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FUNDAMENTOS DA NOSSA CONFISSÃO

Romeu Bornelli

11 – Trindade (10)

1Co 2:1-12 - Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o


testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de
sabedoria. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este
crucificado. E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre
vós. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem
persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para
que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de
Deus.

Entretanto, expomos sabedoria entre os experimentados; não, porém, a


sabedoria deste século, nem a dos poderosos desta época, que se reduzem a
nada; mas falamos a sabedoria de Deus em mistério, outrora oculta, a qual
Deus preordenou desde a eternidade para a nossa glória; sabedoria essa que
nenhum dos poderosos deste século conheceu; porque, se a tivessem
conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória; mas, como está
escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em
coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Mas
Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas
perscruta, até mesmo as profundezas de Deus. Porque qual dos homens sabe
as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim,
também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus.
Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem
de Deus,

Hoje eu gostaria de, rapidamente, recordar com os irmãos onde nós


paramos. Nós lemos na reunião passada esse texto e mais alguns textos a
respeito do Espírito Santo. Eu me lembro que nós colocamos algumas questões
que creio ser importante ficar gravadas para nós.

Nós temos, penso, um grande privilégio de, durante estes séculos da


vida da Igreja, Deus ter usado da dádiva, do Seu Espírito de sabedoria, de
revelação, e nos dado um entendimento bíblico a respeito da Sua natureza, da
Sua Trindade Santa, porque em todas essas fases que a Igreja passou nesses
dois mil anos, muita distorção aconteceu. Irmãos, é certo que a ortodoxia não
nos garante um caminhar espiritual adequado, genuíno. Não é porque apenas
cremos em algo correto, no que é correto, no que é bíblico, a nossa doutrina é
ortodoxa, é bíblica realmente, isto não nos garante uma vida de qualidade com
Deus. Mas, se nós não temos uma doutrina correta, sadia, ortodoxa realmente,
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nós também não podemos ter uma vida de qualidade com Deus, porque a
visão, a ortodoxia, sempre vem primeiro. Deus usa da visão para ganhar os
nossos corações. Deus usa da revelação do Seu caráter para transformar o
nosso caráter. Deus usa da revelação do Seu Ser para transformar o nosso
ser.

Então, se nós tivermos um entendimento errado a respeito da Pessoa de


Deus, nós teremos um entendimento errado a respeito de tudo. Nosso coração
já tem uma tendência tão natural, pecaminosa, depravada até, de usarmos
Deus para os nossos fins, usar Deus como meio para nossos fins. Se nós não
formos corrigidos pela visão Bíblica a respeito do caráter de Deus, nós muito
mais faremos disso. Nós não teremos nada que possa mortificar esta tendência
que nós temos de usar Deus para o nosso bem, para o nosso benefício, ao
invés de permitir, que o trabalho de Deus, da Palavra de Deus, transforme o
nosso ser através, muitas vezes, de adversidades, segundo os nomes que nós
usamos, diante de Deus, isso na verdade não existe, porque Deus é soberano
sobre todas as coisas. Mas Deus usando as adversidades, os infortúnios, quer
seja, tristezas, dores, sofrimentos, mas conduzindo-nos, ao cumprimento do
Seu propósito. Nós não teremos o nosso ser corretamente ajustado neste
propósito de Deus sem uma visão do caráter de Deus, sem uma ortodoxia.

Nós temos nos batido muito em torno disso, não é de hoje, são por todos
estes anos que nós nos reunimos. Nós precisamos de uma boa visão, nós
precisamos de uma visão adequada. A Palavra de Deus diz assim: Onde não
há visão, o povo se corrompe (Pv 29:18). Outras traduções alternativas
dizem: o povo fica sem controle, o povo se desvia, o povo se degenera.
Todas estas consequências aparecem em um povo sem visão. Agora, a visão
não nos torna, em si mesma, um povo com um relacionamento de qualidade
com o Senhor, porque ela é o primeiro passo, apenas. Se nós ficarmos só com
a visão, nós podemos nos tornar quase que visionários, vendo, vendo, vendo,
entendendo, mas sem um coração que acompanha a visão, um coração
transformado, um coração que possa refletir Cristo. Refletir Cristo na
convivência, refletir Cristo no ambiente de trabalho. Porque na verdade,
irmãos, a visão é para a Igreja, não é para o mundo. Agora, o testemunho é
para o mundo. O mundo não recebe visão do Senhor, de jeito nenhum. O
mundo recebe conhecimento, entendimento de Deus através da Igreja, a
Igreja é o testemunho de Deus. O mundo apenas recebe visão de Deus no
sentido salvador, quando o Espírito Santo vem a uma alma que não crê e
revela Cristo para aquele coração, leva aquele coração ao arrependimento e à
fé, isso aconteceu com todos nós, mas apenas nesse sentido. A visão de
Cristo, o plano de Deus, o propósito de Deus, a glória de Cristo, isto não é
revelado ao mundo, de jeito nenhum, isto é propriedade da Igreja.

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A Igreja é o canal de revelação de Deus, a Igreja é o objeto da revelação
de Cristo. A visão é para nós, mas o testemunho é para o mundo. Paulo falou
isto para os coríntios. Queria, mais uma vez, tomar esse ponto com os irmãos,
pois é importante. Paulo elogiou os coríntios por terem visão, muita visão, mas
reprovou os coríntios por não terem uma vida adequada à visão. Quando ele
começa a carta aos Coríntios, ele diz assim: em tudo vocês foram enriquecidos
nele, (ou em Cristo) em toda a palavra – 1Coríntios 1, Paulo diz isso – e em
todo o conhecimento; de maneira que não vos falte nenhum dom. Essa era a
comunidade de Corinto: ...em tudo fostes enriquecidos nele, em toda a
palavra e em todo o conhecimento (1Co 1:5). Interessante, mas como
uma comunidade assim, podia viver como Corinto vivia? Parece que não bate
uma coisa com a outra – enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o
conhecimento - mas como a Igreja era nela mesma? Soberba; enciumada uns
dos outros; disputando; não se serviam; não estavam demonstrando amor
fraternal de jeito nenhum; estavam disputando dons; estavam disputando
posses; estavam dando vantagem aos irmãos, na vida comunitária, que
possuíam mais condição econômica; estavam usando da ceia para se
embriagarem, do tomar o cálice; estavam acolhendo, sem julgar; imoralidade
no seio da Igreja; muita confusão. Mas quando o apóstolo Paulo começa a
escrever àquela Igreja, ele começa desta forma: em tudo fostes enriquecidos
nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento, e em todo dom. Paulo diz:
não vos falta nenhum dom.

Bom, os irmãos vejam que Palavra, conhecimento e dom não significam


maturidade. Palavra, conhecimento e dons podem andar juntos com
carnalidade. Era isto que estava acontecendo em Corinto, porque Palavra,
conhecimento e dom não formam Cristo em nós. Nós precisamos da Palavra,
do conhecimento, dos dons, mas nós precisamos destas coisas através do
trabalho da cruz, para que nós sejamos, então, transformados segundo Cristo,
para que a Palavra, o conhecimento e os dons possam ser exercidos no
Espírito de Cristo, num espírito de serviço, num espírito de pureza, num
espírito de servo e não de disputa e não de soberba. Os irmãos vejam como a
Igreja de Corinto é um alerta para nós.

Mas nós precisamos de visão, porque tudo começa pela visão, tudo parte
da visão. Então, este foi o motivo que gerou este desejo, este encargo no meu
coração, que nós tenhamos uma visão, pelo menos, a partir daí, mais
adequada do Ser de Deus, a Trindade Santa e o assunto que a gente vai
começar na próxima reunião: a Pessoa de Cristo, para que, então, mais de
Deus e da cruz, do Ser de Deus e da cruz, da obra da cruz, possa estar se
clareando para nós. É fundamental, tudo decorre disto, o nosso amor a Cristo
decorre disto. Irmãos, não é algo emocional, não. Passa, depois, pelas
emoções, mas é algo que começa no espírito, na visão.
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Interessante como que as coisas podem ser invertidas e deturpadas. Um
homem de Deus, que seguiu fielmente o Senhor antes da Reforma Protestante,
um Conde, chamado Zinzendorf, um dia viu um quadro na parede que
retratava a crucificação. Ele contemplou aquele quadro por muito tempo e,
através da contemplação daquele quadro, ouviu como que um testificar, um
falar do Espírito no seu coração, e o falar do Espírito foi o seguinte: “Isto eu fiz
por ti, que fazes tu por mim?” Esta expressão já foi deturpada por tantas
pessoas, tantas vezes, como se o que Cristo fez na cruz por nós, pudesse ser
pago de alguma maneira por nós. Ele fez aquilo e o que nós podemos fazer por
Ele? Mas não é nada disso, nem o que o Espírito Santo revelou ao Conde
Zinzendorf e nem isso que ele entendeu. Ele estava vendo, que aquele amor é
um amor sem preço, e aquele amor, reclamava, e depois ele escreve isto:
“esse amor requer todo o meu ser, tudo o que sou.” Ele viu que aquele
sacrifício completo, consumado, que nada podia ser acrescentado a ele e nem
diminuído, esse sacrifício requeria todo o ser daquela pessoa, daquele irmão, e
isso é verdade com relação a nós. O sacrifício da cruz, a Pessoa que ali
morreu, requer todo o nosso ser, porque o que Ele fez foi completo, o que Ele
fez foi perfeito, o que Ele fez foi uma eterna redenção e agora, o que resta
para nós? Nos rendermos a esse propósito: Senhor, faz em mim o que o
Senhor quer fazer; Senhor, forma em mim o teu Ser e teu caráter; Senhor, me
dá o privilégio de participar do Teu testemunho nesta terra Senhor, eu fui
comprado por preço. Paulo fala isto aos coríntios: agora eu quero glorificar a Ti
em meu corpo. Ele fala também aos filipenses: Cristo seja engrandecido no
meu corpo, quer eu viva, quer eu morra. Ele não sabia se ele ia viver ou se ele
ia morrer, ele estava preso naquela prisão romana, ele não sabia o que seria o
próximo dia da vida dele como apóstolo do Senhor. Ele falou: e nem estou
preocupado, para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro; que Cristo seja
engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer pela morte. Ele escreveu aos
tessalonicenses: quer vivamos, quer morramos, somos do Senhor. Então, os
irmãos estão vendo o que a visão faz? A visão faz isso: a visão amarra, a visão
é constrangedora, a visão é a única coisa capaz de nos arrastar. A visão de
Deus, a visão de Cristo, o amor de Cristo.

Então, onde não há visão, o povo se corrompe, o povo fica sem


controle, o povo degenera. Alguma coisa tem que ocupar o espaço daquela
comunidade, Cristo não tem ocupado, então vamos ocupar, o que nós vamos
fazer? Qual que vai ser o motivo do nosso reunir, a nossa atração, o nosso
empenho? Nós temos que ter alguma coisa no centro, nós não ficamos sem
centro. Irmãos, se nós não temos visão de Cristo - e a visão de Cristo é
inesgotável, Cristo é o foco da glória de Deus. A visão da Igreja a respeito da
glória de Cristo é uma visão que nunca pode ser extrapolada, que nunca pode
ser ultrapassada, que nunca pode se tornar velha. A visão de Cristo é sempre
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nova, fresca. Os irmãos lembram o apóstolo João, a gente sempre tem citado
esse texto aqui, aquela visão do Apocalipse. No tempo fazia mais de 60 anos
que Jesus tinha ressuscitado - porque Apocalipse foi escrito em torno do ano
95, o Senhor Jesus morreu no ano 33, mais ou menos. O Apocalipse foi escrito
no ano 95 da Era Cristã, 62 anos, mais ou menos, depois que o Senhor tinha
ressuscitado. Bastante tempo, não é?! João, então, tem aquela visão e
quando ele tem a visão, ele diz assim: Eu vi um Cordeiro, como que
recentemente imolado, esta foi a visão de João. No tempo, 62 anos se
passaram, mas na visão de João um Cordeiro com aquele sangue novo, fresco,
vivo diante de Deus. Irmãos, só a partir da visão a nossa vida espiritual pode
ser mantida, por isso este texto, Provérbios 29:18 - Onde não há visão, o
povo se corrompe; algumas traduções dizem: Onde não há profecia..., que
é a mesma coisa, profecia é o falar de Deus. Então, onde não há essa profecia,
visão, o povo se corrompe, o povo se degenera, o povo fica sem controle.

Tomei a liberdade, mais uma vez, de repartir com os irmãos qual é o


meu encargo durante estas três séries de mensagens que nós temos feito: é
que a visão nos amarre; é que a visão nos constranja; é que a visão nos
ganhe; é que a visão nos transforme; é que a visão nos leve ao
arrependimento; é que a visão mexa com tudo o que há em nós, a partir do
espírito, a partir do nosso espírito; mexa com tudo o que há na nossa alma,
mexa com a nossa vontade, ela possa se render, mexa com as nossas
emoções, elas possam ser conquistadas, mexam com os nossos pensamentos
que eles possam ser cativos de Cristo, Paulo fala isto aos coríntios: levando
cativo o pensamento à obediência de Cristo. Que a visão espiritual possa
mexer com tudo o que há na nossa alma: mente, vontade, emoções. Este é o
desejo do meu coração ao partilhar essa série de estudos.

Eu gostaria de terminar hoje essas considerações que nós temos feito a


respeito do Espírito Santo. Nas duas mensagens anteriores nós falamos que a
convicção da Igreja a respeito do Espírito Santo só se tornou clara no sexto
século. Nós citamos para os irmãos três datas importantes, com relação a esta
questão da doutrina do Espírito Santo. No quarto século, no ano 325, naquele
chamado Concílio de Nicéia, onde foi elaborado um credo, uns dos credos da
história da Igreja, ou uma confissão de fé. Os credos são confissões de fé. O
chamado credo Niceno era muito indefinido com relação ao Espírito Santo. Ele
declarava a respeito da Pessoa de Deus Pai, a respeito do Filho, e
simplesmente dizia assim: “e cremos no Espírito Santo”, e ponto final. Isto é
claro, que não é suficiente. Quem é o Espírito Santo? “Cremos no Espírito
Santo”, mas quem é o Espírito Santo? Até o quarto século, a Igreja não tinha
isso definido, porque os debates, os confrontos, confrontos terríveis que
estavam acontecendo em torno, até o quarto século, não em torno da Pessoa
do Espírito Santo, mas em torno de quem? Da Pessoa do Verbo, Cristo. Quem
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é o Filho? Os irmãos se lembram, citei aquela heresia chamada ariana que
dizia que Cristo, o Verbo, o Filho, foi o primeiro ser que Deus criou. A Igreja
viveu períodos tremendos de conturbação: quem é o Filho? Quem é o Filho? O
Filho é Deus? O Filho é Deus como o Pai é Deus? A Igreja viveu aquele
período, quando aqueles apologistas, ou defensores da fé se levantavam, com
a Palavra de Deus aberta, e podiam defender a revelação de Cristo na Palavra,
o Verbo eterno. Quatro séculos. A partir daí, a atenção se voltou para a Pessoa
do Espírito Santo porque, de alguma maneira, a questão do Filho já estava,
pelo menos, bem definida.

No ano 381, houve mais um Concílio, o Concílio de Constantinopla, e


mais um credo foi feito naquele Concílio. Os Concílios eram reuniões de
homens de Deus, de teólogos, nos quais eles ficavam discutindo por meses, às
vezes, a fio, aquelas questões bíblicas. Mais um credo foi enunciado, no ano
381, 60 anos, mais ou menos, depois do de Nicéia. Credo de Constantinopla.
Então, alguma coisa a mais foi dita a respeito do Espírito Santo, algo foi
acrescentado naquele credo anterior, não terminava apenas: “creio no Espírito
Santo”, mas “cremos no Espírito Santo que é o Senhor, Ele é o doador da vida,
Ele será glorificado com o Pai e com o Filho”, o credo dizia assim “E Ele
procede do Pai” e terminava aí. Mas, não estava ainda claramente definido,
porque a Bíblia vai além disso.

Mais uma vez eles se reuniram, 200 anos depois, no sexto século, no ano
589, num Sínodo, chamado Sínodo de Toledo, e neste Sínodo a definição ficou
completa a respeito do Espírito Santo. Eles tomaram aquelas declarações
daqueles outros Concílios e acrescentaram: “Cremos no Espírito Santo, o
Senhor, o doador da vida, que procede do Pai e do Filho.” Isto foi acrescentado
só neste último Concílio. Então, foi definido o que a Bíblia realmente ensina a
respeito do Espírito Santo, e esse credo do sexto século nunca foi
ultrapassado, porque a partir daí, nós não temos nada mais que a Bíblia
revele. A Pessoa do Espírito Santo foi definida assim, só no sexto século.
Quanto tempo a Igreja perdeu, quanto desvio houve aí. Nós já falamos alguma
coisa, o Espírito Santo foi visto como que, quase que uma bateria celestial, um
recarregador. Deus Pai é Deus, Deus Filho é Deus, agora, o Espírito Santo é a
influência de Deus, é o poder de Deus, mas Ele não era adorado como Pessoa
divina. Os irmãos entendiam que, ao Espírito Santo, não se podia orar, mas a
partir desse Sínodo de Toledo, ficou claro que o Espírito Santo é uma Pessoa
divina, com bastante clareza. Então, pode-se orar ao Espírito Santo, nós
podemos clamar a Ele, porque Ele é uma Pessoa. Vem, Espírito Santo, Ele é
Deus.

Através da Pessoa do Espírito Santo é que nós temos a realidade de


Deus, tanto do Pai, quanto do Filho. É na Pessoa do Espírito, e somente por
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Ele. Cristo, no sentido estrito da Palavra, não está em nós. Cristo está nos
céus. Jesus Cristo ressuscitou e Ele está entronizado. Quando nós falamos, e
nós podemos falar: Cristo está em nós, é porque o Espírito Santo está em nós,
é na Pessoa do Espírito Santo que nós gozamos Cristo, é na Pessoa do Espírito
Santo que nós gozamos o Pai.

Agora, sem o entendimento a respeito do Espírito Santo nós ficamos em


muita dificuldade, muita dificuldade mesmo. Porque, se nós não temos um
conceito correto a respeito do Espírito Santo, então, o que é regeneração?
Você já pensou sobre isso? Eu não entrei em detalhes sobre isso porque o
nosso estudo não é especificamente isso, nós temos muita coisa mais para
falar, mas as implicações são muito sérias. Se nós não cremos que o Espírito
Santo é uma pessoa divina a nossa regeneração está em uma situação
perigosa. Se Ele é só um poder e só uma influência, então nós somos objetos
de um poder que atuou sobre nós e nos regenerou. Mas que garantia nós
temos que este poder nos salvou eternamente? Que garantia que nós temos
de que este poder é um poder que vai nos transformar pela vida toda? Se Ele
não é pessoal, foi uma influência que veio sobre nós e até quando ela vai ficar
sobre nós se o Espírito Santo é só uma influência? Os irmãos vejam que a
situação é muito séria, as implicações são muito sérias.

O Espírito Santo é uma Pessoa, e não uma influência. Vamos tentar usar
uma ilustração: se um escultor trabalha sobre um objeto de arte, ele está
usando a sua eficiência, o seu poder, sua capacidade, está esculpindo uma
obra ali e se, de repente, ele resolve parar, a obra fica inacabada. Que
necessidade ele tem de concluir aquela obra? Em si mesmo, nenhuma. Ele está
apenas usando a sua capacidade e fazendo uma obra, ele pode parar a hora
que quiser. Mas o Espírito Santo não é um poder operando sobre nós, o
Espírito Santo é Deus que veio habitar em nós, é muito diferente. Deus veio
habitar em nós, nos seus santos, através da Pessoa do Espírito Santo, e por
meio dessa habitação que, segundo o ensino Bíblico, é uma habitação
irreversível, é uma habitação que veio para ficar. O Espírito Santo não é dado
e tirado, é dado e tirado, isso não é o ensino bíblico. Ele veio habitar nos
nossos corações e esta habitação é comprometedora. Esta habitação - nós
podemos falar com muita veracidade e falando com reverência - compromete
Deus, compromete Deus conosco, claro que pela graça, claro que porque Ele
quis, porque Deus não se compromete com ninguém, Ele é lei para si mesmo.
Mas, no Seu plano, que Ele estabeleceu, no Seu plano de graça Ele quis se
comprometer. Quando Ele veio habitar em nós, na Pessoa do Espírito Santo,
Ele se comprometeu, não em exercer influência sobre nós, mas em tornar-nos
lugar da Sua habitação e nos tornar semelhantes a Ele mesmo. Ele se
comprometeu pela Pessoa do Espírito Santo. É por isto, irmãos, vejam como as
implicações são sérias, que Paulo escreve assim aos filipenses: ...aquele que
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começou boa obra em vós há de completá-la até o Dia de Cristo Jesus
(Fp 1:6). Por que Paulo pôde ter tanta segurança? Porque ele sabia sobre o
Espírito de habitação, ele sabia que o Pentecostes veio para ficar, que o
Pentecostes não era uma descida de poder, que o Pentecostes era a descida de
uma Pessoa. Poder caracterizaria aquela Pessoa, mas aquilo não era um poder
apenas, era uma Pessoa: o Espírito Santo – mas recebereis poder, ao
descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis as minhas testemunhas...
(At 1:8)

Então, faz toda a diferença nós termos o entendimento correto a respeito


do Espírito Santo. Ele é Deus em nós, esse Deus executor, Ele executa a obra
de Deus em nós. Ele nos regenera, vivifica, transforma, conduz ao
arrependimento, à confissão, à contrição de coração, ao quebrantamento,
revela Cristo - como o Senhor falou lá em João naqueles discursos no
cenáculo: Ele me glorificará, porque vai receber do que é meu, e vai anunciar
a vocês; eu não deixarei vocês órfãos, eu enviarei um outro. Quando Ele usa a
palavra outro, Ele está dizendo assim: semelhante a mim, outro. Outro
significa: outro da mesma espécie, outro da mesma qualidade. Eu vos enviarei
um outro Consolador, que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade.
Jesus era um Consolador para eles, não era? Então, Ele diz: quando eu for
para o Pai eu não vos deixarei órfãos, eu enviarei outro Consolador. E a
palavra ali, aponta para um outro da mesma espécie. Que maravilha! Porque
Deus não é dividido, Deus é um só Ser. Se o Filho foi glorificado, o Espírito
Santo foi derramado e nós temos o gozo do Filho pelo Espírito, nós temos o
gozo do Pai, em nós, pelo Espírito, por isso Ele é chamado de Espírito da
comunhão, ou comunhão do Espírito. Comunhão é o que caracteriza o Espírito.

Eu gostaria de prosseguir do ponto onde nós paramos na reunião


passada. Nós citamos, na reunião passada, quatro aspectos da obra do Espírito
Santo. Depois de nós falarmos sobre a Pessoa do Espírito Santo, na Trindade,
nós falamos um pouco a respeito da obra do Espírito Santo, a partir da
Trindade, o que Ele faz, e nós vimos que o Espírito Santo é o agente da
criação. Deus cria por meio de Cristo, Cristo é o Logos, Cristo dá a expressão
ao desejo de Deus, ao plano de Deus, Ele é a Palavra de Deus, e o Espírito
Santo - usando uma linguagem prática para a gente entender - seria quem põe
a mão na massa. O Pai planeja, o Filho é o veículo do que o Pai planejou e o
Espírito Santo é quem executa. A Bíblia diz lá em Gênesis, quando havia
trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre
as águas (Gn 1:2). E quando Deus disse: Haja luz. Então, os irmãos veem:
Deus, Deus, Pai. Os irmãos veem a Palavra de Deus, que é Cristo: Haja luz –
Palavra é Cristo, o Verbo; e os irmãos veem o Espírito Santo, que executa
aquilo que foi proferido. A trindade opera juntamente: o Pai, o Verbo e o
Espírito. Disse Deus: Haja luz e houve luz (Gn 1:3). O Espírito Santo foi
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quem promoveu aquela obra, porque o Espírito Santo é agente da criação por
meio do Filho. O Espírito Santo é agente da regeneração, é Ele que nos
regenera. Quando nós ouvimos o Evangelho, é o Espírito Santo que fala, que
testifica. Romanos 8 diz isso: O próprio Espírito (de Deus) testifica com o
nosso espírito que somo filhos de Deus; pelo Espírito nós podemos orar ao
Pai: Aba, Pai. O Espírito Santo é esse Espírito do Pai, esse Espírito do Filho, o
mesmo Espírito, que habita em nós para nos dar o gozo do Pai e o gozo do
Filho. Lembra de João quando ele falou sobre esse Consolador, o Espírito
Santo, o Senhor Jesus? Ele disse assim: Se alguém me ama...,e meu Pai o
amará, e viremos (ele usou a palavra no plural, viremos) para ele e
faremos nele morada (Jo 14:23). Viremos, Jesus está falando, se referindo
a Ele e ao Pai, viremos para ele, para aquele que me ama, esse viremos é
Jesus e o Pai. Como isso aconteceu? No Consolador. No Consolador nós temos
o Filho e o Pai, o gozo do Filho e o gozo do Pai. Nós vimos que é o Espírito que
regenera, nós vimos que é o Espírito que glorifica: Aquele que começou uma
boa obra há de completá-la. Quem realiza este processo em nós: o Espírito.
Andai no Espírito, não é isto que Paulo fala em Gálatas? Andai no Espírito, o
que é isso? Um relacionamento pessoal com Jesus, comunhão: ...andai no
Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. Porque a carne
milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne... (Gl 5:16-17). É o
Espírito que nos leva a esse processo de santificação e de glorificação.

Terminamos a reunião anterior falando sobre a obra do Espírito na


redenção. Eu gostaria de avançar a partir desse ponto que foi o que nós
paramos na reunião passada. Com relação à redenção, nós dissemos o
seguinte: quatro aspectos da obra do Espírito Santo com relação à redenção.
Primeiro, e talvez o mais glorioso: o que o Espírito Santo fez de mais especial
no que concerne à redenção? Ele criou, Ele regenera, Ele santifica, agora, com
relação à redenção, ao nos redimir para Deus, o que o Espírito Santo fez? Por
onde a obra de redenção começou? Os irmãos se lembram que nós tocamos
aqui, na reunião passada? A primeira obra de Deus Espírito Santo, de Deus
através do Espírito Santo, para que a nossa redenção fosse uma realidade, foi
preparar um corpo para o Redentor. Isto não é maravilhoso?! Quem preparou
um corpo humano para que nós tivéssemos um Redentor? Irmãos, o corpo
dEle, o corpo do nosso Senhor foi um corpo preparado para nossa redenção. É
por isso que Ele diz assim: ...Se o grão de trigo, caindo na terra, não
morrer, fica ele só; mas se morrer, produz muito fruto (Jo 12:24).

É por isso que no final do ministério terreno do Senhor, diz a Palavra,


que Ele manifestava no seu semblante aquela resolução intrépida de ir para
Jerusalém, ninguém o desviaria do caminho. Até um discípulo tão amado como
Pedro, Simão Pedro, quando tentou se interpor, o que ele falou para Pedro?
Arreda-te de mim, Satanás. Ele sabia que, de alguma maneira, o inimigo
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estava usando a mente de Pedro, apesar de Pedro ser um discípulo. Isso é
possível. Satanás, de alguma maneira, estava influenciando a mente de Pedro,
a mente decaída que Pedro tinha e que nós também temos. Satanás estava
influenciando a mente de Pedro para que Jesus tivesse pena dEle, auto-
piedade: Senhor, não vai para a cruz, não suceda isso contigo. O Senhor, com
aquela visão de quem Ele era, disse assim: Arreda-te de mim, Satanás; porque
não pensas segundo a mente de Deus, mas pensa segundo a mente do
homem. Foi isto que Ele falou para Pedro.

A primeira atitude do Espírito Santo com relação a nossa redenção foi


preparar um corpo para Cristo. Como Ele fez isso? Ele fez isso separando uma
serva do meio de todas as outras. Ele separou Maria, uma virgem, que estava
comprometida, em casamento com José. Ele separou, através do Espírito
Santo, Ele se revelou àquela serva e disse que ela seria o veículo para que o
Verbo se fizesse carne. Claro que veículo humano, óbvio. Ela teria esse
privilégio, escolhida, entre as mulheres, para ser este veículo humano do
nascimento, da encarnação do Filho de Deus. A primeira atitude do Espírito
Santo foi preparar um corpo para Cristo. A gente vai ler alguns textos, o de
Lucas nós já lemos na reunião passada. Lucas 1:35 – um versículo muito
maravilhoso, quando o anjo diz à Maria para que ela não tivesse medo do que
ia acontecer com ela; porque, sem dúvida nenhuma, ela suportaria muita
vergonha por isso, muita vergonha. Ela estava comprometida com José,
digamos que ela era noiva de José e ia achar-se grávida. O anjo vai falar
diretamente a Maria para que ela não tivesse medo e pudesse suportar o que,
diante dos homens, poderia ser uma vergonha. Aquele anjo diz assim: O Ente
Santo que te há de nascer será chamado o Filho de Deus. O poder do Altíssimo
te envolverá com a sua sombra.

Irmãos, depois nós vamos partilhar nas próximas reuniões a importância


do nascimento virginal de Cristo. Por que isso é importante? Porque nós temos
que levar isso muito a sério, porque a Igreja levou a sério dois mil anos a sua
história: Cristo nasceu do ventre da virgem. Nós vamos ver qual foi a
importância disso. Ele não foi resultado de um nascimento humano normal,
porque no ventre de Maria, através do Espírito Santo, Ele pôde receber a
substância humana, mas não o pecado humano. Se Jesus fosse resultado de
hereditariedade, de um relacionamento natural e normal de José com Maria,
Ele seria um pecador, porque o pecado é derivado de Adão, e tanto José
quanto Maria são pecadores, são filhos de Adão. Mas, o Espírito Santo, operou
naquele ser, é claro que, óbvio, isso é um mistério incompreensível. Tantos
teólogos tentaram comentar um pouco a respeito disso, alguns se arriscaram
dizendo que possivelmente a herança pecaminosa seria transmitida através do
pai e quando o Senhor usou o ventre de Maria, Ele pôde conceder uma
substância humana ao Verbo eterno, ao Filho eterno de Deus, que é o Senhor,
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Ele veio participar da substância humana, mas não recebeu a herança do
pecado. Mas não importa se a herança do pecado é transmitida pelo pai ou não
é transmitida pelo pai, acho que nós não precisamos entrar neste detalhe, isto
não é tão claro na Bíblia para afirmarmos isso, mas o que importa - e isso a
Bíblia afirma com todas as letras - é que Jesus é sem pecado, e que é um
homem real. Ele é homem como nós, mas Ele é sem pecado, à nossa
semelhança, Hebreus 4 diz: mas sem pecado. Então, a primeira obra gloriosa
do Espírito Santo: preparar um corpo para esse Filho eterno, o Verbo eterno.

Abram comigo um texto: Hebreus 10:5-7. Este texto é uma citação do


Salmo 40, que é um Salmo de Davi e um Salmo profético, claro, refere-se a
Cristo, a esse nascimento de Cristo, a encarnação do Verbo. E diz - Por isso,
ao entrar no mundo, (claro que você deve olhar o contexto para ver o que
está falando. Ao entrar no mundo, que é isso ao entrar no mundo? A
encarnação. Quem entrou no mundo aqui? Jesus. Ao entrar no mundo), diz:
Sacrifício e oferta não quiseste (quem falou isso foi Davi e aqui em Hebreus
está dizendo que quem disse isso foi Jesus, porque Davi era um tipo de Cristo
e Davi falou muitas vezes de forma profética, sendo um tipo de Cristo. Então,
as palavras de Davi são as palavras de Cristo: Sacrifício e oferta não quiseste;
Cristo falando ao Pai não quiseste sacrifício e não quiseste oferta, o que
quiseste? Ele diz aí); antes, um corpo me preparaste; – algumas traduções
- me formaste. (Esta palavra é muito especial, aqui, em Hebreus. Ela só
aparece três vezes em Hebreus, esta palavra formaste, e quando nós lermos
as outras duas vezes que ela aparece você vai entender o que o Espírito Santo
quis dizer aqui, porque é uma frase difícil. A gente não pode ser leviano com a
Palavra de Deus. Antes, um corpo me formaste. O que é isso? Nós vamos
examinar os textos e, no livro de Hebreus, onde aparece essa mesma palavra
no original, no grego, para nós entendermos o que é corpo me formaste. Você
vai ver a beleza desta expressão. Ele diz assim na sequência) não te
deleitaste com holocaustos e ofertas pelo pecado. Então, eu disse:
Aqui estou (encarnação, aqui estou eu, um corpo me preparaste) (no rolo
do livro está escrito a meu respeito) (que é isso? Todas as profecias do
Antigo Testamento apontavam para quem? Cristo, no rolo do livro, todas as
Escrituras do Velho Testamento, no rolo do livro está escrito a meu respeito: o
Messias, o Filho eterno), para fazer, ó Deus, a tua vontade. Ele não veio
para fazer sacrifícios e ofertas, Ele veio para, através do Seu corpo, fazer a
vontade de Deus. Que vontade? Através do Seu corpo, Ele veio morrer. Jesus
não veio curar enfermos, Jesus não veio expulsar demônios, Jesus não veio
ensinar um grupo de discípulos, Jesus não veio para pregar o Evangelho. Jesus
veio morrer, porque, se Ele não morresse, nada disso valeria coisa alguma. Ele
é o grão de trigo que, caindo em terra, se não morrer fica só; mas, se
morrer produz muito fruto (Jo 12:24)

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Jesus era alguém que tinha convicção de que nasceu para morrer.
Agora, parece que todos nós, quando ganhamos consciência da nossa
adolescência para frente, entendemos que a morte é um fato, todos nós, de
alguma maneira, também nascemos para morrer. Mas a convicção do Senhor
era muito diferente, sabe por quê? Vou colocar uma coisa para você pensar:
porque se Jesus não tivesse entregue a Sua carne, o Seu corpo
voluntariamente na cruz, Ele nunca teria morrido. Jesus estaria vivo até hoje
pisando na terra, porque Ele não tinha pecado, e o salário do pecado é a
morte. Jesus não tinha pecado, quem não tem pecado não morre. Se Ele não
tivesse entregue a Sua vida na cruz, Ele estaria andando no mundo até hoje
ensinando, e todos nós estaríamos perdidos, condenados. Todos aqueles
santos que esperaram no Velho Testamento e no Novo Testamento, que
morreram, estariam condenados, porque se o grão de trigo caindo em terra
não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto (Jo 12:24).
Então, quando Ele falava da cruz, Ele falava com convicção: Ninguém a tira
de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade
para a entregar e também para reavê-la...(Jo 10:18). E de tal forma Ele
era submisso a Deus e fez a vontade de Deus como Homem que, quando Ele
entregou a Sua vida, entregou pela Sua própria vontade, mas não a
reassumiu. Você já pensou nisto também? Porque a Bíblia diz que Jesus não se
ressuscitou, a Bíblia diz que Jesus foi ressuscitado pela glória do Pai. Então, Ele
foi submisso até no túmulo, entrou na morte voluntariamente, ninguém tira a
minha vida, eu, espontaneamente, a dou. Mas Ele não buscou Sua vida de
volta como Homem, Ele permaneceu no túmulo até que o Pai O ressuscitasse.
Obediente até a morte, e morte de cruz.

Irmãos, isso são apenas algumas coisas a respeito da vida do Verbo,


quando nós começarmos a estudar a Palavra, nós vamos ver a glória dessa
vida, a glória dessa Pessoa e nós vamos começar a entender um pouco mais a
glória da cruz. Nós vamos ver que a cruz não foi uma fatalidade, que ninguém
poderia ter levado aquele Homem à cruz; que aquele Homem, sendo Deus,
não precisava suportar aquela coroa de espinhos e aqueles cuspes no rosto de
ninguém, porque Ele é Deus. Quando aqueles guardas foram ao jardim do
Getsêmani para agarrá-lo, para prendê-lo e não sabiam quem era Ele, porque
Ele era um Homem absolutamente comum, Ele não tinha uma auréola na
cabeça indicando que Ele era Jesus, não. Ele era um judeu comum, um homem
rude como qualquer outro, então, quando os guardas chegaram no jardim,
meio perdidos - quem é Jesus - com as tochas na mão, Judas teve que
identificá-lo com um beijo no rosto, para identificar quem era o Mestre, para
que Ele fosse preso. Então, irmãos, na Pessoa do Filho de Deus, Jeová, Ele foi
preso, acorrentado, escarnecido e cuspido voluntariamente para que a nossa
redenção fosse efetuada. O Verbo se fez carne. É por isso que João se gloriava
nisso: Nós vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai, cheio de graça
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e de verdade. João entendia isso muito bem. Ninguém podia ter pego aquele
Homem, ninguém podia ter matado aquele Homem cheio de graça e de
verdade, por isso Ele foi à Cruz, porque Ele era cheio de graça e de verdade.
Ninguém poderia tê-lo crucificado pela sua própria vontade.

Na medida em que o Espírito Santo vai clareando estes textos para nós,
nós vamos vendo a glória da Pessoa de Cristo e a glória da nossa
redenção....Sacrifício e oferta não quiseste; antes, um corpo me
preparaste... Quando esta história, que eu contei aqui, começou lá na
manjedoura, antes disso, ela começou lá naquele ventre de Maria, preparando
aquela mulher para que o Verbo recebesse a substância humana, o Verbo se
fizesse carne e isso é o início da glória da redenção, isso foi feito por Deus
Espírito Santo, em Lucas 1:35 está muito claro, foi obra do Espírito Santo.

Em 1Coríntios 2:13, Paulo fala assim: Disto também falamos (disto


que ele já falou ali atrás, desse Evangelho, desse mistério, dessa sabedoria,
que estava reservada desde os séculos, em Deus, ele diz: Disto também
falamos), não (presta atenção) em palavras ensinadas pela sabedoria
humana, mas ensinadas (por quem?) pelo Espírito, conferindo coisas
espirituais com espirituais. Eu queria sugerir, a partir de agora, uma
segunda obra gloriosa do Espírito Santo no que concerne à redenção. A
primeira já vimos: Preparar um corpo para Cristo. A segunda: O Espírito Santo
inspirou as Escrituras. E o que isso tem a ver com a nossa redenção? Tem tudo
a ver, porque o que o Espírito Santo usa para gerar em nós fé é a Palavra,
sempre é a Palavra. O Espírito gera fé através da Palavra. A Palavra de Deus é
o meio que, através do Espírito Santo, nos regenera. A Bíblia é tão clara em
citações. Pedro diz assim: pois fostes regenerados (nascidos de novo) não
de semente corruptível, mas incorruptível, mediante a palavra de
Deus, a qual vive e é permanente (I Pe 1:23). Pela palavra que vive e é
permanente fostes regenerados. Então, a segunda atitude do Espírito Santo no
que concerne à redenção. Primeiro: preparou um corpo para o Redentor,
Cristo. Segundo: inspirou as Escrituras, e aqui nós podíamos ficar muito tempo
falando sobre isso.

Irmãos, o diabo sempre teve ódio de Cristo e da Palavra de Cristo, que


na verdade são um. Ele sempre fez e sempre fará, nestes dois mil anos de
história da Igreja para lançar descréditos sobre a Bíblia. Isso é inspirado, isso
não é inspirado, esse texto não pode ser inspirado porque como é que um
pescador rude como João pode escrever essas palavras, está muito além do
entendimento dele, da sabedoria dele, e isso aqui também não pode e isso
aqui também não pode. Então, nós temos que lutar até a morte pela inspiração
plena das Escrituras. A Escritura é literalmente inspirada por Deus,
literalmente inspirada por Deus. Não é a idéia dela que é inspirada por Deus,
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não é a mensagem dela que é inspirada por Deus, não. Ela é inspirada por
Deus literalmente, cada palavra. Eu queria que nós lêssemos um texto sobre
isto. Os irmãos têm o texto de Timóteo, que é bem conhecido, mas eu não
queria ler esse para ganharmos tempo. O texto de Timóteo todos nós
conhecemos quase que de cor, 2Tm 3:16: Toda a Escritura é inspirada por
Deus (toda, toda Escritura é inspirada) e é útil para o ensino, para a
repreensão, para a correção, para a educação na justiça.

Agora, 2 Pedro 1:19 - Temos, assim, tanto mais confirmada a


palavra profética... . Pedro está chamando a Bíblia de palavra profética. Se
você for ler o contexto, a partir do versículo 12 desse capítulo, você vai ver
que Pedro está dizendo que aqueles irmãos para os quais ele estava
escrevendo já conheciam a verdade, Pedro estava apenas escrevendo para
despertar, com lembranças, a mente deles, ele fala isso no versículo 15: para
que ... mesmo depois da minha partida, conserveis lembrança de tudo
(2Pe 1:15b). Versículo 12 ele diz: estejais certos da verdade já presente
convosco e nela confirmados (2Pe 1:12b). Então, ele está falando da
verdade, da revelação de Deus, através das Escrituras do Velho Testamento.
No versículo 19, ele diz: Temos, assim (porque Deus se revelou nas Escrituras
do Velho Testamento, é o que ele fala até o verso 15, e porque Deus se
revelou em Cristo, é o que ele fala no verso 16, veja, ele cita a experiência do
monte da transfiguração. Nós vimos a sua glória - Porque não vos demos a
conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Cristo seguindo fábulas
engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos testemunhas
oculares da sua majestade (2Pe 1:16). Ele fala da inspiração das
Escrituras, da revelação de Deus através das Escrituras, da revelação de Deus
através de Cristo e ele fala no 19: Temos, assim, tanto mais confirmada a
palavra profética (queria que você prestasse atenção aqui agora), e fazeis
bem em atendê-la (é por isso que o diabo odeia a Bíblia, odeia a Palavra de
Deus. É por isso que a nossa carne também peleja contra a Palavra de Deus, é
por isso que nós somos capazes de ter interesse em ler tudo, menos a Bíblia,
nós somos capazes de gastar tempo com tudo, menos com a Bíblia, nossa
carne é indisposta com a Bíblia, porque a Bíblia é a Palavra de Deus. Só ela
pode nos transformar e é por isso que todos aqueles que têm sido ganhos e
conquistados por Cristo amam a Palavra, se submetem à Palavra, não criticam
a Palavra, eles se permitem ser criticados pela Palavra, eles não julgam a
Palavra, eles são julgados pela Palavra. Esta é a nossa atitude diante da
Palavra de Deus. Então: Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra
profética, e fazeis bem em atendê-la, presta atenção agora), como a uma
candeia que brilha em lugar tenebroso... (2Ped 1:19).

Mil anos da história da Igreja, século V até o século XV, os irmãos


sabem, mil anos. A história da Igreja tem dois mil anos até hoje, metade foi
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tempo perdido, humanamente falando, é claro. Mil anos: do século V até o
século XV foi chamado de Idade das Trevas. Por que foi Idade das Trevas?
Porque a Bíblia só era encontrada em mosteiros, tão enclausurada quanto
aquelas pessoas que estavam ali dentro e ela não era lida e nem pregada para
o povo. Mil anos de trevas da história da Igreja, porque a Palavra de Deus foi
roubada das mãos do povo de Deus. Olha a importância da Palavra: uma
candeia que brilha em lugar tenebroso, nas trevas. E hoje nós vivemos a
mesma realidade, meu irmão, a Palavra de Deus tem sido roubada da Igreja, e
muito. Hoje, a Igreja se reúne uma hora e meia seguida, dez minutos é
dedicado à Palavra e ai daquele que pregar mais de dez minutos, cansa o
povo, não há prazer na Palavra. Pregação sistemática de estudo da Palavra de
uma hora é difícil, é muito difícil. Nas Igrejas e nas comunidades não há prazer
na Palavra. Há prazer em cânticos, testemunho, bênção, aconteceu isso, Jesus
me falou, me mudou, me revelou, mas nada da Palavra, nada da pregação. A
Bíblia não tem sido aberta ao povo de Deus. Por isso nós temos vidas fracas,
porque a Bíblia está fechada diante do povo de Deus. Todos os movimentos de
avivamento nos deram essa graça, nos avivamentos da história da Igreja. A
primeira característica de um avivamento genuíno, quando é o Espírito Santo
quem está promovendo aquele avivamento, qual é? A primeira característica:
a Bíblia é aberta. E homens de Deus se levantam, com visão de Deus, para
pregar a Palavra de Deus. Não é sua idéia, o eu acho, eu penso, eu entendo,
mas pregar a Palavra de Deus, o plano de Deus, a Pessoa de Cristo, a obra da
Cruz. Isto é tão importante, irmãos. Uma candeia que brilha em lugar
tenebroso.

Então, a segunda obra do Espírito Santo é a inspiração das Escrituras no


que concerne à nossa redenção, para que nós sejamos salvos, transformados,
edificados. ...até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso
coração (2Pe 1:19). É uma figura que diz respeito à volta de Cristo: até que
o dia clareie. Nós estamos, hoje, vivendo essa história. A Igreja há dois mil
anos vive isso: Trevas. Mas nós temos uma candeia que brilha: a Palavra de
Deus, e só ela. Que privilégio, irmãos! Que privilégio nós termos a Palavra de
Deus! Se nós não tivéssemos a Palavra de Deus nós íamos nos reunir para
quê? Hoje, nós nos reunimos já, de manhã. Os santos se assentam, em
dependência do Senhor e compartilham a Palavra de Deus. Se nós não
fôssemos compartilhar a Palavra de Deus, o que nós íamos fazer juntos?
Muitos acham que tomar chá com pipoca é suficiente, e fazer umas excursões
de vez em quando. Mas o centro do culto e da adoração da Igreja é a Palavra
de Deus: a Palavra de Deus ministrada, falada, pregada, exortada,
admoestada.

Então, a segunda dádiva que nós temos do Espírito Santo. Primeiro Ele
preparou um corpo para o nosso Redentor, isso é glória. Segundo: Ele inspirou
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as Escrituras e isso também é glória, muita glória. Uma candeia que brilha em
lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em nossos
corações. O texto continua assim: sabendo, primeiramente, isto: que
nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação (Ele
está dizendo ‘não nasceu da mente humana’, não é Isaías, Jeremias, Ezequiel,
Daniel, não nasceu deles, eles foram veículos. O versículo 21 vai completar)
porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana
(é óbvio que Ele estava se referindo às profecias das Escrituras, porque tem
profetas aí, como o judeu Nostradamus, por exemplo, que é tido como profeta
e que não tem nada de profeta segundo Deus. É claro que está se referindo às
Escrituras proféticas, Escrituras do Velho Testamento, a verdade de Deus que
Ele já falou no início do capítulo, qualquer profecia dessa foi dada por vontade
humana), entretanto, homens [santos] (homens que foram postos à parte,
homens que foram separados) falaram da parte de Deus (agora, o que diz o
resto da frase?) movidos pelo Espírito Santo (2Pe 1:20-21).

Maravilhoso, irmãos! Porque a maneira como o Espírito Santo faz não é


como água passando por dentro de uma mangueira, a água e a mangueira não
se misturam. A mangueira é o veículo da água, você leva a água para onde
você quiser pela mangueira, mas você desligou a torneira, a água é a água e a
mangueira é a mangueira. Mas o que o Espírito Santo fez não foi isso, porque
não é assim que Ele age. Outro erro que foi cometido durante tanto tempo na
história da Igreja: que o Espírito Santo era visto apenas como unção que vem
sobre e leva a pessoa a fazer isso, fazer aquilo. Na verdade, a atuação do
Espírito Santo sobre nós é muito mais do que isso. Primeiro, Ele nos regenera
e, depois, Ele nos santifica. Através da nossa alma, mente, vontade, emoções,
Ele flui, não como se nós fôssemos uma mangueira na qual água e borracha
não se misturam, mas Ele, primeiro, permeia o nosso ser e, então, flui.

Os irmãos lembram quando Jeremias profetizava? Ele chorava, ele se


agonizava diante daquele povo. Quando Jerusalém estava queimando - eu
também não estou nem aí, eu cansei de falar para esse povo, todos duros,
obstinados, merecem fogo, acho que o fogo está até baixo, Deus devia
aumentar esse fogo - não foi isso que aconteceu, quando Jerusalém estava
queimando, Jeremias estava chorando, lamentando, porque a Palavra de Deus
não passava por Jeremias não, a Palavra de Deus estava encarnada em
Jeremias. É isso que está escrito aí: homens [santos] falaram da parte de
Deus, movidos pelo Espírito Santo. Irmãos, esse é um dos resultados da
Palavra de Deus em nós, pelo Espírito. A Palavra de Deus vai estrangular você.
Se você não ama a Palavra de Deus, fica longe dela. Se você amar a Palavra
de Deus, ela vai pegar você, vai estrangular você, vai amarrar você, vai
comprometer você, vai conquistar teu coração, vai levar você a
arrependimento profundo, real, porque é isso que ela faz. Nós não somos
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canos d’água, descartáveis para Deus! Não é isso que o Espírito Santo faz
através das Escrituras. Graças a Deus. Ele nos molda segundo esta Palavra,
primeiro o caráter, depois o carisma. Se isso não for entendido, nós iremos
atrás de homens carismáticos, mas que não têm o caráter de Cristo. Primeiro o
caráter, depois o carisma. É o meio de operação de Deus através do Espírito.

Agora, o último aspecto com relação à obra do Espírito que eu vou


colocar para os irmãos, tão glorioso quanto esses dois. Vamos resumir os três
aqui, esse trio. O Espírito Santo foi quem preparou um corpo para o nosso
Redentor, o Espírito Santo foi quem inspirou as Escrituras, literalmente, e esse
Espírito Santo usa as Escrituras, e somente as Escrituras, para formar Cristo
em nós. Ele usa pessoas, ele usa circunstâncias, mas esses meios são
externos. Ele fala através de todos esses meios, até através dos ímpios, mas o
meio por excelência, o meio interno de Deus operar em nós é um só: por meio
da Palavra. Sempre, sempre por meio da Palavra. Por isso Paulo escreve aos
colossenses: Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo...(Cl 3:16a)

Terceiro aspecto. O Espírito Santo preparando um corpo para o Senhor,


inspirando as Escrituras, duas obras gloriosas, e Ele fez mais uma: o Espírito
Santo criou e estabeleceu a Igreja. Ele é o agente de formação e de edificação
da Igreja. É muito lindo você ver como o Espírito Santo fez isso, ali no
Pentecostes, em Atos 2. Aquela obra descrita no Pentecostes é tão significativa
que, no coração de Deus, vinha sendo profetizada e tipificada desde Gênesis. O
Espírito Santo foi quem formou e quem edifica a Igreja. Isso estava no coração
de Deus. O Espírito Santo iria fazer isso depois de Cristo ter morrido na cruz,
esse corpo ter sido preparado para o Redentor, a Sua Palavra ter sido falada
pelos profetas lá no Antigo Testamento. Ele então, no momento correto, na
plenitude do tempo, (como Paulo fala em Gálatas) Deus enviou seu Filho,
nascido de mulher, nascido sob a lei (Gl 4:4); Seu Filho morreu,
ressuscitou, cinquenta dias depois o Espírito Santo desceu no Pentecostes para
criar a Igreja, para estabelecer a Igreja. A base da existência da Igreja é a
cruz do calvário, a base, o fundamento, é a cruz, é o que o Senhor fez na cruz.
Agora, o meio para o estabelecimento da Igreja é a dádiva do Espírito Santo. A
cruz do calvário fornece a base, o Espírito Santo é o veículo que trouxe a
Igreja à luz, à existência. Porque os irmãos se lembram que, entre a cruz e o
Pentecostes, houve um período de cinquenta dias. Durante este período, o
Senhor ressuscitado apareceu várias vezes aos discípulos para falar com eles
as coisas concernentes ao Reino e, para que ele tivessem um entendimento de
que, agora, o relacionamento com Ele seria um relacionamento diferente, não
mais corpo a corpo, do lado dEle, daquele Jesus encarnado, mas, no Espírito.
Ele passou aqueles dias com eles, aparecendo a eles várias vezes, e falando
das coisas concernentes ao Reino, treinando-os para que eles vissem que,
agora, o seu Senhor, estaria com eles no Espírito, pelo Espírito.
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Quando o Espírito Santo desceu no Pentecostes, Ele desceu para batizar,
é a palavra usada. Batizar significa embutir, incluir. Ele veio incluir a Igreja em
Cristo, espiritualmente falando, é claro, o corpo místico. A Igreja se associou a
Cristo, que é o cabeça celestial, a Igreja se associou a Cristo numa relação
espiritual, pelo Espírito, a Igreja é corpo de Cristo. Foi o Espírito Santo quem
fez isso, foi Ele quem formou a Igreja e é Ele quem edifica a Igreja, é Ele
quem governa a Igreja, é Ele quem dirige a Igreja. Se qualquer um de nós
tentar colocar a mão na Igreja, coloca a mão em Deus. Essa foi a revelação
que Ele deu para Saulo. Quando Saulo, naquela estrada, caiu diante daquela
luz: quem és Tu, Senhor? O que ele ouviu? Eu sou Jesus, Saulo, a quem tu
persegues. Ele estava perseguindo os cristãos, acorrentando, até matando os
cristãos. E quando o Senhor se revelou a ele, ele perguntou: Quem és Tu? E o
Senhor falou: Eu sou Jesus, a quem você está perseguindo, porque Saulo
estava tocando no corpo de Cristo, naqueles que tinham sido unidos a Ele pelo
Espírito.

Essa verdade, desde o Gênesis é descrita. Os irmãos se lembram daquele


sonho de Jacó, em Gênesis 28, naquela escada. Jacó sai ali, fugindo de seu
irmão, morrendo de medo de ser morto por Esaú, deita naquela pedra que ele
pôs como travesseiro, dorme ali e tem aquele sonho da escada. Aqueles anjos
que subiam e desciam naquela escada. Ele diz assim: que terrível é este lugar,
esta é a Casa de Deus, a porta dos céus. Ele chamou aquele lugar de Bet El,
significa, a Casa de Deus. Então, ele pega aquela pedra que ele usou para
travesseiro, levanta a pedra e deita o que sobre ela? Azeite. Ele unge aquela
pedra, derrama azeite sobre ela - primeira figura da Igreja no Velho
Testamento. Depois vejam que através de Moisés, ele manda construir um
Tabernáculo. Agora não é só uma pedra, é um Tabernáculo, tem mais
detalhes, ele vai falar mais da igreja através do Tabernáculo. Depois, vem o
Templo, e depois, vem Cristo, que é o verdadeiro Tabernáculo. E depois vem a
Igreja no Pentecostes. E depois, quando nós olhamos lá em Apocalipse, aquela
consumação final da Igreja, a Igreja cheia da glória de Deus. O Espírito Santo,
então, é quem estabeleceu essa linha, de Gênesis a Apocalipse, para falar
daquilo que estava no seu coração: a Igreja!

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