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Mais de Deus!

Editora Publicações Avivamento

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AVIVAMENTO

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DEUS
Copyright (C) 2023,
e Educação Cristã

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Editora Publicações Avivamento

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cionais desta edição reservados. Secretário de Publicações

É proibida a reprodução total ou parcial Pr. Jair Barbosa Batista


desta obra sem a permissão escrita dos Secretário de Finanças
autores, por quaisquer meios, salvo em
citações breves, com indicação da fonte. Pr. Marcelo F. de Oliveira
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n.9.610/98) é crime estabelecido pelo ar-
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Mais de Deus!
Editora Publicações Avivamento

Esta publicação é uma adaptação da Revista Siga: Mais de Deus,


publicada em 2022.

Autores:

Pr. Onésimo Ferreira da Silva


Pr. Levino Gomes Filho
Pr. Elmer Mendes Barbosa
Pr. Wesley Borges
Pr. José da Silva Netto
Pr. Waldir da S. Soares
Pr. Gelson A. de Assis
Pr. Valdivan C. Nascimento
Pr. Paulo O. Santos
Pr. Nilton Batista de Araújo
Pr. Vladimir Alexandro Barrios
Pr. Joel Ambrosino
Pr. Cícero Sérgio dos Santos Souza
Pr. Jorge Teodoro Rodrigues
Pr. Celso Fernandes Aponte a câmera e
Pr. Romildo José de Assunção acesse o audiobook
Pr. Marcos Antônio Duarte desta revista.

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AVIVAMENTO

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Mais de Deus!
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Índice
Lição 01 - Mais de Deus.................................................................7

Lição 02 - Mais amor......................................................................11

Lição 03 - Mais humildade............................................................13

Lição 04 - Mais fidelidade.............................................................14

Lição 05 - Mais ousadia...............................................................20

Lição 06 - Mais poder...................................................................23

Lição 07 - Mais prosperidade.......................................................27

Lição 08 - Mais paciência.............................................................31

Lição 09 - Mais sabedoria............................................................35

Lição 10 - Mais intimidade...........................................................38

Lição 11 - Mais compaixão............................................................42

Lição 12 - Mais mansidão.............................................................46

Lição 13 - Mais submissão...........................................................50

Lição 14 - Mais esperança............................................................54

Lição 15 - Mais comunhão...........................................................58

Lição 16 - Mais paz.......................................................................62

Lição 17 - Mais fé..........................................................................65

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Mais de Deus!
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LIÇÃO 01
Mais de Deus
“[...] e conhecer o amor de Cristo, que exce-
de todo entendimento, para que vocês fiquem
cheios de toda a plenitude de Deus”
Efesios 3, 19

E
INTRODUÇÃO
stamos iniciando mais uma série de estudos bíblicos com o tema
“Mais de Deus”. O propósito é obtermos melhor compreensão bí-
blica e termos atitudes que demonstrem a ação de Deus em nossas
vidas. Ter mais de Deus é uma necessidade diária de todos os cristãos.

Para qualquer cristão com discernimento, é fácil enxergar que a huma-


nidade se encontra, imersa, em uma terrível confusão espiritual e moral.
Precisamos saber onde estamos para compreender aonde queremos che-
gar. A solução, contudo, não está nas mãos dos homens, cuja realização
mais sublime consiste em decidir sobre libertar-se do espírito da escravi-
dão e entrar na presença de Deus, sabendo que chegou em um território
no qual é bem-vindo.1

LEITURA COMPARTILHADA: Efésios 3, 14-21

ENTENDENDO O TEXTO
Esses versículos registram a oração de Paulo, que roga a Deus pelo
fortalecimento, com poder, possível somente através da intimidade do povo
de Deus com o Espírito. A exemplo do corpo humano que é fortalecido com
alimentação saudável, o homem interior somente terá saúde espiritual através
do Espírito de Cristo habitando nele.
A Bíblia de estudo SHEDD, faz o seguinte comentário sobre o amor
de Cristo que excede todo entendimento (Ef. 3, 19):
1 - TOZER, A. W. Experimentando a presença de Deus. Graça Editorial, 2015, p.18.

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As quatro dimensões insondáveis do amor de Cristo ou as quatro extre-
midades da Cruz são: 1) Largura - abrange a todos indistintamente (Mc.
16.15); 2) Comprimento - abrange todos os tempos (Ef. 1.4; 2 Pe. 3.9);
3) Altura - estendeu-se até ao céu para trazer o filho Amado esvaziado de
Sua majestade (Fp. 2.6-8) para onde também nos levará (Jo. 14.1-3) e 4)
Profundidade - suportou sofrimento infinito para expiar os nossos pecados
(Sl. 18.5; 1 Pe. 2.24).

A plenitude de Deus para a igreja é o propósito principal descrito nos


versículos do texto-chave desta lição. A vida vazia é perigosa, frustrante e
produz atitudes de desobediência. Por isso a proposta de Deus é nos encher
mais e mais de sua gloriosa presença por meio de Cristo, não devemos nos
esquecer de que a Ele pertence a glória para todo sempre (v.21).

I- HÁ MAIS DE DEUS PARA VOCÊ


Há uma abundante vida a ser experimentada. Você tem o privilégio de
poder ter mais de Deus. O Deus eterno, fonte inesgotável de todos os bene-
fícios e riquezas, perfeito em amor, sabedoria, cujos juízos são insondáveis e
caminhos inescrutáveis, se revela, dando-se a conhecer para comunicar far-
tamente a todos a sua graça e oferta de si mesmo a nós, para que tenhamos
mais d’Ele, a fonte de vida. Disse Jesus: “[...] eu vim para que tenham vida, e
a tenham com abundância” (BÍBLIA. João, 10, 10)
Vida plena não é vida terminada, no sentido de estar tudo resolvido. É
estar satisfeito, mas não acomodado. Estar pacificado, tendo consciência das
fraquezas, mas nunca estagnado, sempre em direção de ter mais n’Ele, d’Ele
e por Ele. A consciência do que nos falta torna-se desafio e não nos paralisa.
Ser pleno de vida que aceita o desafio para ser vida fértil.
Veja o que João 1, 16 diz: “Porque todos nós temos recebido da sua
plenitude e graça sobre graça”.

A ideia de abundância do rico depósito da graça infinita de Deus é pro-


eminente em João. A linha de ação é definida aqui no prólogo. E todos
nós recebemos também da sua plenitude, com graça sobre graça (16). Esta
ideia de abundância ocorre repetidamente nas palavras e nas obras de Je-
sus. Em Caná da Galileia, havia abundância do melhor vinho (2.10). Ele
deu à mulher samaritana “uma fonte de água a jorrar para a vida eterna”
(4.14). Para a multidão faminta, havia mais do que o suficiente (6.13).
Para a alma sedenta, Ele prometeu não só o suficiente para satisfazer, mas

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um transbordamento de “rios de água viva” (7.38). A vida abundante para


os verdadeiros crentes se tornou possível pela entrada de Jesus no mundo
(10.10). João não só exibe um evangelho que é universal no sentido explí-
cito (i.e., um evangelho para “todo aquele que quiser”), como também em
um sentido implícito. Todas as áreas da vida do homem de fé são permea-
das pela graça abundante de Deus.2

II- BUSCAR-ME-EIS
O Espírito de Deus habitou em Cristo, não como um vaso, mas como
uma fonte, como um oceano sem fundo. O Deus que deu a Jesus Cristo o
Espírito sem medida, agora habita em nós, como uma fonte a jorrar para a
vida eterna. Devemos reconhecer que existe “espaço” em nossa vida a ser
preenchido por ele. Você é capaz de reconhecer áreas de sua vida em que há
ausência de Deus? Há algo mais a ser experimentado! Não estamos no limite.
Ainda cabe mais da Sua alegria, paz, amor, bondade, misericórdia, mansidão,
e muito mais! Você precisa ter fome e sede da percepção da presença de Deus
e ir em busca de tudo o que Ele oferece. Quando você estiver pleno de Deus,
haverá transbordamento para todas as áreas da vida, seja para o casamento,
área profissional, ministerial e outras.
Muitos estão sendo bloqueados do acesso a esta vida plena. Oração,
meditação, solitude, adoração, serviço, culto, etc. são experiências que nos
fazem sentir mais próximos de Deus. Quando temos fome e sede de Deus
perseveramos na busca, pois sabemos o endereço da fonte, conscientes de que
jamais terminaremos. “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de
todo o vosso coração” (BÍBLIA. Jeremias 29, 13). Há sempre mais a conhe-
cer e receber de Deus.

CONCLUSÃO
Mais de Deus e menos de mim. João Batista disse: “Convém que ele
cresça e que eu diminua” (BÍBLIA. João, 3, 30). Hoje somos convidados
a “[...] conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para
que vocês fiquem cheios de toda a plenitude de Deus” (BÍBLIA. Efésios
3,19).
Observe o mesmo texto na Tradução Linguagem de Hoje:

2 - Comentário Bíblico BEACON. CPAD, 4ª impressão, 2012

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“Sim, embora seja impossível conhecê-lo perfeitamente, peço que vocês
venham a conhecê-lo, para que assim Deus encha completamente o ser de
vocês com a sua natureza” (BÍBLIA. Efésios, 3, 19).

Tenhamos mais de Deus através da fé, amor e obediência a Jesus


Cristo.

ANOTAÇÕES

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LIÇÃO 02
Mais amor
“Com isso todos saberão que vocês são meus
discípulos, se vocês se amarem uns
aos outros.”
João 13, 35

INTRODUÇÃO

N a linguagem bíblica existem várias palavras para amor. Entre elas o


amor fraternal (do grego phileo) “afeição por amigos ou parentes”,
conforme Romanos 12, 10, e o amor ágape, o amor incondicional de Deus.
Sobre esse último o dicionário bíblico Wiclyffe1 diz o seguinte:

O NT reitera o amor que Deus tem por todas as criaturas (Mt. 5.45), mas
enfatiza a manifestação em particular de si mesmo em Cristo e no Calvá-
rio (Jo. 3.16; Rm. 5.8; 8.31-39), eventos que mostram a vida eterna para
o crente. Deus é revelado como amoroso porque Ele próprio é amor (1 Jo.
4.8,16). O amor é a sua própria essência; o amor é outro termo juntamente
com “luz” (1 Jo. 1.5) que descreve a qualidade moral de seu ser.

Hoje, estudaremos sobre esse amor. Amor sacrificial, que gera comu-
nhão e exige que amemos uns aos outros como Ele nos amou.

LEIA COMPARTILHADA: João 13, 31-35

ENTENDENDO O TEXTO
O evangelho de João, no capítulo 13, relata que Jesus lavou os pés
dos seus discípulos. Esse fato, certamente, é uma das mensagens mais claras
acerca do ministério, ou seja, do serviço cristão.
Após lavar os pés deles e exemplificar o que todo cristão deveria fazer
— servir uns aos outros — Jesus orientou seus discípulos sobre a atitude que
deveriam ter, essa ação traria unidade e identificaria os verdadeiros seguido-
res de Cristo.
1 - Dicionário Bíblico Wycliffe. CPAD, 5ª edição, 2009, pg.93

11
Os versículos a seguir são intitulados “o novo mandamento”: “Um
novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como Eu
vos amei; que dessa mesma maneira tenhais amor uns para com os outros”
(BÍBLIA, João, 13, 34-35).
O padrão do amor que os discípulos devem ter uns pelos outros é o daquele que
o Senhor derramou em abundância sobre eles: “Ele sempre amou o seus que es-
tavam neste mundo, e os amou até o fim”. O mandamento do amor não era to-
talmente novo; toda a lei e os profetas foram resumidos no mandamento duplo:
“Amarás o senhor teu Deus...” e “amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Mas,
com o seu ensino e ainda mais com o seu exemplo, Jesus lhe deu uma nova pro-
fundidade de significado. Quando o mandamento é retomado e repetido em I Jo.
2: 7-8, ele não é “mandamento novo, se não mandamento antigo, o qual desde
o princípio tivestes”, mas é ao mesmo tempo “novo mandamento, aquilo que é
verdadeiro nele e em vós, porque as trevas se vão dissipando e a verdadeira luz
já brilha”.2

I- O AMOR REVELA OS DISCÍPULOS DE CRISTO


O que concede identidade aos discípulos? Jesus responde: “[...] se
vocês amarem uns aos outros” (BÍBLIA, João, 13, 34).
A prática do amor mútuo faz todos saberem que somos discípulos de
Cristo. João insiste em abordar esse importante tema em suas epístolas, por
exemplo: “[...] se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiro-
so; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus,
a quem não vê” (BÍBLIA, I João, 4, 20).
O amor que Deus ordena é o amor ágape, a proposta é vermos a vida
com o olhar de Deus. “A característica mais notável do discipulado, que é,
portanto, a prova da sua genuinidade, seria o amor uns aos outros”3.
O amor cristão baseia-se no caminho de Jesus Cristo, uma via dolorosa, mas
possível. Ao mesmo tempo, é um caminho de favores imerecidos, a graça de
Deus nos impulsiona a amarmos uns aos outros.

II- AMOR QUE GERA A UNIDADE


O que é unidade? “Qualidade do que é único ou indivisível”4.
Há divisão entre nós; ou há em nós o mesmo sentimento que houve
em Cristo Jesus? Estamos dando suporte uns aos outros? Esforçamo-nos para
2 - BRUCE, F. F. João introdução e comentário. Editora vida nova, 1987, p.253-254
3 - A. J. Macleod
4 - Dicionário de significados, 2021, p. [1]

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não haver divisões, dissenções, contendas, partidarismos, falatórios inúteis,


indiferenças, sentimento de superioridade e desprezo pelos irmãos e pelos
seus trabalhos? Empenhamo-nos para manter a unidade do Espírito?
As respostas a essas perguntas indicarão se estamos comprometidos
com a mensagem de Cristo. O amor de uns aos outros, manifestado na unida-
de, é a chave que abre as portas para conduzirmos muitas pessoas para Cristo.
Somos chamados a manter a unidade promovida por Deus, não a in-
ventamos, apenas a vivemos.

III- O AMOR É O PRINCÍPIO QUE CONDUZ


AS ATITUDES DO CRISTÃO
Se você analisar todo contexto do versículo 35, do texto-chave da
presente lição, perceberá que as palavras de Jesus foram dirigidas aos seus
discípulos, não à multidão! O amor foi exemplificado na vida de Cristo, seus
discípulos foram convocados a viverem esse amor. “Tal amor tinha de ser
inevitavelmente um testemunho ao mundo. Perpetuaria a memória de Cristo
e apontaria para a continuação de sua vida, pois, essa qualidade de amor só
fora vista n’Ele”5.
Observe que esse texto não trata, especificamente, do amor pelos per-
didos, mas da atitude mútua de amor. A igreja primitiva viveu este princípio,
o amor contagiante: “[...] lembrando-nos, diante do nosso Deus e Pai, da
operosidade da fé que vocês têm, da dedicação do amor de vocês e da firmeza
da esperança que têm em nosso Senhor Jesus Cristo [...]” (BÍBLIA, I Tessa-
lonicenses, 1, 3).
Esse amor consolidado entre os discípulos deve ser a base para alcan-
çar os perdidos!

CONCLUSÃO

A igreja deve ser admirada devido ao amor. Se quisermos levar pes-


soas a Cristo, o amor uns pelos outros é fundamental.
Vamos fazer um exercício simples, leia I Coríntios 13, 4 -7 e onde
você encontrar a palavra amor, substitua pelo seu nome.
“Se vocês sabem estas coisas, bem-aventurados serão se as pratica-
rem” (BÍBLIA, João, 13, 17).

5 - HARRISON, Evertt F. Comentário Bíblico Moody, editora Batista regular, 2017, p.333

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LIÇÃO 03
Mais humildade
“Peço igualmente aos jovens: estejam su-
jeitos aos que são mais velhos. Que todos se
revistam de humildade no trato de uns com
os outros, porque Deus resiste aos soberbos,
mas dá graça aos humildes.”
I Pedro 5, 5

INTRODUÇÃO

A palavra humildade, comumente, é mal interpretada. As pessoas con-


fundem humildade com padrões estéticos ou poder aquisitivo. Segun-
do o dicionário Priberam1, humildade é a “qualidade de humilde, capaci-
dade de reconhecer os próprios erros, defeitos ou limitações, modéstia [...]
rebaixamento, demonstração de respeito [...]”.
Andrade2 define humildade como “ausência de orgulho ou soberba;
juízo que a pessoa faz de si mesma acerca de sua pequenez e deficiências”.

Tyndale3 aborda o assunto da seguinte maneira:

Fora da fé bíblica, a humildade não seria considerada necessariamente


uma virtude. Dentro do contexto da tradição judaico-cristã, no entanto,
a humildade é considerada a atitude apropriada dos seres humanos para
com seu criador. A humildade é uma consciência grata e espontânea de
que a vida é um dom, e é manifestada como um reconhecimento genero-
so, e não hipócrita, da dependência absoluta de Deus.

O sentido contrário de humildade é: altivez, arrogância, presunção,


orgulho, vaidade ou soberba. A Bíblia diz que Deus “[...] resiste aos sober-
bos, mas dá graça aos humildes” (BÍBLIA, Tiago, 4, 6). Isso significa que
Deus “luta contra” os soberbos, Ele é contra os orgulhosos, mas é bondoso
para com os humildes.

1 - Disponível em: https://dicionario.priberam.org/humildade Acesso: 18, jul. 2022. P. [1]


2 - ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 1.ª ed. Rio de Janeiro: Casa
Publicadora das Assembleias de Deus, 1998, p.90
3 - Dicionário Bíblico Tyndale. Editora Geográfica, 2015, p. 829-830.

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LEIA A BÍBLIA: I Pedro 5, 5-11

ENTENDENDO O TEXTO
Esses versículos trazem vários conselhos ao povo de Deus, por exem-
plo, além do versículo cinco citar os jovens — “Peço igualmente aos jovens:
estejam sujeitos aos que são mais velhos [...]” —, também diz: “[...] que todos
se revistam de humildade no trato de uns com os outros, porque Deus resiste
aos soberbos, mas dá graça aos humildes” (BÍBLIA, I Pedro, 5, 5, grifo nos-
so). Vários outros conselhos seguem até o versículo 11, contudo, a humildade
é a base para praticar essas recomendações.

I- JESUS, O MODELO
Não há aprendizado eficiente sem referência eficaz, ou seja, um pa-
drão a ser seguido, portanto, recorremos a Jesus, o modelo supremo de humil-
dade, e pautamos nossas vidas em seu exemplo.
Vindo ao mundo, “[...] humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até
à morte e morte de cruz” (BÍBLIA, Filipenses, 2, 8). Assim, demonstrou o
seu amor pelo homem orgulhoso e pecador, redimiu-lhe com sua humildade
e graça. A humildade é a essência de Jesus sendo demonstrada em sua humi-
lhação.
A humildade de Cristo é evidenciada em seu relacionamento com a
primeira pessoa da trindade. Conforme Murray4, Jesus sempre usava as ex-
pressões “não” e “nada” para demonstrar seu desapego do mundo e sua sub-
missão ao Pai, o Evangelho de João constata essa realidade (Jo. 5, 19.30.41;
6, 38; 7, 16.28; 8, 28.42.50; 14, 10.24).
Jesus não se importava com o que os homens diziam a seu respeito,
ele esvaziou-se de sua glória para cumprir a missão que o Pai lhe deu.
Ao observarmos como Jesus se relacionava com as pessoas, ficamos
surpresos por sua postura de servo, sendo o próprio Deus encarnado, o Senhor
do Universo e o Todo-Poderoso, ele poderia fazer o que desejasse com os
homens e o mundo, porém agiu humildemente, pois “[...] o Filho do homem,
não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por
muitos” (BÍBLIA, Mateus, 20, 28).
Jesus se relacionava humildemente com Deus Pai e com os homens,
4 - MURRAY, Andrew. Humildade: A beleza da santidade. 1.ª ed. Alfenas, Minas Gerais.
Comunhão do Corpo de Cristo. Edições, 2001.

15
amando-os e servindo-os.
De acordo com Grün5, “O orgulhoso despreza os outros, o humilde os
respeita, valoriza-os mais do que a si mesmo. [...] O reverente reconhecimen-
to do mistério que cada um tem em si, é uma condição básica do verdadeiro
amor”.
Foi assim que o nosso maior exemplo viveu. O homem mais humilde
da Terra nos encorajou a seguir os seus passos para glorificarmos a Deus em
nossas vidas.

II- APRENDEI DE MIM


A humildade era a prática de Jesus e tema de seus ensinamentos, foi o
cerne do convite feito a humanidade pecadora, “[...] aprendei de mim, porque
sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para vossa alma” (BÍ-
BLIA, Mateus, 11,29).
O nosso Mestre nos ensina a ser humildes, basta praticarmos as suas
lições.
No sermão do monte, Jesus fala sobre a verdadeira felicidade e essên-
cia do seu reino: “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é
o reino dos céus [...] Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra”
(BÍBLIA, Mateus, 5,3-5).
O reino dos céus e suas bençãos são para os humildes. Há várias pas-
sagens bíblicas que relatam o ensino de Jesus a respeito da humildade (Mt.
11, 29; 18, 4; 20, 20-28; 23, 11; Lc. 9, 46-48; 14, 7-11; 18, 14; 22, 26-27).

CONCLUSÃO

A verdadeira humildade emana do exemplo e ensino de Cristo, so-


mos desafiados a praticá-la diariamente. Que ele cresça e nós diminu-
amos! Dessa forma o orgulho não dominará, tampouco haverá disputa
pelo poder, os interesses egoístas não encontrarão espaço em nossas vidas,
seremos dependentes do Pai e teremos disposição para servir.
A medida da humildade não são os bens materiais. Muitas pessoas
moram em palácios e são humildes, outras moram em uma pequena casa
e são soberbas. Humildade é uma atitude de quem reconhece sua depen-
dência de Deus. O modelo já foi posto: Jesus Cristo. Devemos segui-lo.
Que Deus nos conceda mais humildade!
5 - GRÜN, Anselm. Humildade e experiência de Deus. Petrópolis: Vozes, 2014, p. 32.

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LIÇÃO 04
Mais fidelidade
“Jesus disse: ‘Quem é fiel no pouco também
é fiel no muito; e quem é injusto no pouco
também é injusto no muito’”
Lucas 16, 10

INTRODUÇÃO

A primeira tarefa é definir o termo “fidelidade”. Esse substantivo indica


a atitude de uma pessoa fiel, comprometida com aquilo que assume.
A palavra em análise também remete à lealdade, confiança, honestidade e
veracidade. Entendemos que o cristão deve ser fiel em relação a Deus e à
família, além do Evangelho e do seu próximo.
“Ser infiel é ser indigno de confiança ou de crença. No Antigo Testa-
mento, um sinônimo de fidelidade é verdade. Sendo Deus consistentemente
verdadeiro, Ele é o objetivo lógico da confiança humana (Sl. 71, 22; Is. 61,
8)”1.

LEITURA COMPARTILHADA: Tito 2, 10; Apocalipse 2, 10.

ENTENDENDO O TEXTO
No Novo Testamento temos o vocábulo “pistis”, que significa fé, fi-
delidade e lealdade. Na carta que Paulo escreveu a Tito, a palavra “pistin”
foi traduzida como lealdade: “[...] não defraudando, antes mostrando toda a
boa lealdade, para que em tudo sejam ornamento da doutrina de Deus, nosso
Salvador” (BÍBLIA, Tito, 2, 10).
A Bíblia Sagrada também usa o vocábulo fidelidade em relação a
Deus: “Pois quê? Se alguns foram infiéis, porventura a sua infidelidade anu-
lará a fidelidade de Deus?” (BÍBLIA, Romanos, 3, 3).
Temos; portanto, que a fidelidade é um dos atributos comunicáveis de
Deus. Chamamos comunicáveis os atributos que, em certa medida, Deus con-
fere ao homem, pois o homem não tem a fidelidade conforme Deus possui.
1 - Dicionário Bíblico Tyndale. Editora geográfica, 2015, p.679.

17
Esses atributos foram comunicados ao homem em sua criação, motivo pelo
qual a Bíblia o caracteriza como a imagem e semelhança de Deus!
A fidelidade, falo sobre a fidelidade conforme Deus possui, se relacio-
na intimamente com outro atributo divino, a imutabilidade. O Senhor Deus
não muda. Uma expressão muito utilizada para falar sobre Deus no Antigo
Testamento é “Rocha”, essa metáfora demonstra o seu caráter inabalável. O
escritor aos hebreus observa esse mesmo atributo em Cristo, pois este é Deus:
“Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre” (BÍBLIA, He-
breus, 13, 8).

I- ABRANGÊNCIA DA FIDELIDADE
O cristão deve ser fiel a Cristo. A fidelidade é uma característica dos
santos, das pessoas salvas e separadas para servirem a Deus (Ef. 1, 1; Cl. 1,2).
A fidelidade é demonstrada no serviço, conforme Jesus ensinou atra-
vés da parábola do servo fiel; e do servo mau (Mt. 24, 45-51).
Contudo, o serviço pode ser realizado de várias maneiras: na fiel pre-
gação do Evangelho (II Co. 2, 17); ao ajudar os irmãos (III Jo. 1, 5) e ao cor-
rigir o próximo (Pv. 27, 6).
A parábola do administrador infiel (Lc. 16) é uma ilustração importan-
te para entendermos o conceito bíblico de fidelidade:

Esse administrador da parábola é como o filho pródigo (gastador), esbanja


os bens de seu Senhor, da mesma forma que muitas pessoas fazem hoje.
Tudo que possuímos veio do Senhor e deve ser usado para o bem dos outros
e a glória de Deus. Um dia, teremos de prestar contas do que fizemos com o
que o Senhor compartilhou conosco, pois não somos proprietá­rios de nada,
apenas administramos as posses dele. 2

Jesus disse: “Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem


é injusto no pouco também é injusto no muito” (BÍBLIA, Lucas, 16, 10). A
fidelidade ou infidelidade do ser humano sobre responsabilidades menores é
um indicador de seu caráter e demonstrará se pode ser confiável se colocado
sobre incumbências maiores.
O salmista Davi afirma que os ímpios não possuem fidelidade: “[...]
porque na boca dos meus adversários não há sinceridade; o íntimo deles está
cheio de crimes; a garganta deles é sepulcro aberto, e com a língua lison-
jeiam” (BÍBLIA, Salmos, 5, 9, NAA).
2 - Comentário Bíblico Wiersbe do Novo Testamento. Editora geográfica, 2008.

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Porém, o cristão é chamado a permanecer fiel a Cristo e aos propósitos


de Deus em sua vida. Perseguições; tribulações; afronta contra o Evangelho;
ideologias que procuram legalizar o pecado; imoralidade; pregações corrom-
pidas e o relativismo são ataques diários que visam nos tornar infiéis. O pe-
cado nos assedia, mas é possível permanecermos fiéis a Cristo e vencermos
(Hb. 12,1-2).
Observe algumas bençãos de Deus devido à fidelidade:

• Os olhos do Senhor estão sobre os fiéis (Sl. 101, 6).


• O homem fiel será cumulado de bençãos (Pv. 28, 20).
• Será achado bem-aventurado (Mt. 24, 45-46).
• Participará da alegria do seu Senhor (Mt. 25, 21).

CONCLUSÃO
Há grande contradição quando falamos sobre a existência de cris-
tãos infiéis. Na carta que Jesus ordenou que fosse escrita e enviada à igreja
de Esmirna, alertou sobre a dificuldade que ela passaria e a confortou com
as seguintes palavras: “[...] Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida”
(BÍBLIA, Apocalipse, 2, 10). A ideia central desse texto é que os cristãos
deveriam manter a fidelidade a Cristo, mesmo sob ameaça de morte.
Ao ser fiel a Deus, não significa que o cristão estará imune às di-
ficuldades. Os discípulos no barco, durante a tempestade, retratam bem
essa situação! Observe, porém, que Jesus estava com eles. Há um “cori-
nho” cuja letra diz: “com Cristo no barco tudo vai muito bem, vai muito
bem e passa o temporal”. Nos momentos de tribulações devemos manter
nossa fidelidade para com o Senhor Deus. O que isso produzirá? Confor-
me Paulo escreveu aos romanos, produzirá perseverança (Rm. 5, 3).

ANOTAÇÕES

19
LIÇÃO 05
Mais ousadia
“Então eles, vendo a ousadia de Pedro e
João, e informados de que eram homens sem
letras e indoutos, maravilharam-se e reconhe-
ceram que eles haviam estado com Jesus”
Atos 4, 13

INTRODUÇÃO

O usadia é um termo que caracteriza uma pessoa corajosa, também sig-


nifica: valentia, inovação e criatividade. É ter o olhar voltado à trans-
formação com foco no futuro.
Jesus afirmou que seu reino não é deste mundo (Jo. 18, 36), ele nos
deixou um recado claro, existem dois reinos em conflito, uma guerra sem
tréguas, travada no mundo espiritual. O cristão é transformado para uma
cultura nova, contrária à existente. Diante dessa realidade, nossa atitude
deve ser de extrema ousadia no falar, devemos nos posicionar como verda-
deiros servos e representantes de Deus.

LEITURA COMPARTILHADA: Atos 4, 1-13

ENTENDENDO O TEXTO
Ao examinarmos o livro de Atos vemos que a ousadia era a marca de
todos os apóstolos. O livro de Atos, em sua íntegra, apresenta a ousadia como
uma das marcas imprescindíveis do ministério, nos dada através do reves-
timento do poder do alto, pois andamos com Jesus e recebemos a unção do
Espírito Santo.

Os governantes dos judeus espantam-se com o fato de Pedro e João mos-


trarem tanta ousadia (13). A palavra grega é parresia, que no grego clássico
significava “liberdade de falar abertamente e sinceramente”. Nesta passa-
gem, assim como em 2 Coríntios 3.12, como também em muitas passagens
do Novo Testamento, ela significa “confiança”, “ousadia” ou “coragem”.
Esta pode ser a ênfase principal aqui. No entanto, o significado clássico tra-
dicional é favorecido pela afirmação de que eles eram homens sem letras e

20
Mais de Deus!
Editora Publicações Avivamento

indoutos. O primeiro adjetivo, agrammatos (somente aqui no NT) significa


literalmente “iletrados”. A. T. Robertson pensa que isto significa que eles
eram “sem treinamento técnico nas escolas rabínicas profissionais”. Esta é a
opinião da maioria dos comentaristas. Embora o uso principal desta palavra
nos papiros contemporâneos seja para designar pessoas iletradas, que não
sabiam ler nem escrever, a afirmação de que os governantes foram infor-
mados (perceberam) de que os apóstolos eram “agrammatoi” indica que o
termo significa “sem treinamento escolástico ou rabínico”. F. F. Bruce diz:
“O sentido ‘iletrado’... pode não ter sido a intenção aqui”.1

I- ESPÍRITO DE OUSADIA
Paulo escreveu a Timóteo as seguintes palavras: “Porquanto, DEUS
não nos deu o espírito de temor, mas de poder, de amor e equilíbrio” (Bí-
BLIA, II Timóteo, 1, 7) e Lucas registrou a afirmação de Jesus: “Eis que vos
dou poder para pisar serpentes e escorpiões, e toda força do inimigo e nada
vos fará dano algum” (BÍBLIA, Lucas, 10, 19) portanto, quando um crente
acorda para a realidade de quem ele é espiritualmente, não há obstáculos que
impeçam a concretização do projeto de Deus na vida dele.
Na esfera espiritual, a ousadia do cristão é consequente da ação do
Espírito Santo no homem interior, assim Deus coopera com seu povo e con-
firma a pregação através de sinais. O comentário bíblico pentecostal do Novo
Testamento argumenta:
Pois quando Deus nos deu o seu Espírito, não recebemos timidez ou temor,
mas fortaleza, amor e moderação. Diante de Deus que vence a covardia,
contribui para o pensamento claro (especialmente diante dos falsos mes-
tres), nos fornece poder e nos enche de amor.2

II- VIVA EM OUSADIA


Biblicamente, a ousadia é representada em várias situações, todas re-
lacionadas a atos corajosos. Vejamos alguns princípios bíblicos para viver em
ousadia.
1. Efésios 3, 12: “[...] pelo qual temos ousadia e acesso com confian-
ça, mediante a fé nele”. É preciso ter ousadia para se aproximar de Deus,
mediante Cristo Jesus. Esse tipo de atitude é a mesma referida em Hebreus
4, 16. O cristão é encorajado a chegar com confiança ao trono da graça, pelo
1 - Comentário Bíblico BEACON. CPAD, 4ª ed. impressão 2012.
2 - ARRINGTON, French L. & STRONSTAD Roger. CPAD, 2017, p.684.

21
sangue de Jesus.
2. I João 4, 17-18 diz que a ousadia é aperfeiçoada no amor.
3. Um dos antônimos de ousadia é covardia, sobre isso também a Bí-
blia nos alerta, pois os covardes não herdarão o reino de Deus (Ap. 21, 8).

CONCLUSÃO

Ninguém pode se aproximar da presença de Deus com descuido. Os


sacerdotes no Antigo Testamento tinham autorização para entrar na área
do tabernáculo chamada “lugar santo”, contudo, antes de acessarem esse
local, precisavam se preparar (Hb. 9, 1-3).
O sacerdócio universal do Novo Testamento também exige preparo
para entrar na presença de Deus. Não podemos ter atitudes imprudentes e
falta de temor.
Em Hebreus 10, 19 -25 encontramos uma lista que esclarece a con-
dição para nos aproximarmos d’Ele, a saber:
• Coração sincero, livre de fingimentos.
• Plena certeza de fé, sem dúvidas ou questionamentos sobre os feitos
de Cristo. Ao se aproximar de Deus, é necessário crer em sua exis-
tência (Hb 11, 6).
• Coração purificado, livre da culpa, todavia através do sangue de Je-
sus, não mais pelo sangue de animais.
• Firmeza na confissão da esperança, sem vacilar. Corremos o risco de
se afastar da fé. Reter firme significa não desviar, continuar crendo
em Cristo, nosso salvador.
• Animar uns aos outros no amor e prática das boas obras. Muitas
pessoas estão desanimadas, o cristão ousado aproxima-se de Deus e
anima o próximo através do amor de Cristo. Esse amor resultará na
prática das boas obras.
• Congregar, não desistir de estar juntos. A Igreja é, principalmente,
um conjunto, “Nós somos a igreja”. Na reunião dos santos a igreja
de Cristo é edificada.
• Admoestar. Quem não congrega deve ser admoestado, ou seja, ani-
mado por aqueles que congregam. A igreja deve se preocupar, de
maneira amorosa, com os desigrejados, desviados, frios e fracos na
fé, ajudá-los e alertá-los que o dia da gloriosa volta de Cristo se apro-
xima (Hb 10, 25).

22
Mais de Deus!
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LIÇÃO 06
Mais poder
“[...] bebam do Espírito de Deus,
à vontade”
Efésios 5, 18

INTRODUÇÃO
Para iniciar esta lição vamos analisar uma definição do dicionário
Bíblico Wyclyffe1 para a palavra “poder”:

Nash2 afirma que:

Poder é a força ou a capacidade de se produzir os resultados intencio-


nados. O poder assume muitas formas. Falamos, por exemplo, do poder
militar, do poder econômico e do poder político (ou seja, a capacidade de
controlar outras pessoas). Poder e autoridade (q.v.) não são termos sinô-
nimos. O Novo Testamento reconhece isso ao distinguir entre dunamis
(força física ou espiritual, a capacidade geral de fazer alguma coisa – 2
Co 8.3; Ef 3.16) e exousia (poder legal, autoridade derivada ou conferida,
o direito ou autorização para fazer alguma coisa – Mt 21.23–27). A auto-
ridade é o poder legal ou autorizado.

LEITURA COMPARTILHADA: Efésios 5, 15-20

ENTENDENDO O TEXTO

A embriaguez com vinho não os leva a nada de positivo, mas sim à depra-
vação; não os colocará de posse dos prazeres concretos e duráveis, nem do

1 - PFEIFFER, Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. 2.ª ed. Casa Publicadora das As-
sembleias de Deus, 2007, p.1572
2 - Nash, Ronald H. “Poder”, trans. Elizabeth Gomes, Dicionário de Ética Cristã. São
Paulo: Editora Cultura Cristã, 2007, p. 454.

23
conhecimento aproveitável e nem da alegria perfeita. De nada lhes valerá,
ao contrário os prejudicará. Deixa um péssimo e amargo sabor e produz
calamidades intermináveis (cf. Pv. 23.29–32). Por outro lado, sendo cheios
do Espírito, vocês serão enriquecidos com os preciosos tesouros das eternas
alegrias, profundo discernimento e satisfação interior. Esse estado de espíri-
to aguçará suas faculdades para a percepção da vontade divina.3

Observe o contexto imediato, versículos 17 e 18: “Por isso, não sejam


tolos, mas entendam qual a vontade do Senhor” (BÍBLIA, Efésios, 5, 17).
Portanto, “[...] não se embriaguem com vinho [...], mas encham-se do Espírito
[...]” (BÍBLIA, Efésios, 5, 18).
Sendo assim cheios com o Espírito, os crentes esclarecidos e alegres,
darão jubilosa expressão ao seu vivificante conhecimento da vontade de Deus
e revelarão suas descobertas e seus sentimentos de gratidão.
Por isso, nesta lição vamos apresentar o tema “mais poder” e aprender
o significado de uma vida cheia do Espírito Santo.
A carta que Paulo escreveu aos efésios apresenta a Igreja, o Corpo
de Cristo, nessa epístola aprendemos sobre a relação entre o Espírito Santo
e os membros desse corpo. O relacionamento com o Espírito Santo é cru-
cial para a vida da Igreja e, consequentemente, para cada um de seus mem-
bros.
Vejamos as referências na Carta aos Efésios sobre esta extraordinária
pessoa, o Espírito Santo, e o quanto d’Ele está disponível para todos desejo-
sos de receber mais de Deus.

1- O Espírito Santo é o selo de Deus posto no cristão, pois este é


propriedade exclusiva do Senhor (Ef. 1,13-14).

2 - É o edificador da casa espiritual para morada de Deus, essa habi-


tação é cada indivíduo que pertence ao Corpo de Cristo (Ef. 2, 22).

3 - É o agente que opera o fortalecimento do homem interior, isto é,


o espírito de cada pessoa salva (Ef. 3,14-21).

4- É o que capacita os salvos para travarem a batalha espiritual nos


lugares celestiais (Ef. 6,10-16).
3 - Hendriksen, William. Efésios e Filipenses: ed. Cláudio Antônio Batista Marra, trans.
Valter Graciano Martins, 3.ª edição., Comentário do Novo Testamento. São Paulo, SP:
Editora Cultura Cristã, 1992, p. 286.

24
Mais de Deus!
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5- O Espírito Santo toma em Sua mão cada membro do Corpo de


Cristo e o leva a presença do Pai (Ef. 2,18).

6- Ele é o Mestre que capacita o crente a conhecer as coisas espiri-


tuais, concede sabedoria e revelação e mantém abertos os olhos do
entendimento sobre os mistérios de Cristo (Ef. 1,17).

Como o Espírito Santo é uma Pessoa extraordinária! Como é vasto o


seu ministério e sua atuação.
O Espírito Santo se relaciona profundamente com os cristãos, sua
obra é uma bênção aos sedentos e ávidos por mais de Deus!

I- ENCHEI-VOS
Essa relação é vista no imperativo do apóstolo, a saber: “E não vos
embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito
[...]” (BÍBLIA, Efésios, 5, 18).
O cristão deve se encher com o Espírito Santo. O verbo “encher” re-
mete a ideia de ocupar o espaço totalmente, até a plenitude, significa tomar
conta; preencher; fazer ficar cheio. Trata-se de um desejo divino e uma neces-
sidade humana.
O cristão deve ter consciência dessa necessidade pessoal, pois ela sur-
ge da verificação de sua premente carência existencial. Ser cheio do Espírito
Santo resulta de um desejo fervoroso e uma busca incessante, portanto o cris-
tão precisa clamar a Deus para ter essa experiência, deve sentir-se como “[...]
a corça que suspira pelas correntes das águas [...]” (BÍBLIA, Salmos, 42, 1).
É um desejo que não tem como narrar, é coisa do coração, um suspirar
do espírito dentro do crente, essa necessidade de ser preenchido por Aquele
que habita no Corpo de Cristo deve ser considerada urgente, um caso de vida
ou morte!
A Bíblia revela que o Espírito de Deus fortalece o cristão mediante
as riquezas de Cristo no homem interior. Ser cheio do Espírito Santo deve
ser uma aspiração para todo momento, para cada demanda da vida e em todo
tempo.
São inumeráveis as bênçãos de ser cheio do Espírito Santo, dentre elas
a doce comunhão que envolve intimidade, amizade, a alegria proporcionada
pela confraternização e o direcionamento de Deus.
O enchimento é uma ferramenta para construir o caráter de Cristo na

25
vida, e uma porta para o exercício dos dons espirituais. Cada pessoa que an-
seia por essa experiência recebe, da parte de Deus, conhecimento espiritual,
sabedoria e revelação. As poucas palavras desta lição, nem de longe, podem
descrever tudo sobre o privilégio de ter a vida cheia do Espírito Santo, no
entanto as que foram escritas servem para desafiar a igreja na edificação do
Corpo de Cristo sob o poder do Espírito Santo.

CONCLUSÃO

Querer mais de Deus é o mesmo que desejar mais do Seu Espírito, é


depender d’Ele, aprender a ouvir Sua doce voz, esse é o caminho para ter
mais do Pai e mais do Filho, no poder do Espírito Santo!
O poder para o cristão não é poder político, militar ou econômico.
Devemos buscar e viver o poder do Espírito Santo em nossa vida.

“E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-


-vos do Espírito [...]” (BÍBLIA, Efésios, 5, 18).

ANOTAÇÕES

26
Mais de Deus!
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LIÇÃO 07
Mais prosperidade
“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos
espirituais nas regiões celestes em Cristo [...]”
Efésios 1, 3

INTRODUÇÃO

O substantivo “prosperidade” remete a qualidade da pessoa que é prós-


pera, ditosa, feliz, bem-sucedida, venturosa e afortunada, ou seja, vive
uma vida abundante!
A verdadeira prosperidade são as bençãos espirituais, a satisfação do
ser humano deveria ser o seu relacionamento com Deus através de Jesus
Cristo. Somente n’Ele temos a vida eterna, essa é a maior benção que o
homem pode receber.
Na lição de hoje estudaremos o princípio bíblico da prosperidade.

LEITURA COMPARTILHADA: Efésios 1, 1-4

ENTENDENDO O TEXTO
“O crente é apresentado como o recipiente de toda sorte de bênção
espiritual. Portanto, ele não necessita buscar bênçãos adicionais de Deus.
Deve, pelo contrário, apropriar-se das que já foram fornecidas”1.
“Assim, os crentes encontram-se na esfera de governo daquele que
é Senhor sobre todos os céus. Da mesma forma, essa ação de Deus de fato
contém ‘toda sorte de bênçãos espirituais’. A comunhão com Cristo equipa a
igreja com todas as coisas de que precisa”2.

I- ASPECTOS DA PROSPERIDADE BÍBLICA


Um dos aspectos da prosperidade é a preservação do povo, as seguin-
1 - MOODY, Comentário Bíblico, Vol. 2. Editora batista regular, 2019
2 - Hahn, Eberhard. Comentário Esperança, Carta aos Efésios. Curitiba: Editora Evan-
gélica Esperança, 2006, p. 23.

27
tes palavras de Deus, proferidas por Jeremias, dizem respeito ao cativeiro
babilônico, a manutenção dos judeus naquela terra e o seu repatriamento:

Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês, diz o Senhor,
planos de fazê-los prosperar e não de causar danos, plano de dar a vocês
esperança e um futuro. Então vocês clamarão a mim, e virão orar a mim e
eu os ouvirei. Vocês me procurarão e me acharão, quando me procurarem de
todo coração (BÍBLIA, Jeremias, 29, 11-13).

Conforme Strong (2002)3 , a palavra hebraica traduzida como prospe-


ridade no texto acima é “shalowm”, ela envolve, também, o conceito de paz
e remete à saúde; bem-estar; sossego; contentamento etc., portanto bem-estar
físico, mas principalmente espiritual.
Para explorar um pouco mais esse assunto vamos analisar a vida de
José, ele está entre os personagens bíblicos que foram bem-sucedidos por
obedecerem a Deus. A respeito dele, a Bíblia declara:

O Senhor Deus estava com José, que veio a ser homem próspero e estava na
casa de seu dono egípcio. Potifar viu que o Senhor estava com José e que
tudo o que ele fazia o Senhor prosperava em suas mãos [...] O carcereiro não
se preocupava com nada do que tinha sido entregue às mãos de José, porque
o Senhor estava com ele, e tudo que ele fazia o Senhor prosperava (BÍBLIA,
Gênesis, 39, 2-3.23, grifo nosso).

Diferentemente do registro de Jeremias, o vocábulo hebraico para se


referir à prosperidade de José é “tsaleach” e significa avançar; progredir; ob-
ter sucesso, ser proveitoso; conduzir a um bom resultado; fazer prosperar etc.,
trata-se das conquistas externas, além da condição da alma.
Quando o homem busca ao Senhor de todo coração, temor e reverên-
cia, Deus o faz prosperar, essa afirmação corrobora com o salmo de Davi,
conforme segue:

Bem-aventurado é o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios,


nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escar-
necedores. Antes tem o seu prazer na lei do Senhor e na sua lei medita de dia
e de noite. Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual
dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer
prosperará (BÍBLIA, Salmos, 1, 1-3).

3 - STRONG, James. Dicionário Bíblico. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2002.

28
Mais de Deus!
Editora Publicações Avivamento

A prosperidade espiritual não deve tornar a pessoa orgulhosa, isso se-


ria uma contradição, tampouco as conquistas materiais fomentarem a ganân-
cia, o egoísmo e a avareza, pois o nosso maior tesouro é a vida eterna. Preci-
samos priorizar o nosso relacionamento com Deus, conforme Jesus ensinou:
“[...] buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos
serão acrescentadas” (BÍBLIA, Mateus, 6, 33).

II- DISTORÇÕES: O PERIGO DA TEOLOGIA DA


PROSPERIDADE
“A teologia da prosperidade é ensinada a partir de uma fundamenta-
ção bíblica com uma hermenêutica, quando não distorcida, totalmente capi-
talista, uma interpretação a serviço do desejo egoísta daqueles que procuram
Deus como um meio para o fim de enriquecimento financeiro”.4
Observe que há uma grave distorção sobre o conceito de prosperida-
de, algumas pessoas pensam ser necessário o voto de pobreza para agradar a
Deus, outras acreditam que o sucesso material reflete a prosperidade espiritu-
al, todas estão equivocadas, pois a vida cristã exige equilíbrio.
A prosperidade material nos permite usufruir muitas coisas na vida,
porém o nosso propósito principal neste mundo é levar o Evangelho aos con-
fins da terra, somente com o amor de Cristo derramado em nossos corações e
pelo Espírito Santo poderemos cumprir essa tarefa.

Os teólogos da prosperidade dizem que a “vida em abundância” que Jesus


afirmou que veio trazer é uma vida de riqueza material e saúde plena. Será?
O que pensariam disso os mártires que, ao contrário da riqueza, ganharam
como “prêmio” pela sua fidelidade o sacrifício da própria vida pelo Evange-
lho? O que pensaria disso aquele missionário que abandonou tudo para viver
entre uma tribo selvagem da África, pegou malária e nunca ficou rico, mas
por outro lado pregou o Evangelho para aqueles que nunca tinham ouvido
falar em Jesus? O que pensaria disso aquela viúva pobre que deu as duas úl-
timas moedas e, pelo menos pelo relato bíblico, não consta que tenha ficado
rica? O que pensaria disso aquela senhora pobre da igreja que tem sempre
a casa aberta para receber pessoas em necessidade e sempre tem uma pala-
vra de consolo? O que pensaria o apóstolo Paulo, que passou por inúmeras
situações desfavoráveis, inclusive fome (Fp. 4.12). Será que essas pessoas
seriam consideradas como as que desfrutaram da “vida abundante” prometi-
da por Jesus e reivindicada pelos teólogos da prosperidade? Por outro lado,
4 - Teologia da IEAB e questões contemporâneas, vol. 1. Editora Publicações Avivamen-
to, 2018, p.48.

29
será que eles consideram os ricos e poderosos do nosso mundo, incluindo aí
criminosos e vários políticos desonestos, como pessoas de “vida abundan-
te?”5

Lembre-se: o problema não é ter recursos financeiros ou adquirir


bens com esforço e trabalho. O problema é deixar que as riquezas governem
seu coração (Mt. 6, 21).

CONCLUSÃO

Encerramos esta lição com a seguinte declaração de fé, extraída do


livro “Teologia da IEAB e questões contemporâneas”6 :

Cremos na prosperidade bíblica, entendendo que todas as riquezas não


são o fim ou objetivo principal na vida do cristão, antes almejamos os
tesouros do céu, e que Deus tem nos dados não para acumular, mas para
compartilhar, conforme: Mt. 6: 19-21; Tg. 1: 27; 1 Tm. 6:17-18.
O evangelho traz libertação e prosperidade ao ser humano na vida abun-
dante proposta por Cristo. João 10,10. Entendemos que os dízimos e
ofertas são princípios bíblicos para manter a obra de Deus, e que o cris-
tão o faz por fidelidade, amor, gratidão e generosidade, conforme Ml. 3;
2 Co. 9; Mc. 12: 41-44.

ANOTAÇÕES

5 - Teologia da IEAB e questões contemporâneas, vol. 1. Editora publicações avivamen-


to, 2018, p.52.
6 - Teologia da IEAB e questões contemporâneas, vol. 1. editora publicações avivamen-
to, 2018, p.76.

30
Mais de Deus!
Editora Publicações Avivamento

LIÇÃO 08
Mais paciência
“[..] Como posso ter paciência, se não
tenho futuro?.”
Jó 6, 11

INTRODUÇÃO

O presente século, sem dúvida, é o século do imediatismo. Queremos


tudo para ontem! As facilidades tecnológicas e a rapidez proporcio-
nada por elas nos deixam avessos a morosidade do tempo, não queremos
esperar por nada. Isso nos leva a esquecer do kairós (καιρὸς) de Deus e
focamos apenas no nosso próprio momento, tornamo-nos impacientes e
intolerantes. Um dos grandes desafios neste tempo, é exercitar a paciência.
O termo paciência (gr., hupomone), especialmente, nas cartas de Paulo, de
Pedro e em Hebreus, indica a característica do homem que não é dissuadido
de seus propósitos e lealdade em relação à fé, à esperança e ao amor, mes-
mo sob intensos sofrimentos e provações. Em Romanos 15.4,5, Paulo fala
da paciência em relação à fé no ensino e na consolação das Escrituras, em
relação à esperança e em relação ao amor fraterno vindo de Deus e segundo
Jesus Cristo. Fomos salvos na esperança daquilo que não vemos, e a espera
na fé demanda paciência (Rm. 8.24,25). Durante o tempo da espera, certa-
mente, nossa fé será tentada e provada, mas não sem ajuda e fortalecimento
do Senhor, para que a paciência nos conduza ao amadurecimento do amor
(2 Co. 1.6; 6.4ss.). O autor de Hebreus liga o termo paciência à esperan-
ça de Abraão, o qual, sendo chamado, obedeceu porque creu na promessa
do Senhor (Hb. 6.14,15; 11.8). Tiago fala sobre a necessidade de paciência
para aguardar a vinda do Senhor, atribuindo à paciência as características de
fortaleza de coração e de controle emocional no trato social (é interessante
considerar que o termo “queixa” usado pelo escritor se refere à manifestação
de sentimentos de desprazer, ressentimento ou mágoa, de ofensa, assim como
a lamentações e a reclamações contra os irmãos) e de perseverança, neces-
sários para a manutenção da fé no meio dos sofrimentos do presente (Tg.
5.7–10). Pedro, por sua vez, relaciona o termo paciência à prática gloriosa de
se pagar o mal com o bem, pois isso é grato diante de Deus.1

1 - Harrison, Everett F. Dicionário de Ética Cristã. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2007,
p. 429–430.

31
LEITURA COMPARTILHADA: Jó 6, 1-13

ENTENDENDO O TEXTO
A paciência é uma dádiva, uma virtude do ser humano, ela ajuda a
manter o controle emocional ante as adversidades. Ser paciente é uma qua-
lidade de quem crê no futuro, Jó entendeu que esse adjetivo está atrelado à
perspectiva do amanhã, ao dizer: “[...] como posso ter paciência, se não tenho
futuro?” (BÍBLIA, Jó, 6, 11).
O comentário bíblico Beacon2 traz o seguinte argumento sobre esse
capítulo:

Os pronunciamentos de Elifaz (amigo de Jó) relativos ao relacionamento


entre o pecado e o sofrimento introduziu um tema que levaria Jó a duvidar
da justiça de Deus; pois Jó sabia que seus próprios sofrimentos extraordi-
nários não podiam ser levados em conta de pecados extraordinários. Nesta
primeira réplica, contudo, o patriarca não se ocupa de discussões teológi-
cas sobre a justiça de Deus, mas expressa novamente seu tumulto interior,
consequência de seus sentimentos de alienação do Deus que o afligia. Essa
foi a tendência oculta da lamentação original de Jó, e os esforços de Elifaz
somente agravaram-na. A presente preleção é uma continuação da lamen-
tação com certos aspectos novos. Começando pela defensiva, Jó justifica
sua explosão original (6:1-13). Então, tomando a ofensiva, ele reprova seus
amigos por sua atitude impiedosa (6:14-30). Finalmente, afastando-se dos
seus amigos e dirigindo-se a Deus, ele renova o seu lamento (7:1-21).

A paciência demonstra a certeza que o servo de Deus tem de “[...] ver


a bondade do Senhor na terra.” (BÍBLIA, Salmos, 27, 13). Nos dois testa-
mentos da Bíblia, o Antigo e o Novo, a palavra paciência aparece em diversas
passagens em conexão às várias situações da vida.
As expectativas em relação ao futuro devem ser embasadas nas pro-
messas feitas por Jesus, pois ele as cumprirá. Assim, a verdadeira paciência
não é uma qualidade humana.

I- O ENSINO DO APÓSTOLO PAULO SOBRE


A PACIÊNCIA
Ao escrever aos irmãos da Galácia, o apóstolo Paulo incluiu a paci-
2 - Comentário Bíblico BEACON. CPAD, 4ª impressão 2012.

32
Mais de Deus!
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ência ou longanimidade na lista que apresenta o fruto do Espírito Santo, por-


tanto, como pessoas regeneradas, essa qualidade precisava ser desenvolvida
neles, ela é um atributo do próprio Cristo. A paciência é inerente ao cristão e
se opõe ao comportamento carnal (Gl. 5, 22), ela é destacada no ensino pau-
lino.
Na carta enviada aos romanos, Paulo, o apóstolo aos gentios, escreve
sobre a expectativa de toda a criação com respeito a glória futura, como esse
acontecimento é certo, o cristão deve aguardar pacientemente por esse dia
(Rm. 8, 20-23). Na epístola aos colossenses, ele coloca em relevo o novo
homem, diz que a nova criatura precisa possuir algumas virtudes, tais como,
misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência.
Em uma das orientações de Paulo a Timóteo, além de instruir o jovem
pastor a exortar, pregar a palavra, estar preparado, repreender e corrigir as
pessoas sob sua liderança, deveria agir com paciência e doutrina.

II- PACIÊNCIA, UMA VIRTUDE PRIMORDIAL


PARA OS CRISTÃOS
Outros apóstolos, por exemplo, Tiago e Pedro, também ensinaram so-
bre a paciência, essa virtude é primordial para o cristão ao enfrentar os sofri-
mentos até a volta de Cristo. Tiago orienta os seus leitores a serem pacientes
como o agricultor que aguarda que a terra produza a sua preciosa colheita,
ele exemplifica o seu ensino através das provas que Jó suportou e o fim que o
Senhor lhe deu, pois Deus é cheio de compaixão e misericórdia (Tg. 5, 7-11).
Também, a paz é um dos sinais de que somos pacientes. Atualmente,
muitos cristãos se fatigam ao ponto de perderem a tranquilidade. A paciência
permite o exercício do autocontrole, portanto uma pessoa é paciente ao agir
com serenidade e paz de espírito. Essa paz não vem de nós, ela nos é dada por
Jesus, pois ele disse: “Deixo a paz a vocês; a minha paz dou a vocês. Não a
dou como o mundo a dá [...]” (BÍBLIA, João, 14, 27).

De acordo com Champlin (2002)3

Essa paz é um presente celestial, e na realidade é um contacto de Deus com


a alma, por meio do Espírito Santo. Porque assim como o Espírito Santo nos
ensina a respeito de Cristo, por semelhante modo ele nos outorga a calma
certeza da tranquilidade de alma, até mesmo no vórtice das tempestades
mais violentas.
3 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia. Hagnos, 2002, p. 535

33
Desta forma, um cristão consistente e consciente de sua relação com
Cristo, traduz em paz os desafios enfrentados no seu trabalho, sempre firme
na certeza de que Deus está no controle de tudo.
A serenidade, virtude mencionada anteriormente, é definida pelo di-
cionário da língua portuguesa como a capacidade de uma pessoa enfrentar
com tranquilidade e calma as situações do seu dia a dia.
Uma das ocorrências bíblicas emblemáticas é a prisão de Jesus, a ma-
neira como Jesus se entregou aos seus algozes contrasta com a postura hostil
de um de seus apóstolos. A serenidade de Cristo é exemplo de como um cris-
tão precisa agir diante de circunstâncias complexas, Jesus repreendeu o seu
discípulo e socorreu o servo do sumo sacerdote (Lc. 22, 50-51).

CONCLUSÃO

A paciência gera perseverança em relação ao trabalho para o Senhor


e nos nossos relacionamentos. O cristianismo passa por grandes desafios,
as projeções são catastróficas, o ataque à fé está cada vez mais articulado.
Precisamos erigir nossas defesas, manter o foco em Jesus para não desa-
nimarmos da obra que realizamos e das pessoas com quem nos relacio-
namos, elas são importantes para Deus. A perseverança, consequência da
paciência em nós, firma as nossas mãos para atingirmos o alvo.

Deus não é injusto; ele não se esquecerá do trabalho de vocês e do amor


que demonstraram por ele, pois ajudaram os santos e continuam a ajudá-
-los. Queremos que cada um de vocês mostre essa mesma prontidão até
o fim, para que tenham a plena certeza da esperança, de modo que vocês
não se tornem negligentes, mas imitem aqueles que, por meio da fé e da
paciência, recebem a herança prometida (BÍBLIA, Hebreus 6, 10-12).

Perseverança é a persistência para alcançar um objetivo, é a fé pro-


vada pelas dificuldades, é a insistência em fazer o bem aos outros, perse-
verar tem a ver com propósito. “Vocês precisam perseverar, de modo que,
quando tiverem feito a vontade de Deus, recebam o que ele prometeu [...]”
(BÍBLIA, Hebreus, 10,36).
A paciência resultará numa vida física e espiritual mais sadia e fru-
tífera!

34
Mais de Deus!
Editora Publicações Avivamento

LIÇÃO 09
Mais sabedoria
“Dá-me, agora, sabedoria e conhecimento,
para que eu saiba conduzir-me à frente deste
povo; pois quem seria capaz de governar este
grande povo?”
II Crônicas 1, 10

INTRODUÇÃO

A sabedoria é um atributo que Deus comunica a nós, basta temê-lo, obe-


decê-lo e pedir com fé.
O dicionário bíblico Almeida1 define a sabedoria como: “qualidade
que inclui bom senso e atitudes e ações corretas (Provérbios 4.7; Tiago
1.5; 3.17). Em Provérbios 8 a Sabedoria é uma pessoa, apontando para
Cristo (1Co. 1. 30)”.

LEITURA COMPARTILHADA: II Crônicas 1, 1-12

ENTENDENDO O TEXTO
O Comentário Bíblico Beacon2 traz o seguinte argumento sobre II
Crônicas 1:
O pedido de Salomão provavelmente foi inspirado pela oração de que ele,
como novo rei, pudesse ter sabedoria e entendimento (1 Cr. 29.10ss.). A apa-
rição do Senhor, em visão, deu a ele a oportunidade de pedir o que quisesse
(cf. 1 Rs. 3.5-15). Aqui está o princípio hebraico de que riquezas, fazenda e
honra (v.12) seguem aquele que faz a vontade de Deus. Isso não era sempre
verdade naquela época, nem o é hoje em dia; mas o que era verdade então, e
continua hoje, é que o homem que obedece a Deus é sempre melhor do que
o que o ignora.
Nesta passagem, vemos “a grande escolha”: 1). Deus dá a cada ho-
mem uma escolha [...]. 2) Os fundamentos de uma herança divina [...]. 3) A
escolha de valores mais elevados [...]. 4) A recompensa pelas escolhas corre-
tas [...].
1 - Dicionário da Bíblia de Almeida. 2.ª ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2011.
2 - Comentário Bíblico Beacon. 4ª impressão, 2012.

35
I- QUEM É SÁBIO?
O sábio é uma pessoa experimentada, fundamentada na palavra de
Deus, que discerne as circunstâncias e lida com qualquer conjuntura.
Em Deus encontramos os tesouros da sabedoria, esse tesouro é reve-
lado através do relacionamento diário com Ele, então nos tornamos pessoas
experientes e sábias, a oração é primordial nesse processo, conforme escreveu
Tiago: “se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos
dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida” (BÍBLIA, Tiago, 1, 5).
Quando buscamos mais de Deus, mais sábios nos tornamos.

Tudo quanto os homens podem conhecer acerca da verdadeira sabedoria,


precisam conhecê-la em Cristo; pois, para os homens, Cristo é a sabedoria
de Deus. A sabedoria de Deus é demonstrada do seu plano, relativo à reden-
ção da humanidade, plano esse que concretiza algo que a sabedoria humana
sob hipótese nenhuma poderia concretizar. E a palavra ou a mensagem da
cruz é o tema central dessa sabedoria3.

Mas o insensato ignora a Cristo, não tem paladar para discernir os


tempos e agir com sabedoria em cada fase de sua vida. Ele é um narcisista,
ou seja, todas as suas decisões são tomadas em benefício próprio, para obter
vantagens. Podemos Verificar isso na atitude insensata do rei Saul, ele igno-
rou a orientação de Deus e não esperou por Samuel, o sacerdote que deveria
oferecer o sacrifício antes da batalha, mas agiu temerariamente e praticou um
ato que não lhe cabia, visando a obtenção da vitória. Saul venceu a batalha,
mas perdeu o reino, conforme disse Samuel: “você agiu como tolo, deso-
bedecendo ao mandamento que o Senhor seu Deus lhe deu; se você tivesse
obedecido, ele teria estabelecido para sempre o seu reinado sobre Israel [...]
Já agora não subsistirá o seu reino” (BÍBLIA, I Samuel, 13,13-14).
O sábio não agirá como Saul, ele trilhará o caminho da sabedoria e
tomará a decisão certa; antes que Tiago, Salomão apontou para essa vereda
ao escrever: “[...] o temor do Senhor é o princípio do conhecimento, mas os
insensatos desprezam a sabedoria e a disciplina” (BÍBLIA, Provérbios, 1,7).
Ora, se você teme ao Senhor e cumpre a sua vontade, é uma pessoa sábia, e
quanto mais o temer e obedecer, mais sábia se tornará!

3 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. São


Paulo: Candeia,1991, p. 18

36
Mais de Deus!
Editora Publicações Avivamento

II- SABEDORIA DIANTE DOS DESAFIOS


Diante dos desafios que enfrentamos, precisamos estar mais perto de
Deus, adquirir experiências e pedir sabedoria. Ao sentir o peso da responsa-
bilidade de reinar no lugar de seu pai, sabendo que sua função exigiria que
tomasse decisões difíceis, Salomão pediu sabedoria a Deus e Ele concedeu.
Finalmente, importa ressaltar que conhecimento, excesso de informação e
erudição não é sabedoria. Muitos pais cultos não sabem se relacionar com
seus filhos; casais inteligentes tiveram seus casamentos destruídos; governos
e empresas faliram! Tudo isso por falta de sabedoria!
Lopes (2006)4 define a sabedoria da seguinte maneira:

Sabedoria é olhar para a vida com os olhos de Deus. O sábio busca maturi-
dade e não prazer. Há pessoas cultas e tolas. Há pessoas que têm erudição,
mas não sabem viver a vida nem fazer escolhas certas. Quando estamos
sendo provados, precisamos de sabedoria para não desperdiçar as oportuni-
dades que Deus está nos dando para chegarmos à maturidade. A sabedoria
nos ajuda a entender como usar as provas para nosso bem e para a glória de
Deus.

CONCLUSÃO

Em suma, precisamos de sabedoria para superar as dificuldades


existenciais e as provações, para alcançarmos a maturidade.

[...] os textos antigos descrevem a sabedoria como universalmente de-


sejável, eles também demonstram que certas pessoas eram reconhecidas
por sua sabedoria. Por exemplo, os antigos associavam sabedoria com
idade - os mais velhos eram sábios, enquanto os jovens não. Isso fica
aparente em Provérbios, que aconselha que os jovens sejam treinados
em sabedoria (geralmente por seus pais; e.g., Pv 23:22-23). O jovem
amigo de Jó, Eliú, ilustra essa crença permitindo que aqueles que eram
mais velhos se dirigissem a Jó primeiro em reconhecimento à sabedoria
deles (Jó 32:6–7). No entanto, a sabedoria não era propriedade exclusiva
dos idosos - era um presente de Deus. Deus deu sabedoria a José, Salo-
mão, Daniel e Jeremias (até certo ponto) quando eram jovens.5

4 - LOPES, Hernandes dias. Tiago: transformando provas em triunfo. São Paulo: Hag-
nos, 2006, p. 20-21
5 - SHIELDS, Martin A. “Wisdom”. ed. John D. Barry, Dicionário Bíblico Lexham Bellin-
gham, WA: Lexham Press, 2020

37
LIÇÃO 10
Mais intimidade
“Aproximem-se de Deus, e ele se aproxima-
rá de vocês! Pecadores, limpem as mãos, e
vocês, que têm a mente dividida, purifiquem o
coração”
Tiago 4, 8

INTRODUÇÃO

C omo ter mais intimidade com Deus? Essa pergunta merece nossa
atenção, pois progredir em intimidade requer atitude diária. Antes
de responder essa questão, pense em uma pessoa que você considera ter
intimidade, ou seja, amizade ou familiaridade com ela. Reflita sobre as
condições que proporcionaram esse relacionamento. Provavelmente você
responderia: “conversamos bastante”, “passamos por várias situações difí-
ceis”, “compartilhamos muitos momentos”. Essas respostas demonstram,
em parte, como podemos ter mais intimidade com Deus.
Intimidade é qualidade de íntimo; familiaridade ou relação de ami-
zade muito próxima. Nesta lição estudaremos essa qualidade em relação a
Deus e seu povo.

LEITURA COMPARTILHADA: Tiago 4, 1-8

ENTENDENDO O TEXTO
Nos primeiros versículos deste capítulo, Tiago mostra a situação da
humanidade que não se submete a Deus e, tomada pela cobiça, busca de ma-
neira errada os bens deste mundo (v.1-3). Essa busca, quando se torna em
amor ao mundo, põe em risco a comunhão com Deus. Ganhar o mundo sig-
nifica perder a Deus (v. 4-6). Submeter-se a Deus significa mais intimidade
(v. 7-8). O comentário bíblico esperança1 traz o seguinte argumento sobre o
versículo 8:

1 - GRÜNZWEIG, Fritz. Comentário Esperança: carta de Tiago. Curitiba: Editora Evan-


gélica Esperança, 2008, p. 95

38
Mais de Deus!
Editora Publicações Avivamento

Quando “corremos” para Jesus, i. é, quando de imediato nos voltamos em


oração a Jesus para obter ajuda, o inimigo não pode nos perseguir (cf. Pv.
18:10). “O diabo anda em derredor como um leão que ruge, buscando al-
guém para devorar” (1 Pe. 5:8). “Em derredor”, isso significa praticamente
“pelas bordas”. Não tem coragem de se aproximar. Apenas lhe resta esperar
que alguém se distancie novamente de Jesus. Então o ataca e arrasta consi-
go. A singela palavra: “Satanás foge quando te vê junto à cruz” foi dita com
base em uma grande experiência de cuidado pastoral. – Na sequência, Tiago
conta o que torna essa aproximação de Deus em Jesus Cristo tão fácil: “E
ele se chegará a vós.” Não conseguimos dar nenhum passo em direção a ele
sem que ele não venha primeiro em nossa direção. É o que Jesus também
explicita na parábola do filho pródigo: não apenas o filho foi ao encontro do
pai, mas o pai também foi ao encontro do filho, facilitando-lhe a volta para
casa (Lc 15:20).

Tiago nos chama à intimidade com Deus (Tg. 4, 8). Interessa notar
que há uma promessa admirável no início desse versículo, a saber, se nos
aproximarmos mais de Deus, ele não ficará passivo ou indiferente; Ele se
aproximará de nós. Entretanto, vale ressaltar que ter intimidade com Deus
não é nada trivial como se possa imaginar, requer atitudes e renúncias, exige
mudanças externas,“mãos”, e internas, “mente e coração”.
MacArthur 2 afirma que a salvação “envolve submeter-se a Deus como
Senhor e Salvador, mas também traz o desejo de um relacionamento verda-
deiro com Ele”. “Pecadores, limpem as mãos […]” é a fala inicial de Tiago.

I- A LIMPEZA DAS MÃOS GERA INTIMIDADE


Ao se referir à limpeza das mãos, Tiago faz alusão ao serviço sacerdo-
tal no Antigo Testamento. Os sacerdotes, obviamente, usavam suas mãos para
outras tarefas além dos cerimoniais, portanto, elas ficavam sujeitas à contami-
nação pelo “profano” fora do ambiente sagrado, seja fora do tabernáculo, no
deserto ou, posteriormente, do templo em Jerusalém.
O cotidiano os colocava em contato com o “humano”, o “imperfeito”,
o “natural”, por isso, ao retornarem para seus ofícios sacerdotais tinham que
realizar a lavagem cerimonial das mãos. Analogamente, nós, na nova aliança,
enfrentamos as mesmas condições, lidamos com o sagrado, todavia enfrenta-
mos o labor diário, o contato “secular”.
Portanto, devemos lavar as nossas mãos constantemente, através de
2 - MACARTHUR, John. Comentário do Novo Testamento. 1.ª ed. Chicago: Moody Pu-
blishers, 1987, p. 8375

39
um relacionamento íntimo com Deus. Esse “lavar” acontece, primeiramente,
nos momentos a sós com o Senhor, o quebrantamento deve anteceder à habi-
tual lista de pedidos. Essa é a ocasião em que confessamos os nossos pecados
e, arrependidos, reconhecemos os erros cometidos, sejam por palavras, atitu-
des ou pensamentos.
Refiro-me aos pecados inerentes à natureza humana (Rm. 7, 8-24),
portanto, não endosso, com essas palavras, uma vida de pecados deliberados,
pois isso não cabe a qualquer servo de Deus (Hb. 10, 26; I Jo. 5, 16-18).

II- A ORAÇÃO GERA INTIMIDADE


Intimidade na oração de confissão implica em sermos específicos. Pa-
rafraseando uma conhecida reflexão — erramos no varejo, mas queremos
confessar no atacado —, ou seja, utilizamos a simples expressão: “Senhor,
perdoa todos os meus pecados”. Mas se nos achegarmos a Deus contristados
e conscientes de nossos pecados, temos a seguinte promessa: “Se confessar-
mos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos
purificar de toda injustiça” (BÍBLIA, I João, 1, 9).

III- DUPLO ÂNIMO OU MENTE DIVIDIDA?


É HORA DE PURIFICAR O CORAÇÃO!
Vamos retomar a análise do texto de Tiago, a segunda parte do excerto
diz: “[...] vocês, que têm a mente dividida, purifiquem o coração”. Algumas
pessoas têm a mente dividida ou, conforme algumas versões, duplo ânimo.
Isso significa que elas se dispõe a buscar a Deus, mas, simultaneamente, bus-
cam outras coisas que são contrárias à santidade d’Ele.
Champlin3 diz que esse indivíduo volúvel, “toma resoluções hoje, que
prontamente desmancha amanhã; o pouco progresso espiritual que ele con-
segue ocasionalmente, é prontamente perdido, quando enfrenta alguma nova
e difícil batalha”.
As pessoas de ânimo dobre podem ser comparadas ao mensageiro
morno que refletia a condição da igreja de Laodiceia (Ap. 3, 14-16). O morno
é caracterizado por não ser nem frio e nem quente, a pessoa de mente dividida
não assume uma posição e nem outra. Intimidade implica em devoção plena,
uma entrega absoluta e sem reservas a Deus. Aprecio muito o texto de Tiago
na versão da Bíblia Viva, conforme segue: “E quando vocês se achegarem a
3 - CHAMPLIN, R.N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. 1.ª ed.
Vol. 6: São Paulo: Hagnos, 2002, p. 67

40
Mais de Deus!
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Deus, Ele se achegará a vocês. Lavem as mãos, pecadores, e permitam que os


seus corações se encham somente com Deus, a fim de torná-los puros e fiéis
a Ele” (BÍBLIA, Tiago, 4, 8).
Intimidade com Deus significa se relacionar com Ele em todas as Suas
dimensões: largura, comprimento, altura e profundidade (Ef. 3, 18). Caso
contrário, arriscamos ceder à religiosidade denunciada pelo profeta Isaías:
“[...] esse povo se aproxima de mim com a boca e me honra com os lábios,
mas o seu coração está longe de mim. A adoração que me prestam só é feita
de regras ensinadas por homens [...]” (BÍBLIA, Isaías, 29, 13).
Essa passagem, que critica a postura equivocada do povo de Deus,
também foi citada por Jesus para repreender os fariseus e os escribas (Mc. 7,
6). O Senhor conclama a todos nós a vivermos mais próximos d’Ele. Isso não
significa que partiremos do zero em nosso relacionamento com Deus.

CONCLUSÃO

Ainda não alcançamos o ápice da intimidade com o Pai celestial,


pois esse é um processo para a vida toda. O propósito do Senhor é se re-
velar muito mais ao seu povo, por conseguinte, a igreja o desejará muito
mais! Estamos falando de uma nova revelação? Não! Estamos falando da
revelação já nos dada, a Bíblia Sagrada, e da vida piedosa e consagrada a
Deus.
Vamos buscar ao Senhor de todo coração (Jr. 29, 13), mais do que já
temos feito, tenhamos mais intimidade com Ele, além da que temos!

ANOTAÇÕES

41
LIÇÃO 11
Mais compaixão
“Ao ver as multidões, Jesus se compadeceu
delas, porque estavam aflitas e exaustas como
ovelhas que não têm pastor”
Mateus 9, 36

INTRODUÇÃO

O texto sagrado, objeto desta lição, abre um leque de possibilidades para


refletirmos sobre a paixão, um sentimento muito forte e humanamente
difícil de controlar, envolve entusiasmo intenso a alguém ou algo, no entan-
to espiritualmente, esse sentimento reflete amor e compaixão.
A compaixão é o amor em ação. É a aplicação da fé cristã às dores
humanas. É a ajuda ao próximo. Compaixão é levar as cargas do outro.

LEITURA COMPARTILHADA: Mateus 9, 35-36

ENTENDENDO O TEXTO
O texto compartilhado propõe um modelo de evangelização, vejamos:
Jesus, movido pela íntima compaixão, passava por todas as cidades e en-
sinava nas sinagogas, pregava as boas novas e curava os enfermos. O que
nos move hoje? Precisamos ter os olhos espirituais abertos para ver ao nosso
redor, pois a época em que vivemos não é muito diferente da época em que Je-
sus encarnou. Há multidões perdidas que andam de um lado para o outro em
busca de soluções para seus problemas, enquanto sabemos que o Evangelho é
a resposta para todos os que creem, pois, é o poder de Deus (Rm. 1, 16).
Jesus não somente esperava os aflitos virem a Ele, mas ia em direção
aos necessitados! Esse modelo de evangelização deve ser replicado em todos
os ambientes onde transitamos. As multidões, inclusive nossos familiares, ca-
minham sem direção, estão doentes e desesperadas, sem Deus e a salvação.
O comentário bíblico do Novo Testamento1 faz a seguinte exposição
do versículo 36:
1 - HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento: Cultura Cristã. 2010, p.
543–544

42
Mais de Deus!
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Jesus, cuja ênfase está sobre “as questões mais importantes da lei: justiça,
misericórdia e fidelidade” (Mt. 23.23), considera a condição deles no co-
ração. Ele é profundamente movido de compaixão ou solidariedade, sendo
ambas idênticas no original e referindo-se a “algo – seja triste ou alegre,
ainda que na maioria das vezes seja a primeira – que alguém experimen-
ta ao lado de outro”. As dores do povo são as dores do próprio Cristo,
porquanto ele ama ternamente essas pessoas sobrecarregadas. Ele sofre
profundamente com elas e se prontifica a ajudá-las. Sobre o tema da com-
paixão do Senhor, ver também 8.17; 14.14; 15.32; 18.27; 20.34; Mc. 1.41;
5.19; 6.34; Lc. 7.13.

I- NÓS PRECISAMOS COMPARTILHAR


DA COMPAIXÃO DE CRISTO
O Evangelho pode curar o espírito ferido pelas mazelas do pecado e
renovar a aliança com o Criador através de Jesus Cristo, o cordeiro imacula-
do, que derramou o seu sangue na cruz do calvário. Somente as boas novas
podem reconectar os perdidos ao Pai Todo-Poderoso.
Através da pregação e do discipulado, as almas que sangram sem fe-
ridas aparentes e cujos gritos rompem o silêncio sepulcral, são curadas para
viverem a paz e a felicidade que o Evangelho de Cristo proporciona (Mt. 11,
28).
Muitas pessoas ao nosso redor estão doentes, acometidas por males
mortíferos e esperam por um milagre, mas se não for a Igreja do Senhor Jesus,
que detém o poder da cura, quem será? Até quando a Igreja, em sua maioria
omissa, prevaricará de sua vocação de amar? O que ainda falta para ter com-
paixão pelos perdidos e carentes da graça salvadora que transforma integral-
mente o pecador? “— Mas quem irá por mim?” Esse é o apelo dramático de
Deus diante do grito ensurdecedor da humanidade que clama por socorro e
só se calará quando a Igreja de Cristo voltar ao Getsêmani, lugar de oração
(Mc. 14, 32), e se encher mais de Deus, mais do Espírito Santo, então sinais
e maravilhas a seguirão. Há multidões sem direção, roguemos ao Senhor que
nos revista de compaixão pelos perdidos!

43
II- O EXEMPLO DO BOM SAMARITANO
LC. 10, 30-35
A parábola do bom samaritano é uma clara mensagem que Cristo nos
dá sobre a compaixão.
“Certo samaritano, que seguia o seu caminho, passou perto do ho-
mem e, vendo-o, compadeceu-se dele” (v.33).
Nessa parábola temos os religiosos e o samaritano. A história é sobre
um homem que viajava de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos de ladrões,
que além de roubarem, o espancaram e o deixaram quase morto (v. 30).
Os religiosos descritos por Jesus são o sacerdote e o levita. Jesus não
fornece muitas informações sobre o comportamento deles, apenas diz que
“passaram pelo outro lado da estrada”, mesmo vendo o homem necessitado
(v.32-33).
O comentário bíblico esperança2 diz o seguinte sobre o samaritano:

E o samaritano é o pior inimigo do judeu. O termo “samaritano” aparece


em destaque no começo da frase. Uma pessoa semigentia, completamente
estranha. Mas eis que “o samaritano, ao vê-lo, teve compaixão do infeliz, e
foi até ele, atou-lhe as feridas, derramou óleo e vinho sobre elas e o ergueu
sobre seu animal, conduzindo-o até a hospedaria e cuidando dele”. No
comportamento do samaritano é exemplar que ele faz tudo o que era neces-
sário naquela situação. Seu auxílio é ajuda prática e consistente, vinda de
uma compaixão viril e atuante, não de mero sentimentalismo. O vinho era
misturado ao óleo para desinfetar a ferida. O sacerdote e o levita haviam
fechado o coração por falta de misericórdia. O samaritano, porém, havia
aberto o coração misericordioso, praticando o amor ao próximo. O samari-
tano, personagem principal da parábola, continua cuidando do infeliz; está
preocupado com ele. Na manhã seguinte, quando o samaritano se apronta
para prosseguir a viagem interrompida, ele não cessa de providenciar o
necessário para o infeliz. Entrega ao hospedeiro um pagamento inicial no
valor de dois denários, equivalentes a duas diárias de um trabalhador, para
que cuidasse do enfermo, comprometendo-se a assumir todas as despesas
de tratamento após seu retorno. Com isso termina a narrativa doutrinária
que Jesus apresentou ao professor da lei em vista da pergunta: “Quem é
para mim um próximo?” (Lc. 10,29).

2 - RIENECKER, Fritz. Comentário Esperança: Evangelho de Lucas. Curitiba: Editora


Evangélica Esperança, 2005, p. 243.

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Mais de Deus!
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CONCLUSÃO

Deus é compassivo, não se alegra com o pecado, com vidas perdidas


nas trevas como ovelhas sem pastor, Ele não se regozija com o sofrimen-
to. A compaixão de Deus para com os perdidos está em Cristo, o único que
pode salvar da dor causada pelo pecado.
Quem recebe a compaixão de Deus também deve ter compaixão pe-
los outros, precisa sentir a aflição do próximo, o amor deve ser abundante.
Você tem Cristo em tua vida? Então, sinta compaixão daqueles que não
tem Jesus, apresente-o para eles e ajude-os em suas necessidades (Cl. 3,
12; I Jo. 3, 17).

ANOTAÇÕES

45
LIÇÃO 12
Mais mansidão
“Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam
de mim, pois sou manso e humilde de cora-
ção, e vocês encontrarão descanso para as
suas almas”
Mateus 11, 29

INTRODUÇÃO

M ansidão é um dos atributos de Deus comunicado ao homem, pois este


foi feito à imagem e semelhança d’Ele. Devido ao pecado, essa ima-
gem foi distorcida, o homem foi expulso do Éden, trocou o paraíso com seu
abundante fruto, por uma vida de agrura numa terra que produz cardos e
espinhos, conforme o juízo que o Senhor impetrou sobre ele: “[...] maldita
é a terra por tua causa; em fadiga obterás dela o sustento durante os dias
de tua vida. Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a erva
do campo” (BÍBLIA, Gênesis, 3,17-18).
Foi então que, fora dos limites do paraíso, aconteceu um fratricídio,
Caim matou o seu irmão Abel e inaugurou o homicídio na história. Esse ato
violento foi motivado pela inveja e orgulho, a mansidão foi aviltada.
Satanás, o tentador, ao levar a humanidade à queda, teve livre acesso
a ela, pois os homens pecadores tornaram-se filhos da ira e andam “[...]
segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que atua nos filhos da
desobediência [...]” (BÍBLIA, Efésios 2,2).
Os filhos da ira tornaram-se irados. Sendo a ira um dos itens das
obras da carne (Gl. 5,19-20), altera a personalidade e produz inúmeras re-
ações nocivas, tais como, críticas irrefletidas baseadas na revolta, inveja,
orgulho, insubmissão, etc.
Os seres humanos são manipuladores, enfermos na alma e repletos
de tensões e distúrbios emocionais, todavia Deus proporciona a restauração
dos homens através de Jesus Cristo, que os convida: “[...] aprendam de
mim, pois sou manso e humilde de coração [...]” (BÍBLIA, Mateus, 11, 29).

LEITURA COMPARTILHADA: Mateus 11, 28-30

46
Mais de Deus!
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ENTENDENDO O TEXTO
Nesse texto, o convite geral é: “vinde a mim” e “aprendei de mim”.
Por que podemos aprender com Jesus? O comentário bíblico esperança1 res-
ponde da seguinte forma:

Jesus convida a aprender dele, isto é, tornar-se seu seguidor. Ele é manso
e humilde de coração. Ambas as qualidades precisam ser encontradas tam-
bém na vida de seus discípulos, tanto a mansidão, que é igual para com
cada pessoa, seja ela pobre ou rica, amiga ou inimiga, como também a hu-
mildade. Exatamente isso foi o que acompanhou o Senhor Jesus como uma
clara luz brilhante durante todos os seus dias. Essa humildade dele não foi
uma máscara exterior, um gesto adquirido de cortesia, não, ela brotava de
seu coração, do mais íntimo de seu ser. Não uma coação externa o impelia
para essa atitude, e sim a necessidade mais interior. Em outras palavras: A
mansidão é a característica exterior de uma ação, enquanto “ser humilde de
coração” refere-se mais à disposição interior que está por trás de toda ação.

I- AMPLIANDO O CONCEITO DE
MANSIDÃO NA BÍBLIA
O maior exemplo de mansidão é Jesus. Em nossa cultura, “ser man-
so” pode ter conotação negativa, ou seja, referir-se à “pessoa que todos tiram
proveito”, contudo o significado bíblico para “manso” é “aquele que age de
forma gentil, suave e calma”.
O homem só desfruta desse atributo se tiver Cristo como Senhor da
sua vida, pois a mansidão se origina da submissão a Deus.
• A mansidão é uma das características do fruto do Espírito (Gl. 5,
22-23).
• É parte da nova natureza em Cristo (Cl. 3, 12).
• É necessária para o bom combate da fé (I Tm. 6, 11-12).
• Precisamos de mansidão para responder a todo aquele que perguntar
sobre a razão da esperança que temos (I Pe. 3, 15-16).
• O servo do Senhor ensina e disciplina em mansidão (II Tm. 2, 24-25).

1 - RIENECKER, Fritz. Comentário Esperança: Evangelho de Mateus. Curitiba: Editora


Evangélica Esperança, 1998, p. 199.

47
II- MATEUS 5, 5
A mensagem conhecida como o “sermão do monte”, registrada no
Evangelho de Mateus nos capítulos 5 a 7, aborda as bem-aventuranças, ou
seja, a “felicidade segundo Jesus”. Essa passagem soma oito bem-aventu-
ranças, isso pode induzir o leitor a pensar que deve escolher uma delas para
fundamentar sua verdadeira felicidade. Não é essa a proposta. Sobre isso, o
comentário bíblico Moody2 esclarece:

Trata-se de uma descrição da condição íntima do crente. Quando descre-


vendo uma pessoa dentro da vontade de Deus, é virtualmente equivalente a
“salvo”, O Salmo 1 dá um quadro do V.T. do homem bem-aventurado, que
evidencia sua natureza por suas atitudes. As Beatitudes, também, não são
primordialmente promessas individuais, mas uma descrição do indivíduo.
Não mostram ao homem como ser salvo, mas descrevem as características
manifestas por aquele que nasceu de novo. Humildes de espírito. O oposto
dos espíritos orgulhosos.

Após esclarecer que não há uma, ou outra bem-aventurança mais im-


portante, podemos nos concentrar no versículo cinco, que menciona o tema
desta lição, a saber, “Mais Mansidão”:

“Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra”


(BÍBLIA, Mateus, 5, 5).

Observe o que diz o comentário bíblico esperança3, sobre esse versí-


culo:
O termo grego para mansidão inclui o oposto da ira, da irritação, do melin-
dre que se consome em mágoas e geme de amargura. Dito positivamente,
mansidão é: “ser amável, sem amargura”. Portanto, são bem-aventurados
os que são capazes de suportar sem amargura e sempre de modo amigável
as cargas pesadas que lhes são impostas. Para qual atitude precisamos de
mais força, para reagir teimosamente e revidar quando pessoas se opõem a
nós, ou para permanecer objetivos e amáveis? “Herdarão a terra”, isto é, a
atitude de suportar pacientemente e com amor exerce uma influência bené-

2 - HARRISON, Everett F.; PFEIFFER, Charles F. Comentário Bíblico Moody. Vol. 2:


Editora Batista Regular, 2019
3 - RIENECKER, Fritz. Comentário Esperança: Evangelho de Mateus. Curitiba: Editora
Evangélica Esperança, 1998, p. 77-78

48
Mais de Deus!
Editora Publicações Avivamento

fica que supera a baixeza. Poderes vitoriosos emanam de uma vida dessas.
Pessoas mansas submetem já agora a terra ao reinado de Deus. Entretanto,
não faz parte da “mansidão” que aceitemos calados a injustiça de outros
como se fosse justa. Injustiça continua sendo injustiça. Por isso o manso
aguarda pelo tempo e pela oportunidade para esclarecer ao outro com ob-
jetividade e amizade (mais precisamente, com verdade e lealdade) qual é a
injustiça dele. Se o outro não aceitar o alerta, o manso não se enche de ira e
ódio, e sim de paciência e força para suportar, entregando tudo àquele que
julga com justiça. O manso sabe esperar!

CONCLUSÃO

Que nos tornemos gentis e capazes de lidar com as críticas, adver-


sidades e oposições de maneira serena, sempre em oração e jejum para
enfrentar as tentativas do adversário de nos demover de cumprir a vontade
de Deus! Jesus é nosso maior exemplo.

ANOTAÇÕES

49
LIÇÃO 13
Mais submissão
“[...] Sujeitem-se uns aos outros, por temor a
Cristo”
Efésios 5, 21

INTRODUÇÃO

D eus é o criador do Universo e sua autoridade é suprema. Deus é au-


toridade em si mesmo, tudo que existe no mundo é sustentado pela
palavra do Seu poder (Hb. 1, 3). Ele é Senhor sobre todos e domina sobre
todas as coisas. Cada ser vivo do Universo; ou inanimado, está debaixo de
seu poder e controle, portanto nada sobrepuja a Sua autoridade.
Deus criou o homem para viver submisso a Ele, a sua criatura teria
de obedecê-lo e permanecer sob o Seu senhorio, caso contrário, seria con-
denada (Gn. 2, 17).
Conforme Nee (2004)1, o princípio da autoridade está em Deus e se
estende a todas as esferas da vida, ela é delegada, ou seja, o Senhor a con-
cede às pessoas para cumprirem os propósitos d’Ele na Terra, Paulo afirma
que: “[...] não há autoridade que não proceda de Deus [...]” (BÍBLIA,
Romanos, 13, 1).
Portanto, devemos nos submeter não apenas a Deus, mas a todos os
que Deus investiu de autoridade, seja na família, trabalho, igreja ou gover-
no (Ef.5, 23; Cl. 3, 20; Ef. 6, 5; Hb. 13, 17; Mt. 8, 8-9; I Pe. 2, 13-14). Em
outras palavras, ninguém deve ser independente, todos precisam prestar
contas a alguém.

LEITURA COMPARTILHADA: Efésios 5, 21

ENTENDENDO O TEXTO
O capítulo 5 de Efésios inicia falando que devemos ser “[...] imitado-
res de Deus como filhos amados[...]” (BÍBLIA, Efésios, 5, 1), os versículos
subsequentes, 3 ao 20, esclarecem como um filho amado e imitador de Deus
1- NEE, Watchman. Autoridade Espiritual. Editora Vida, 2004.

50
Mais de Deus!
Editora Publicações Avivamento

precisa viver, sendo que o ponto culminante é ser cheio do Espírito (v.18).
Há muitos resultados benéficos em ser cheio do Espírito, tais como:
comunhão, adoração, gratidão e sujeição uns aos outros (19-21).

Às vezes, uma pessoa que afirma ser cheia do Espírito torna-se agressiva,
autoritária e insolente. Mas aquelas verdadeiramente cheias do Espírito
demonstram a mansidão e a gentileza de Cristo, essas características con-
tribuem para a sujeição de uns aos outros. Elas também se sujeitam a Jesus,
pois a submissão mútua é baseada no temor a Cristo.
Estes são os resultados benéficos da plenitude do Espírito Santo, todos
remetem aos nossos relacionamentos: se formos cheios do Espírito tere-
mos um relacionamento harmonioso com Deus, o adoraremos com alegria
e ações de graças, e nos sujeitaremos uns aos outros. Cristãos cheios do
Espírito amam a Deus e amam uns aos outros, o que não é de surpreender,
uma vez que a primeira característica de quem tem o fruto do Espírito, é
o amor2.

I- SUBMISSÃO
Compreendemos a submissão como prestar obediência inteligente a
uma autoridade. A expressão bíblica “sujeitar-se” sugere isso. Segundo Gil-
berto (2008)3, a palavra grega para submissão (hupotasso), sempre sinaliza
obediência à autoridade dada por Deus. Por exemplo, Jesus se submeteu à
autoridade de seus pais (Lc. 2, 51), os demônios se submetiam aos discípulos
de Cristo (Lc.10, 17), cidadãos estão sujeitos às autoridades governamentais
(Rm.13, 1, 5), o Universo está sujeito a Cristo (I Co. 15, 25; Ef. 1, 22), e Jesus
se sujeitará ao Pai para que Deus seja tudo em todos (I Co. 15, 28).
De acordo com Kistemaker (2006)4, a palavra “sujeitai-vos”, no grego
(hypotagete), é um termo militar que traz a ideia de dispor-se às ordens do co-
mandante, significa colocar-se debaixo da vontade de alguém; subordinar-se
a uma autoridade.
Somos desafiados a nos sujeitar uns aos outros no temor de Cristo
(Ef. 5, 21), o apóstolo Paulo expõe o ideal, o princípio norteador do relacio-
namento, a submissão mútua e voluntária de uns para com outros no contexto
da família da fé.
2 - STOTT, John; PEAU, Andrew. Lendo Efésios com John Stott. Últimato, 2019
3 - GILBERTO, Antônio. Teologia Sistemática Pentecostal. 2 ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2008
4 - KISTEMAKER, S. Comentário do Novo Testamento – Pedro e Judas. Cultura Cristã,
2006

51
II- SUBMISSÃO ÀS AUTORIDADE
GOVERNAMENTAIS
Os cristãos devem sujeitar-se a todos os que foram revestidos de auto-
ridade pelo Senhor. A submissão é a obediência a Deus:

Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há auto-


ridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele
estabelecidas. Portanto, aquele que se rebela contra a autoridade está se co-
locando contra o que Deus instituiu, e aqueles que assim procedem trazem
condenação sobre si mesmos (BÍBLIA, Romanos 13, 1-2)

Deus é a fonte de toda autoridade, portanto resistir às autoridades


constituídas é se opor a Ele. Davi entendeu isto tão bem que, mesmo vendo
Saul possuído por ódio e usando seu poder régio para o mal, não intentou to-
car nele, pois o reconhecia como seu superior e não podia atacá-lo (I Sm. 24,
3-7).
As autoridades são instituídas para o nosso bem (Rm. 13, 4-5), essa
verdade deve nos levar à humildade e ao quebrantamento, pois quando nos
rebelamos; ou não nos submetemos, atraímos juízo sobre nossa vida (Rm.13,
2).

III- SUBMETENDO-SE À AUTORIDADE


DOS LÍDERES
Em sua soberania, Deus coloca cada pessoa investida de autoridade
em posição estratégica para o cumprimento de Seus propósitos. No corpo de
Cristo, a saber, na Igreja no mundo todo, ou na igreja local, os líderes existem
para possibilitar a organização, o crescimento individual e comunitário.
Considerando os grandes desafios que envolvem a vida dos líderes, a Bíblia
nos orienta a facilitar o trabalho deles, e agirmos de maneira respeitosa, coo-
perativa e submissa:

• “Obedeçam aos seus líderes e submetam-se à autoridade deles.


Eles cuidam de vocês como quem deve prestar contas. Obedeçam-
-lhes, para que o trabalho deles seja uma alegria e não um peso, pois
isso não seria proveitoso para vocês” (Bíblia, Hebreus, 13, 17).

• “Agora lhes pedimos, irmãos, que tenham consideração para com

52
Mais de Deus!
Editora Publicações Avivamento

os que se esforçam no trabalho entre vocês, que os lideram no Se-


nhor e os aconselham. Tenham-nos na mais alta estima, com amor,
por causa do trabalho deles. Vivam em paz uns com os outros” (BÍ-
BLIA, I Tessalonicenses 5, 12-13).

A Bíblia diz não haver proveito em dificultar o trabalho da liderança,


pois quando há cooperação e amor nas relações todos são beneficiados e os
objetivos são atingidos. A interação entre líder e liderado deve ser marcada
pela submissão. Quando o homem vive esse princípio desfruta de benefícios,
tais como: paz; ordem e harmonia; edificação e formação de vidas; unidade e
saúde na igreja e proteção espiritual.
Há, no entanto, uma percepção de que a geração atual vive uma crise
de autoridade. As autoridades não são respeitadas como antigamente! Noutros
tempos, temiam-se mais os pais, os professores, os mais velhos e os pastores.
Havia uma atitude natural de submissão e respeito, compreendiam melhor
quais eram os limites e submetiam-se às autoridades.
Atualmente o mundo vive a perda de referências, não há respeito aos
líderes. Os membros das famílias se desrespeitam, em seu núcleo há inversão
de papéis, os filhos assumem a liderança. Isso é grave, pois se os pais não
desempenharem a função que Deus lhes confere no lar, a família toda sofre.

CONCLUSÃO

Deus é autoridade suprema, em tudo, devemos ser submissos a Ele


(Tg. 4, 7). Também precisamos cultivar, através da submissão, um am-
biente sadio e favorável ao exercício da autoridade na família, igreja e so-
ciedade. Como vimos nesta lição, todo cristão submisso a Deus, também
será submisso a tudo o que Ele estabeleceu para o bem.
Que o Senhor nos conceda corações obedientes a Jesus Cristo, a Sua
Palavra e aos líderes que Ele vocacionou!

53
LIÇÃO 14
Mais esperança
“Quero trazer à memória o que pode
me dar esperança”
Lamentações 3, 21

INTRODUÇÃO

A esperança não é um sentimento exclusivo dos cristãos, geralmente os


dicionários a definem como o ato de esperar que algo bom irá aconte-
cer; crença no desenlace favorável da situação; fé em obter aquilo que se
deseja.
Há um ditado popular muito conhecido que diz: “A esperança é a
última que morre”. Apesar dessa frase causar bastante impacto, a ideia é
muito equivocada, pois, para os que esperam no Senhor, a esperança nunca
morre!

A esperança cristã é seguramente baseada nas palavras e ações de Deus.


As promessas divinas têm se mostrado confiáveis. A ressurreição de Je-
sus se torna a base suprema para a esperança. Uma vez que Deus já
venceu a morte por meio de Cristo, o cristão pode viver com confiança
no presente. Não importa quão escuro pareça ser esse presente, o cristão
já viu a luz que virá. As pessoas necessitam de esperança, e a esperança
baseada na promessa pessoal de Deus é segura1 .

Esta é a diferença entre a esperança que há no mundo e a que habita


no coração do cristão: a esperança do mundo é desvanecente, porém a do
cristão é permanente. Quem não deposita sua confiança no Senhor irá ape-
gar-se à segurança proporcionada pelos recursos financeiros, bens mate-
riais, ciência humana, capacidade intelectual, talentos e habilidades. Todas
essas coisas são bênçãos para nós, mas são efêmeras e frágeis, por isso a
Bíblia nos exorta a confiar inteiramente no Senhor, pois Ele é imutável e
eterno (Salmo 20, 7; 146, 5).

1 - Dicionário Bíblico Tyndale. Editora Geográfica, 2015, p. 601

54
Mais de Deus!
Editora Publicações Avivamento

LEITURA COMPARTILHADA: Lamentações 2, 18-24

ENTENDENDO O TEXTO
O livro das Lamentações, no capítulo 3, registra a fala do profeta de-
vido ao sofrimento pessoal e do povo, diante das ruínas de Jerusalém. Jere-
mias, com o coração quebrantado, lamenta em amargura e se coloca perante
o Senhor, enquanto prega a fé e a esperança como resultados da misericórdia
de Deus.

O profeta externou sua queixa diante do Senhor. Sua força se foi, seu cora-
ção está quebrado. Ele está exausto e desamparado. Toda tensão e conflito
saíram dele. Ele consegue desligar-se dos problemas. Humilde e quieto,
ele espera diante de Deus. Na quietude vem a mudança. Ele começa a orar
suavemente: “Lembra-te da minha aflição [...] Minha alma [...] se abate (se
curva) dentro de mim” (19-20). Discernimento e compreensão começam a
tomar conta dele: Disso me recordarei (21) — ele começa a lembrar muitas
coisas que havia esquecido durante sua aflição. Deus não despreza alguém
com um coração quebrantado e contrito (Sl. 51.17)2 !

A frase: “Quero trazer a memória aquilo que me dá esperança” (v.21)


pode ser entendida da seguinte forma: “Mas a esperança volta quando penso
no seguinte: O amor do Senhor Deus não se acaba, e a sua bondade não tem
fim” (NTLH). A lembrança a respeito do amor e fidelidade de Deus muda
tudo. Enquanto olharmos para nossa dor, problema ou dificuldades, não ha-
verá esperança, contudo ao contemplar Deus, conseguimos superar as adver-
sidades, Ele é a nossa esperança!

I- POR QUE O SERVO DE DEUS


TEM ESPERANÇA?
Como seus servos, temos o dever de depositar nossa esperança apenas
n’Ele, como diz o texto sagrado: “uns confiam em carros e outros em cavalos,
mas nós confiamos no nome do Senhor, nosso Deus” (BÍBLIA, Salmos, 20,
7).
Quando confiamos mais em coisas ou pessoas, colocando-as acima de
Deus, cometemos o pecado de idolatria. Por isso, devemos ser cautelosos, não
precisamos de imagens de escultura para sermos idólatras, basta permitirmos
2 - Dicionário Bíblico Beacon. CPAD, 4ª impressão, 2012

55
que algo ocupe o lugar de Cristo em nosso coração.
Ao eliminar todos os ídolos do nosso coração e declarar o Senhor
como único provedor, nossa segurança e rochedo; desfrutamos da graça d’Ele
e temos uma esperança viva, independentemente da situação que enfrenta-
mos. Não existe limites para essa graça, mesmo em circunstâncias que pare-
çam impossíveis, experimentamos a paz que se origina em Deus, conforme
escreveu Paulo aos filipenses: “E a paz de Deus, que excede todo o entendi-
mento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus” (BÍBLIA,
Filipenses, 4, 7).
A palavra do Senhor nos ensina a confiar em Deus durante a adversi-
dade e descansar, abandonando qualquer ansiedade em relação ao futuro. O
apóstolo Pedro orienta: “Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele
tem cuidado de vocês” (BÍBLIA, I Pedro, 5, 7).
Leia, também, os seguintes textos que enfatizam a esperança: I Pedro
1, 3; Romanos 12, 12 e Hebreus 11, 1.

II- A ESPERANÇA ETERNA


A esperança que vem do Senhor transcende a vida humana, o tempo,
o conhecimento e a realidade terrena. Mesmo nas situações que, na ótica hu-
mana, a esperança pareça ter morrido, podemos confiar em Deus, afinal Jesus
nos prometeu a vida eterna, sendo que já desfrutamos dessa vida hoje, não
somente em breve, pois Cristo afirmou: “[...] aquele que crê em mim tem a
vida eterna” (BÍBLIA, João, 6, 47).
Que possamos ter a atitude dos que realmente tem a vida eterna e
confiam plenamente em Cristo. Cientes de que o nosso coração é enganoso e
sujeito à dúvida, medo e ansiedade, cabe a nós sujeitá-lo a Jesus, o único que
pode oferecer a esperança perfeita aos que n’Ele esperam!
Leia: Tito 3, 7; I Tessalonicenses 4, 13-14

CONCLUSÃO

Não podemos esquecer da nossa grande vocação, ou seja, cumprir


o “ide” e fazer discípulos. Devemos levar a mensagem de Jesus ao mundo
que vive em trevas, baseado em esperança passageira. Embora existam
tantas coisas que iludem e seduzem o homem, a verdadeira esperança da

56
Mais de Deus!
Editora Publicações Avivamento

humanidade encontra-se apenas na salvação garantida pela obra redentora


de Jesus Cristo, através de sua morte e ressurreição.
O cristão tem a vida eterna hoje, e a plena esperança da redenção
completa na volta do Senhor, portanto, pode esperar tendo a mesma con-
vicção do profeta Jeremias, pois ele disse: “Bom é ter esperança, e aguar-
dar em silêncio a salvação do Senhor” (BÍBLIA, Lamentações, 3,26).
Leia: I Pedro 3, 15; Hebreus 10, 23

ANOTAÇÕES

57
LIÇÃO 15
Mais comunhão
“Mas, se andarmos na luz, como ele na luz
está, temos comunhão uns com os outros, e o
sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifi-
ca de todo pecado”
I João 1, 7

INTRODUÇÃO

U ma rede misteriosa e graciosa tecida com verdade e concordância é


o que precisamos para desfrutar mais de Deus e desenvolver intensa
comunhão com os irmãos.

A palavra grega traduzida por “comunhão” expressa a ideia de comparti-


lhar ou de ter algo em comum com outrem. A participação comum assu-
me uma forma dupla: ou por darmos a alguém uma parcela do que possu-
ímos, ou por recebermos de alguém uma porção do que ele possui ou do
que ele está fazendo. Na comunhão cristã, conforme veremos, há lugar
para estas duas formas de participação. A comunhão cristã é bidimensio-
nal: primeiramente ela é vertical; e, depois, horizontal. O plano horizontal
da comunhão, que é o nosso interesse imediato, pressupõe a dimensão
vertical, para a sua própria existência. A dimensão vertical da comunhão
foi descrita por João, quando ele escreveu: “Ora, a nossa comunhão é com
o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo” (1 Jo. 1.3). Essa comunhão é aquilo
que constitui um crente. De fato, a declaração de João fornece uma defini-
ção precisa de um crente. Aquele que não goza de comunhão com o Pai e
com o Filho, por correto e piedoso que seja, nem ao menos é um crente. A
dimensão horizontal da comunhão é aquele compartilhar habitual, aquele
constante dar e receber de cada parte, o que também é o verdadeiro e au-
têntico padrão de vida do povo de Deus1 .

LEITURA COMPARTILHADA: I João 1, 1-7

ENTENDENDO O TEXTO
O comentário bíblico Beacon2 afirma que “o propósito principal da
1 - PACKER, J.L. Vocábulos de Deus. 2ª ed. Editora Fiel, 2004, p. 292
2 - Dicionário Bíblico Beacon. CPAD, 4ª impressão, 2012

58
Mais de Deus!
Editora Publicações Avivamento

epístola de João é que tenhamos comunhão com Deus ao compartilhar a vida


de Cristo, e que ‘nosso gozo possa ser completo e possa permanecer assim’
(v.4). Essa comunhão é melhor entendida em termos de vida eterna.”
Sobre o versículo chave desta lição, o comentário bíblico Moody3
traz o seguinte argumento:

Se, porém, andarmos... como ele na luz está. Deus é luz; nós andamos
nela. A exigência para a comunhão é deixar a luz revelar o certo e o erra-
do e então viver sob a sua orientação continuamente. O cristão jamais se
transformará em luz até que o seu corpo seja mudado, mas ele deve andar
em resposta à luz enquanto está aqui na terra. Duas consequências seguem-
-se – primeiro: comunhão; depois: purificação. Comunhão uns com os
outros. A referência é aos nossos irmãos e não a Deus, como em 3:11, 23
e 4:7, 12. A purificação do cristão é uma consequência do andar na luz;
a cláusula é coordenada e indica um segundo resultado do andar na luz.
Sangue de Jesus. Tanto no V.T. como no N.T. o sangue significa morte
– geralmente violenta. Nos purifica. Andar na luz expõe nossos pecados
e fraquezas; assim precisamos de constante purificação e isto se obtém
com base na morte de Cristo. O verbo está no tempo presente e se refere
à purificação em santificação. De todo o pecado. Pecado está no singular,
indicando o princípio do pecado, mas a adição de todo (ou cada) mostra
que ele tem muitas formas.

I- NÃO HÁ COMUNHÃO ENTRE A


LUZ E AS TREVAS
A Bíblia demonstra o estado da humanidade devido ao pecado. Ao
escrever aos efésios, o apóstolo Paulo resumiu essa mensagem da seguinte
maneira:
“[...] Eles estão obscurecidos no entendimento e separados da vida de Deus
por causa da ignorância em que estão, devido ao endurecimento dos seus
corações. Tendo perdido toda a sensibilidade, eles se entregaram à depra-
vação, cometendo com avidez toda espécie de impureza” (BÍBLIA, Efé-
sios, 4,17-19).

O pecado criou um abismo entre o homem e Deus, a humanidade foi


conduzida à vaidade dos seus pensamentos, ao obscurecimento do entendi-
mento, endurecimento do coração, perda da sensibilidade espiritual e desco-

3 - PFEIFFER, Charles. F; HARRISON, Everett. Comentário Bíblico Moody: vol.2. Edi-


tora Batista Regular, 2009

59
nhecimento de seu Criador, tornou-se depravada e ávida por impurezas. Esse
cenário é demasiadamente tenebroso!
Não obstante, a luz veio ao mundo, mas ele a rejeitou, portanto perma-
nece sob condenação (João, 3, 19-20).
O apóstolo Paulo reforça a afirmação joanina de que os homens que
praticam obras más estão em trevas, ele discorre sobre esse assunto na primei-
ra carta aos tessalonicenses (I Tessalonicenses, 5, 7).
A luz se contrapõe a escuridão, conforme Strong (2002)4 o termo
“luz” no Novo Testamento grego é “phōs” e significa “tornar manifesto”, ou
seja, expor, mostrar, revelar, tornar claro.
Quando Deus criou o mundo, seu primeiro ato foi chamar a luz à exis-
tência, Ele viu que a luz era boa (Gn. 1, 4). João declara que a luz é a essência
do próprio Deus: “E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos:
que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma” (BÍBLIA, I João, 1, 5).
De certa forma, a mensagem bíblica resume como a luz veio para
prevalecer sobre as trevas e, no final, as trevas serão derrotadas para sempre,
conforme Apocalipse 21, 23-25.
Quanto à possibilidade de conviver com a luz e as trevas, o apóstolo
Paulo explica que “Não há comunhão entre luz e trevas [...] entre justiça e
injustiça [...] entre Cristo e Belial [...] entre o crente e o não crente” (BÍBLIA,
II Coríntios, 6, 14-15). O Deus que fez separação entre o dia e a noite sabe
quem está na luz e quem está nas trevas. Quem caminha nas trevas não pode
ter comunhão com o Senhor: “Se dissermos que temos comunhão com ele,
e andarmos em trevas, mentimos, e não praticamos a verdade” (BÍBLIA, I
João 1, 6).
Na passagem acima, o termo “trevas” é análogo ao engano, mentira e
omissão da verdade, no entanto o vocábulo luz significa clareza, é o compor-
tamento honesto, diz respeito a viver a verdade e torná-la conhecida, portanto
as trevas são a injustiça e Belial, elas nada têm a ver com o crente.
Os homens vivem na escuridão, acometidos de cegueira espiritual, a
missão da igreja através de Cristo é: “[...] abrir-lhes os olhos e convertê-los
das trevas para a luz, e do poder de Satanás para Deus, a fim de que recebam
o perdão dos pecados e herança entre os que são santificados pela fé [...]” e
andem como “[...] filhos da luz [...]” (BÍBLIA, Atos, 26, 18; Efésios, 5, 8).
Andar na luz é assumir a verdade de Deus e não a minha, tampouco
a do outro. A verdade trará unidade, portanto essa união não depende apenas
de nós, pois somos instáveis ante as pressões que sofremos, porém o Espírito
4 - STRONG, James. Léxico Hebraico, Aramaico e Grego. Barueri: Sociedade Bíblica,
2002

60
Mais de Deus!
Editora Publicações Avivamento

Santo nos une mediante o nosso chamado à luz do Evangelho.


Devemos andar na luz assim como Deus está na luz. Isso acontece
quando nos submetemos à verdade revelada na palavra, a qual compreende-
mos pela iluminação do Espírito Santo, assim experimentamos uma união
excepcional.

CONCLUSÃO

Deus resolveu o problema do pecado enviando seu filho para morrer


na cruz, todos que creem nesse sacrifício têm a sua comunhão com Deus
reestabelecida e tornam-se parte de Sua família.
Essa família mantém a unidade pela observação e prática do Evan-
gelho, desfruta de paz e comunhão proporcionados pelo Espírito Santo e
supera as decepções nos relacionamentos fraternais.
A comunhão é a nossa marca como Igreja de Cristo e deve ser culti-
vada incessantemente, pois não andamos em trevas, mas na luz.
Tenhamos mais comunhão!

ANOTAÇÕES

61
LIÇÃO 16
Mais paz
“Deixo com vocês a paz, a minha paz lhes
dou; não lhes dou a paz como o mundo a dá.
Que o coração de vocês não fique angustiado
nem com medo”
João 14, 27

INTRODUÇÃO

A paz é um bem precioso oferecido por Deus. O dicionário bíblico Al-


meida1 a define da seguinte maneira: “Paz - Tradução do hebraico
‘SHALOM’, que não significa apenas ausência de guerra, inimizade e bri-
gas, mas inclui também tranquilidade, segurança, saúde, prosperidade e
bem-estar material e espiritual para todos (Sl. 29.11; Jo. 20.21)”.

LEITURA COMPARTILHADA: João 1, 27-29

ENTENDENDO O TEXTO
Os capítulos 14 a 16 do Evangelho de João são considerados “discur-
sos de despedida”. Jesus está se despedindo dos seus discípulos, antes, porém,
ele precisa esclarecer ser o único caminho de volta para Deus e apresenta o
Espírito Santo como a promessa da presença contínua de Deus na vida dos
discípulos.
A respeito da paz, que o versículo chave desta lição menciona (v.27),
o comentário bíblico esperança2 diz:

Depende do que entendemos por “paz”. Também o “mundo” conhece uma


“paz” e busca alcançá-la. É a situação do sossego formal e da não-perturba-
ção, uma vida sem ameaças e medos. Com toda a certeza também esse tipo
de “paz” constitui um grande bem. O “mundo”, porém, desde que se soltou
de Deus, encontra-se essencialmente na falta de paz, motivo pelo qual sem
cessar experimenta muitas brigas e intranquilidade. Ele anseia por “paz”
1 - Dicionário Bíblico Almeida. 2ª ed. Barueri, Sociedade Bíblica do Brasil, 2021
2 - BOOR, Werner de. Comentário Esperança, Evangelho de João. Curitiba: Editora
Evangélica Esperança, 2002, P. 346–347

62
Mais de Deus!
Editora Publicações Avivamento

e, apesar disso, não é capaz nem de encontrá-la nem de concedê-la. Jesus,


porém, enfatiza: “Não vo-la dou como a dá o mundo.” Ele se refere a uma
“paz” de espécie completamente diferente. Ele sabe que para ele próprio e
seu grupo de discípulos está por vir tudo, menos um tempo pacífico. “Paz”
como o mundo deseja e tenta proporcionar, Jesus não pode assegurar a seus
discípulos. Por isso ele fala expressamente da “sua paz”.

I- TENHA PAZ
A vida de Jesus é o maior exemplo da paz referida nesta lição. Ainda
resta alguma dúvida sobre o que ela significa? Reflita na citação abaixo:

Ela é, como revela toda a história da Paixão, uma paz completa em meio às
piores aflições de todos os lados e na mais extrema escuridão dos suplícios.
Durante todos os eventos amargos, desde a detenção até o último clamor na
cruz, não sai dos lábios de Jesus nem uma única palavra sem paz, amarga
ou desesperada. Também no grito do abandono por Deus ouve-se, apesar
de tudo, sem amargura, “Deus meu, Deus meu”. Judas é tratado por “Meu
amigo.” Nem Caifás ou Pilatos são alvos de ameaça ou revolta por parte
de Jesus. E soldados e escarnecedores sob a cruz ouvem apenas as preces
pelo perdão a favor deles. Precisamente nessa hora de despedida Jesus tem
o direito de afirmar: “A minha paz.” É paz com Deus e com os humanos.
Mas essa paz não é apenas posse dele como algo que deve caracterizar
somente a ele. Ele a deixa como um legado aos seus. E a história da igreja
até hoje demonstra que esse espólio de Jesus é realidade plena. Aqui se
torna palpável toda a diferença entre aquilo que o mundo dá, e o que Jesus
concede. Sem dúvida, ainda tinham de acontecer a Páscoa e Pentecostes
para que realmente fosse deixado aos discípulos esse legado de paz por
parte de Jesus3 .

II- TENHA PAZ COM DEUS E


COM O TEU PRÓXIMO

Precisamos lembrar que a nossa paz depende da comunhão que temos


com as pessoas, por isso Pedro escreveu: “aparte-se do mal [...] busque a paz
e empenhe-se por alcançá-la” (BÍBLIA, I Pedro, 3, 11). Devemos buscar isso
todos os dias, pois a paz é mais valiosa que o ouro e o diamante, tem valor
maior que qualquer bem que o homem possa adquirir nesta vida!

3 - Ibid.

63
• A paz do Cristão está fundamenta na palavra do próprio Cristo (Jo. 16,33).
• Ela excede nossa compreensão – entendimento (Fl. 4, 6-7).
• Os que promovem a paz são muito felizes (Mt. 5, 9).
• Fomos chamados para viver em paz uns com os outros (Cl. 3, 15).
• Devemos nos esforçar para promover a paz (Rm. 12, 18).

CONCLUSÃO

A paz verdadeira depende de nossa comunhão com o Senhor Jesus,


se nos ligarmos a Ele, através da obediência à sua palavra, dos momentos
de oração e devocionais, então nos períodos de adversidades e provações,
olharemos para Deus e não sentiremos medo, teremos convicção de estar
amparados, ao invés de ficar desesperados; sentiremos paz, por saber que
Deus está conosco. Se for preciso, Ele abre o mar para passarmos e nos
sustenta no deserto, nenhuma dificuldade neste mundo pode tirar a nossa
paz, pois sabemos que todas as coisas contribuem para o nosso bem!
A paz nos traz uma vida de qualidade que nem todo o dinheiro do
mundo é capaz de comprar, ela é um presente de Jesus à sua noiva, a igre-
ja, embora tenhamos passado por tempos difíceis, caminhamos com ousa-
dia. Vivemos um tempo de avivamento e milagres, fomos fortes quando
um grande mal acometeu o nosso planeta e tirou a vida de muitas pessoas
em todas as nações, mesmo assim não perdemos a paz, pois sabíamos que
um novo tempo viria e traria cura à humanidade, precisamos manter a paz
e desejar mais de Deus, contudo a nossa paz depende da comunhão com
Ele e com os nossos irmãos.

ANOTAÇÕES

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Mais de Deus!
Editora Publicações Avivamento

LIÇÃO 17
Mais fé
“Então Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou
a cabeça, prostrou-se em terra e adorou. E disse:
Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei. O
Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o
nome do Senhor! Em tudo isto Jó não pecou, nem
atribuiu a Deus falta alguma”
Jó 1, 20-22

INTRODUÇÃO

N osso caráter por vezes é forjado no fogo das provações. Nossas habi-
lidades e resistência se desenvolvem nas tempestades! As lutas que
desalinham o nosso penteado, organizam o nosso coração. O fogo que con-
some a palha refina o ouro que existe em nós.
A partir da experiência de Jó, te convido a uma jornada de fé e cres-
cimento, principalmente se estiver passando pela maior tempestade de sua
vida. Quem já não se emocionou lendo a história desse patriarca? Quem
nunca ficou atônito ao se deparar com a narrativa de suas perdas, desapon-
tamentos e, sobretudo, sua fidelidade a Deus? Quero encontrar o mapa cuja
rota ele traçou, talvez nos seja útil em algum momento da vida.

LEITURA COMPARTILHADA: Jó 1, 13-22

ENTENDENDO O TEXTO
O relato acima diz respeito à atitude de Jó após uma sequência de acon-
tecimentos desastrosos com potencial de aniquilação do homem de Deus, todavia
ele deixa algumas balizas na via que apontam a direção a ser seguida nos dias mais
nublados da vida.
Apesar da dor, prejuízos, angústia da alma, abatimento do espírito; apesar de
tudo isso, Jó se levantou!
Diante da dor, levante-se!
Perante as perdas, levante-se!
Ante os demônios que cruzam seu caminho, levante-se!
Mesmo chorando, levante-se!
Se estiver sangrando, levante-se!
Ao se sentir sozinho, levante-se!

65
Nenhum acontecimento pode te manter no chão, se você estiver decidido a
ficar em pé.
Que inspiração para nós, Jó se levantou diante da tempestade que levou tudo
o que ele tinha, mas se prostrou diante de Deus e o adorou.
Prostre-se diante de Deus, ele nunca deixou de amar você, mesmo que mui-
tos te odiaram.
Não lute contra Deus, Ele é soberano, sempre tem um plano e conhece seu
futuro, coisas ocultas a você!

I- A FÉ EM DIAS ADVERSOS
É uma pena que muitos se levantam contra Deus e se prostram diante
das tempestades. Se prostre diante de Deus e adore! Mesmo que pareça não
ter sentido, adore! Você será fortalecido no mais íntimo do seu espírito, e a
paz que excede todo entendimento ocupará a tua alma.
O apóstolo Pedro afirma haver algo muito melhor depois das gran-
des provações: “E o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua
eterna glória, depois de haverdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de
aperfeiçoar, confirmar e fortalecer” (BÍBLIA, I Pedro, 5,10).
Esse texto demonstra o Deus que trabalha em nossa vida em meio
às tempestades, na perspectiva do pós-sofrimento. Perceba, o Deus de toda
graça, que nos chamou para a sua glória eterna, fala de um período de sofri-
mentos, “depois de haverdes sofrido um pouco”, observe que o sofrimento
existe por um pouco de tempo, mas Deus está vendo pós-tempestade, pois
a tribulação é momentânea, o único aspecto eterno da nossa vida é a glória,
tudo mais é passageiro.
É incrível como Deus usa os tempos difíceis para o nosso bem! De-
pois de um curto prazo de sofrimento, o Senhor nos aperfeiçoará. O texto afir-
ma que não seremos aniquilados pelas adversidades, mas confirmados através
delas. Deus usa as tempestades para reafirmar a nossa vocação e cumprir suas
promessas sobre nós. Por fim, ainda sairemos mais fortes.
Depois de perder tudo, restou para Jó apenas um manto encharcado de
lágrimas, mas ele rasgou o seu manto, raspou os cabelos da cabeça e afirmou:
um dia eu comecei assim, saí do ventre de minha mãe, completamente nu,
sem nada!
Não é fácil para quem teve tudo, recomeçar do nada, porém Jó mostra
que com confiança em Deus isso é possível.
Mesmo que não reste quase nada, se prostre diante de Deus e adore,
depois levante-se e recomece!

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Mais de Deus!
Editora Publicações Avivamento

Perante as perdas mantenha a fé, enfrente o caos e reafirme a sua


aliança com Deus! No capítulo 19 do livro de Jó, nos versículos 08 ao 21, a
bíblia registra parte do seu lamento pelos terríveis danos sofridos, é de cortar
o coração! Porém, no versículo 25, ele interrompe a sua queixa, fala da sua fé
interior e visualiza a sua restauração futura.
Ele tinha perdido até a sua pele, mas afirma: Deus me dará uma pele
nova, o meu Redentor está vivo, por mais que hoje eu me sinta nas trevas, eu
ainda verei a sua face. No capítulo 42, no versículo 5, ele diz: os meus olhos
te veem e, a partir do versículo 10, começa a sua plena restauração. Deus lhe
deu o dobro em relação ao que havia possuído, além disso, viveu cento e qua-
renta anos após a tempestade. A sua melhor fase foi depois da tormenta!

II- FORTALEÇA SUA FÉ


A fé torna o cristão mais forte, assim enfrenta as adversidades e agra-
da ao Senhor (Hb. 11, 6). Veja algumas orientações bíblicas para fortalecer a
fé:

1. A fé vem quando lemos e meditamos na Bíblia (Rm. 10, 17).


2. O cristão vive pela fé (II Co. 5, 7).
3. A fé, mesmo pequena, pode fazer coisas extraordinárias (Mt. 21, 21).
4. Para vencer o mundo é preciso fé (I Jo. 5, 4).
5. A fé não vem da sabedoria humana, mas de Deus (I Co. 2, 5).
6. Utilize o escudo da fé para vencer as tentações e provações (Ef. 6, 16).
7. Mantenha a fé para não naufragar (I Tm. 1, 19).

CONCLUSÃO

Tenha fé, a tempestade vai passar! A exemplo de Jó, somos chama-


dos a permanecer firmes no Senhor, mesmo diante do sofrimento. É o que
diz 1 Pedro 5, 9: “Resistam-lhe, permanecendo firmes na fé, sabendo que
os irmãos que vocês têm em todo o mundo, estão passando pelos mesmos
sofrimentos.”
Os sofrimentos te tornarão ainda melhor, a tua melhor fase virá de-
pois da tempestade!
Tenha mais fé.

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Mais de Deus!
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