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2024

Salmos
Canções e Orações
Poderosas para uma
VIDA VITORIOSA
PROJETO
VIDA VITORIOSA 2024

SALMOS
VIDA VITORIOSA 2024

Pr. Dilson Resplandes dos Santos


Copyright © 2024

IEADA - Igreja Evangélica Assembleia de Deus de Anápolis.

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610, de 19/2/1998. É expressamente proibida a reprodução to-
tal ou parcial desta obra, por quaisquer meios (eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação e outros), sem prévia
autorização, por escrito, da IEADA - Igreja Evangélica Assembleia de Deus de Anápolis.

Escritor:
- Dilson Resplandes dos Santos

Coordenação editorial:
- Elias Garcia Fernandes.

Projeto Gráfico:
- Paulo Sartin

Impressão:
- Gráfica Executiva

O trabalho literário do escritor é de sua responsabilidade e cedido à Convenção Internacional da Assembleia de


Deus para publicação.

IEADA - Igreja Evangélica Assembleia de Deus de Anápolis


Av. Tiradentes, 615, Centro.
Anápolis, Goiás, Brasil.
E-mail: editoraciad@assembdeus.org.br
SALMOS - VIDA VITORIOSA 2024

De acordo com o teólogo cristão Benjamin Galan,


o “livro de Salmos é uma compilação de muitas canções, es-
critas por muitos autores, num período de muito tempo”. Em
outras palavras, é o livro das canções e orações do povo
de Deus. Os salmos são canções, mas também são ora-
ções poderosas do coração para o Senhor Jeová. Foram
escritos em um período de mil anos. Nós temos Salmo
de Moisés (90) 1500 a.C e o Salmo pós-cativeiro babilô-
nico (126) 500 anos a.C. O livro do Salmos é o livro mais
extenso da Bíblia, são 150 poemas. Os temas são os mais
variados - uma coletânea de louvor. É o hinário do povo
de Israel.
Nos salmos encontramos o cenário da alma hu-
mana. Nestas orações cantadas, nós temos a ressonân-
cia da alma - os salmistas captaram com perfeição a fé
inabalável no Senhor nos momentos de maior aflição,
confissão, confiança, conflitos, segurança, dúvida e exal-
taram a Deus com o que tinham naqueles momentos. O
resultado foi que Deus se manifestou para eles trazen-
do livramentos, consolo, vitórias, paz, segurança no seu
amor e cuidado para com eles. Enquanto que os demais
livros da Bíblia - a palavra de Deus - é dirigida para nós,
nos Salmos é o coração do homem que se expressa para
Deus. Por isso que o livro do Salmos é um dos mais lidos
no mundo. Essas orações poderosas nos identificam tan-
to com o poema, que temos a sensação de que os autores
somos nós mesmos.
Quanto ao conteúdo, os Salmos são sempre atuais
e expressam o que estamos vivendo e sentindo no dia a
dia. Vida vitoriosa é viver o princípio dos Salmos: Con-
fiar no Senhor não levando em conta o que estamos vi-
vendo: “... Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu
auxílio e Deus meu” (Sl 42.11). Ore, cante e aproprie-se de
toda a graça de Deus que há nos Salmos para que o ano
de 2024 seja de muita fartura espiritual.
SALMOS: CANÇÕES E ORAÇÕES PODE-
ROSAS PARA UMA VIDA VITORIOSA

Janeiro
Salmo 1 - O justo é feliz............................................... 7

Fevereiro
Salmo 22 - O sofrimento, a vitória e o louvor........ 9

Março
Salmo 23 - O pastor que cuida..................................11

Abril
Salmo 24 - O Rei da Glória!........................................13

Maio
Salmos 42 e 43 - O Senhor é auxílio para
nossas emoções.............................................................15

Junho
Salmo 46 - Deus está no meio do seu povo............17

Julho
Salmo 51 - A bênção do arrependimento e da
confissão.........................................................................19

Agosto
Salmo 73 - A prosperidade do ímpio e a prova
do justo...........................................................................21

Setembro
Salmo 90 - Tudo passa!................................................23
Outubro
Salmo 121 - O Deus da igreja não dorme...............25

Novembro
Salmo 126 - A sorte de Sião restaurada...................27

Dezembro
Salmo 127 - Deus, o edificador da família..............29
Salmo 1 | O justo é feliz

Classificação do salmo:
Salmos de Sabedoria - que relatam observações gerais sobre
a vida e que merecem reflexão.
Isso mesmo! O primeiro Salmo enaltece o homem justo,
declarando-o feliz porque ele evita o mal, as más companhias e o
homem ímpio. O salmo não trata de um isolamento do justo, mas do
princípio de que o justo não é influenciado pela cultura das pessoas
que não amam e não temem ao Senhor.
O homem feliz teme ao Senhor e medita nas suas palavras
de dia e de noite. A meditação diária gera confiança na palavra de
Deus. O salmo 1 está dizendo que somos felizes por aquilo que evi-
tamos (v.1) e somos felizes por aquilo que fazemos (v.2).

Autoria:
Os Salmos 1 - 41 são essencialmente atribuídos a Davi. O
salmo 1 é uma introdução e o resumo geral de todos os salmos (Jr
17.5-8).

Contexto histórico:
As palavras deste cântico indicam o caminho para a bênção.
Não temos informação acerca de qual situação ou circunstância Davi
escreveu este salmo. Quem sabe pelo seu conteúdo (o justo, o ímpio),
Davi estivesse refletindo sobre si mesmo quando esteve na região
dos filisteus ou fugindo de Saul (1 Sm 26 - 27). Este Salmo pode ser
a síntese de toda a Bíblia. “Aqui temos o contraste entre a vida feliz
do justo e a infelicidade do ímpio, demonstrando que o justo é fir-
me como uma árvore plantada junto a correntes de águas, o ímpio é
instável como uma palha levada pelo vento; o justo é frutífero e man-
tém sua beleza mesmo nos momentos de sequidão, o ímpio é como a
palha ressequida destinada ao fogo; o caminho do justo é conhecido
de Deus, o caminho do ímpio perecerá” (LOPES, 2022).

O teólogo Champlin (2000), entende que no Salmo 1 temos


uma trilogia negativa, ou seja, que há três coisas que o homem feliz,
justo e bom não faz:
1) Ele não participa e nem aceita os conselhos dos ímpios; ele
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não adota seus planos e nem seu padrão de vida (Jr 7.24)
2) Ele não se detém no caminho dos pecadores. Ele não imita,
nem age e não é companheiro deles.
3) Ele não se assenta junto aos zombadores. Ele não acompa-
nha as ideias, lugares, reuniões e práticas pecaminosas e
rebeldes dos ímpios.

Somos felizes por aquilo que evitamos e somos felizes por aqui-
lo que fazemos (vv.1,2)

Colocando em prática para uma vida vitoriosa

O Salmo 1 não fala sobre o isolamento do justo, mas adver-


te-o contra a influência do ímpio. Hoje, contamos com a internet e
suas várias redes sociais. São inúmeros os vídeos produzidos com
informação e desinformação. O mundo mudou. Não estamos mais
isolados. As pessoas estão globalmente conectadas de dentro de suas
casas. Quem sabe para muitos crentes a ideia de estar na companhia
dos ímpios tem a ver com roda de amigos em um botequim, mas
não é isso. Em nossos dias o que mais se tem ouvido diz respeito
aos influencers - pessoas que geram inúmeros conteúdos em redes
sociais e que podem influenciar o comportamento social, familiar e
espiritual das pessoas. Uma geração se ergue em nossos dias, mas
que não conhece o Senhor, por isso não observa nem valoriza sua
palavra (Js 1.7,8).
As palavras desse cântico indicam o caminho para a bênção:
obedecer e meditar na palavra de Deus. Deus nos abençoa para que
possamos abençoar a outros com a nossa influência (Gn 12.2). Deve-
mos nos tornar canais das bênçãos de Deus (At 20.35). Observe que
temos este princípio no verso 3 na alegoria da árvore. Assim como
uma árvore, a pessoa temente a Deus é cheia de vida, beleza e frutos.
A vida do justo não é de um trabalhador colhendo, mas uma árvore
produzindo frutos. As árvores podem secar e morrer, mas aquele
que permanece na palavra de Deus mantém-se sempre saudável.
A árvore está junto a corrente de águas, suas raízes são profundas,
uma característica de segurança inabalável. Essa árvore não tem ape-
nas beleza (Mc 11.13); ela produz frutos nas estações próprias. Vida
vitoriosa significa ser como este homem justo que é feliz. O Senhor
conhece o caminho do justo, mas o caminho do ímpio perecerá (v.6).

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Salmo 22 | O sofrimento, a vitória e o louvor

Classificação do salmo:
Salmo Messiânico. O salmo 22 é citado pelo menos sete ve-
zes no Novo Testamento e todas elas com referência a Jesus Cristo.
Ele descreve com exatidão a agonia da morte por crucificação, em-
bora este método de execução fosse praticamente desconhecido no
tempo de Davi. Charles Spurgeon denominou o Salmo 22 como: o
“Salmo da cruz”.

Autoria:
Salmo de Davi. Ele escreveu este notável poema de sofri-
mento e louvor baseado, em parte, na sua própria experiência, mas
indo muito além de qualquer coisa que ele pudesse ter conhecido
em sua limitada compreensão (WIERSBE, 2006). O Salmo constitui
uma extraordinária evidência de inspiração divina, à medida que
ele delineia em proféticos detalhes os sofrimentos de Cristo na cruz,
bem como a vitória sobre o pecado e a pregação de seu evangelho
em todo o mundo.
O teólogo e escritor Mayer Pearlman, afirma que o Salmo
22 descreve um santo que é temporariamente abandonado por Deus
(22.1), zombado pelos inimigos (22.7,8), cercado pelos algozes que
lançaram sorte pelas vestes dele (22.12,13,17,18) e que lhe traspas-
saram as mãos e os pés (22.16), mas que depois recebeu a libertação
(22.21,24-31). Davi, autor do Salmo, nunca passou por semelhantes
experiências. O salmo não trata apenas de fatos que estavam mil
anos à frente de Davi, mas apontava especificamente para o Messias,
fazendo uma eloquente descrição tanto da sua humilhação quanto
de sua exaltação (LOPES, 2022).

Contexto histórico:
A circunstância que provocou o clamor de angústia parece
ter sido uma enfermidade, um inimigo alojado no corpo físico, nas
mesmas circunstâncias no Salmo 6. O inimigo geralmente estava do
“lado de fora”, mas algumas vezes estava do “lado de dentro”, algu-
ma revolta contra o rei ou alguma outra pessoa ímpia que ameaçava
a sua vida. Podemos não saber a relação desse Salmo com a expe-
riência pessoal de seu autor, mas sabemos que Davi foi profeta (At
2.30), e que nesse Salmo escreveu sobre a morte e ressurreição de
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Jesus Cristo (WIERSBE, 2006).

Colocando em prática para uma vida vitoriosa

Ao estudarmos este Salmo, procuramos ver em suas pala-


vras tanto a Davi, a Jesus Cristo, quanto nós, seus filhos amados.
Warren W. Wiersbe (2006), apresenta em sua obra quatro coisas que
pesaram no coração de Davi e o levaram a orar pedindo o socorro de
Deus, e essas mesmas questões também se aplicam a Jesus e a nós.
Vejamos:
1) Ele sentiu-se abandonado pelo Senhor (vv.1-5). Ora, sen-
tir-se abandonado é uma situação bastante comum para
quem está em sofrimento. Entretanto, quando as lentes pro-
féticas apontam para a cruz, percebemos o quanto nosso
Senhor sofreu por nós (Is 53.5; 2 Co 5.21; Gl 3.13). Jesus foi
punido pelo Pai, por nossos pecados (Is 53.10). NÃO ESTA-
MOS ABANDONADOS (Mt 28.20).
2) Ele sentiu-se sozinho (vv.6-11). Onde está o meu pai quan-
do preciso dele? Enquanto orava pedindo ajuda, Davi
imaginava a razão pela qual o Senhor não respondia. A
oração de Jesus não foi respondida por amor de nós (Mt
26.39,42,44). Agora, Jesus intercede por nós (Hb 7.25).
3) Ele sentiu-se à mercê de seus inimigos (vv.12,21). Cerca-
do por animais selvagens, Davi olhou ao seu redor e viu
seus inimigos. Davi olha para si mesmo e acaba (vv.14-18)
fazendo uma descrição que, sem dúvida, era do Messias
crucificado (Mt 27.35; Mc 14.24; Jo 19.23, 24, 28). Por fim,
Davi olhou para o alto, para o Senhor, e orou pedindo mais
uma vez pelas forças de que precisava (vv.19-21). Assim,
também, faremos nós neste ano.
4) Ele louvou porque o tempo de vitória tinha chegado
(vv.22-31). A cena mudou. Não estamos mais na sexta-feira,
nossos olhos se voltam para o domingo da ressurreição. Je-
sus suportou a cruz, mas aqui entra a alegria que lhe estava
proposta (Hb 12.2). Jesus cantou um hino antes de ir para
cruz (Mt 26.30) e de acordo com Hebreus 2.12, o Cristo res-
surreto louvou a Deus no meio do seu povo. Tenhamos fé
no Senhor; o choro pode durar uma noite inteira, mas a ale-
gria, vem ao amanhecer (Sl 30.5).

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Salmo 23 | O Pastor que cuida

Classificação do salmo:
Salmo de confiança. Há cerca de sete desses hinos especiais
que celebram a confiança em Deus (4,11,16, 27,62 e 131).

Autoria:
Salmo de Davi. Muitas pessoas gostam de citar o salmo 23,
mas a mensagem deste Salmo é para o povo de Deus. Entretanto, to-
dos quanto o leem, sem importar com a idade, raça ou circunstância,
encontram na tranquila beleza de seus versos o profundo discerni-
mento espiritual que tanto satisfaz a sua alma. Neste Salmo, Davi
explica que, se seguirmos ao Senhor e confiarmos nele, ele suprirá
nossas necessidades em quaisquer circunstâncias.

Contexto Histórico:
Possivelmente durante a rebelião de Absalão (2 Sm 13-19).
Este salmo de Davi foi tirado de sua experiência como pastor de ove-
lhas, porém, sem dúvida, sua mensagem transcende a qualquer coi-
sa que Davi pudesse ter pensado. O pastor do Salmo não era outro
senão o Senhor Jesus Cristo (Jo 10.11,14; Mt 25.32; 26.31; Hb 12.20,21;
1 Pe 5.4).

Entendendo o verso 1. Na frase: “O Senhor é o meu pastor, e nada me


faltará”, no original hebraico não há a palavra NADA. O texto se-
ria: Adonai roí, Lo ersah, que significa: “O senhor é o meu pastor, não
faltará”. Davi estava dizendo: Eu cuido das ovelhas, mas quem é o
pastor é Deus. O Salmista não está falando que NADA irá lhe faltar
(coisas); quem não vai faltar ou que não pode faltar é o pastor ou
seja, Adonai. Então, o versículo 1 pode ser compreendido como uma
expressão de Davi valorizando a pessoa de Deus que não pode faltar
em minha vida. É Deus, como pastor, que leva a ovelha. Quem é
importante neste texto é Deus e não são as coisas. Porque se o pastor
estiver com você, ele te levará, ele te guiará, ele te suprirá com todas
as coisas de que você precisar.

Uma outra opção para o texto: é que na forma portuguesa que inclui
o ‘nada me faltará’ engloba todas as coisas da vida, tanto as boas
como as ruins. Os versos seguintes nos dão essa impressão, ou seja,
não faltam os pastos verdejantes, mas também não faltam os dias de
escassez, não faltam as águas tranquilas, mas também não faltará
a tribulação, as aflições, não faltará companhia, mas algumas vezes
você se sentirá sozinho. Na vida, tanto as coisas positivas como as
negativas não faltam em nossa vida cotidiana.
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Colocando em prática para uma vida vitoriosa

O Salmo 23 é o conjunto de tudo. Assim, podemos ler o Sal-


mo 23 através dos arquétipos e nos encontrarmos em cada verso. A
indefesa ovelha, a segurança do pastor, os perigos reais e mortais
que cercam o salmista, embora mesmo sendo um hábil pastor, ele
prefere lançar-se sob os cuidados do Senhor.
Como poderemos viver o Salmo 23 neste ano de 2024? Em
seu comentário, Wiersbe (2006) sugere alguns pontos que julgamos
importante destacar:

1 - NOS PASTOS - SUFICIÊNCIA (vv.1-3). Jesus é suficiente para


toda a nossa necessidade. Os pastores do Oriente guardavam suas
ovelhas, conduziam-nas, proviam alimento e água para elas, cuida-
vam delas quando estavam cansadas, feridas ou doentes, salvavam-
-nas quando elas se perdiam. As ovelhas eram conhecidas nominal-
mente, ou seja, o pastor era tudo para a ovelha. Na Antiga Aliança,
as ovelhas morriam pelo pastor, mas na Nova Aliança, foi o Pastor
quem morreu pelas ovelhas.

2 - NO VALE - SERENIDADE (v4). O “vale de sombra da morte”


representa qualquer experiência difícil em nossa vida que nos enche
de temor, inclusive a morte. É a presença do Pastor que acalma a
ovelha. No vale escuro das provações, ele não vai adiante de nós,
mas, sim, ao nosso lado nos guiando e aquietando nossos medos
- O hino 545 da harpa, na segunda estrofe confirma essa presença
divina.

3 - NO APRISCO - CERTEZA (v5). Depois de cada dia de trabalho,


o objetivo do pastor era levar o rebanho em segurança de volta para
o aprisco, onde as ovelhas recebiam proteção e cuidado. Na parábo-
la da ovelha perdida (Lc 15.4-7), o pastor deixa noventa e nove no
aprisco e sai em busca da única ovelha que se perdeu, mostrando-
-nos o escandaloso amor de Deus e, também, que no aprisco havia
provisões (óleo, água) para o bem-estar das suas ovelhas.

4 - NA CASA DO PAI - ETERNIDADE (v6). Podemos dizer que o


salmista está tendo uma visão futura diante dos assuntos transitó-
rios - Na época de Davi havia o tabernáculo (2 Sm 7.1,2), o templo foi
erguido por Salomão. Quanto ao habitar para sempre é uma expres-
são que vai além do pouco tempo que temos aqui. Em João 14.1,2,
Jesus nos fala sobre moradas eternas na casa do Pai. Quando tudo
passar, saberemos que “foi a bondade e a misericórdia do Pastor que nos
fez vencedores”.

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Salmo 24 | O Rei da glória!

Classificação do salmo:
O Salmo 24 é de Ações de Graça.

Autoria:
Os salmos 22, 23 e 24 são de autoria de Davi e eles cons-
tituem uma trilogia sobre Cristo, o Supremo Pastor. No salmo 22,
o Pastor dá a vida pelas suas ovelhas (Jo 10.1-18); no Salmo 23, o
Grande Pastor dedica a vida às ovelhas e cuida delas (Hb 13.20,21); e
no Salmo 24, o Pastor Supremo volta à glória para recompensar suas
ovelhas por seu serviço (1 Pe 5.4).
Para os cristãos, Jesus é o “Rei da Glória”, voltando ao céu de-
pois da sua obra redentora (Ef 4.8; Cl 2.15), e, um dia, voltará em gló-
ria para estabelecer seu Reino (Mt 25.31). Isso explica a repetição de
“Levantai, ó porta as vossa cabeças”, nos versículos 7 e 9 (LOPES, 2022).
Nas palavras de Charles Spurgeon: “no salmo 22 Davi tan-
geu notas tristes do sofrimento do Messias. No salmo 23 tangeu
notas de paz pelo cuidado do Pastor, mas no salmo 24, ele emitiu
melodias majestosas e triunfantes do Rei da Glória”.

Contexto histórico:
A maioria dos comentaristas associa este salmo à ocasião
em que Davi levou a arca da aliança para Jerusalém (2 Sm 6; 1 Cr
15.1-16.3)

Uma consideração importante:


Após a derrota de Israel para os filisteus, a Arca do Senhor
esteve entre eles por sete meses (1 Sm 6.1). A presença da Arca ali
foi um juízo (1 Sm 5.6). De acordo com 1 Sm 7.1, a arca foi levada
para os cuidados da casa de Abinadabe, que era um líder de um clã
de levitas. Ali consagraram Eleazar, seu filho, para que guardasse a
arca do Senhor.
Passados vinte anos após a derrota para os filisteus, o povo
dirigia lamentações ao Senhor (1 Sm 7.2,3). Com o período do reina-
do de Saul, a Arca esteve por mais de setenta anos na casa de Abina-
dabe (CHAMPLIN, 2000).
Quando Davi começou o seu reinado, ele decidiu trazer a
Arca de volta para Jerusalém (2 Sm 6.1-3; 1 Cr 13.1-4). Davi queria
uma grande e pomposa festa. Infelizmente, para a casa de Abinada-
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be o ciclo se fechou com a trágica morte de um de seus descendentes:
Uzá (1 Cr 13.9,10). Com a morte de Uzá a festa acabou, vindo da
alegria para a tristeza. Eles não souberam honrar ao Senhor e, des-
gostoso, Davi, naquele dia, encarregou Obede-Edom para cuidar da
Arca. Entretanto, por um período de três meses que a arca esteve na
casa de Obede-Edom, Deus o abençoou (2 Sm 6.8-11).
Considere o seguinte: por mais de setenta anos a Arca da
Aliança ficou na casa de Abinadabe e nada aconteceu, porém, na
casa de Obede-Edom, a Arca da Aliança, em três meses, promoveu
uma explosão de milagres e bênçãos. A bênção de Deus na casa de
Obede-Edom chamou a atenção de Davi para FAZER a coisa CER-
TA no transporte da Arca (Nm 4.15; 7.9). Na segunda tentativa, pro-
cedendo conforme a orientação do Senhor, a Arca da aliança chegou
em Jerusalém. Como este notável móvel representava a presença de
Deus (Êx 25.10-22), Davi, escreveu o salmo 24 para EXALTAR A EN-
TRADA TRIUNFAL DO REI DA GLÓRIA em Jerusalém, represen-
tada pela Arca da Aliança. Uma extraordinária festa de Adoração e
louvor.

Colocando em prática para uma vida vitoriosa


São três coisas importantes que devemos destacar com os
olhos no pano de fundo da história e nos versos do Salmo 24.

1 - Reconhecimento (vv.1,2). O Senhor é o Rei da Glória. Ele é o


dono dos filisteus, da casa de Abinadabe, da vida de Uzá e de Obe-
de-Edom. Como dono de tudo ele deseja ser honrado. Sua palavra
deve ser obedecida. É ele quem engrandece e é ele quem abate. Ele
é o Rei que espera de seus servos a honra e o louvor que lhe são
devidos.
2 - A escolha do Rei (vv.3-6). Ninguém chega à presença de uma
autoridade de qualquer maneira. É claro que o Rei Jesus aceita todos
os pecadores. Todos podem vir como estão, porém é necessário um
novo nascimento, uma transformação, para que possam se apresen-
tar diante do Rei. Ora, não se chega até ao Rei da Glória com arro-
gância, altivez, orgulho ou autossuficiência. Os “protocolos” para o
homem estão descritos nos versos 3 a 6 e Salmo 15.
3 - Adoração e louvor ao Rei (vv.8-10) - Servir ao Senhor com alegria
(Sl 100.2), não com tristeza ou pesar, mas com música, com palmas,
com instrumentos e com vozes - com o coração. O Rei merece toda
a nossa expressão de louvor e de adoração. Não importa o que esta-
mos enfrentando, o Rei da Glória é digno de toda adoração.

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Salmo 42 e 43 | O Senhor é auxílio para nossas
emoções

Classificação do salmo:
Salmo de lamentação - Em muitos manuscritos hebraicos e
a grande maioria dos comentaristas atribuem aos Salmos 42 e 43 um
único poema. (42.5,11; 43.5; 42.9;43.2).

Autoria:
Os dois salmos foram escritos pelos filhos de Coré, músicos
do templo, e retratam o anelo profundo da alma de um adorador
privado do santuário e do culto de celebrações
O autor está longe de Jerusalém, do templo e das principais
festas que lhe enchem alma (v4). As circunstâncias estão desfavo-
ráveis para o salmista. Ele não está de férias prolongadas. Há um
inimigo que lhe impõe empecilhos e ele não consegue fazer aquilo
que mais ama: Buscar ao Senhor no templo nos dias de festas em
Jerusalém. O salmista era um “igrejeiro”. Ele se sente envergonhado
por não conseguir desvencilhar-se da situação que o incapacita de
ter normalidade na sua alma.

Contexto histórico:
Warren W. Wiersbe (2006) entende que o salmista enfrenta
a adversidade circunstancial e o ataque impiedoso dos adversários,
que colocam em dúvida a presença protetora de Deus em sua vida.
O autor está exilado no meio dos gentios (43.1), que o oprimiam e
questionavam para deixar a fé (42.3,10; 43.2). Muito provavelmente,
era um líder espiritual que havia conduzido grupos de peregrinos a
Jerusalém para as festas.
Russell N. Champlin (2000) considera que o autor vivia no
extremo da Palestina, próximo do monte Hermon, às cabeceiras do
rio Jordão (42.6,7), tinha sido impedido por uma enfermidade (42.10),
de fazer sua costumeira peregrinação a Jerusalém (42.4; 43.3,4).

Colocando em prática para uma vida vitoriosa

Os salmos 42 e 43 são um lamento de um cantor do templo


angustiado pedindo livramento de inimigos externos, internos ou
até mesmo de alguma enfermidade física, pois desejava voltar à casa
de Deus. Ele transforma seu anseio em fé resoluta e esperançosa no
próprio Deus.

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Podemos compreender os dois poemas em três divisões:

1) Deus é a fonte do meu bem-estar (42.1,2). O salmista está


com sede de Deus - do Deus vivo. O Salmista cita os ele-
mentos essenciais da vida física: ar (suspirar) e água; a vida
não fazia sentido para ele se não fosse em Deus. Ele tinha
o desejo de comunhão com o Senhor. A corça, animal sel-
vagem, sabia onde encontrar água para matar sua sede ou
para fugir de seus inimigos. Para aquele animal, o instinto o
levava para os lugares da sua memória, procurando refúgio
nas águas, que eram tanto revigorantes quanto protetoras.
O que dizer de nós? Somos inteligentes, racionais e muito
bem seletivos, será que estamos genuinamente empenha-
dos em buscar ao Senhor em 2024 como fazia a corça fazia
pelas águas?
2) O equilíbrio da alma frente aos inimigos (42.3-11). Lem-
bre-se, o salmista está impedido de se apresentar ao Senhor
no templo. Então, ele dialoga consigo mesmo, pedindo cal-
ma para si mesmo. Ele procura por equilíbrio interior. Ele
está cantando para sua alma descansar. Os seus inimigos
cruéis o cercam com um deboche contínuo procurando de-
sestabilizar a sua confiança em Deus. É importante resga-
tar a beleza destes versos para nossos dias. Em todo tempo
uma situação externa, interna ou física, provoca a seguinte
afronta: “Onde está o seu Deus que não te ajuda”? O salmista
conhece a história de Jó (Jó 1.17-22; 2.9,10) e apesar de toda a
situação ser contrária, ele prossegue dizendo para si mesmo
“...eu AINDA o louvarei” (v5)
3) Deus julgará a minha causa atendendo minha oração
(43.1-5). A situação quanto à volta do autor do Salmo se pa-
rece com as dificuldades dos nossos dias. Estamos vivendo
uma enxurrada de injustiça que assola o país, “o certo virou
errado e o errado agora é certo”. Houve um aumento no nú-
mero de zombadores e de escarnecedores, nossos inimigos
se levantam aos montões. Eles estão nos afrontando: Onde
este o seu Deus? Porém, nós não estamos sob trevas (v.3);
o Senhor fará justiça (v.1); o nosso Deus continua sendo a
nossa fortaleza (v.2). Durante a pandemia muitos crentes
ficaram impedidos de congregar, alguns, inclusive, não re-
gressaram com a mesma frequência de antes, precisamos
aprender com o salmista e voltarmos a sentir alegria por
frequentarmos a casa do Senhor (vv.4,5; 122.1).

17
Salmo 46 | Deus está no meio do seu povo

Classificação do Salmo:
Salmo de Ações de Graça e Louvor.

Autoria:
Salmo didático dos filhos de Coré - embora muitos comen-
taristas sugerem que o rei Ezequias o tenha escrito. Em 1529, Mar-
tinho Lutero, inspirado no Salmo 46.1, compôs o seu hino “Castelo
Forte é o nosso Deus”, os reformadores chegam a chamar esse salmo
de “o salmo de Lutero”.

Contexto histórico:
O rei Ezequias era poeta e provavelmente tenha escrito este
Salmo para encorajar o povo de Deus celebrar a vitória sobre o ini-
migo. A ênfase deste salmo é sobre a presença do Senhor com seu
povo (vv.1,5,7,11) e sobre a grande diferença de se confiar nele du-
rante as transformações e dificuldades da vida (2 Rs 18.19; 2 Cr 32; Is
36,37). O Senhor, miraculosamente, poupou a cidade enviando um
anjo para matar 185 mil soldados (Is 37.36-38). Em todas as circuns-
tâncias, a orientação divina ao povo de Jerusalém, foi: “Não temas”
(LOPES, 2022).

Charles Swindoll, resume a história de Ezequias nos versos do Sal-


mo 46 da seguinte maneira:

1) Situação 1: A confusão, a desordem. Reação: “Portanto, não


temeremos...” (vv.1,3).
2) Situação 2: Jerusalém sob ataque. Reação: “Jamais será abala-
da” (vv.4,7).
3) Situação 3: Campo de batalha após a guerra. Reação: “Não
vou lutar, mas aquietar” (vv.8,11)

Colocando em prática para uma vida vitoriosa

O Salmo 46 concentra-se no Senhor e no que ele é para o


povo que nele confia (WIERSBE, 2006)
1) Deus é refúgio e fortaleza (46.1-3). Os dois termos decla-
ram que Deus é um refúgio confiável para o seu povo quan-
18
do tudo ao seu redor parecer desmoronar (Sl 61.3; 62.7,8;
142.5). Em tempos de crise, os líderes de Israel mostravam-
-se propensos demais para buscar ajuda do |Egito (Is 30.1,2),
quando deveriam confiar e buscar ao Senhor (Na 1.7).
2) Deus é o nosso rio de alegria (46.4-7). O povo de Deus sem-
pre dependeu dos recursos espirituais que vêm de Deus. A
cidade de Jerusalém estava sitiada pelo exército assírio. A
água era um bem preciosíssimo. O rei Ezequias havia cons-
truído um sistema subterrâneo de abastecimento que ligava
os mananciais de Giom, no vale do Cedrom, ao tanque de
Siloé, dentro da cidade, ou seja, corria um rio de águas. Essa
metáfora fez Ezequias olhar pelos olhos da fé para o grande
rio da providência de Deus.
3) Deus é o nosso Deus (46.8-11). O Anjo do Senhor matou
185 mil soldados assírios e mandou Senaqueribe de volta
para sua casa para morrer (Is 37.36-38). “Vinde, contemplai
as obras do Senhor, que assolações efetuou na terra” (v.8). O Se-
nhor desmontou e desarmou seus inimigos e destruiu suas
armas, de modo que nenhuma flecha foi lançada contra a
cidade. “Aquietai-vos” significa, literalmente: “Não me-
xam em nada! Descansem”. Gostamos de “mexer” em tudo,
inclusive no que não devemos mexer. Gostamos de dirigir
nossa vida à nossa maneira, mas Deus é Deus e nós, seus
servos. Porque Ezequias permitiu que Deus fosse Deus, ele
o livrou de seus inimigos (2 Reis 19.19, 35)

19
Salmo 51 | A bênção do arrependimento e da
confissão

Classificação do Salmo:
Salmo penitencial. Sete são os salmos penitenciais (6, 32, 38,
51, 102, 130 e 143).

Autoria:
Salmo de Davi.

Contexto histórico:
Este Salmo é o registro da alma de Davi após o seu terrível
pecado (2 Sm 11-12). Ao longo da sua vida o rei Davi fez o que era
agradável ao Senhor, “senão no caso de Urias, o heteu” (1 Rs 15.5).
Seu silêncio fez ecoar a voz da consciência, e quando tentou esconder
sua transgressão, a mão de Deus foi pesando sobre ele dia e noite (Sl
32.4). Deus enviou o profeta Natã a Davi, e o profeta o confrontou,
destampou a ferida e trouxe à luz o seu pecado. Davi arrependeu-se
e confessou o que havia pecado contra Deus. O Senhor o perdoou e
restaurou a sua sorte (LOPES, 2022).
No livro de Provérbios (28.13), está escrito: “O que ENCO-
BRE as suas transgressões JAMAIS prosperará; mas o que CONFESSA e
DEIXA alcançará misericórdia”. Davi tentou encobrir o seu pecado: a)
tirando Urias da batalha - dando-lhe férias; b) homenageando Urias
com um banquete; c) planejando a morte de Urias; d) casando-se
com Bete-Seba para encobrir a gravidez. Tudo parecia perfeito, e to-
das as provas do pecado foram aparentemente apagadas, destruí-
das. Ele só não contava com uma coisa: Deus estava vendo tudo:
“Porém isso que Davi fizera pareceu mal aos olhos do Senhor” (2 Sm 11.27)

Colocando em prática para uma vida vitoriosa

A confissão é um remédio para a alma, Davi disse: “Enquan-


to calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes
gemidos todo o dia” (Sl 32.3). O escritor inglês Jonh Donne (1990) escre-
veu: “O pecado é uma serpente, e aqueles que o encobrem mantêm aquecido
o réptil venenoso para que possa picar com mais violência e espalhar seu
veneno e malignidade de modo mais eficaz”.
20
O que pode produzir maior alegria do que o perdão de
Deus? Nada. Davi queria paz interior, leveza na alma e gozo em seu
espírito. Davi queria andar de cabeça erguida moralmente falando.
O que fazer? A resposta deveria ser através de uma confissão ge-
nuína (Sl 32.5; 51.3,4). Agora, estamos diante de um homem com o
coração arrependido, comprometido com a verdade (Sl 51.6). O ar-
rependimento é a porta da restauração. Ao clamar pela compaixão
divina, Davi queria recuperar a alegria de ser salvo (Sl 51.12).
Neste salmo encontramos 3 princípios que Davi deixou
para uma vida vitoriosa.

1) Da purificação - “Lava-me...” (51.1-7). Davi procurou enco-


brir o seu pecado por quase um ano, entretanto, ele pediu
para que Deus lhe desse verdade e sabedoria no íntimo e
purificação em suas ações.
2) Da restituição - “Restitui-me...” (51.8-12). Por mais impor-
tante que fosse a purificação, Davi queria que todo o seu ser
fosse restaurado. Davi pediu ao Senhor que criasse dentro
dele um coração novo e que lhe desse um espírito firme,
que não vacilasse (v.10).
3) Da Utilização - “Usa-me...” (51.13-19). Davi era um servo de
Deus e desejava testemunhar aos perdidos e cantar louvo-
res a Deus (vv.13,14,15).

O escritor Charles Swindoll (2000) diz sobre o tema central


do salmo 51: “é a paz depois do perdão”. Quando Davi confessou
arrependido o seu pecado, ele tornou-se um homem feliz (Sl 32.1;
Rm 4.6-8).

21
Salmo 73 | A prosperidade do ímpio e a prova
do justo

Classificação do Salmo:
Salmo de Sabedoria. Relata observações gerais sobre a vida.

O teólogo Russel N. Champlin sugere que o salmo 73 se pa-


rece com a odisseia do livro de Jó. Dentro da perspectiva da ‘fé ver-
sus razão’, o autor se depara com os mesmos dilemas encontrados
no livro de Jó: Por que coisas boas acontecem com pessoas ruins?
Ou, ainda, por que coisas ruins acontecem com pessoas boas? O sal-
mo 73 trata de um problema de longa data: por que os justos sofrem,
enquanto os ímpios prosperam? (Jó 21; Sl 37; 49; Jr 12; Hc 1.13ss).

Autoria:
Asafe. Ele era um levita que atuava como músico e líder de
culto no santuário durante o reinado de Davi (1 Cr 15.16-19; 16.4-7;
2 Cr 5. 12-14; 29.13). São atribuídos a Asafe doze Salmos (50,73-83).
Wiersbe (2006) considera que Asafe, em crise, não poderia liderar o
povo no culto a Deus se estivesse duvidando dos caminhos do Se-
nhor, mas foi na adoração que ele encontrou as respostas para seus
problemas.

Contexto histórico:
O descendente de Gerson, filho de Levi (1 Cr 15.16,17), líder
da música e fundador de um dos coros do templo (1 Cr 25.1), reflete
na mesma questão dos salmos 37 e 49: “Por que, sendo Deus Justo, per-
mite que o ímpio prospere e o justo sofra e seja afligido? Por que aqueles que
escarnecem de Deus se tornam ricos e desfrutam dos prazeres deste mundo e
aqueles que são fiéis a Deus passam por dificuldades e ainda têm que supor-
tar a disciplina de Deus”? O grande patriarca Jó expressa esse drama
(Jó 21.7-15). O profeta Habacuque manifesta também a sua angústia
(Hc 1.4,14). Agora, Asafe revela o seu conflito pessoal neste Salmo.
Vale a pena ser fiel a Deus? Tem algum proveito ser justo?

Colocando em prática para uma vida vitoriosa

O salmo 73 pode ser dividido em 7 partes que mostram o


22
salmista no começo, meio e fim de sua crise:

1) Declaração de fé do salmista (vv.1-3). Em todo o tempo


Deus é bom. Os problemas de Asafe tinham a ver com
Deus. Ele declara que “Deus é.…”, de modo que o salmista
não era ateu, nem agnóstico e estava certo de que o Deus ao
qual presta culto é bom.
2) A saga do ímpio na ótica de Asafe (vv.4-11). Do ponto de
vista de Asafe, os ímpios “estavam feitos” na vida. Com
base nas evidências que vê ao seu redor, Asafe chega à con-
clusão equivocada de que perdeu tempo e energia manten-
do as mãos limpas e o coração puro.
3) O desalento do justo (vv.13-16). De que maneira os fiéis
reagiriam se um dos líderes do culto no santuário desse as
costas a Jeová, à aliança e à fé?
4) O despertar da fé (vv.17-22). Quanto mais Asafe reflete so-
bre os seus dilemas, mais seu coração se aflige, até que ele
decide IR AO SANTUÁRIO (para o templo, para casa de
Oração) e passar algum tempo com o Senhor em adoração.
5) Olhando para Deus e para a eternidade (vv.23-26). Deus
pode dar (e dá) sucesso e riqueza a cristãos consagrados,
mas o sucesso mundano e a prosperidade fazem parte da
esfera passageira dos incrédulos. É gritante o contraste en-
tre a vida dos ímpios e a vida dos justos nos versos (vv.2-
12;23-28).
6) A recompensa do ímpio (v.27). Os ímpios têm tudo o que
desejam, exceto Deus. Eles impressionam uns aos outros e
atraem admiradores, mas não têm consigo a presença de
Deus. O destino deles é a destruição.
7) A recompensa do justo (v.28). Quando Asafe deixou o san-
tuário, ele voltou a plantar os pés firmemente em sua fé,
saiu do santuário e contou a sua experiência. O resultado
foi que ele se achou mais junto de Deus.

23
Salmo 90 | Tudo passa

Classificação do Salmo:
Salmo de lamentação.

Autoria:
Moisés. Este é o salmo mais antigo do livro dos Salmos.
Moisés era um homem de Deus e poderoso em palavras e obras.
Era profeta escolhido por Deus, fiel a Deus e honrado por Deus. Este
salmo lembra os cinco primeiros livros da Bíblia, o Pentateuco. Ele
fala-nos sobre a transitoriedade do homem e a eternidade de Deus.
Portanto, nada melhor do que ler essa oração poderosa escrita por
um veterano na fé que viveu 120 anos.

Contexto histórico:
A sabedoria popular descreve o tempo corroborando e aga-
salhando as pessoas na vida: Alguns dizem: “nada melhor do que
um dia após o outro”, ou seja, “espere”, quem sabe um dia “você
ainda verá... não acabou, as coisas podem mudar”. Sabemos que
para as coisas melhorarem em nossas vidas, precisamos de sabe-
doria para esperar o tempo passar (v.12). Quantas fases o autor do
Salmo viveu? Ele teve experiência de viver 40 anos no palácio real da
terra pagã do Egito; depois viveu 40 anos como um humilde pastor
de ovelhas no deserto de Midiã e, por fim, viveu mais 40 anos con-
duzindo o povo no deserto para a terra prometida. É possível que
Moisés tenha escrito este Salmo depois que Israel fracassou na fé em
Cades-Barneia (Nm 13-14), quando a nação foi condenada a vagar
pelo deserto até que a geração mais velha tivesse morrido. Nesta
jornada, Moisés perdeu seus irmãos Arão e Miriã (Nm 20.2,22-29).
Foram tantos dias e tantas experiências que ele compartilhou neste
Salmo, suas impressões acerca de Deus, da vida e de si mesmo, para
que também possamos ter forças para a jornada e terminarmos bem.

Colocando em prática para uma vida vitoriosa

Os versos de 1 a 6 discutem a disparidade entre o Deus Eter-


no e os seres humanos finitos. Em atitude de humildade o salmista
reconheceu que Deus é a eterna habitação do homem, um abrigo
protetor, pois Deus vai de eternidade a eternidade (vv.1,2) (CHAM-
24
PLIN, 2000).

Warren Wiersbe (2006) aborda esse Salmo sob três perspectivas:


1) Deus é o nosso lar (vv.1,2). Em Números 33, estão citados
os nomes de quarenta e dois lugares diferentes nos quais
Israel acampou ao longo de sua jornada, mas onde quer que
Moisés morasse, Deus sempre era o seu lar. Ele viveu no Se-
nhor (Dt 33.27). Para as pessoas do mundo antigo, as mon-
tanhas simbolizavam tudo o que era duradouro e confiá-
vel, e para o povo de Israel, as montanhas representavam o
Deus Eterno de Israel (Sl 93.1,2). De Abraão até Moisés, hou-
ve sete gerações - Abraão, Isaque, Jacó, Levi, Coate, Anrão e
Moisés, e o mesmo Deus os havia conduzido e abençoado.
Aqueles que possuem antepassados tementes a Deus, certa-
mente têm uma herança valiosa e devem ser gratos por ela.
2) Somos aprendizes e a vida é nossa escola (Sl 90.3-12). A
poetisa goiana, Cora Coralina, escreveu em um de seus
poemas: “Estamos todos matriculados na escola da vida, onde o
tempo é o professor”. Tudo Passa. A beleza passa (Pv 31.30);
a juventude e o vigor passam (Sl 37.25); o apetite passa (Ec
12); o mundo passa (1 Jo 2.17); o ímpio passa (Sl 1.4); o choro
passa (Sl 30.5); O sofrimento e a provação também passam
(Jó 42.1,2,10); “... mas aquele que faz a vontade de Deus permane-
ce para sempre” (1 Jo 2.17).
3) O futuro é nosso aliado (Sl 90.13-17). Quando temos Jesus
Cristo como nosso Salvador e Senhor, o futuro é nosso alia-
do. O favor do Senhor não nos abandona em nossa velhice
ou nos tempos de aflições. É possível que Moisés sentisse
que seu trabalho era em vão e que não valia a pena. Em
várias ocasiões, o povo o magoou profundamente e entris-
teceu seu espírito. Ele se sacrificou e o povo não deu o devi-
do valor. Porém, nenhum trabalho realizado para o Senhor
ficará sem recompensa. A vida é difícil, e por isso Moisés
orou: “Confirma as obras das nossas mãos” (v17).

25
Salmo 121 | O Deus da igreja não dorme

Classificação do Salmo:
Salmo de lamentação.

Autoria:
É uma oração de um exilado para livrar Israel (Judá) de seus
inimigos. Este é um dos Salmos mais consoladores do Saltério e um
dos textos mais lidos antes da jornada de um peregrino à beira de
um leito de enfermidade. Muitos cristãos o conhecem de cor e mi-
lhões de fiéis fazem dele uma oração poderosa. O escritor Casimiro
Dias (2020), diz que a proteção divina é pessoal (v.5), física (v.3), in-
falível (vv.3,4), incessante (v.6), espiritual (v.7) e eterna (v.8). O Rev.
Augustus Nicodemus (2018), vê nesse Salmo a proteção divinal em
todo o lugar (vv.3,4), em todas as ocasiões (vv.5,6), de todo o mal
(v.7), na saída e na entrada (v.8).

Contexto histórico:
Não temos informação acerca da data deste salmo, sabemos
que é um Salmo do pós-exílio. É o Salmo do viajante que descreve
sua jornada em direção à cidade de Jerusalém.

Diferentemente do que pensamos, o início do Salmo 121.1


não é uma expressão de fé, ânimo ou segurança, mas de desalen-
to, lamento ou desfalecimento. Algo como: “E agora? Como eu saio
desta situação”? As caravanas de romeiros que viajavam para Jeru-
salém enfrentavam muitos perigos ao logo da jornada: eram víboras
peçonhentas, feras selvagens, assaltantes sempre à espreita nas ca-
vernas dos montes, calor escaldante durante o dia e frio congelan-
te durante a noite, tudo trazia um desconforto e um grande perigo.
Quem sabe o viajante estivesse em uma situação de aperto, já can-
sado da jornada e sem forças para prosseguir, ele fez este desabafo:
“De onde me virá o socorro”? A poesia hebraica destaca a pessoa de
Deus (v.2): O socorro vem do Senhor. Ao olhar para as culturas da
época e imaginar o quanto a idolatria era grande, o povo de Deus,
neste verso, valoriza o Senhor fazendo pouco caso dos deuses pa-
gãos que não ouvem, não veem e não falam. (Jr 10.11)

26
Colocando em prática para uma vida vitoriosa

1) O Deus da igreja não dorme (vv.3-8) - O pensamento da-


quela época era de que os deuses, cansados de seus devotos,
deixavam de ouvir suas demandas, deixava-os sozinhos.
Eles se ausentavam, entravam de férias ou tiravam um co-
chilo (1 Rs 18.24-38). Qualquer servo do Senhor poderá con-
tar com a sua ajuda. O salmista não viu somente o poder.
Ele viu o amor divino que protege os seus. Deus é um Deus
pessoal e tem interesses pessoais em nós, mas o sofrimento
confunde nossa maneira de nos relacionarmos com ele. Veja
o que diz o Salmo 10.1: “Porque, Senhor, te conservas longe? E
te escondes nas horas de tribulação”? ou ainda o Salmo 44.23-
26: “Desperta! Por que dormes, Senhor? Desperta! Não nos re-
jeites para sempre”. Alguma lembrança com o Novo Tes-
tamento (Mc 4.35-41)? Essa é a nossa humanidade: sermos
forçados pelas dificuldades para nos voltarmos para Deus.

2) Que tipo do socorro o Senhor pode nos dar? a) Ele nos dá


socorro moral (121.3ª): “Ele não permitirá que os seus pés vaci-
lem...”. Quando nos esforçamos para fugir da aparência do
mal, é o Senhor quem livra os nossos pés da queda (116.8).
b) Ele nos dá socorro circunstancial (121.6). O socorro do
Senhor nos protege das intempéries e dos perigos do dia e
das ameaças invisíveis da noite (Sl 91.5,6). c) Ele dá socorro
espiritual (121.7). O diabo com a sua astúcia nos espreita, o
mundo com o seu esquema nos odeia e o pecado com seus
ardis nos seduz, mas o Senhor nos protege, nos perdoa e
nos salva (LOPES, 2022).

27
Salmo 126 | A sorte de Sião restaurada

Classificação do Salmo:
Salmo de lamentação.

Autoria:
Possivelmente um exilado. O salmista está encorajando seus
irmãos a crerem em um final feliz. O Salmo 126, 127 e 128 formam
uma tríade de esperança e fé para todos nós. Neles encontramos os
seguintes temas: Restauração (126); Reconstrução (127) e Recomeço
(128).

Contexto histórico:
Esse é um Salmo pós-cativeiro babilônico. Do salmo 90, de
Moisés, para o salmo 126, passaram-se aproximadamente mil anos.
Os exilados foram “restaurados” pelo Senhor através do decreto do
rei Ciro em 537 a.C., fato profetizado por Isaías (44.24; 45.7). Esse
mesmo profeta prenunciou a alegria do povo por ocasião da sua
libertação (Is 48.20; 49.18-13; 55.10-12) e testemunhou acerca desse
acontecimento às outras nações (Is 43.10-21; 44.8; 52.7-10).

Colocando em prática para uma vida vitoriosa

A geração dos israelitas que conquistaram a terra prome-


tida permaneceu fiel ao Senhor, porém a terceira geração rompeu
a aliança e se entregou à idolatria (Jz 2.7-23). Deus castigou o seu
povo permitindo que nações invadissem, saqueassem e destruíssem
o território de Israel. Quando a rebelião do povo se tornou tão gran-
de a ponto de contaminar a própria terra, Deus os levou para fora
da terra, para um exílio de setenta anos na Babilônia. Então, foram
libertos e mal podiam crer no que estava acontecendo - “era como se
fosse um sonho” (126.1).

1) A restauração é um processo lento, doloroso, mas eficaz


(126.1-3). Pessoas precisam de restauração, mas isso não é
um processo fácil. Após os flagelos da tribulação, luta ou
disciplinas, reagrupar as coisas (emocionais, físicas e espi-
rituais) não é uma tarefa rápida. Uma equipe de demolição
é capaz de destruir em poucas horas ou dias, aquilo que os
28
engenheiros e construtores levaram meses para projetar e
construir. O povo de Deus teve que passar por tudo, por-
que não valorizou os fundamentos da palavra de Deus (Pv
1.7). Por um período longo de setenta anos sofreram ver-
gonha, instabilidade e afronta provocada pelos inimigos. O
cativeiro foi a forma usada (70 anos) de disciplina (Salmo
137). Um tempo em que eles poderiam ter avançado na fé,
na comunhão e na prosperidade do Senhor. Não deixe de
fazer a coisa certa, não lance suas mãos às coisas erradas.
Deus disciplina os filhos a quem ele ama (Hb 12.5-8). Os
erros e as desobediências atrasam nossas bênçãos e tornam
lenta e demorada o ‘começar de novo’. Entretanto, em sua
graça, Deus os havia perdoado (Is 40.1; 44.21,22), de modo
que eles podiam recomeçar, sonhar novamente. Antes de
restaurar as “coisas”, Deus investe em restaurar o coração.

2) A promessa de vida e o desafio do trabalho (vv.4-6). Ele


mudou o cenário em volta do seu povo. Torrentes falam de
água. Para região desértica, as águas seriam uma caracterís-
tica visível da restauração interior. Era do Senhor a ordem
para chover (Lv 26.4; Dt 11.10-12; 28.12). Cada gota que cai
sobre a terra é uma promessa de vida. Quanta bondade do
Senhor em enviar “chuvas de bênçãos” para o seu povo (Ez
34.26; Jo 7.38). Há bênçãos que Deus envia repentinamen-
te (vv.1-3) e ficamos como quem sonha. Entretanto, outras
vêm com o passar do tempo (v.4); outras, ainda, vêm de-
pois de semear, chorar e esperar com paciência (Tg 5.7). Na
restauração, o Senhor não ofereceu uma “rede preguiçosa”
para deitar. Foi necessário trabalho, suor, lágrimas, porém,
agora, fiéis e obedientes ao Senhor, o resultado seria colhei-
ta farta. Note que os versos 5 e 6 valorizam a coragem e a fé,
trabalho e recompensa, lágrima e júbilo, decisão e iniciativa.

29
Salmo 127 | Deus, o edificador da família

Classificação do Salmo:
Salmo de Sabedoria.

Autoria:
Não há consenso sobre a autoria deste salmo. Os comen-
taristas sugerem dois possíveis autores: O salmo 127 pode ter sido
escrito por Salomão ou por Neemias (7.14). É um tipo de «cântico
de romagem», também chamado de «cântico de peregrinação» ou
«salmo de degraus».

Contexto histórico
O rei Salomão foi filho, marido, pai e construtor. Lamen-
tavelmente Salomão não aplicou esses mesmos princípios em sua
própria vida. O escritor Derek Kidner (2006), conclui que as lições
deste Salmo foram desperdiçadas por Salomão. Sua edificação tanto
literal como figurada, se tornou desenfreada (1 Rs 9.10-19), seu reino
uma ruína (1 Rs 11.11-40) e seus casamentos um desastre (1 Rs 11.1-
40). Pensando em Neemias como o autor do Salmo, sabemos que a
população de Jerusalém era pequena e o povo precisava construir e
fazer reparos nos edifícios. Cercada por inimigos, Jerusalém precisa-
va de portas e de muros fortes bem como de vigias em alerta dia e
noite. Famílias precisavam de casas com urgência (Ne 1.3; 2.11,13,17;
4.9ss; 7.3; Jr 29.4) (WIERSBE, 2006). O Rev. Hernandes Dias Lopes
(2022), sugere que a leitura do Salmo 127 seja acompanhada da lei-
tura do Salmo 128, pois os dois juntos constituem os quatro estágios
da família. 1. A fase do casamento (Sl 127.1,2); 2. A fase dos filhos
pequenos (Sl 127.3-5); 3. A fase dos filhos adultos (Sl 128.1-4); 4. A
fase dos netos (Sl 128.5,6).

Colocando em prática para uma vida vitoriosa

O Salmo 127 ensina que sem Deus, todo esforço humano é


inútil, quer seja em pequenas ou em grandes dimensões. Wiersbe
(2006) considerou que o Salmo 127 pode ser melhor compreendido
em quatro palavras importantes.

1) Construir (127.1a). Este verso inicia com uma condição “Se


30
o Senhor” não edificar. O que significa que sem Deus, nada
será bem-sucedido. Deus nos chamou para edificarmos
nossa vida, nosso lar, nossa igreja, nossa nação e o seu Rei-
no ao redor do mundo. Edificar uma casa, constituir uma
família e guardar uma cidade sem auxílio do Senhor é obra
fracassada. O Senhor Jesus Cristo disse: “Eu sou a videira,
vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito
fruto; porque sem mim NADA podeis fazer” (Jo 15.5).
2) Guardar (127.1b). A Segurança dos moradores - “Em vão
vigia a Sentinela” - (Ne 4.17,18). Para protegermos aquilo
que construímos, é essencial colocarmos muros fortes ao
redor da cidade e ter vigias atentos sobre esses muros. Nos-
sa construção será em vão se pais, professores e líderes não
cuidarem dos muros e não guardarem seus liderados do
inimigo.
3) Desfrutar (127.2). O verso 2 não favorece a preguiça, nem
reprova o trabalhador cuidadoso. O que o texto combate é
a pessoa obcecada pelo trabalho, que não trabalha para vi-
ver, mas vive para trabalhar. O verso não diz que é errado
acordar cedo, trabalhar com afinco e fazer sacrifícios - ele
é contra o trabalho excessivo e a luta ansiosa. O trabalho
deve ser bênção para desfrutarmos, não pode ser um fardo
(Salmo 128.2)
4) Preservar (127.3-5). De nada adiantará construir e guardar
nossas casas e cidades se não houver gerações futuras. Ha-
via poucas pessoas em Jerusalém após o exílio (Ne 7.4), e
era importante que os jovens se casassem e constituíssem
família e tivessem filhos preciosos. O que acontecerá se não
educarmos nossos filhos no temor do Senhor, para lutarem
contra as mentiras e o mal? Nem todo mundo deve se casar
e nem todo casal pode ter filhos. Porém, todos os adultos
podem valorizar as crianças, orar por elas, investir nelas, ser
um bom exemplo e cooperar para que sejam mantidas em
segurança, recebam todos os cuidados necessários e sejam
instruídas na educação espiritual. Construir e não guardar,
guardar e não desfrutar, desfrutar e não preservar, é uma
grande insensatez.

31
Fonte de pesquisa:

Bíblia Shedd - Editor responsável Russel P. Shedd - traduzida em


português por João Ferreira de Almeida - Edição Revista e Atualiza-
da no Brasil.
Lopes, Hernandes Dias. O Livro das canções e orações do povo de
Deus - vol. 1 e 2 - São Paulo: Hagnos, 2020.
Morris, Henry M. Amostra de Salmos - São Paulo: Editora Vida
Wiersbe, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo, vol. 3
Pearlman, Myer. Salmos - Rio de Janeiro: CPAD, 1977.
Champlin, Russell Norman. O Antigo Testamento Interpretado, Ver-
sículo por Versículo - vol. 4 - São Paulo: Editora Candeia, 2000.
Spurgeon, Charles H. Os Tesouros de Davi, vols. 1 e 2 - Rio de Janei-
ro: CPAD, 2017
Lopes, Augustus Nicodemus. Caminhos da fé - uma exposição dos
Salmos de romagem - Goiânia: Estação da Fé, 2018.
Casimiro, Arival Dias. Canções de um peregrino - um estudo dos
Salmos de romagem sobre as lutas diárias do crente: Santa Bárbara
d’Oeste, 2020.
Swindoll, Charles R. Vivendo Salmos - Rio de Janeiro: CPAD, 2018.

MEUS PEDIDOS
01 - TEMA | Janeiro
SALMO 1 - O justo é feliz.
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02 - TEMA | Fevereiro
SALMO 22 - O sofrimento, a vitória e o louvor.
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03 - TEMA | Março
Salmo 23 - O pastor que cuida.
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04 - TEMA | Abril
Salmo 24 - O Rei da Glória!
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05 - TEMA | Maio
Salmos 42 e 43 - O Senhor é auxílio para nossas emoções.
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06 - TEMA | Junho
Salmo 46 - Deus está no meio do seu povo.
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07 - TEMA | Julho
Salmo 51 - A bênção do arrependimento e da confissão.
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08 - TEMA | Agosto
Salmo 73 - A prosperidade do ímpio e a prova do justo.
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09 - TEMA | Setembro
Salmo 90 - Tudo passa!
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10 - TEMA |Outubro
Salmo 121 - O Deus da igreja não dorme.
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11 - TEMA | Novembro
Salmo 126 - A sorte de Sião restaurada.
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12 - TEMA | Dezembro
Salmo 127 - Deus, o edificador da família.
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