tem uma mensagem dirigida aos povos dispersos entre as

nações. Em meio as tribulações, a fome, a nudez, ao choro, ao
desamparo familiar, desemprego, desconfiança, insucessos, Deus
ainda tem uma mensagem para pessoas e povos distantes na geografia
e isolados na comunhão dos demais santos.
Foi assim, que depois do martírio de Estevão (Atos 7:55 a 8:3),
aumentou a perseguição e os cristãos de Jerusalém foram dispersos
por todo mundo (romano). Na época, tal como hoje em vários lugares,
houve comunidades judaicas cristãs florescentes em Roma,
Alexandria, Chipre, cidades da Grécia e da Ásia menor.
A mensagem de Deus para estes povos, gentes e línguas sem
experiência, apoio e estrutura espiritual para levar avante o nobre
trabalho de estabelecimento de igrejas, e em meio aos ímpios ferozes
e ricos, a mensagem do Senhor chegou a eles através de Tiago. A
essência da mensagem do Senhor aos povos distantes da época e de
hoje também é de animar os cristãos durante os períodos difíceis e
assim manter o bem-estar espiritual de suas vidas e famílias.
91
AOS ESTRANGEIROS
“Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos estrangeiros dispersos no
Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia” (1 Pedro 1:1)
Deus sempre buscou a salvação de homens em diferentes partes e

lugares do mundo. Se o novo testamento fosse Evangelhos,
poderíamos ter um “evangelho aos estrangeiros”, mas como é lei,
história, profecia e poesia, nele encontramos o que chamamos como
muitos teólogos a “lei dos estrangeiros”.
Embora no judaísmo, o termo estrangeiro torna-se equivalente a pagão,
um adorador de deuses falsos, e alguns livros proféticos conterem
oráculos contra nações estrangeiras, “maldições” (Isaías 13:23;
Jeremias 46:51; Ezequiel 29:32; Naum), acreditamos pelas Escrituras
que as nações, povos e línguas estrangeiras entre nós devem ser
levadas ao reconhecimento da supremacia de Cristo.
Na sua carta aos Romanos, o apóstolo Paulo exorta a prática de
hospitalidade pela igreja. O texto de Romanos 12:13 :13: “Comunicai
com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade”, tem um
grande e profundo significado e ensinamento. No original, o termo
grego traduzido em português por “hospitalidade” é “philoxenia”, uma
combinação de duas palavras: “philos”, que significa “amar alguém
como a um amigo ou irmão”, e “xenos”, que significa “estrangeiro,
estranho ou imigrante (o estrangeiro residente entre nós)”.
Embora geralmente traduzida por “hospitalidade”, a “philoxenia”
significa dispensação de amor afetos em relação aos estrangeiros,
"amar estranhos ou imigrantes como se fosse o seu próprio amigo ou
irmão". Isto significa que se deve prestar aos estranhos o mesmo tipo
de amor com o qual amamos a amigos e parentes. O texto da carta aos
92
Romanos é ainda mais incisivo porque afirma literalmente, “prossegui

na hospitalidade”, ou seja, a hospitalidade não deve ser algo
esporádico, mas um acto constante.
Este texto de Romanos, é apenas uma minúcia, uma vez que antes
muitos homens levantados por Deus já haviam exortados e ensinado
ao povo de Deus sobre este assunto, visando a salvação dos
estrangeiros. Leiamos:
“E quando o estrangeiro peregrinar convosco na vossa terra, não o
oprimireis. Como um natural entre vós será o estrangeiro que peregrina
convosco; amá-lo-ás como a ti mesmo, pois estrangeiros fostes na terra
do Egipto. Eu sou o Senhor vosso Deus” – Levítico 19:33-34.
Assim Deus recomenda, porque um dia fez lembrar o Seu povo
dizendo: “Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da
casa da servidão” – Êxodo 20:2. Isto foi para os (e hoje é para nos)
ensinar que o povo de Israel (e a Igreja de Cristo) deve agir para com
o estrangeiro da mesma forma que Deus agiu com eles a quando da
sua estadia com misericórdia em terra egípcia.
O nível mais básico da hospitalidade no Antigo Testamento está
expresso em Jó 31:32: “O estrangeiro não passava a noite na rua; as
minhas portas abria ao viandante”. Assim, nos deveres para com o
hóspede estava incluído: dar-lhe descanso, lavar-lhe os pés, dar-lhe
alimento, tratá-lo como um pai trata seu filho e, por fim, proteger-lhe a
vida a qualquer custo.
Entretanto, actualidade desta necessidade pode ser vista também por
números relactivamente a população estrangeira no mundo, que cresce
galopantemente a cada ano. Dados do Inventário de Migração
Internacional 2019 divulgados pela Divisão de População do
Departamento de Economia e Assuntos Sociais da Organização das
93
Nações Unidas apontam que a população migrante internacional

alcançou 272 milhões de pessoas em 2019, um aumento de 51 milhões
desde 2010.
Já para o caso de Angola, O jornal África 21 aponta que o país conta
actualmente com 161.345 estrangeiros em situação regular e destes
mais de 65.000 são refugiados e requerentes de asilo; embora muitas
vezes estes são tratados com dignidade e respeito aos seus direitos,
na grande maioria falta-lhes o Evangelho da salvação.
Esta mensagem é actual e dirigida a todas as igrejas, visto que, tal
como nos dias do apóstolo Pedro, os estrangeiros nem sempre estão
concentrados, mas dispersos em vários lugares. Assim, que em vários
lugares os estrangeiros sejam acolhidos pelo Evangelho, em Nome de
Cristo.
94
FÉ PRECIOSA
“Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que
connosco alcançaram fé igualmente preciosa pela justiça do
nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (2 Pedro 1:1)
Pedro relata e estabelece a diferença entre a fé comum e uma outra

chamada fé preciosa, isto é, honrada e valiosa. Não trata de fé para
cura, para superar uma crise financeira, para alcançar seus próprios
propósitos, mas sim de única fé fortalecida no próprio conhecimento da
Palavra de Deus, que funciona de maneira igual para todas as
ocasiões.
Os cristãos de hoje e de futuras épocas não devem perder esta fé
proveniente da justiça ou palavra de Deus. Isto porque a vida cristã
começa com a fé. Esta fé é distinguida como preciosa porque:
i) Pertence exclusivamente aos eleitos de Deus (Tito 1:1; 1 Pedro 1:1-
2). Não é de todos (2 Tessalonicenses 3:2).
“Paulo, servo de Deus, e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé dos
eleitos de Deus, e o conhecimento da verdade, que é segundo a
piedade” - Tito 1:1.
“E para que sejamos livres de homens dissolutos e maus; porque a fé
não é de todos” - 2 Tessalonicenses 3:2.
ii) É um dom de Deus (Efésios 2:8). Assim, ninguém possui esta fé
naturalmente, mas por revelação Divina. Deus é quem a produz no
coração do homem (Filipenses 1:29; Gálatas 3:14).
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de
vós, é dom de Deus” - Efésios 2:8.
“Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, […]” -
Filipenses 1:29.
95
“Para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus

Cristo, e para que pela fé nós recebamos a promessa do Espírito”
- Gálatas 3:14.
iii) Está depositada em Jesus. Quando cremos nEle como nosso Deus
e Salvador, sua justiça passa a ser a nossa justiça e nos tornamos
justos perante Deus (2Coríntios 5:21; Filipenses 3:9).
“Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que
nEle fôssemos feitos justiça de Deus” - 2Coríntios 5:21.
“E seja achado nEle, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a
que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela
fé” - Filipenses 3:9.
iv) É a mesma para todos em Cristo. A fé hoje tem a mesma qualidade
da fé dos apóstolos. A fé, exista em quem existir, se apega ao mesmo
e precioso Salvador, e aplica as mesmas preciosas promessas.
v) Por causa dos benefícios espirituais que ela produz. É pela fé que
recebemos a graça e a paz (1 Pedro 1:2). Ou seja, por meio da fé há
remissão de pecados (Atos 10:43), justificação (Romanos 5:1),
salvação (Atos 16:31), santificação (Atos 15:9), adoção (Gálatas 3:26)
e vitória (1João 5:4; Efésios 6:16).
“[…], de que todos os que nEle crêem receberão o perdão dos
pecados pelo seu nome” - Atos 10:43.
“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por
nosso Senhor Jesus Cristo” - Romanos 5:1.
“[…]: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, […]” - Atos 16:31.
“[…], purificando os seus corações pela fé” - Atos 15:9.
“Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus” -
Gálatas 3:26.
“[…]; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé” - 1João 5:4.
96
“Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar

todos os dardos inflamados do maligno” - Efésios 6:16.
Nos nossos dias, acompanhei uma ministração sobre a preciosidade
da fé, partilhada de uma forma ímpar pelo Pastor Eliezer Rodrigues -
Igreja Verbo da Vida Taubaté (Brasil). Na sua ministração ousada, o
pastor declarou:
“A fé é muito preciosa.
Dinheiro não pode comprar fé, mas fé pode trazer dinheiro.
Se você vive pela fé, faz as coisas chegar.
A fé é do coração e sai pelos teus poros.
Deus está olhando como reagiremos às pressões.
A vida está em nós, por isso temos tudo.
Quando andamos no espírito, andamos nos céus.
Deus não quer que você apenas entenda que tem fé, Ele quer que
prove a fé.
Todo comportamento de fé pela metade é reprovado por Deus.
A linguagem de Deus é fé e perseverança.
Três dias andando em fé não substitui um dia de incredulidade.”
Não obstante a tudo isso, a fé preciosa, nos leva a escolha da
preciosidade de escolher a família de Deus em troca de posições
terrenas, como fez o irmão precioso Moisés: “Pela fé Moisés, sendo já
grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo antes
ser maltratado com o povo de Deus, do que por um pouco de tempo ter
o gozo do pecado; Tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do
que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa. Pela fé
deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como
vendo o invisível” – Hebreus 11:24.
97
O TESTEMUNHO DA PALAVRA, CRISTO

“O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com
os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos
tocaram da Palavra da vida” (1 João 1:1)
Cristo é o que foi desde o princípio, é a Palavra o que ouvimos, é o

Deus que vimos com os nossos olhos, é o Filho de Deus que temos
contemplado, e é Aquele que, através de Tomé após a ressurreição, as
nossas mãos tocaram da Palavra da vida.
O testemunho da Palavra é a grande tarefa que temos enquanto Igreja
e servos de Cristo. Os milagres de Deus devem nos levar ao
testemunho e mais conhecimento da Sua Palavra. As nossas aflições
devem nos levar a conhecer mais a Palavra do Senhor: “Foi-me bom
ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos” – Salmos
119:71.
Na vida cristã, o propósito Divino, nestes últimos dias, tanto na terra
como nos céus, é o de convergir tudo em Cristo: “De tornar a congregar
em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos,
tanto as que estão nos céus como as que estão na terra” – Efésios 1:10.
Toda a nossa vida, pensamentos, intenções, caminhos, acções,
reações, investimentos devem brotar de um coração alcançado pelo
Senhor e que busca a glória do Senhor.
Aliás, estas duas lições espirituais (primeira: os tempos de aflições
conduzem ao crescimento e mais conhecimento da Palavra do Senhor;
segundo: o propósito de Deus é de convergir tudo e todos em Cristo)
são apresentadas com grande evidência na primeira carta de João.
O contexto histórico e literário desta carta revela que João, o discípulo
a quem Jesus amava, escreveu-se esta carta quando Jerusalém tinha
98
sido destruída em 70 d.C. e os cristãos tinham sido espalhados por todo

o império. Além disso, no tempo em que João escreveu esta epístola,
o cristianismo embora já existia por mais de uma geração, tinha
enfrentado e sobrevivido perseguições severas.
O problema principal que enfrentava a igreja nesse momento era a
perda de consagração. Muitos crentes se conformavam às normas
deste mundo, não se mantinham firmes por Cristo e transigiam em sua
fé. Os falsos mestres eram numerosos e aceleraram o deslizamento da
igreja, afastando-a assim da verdadeira fé cristã, que converge em
Cristo.
Em meio a este deslize da igreja, João escreveu esta carta para pôr os
cristãos outra vez no caminho, mostrando-lhes a diferença entre a luz
e as trevas (a verdade e o engano), e animando à igreja a crescer em
amor genuíno para com Deus e com os outros.
Com esta carta João ensinou também que todos quanto estão
congregados, espiritualmente e pela fé, em Cristo têm a vida eterna.
Glória a Deus que nos revela que o que era desde o princípio, o
testemunho de Cristo que ouvimos, os milagres de Cristo que vimos
com os nossos olhos, o que temos contemplado sobre as obras de
Cristo, conduziu as nossas mãos a tocar da Palavra da vida.
Que tudo nos leve a Cristo e tudo nos remeta a Palavra!
99
O PRESBÍTERO
“O presbítero à senhora eleita, e a seus filhos, aos quais amo na
verdade, e não somente eu, mas também todos os que têm
conhecido a verdade” (2 João 1:1)
A começar dos seus primeiros passos na vida cristã, o apóstolo João

era pescador de profissão; não poucas vezes foi chamado de o
discípulo a quem Jesus amava.
Motivado não por sua idade, mas pela maturidade suficiente e
aceitação que tinha da igreja a quem João escrevia, ele identifica-se
como o presbítero.
Com esta palavra, João estava fazendo passar a mensagem de que
por ser uma pessoa muito idosa, com muitos anos na (direcção) igreja
pudesse ser assim chamado. Mas, dar peso a sua mensagem de que
ela não vinha de um homem sem autoridade e estrutura espiritual para
os ministrar.
A ênfase é a maturidade e não a idade. Não visava partilhar um
“evangelho de mais velho” (ancião), mas revelar sua piedade como
obreiro maduro cuja a ministração merecia por parte de seus filhos na
fé uma atenção especial.
Embora hoje o significado de presbítero parece variar de igreja para
igreja, o certo é que o termo se refere não apenas e sobretudo a idade,
mas sim refere-se a alguém com certa maturidade espiritual, com
responsabilidade e autoridade na igreja.
Daí que, etimologicamente, a palavra presbítero deriva do grego que
significa “ancião” ou “sacerdote”; e no Novo Testamento referir-se a um
líder nas congregações cristãs locais, de onde nasce a expressão
“episkopos” significando supervisor, referindo-se exclusivamente ao
100
ofício de bispo; embora quando usada a presbíteros é entendida como

se referindo a mesma pessoa que realiza a função de administrador
eclesiástico. Assim, não preserva idade, mas a maturidade que os
nossos pastores nos têm transmitido por palavras de ensino e por
obras.
101
AMADO
“O presbítero ao amado Gaio, a quem em verdade eu amo” (3
João 1:1)
Hoje é comum no seio cristãos tratarmos nossos irmãos de “amados”.

Conheço muita gente falsa, hipócrita, desleal, invejosa, contenciosa e
ainda não convertida que conhece superficialmente esta expressão.
Aliás algumas vezes, “amado” é a palavra predileta dos crentes
mentirosos. Não obstante a isso, não deixamos de carinhosa e
amorosamente tratar os nossos irmãos de “amados”.
João, tinha o desafio de animar um irmão fiel, o amado Gaio, diante de
homens infiéis e de dificuldades que Gaio atravessava.
Assim, o discípulo a que Jesus amava, escreveu a mensagem desta
carta com o propósito de incentivar um discípulo fiel a perseverar no
seu serviço, mesmo enfrentando resistência de um outro homem que
tinha bastante influência. O primeiro é o amado Gaio e o outro é
Diótrefes.
Da biografia bíblica daquele, sabemos que ele foi o amado Gaio, a
quem João amava verdadeiramente e elogiava os trabalhos e
sacrifícios generosos que fazia em prol do evangelho. Em meio aos
possíveis problemas de saúde e dificuldades financeiras, João
desejava ao amado Gaio prosperidade e saúde (3 João 2).
Por graça de Deus e para o nosso ensino, Gaio foi respeitado, até por
irmãos que só o conheciam de passagem, por sua generosidade em
acolher e ajudar evangelistas que passavam por sua cidade. Ele
reconhecia estes homens fiéis e dava seu apoio, e João elogiou esta
atitude. Observamos pelo exemplo de Gaio uma das muitas maneiras
que podemos contribuir à obra de Deus: além de juntar os nossos
102
recursos financeiros com os de outros cristãos para fazer o trabalho de

uma igreja local, podemos usar nosso dinheiro, nossas casas e outros
recursos materiais para apoiar servos fiéis que pregam o evangelho.
Foi assim que Gaio agia.
Não são poucos os ministros e obreiros que visitam nossas igrejas em
nome do Senhor, mas passam tempo em nossa cidade sem companhia
alguma. Por isso, o Senhor nos desperta hoje o coração que despertara
em Gaio. Seja um hospitaleiro em sua casa em nome de Jesus!
103
JUDAS
“Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados,
santificados em Deus Pai, e conservados por Jesus Cristo”
(Judas 1:1)
Quem é Judas? Qual o significado de seu nome?

Dada a má reputação que tem este nome, Judas, não o Iscariotes, mas
o irmão de Tiago e meio-irmão de Jesus conforme Mateus 13:55 e
Marcos 6:3, deixa claro seu curriculum vitae a breve trecho no primeiro
versículo da sua carta.
Judas é um servo de Jesus Cristo, como qualquer um de nós é um
servo do Senhor. Ser um servo de Jesus Cristo é a maior glória que
qualquer homem ou anjo pode aspirar. A palavra servo, sob a antiga
aliança, foi adaptada ao espírito de medo e servidão, que se apegava
a essa dispensação. Mas quando chegou o tempo designado pelo Pai
enviando o Seu Filho para resgatar os que estavam debaixo da lei, a
palavra servo (usada pelos apóstolos a respeito de si e de todos os
filhos de Deus) significava aquele que, por adopção, foi libertado pelo
Filho de Deus e tornou-se filho também. Ser servo é fruto e privilégio
de ser filho primeiramente. Nos tornamos servos de Deus após a
salvação que nos torna filhos de Deus.
Ao chamar-se servo de Cristo, não está fazendo uma alusão
generalizada conforme o fazem todos os cristãos piedosos, mas
referindo-se ao seu apostolado, pondo em evidência a vontade e
chamada de Deus em sua vida e não a vontade própria.
Judas é um irmão nosso. Ao mencionar um nome mais célebre que o
seu, e mais conhecido pelas igrejas, Judas estava ensinando que os
104
nomes dos irmãos piedosos e fervorosos nos fazem bem através de

seus testemunhos.
Embora a fidelidade da doutrina e da autoridade não dependa de
nomes dos homens mortais, é, no entanto, uma confirmação para a fé,
quando a integridade do homem que assume o ofício de servo é
garantida em nós.
Assim, Judas é tudo que esperamos de algum homem, que esteja unido
a Cristo e a nós também; que seja servo de Cristo e nosso irmão na fé.
Existem alguns Judas entre nós que não são traidores, mas servos e
irmãos.
Não é o nome manchado que deve reinar entre os irmãos, mas o Nome
de Jesus!
105
REVELAÇÃO DE JESUS CRISTO PARA OS SEUS

SERVOS
“Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar
aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e
pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João seu servo”
(Apocalipse 1:1)
A expressão revelação é alvo de muitos equívocos doutrinários, caos

proféticos e pseudo ensinos nos dias actuais e anteriores a nossa
geração.
A palavra revelação no seu significado bíblico para este verso inicial de
Apocalipse tem o sentido de “acto de tornar descoberto”, “exposição do
que estava encoberto”, “instrução concernente a coisas antes
desconhecidas”, “manifestações”, “aparecimento” ou “tirar o véu, isto
é, destapar”.
A revelação de Cristo exposta aqui visa esclarecer a verdade de modo
que os eventos, as situações e as pessoas que até agora estão
ausentes na nossa mente se tornem parte da nossa realidade.
Ou seja, que traz uma revelação de Deus não traz consigo o surgimento
de novas coisas, antes desvenda o acontecimento que já real entre nós,
embora não tínhamos a sua noção.
A revelação de Jesus Cristo nos esclarece como andarmos nestes
últimos dias dentro do plano de Deus para o homem.
Quem tem revelação não inventa, não inova, não cria, não elabora, nem
fabrica.
Quem faz a coisas acontecerem no Reino não é o homem que traz a
revelação, mas unicamente Aquele que tem domínio de todos e de
tudo. Não é a profecia que faz o milagre acontecer, a profecia apenas
106
desperta o homem para o homem buscar a Deus que faz tudo

acontecer. O emprego (ou a família, ou o ministério, ou a bênção) não
veio porque alguém profetizou ou teve revelação dos céus; apenas
Deus para te fazer alcançar estas bênçãos que Ele tinha preparado
para ti despertou o coração daquele homem ou mulher para te trazer a
revelação que te reavivou e te animou para buscar ao Senhor e
alcançar Suas bênçãos vinda dEle e não do homem.
Por isso, ministramos que para nós o Apocalipse é de João, mas para
João a Revelação é de Jesus Cristo. Algumas vezes para a igreja o
dom é do homem, mas este que tem dom de Deus o dom é de Deus e
não seu. João traz a evidência que ninguém pode conhecer a Deus, Ele
se revelou de maneira definitiva através da Palavra e se encarnou em
homem por Jesus.
107
CHAVES E MÉTODOS PRÁTICOS DE

MEMORIZAÇÃO BÍBLICA
As chaves de memorização bíblica constituem uma maneira prática de

conhecer as Escrituras de uma forma sábia e sistemática.
Cada uma das chaves de memorização bíblica foi preparada com o fito
de apoiar os professores da Escola Bíblica Dominical, mestres ou
ensinadores, pregadores, pastores, líderes em geral e cristãos que
almejam crescer na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo.
As classes bíblicas, como EBD por exemplo, constituem um ministério
importantíssimo da igreja e interpessoal que evangeliza enquanto
ensina e ensina enquanto evangeliza. Ela tem o alvo de ganhar almas,
educar, desenvolver o carácter de Cristo e treinar homens através do
ensino da Palavra. Todo ensino é bastante proveitoso quando os textos
a serem expostos e explicados são, previamente memorizados. Aliás,
explicar a outra pessoa o que aprendemos é também uma maneira de
memorizar o conteúdo. Assim, segue o desafio: Ensine para lembrar
mais.
Entre algumas razões das bênçãos de memorizar a Palavra do Senhor,
seguem:
1. A memorização das Escrituras ajuda a meditação da Palavra, quando
não termos o Livro ao nosso alcance, seja isto de dia ou de noite
(Salmos 1:2).
2. A memorização das Sagradas Letras fortalece a nossa fé, pois a fé
vem pelo ouvir, e ouvir a Palavra de Deus (Romanos 10:17). Neste
caso, isso acontece quando estou ouvindo (meditando) a palavra em
minha mente.
108
3. A memorização da Palavra transforma a nossa cosmovisão do

mundo, conformando a nosso entendimento de acordo com o ponto de
vista de Deus em tudo.
4. A Palavra de Deus torna-se mais acessível para vencer as tentações
(do pecado e diabólica), quando a guardamos em nosso coração
(Salmos 119:11).
5. A memorização da Lei de Deus é um dos meios de proteger a nossa
mente, permitindo descobrir facilmente os erros que possam surgir.
6. A memorização das Escrituras nos capacita para enfrentar e resistir
aos ataques diabólicos contra nós próprios e contra a nossa família.
7.O relacionamento fiel com Cristo é feito mediante o conhecimento de
Sua Palavra.
8. A memorização da Palavra ajuda-nos a tomar decisões sábias
(Salmos 119:105).
9. A Palavra guardada em nossos corações, conforta-nos quando
estamos tristes (Jeremias 15:16).
10. A memorização do Evangelho ajuda-nos a testemunhar e responder
melhor aos não-crentes (1 Pedro 3:15).
Seguidamente, apresentamos excelentes métodos de memorização
das Escrituras: Chave das Resoluções Bíblicas, Chave Temática,
Chave dos Livros e Chave da Pirâmide.
109
Chave das Resoluções Bíblicas
A chave da resolução bíblica é uma forma abençoada de conhecer as

Escrituras, pois que ajuda não só a memorizar com mínimo esforço,
mas a meditar e devotar de forma sistemática como apresentado neste
livro.
A Chave das Resoluções Bíblicas pode ser exercitada da seguinte
maneira: Resolução 1:1 (memorização e meditação em todos os
versículos 1 dos primeiros capítulos de cada livro), Resolução 3:16
(meditação e memorização em versículos 16 de capítulos 3 de cada
livro, quando aplicável). Vejamos o caso da Resolução Bíblica 3:16
(apenas para a parte do Novo Testamento):
E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe
abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba
e vindo sobre ele - Mateus 3:16.
Respondeu João a todos, dizendo: Eu, na verdade, batizo-vos
com água, mas eis que vem aquele que é mais poderoso do que
eu, do qual não sou digno de desatar a correia das alparcas; esse
vos batizará com o Espírito Santo e com fogo - Lucas 3:16.
Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho
unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna - João 3:16.
E pela fé no seu nome fez o seu nome fortalecer a este que vedes
e conheceis; sim, a fé que vem por ele, deu a este, na presença
de todos vós, esta perfeita saúde - Atos 3:16.
Em seus caminhos há destruição e miséria – Romanos 3:16.
Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de
Deus habita em vós? - 1Coríntios 3:16.
110
Mas, quando se converterem ao Senhor, então o véu se tirará -

2Coríntios 3:16.
Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência.
Não diz: E às descendências, como falando de muitas, mas como
de uma só: E à tua descendência, que é Cristo - Gálatas 3:16.
Para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que
sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem
interior - Efésios 3:16.
A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a
sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros,
com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor
com graça em vosso coração - Colossenses 3:16.
Ora, o mesmo Senhor da paz vos dê sempre paz de toda a
maneira. O Senhor seja com todos vós - 2Tessalonicenses 3:16.
E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se
manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos,
pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória -
1Timóteo 3:16.
Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para
ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça -
2Timóteo 3:16.
Porque, havendo-a alguns ouvido, o provocaram; mas não todos
os que saíram do Egito por meio de Moisés - Hebreus 3:16.
Porque onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda
a obra perversa - Tiago 3:16.
Tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal
de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que
blasfemam do vosso bom porte em Cristo - 1Pedro 3:16.
111
Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais

há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes
torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria
perdição - 2Pedro 3:16.
Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós
devemos dar a vida pelos irmãos - 1João 3:16.
Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei
da minha boca - Apocalipse 3:16.
112
Chave Temática
O método de chave temática associa textos bíblicos bem examinados

que encerram o mesmo tema. Vejamos os seguintes sobre salvação,
de uma forma genérica e esparsa:
“A tua salvação espero, ó SENHOR!” - Gênesis 49:18.
“” - 2 Crônicas 7:14.
“A salvação vem do SENHOR; sobre o teu povo seja a tua bênção” -
Salmos 3:8.
“O SENHOR é a minha luz e a minha salvação; a quem temerei? O
SENHOR é a força da minha vida; de quem me recearei?” - Salmos
27:1.
“Em Deus está a minha salvação e a minha glória; a rocha da minha
fortaleza, e o meu refúgio estão em Deus” - Salmos 62:7.
“Buscai ao SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está
perto” - Isaías 55:6.
“Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será
condenado” - Marcos 16:16.
“Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido”
- Lucas 19:10.
“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos
filhos de Deus, aos que creem no seu nome” - João 1:12.
“Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que
aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” - João
3:3.
“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim,
ainda que esteja morto, viverá” - João 11:25.
113
“E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado

em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o
dom do Espírito Santo” - Atos 2:38.
“E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu
nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser
salvos” - Atos 4:12.
“E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua
casa” - Atos 16:31.
“Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignância, anuncia agora
a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam” - Atos 17:30.
“Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de
Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e
também do grego” - Romanos 1:16.
“A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu
coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.
Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz
confissão para a salvação” - Romanos 10:9-10.
“Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para
nós, que somos salvos, é o poder de Deus” - 1 Coríntios 1:18.
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós,
é dom de Deus” - Efésios 2:8.
“Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da
salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo” - 1 Tessalonicenses 5:9.
“Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus
veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal”
- 1 Timóteo 1:15.
114
“Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as
nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi
dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos” - 2 Timóteo 1:9.
“Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos
os homens. Ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às
concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e
justa, e piamente” - Tito 2:11-12.
“Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua
misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação
do Espírito Santo” - Tito 3:5.
“Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados
de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam
para salvação” - Hebreus 9:28.
“Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas,
para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo
escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo” - 2
Pedro 1:4.
“O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por
tardia; mas é longânimo para connosco, não querendo que alguns se
percam, senão que todos venham a arrepender-se” - 2 Pedro 3:9.
115
Chave dos Livros
A chave de livros é uma excelente maneira de conhecer o panorama

de um livro bíblico. Ela lista os principais versículos, seja de forma
temática ou geral, de modo a ajudar a memorizá-los. Vejamos alguns
versículos no livro de Romanos para o tema da Justificação.
“Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que
há em Cristo Jesus. Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no
seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados
dantes cometidos, sob a paciência de Deus; Para demonstração da sua
justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador
daquele que tem fé em Jesus.” - Romanos 3:24-26.
“O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa
justificação” - Romanos 4:25.
“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso
Senhor Jesus Cristo” - Romanos 5:1.
“Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue,
seremos por ele salvos da ira” - Romanos 5:9.
“E não foi assim o dom como a ofensa, por um só que pecou. Porque o
juízo veio de uma só ofensa, na verdade, para condenação, mas o dom
gratuito veio de muitas ofensas para justificação. Porque, se pela
ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem
a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um
só, Jesus Cristo. Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre
todos os homens para condenação, assim também por um só ato de
justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida” -
Romanos 5:16-18.
116
Chave da Pirâmide
Esta chave consiste na memorização de um versículo diário ou bíduo e

que se constrói uma pirâmide que cresce gradualmente conforme se
memorizam os versículos.
No princípio, criou
Deus os céus e a
terra.” (Gênesis 1:1
Posso todas as
“Porque todos
coisas NAQUELE
pecaram e destituídos
que me
estão da glória de
FORTALECE.”
Deus” (Romanos 3:23)
(Filipenses 4:13)
E sabemos que
todas as coisas
“Se confessarmos
contribuem
os nossos
juntamente para Portanto, ide, ensinai
pecados, ele é fiel
o bem daqueles todas as nações,
e justo para
que amam a batizando-as em
nos perdoar os
Deus, daqueles nome do Pai, e do
pecados e nos
que são Filho, e do Espírito
purificar de toda
chamados Santo;” (Mateus 28:19
injustiça.” (1 João
por seu
1:9)
decreto.”
(Romanos 8:28
Porque eu bem sei
os
PENSAMENTOS “E ficou ali um
porque eu sou
QUE PENSO DE ano e seis Reconhece-o em
contigo, e ninguém
VÓS, diz o meses, todos os teus
lançará mão de ti para
Senhor; ensinando entre caminhos, e ele
te
PENSAMENTOS eles a endireitará
fazer mal, pois tenho
DE PAZ E NÃO DE palavra de as tuas veredas.”
muito povo nesta
MAL, para vos dar Deus.” (Atos (Provérbios 3:6
cidade.” (Atos 18:10
O FIM QUE 18:11)
ESPERAIS -
Jeremias 29:11
CONFIA NO
SENHOR de
Porque Deus AMOU TODO O TEU
O ladrão não vem
O MUNDO de tal Mas o FRUTO DO CORAÇÃO e
senão a roubar, a Porque pela graça
maneira que deu o ESPÍRITO é: amor, não te estribes
matar e a destruir; sois salvos, por meio
seu gozo, paz, no
eu da fé; e isso não
FILHO UNIGÊNITO, longanimidade, teu próprio
vim para que vem de vós; é dom de
para que todo benignidade, entendimento.”
tenham vida e a Deus. “Não vem das
aquele que NELE bondade, fé, (Provérbios 3:5)
tenham com obras, para que
CRÊ não pereça, mansidão,
abundância.” ninguém se glorie.”
mas tenha a VIDA temperança.”
(João (Efésios 2:8-9)
ETERNA - João (Gálatas 5:22
10:10)
3:16
117
Em e com Resolução Bíblica 1:1, o autor traz ao seu coração

meditações diárias e sistemáticas das Escrituras que fazia e faz de dia,
de madrugada e de noite, no serviço, na rua, na igreja, em casa e em
todo o lugar e momento.
É assim chamado (Resolução Bíblica 1:1) porque nele a Palavra de
Deus é apresentada como a única solução para os problemas diários
que enfrentamos, por ele o autor traz mensagens de esperança e
solução para a vida pessoal, a família e a igreja do prezado leitor. Estas
bênçãos vindas do coração de Deus foram extraídas dos capítulos 1 e
versículos 1 de cada livro das Sagradas Escrituras, daí o título
“Resolução Bíblica 1:1”.
Querido (a) leitor (a), não se atemorize pelos acontecimentos,
problemas e situações que te rodeiam, elas jamais mudaram a
Palavra. Creia na Palavra! Ela mudará a sua vida e todos os males
e problemas que enfrentas a cada dia.
118

Resolução Bíblica 1:1

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A porção diária dos desígnios de Deus para a nossa vida...

A porção diária dos desígnios de Deus

Resolução Bíblica 1:1

Resolução Bíblica 1:1

RESOLUÇÃO BÍBLICA 1:1

A porção diária dos desígnios de

RESOLUÇÃO BÍBLICA 1:1

por I. A. B. Quissindo “JOSUÉ”

Copyright © Editora Missio Dei 2020

Depósito Legal (pela Biblioteca Nacional, Luanda – Angola): 9512/2020

EDITORA MISSIO DEI

À todos os irmãos amados que servem a Deus e a Sua Igreja com

Dedico esta obra.

À DEUS, o Eterno a quem, com o meu modo de viver, tributo toda a

“Sem direcionamento, o povo se perde, mas, quanto mais

Vivemos na era das confusões, dos conflitos e das duplicidades. Um

igreja contemporânea tem forte necessidade de pregadores piedosos,

Pastor Alan Brizotti

Querido (a) amigo (a) leitor (a),

Seu irmão e amigo,

Cristo na vida dos homens de diferentes crenças e culturas dia após

Huambo (Angola), Julho de 2020

Embora há muitas afirmações por renomados teólogos que este texto

Entretanto, no primeiro versículo de Gênesis há uma Palavra que nos

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