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Porém por trás das vestes, ternos e gravatas que os pastores usam no púlpito,
há carne e sangue humanos. Se somos cortados, sangramos; Se não
descansamos, cansamos; Se nos decepcionam ficamos desanimados. Mas ele
não pode mostrar nada disso, pois afinal, ele é o pastor!
Um pastor, cansado com os dilemas da sua Igreja, foi abraçado pelo sofá e ali
passou a tarde inteira, e já próximo da hora do culto, sua esposa não vendo
nenhuma movimentação dele disse: Levante-se, vai tomar um banho, já está
quase na hora do culto! Ele disse: Culto, me dá uma razão para eu ir ao culto
hoje! Ela disse: Sim, você é o pastor!
Como sacerdotes que somos, vimos no texto bíblico inicial que nosso Sumo
Sacerdote Jesus Cristo passou por todas as fraquezas que estamos passando.
É Sumo Sacerdote, porém humano. Pastores sobre-humanos não conseguem
reconhecer suas fraquezas, mas os humanos que se esforçam pela santidade
sim.
Uma das maiores lições que aprendemos com a vida de Jesus é que o
ministério é encarnatório. Esta mensagem é desenvolvida ao longo das
páginas da Bíblia do começo ao fim.
Por que Jesus, o Filho de Deus, revestiu-se de carne humana? Primeira razão,
é que tendo anjos que fizessem com perfeição, ao longo da história, Deus
preferiu humanos que fizessem, ainda que imperfeitamente. A segunda razão é
para nos garantir a sua compreensão às nossas imperfeições. A terceira razão
é para nos demonstrar como ser santo e humano ao mesmo tempo.
Pastores, devemos lembrar que nossas ovelhas também estão lutando. Elas
são humanas, e as lutas são inerentes à condição humana. Ao preparar
sermões, devemos olhar internamente para nossas próprias lutas, medos,
decepções e tentações. Faladas ou não, as pessoas em nossas igrejas
enfrentam as mesmas lutas.
É por isso que, como pastores, é tão importante reconhecer nossas próprias
necessidades e abraçar plenamente a encarnação de Jesus. Como o escritor
de Hebreus nos lembra: "Não temos um sumo sacerdote que seja incapaz de
simpatizar com nossas fraquezas, mas alguém que tenha sido tentado de todas
as maneiras como nós somos, mas sem pecado" (Hebreus 4:15, CSB).
Não somos melhores do que Jesus, nem jamais poderíamos ser melhores.
Mas, por Sua graça, o que podemos ser é como Ele. Podemos ser como Jesus
que estava com fome e foi procurar o que comer (Marcos 11:12), sentiu sono e
foi procurar lugar para descansar (Mateus 8:24), mandou todo mundo embora
porque queria ficar sozinho (Mateus 14:23), ficou com raiva e começou a
quebrar tudo (João 2:15-17), repreendeu a falta de fé de Seus seguidores
(Mateus 8:26), e teve que lidar com as dificuldades da escolha de um discípulo
seu (João 6:70).
A igreja não é como um clube de campo para sócios, mas é mais como um
hospital para os doentes e feridos que estão tentando ficar bem. Jesus explicou
isso aos líderes religiosos de Sua época dizendo: "Não são os que estão bem
que precisam de um médico, mas os que estão doentes" (Mateus 9:12).
Pastor cansado, você não está sozinho em sua luta. Que as palavras de Paulo
os encorajem hoje: "Somos afligidos em todos os sentidos, mas não
esmagados; estamos perplexos, mas não em desespero; somos perseguidos,
mas não abandonados; somos derrubados, mas não destruídos. Nós sempre
carregamos a morte de Jesus em nosso corpo, para que a vida de Jesus
também seja exibida em nosso corpo" (2 Coríntios 4:8-10).
Paulo testifica: "Mas ele me disse: 'A minha graça é suficiente para você, pois o
meu poder é aperfeiçoado na fraqueza'. Portanto, de bom grado me gloriarei
ainda mais das minhas fraquezas, para que o poder de Cristo resida em
mim" (2 Coríntios 12:9).
E finalmente, Deus usa seu reconhecimento das fraquezas para três coisas:
Primeiro: para ajudá-lo a mover-se em direção à santidade; Segundo: para
ajudar outras pessoas com fraquezas semelhantes a se levantarem e
continuarem seguindo em frente; Terceiro: Ele usa o reconhecimento de
nossas fraquezas para a Sua glória. Afinal, foi assim que Davi se tornou o
homem segundo o coração de Deus.