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16 Palavra do Redator
19 Apresentação
21 Lição 1 Haverá Sobre Nós Um Rei
2° Trimestre 2023
Os Reis e Os Profetas de Israel
Pr. Alonso Colares ← Você está
nesta edição
3° Trimestre 2023
1° e 2° Epístola aos Coríntios
Pr. Valtair Miranda
4° Trimestre 2023
Josué, Juízes e Rute
Pr. Fabio Martins
Primeiras Palavras
Pr. Amilton Ribeiro Vargas
Diretor Executivo da CBF
Membro da PIB
Universitária do Brasil
10
favor imerecido, a graça, que também é expressão
do grande e incondicional amor que Jesus tem por
nós.
Deduzimos pelas palavras de Tito, que quando
Jesus morreu na cruz, remindo da condenação os
que O recebem, havia uma expectativa: Jesus nos
honra como “um povo particularmente seu, dedica-
do à prática de boas obras.” Esse texto nos revela
o grande privilégio de pertencermos a jesus, mas
também impõe-nos uma grande responsabilidade:
praticar as boas obras, cumprir a vontade de Deus
amando e cuidando das pessoas independente de
quaisquer interesses ou expectativas.
Se fossemos resumir o texto áureo de nossa cam-
panha missionária, o que o autor já o faz de modo
claro e didático, mas numa redundância com o pro-
pósito de lembrar o que a palavra de Deus nos en-
sina, tomo a liberdade de ter a ousadia e ressaltar
o que nos salta aos olhos como lembretes essen-
ciais ao exercício de nossa tarefa missionária:
Jesus se entregou por mim e por você!
Ele pagou pelos meus e por seus pecados!
Ele tirou a maldade de nosso coração e encheu
de amor a Deus e ao próximo!
Ele nos purificou para si mesmo, pois com
impurezas não seriamos particularmente dele!
11
Ele espera que eu e você sejamos dedicados às
boas obras!
Estamos diante de uma realidade desafiadora:
Deus é por nós, conta conosco, está presente to-
dos os dias de nossas vidas e deseja que a obra
missionária não pare, daí ter deixado o texto que
costumo chamar de “o mandamento da despedi-
da”:
“Portanto ide, fazei discípulos de todas as na-
ções, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e
do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as
coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu es-
tou convosco todos os dias, até a consumação dos
séculos. Amém.” (Mateus 28:19,20)
Obrigado por compartilhar essa mensagem:
“DEUS É POR NÓS!”
12
Palavra do Redator
Pr. Samuel Pinheiro
Diretor do Departamento de
Educação Cristã da CBF e
Coordenador Acadêmico da
FABERJ
Quem escreveu
19
Lição 1
Texto Base: 1 Crônicas 12:13-14
Haverá Sobre
Nós Um Rei
Leitura Diária
SEG 1 Crônicas 1 e 2
TER 1 Crônicas 3 e 4
QUA 1 Crônicas 5 e 6
QUI 1 Crônicas 7 e 8
SEX 1 Crônicas 9 e 10
SÁB 1 Crônicas 11
DOM Hebreus 1
Conclusão
Não devemos temer qualquer poder que se levan-
te contra o povo do Senhor, pois, temos ao nosso
27
lado o Leão da Tribo de Judá, o Filho de Davi, o Rei
dos Reis, o Senhor Jesus Cristo. Portanto, refletir
sobre os livros dos Reis e Crônicas é constatar que
nós temos um soberano da casa de Davi que reina
e reinará para todo o sempre. Portanto, nas próxi-
mas lições vamos aprender um pouco mais sobre a
história dos reis de Israel e aplicar as lições daque-
les tempos antigos em nossas vidas e crescer cada
vez mais na graça e no conhecimento do Senhor.
Esperamos que sejamos bem-sucedidos nesta em-
preitada.
28
Lição 2
Texto Base: 1 Crônicas 11:2-3
Tu Serás
Chefe Sobre
o Meu Povo
Leitura Diária
SEG 1 Crônicas 11:1-9
Conclusão
O rei Davi enfrentou muitos desafios no início do
seu reinado, e nos ensinou que que com habilida-
de, destreza e, sobretudo, temor ao Senhor, foi vi-
torioso e superou todos os desafios. Certamente,
nós também enfrentaremos ao longo da vida cris-
tã muitos desafios. Entretanto, seremos vitoriosos
também se aplicarmos os mesmos princípios do rei
Davi.
37
Lição 3
Texto Base: 1 Crônicas 17:7-8
Um Nome
Como os
Grandes
da Terra
Leitura Diária
SEG 1 Crônicas 17:1-15
TER 1 Crônicas 14
QUA 1 Crônicas 25
QUI 1 Crônicas 26
SEX 1 Crônicas 27
1. Um espírito destemido
Assim como nós, a vida do rei Davi é marcada por
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altos e baixos. Suas extraordinárias vitórias sobre
os inimigos e o estabelecimento incontestável de
sua autoridade muitas vezes foi manchada pelas
suas falhas pessoais. Mas havia algo no coração
de Davi que o fazia superar todos os seus percal-
ços e pedras no caminho da sua vida: o seu espíri-
to destemido.
Depois de consolidar a nova capital e trazer a
arca da aliança para Jerusalém com uma grandiosa
celebração (I Cr 16), o autor do livro das Crônicas
narra sobre as diversas vitórias que Davi obteve (I
Cr 17). O texto mostra as vitórias sobre todos os
vizinhos hostis ao povo de Israel. Os moabitas, os
sírios, os hamatitas, os amonitas, os edomitas e,
sobretudo, o povo que oprimiu Israel por décadas:
os filisteus. Se, antes, o povo lutava para não ser
destruído pelo poderoso exército da Filístia, agora
estes são subjugados pelos exércitos de Israel.
Ora, podemos aprender lições importantes aqui.
A nossa vida, assim como a vida do rei Davi, é cheia
de desafios e situações distintas. Em algum mo-
mento de nossa vida podemos estar usufruindo
das melhores coisas e em outros passando pelas
maiores dificuldades. Mas, não podemos perder o
espírito destemido; o desejo de crescer e avançar.
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O rei Davi conseguiu transformar uma nação fraca,
ressentida e desunida em uma nação próspera, vi-
toriosa e com uma extraordinária expectativa de fu-
turo. A efusividade com que o autor dos livros das
Crônicas descreve o reinado de Davi mostra que
este rei era um grande trabalhador e um empreen-
dedor. Como servos e servas de Deus, devemos
aprender com o rei Davi e não deixarmos a pregui-
ça e a procrastinação dominarem nossa mente.
2. Um coração sensível
Não obstante as inúmeras habilidades do rei em
empreender e conquistar, há também um outro tra-
ço interessante em sua personalidade, que diz res-
peito ao seu coração sensível. O rei Davi compôs
dezenas de salmos, reorganizou todo o sistema de
adoração em Israel (I Cr 24) e tinha um coração
que buscava a justiça, a despeito de suas falhas e
pecados. Em I Cr 18:14, o autor afirma que “Davi
reinou sobre todo o Israel; fazia juízo e justiça a todo
o seu povo.”
Mas certamente o traço mais inconfundível da
sensibilidade do rei Davi era a sua devoção a Deus.
Ele tinha absoluta certeza de que fora o Senhor
quem dirigia os seus passos até então e, por isso,
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o rei tinha um coração grato ao Senhor. E essa gra-
tidão o fez superar os grandes problemas da sua
vida pessoal. Sua intenção sincera de construir um
templo ao Senhor mostra a sensibilidade e grati-
dão do rei: “eis que moro em casa de cedros, mas
a arca do Senhor está debaixo de cortinas.” (I Cr
17:1). Havia, portanto, algo de especial no coração
do rei. A gratidão a Deus que se transformou em
ação!
Conclusão
Diante do que vimos até aqui, devemos nos per-
guntar com sinceridade: que tipo de legado quere-
mos deixar para os nossos descendentes? Os bens
desta terra passarão, nossas conquistas e vitórias
ficarão no esquecimento, mas o que realmente fará
diferença na vida dos nossos descendentes é a he-
rança espiritual. Assim, lute com todas as suas for-
ças para deixar um legado de fé para filhos e netos.
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Desse modo, eles saberão reconhecer e buscar ao
Senhor em seus momentos de lutas e provações. A
história e o exemplo do rei Davi nos ensinam isso.
46
Lição 4
Texto Base: 1 Reis 3:3
Um Coração
Sábio e
Entendido
Leitura Diária
SEG 1 Reis 1
TER 1 Reis 2
QUA 1 Reis 3
QUI 1 Reis 4
SEX 1 Reis 6
SÁB 2 Crônicas 7
DOM 1 Reis 11
1. O início promissor
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A história do rei Salomão domina onze capítu-
los do livro de I Reis e nove capítulos do livro de II
Crônicas. A exemplo dos reinados anteriores, tanto
do rei Saul quanto do rei Davi, o reinado de Salomão
se divide em duas partes: a do início promissor e a
dos percalços e erros de julgamento. O rei Salomão
começa o seu reinado sem o grande carisma pes-
soal dos reis anteriores e, talvez por isso, entendeu
que só o Senhor poderia o ajudar na grande tarefa
de governar um povo tão forte. Em I Reis 3:5-15,
ele recebe a famosa visão do Senhor, em sonhos,
o qual lhe disse para pedir o que quisesse. O rei
Salomão, em um espírito de humildade, responde
que era “ainda um menino pequeno” (I Rs 3:7) e
que o “povo que elegeste, povo grande, que nem
se pode contar, nem numerar, pela multidão” (I Rs
3:9); assim, ele roga ao Senhor “um coração en-
tendido para julgar a teu povo, para que prudente-
mente discirna entre o bem e o mal” (I Rs 3:9).
Conclusão
Por fim, há um problema que pode ser observado
no próprio texto base desta lição: “Salomão ama-
va ao Senhor, andando nos estatutos de Davi, seu
pai; somente que nos altos sacrificava e queimava
incenso.” Um sério problema espiritual é relativizar
o pecado e desprezar a excelência em relação ao
que é absoluto. A adoração a Deus deveria ser ce-
54
lebrada no templo, como o Senhor estabeleceu na-
quele tempo. Assim, carecia ao coração do rei um
certo tipo de zelo, não relativizando as coisas es-
pirituais. Esta falta de zelo do velho rei em relação
a sua vida espiritual fora determinante para esse
período sombrio de sua história.
Que Parte
Temos Nós
com Davi
Leitura Diária
SEG 1 Reis 11:14-43
DOM 2 Crônicas 12
1. O afastamento de Deus
Grandes desastres muitas vezes começam com
pequenos detalhes. Podemos dizer que a semente
da divisão do Reino de Israel começou com a con-
cessão do rei Salomão em se casar com muitas
57
mulheres. Grande parte desses casamentos acon-
teceram em virtude dos muitos acordos de paz com
as nações vizinhas. Mas, o resultado deste consór-
cio levou o rei a adorar divindades pagãs. O rei não
considerou que a paz com as nações não eram o
resultado de sua própria força ou inteligência, mas,
sim de Deus (II Cr. 22:9).
Conclusão
Portanto, podemos ver nesta lição, como o afas-
tamento voluntário da presença do de Deus cria
um ambiente propício para más decisões e atrope-
los na vida. Vimos também o quanto a obstinação
e a falta de confiança em Deus podem nos trazer
prejuízos por muito tempo. Assim, devemos manter
a confiança e a obediência em Deus para sermos
bem-sucedidos em nossa vida.
64
Lição 6
Texto Base: 2 Reis 16:3
Andou nos
Caminhos dos
Reis de Israel
Leitura Diária
SEG 1 Reis 22
66
1. Prosperidade material e miséria
espiritual
Em linhas gerais, o reino do norte nunca se esta-
beleceu de verdade como uma casa real estável. O
rei Nadabe, filho do rei Jeroboão, governou por dois
anos e logo foi assassinado junto com a sua família
por Baasa (I Rs 15:27-30). Por sua vez, Elá, filho de
Baasa, sofreu o mesmo destino na mão de Zinri, ou-
tro comandante militar (I Rs 16:8-14). Mas, o reinado
de Zinri durou apenas sete dias e outro comandante,
o general Onri, tomou o poder.
Finalmente, a casa de Onri estabilizou politicamen-
te o reino do norte. Transferiu a capital da cidade
de Tirza para Samaria. (I Rs 16:24) Assim, como a
Jerusalém de Davi, Samaria era a cidade da casa de
Onri. O rei era um grande arquiteto e construtor. Ele
edificou muitas obras grandiosas e foi acompanhado
neste talento pelo seu filho e sucessor, o rei Acabe,
que começou a reinar após a morte do seu pai. O rei
Acabe continuou o legado de grandes construções e
de grandes acordos comerciais, especialmente com
os sidônios, selando este consórcio casando-se com
a filha do rei de Sidon, Jezabel (I Rs 16:31).
No entanto, a despeito de todos esses empreen-
dimentos e construções monumentais, o reino do
67
Norte passava por um período de profunda degra-
dação moral e espiritual. O texto bíblico afirma que o
rei Onri fizera o que “era mau aos olhos do Senhor;
e fez pior do que todos quantos foram antes dele” (I
Rs 16:25). O rei Acabe, seu filho, conseguiu ainda su-
perar a impiedade de seu pai, (I Rs 16:30) de modo
que “como se fora coisa leve andar nos pecados de
Jeroboão, filho de Nebate, ainda tomou por mulher a
Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi, e ser-
viu a Baal, e se encurvou diante dele” (I Rs 16:31).
Assim, a partir do ímpio rei Acabe, começa em Israel
a adoração a um deus abjeto que constituía em pro-
miscuidade e bestialidade sem precedentes.
Podemos aprender aqui, portanto, que nem sempre
o poder material corresponde à bênção do Senhor.
Muitas vezes, somos tentados a sustentar que as
riquezas, a opulência e o poder são resultado das
bênçãos de Deus. Israel, o reino do norte, vivia um
tempo de prosperidade e construções, mas estavam
profundamente mergulhados na miséria espiritual.
Precisamos estar atentos porque, assim como o juízo
de Deus veio sobre o reino do norte, ele também virá
para aqueles que não possuem o temor do Senhor,
quer sejam reis, quer sejam pessoas comuns.
2. Degradação total
68
Um dos resultados do pecado na vida de uma pes-
soa ou de um povo é a degradação moral. Povos
prósperos experimentaram um momento de deca-
dência justamente por deixarem o que é bom e jus-
to e se envolverem em pecados que obscurecem a
imagem e semelhança de Deus impressa em cada
ser humano. O homem sem Deus vira um simples
animal com instintos bestiais.
Assim também aconteceu com o povo de Israel.
A adoração ao deus Baal, entidade de origem sidô-
nia ou fenícia, era completamente imoral. Nos cultos
a Baal, havia orgias de todo tipo, até mesmo com
animais, rituais de transe em que os seus devotos
cortavam uns aos outros (I Rs 18:28) e até mesmo
sacrifícios de crianças, como expresso pelo profe-
ta Jeremias (Jr 19:5). Assim, o povo da aliança, os
descendentes de Jacó, o povo que recebeu os Dez
Mandamentos, que dignificaram a pessoa humana
para sempre, estavam mergulhados em um nível de
degradação moral que não se via nem entre os ani-
mais.
A adoração a Baal foi colocada em xeque no ex-
traordinário evento no Monte Carmelo entre o pro-
feta Elias e os profetas de Baal (I Rs 18:18-40) e
totalmente extinta sob o reinado de Jeú, anos mais
69
tarde. (II Rs 10:15-28).
Quais as lições que podemos extrair deste triste mo-
mento da história do povo de Deus? Primeiramente,
podemos aprender que temos de passar para as pró-
ximas gerações a necessidade do temor do Senhor.
A conexão da verdadeira adoração a Deus, que havia
sido cortada no reinado de Jeroboão, nunca mais foi
plenamente estabelecida. Apesar dos feitos extra-
ordinários de Deus por meio dos seus profetas, es-
pecialmente o profeta Elias e o profeta Eliseu, isso
não foi suficiente para trazer o povo de volta para o
Senhor. A maior responsabilidade de cada um de nós
é garantir que a próxima geração ame ao Senhor de
todo coração.
Uma segunda lição é também uma constatação.
Talvez a geração que vivemos seja muito semelhan-
te à geração dos reis de Israel. Vivemos avanços em
muitas áreas do conhecimento e uma sensação de
qualidade de vida melhor do que nossos antepas-
sados. Mas também presenciamos aberrações pri-
mitivas como às que faziam parte do ritual de culto
a Baal. O acesso a pornografia, as bestialidades in-
discriminadas com o uso do próprio corpo e da pró-
pria vida e o assassinato de crianças e bebês não
são coisas que ficaram no passado. O ser humano,
70
a cada dia, cria “novos padrões” para colocar um
verniz de modernidade sobre problemas morais an-
tigos. No passado, a adoração era direcionada ao
falso deus Baal; hoje, o homem faz de si mesmo um
deus. Porém, ao invés de melhorá-lo tornando-o se-
melhante a divindade, o pecado tem o tornado pior
do que os animais.
3. O juízo de Deus
Em II Rs 17:13-14 vemos que o Senhor enviou seus
profetas para exortar o povo a se converter dos seus
maus caminhos e guardar os mandamentos, porém
o povo não deu ouvidos, endureceu o coração e não
creu na Palavra do Senhor por intermédio dos seus
profetas. É bem verdade que houve avivamentos pon-
tuais sob o ministério de Elias e Eliseu e sob o reina-
do de Jeú (II Rs 10.30). Mas, não foram suficientes
para mudar o coração do povo que estava comple-
tamente dominado pelo pecado.
Por fim, a Bíblia nos conta que “o Senhor muito se
indignou contra Israel e os tirou diante da sua face...”
(II Rs 17:18). Nunca mais as tribos do norte foram
reunidas novamente. Os Assírios conquistaram a ci-
dade de Samaria em 722 a.C. e dispersaram as dez
tribos do povo de Israel para sempre. Em seu lugar,
71
trouxeram povos de outras nações dominadas para
povoar a terra (II Rs 17.24) e repatriaram sacerdotes
do Senhor para ensinar-lhes a temer ao Senhor (II Rs
17.28). A partir disso, a terra foi tomada pelo sincre-
tismo religioso com os elementos dos cultos pagãos
e do culto a Deus. “Assim, ao Senhor temiam e tam-
bém a seus deuses serviam, segundo o costume das
nações dentre as quais tinham sido transportados.”
(II Rs 17.33). Desse modo melancólico terminou o
reino de Israel.
Não obstante, podemos extrair lições importantes
aqui. O juízo de Deus sempre vem antecipado pela
sua misericórdia. O Senhor sempre enviou os profe-
tas para fazer com que o povo se arrependesse e
confiasse unicamente nEle. Assim, também somos
nós. Devemos estar sempre atentos em não deso-
bedecermos ao Senhor e a confiar em sua miseri-
córdia.
Uma segunda lição importante diz respeito ao fato
de que os milagres nem sempre são decisivos para
mudar o coração do povo. Ao longo do tempo, Israel
presenciou extraordinários milagres, desde o tempo
de Moisés até o ministério dos profetas Elias e Eliseu,
mas os milagres deles não mudaram a obstinação do
povo. Analogamente, é assim também hoje. Muitos
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estão à procura de milagres e maravilhas, mas não
mudam os seus corações obstinados. Porém, sem
santidade e um coração quebrantado é impossível
agradar a Deus.
Conclusão
Nesta lição, vimos que a despeito da prosperidade
material inicial das tribos do norte eles estavam na
mais profunda miséria espiritual. Aprendemos tam-
bém o quanto o pecado é capaz de reduzir o valor
do homem criado a imagem e semelhança de Deus.
Por fim, aprendemos o quanto o juízo de Deus é in-
falível, mas sempre é antecipado pela sua misericór-
dia. Que tenhamos um coração ensinável para viver
sob as bênçãos do Senhor em nossa vida.
Não com
o Coração
Inteiro
Leitura Diária
SEG 2 Crônicas 14 e 15
TER 2 Crônicas 16
QUA 2 Crônicas 17
QUI 2 Crônicas 20
SEX 2 Crônicas 26
SÁB 2 Crônicas 29 e 32
DOM 2 Crônicas 33
77
2. Na angústia, a conversão ao
Senhor
As narrativas dos reis piedosos de Judá são ex-
traordinárias. A confiança depositada em Deus nos
tempos de angústia e os livramentos do Senhor em
situações dramáticas são uma grande inspiração
para nós, hoje. Como não se impressionar com o
maravilhoso livramento de Deus ao rei Josafá e a
todo o seu povo quando um grande exército dos
moabitas, dos amonitas e dos meunitas, vindos do
país de Edom para atacá-los (II Cr 20:1-2). O texto
bíblico mostra que “Então Josafá temeu, e pôs-se a
buscar o Senhor, e apregoou jejum em todo o Judá.
E Judá se ajuntou, para pedir socorro ao Senhor;
também de todas as cidades de Judá vieram para
buscar ao Senhor.” (II Cr 3-4). Mais adiante, no ver-
so 22 desta passagem, expressa que: “quando co-
meçaram a cantar e a dar louvores, o Senhor pôs
emboscadas contra os filhos de Amom e de Moabe e
os das montanhas de Seir, que vieram contra Judá,
e foram desbaratados.”
3. No arrependimento genuíno, o
livramento de Deus
A história do povo de Deus é marcada pelo ciclo
que compreende o sofrimento, o avivamento, o li-
vramento e a volta ao pecado levando o povo mais
uma vez ao sofrimento e assim por diante. Desse
modo, o arrependimento e a confissão sincera são
uma necessidade constante para que o povo não
perdesse o vínculo do relacionamento com Deus.
Mais do que a necessidade das bênçãos do Senhor,
o vínculo do povo de Judá para com o Deus de Jacó
significava a razão de existir como um povo. O livra-
mento, portanto, era apenas um sinal desse signi-
ficado; de que o povo era chamado pelo nome do
80
Senhor, o Deus de Israel.
Conclusão
Hoje refletimos sobre a história dos reis de Judá.
Aprendemos que a adoração e o relacionamento
com Deus devem ser com total inteireza de cora-
ção, também aprendemos sobre como a fé é fun-
damental para os momentos de angústia e sobre
como o arrependimento sincero traz vitórias.
Assim Diz
o Senhor!
Leitura Diária
SEG 1 Reis 12:21-24
3. Poder e Autoridade
Em conformidade com isso, há algo interessante
88
que podemos perceber no ministério dos profetas
e no relacionamento destes com os reis. Muitas ve-
zes, os reis possuíam o poder, mas a autoridade
estava com os profetas. Alguns episódios atestam
isso. Por exemplo: O profeta Semaías orientou, da
parte do Senhor, ao rei Roboão que não lutassem
contra Israel e ele obedeceu (II Cr 11:1-4). O rei
Josafá ouviu as orientações do Senhor por intermé-
dio de Jaaziel e venceu os Edonitas (II Cr 20). Os co-
mandantes de Israel obedeceram às orientações do
profeta Obede (II Cr 28:9-15). O rei Ezequias tinha
um profundo respeito e deveras seguiu as orienta-
ções do profeta Isaías (II Rs 19 e 20).
Assim, mesmo que os reis de Israel e Judá fos-
sem o poder máximo existente, a autoridade espi-
ritual dos profetas os fazia sobressair em dignida-
de e respeito por parte do povo e do próprio rei. As
narrativas bíblicas sobre os ministérios de Elias e
Eliseu, os quais refletiremos nas próximas lições,
mostram o quanto a autoridade espiritual dos pro-
fetas do Senhor era respeitada por todos. Por mais
que os reis tivessem arroubos de autoritarismo em
muitos casos, a Palavra do Senhor, proferida pelos
seus instrumentos, os profetas, tinham um efeito e
um poder muito maior sobre o povo.
89
Podemos extrair algumas lições importantes
aqui. Primeiramente, a autoridade espiritual vem
de Deus para um coração aberto em obedecer. Se
por um lado, o Senhor enviava e comissionava o
profeta, este, por sua vez, era obediente em ouvir a
voz do Senhor e se comprometia com a mensagem.
O episódio do “velho profeta” em I Reis 13:11 nos
ensina que o fato de ter o privilégio de ser porta-
dor dos oráculos de Deus nem sempre quer dizer
que um profeta é obediente a orientação de Deus.
Portanto, como portador da mensagem de Deus,
temos o compromisso em obedecê-la, custe o que
custar.
Em segundo lugar, por mais que vivamos em um
mundo hostil à mensagem do evangelho, o verda-
deiro servo comprometido com a palavra do Senhor
é respeitado onde estiver. Por exemplo, podemos
atestar isso quando um colega de trabalho está vi-
vendo momentos de aflição e pede a um servo de
Deus para interceder por aquela situação. Quantos
exemplos nós podemos mencionar sobre pesso-
as que convivem em ambientes indiferentes e até
mesmo hostis ao evangelho, mas que, na hora do
aperto, logo recorre ao servo de Deus. Assim, pre-
cisamos estar preparados para sermos autoridade
90
de Deus onde estivermos.
Conclusão
Refletimos hoje sobre o ministério dos profetas e
o quanto estes iluminaram os tempos sombrios do
reino dividido. Aprendemos também sobre o teor
da mensagem profética nos livros dos Reis e das
Crônicas e sobre a diferença entre o poder dos reis
e a autoridade dos profetas. Nas duas próximas li-
ções, continuaremos refletindo sobre o ministério
profético naquele tempo, mais especificamente so-
bre dois profetas que marcaram profundamente a
história de Israel: o profeta Elias e o profeta Elizeu.
Só o Senhor
é Deus
Leitura Diária
SEG 1 Reis 17
QUI 1 Reis 19
SEX 1 Reis 21
SÁB 2 Reis 1
2. O grande desafio
Um dos episódios mais emblemáticos do Antigo
Testamento aconteceu no Monte Carmelo. O enfren-
tamento entre o profeta Elias e os profetas de baal
foi uma batalha decisiva para mostrar que o Senhor,
o Deus de Israel, era o verdadeiro Deus e que Elias
95
era o seu mensageiro. Antes, porém, o profeta Elias
recebe a ordem de Deus para avisar ao rei Acabe
que a chuva voltaria a regar a terra e a trazer fartu-
ra novamente. Um servo chamado Obadias, fiel ao
Senhor, contou ao rei Acabe sobre a presença do
profeta Elias. O rei, ao encontrar o profeta Elias, acu-
sou-o de ser o perturbador de Israel. Por sua vez, o
profeta respondeu que o rei e o seu pai eram os cria-
dores de todos os males que estavam acontecendo
em Israel, pois deixaram o Senhor e adoravam ao
falso deus baal. Assim, o profeta Elias desafiou a
todo o povo, bem como todos os profetas de baal e
também os profetas de aserá (que na divindade si-
dônia seria a esposa de baal), para mostrar quem
verdadeiramente seria Deus.
O desafio consistia em trazer dois touros. Os pro-
fetas de baal matariam um deles, o cortariam em
pedaços e o colocariam em cima da lenha. Por sua
vez, o profeta Elias iria fazer a mesma coisa com o
outro touro. Cada qual iria orar ao seu deus e aquele
que enviasse fogo do céu e consumisse o altar seria
o verdadeiro Deus.
Os profetas de baal começaram as suas invoca-
ções que consistiam em danças, invocações, muti-
lações, rogando que baal respondesse com fogo ao
96
que gerou o sarcasmo do profeta Elias expressando
que baal poderia estar em viajem ou meditando, pois
não estava ouvindo os altos gritos dos seus profe-
tas.
Quando chegou a vez do profeta Elias, ele orou com
uma simplicidade comovente. Sua oração foi curta,
direta e sem manifestações excêntricas: “responde-
-me, Senhor, responde-me, para que este povo saiba
que tú, Senhor, és Deus e que fizeste o coração des-
te povo voltar para ti” (I Rs 18:37). Notemos aqui que
diante de todo esse acontecimento extraordinário, o
profeta Elias não buscou a glória para si. Sua oração
também tem um caráter intercessor. Ele ansiava que
aquele grande milagre causasse um avivamento es-
piritual no coração do povo. O resultado da oração,
expresso em I Rs 18:38, mostra que o Senhor en-
viou fogo do céu e consumiu o altar. Em resposta,
o povo bradou: O Senhor é Deus! O Senhor é Deus!
Mais adiante na narrativa bíblica, o profeta Elias ain-
da sentenciaria da parte de Deus ao rei Acabe por
este usurpar a vinha de Nabote (I Rs 21).
Em conformidade com isso, podemos aprender que
a despeito do enorme privilégio que temos de servir
ao Senhor, devemos entender que somos apenas
instrumentos para o louvor da glória dEle. O profeta
97
Elias tinha consciência de que aquele extraordinário
feito tinha como único objetivo mostrar ao povo que
o único Senhor era o Deus de Israel. Com efeito, não
precisamos estar em busca de glória própria, pois,
quando estamos ao lado do Senhor com sincerida-
de, Ele nos honra fazendo-nos participantes da Sua
glória.
3. Preparando um sucessor
Os fatos que se seguiram ao grande desafio no
Monte Carmelo mostram um profeta Elias cansado,
tanto fisicamente como emocionalmente. A reação da
perversa rainha Jezabel sobre o massacre aos pro-
fetas de baal (I Rs 19:1-2), evidenciou o lado humano
do grande profeta: ele temeu por sua vida (I Rs:19.
3). Refugiando-se para o deserto, ele demonstra seu
cansaço de viver (I Rs 19:4). Milagrosamente, ele é
cuidado por um anjo e recobra as suas forças para
caminhar novamente até o Monte Horebe (Sinai) para
conversar com o Senhor. À semelhança de Moisés,
novamente estava outro servo do Senhor naquele
lugar para receber instruções. Após ventos tempes-
tuosos e a exposição, por parte do profeta, de toda
a sua dor e angústia, em uma brisa suave o Senhor
lhe dá ordens para ungir a dois reis e um profeta que
ficaria em seu lugar (I Rs:19. 15-17).
98
Por conseguinte, o profeta Elias se encontra com
o jovem Elizeu e o unge para o ofício profético lan-
çando a sua capa sobre ele. A partir disso, o profe-
ta Elias foi seguido por Elizeu. (I Rs 19:19-21). Mais
adiante, o profeta Elias repreende o rei Acazias por
este consultar o deus pagão dos filisteus e não ao
Senhor. Mais uma vez, o profeta deu provas de ser o
homem de Deus que trazia a verdadeira mensagem
do Senhor (I Rs 1).
Por fim, o profeta Elias é levado para o céu por
uma carruagem de fogo como expresso em II Reis 2.
Aquele cuja vida fora marcada por experiências ex-
traordinárias de fé, obediência e fidelidade a Deus,
terminou a sua missão neste mundo de igual modo
extraordinário. As palavras assustadas e comoventes
do seu sucessor, o profeta Eliseu, diante da subida
do profeta Elias em uma carruagem de fogo para o
céu: “Meu pai, meu pai, carros de Israel, e seus ca-
valeiros” (II Rs 2:12), revelam como aquele simples
homem de Tisbé era na verdade a força espiritual
de todos os exércitos de Israel.
Séculos mais tarde, o profeta Elias volta à narrativa
bíblica no episódio da transfiguração (Mt. 17:1-9), ao
lado de Moisés e conversando com Jesus. Ali esta-
vam representados a lei e os profetas conversando
99
com aquele a quem tudo convergia: o Senhor Jesus
Cristo. O profeta Elias foi um servo de grande valor.
Conclusão
Refletimos hoje sobre a vida do profeta Elias. Sem
dúvida, um dos personagens mais interessantes e
enigmáticos do Antigo Testamento. A sua coragem em
meio a tantos desafios, sua ousadia em denunciar a
corrupção e o pecado, tanto do rei quanto do povo,
e suas experiências extraordinárias, certamente nos
inspiram a obedecer e a servir ao nosso Deus.
A Porção
Dobrada
Leitura Diária
SEG 2 Reis 2:19-25
TER 2 Reis 3
QUA 2 Reis 4
QUI 2 Reis 5
SEX 2 Reis 6
SÁB 2 Reis 7
1. O chamamento do profeta
O episódio do chamamento do profeta é registra-
do em I Rs 19:19-21. O profeta Elias o convoca para
a missão profética enquanto Eliseu estava arando a
102
terra. O jovem Eliseu deixou o arado, despediu-se de
seus pais e passou a trabalhar em uma nova “seara”
para sempre. O texto nos informa que Eliseu passou
a ser o ajudante do profeta Elias a partir de então (v.
21).
106
3. Um legado especial
Por fim, o ministério do profeta Eliseu, assim como
foi em toda a sua vida, é marcado por episódios mui-
to marcantes. O testemunho de Geazi perante o rei
sobre os feitos do profeta (II Rs 8:1-6), sua visita a
Damasco onde encontrou com Hazael e, de forma
comovente, começou a chorar diante dele porque sa-
bia as coisas terríveis que este iria fazer com o seu
povo de Israel (II Rs 8:7-15) e, especialmente, o seu
encontro com o rei Joás, (II Rs 13:14-19) mostram
o quanto aquele, agora velho, profeta amava o seu
povo e havia sido uma lâmpada que iluminava a luz
de Deus para um povo obstinado e mau.
Conclusão
Aprendemos hoje sobre a vida e a obra de um im-
portante servo do Senhor: o profeta Eliseu. Sua dis-
posição em ouvir a voz do Senhor, o reconhecimento
de todo o povo de que Deus o havia designado como
profeta, os feitos extraordinários que o Senhor reali-
zou por meio dele e sua ousadia santa para enfren-
tar reis e autoridades ímpias tornam a sua biografia
inspiradora.
Segundo as
Abominações
dos Gentios
Leitura Diária
SEG Isaías 5
TER Sofonias 3
QUA Miquéias 6
QUI Amós 6
SEX Jeremias 2
SÁB Isaías 1
1. A apostasia da ética
A passagem em II Rs 17:8-9 nos traz uma evi-
dência importante para entendermos o porquê do
fascínio do povo pelo erro e pelo obscurantismo re-
ligioso. No verso oito, podemos observar que a na-
ção de Israel andou “nos estatutos das nações que
o Senhor lançara fora de diante dos filhos de Israel,
e nos dos reis de Israel, que eles fizeram.” O ver-
so nove acrescenta que “os filhos de Israel fizeram
secretamente coisas que não era retas, contra o
Senhor seu Deus.”
2. A corrupção generalizada
Em decorrência da degradação espiritual da na-
ção de Israel, a corrupção se tornou generalizada,
e em todas as esferas da sociedade. Desde o rei,
passando pelos sacerdotes e, por fim do povo in-
113
teiro. Não se podia mais haver confiança na justi-
ça. Em II Cr 36:13 vemos que o último rei de Judá,
Zedequias, já servo do rei da Babilônia, rebelou-se
contra o rei Nabucodonozor a quem tinha firmado
por Deus que não se rebelaria.
3. A perda da relevância
Um último elemento que mostra a triste história
115
da decadência e queda dos reinos de Israel e Judá
que é decorrente dos primeiros elementos já men-
cionados é a perda da relevância. Em II Rs 17:15
vemos que o povo rejeitou os estatutos do Senhor
“e a sua aliança que fizera com seus pais, como
também as suas advertências, com que protesta-
ra contra eles; e seguiram a vaidade, e tornaram-
-se vãos; como também seguiram as nações, que
estavam ao redor deles, das quais o Senhor lhes
tinha ordenado que não as imitassem.” Assim, por
seguirem as suas próprias vaidades se tornaram
vãos ou irrelevantes.
117
Conclusão
Hoje tivemos a oportunidade de aprender com
os erros cometidos pelo povo de Deus no passado.
Que o nosso Deus nos ajude a não abandonarmos
o que é correto, não pervertermos a justiça e a ja-
mais nos tornamos irrelevantes neste mundo. Que
possamos ser luz e sal, para iluminar e curar esse
mundo perdido com a palavra de salvação.
118
Lição 12
Texto Base: 2 Crônicas 36:15
O Senhor
Enviou Seus
Mensageiros
Leitura Diária
SEG Isaías 1
TER Jeremias 29
QUA Oseias 2
QUI Obadias 1
SÁB Ezequiel 3
DOM Isaías 55
1. Um Deus zeloso
A passagem em II Cr 36:15 nos diz que “O Senhor,
Deus de seus pais, começando de madrugada, fa-
lou-lhes por intermédio dos seus mensageiros, por-
que se compadecera do seu povo e da sua própria
morada.” Não havia dúvidas que a infidelidade do
120
povo causaria a ruína, não por ser a vontade do
Senhor, mas como o resultado das escolhas de um
povo mal e perverso. Os avisos sistemáticos no livro
de Deuteronômio, as mensagens dos profetas e os
inúmeros momentos de livramento nacional mos-
travam que a obediência ao Senhor deveria ser o
resultado da gratidão no coração do povo, mas, ao
contrário, a ingratidão era sempre presente no co-
ração fazendo-os pecar contra o Senhor.
Outra observação importante é que o Senhor nun-
ca teve prazer em ver a ruína do seu povo. A expres-
são “enviou os seus mensageiros desde a madru-
gada” revela que o desejo do Senhor sempre foi a
prosperidade do seu povo. Mas essa prosperidade
só seria possível por meio da santidade e da cons-
ciência por parte do povo que Deus exigia fosse di-
ferente das demais nações pagãs. Assim, a obedi-
ência aos mandamentos não era uma exigência de
um deus cheio de “caprichos” e “vaidades”, mas,
sim, o meio para o estabelecimento de uma nação
poderosa e próspera.
O que podemos aprender aqui? A verdade é mui-
tas vezes reagimos com a mesma obstinação do
povo de Deus no passado. Nos afastamos do Senhor
e dos seus mandamentos e seguimos as nossas
121
próprias escolhas que resultam em prejuízos para a
nossa vida. Então, nos desertos da vida, geralmen-
te reagimos da seguinte forma: ou bem culpamos a
Deus por nos levar para aquela dor ou sofrimento,
ou bem confessamos os nossos erros e confiamos
na graça de Deus para nos socorrer.
Ora, nos livros dos Reis e das Crônicas estão mui-
tas orações de confissão e quebrantamento, que
nos mostram a melhor reação ante ao zelo do Senhor
em manter a sua Palavra. Deus é fiel a sua Palavra
e não faz concessões para adequá-la as nossas
falsas escolhas e subjetividades pecaminosas.
2. A compaixão de Deus
Não obstante estar bem claro que Deus não ter
nenhum compromisso com os erros do povo de
Israel e nem com a sua desobediência contumaz1,
não há como negar a compaixão do Senhor pelo
seu povo. A expressão de diligência por parte dEle,
enviando seus mensageiros, de madrugada, isto
é, desde sempre, porque se compadeceu do seu
povo, evidencia a sua compaixão.
122
Com efeito, o zelo do Senhor sempre estará liga-
do à sua misericórdia. As ações de Deus ao longo
da história mostram a Sua justiça sempre relacio-
nada a Sua misericórdia. Isto fica evidente nos es-
critos proféticos. Por exemplo, como se esquecer
das palavras escritas pelo profeta Isaías que da
parte de Deus convida: “Deixe o ímpio o seu cami-
nho, e o homem maligno os seus pensamentos, e
se converta ao Senhor, que se compadecerá dele;
torne para o nosso Deus, porque grandioso é em
perdoar.” (Is 55:7). Outro exemplo importante que
mostra a compaixão de Deus pelo seu povo é a co-
movente história do profeta Oséias. Este é orienta-
do pelo Senhor a casar-se com uma mulher infiel
para que, através do seu ato, mostre o sentimento
do Senhor pelo seu povo (Os 1:2). Assim, o Senhor
é o esposo traído por conta da desobediência do
seu povo, mas, mesmo assim, compadece-se dele.
Diante deste exposto, podemos perceber que
o Senhor ama o seu povo e compadece das suas
falhas e pecados. Porém, compadecer dos peca-
dos não significa aceitá-los. A história de Israel nos
mostra claramente que, a despeito da compaixão
de Deus pelo seu povo, isso não mudaria o fato de
que a destruição seria certa, justamente porque
123
o povo estava incapaz de se converter a ponto de
zombar “dos mensageiros de Deus, e desprezaram
as suas palavras, e mofaram dos seus profetas.” (II
Cr 36:16).
Ora, é muito comum atualmente superestimarmos
a compaixão de Deus e subestimarmos a Sua justi-
ça. Um exemplo disso são as concessões a práticas
pecaminosas claramente condenadas pelo Senhor
em nome de um falso amor e de uma falsa inclusão.
O Senhor se compadece das pessoas que pecam,
não dos seus pecados. Assim, a antiga afirmação
de que o nosso Deus ama o pecador, mas odeia o
pecado, mostra de forma equilibrada esta relação
entre a justiça e a compaixão de Deus.
Não obstante, isto deve nos fazer refletir so-
bre o que pregamos ou testemunhamos sobre
Deus. Três perguntas são muito importantes aqui.
Primeiramente devemos nos perguntar: o nosso
testemunho é cheio de compaixão? Em segundo
lugar, nossas palavras sobre Deus para as pesso-
as expressam o desejo sincero de vê-las livres do
pecado e santas para viver o Evangelho de Cristo?
Por último, devemos nos perguntar: como nós nos
sentimos quando um ímpio é destruído? Essas per-
guntas dizem muito sobre a natureza da nossa fé
124
no Deus que é justo, mas que se compadece do
arrependido.
3. A Mensagem de Esperança
Um terceiro elemento que mostra o amor de Deus
pelo seu povo, enviando os seus mensageiros des-
de sempre para exortá-los sobre a necessidade de
arrependimento, diz respeito ao teor da mensagem.
Em linhas gerais, os escritos dos profetas que vive-
ram no tempo em que foram escritos os livros do
Reis e das Crônicas diziam respeito a quatro aspec-
tos: a denúncia do pecado, a necessidade urgente
de arrependimento, a compaixão de Deus em ser
misericordioso com o seu povo e, por fim, a men-
sagem de esperança de dias melhores em caso de
arrependimento. O primeiro capítulo do livro do pro-
feta Isaías é um exemplo desta estrutura na men-
sagem dos profetas. Destaco aqui os versos de-
zoito, dezenove e vinte: “Vinde então, e argui-me,
diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam
como a escarlata, eles se tornarão brancos como
a neve; ainda que sejam vermelhos como o carme-
sim, se tornarão como a branca lã. Se quiserdes, e
obedecerdes, comereis o bem desta terra. Mas se
recusardes, e fordes rebeldes, sereis devorados à
125
espada; porque a boca do Senhor o disse.”
Assim, a mensagem profética não era um discurso
cheio de ódio e desejo de que o mal prevalecesse
contra o povo, mas uma mensagem cheia de com-
paixão e esperança. A iniquidade do povo era mo-
tivo de lamentação e o anseio pelo arrependimen-
to era marcante na mensagem dos profetas. Até
mesmo diante da inevitável queda de Jerusalém, o
profeta Jeremias transmite uma mensagem cheia
de esperança da parte de Deus para o seu povo:
“Porque assim diz o SENHOR: Certamente que pas-
sados setenta anos em Babilônia, vos visitarei, e
cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando
a trazer-vos a este lugar. Porque eu bem sei os pen-
samentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor;
pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar
o fim que esperais. Então me invocareis, e ireis, e
orareis a mim, e eu vos ouvirei. E buscar-me-eis, e
me achareis, quando me buscardes com todo o vos-
so coração. E serei achado de vós, diz o Senhor, e
farei voltar os vossos cativos e congregar-vos-ei de
todas as nações, e de todos os lugares para onde
vos lancei, diz o Senhor, e tornarei a trazer-vos ao
lugar de onde vos transportei.” (Jr 29:10-14).
Com efeito, a natureza da mensagem do Senhor
126
sempre tem como objetivo despertar o ímpio so-
bre os seus pecados, demonstrar o amor e a mi-
sericórdia de Deus e encher o coração do contrito
de esperança. Assim também nós devemos manter
este padrão, pois, hoje, somos nós quem desde a
madrugada exortamos a todos da necessidade de
arrependimento para o perdão dos pecados. Que
façamos isso com o temor do Senhor.
Conclusão
Hoje nós refletimos sobre o teor da mensagem
dos profetas e a urgência desta mensagem na ex-
pressão do texto das Crônicas “O Senhor enviou
seus mensageiros, madrugando”. Que possamos
ter este senso de urgência, testemunhando da jus-
tiça, da compaixão e da esperança para todas as
pessoas ao nosso redor.
Não Houve
Mais Remédio
Leitura Diária
SEG Jeremias 25:1-6
DOM Hebreus 12
1. A lição amarga
Os tempos finais, tanto do reino de Israel, ao nor-
te, quanto do reino de Judá, ao sul, foram marca-
dos pelo caos social, político e, sobretudo, espiri-
tual. A narrativa dos autores dos livros dos Reis e
das Crônicas mostra a degradação moral generali-
zada e uma expressão é chocante para definir a li-
129
ção amarga que este tempo trouxe. Para o reino do
norte, o texto diz que o “Senhor muito se indignou
contra Israel, e os tirou de diante da sua face [e]
rejeitou a toda a descendência de Israel, e os opri-
miu, e os deu nas mãos dos despojadores, até que
os expulsou da sua presença [...] como falara pelo
ministério de todos os seus servos, os profetas; as-
sim foi Israel expulso da sua terra à Assíria até ao
dia de hoje.” (II Rs 17:6-23). Desse modo, a capital
das tribos do norte, Samaria, foi tomada em 722
a.C. pelos assírios. Depois disso, nunca mais se
teve registro histórico sobre o que aconteceu com
as dez tribos do norte.
2. Os anos de purificação
Os que não foram mortos pela espada do exérci-
to caldeu, foram deportados para a Babilônia “para
que se cumprisse a palavra do Senhor, pela boca
de Jeremias, até que a terra se agradasse dos seus
sábados; todos os dias da assolação repousou, até
que os setenta anos se cumpriram.” (II Cr 36:23).
Assim, a terra prometida ficou desabitada e “des-
cansando” das fadigas que os tempos dos reis cau-
saram à terra.
3. O remanescente fiel
Os anos que se seguiram mostraram que o mal
não durou para sempre. Em II Cr 36:22-23 diz que
“no primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para que
se cumprisse a palavra do Senhor pela boca de
Jeremias), despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei
da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu
reino, como também por escrito, dizendo: ‘Assim diz
Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus dos céus me deu
todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe
133
edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá.
Quem há entre vós, de todo o seu povo, o Senhor
seu Deus seja com ele, e suba.’”. Assim, chegava
a termo o penoso exílio na Babilônia e a volta do
povo de Deus para a sua terra de origem.
Conclusão
Não podemos perder a oportunidade de crescer
e amadurecer durante os tempos de sofrimento.
Podemos sempre aprender um pouco mais sobre
a repreensão de Deus ao seu povo no passado e
extrair lições para a nossa vida no presente.
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