O Reino de Deus em Você - Ronaldo Batista Pereira

Basiléia Theos em Você
Ronaldo Batista Pereira
Ve nc e do r n o Re ino de De us ,
é a qu e le q ue ja m ais d e s is t e de lut ar.
BASILÉIA THEOS EM VOCÊ
Basiléia Theos em Você

Ronaldo Batista Pereira
Ve nc e d o r n o Re ino de De us ,
é a qu e le q ue ja m ais d e s is t e d e lut ar.
2
P495
Pereira, Ronaldo Batista.

Basiléia Theos em Você / Ronaldo Batista Pereira. –
[s.1:sn], 2008. – (Rio de Janeiro: Tesouro)
...p.; ...cm.
Inclui bibliografia.
ISBN: 978-85-907612-0-4
1. Vida cristã. I. Título.
CDD-248.4
2ª Edição – Maio de 2008

Tiragem de 100 exemplares
As citações bíblicas foram extraídas da Edição Ferreira de

Almeida Revista e Atualizada publicada pela SBB.
As ilustrações da capa são do Corel Draw 8.0
Todos os direitos reservados

É proibida a reprodução total ou parcial
sem permissão escrita do editor
Impresso no Brasil nas oficinas da Tesouro Laser – Rio

Rua Primeiro de Março, 24 – Centro – Rio de Janeiro
3
Dedicatória
Quero dedicar carinhosamente este trabalho à memória de

minha tia Severina que muito orou por mim para que eu chegasse ao
pleno conhecimento da salvação em Cristo Jesus, e cheguei.
Dedico também ao irmão Luis Francisco, o ancião, que com
paciência me discipulou naqueles idos de 1982 dedicando-me do seu
tempo, carinho e orações juntamente com sua esposa, irmã Isaura.
Ao Pr. Cleberson Horsth, meu primeiro professor na Escola
Bíblica Dominical, que sempre demonstrou carinho e acreditou em
uma chamada de Deus para minha vida.
Ao Pr. Enéias Pacheco meu grande incentivador na minha
formação teológica, homem que sempre disponibilizou sua biblioteca e
livros com muita generosidade.
Aos meus queridos pais, Pr. Manuel Gomes e Irene que foram
para mim o primeiro referencial de família, bem como Rogério e
Francis que muito acreditaram em mim e no meu ministério pastoral,
missionário e literário.
A minha eterna namorada e esposa Noemy, ela que tem ficado
sem mim, várias noites quando da preparação deste e de outros
trabalhos, mesmo estando em casa. É testemunha fiel de que tenho
visto o dia amanhecer enquanto desenvolvo meus escritos.
Aos meus queridos filhos Samuel (19), Susana (17), Suelen
(15) e Otoniel (9) que tem cooperado comigo tanto com seu silêncio
quanto com o diálogo sobre este trabalho e outros sempre que peço.
Aos meus mui amados e queridos leitores, sejam abençoados
pela leitura deste livro, onde quer que estejam. Creia esta leitura
possibilitará uma experiência nova em sua vida.
Ao Amado da minha alma, Jesus Cristo, dedico o que compus
como gratidão por tudo quanto Ele é, e tem feito na nossa família. A
Deus toda honra, glória e eterna ação de graças por Jesus Cristo meu
Senhor e Salvador. Te amo Deus para sempre!
Rio de Janeiro (RJ), junho de 2007.
4
5
ÍNDICE
1. Prefácio ............................................................................ 9
2. Apresentação ................................................................... 11
3. Esboço............................................................................... 13
4. A mente que possuímos ................................................... 15
5. Fontes que influenciam nossas mentes........................... 23
6. A influencia da Palavra de Deus em nossas mentes...... 29
7. Os Tipos de mentes segundo a Bíblia............................. 36
8. Batalhas na fortaleza da mente ...................................... 44
9. O combate pela conservação da fé ................................. 49
10. O homem Espiritual....................................................... 77
11. Bibliografia..................................................................... 95
6
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8
PREFÁCIO
Quando recebi o convite para prefaciar um livro que
tem uma profundidade muito grande no que respeita ao
crescimento espiritual, ao entendimento da verdadeira vida
em Cristo, às constantes batalhas tanto de fora que se
expressam nas tentações e obstáculos, como de dentro, as
quais expressam um sentimento amargo quando não se
consegue o bem desejado, e uma intensa satisfação ao
conseguir uma vida vitoriosa.
Fiquei muito alegre por ter sido o escolhido entre

muitos homens de Deus, que com certeza poderiam
expressar de uma maneira ainda maior e em uma linguagem
muito mais bela. O que para mim, confesso, é uma pequena
dificuldade.
Conhecendo o autor como eu o conheço, fica mais

fácil falar não só da linha de pensamento, e da filosofia de
ação que o vasto livro apresenta. Mas, acima de tudo está o
caráter, a têmpera e o valor cristão que o autor não somente
apresenta em seu escrito, mas também vive no seu dia a dia.
Sei que vencer batalhas quando tudo é contrário não

é coisa fácil. Mas, como é grandioso ver um homem de
Deus e sua família, lutando para vencer, e vencer da
maneira que a Deus agrada.
Os originais do livro tem sido de uma grande

inspiração para muitas pessoas, tanto no Brasil, como nos
Estados Unidos, lugar onde estou residindo atualmente.
Meus alunos, tem sido enriquecidos com a leitura e estudo
dos manuscritos. Chegando ao ponto de fazer do livro uma
9
matéria curricular do curso Médio em Teologia, do

International Biblical Seminary, Inc.
Recomendo a leitura, o estudo e a vida prática que se

aprenderá com a mensagem espiritual do livro Basiléia
Theos.
Dr. Pedro Quezada

HYANNIS, MA US
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APRESENTAÇÃO
Entramos no Reino de Deus pela fé no maravilhoso sacrifício
de Cristo. Sacrifício este efetuado para o perdão dos nossos pecados.
Antes, não podíamos enxergar ou entrar no Reino de Deus, pois na
verdade pertencíamos ao outro reino. Porquanto o poder do pecado e
das “nossas” trevas espirituais não nos permitia. Contudo, Deus
continuou a nos amar e nos guardar pacientemente. Até o dia em que
fomos tirados das densas trevas para o seu reino, chamado de: reino de
Deus, Rm 14.17; reino sacerdotal, 1Pe 2.9; reino do Filho do seu amor,
Cl 1.13, pois sobre nós resplandeceu a sua luz, como está escrito:
2Coríntios 4:6 “Porque Deus, que disse: Das trevas

resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração,
para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de
Cristo”.
Embora a “terra” de nossos corações fosse endurecida, Deus

trabalhou pacientemente e a semente do reino (sua Palavra) foi
semeada nela. Quão trabalhoso deve ter sido para a Igreja e para o
nosso Deus! Porém, pouco a pouco a situação foi se revertendo,
lembra? Quantas pessoas lhe falaram de Jesus, lhe visitaram, insistiram
e oraram por você. E a semente brotou. Assim você tornou-se: nova
criatura, nascido de novo, filho de Deus, Igreja, eleito em Cristo, etc...
Pois foste declarado justo pela fé (Rm 5.1), e pouco a pouco Jesus
Cristo ia sendo formado em você, Gl 4.19.
Como filho de Deus, você galgou uma posição de honra, agora
está assentado nas regiões celestiais em Cristo Jesus, Ef 1.3; 2.6. Logo
este é também lugar de batalha espiritual. Uma batalha invisível
travada contra o reino das trevas, que se voltou inteiramente contra nós
que deixamos de ser seus aliados. Satanás e seu reino se opõem a nós
estrategicamente de várias maneiras: para que não sirvamos a Deus; ou
para que não demos frutos, ou arma ciladas em nossas mentes para nos
neutralizarmos, ou ainda, se possível, eliminarmos do caminho dele.
Ainda ontem estava conversando com uma irmã de nossa
igreja que me disse, acerca de como ficava preocupada quanto ao
horário do culto, sendo que era sem motivo. Pois dificilmente
estendemos o horário do mesmo. E como isso lhe ocorria, aquilo lhe
atrapalhava em sua adoração, em ouvir os cânticos, e a pregação da
11
Palavra de Deus. Isso continuou até que, segundo ela, Deus tocou em
seu coração por meio desta série de estudos sobre a mente (Basiléia
Theos em Você). Ela descobriu que não era uma preocupação
verdadeira, nem tampouco sua. E passou a rejeitar aquele pensamento
e preocupação em nome de Jesus. Porém, agora ela participa feliz aos
cultos cantando e adorando a Deus.
D‟outra feita também há poucos dias, quando ministrei sobre o
mesmo assunto. E falava especificamente sobre Influência da Palavra
de Deus em Nossas Mentes, como um meio de Deus moldar nossas
vidas. Certa irmã me procurou depois da palestra e me perguntou:
como fazer para que levasse seus filhos lerem a Bíblia. Depois de lhe
fazer algumas perguntas, orientei que ela mesma lesse com eles,
escolhendo um horário em que todos estivessem juntos, e que lessem
de um a dois capítulos sistematicamente a começar do Novo
Testamento. E que cada um de seus filhos que soubessem ler,
participassem lendo cada um, um versículo assim sucessivamente até
terminá-lo(s). Ela me agradeceu, pois ainda não havia pensado nisso.
Estes são fatos simples, mas que, por meio deles vemos Deus
despertar, alertar, ajudar pessoas a buscarem discernimento, e de como
resolver uma situação delicada.
Apresento este simples trabalho no afã de ajudá-lo a resistir
firme na fé. O mesmo foi elaborado didaticamente, portanto pode ser
utilizado também em estudos em grupos.
Estou ciente que existem bons trabalhos a respeito, porém não
é nossa pretensão concorrer com os mesmos, porém somar para a
edificação do povo de Deus.
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ESBOÇO
1 – A mente que possuímos
1.1 – Um grandioso arquivo
1.2 – Sua criação e queda
1.3 – Algumas impressões negativas durante nossa
existência
2 – Fontes que influenciam nossas mentes
2.1 – Família
2.2 – Mundo interior caído
2.3 – Mundo (a presente era).
2.4 – Dos anjos caídos (espiritual)
2.5 – Da Palavra de Deus
3 – A influencia da Palavra de Deus em nossas mentes
3.1 – Empecilhos a influência da Palavra de Deus.
3.2 – Como nossa mente é influenciada pela Palavra de
Deus.
4 – Os Tipos de mentes segundo a Bíblia
4.1 – Mente natural
4.2 – Mente carnal
4.3 – Mente espiritual ou de Cristo
5 – Batalhas na fortaleza da mente
5.1 – Batalha antes de aceitar a Cristo
5.2 – Batalha durante a aceitação a Cristo como Senhor e
Salvador
5.3 – Batalha depois da aceitação a Cristo como Senhor e
Salvador
6 - O combate pela conservação da fé
6.1 – Quando aceitamos a Cristo
6.2 – Depois que aceitamos a Cristo
6.3 – Nossas mentes devem ser exercitadas a viver por fé
6.4 – Devemos apropriarmo-nos de nossas armas
espirituais
7 – O homem Espiritual
7.1 – É uma pessoa de fé
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7.2 – É uma pessoa cuja alma e espírito, foram divididos

pela penetrante Espada do Espírito e por Ele próprio.
7.3 – É uma pessoa que de fato morreu com Cristo para o
mundo e suas paixões.
7.4 – É uma pessoa que aprendeu a andar em Espírito
7.5 – É uma pessoa cheia do fruto do Espírito Santo
7.6 – É uma pessoa que atingiu maturidade em Cristo
7.7 – É uma pessoa que tem discernimento espiritual
7.8 – É uma pessoa cheia do fruto do Espírito
7.9 – É uma pessoa cujas armas são espirituais.
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A MENTE QUE POSSUIMOS
1.1 – Um grandioso arquivo
O Senhor, Deus eterno, quem criou o Universo, é o mesmo que criou a

mente humana com toda sua grandeza e complexidade, fazendo de
cada individuo um universo único. A mente é chamada de coração na
Bíblia Sagrada, principalmente no Antigo Testamento. Sabemos que o
coração é o órgão que bombeia o sangue para todo o corpo, mas refere-
se em sentido figurado a mente sede do intelecto, Gn 6.5; dos
sentimentos, 1Sm 1.8; e da vontade, Sl 119.2. Mente, coração e alma a
luz da Bíblia são a mesma coisa, isto é, segundo o dicionário bíblico da
SBB é a parte não-material e imortal do ser humano (Mt 10.28), sede
da consciência própria, da razão, dos sentimentos e das emoções, Gn
42.21.
É da mente ou coração impuro que: “procedem maus
desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos
testemunhos, blasfêmias” – Mt 15.19. Quando o homem peca, ele o faz
com sua mente. Portanto, é lá que o Senhor Jesus Cristo disse que a
Palavra do reino de Deus deve ser semeada, desenvolvida, e
frutificada, Mt 13.19-23; porquanto só os puros de coração poderão ver
a Deus: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a
Deus” Mt 5.8.
Comparo a mente aqueles “armários metálicos”, onde se
recolhem e organizam as pastas de documentos,
ainda muito usados nas empresas, escolas,
bibliotecas, etc. Ou aos modernos “discos rígidos”
de computadores onde ficam armazenados todas
as informações, quando o usuário precisar é só
acessar. Assim é o arquivo da alma humana:
guarda em seu bojo todos os registros, isto é, em seu consciente,
subconsciente e inconsciente todas as informações adquiridas durante
toda vida.
1.2 – A criação e queda da mente humana
No sexto dia da criação o Deus Trino disse: “Façamos o

homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” Gn 1.26; e
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nos diz ainda a Bíblia que, “Então, formou o SENHOR Deus ao

homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o
homem passou a ser alma vivente” Gn 2.7. O homem foi criado puro,
perfeito e são em toda sua plenitude corpo, alma e espírito. Na
avaliação de sua própria obra, Deus estava satisfeito; o homem estava
aprovado no controle de qualidade divina: “Viu Deus tudo quanto
fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde e manhã, o sexto dia.” -
Gn 1.31.
Passado algum tempo depois assim como Deus criou uma
fêmea para os animais, resolveu criar a mulher a partir da costela do
próprio Adão, pois a conclusão de Deus era a seguinte: “Não é bom
que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja
idônea.” Gn 2.18. Será que podemos imaginar a satisfação e gratidão
do homem para com Deus ao ver a mulher, a sua companheira por toda
vida? Agora Adão podia conversar com alguém que lhe completava,
não estava mais só, tinha uma auxiliadora em todo o trabalho no jardim
de Deus! Ele deve ter saltado de alegria, não é mesmo?
De toda a árvore que havia no jardim Deus
reservou uma para si, para o seu uso exclusivo; esta
era a árvore do conhecimento do bem e do mal. Ele
não queria que o homem comesse o fruto dela. Caso
desobedecesse, a desobediência iria causar sua
morte, por isso ordenou ao homem: “De toda árvore
do jardim comerás livremente, mas da árvore do
conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que
dela comeres, certamente morrerás.” Gn 2.16-17. O mal já existia,
mas não podia afetar o homem, enquanto este andasse em obediência
para com seu criador. Lúcifer um formoso, sábio e poderoso anjo em
algum momento na eternidade rebelou-se contra Deus levando consigo
um número incontável de anjos. Assim ele foi deposto de sua posição
original por causa de seu orgulho e rebelião tornando-se o (satanás)
adversário de Deus. Deus o criou também perfeito, mas agora com
todo ódio contra Deus, este anjo passou a conter em si a essência de
todo mal que viria derramar sobre o homem, colocando-o contra o
criador.
Num certo dia, aproveitando que Eva estava só, pois sabia que
ela era mais vulnerável. De alguma maneira o adversário de Deus
incorporou-se numa serpente que estava ali no jardim; e começou a
conversar com ela. Podemos afirmar que aquela era a primeira
16
manifestação do que chamamos hoje modernamente de mediunidade, e

assim através do diálogo convenceu a mulher de desobedecer a Deus,
fazendo Deus se passar por mentiroso, e Eva comendo do fruto e em
seguida deu-o ao seu marido que também comeu. Foi a partir da
prática do pecado que o homem começou a experimentar confusão em
sua mente, pois naquele instante o casal experimentou a morte
espiritual, isto é, a quebra de sua pureza e comunhão com Deus.
Quando perceberam que tinham sido enganados, o desastre irreparável
já havia sido causado pelo diabo, o caluniador de Deus, e pela
desobediência.
As conseqüências foram: primeiro, vergonha e sentimento de
culpa. O casal nunca tivera vergonha de si mesmos, pois estavam
envolvidos por uma auréola de santidade. Porém agora a mente deles
experimentava uma estranha e desagradável sensação: um misto de
vergonha de seus corpos juntamente com sentimento de culpa. Coisas
que Deus havia conversado e alertado talvez em suas conversas com o
homem ao cair da tarde de todos os dias que vinha conversar com
Adão.
A segunda conseqüência foi o medo. O homem não tinha
sensação de insegurança, mas agora depois do pecado, sua mente
turbava-se com a seguinte preocupação, como ia apresentar-se a Deus
visto que agora estava nu? Ele não tinha mais consigo a santidade com
que fora anteriormente criado, será que ele iria morrer ao encontrar-se
com Deus?
Agora o homem precisava fugir, ele não sabia o que poderia
acontecer quando Deus chegasse na viração do dia. A terceira
conseqüência, portanto, foi um instinto de fuga que se apoderou do
homem ao ouvir Deus chamá-lo: “E chamou o SENHOR Deus ao
homem e lhe perguntou: Onde estás? Ele respondeu: Ouvi a tua voz no
jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi.” Gn 3.9-10.
Quando o homem desobedeceu a Deus abrindo a porta de sua
vida ao pecado. Toda a sua descendência ficou comprometida a terrível
influência de satanás e do mesmo. Agora toda humanidade passou a
experimentar: medo, sentimento de culpa, vergonha, fuga de Deus, etc.
Satanás colocou terríveis algemas que aprisionam o homem em sua
mente e espírito, o pecado e seus demônios. Coisas estas que só Jesus
Cristo, a semente prometida à mulher, pode quebrar.
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1.3 – Algumas impressões negativas na mente durante nossa

existência.
Nossas mentes gravam fatos, fisionomias, tom de voz, etc. de
uma forma admirável. Porém, nem todas estas impressões são
agradáveis à memória. Muitas dessas memórias adquiridas em nossa
existência contêm o que chamo de ferrões, pois são dolorosas. Não
comentamos aqui sobre todas, mas algumas impressões principais
como se segue: o medo, a ira, solidão, a ansiedade, o sentimento de
culpa e o perdão retido. São coisas que não só estão associadas a
nossas experiências, mas também a nossa natureza adâmica caída.
Enquanto defino procuro ilustrar de alguma maneira dentro do possível
a respeito do assunto.
(1) Medo. Segundo o dicionário Aurélio é: Sentimento de

grande inquietação ante a noção de um perigo real ou imaginário, de
uma ameaça; susto, pavor, temor, terror. Quando o homem praticou o
pecado pela primeira vez, ele sentiu medo da voz de Deus, pois
associou-a as conseqüências. Existem pessoas que tem medo de ficar
no escuro, ou dormir no escuro, medo de altura, medo de sair sozinho,
medo de ver sua imagem refletida em mais de um espelho, medo de
andar de carro, e até medo de ser feliz. Certa vez uma irmã em Cristo
amiga de nossa família, que sofria de aerofobia, a quem chamaremos
Josefa, estava tão feliz com a construção que seu irmão vinha
desenvolvendo. Que após ele terminar de por a laje daquela casa, ela
de tanta alegria e curiosidade resolveu subir a escada para ver a tal laje.
Detalhe: a escada era feita de madeira, daquela que apóia
diagonalmente na parede. Depois que ela se deu por conta que estava
lá no alto, foi um custo tremendo para que descesse, pois além do
medo, ela pesa mais de cem quilos. Para os que estavam embaixo, até
que acharam engraçado, mas para ela foi angustiante.
(2) Ira. A ira está ligada ao medo, e o medo a ira. Mas afinal que
vem ser este sentimento experimentado por todos os homens que já
pisaram esta terra? É a indignação experimentada por alguém
contrariado por alguma coisa. A ira em si mesma não é pecado. Mas
ela sempre nos põe a beira das infantilidades, do pecado, do
descontrole, etc. Ela torna-se pecado quando reservada no coração,
pois a pessoa passa a viver num cativeiro psicológico.
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(3) Solidão. O Aurélio define como, o estado do que se encontra

ou vive só; isolamento. Porém, o irmão Psicólogo Everaldo Fraga em
seu opúsculo, A Outra Face do Ser Humano descreve-a da seguinte
maneira: “A solidão é um problema que tem sido descrito como uma
das fontes universais do sofrimento humano. Ela desconhece limites de
classe, raça ou idade. Todo ser humano, está sujeito a ser atingido em
alguns momentos ou durante a vida inteira, isto é uma solidão
crônica”.
“Sentir-se solitário é tomar consciência de que nos falta um
contado significativo com o outro. A solidão envolve um sentimento
íntimo de vazio que pode ser acompanhado de tristeza, desânimo,
sensação de isolamento, inquietação, ansiedade, rejeição, e um desejo
intenso de ser amado. A sensação de vazio e a solidão andam juntas.
Quando alguém fala do rompimento de uma relação amorosa raro
manifesta tristeza ou humilhação pela conquista perdida, diz que se
sente “vazio”. A perda deixa um “imenso vácuo”. As pessoas
solitárias, em geral, sentem-se “deixadas de lado”, indesejadas,
mesmo quando cercadas por outras. A fim de não serem indesejadas e
sem valor, muitas negam a sua solidão, correm para bares, grupos de
encontros, ou reuniões de Igreja numa vã tentativa de escapar de sua
condição.
“Quero ressaltar a distinção entre a solidão e o isolamento.
Isolar-se é afastar-se voluntariamente das pessoas. Quando, porém, nos
vemos forçados a permanecer sozinhos, isto é solidão. O isolamento é
refrescante, rejuvenescedor e agradável; a solidão é penosa, exaustiva e
desagradável. Nós começamos e terminamos o isolamento segundo nos
apraz; a solidão nos envolve e persiste apesar de nossos melhores
esforços para expulsá-la”.
(4) Ansiedade. É o “receio sem objeto ou relação com qualquer

contexto de perigo, e que se prende, na realidade, a causa psicológica
inconsciente” Dic. Aurélio. A ansiedade é a sensação de estar
„agarrado‟, „oprimido‟, e em vez de tornar-se mais aguda, a percepção
em geral torna-se mais embotada. A ansiedade pode ocorrer em maior
ou menor intensidade. Pode ser uma leve tensão antes do encontro com
alguém importante, ou a apreensão antes de um exame em que o futuro
da pessoa está em jogo e ela ignora se está ou não bem preparada. Ou
pode ainda ser um profundo terror que cobre a testa de suor, enquanto
19
se espera para saber se um ente amado sofreu ou não um desastre de

avião, se um filho afogou-se.
Sentimos ansiedade de todas as maneiras, uma dor nas entranhas,
uma compressão no peito, confusão generalizada, ou talvez a sensação
de que o mundo que nos rodeia é negro ou cinzento, ou um grande
peso na cabeça, ou ainda algo parecido com o terror da criança que
descobre estar perdida. A ansiedade sempre esteve presente na vida do
homem, sua origem vem de muito longe, embora pareça ser mais
intensa na vida do homem moderno.
(5) Sentimento de culpa. É a sensação de que se cometeu um

delito, ou quando temos ciência de que fizemos alguma coisa errada ou
grave, na verdade o sentimento é como uma ferroada em nossas
consciências. De maneira que o pecado assume uma forma onipresente
em nossas vidas. Ainda hoje pensamos em fugir de Deus como Adão.
Pois, nos sentimos muito mau, principalmente quando prometemos a
Deus não cometer certo tipo de pecado. A poucos dias na escola
dominical, certo irmão, perguntou a minha esposa: - Será que vale a
pena virmos a Igreja? Pois prometemos a Deus não pecar, mas
continuamos a pecar. Não me lembro que o que ela respondeu, mas
entendo que este irmão estava envolvido em algum sentimento de
culpa lhe atormentado.
Certa noite estava numa igreja no Rio de Janeiro onde minha
esposa teve a oportunidade de pregar numa reunião missionária de
senhoras. E eu também trouxe uma palavra bíblica também aos
presentes, porém no fim daquela reunião, certo irmão me procurou.
Pois, estava com uma tremenda dor de consciência. Aquele irmão
resolveu evangelizar uma prostituta em seu ambiente (o que é
imprudente para um homem), e envolveu-se com ela sexualmente,
caindo em adultério, pois era casado. Sua esposa o perdoou, pois ele
contou a ela. Mas ele não conseguia perdoar-se a si mesmo, e nem
sentir a presença de Deus, tal era o seu sentimento de culpa. Depois de
ouvi-lo disse-lhe, que era muito difícil para alguém confessar esse tipo
de pecado, mas se ele estava buscando ajuda, era porque Deus estava
trabalhando na vida dele. Porém, desde o momento que ele confessou a
primeira vez e abandonou, Deus já havia lhe perdoado. Ele tinha dado
uma prova a mais, em ter contado a sua esposa (por conta própria).
Assim, orei por ele. Então este irmão chorou copiosamente, e depois de
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sorrir, mesmo quebrantado, disse-me: agora estou sentindo a presença

de Deus.
(6) Perdão retido. Este trata de outra impressão negativa

adquirida em nossa existência. Temos um mandamento que é saúde
para nossas mentes, perdoar. Devemos perdoar sempre para que nos
livremos de muitos males. Tenho encontrado pessoas deveras
amarradas por mágoas e ressentimentos terríveis. Tanto essas pessoas
sofrem, como fazem outros sofrerem por não quererem abrir mão do
perdão ao ofensor. Muitos dizem: Você não sabe o que passei. Outros:
Você não estava na minha pele para sentir o que senti.
Na verdade muito facilmente esquecemos tudo de bom que uma
pessoa faz conosco. Entretanto, quando alguém falha “pisa na bola”
conosco. Não nos esquecemos nunca. O perdão deve ser sempre
oferecido ao ofensor mesmo que ele não nos peça. Foi o que Jesus fez
na cruz do Calvário: Pai perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem.
Lembro-me de que a uns poucos anos atrás fui evangelizar com minha
esposa e um outro irmão num certo povoado. E naquele dia aceitaram a
Cristo algumas pessoas. Porém, certa senhora aproximou-se e pediu
que orássemos por ela para que fosse curada de uma enfermidade da
perna. Senti que ela tinha fé para ser curada e levantei minhas mãos
para orar, mas não orei. O Espírito Santo me disse: Meu servo, ela tem
uma profunda mágoa que precisa ser resolvida, para que seja curada.
Então, comuniquei-lhe, e ela abaixou sua cabeça meio envergonhada.
O seu esposo estava presente e deu entender o que era. Mas eu
perguntei se ela estava disposta ou não a abrir seu coração e ser curada.
Pedi em seguida que orasse comigo liberando o perdão para sua grande
ofensora – sua própria irmã consangüínea. Fomos embora, porém dias
depois o irmão Delson que fora conosco, nos testemunhou que aquela
senhora ficara totalmente curada. É Deus quem opera por nós segundo
o seu eficaz poder.
Conclusão:
A solução destes problemas que envolvem o sentimento não
reside apenas no desejo superficial de serem solucionados, nem
tampouco em fórmulas complicadas, mirabolantes ou simplistas
demais.
O cristão vitorioso em sua carreira, não está preso ao seu
passado pessoal, ou ao seu interior ferido e viciado pelo pecado. Mas a
21
um passado mais distante no Calvário, em que ele se depara com a cruz

de Cristo, e entende que as feridas do Filho de Deus são fonte de vida e
saúde para enriquecimento de sua própria vida. Toda a sua agonia e
dores físicas, psicológicas e morais são a nossa saúde. Elas
aconteceram não só para nos conduzir ao céu, mas para vivermos
vitoriosamente aqui.
Essa compreensão deve vir em oração, para que esse
entendimento não seja apenas intelectual, mas a realidade desta
provisão é assumida por fé. Onde entendemos e aceitamos que já
morremos com Cristo para essas enfermidades psicológicas, quem está
morto não pode ser mais conceituado como doente, ninguém diz que o
morto está doente ou amaldiçoado, diz que o morto foi enterrado,
sepultado.
Morremos com Cristo, mas com ele ressuscitamos para uma
nova vida, vida plena segundo Deus. Esta é a pura verdade que deve se
desenvolver e amadurecer pela fé na vida de todo Cristão, pois sua
vida não pode se constituir em alicerces sentimentais do momentâneo.
Mas na realidade histórica da sua morte e do seu relacionamento com a
sua Palavra, é ela quem curará, alimentará e desenvolverá a realidade
de saúde total para nossas mentes e corpos.
22
FONTES QUE INFLUÊNCIAM

NOSSAS MENTES
Recebemos influências contínua e progressivamente em nossas
vidas mesmo antes de nascermos. Somos em toda nossa existência
como um satélite espacial receptor transmissor, e assim prosseguimos
por toda nossa vida, mas o que vem a ser influência? O Dicionário
Aurélio chama de influência o ato ou efeito de influir-se; ação que uma
pessoa ou coisa exerce sobre outra, por exemplo, sob sua influência a
região prosperou. A ciência chamada neuro-lingüística afirma que três
são os componentes da influência humana: palavra, tom de voz e
fisiologia, que é a postura corporal dos interlocutores.
1 – PALAVRA 
2 – TOM DE VOZ
3 - FISIOLOGIA
2.1 – Família.
As primeiras influências que recebemos vem de nossas

famílias, em particular de nossa mãe no período de gestação. “A
atitude materna em relação ao filho durante a gravidez é mais forte
influência que pode haver no comportamento do futuro da criança. É
comprovado cientificamente que a partir do sexto mês de gestação o
sistema central do feto é capaz de receber, processar e codificar
mensagens. Uma mãe ansiosa, medrosa, triste, depressiva, insegura,
raivosa, pode transferir todos estes sintomas para o filho no período de
gestação. Muitas pessoas trazem alguns traumas que são recebidos na
fase intra-uterina.” – A Outra Face do Ser humano (Everaldo Fraga).
Depois que nascemos recebemos influências da família como um todo:
pai, mãe e irmãos. Assim nossas mentes são moldadas como barro nas
mãos de um oleiro (os nossos parentes), de maneira que somos um
pequeno retrato ou espelho daquilo que é nossa família. Não queremos
dizer que pensamos exatamente como nossos pais e irmãos, pois somos
indivíduos únicos, mas carregamos conosco o poderoso estigma
23
impetrado às nossas mentes através de nossos lares, por melhores que

possam ser nossos pais devemos nos lembrar que são pessoas como
nós: com virtudes, imperfeições, traumas adquiridos na carreira de sua
existência.
2.2 – Mundo interior caído.
A nossa alma herdou por meio de Adão aquela tendência

pecaminosa cujo pagamento é a morte, Rm 6.23; 1Co 15.22. Em
nossas mentes sabemos o que é bom, temos prazer e queremos fazê-lo,
mas não o fazemos, porém o mal que não queremos, este o fazemos.
“Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse
faço. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside
em mim. Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de
Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra
a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos
meus membros. Desventurado homem que sou! Quem me livrará do
corpo desta morte?” Romanos 7.19, 21-24
Agora imaginemos o desencadeamento psicológico que Adão

recebeu em conseqüência de seu pecado: “Este susto causou-lhe um
grande trauma, o qual também foi transferido a toda a humanidade. Ele
vivia uma vida de tranqüilidade, muita paz, em comunhão perfeita com
o criador, de repente tudo foi desmoronado. Para onde ir Adão depois
desta situação? Perdeu seu ambiente, agora vivendo uma situação de
pânico, perdeu sua paz, a harmonia, a comunhão. Não tinha mais
direito de voltar ao paraíso, o Senhor colocou anjos para vigiar a porta
do jardim do Éden”. Este desencadeamento psicológico recebido por
Adão, não parou nele, mas essa fraqueza foi transmitida a todos nós: o
temor, a ausência de paz interior, a quebra da comunhão, a tendência
para o mal, etc.
Conquanto herdemos em nossas mentes a influência de nossos
parentes: somos indivíduos únicos neste imenso universo. Não existem
duas pessoas iguais. Temos o nosso temperamento, nossa
personalidade, nossa experiência, nosso poder de escolha com um dom
maravilhoso de Deus, chamado livre arbítrio. Através dele decidimos o
que queremos fazer ou deixar de fazer, sabendo, porém que de todas as
coisas prestaremos contas a Deus. Mas mesmo este dom maravilhoso
24
chamado livre arbítrio, foi e é tremendamente manchado e influenciado

pela queda instigada por satanás, que a cada dia nos assedia buscando-
nos destruir:
“Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em

derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar”. 1
Pedro 5:8
2.3 – Mundo (a presente era).
Mundo - não nos referimos aqui ao mundo físico (gr. kosmos)

com toda sua beleza e diversidade. Mas ao mundo social organizado
com todos seus sistemas que se opõe a Deus direta ou indiretamente. O
presente século ou era que vive sob a influência e o domínio do pecado
e do diabo. Note que não estou julgando, mas descrevendo uma
situação real presenciada por todos nós. Que, porém, a sua amizade é
descrita na Bíblia como inimizade contra Deus, Rm 8.7; 1Jo 2.15-16.
Foi este mundo com toda sua glória efêmera que satanás o ofereceu a
Jesus Cristo em troca de adoração, Mt 4.8-10. Ele fez tal oferta, pois o
mesmo queria arruinar o plano da salvação e a presente era encontra-se
sob o seu domínio. E é por isto que o próprio Senhor Jesus Cristo
chamou-o de príncipe deste mundo, Jo 14.30; 16.11.
“As duas características dominantes (no mundo) são: o
orgulho, originado do fato que o homem não aceita sua posição de
criatura nem da sua dependência do Criador, e que o leva a agir como
se ele mesmo fosse o senhor e doador da vida; e a cobiça, que o leva a
desejar e a possuir tudo quanto é atrativo aos seus sentidos físicos, 1Jo
2.6. E, visto que em realidade o homem tende a adorar aquilo que
cobiça, tal cobiça é o âmago da idolatria, Cl 3.5. De conformidade com
isso, o mundanismo é a entronização de outra coisa no lugar de Deus,
como supremo objeto dos interesses e afeições do homem. Os prazeres
e as ocupações, que em si mesmos não são necessariamente errados,
tornam-se errados quando se lhes dá uma atenção toda absorvente. O
mundo é dominado por um espírito todo próprio, que precisa ser
expulso pelo Espírito de Deus, se tal Espírito não tiver controlando a
razão e a compreensão do homem, 1Co 2.12. O homem se encontra
em estado de escravidão para com os elementos componentes do
mundo (Cl 2.20), até que finalmente é emancipado dos mesmos por
Cristo”.
25
Somos influenciados a cada instante por este mundo onde

habitamos, através dos meios de comunicação, da arte, da música e da
política. Onde satanás tem seus agentes trabalhando à seu serviço.
Portanto, em todo tempo estamos sempre recebendo um convite para
pecar, seja na televisão, nos jornais, nas revistas, nas músicas, jogos,
brincadeiras, slogans. Mesmo a propaganda mais inofensiva traz
consigo uma influência mundana e destruidora, por exemplo, as belas
propagandas de: cigarro com belas paisagens e músicas; ou de cervejas
numa linda praia com belas garotas; ou mesmo de um produto
alimentício qualquer, traz consigo um apelo a um “prazer” extra de
forma subliminar. Com tudo isso, não queremos que alguém ache que
deva sair deste mundo. Temos que conviver com ele, sem com ele nos
conformar:
“Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. Eles
não são do mundo, como também eu não sou”. João 17:15-16
“E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela

renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa,
agradável e perfeita vontade de Deus”. Romanos 12.2
2.4 – Dos anjos caídos.
Os anjos caídos ou demônios são seres espirituais incontáveis

que se rebelaram contra Deus juntamente com Lúcifer,
seu líder, no céu. O próprio Jesus testemunhou o
acontecimento da queda de satanás de sua posição
original, ficando subentendido que também os anjos
que estavam sob sua liderança foram depostos também
da mesma, Lc 10.18. Portanto, são chamados nas
Escrituras de anjos do diabo em Mt 26.41; o dragão e
seus anjos em Ap 12.7, e satanás e seus anjos em Ap 12.9.
Quando se fala em demônios fala-se de um mundo espiritual,

real e caído: eles são súditos do reino de satanás, com as pessoas que
fazem sua vontade, Mt 12.26; Lc 11.18. Esses são seres subordinados a
satanás que procuram afligir, escravizar e destruir as pessoas, como
disse Jesus em João 10:10 “O ladrão vem somente para roubar, matar
e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”.
26
Não devemos pensar nisso como uma simples doutrina; ou como um

exagero (fanatismo) da parte de certos crentes; ou que não devemos
falar no inimigo de Deus e de nossas mentes, por ele ser perigoso, etc.
Se a Bíblia Sagrada fala tanto do inimigo de Deus, por que deveríamos
então ficar calados? Não podemos preparar campeões de Deus sem que
eles conheçam o seu real inimigo. Quando um lutador de boxe sobe no
ringue e enfrenta seu adversário, ele já sabe tudo a respeito do seu
oponente: altura, peso, número de lutas vencidas, vencidas por
nocautes, derrotas, estilo, etc. De igual modo precisamos saber quem é
nosso inimigo. Observando, porém, que antes de tudo devemos encher
nossas mentes com a Palavra e estarmos atentos ao nosso General – o
Espírito Santo, conforme veremos mais adiante.
Eles atuam em todas as esferas do ser humano: corpo, alma e
espírito. Não devemos ignorar os ardis de nosso adversário em relação
às nossas vidas, mas principalmente nossa mente. Pois é na mente que
ele busca fincar seu domínio através de fortalezas, isto é, aquilo que
oferece resistência à boa, perfeita, e agradável vontade de Deus, Rm
12.1-2; 2Co 10.4-5. É na mente que reside o pensamento, a vontade, e
a sensibilidade. Eles influenciam a mente trazendo ou injetando
pensamentos: soberbos, blasfemos, de desanimo, de rebelião, de
heresias, etc., usando o pronome “EU” – assim pensamos que aquele
pensamento é nosso. Lutero disse certa feita: “Não podemos impedir
que as aves voem sobre nossa cabeça, mas podemos impedi-las que
façam ninho”. Porém uma vez convencido do pensamento (negativo),
o demônio ganhou aquela batalha, pois: “Como ele pensa assim é sua
alma”. Também atuam nas emoções produzindo prazer, tristeza,
alegria, ódio, ressentimentos, mágoas, sentimento de vingança e coisas
desse tipo que contrariam a Deus. Eles não pedem licença,
simplesmente invadem a vida e a mente das pessoas no seu consciente,
subconsciente e inconsciente para destruir, porquanto são tiranos.
Convém lembrar que eles fazem isso através de um direito legal: o
pecado, envolvimento com espiritismo em suas variadas formas,
rebelião ou direito legal concedido a eles.
Vejamos agora outras maneiras de os demônios atuarem:
a) Natureza das atividades dos demônios. Os demônios

atuam de modo muito rápido e dinâmico; vejamos alguns exemplos:
possuindo pessoas, Mc 5.1-15; causando enfermidades, Lc 13.16;
27
influenciando discípulos, Mt 26.23; atuando como espírito de

adivinhação, At 16.16-17; mentores de ensinos heréticos, 1Tm 4.1;
operadores de milagres, Ap 16.14, etc ...
b) Esfera das atividades dos demônios. Eles atuam nas

pessoas que vivem desobedientes à Palavra de Deus. Paulo chama de:
“espírito que agora opera nos filhos da desobediência”.Ef 2.2; em
igrejas como mentores de ensinos heréticos, 1Tm 4.1; etc.
c) A atuação dos demônios hoje. À medida que o tempo

passa os demônios se tornam cada vez mais audazes, pois sabem de
seu destino e o pouco tempo que lhes resta. E, sendo muito sutis,
seduzem e escravizam as pessoas com o „moderno espiritismo‟, nas
suas mais variadas manifestações: feitiçarias, cartomancia,
hidromancia, psicografia, búzios, tarô, mapa astral etc. Essas tais
coisas Deus reprova e condena na Bíblia Sagrada, Is 8.19; Ap 21.8.
2.5 – Da Palavra de Deus.
Sobre a influência e o poder da Palavra de Deus na mente, no

comportamento temos muito a dizer, todavia, reservamos o tópico
abaixo para comentarmos de maneira mais abrangente a respeito do
assunto.
28
A INFLUÊNCIA DA PALAVRA DE DEUS

EM NOSSAS MENTES
Dada a importância deste assunto e o tamanho
de seu conteúdo nós resolvemos abordar este assunto
separadamente, embora depois mais adiante tornemos
a falar sobre o mesmo, porém sob outros aspectos.
Você lutou alguma vez para superar um mau hábito ou
vício? Se a sua resposta for sim, sabe o quanto é
difícil. Parece que quando já o temos vencido e
esquecido, de repente, voltam àqueles pensamentos
querendo-nos seduzir e seduzem, e praticamos tudo
novamente, mas será que podemos conquistar uma libertação plena e
segura? É claro que sim. Para isso devemos influenciar nossas mentes
com a poderosa Palavra de Deus. Porém, como a Palavra de Deus
influencia nossas mentes e transforma nossas vidas? Antes de
respondermos esta pergunta, falaremos o que impede com que nossas
mentes sejam influenciadas pela Palavra de Deus e em seguida
responderemos.
3.1 – Empecilhos a influencia da Palavra de Deus na mente.
Os empecilhos são vários que provem de duas fontes

principais: primeira, a nossa natureza pecaminosa herdada através de
Adão, conforme falamos anteriormente; segunda, o diabo, através de
seus demônios incontáveis espalhados neste mundo afora, que lutam de
forma organizada e contínua, às vezes desesperadamente para manter
seu domínio sobre as obscuras mentes. Vejamos agora quais os
empecilhos à influência da Palavra de Deus.
(1) Não se expor a Palavra de Deus. Não se expor à influência

da Palavra pode ser uma recusa consciente ou inconsciente que, porém,
está ligada diretamente às duas fontes anteriormente faladas.
“Quem é de Deus ouve as palavras de Deus; por isso, não me dais
ouvidos, porque não sois de Deus”. João 8:47
29
Seguem-se alguns exemplos de atitudes em que uma pessoa

não se expõe a Palavra de Deus: não ler, estudar ou meditar, não ouvir
ou prestar atenção na Bíblia Sagrada, quando lida ou pregada por
alguém, Tg 1.22-24; tomaremos, por exemplo, alguém que o
chamaremos de Joaquim (nome fictício), ele é alguém que se
converteu à Cristo e conseguiu algumas vitórias, porém não tem lido a
sua Bíblia e nem nela meditado. Quando o mesmo vai ao culto deixa
sua mente devanear e passear por lugares áridos durante o “culto
racional” de sua igreja. Às vezes sem motivo levanta e finge que vai ao
banheiro, por que simplesmente está inquieto e atrapalha os outros que
foram ali para oferecerem um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus,
e assim por não permitir que sua mente seja influenciada através da
Palavra de Deus, pela falta de zelo e vigilância, ele permanece com
uma vida cristã vazia, desmotivada e sem brilho. Outro grande perigo é
aceitar passivamente tudo que alguém fala em nome de Deus sem
examinar a luz das Sagradas Escrituras, tornando-se presa fácil de
heresias e de demônios. Vindo a desviar-se da fé posteriormente:
“Examinai tudo. Retende o bem”. 1Ts 5:21
“Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos,
alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a
ensinos de demônios”. 1Tm 4:1
(2) A falta de unção e exemplo de vida por parte daqueles que

ministram. A falta de azeite nas mensagens tem dado muita
murmuração. Eu particularmente sei o que é pregar na unção e fora
dela. Aquela unção alcançada com humildade através da oração. Certa
feita ouvi um professor amigo meu dizer assim: “A Palavra é qual
espada, se ela não for ministrada aos ouvintes na unção do Espírito
Santo, ela bate e fere, mas não corta que é o seu propósito”. Se
consideramos a Bíblia Sagrada, a inspirada Palavra de Deus, logo ela
tem autoridade em nossas vidas. Se alguém prega o que não vive, é um
falso mestre, e está causando um grande estrago nas mentes de seus
ouvintes.
“Tu, pois, que ensinas a outrem, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que
pregas que não se deve furtar, furtas?” Romanos 2:21
30
“Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim

também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão,
dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o
Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina
destruição. 2 Pedro 2:1
(3) O impedimento através do “deus deste século”. Satanás faz

de tudo para influenciar negativamente a pessoa, pois para isso ele
veio, para através de seus demônios e falsos mestres que se
transfiguram em anjos de luz e pessoas boas causar ruína: “O ladrão
[satanás] vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que
tenham vida e a tenham em abundância”, Jo 10.10.
Às vezes você prega a uma pessoa muitas vezes, a pessoa até
entende, mas sua mente continua anuviada e sua vontade continua
presa ao pecado. É como se houvesse um véu que encobrisse
completamente o raciocínio ou como se a pessoa estivesse numa
completa escuridão e nada enxergasse, sabemos que isto não é à toa,
pois Paulo experimentou isso em seu ministério:
“Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se
perdem que está encoberto, nos quais o deus deste século cegou o
entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do
evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus”. 2Co 4.3-4
Existem casos extremos em que os demônios para garantirem
sua morada (nas pessoas) tomam posse da mente da pessoa e
manifestam-se. A fim de impedirem que a Palavra de Deus penetre e
eles sejam expulsos. Lembro-me que certa feita no início de minha fé,
eu estava saindo da casa de um certo tio meu em Bonsucesso no Rio de
Janeiro, atravessei um beco, e no fim dele havia um bar de frente para
rua. E ali avistei uma senhora conhecida minha que estava bebendo
cerveja. Cumprimentei-a e puxei assunto com para falar-lhe de Jesus, e
assim fiz. Ela estava assentada na calçada e me recebeu bem, eu estava
ao seu lado em pé quando percebi que suas mãos e dedos começaram a
se contorcer, a encarei de frente e percebi que um demônio tinha
tomado conta de sua mente, e eu não tinha experiência com expulsar
demônios. Mas impus minha mão direita sobre o seu ombro e ordenei
que o demônio saísse em nome de Jesus. Aqueles espíritos imundos
jogaram-na ao chão e fizeram com que ela rastejasse como cobra no
meio da rua e batia com a cabeça dela no asfalto, ela era muito forte e
31
eu não a conseguia dominar. Aqueles espíritos não me obedeciam.

Quando alguém conhecido me disse, aguarde um pouco que eu vou
chamar o pastor fulano. Pensei era a esperança, e ele veio junto com a
esposa, e começaram a travar um luta enorme com aqueles demônios.
Confesso que não fiquei para ver o resultado, hoje porém sei que eles
tomaram sua mente e agiam assim furiosos para que ela não aceitasse o
Evangelho.
Agora contarei um caso positivo. Há poucos dias atrás
estávamos na casa de um casal de novos convertidos. A esposa no
momento da oração final ficou endemoninhada, o demônio a oprimia
trazendo dores terríveis na sua cabeça. Retirei as crianças dela da sala
para um quarto, a fim de não causar constrangimentos futuros, e deixei
que minha esposa expulsasse aqueles espíritos junto com outras irmãs.
Fiquei intercedendo por ela e orei para Deus guardasse as mentes das
crianças de um possível ataque demoníaco. Ela para glória de Deus
imediatamente foi liberta. Depois entendemos porque às vezes ela
ficava confusa quanto à fé, e isso sem explicação. A explicação é que
os demônios são espírito de trevas e trazem confusão às mentes,
roubando o entendimento das coisas de Deus e do seu evangelho.
3.2 – Como a mente é influenciada pela Palavra de Deus.
(1) Precisamos desejar encher nossas mentes. Devemos desejar

a palavra de Deus como quem deseja um alimento para seu corpo
físico, como um bebê recém-nascido, acerca disto escreveu Pedro:
“Desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno

leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para
salvação”. 1Pedro 2:2
Devemos encher nossas mentes com a meditação da Palavra de Deus,

pois é muito perigoso deixamos nossas mentes desocupadas, passivas
ou abertas a qualquer influência.
(2) Precisamos encher nossas mentes com a Palavra de Deus.

Uma das maiores estratégias de satanás é convencer a pessoa de
esvaziar sua mente (no espiritismo) ou deixar sua mente vazia: “Mente
vazia oficina do diabo”, diz o ditado. Devemos nos abster de tudo que
nos leva a não pensar em nada. Qualquer coisa que nos ponha em
32
sintonia com espiritismo, por exemplo, horóscopo, filmes na tv, leitura

de mãos, meditação e yoga, pode nos tirar o poder espiritual e criar
resistência em nossas mentes quanto à leitura da Palavra de Deus,
participação nos cultos e a oração, etc. Ao contrário devemos encher
nossas mentes de forma abundante com a Palavra de Cristo:
“Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e

aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus,
com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso
coração”. Colossenses 3:16
Devemos renovar a cada dia nossa mente saturando-a através da

leitura, estudo e meditação da Palavra de Deus, é a maneira mais
eficaz de se vencer o diabo, a natureza pecaminosa e o mundo com sua
poderosa influência.
“Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não

se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos
escarnecedores. Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua
lei medita de dia e de noite. Ele é como árvore plantada junto a
corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja
folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido”.
Salmos 1.1-3
(3) Precisamos memorizar a Palavra de Deus. Considero um

privilégio muito grande da parte de Deus em servi-lo desde a minha
adolescência, pois aceitei a Jesus Cristo como meu Senhor e Salvador
aos 15 anos, depois de ter-me envolvido com drogas. Embora me
arrependa muito de algumas vezes ter pensado em pendurar as armas e
me ausentar da batalha, hoje sei que se não fosse a paciência e o amor
de Deus, e o preço pago em meu favor por vários irmãos, satanás já me
teria me tragado e posto fora de circulação a tempos. Parece que saí do
assunto, mas o leitor entenderá porque estou falando nisso. Quando me
converti um certo senhor, irmão Luis Francisco, teve muita paciência
em conversar comigo e me ensinar a respeito da Escrituras. O que mais
me admirava nele era sua simplicidade e de sua esposa, e a maneira
como recitava muitas passagens de cor da Bíblia Sagrada. O seu
exemplo de vida atingiu-me por inteiro, inclusive sua memorização de
textos das Escrituras. Influenciado por seu exemplo, comecei a
33
memorizar muitos textos enchendo minha mente das Sagradas

Escrituras, principalmente textos que se relacionavam com fraquezas,
necessidades, evangelísticos e outros. Lamento, porém, quando permiti
que dúvidas me assolassem e me enfraquecessem. Porém houve
momentos em que a luz gloriosa do Espírito de Graça veio ao meu
entendimento e dissipou todas as trevas e dúvidas de minha mente.
Agora é claro que além da ajuda indispensável do Espírito Santo nesta
batalha na mente, o fato de ter lido as Escrituras e memorizado vários
versículos facilitaram o trabalho do Espírito Santo em minha vida.
Portanto, se queremos ter vitória devemos fazer como o Salmista
guardar a Palavra no coração através da memorização, no tempo
oportuno Deus usará isso em sua vida. Lembre-se que foi assim que
Jesus venceu a satanás na tentação do deserto.
“Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti”.
Salmos 119:11
“Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os

reinos do mundo e a glória deles e lhe disse: Tudo isto te darei se,
prostrado, me adorares. Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás,
porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás
culto. Com isto, o deixou o diabo, e eis que vieram anjos e o
serviram”. Mateus 4.8-11
(4) Como ler e memorizar as Escrituras. Não considero ter uma

mente privilegiada como alguns têm, porém já li toda a Bíblia Sagrada
algumas vezes, livro por livro na ordem em que está escrita e também a
li por blocos até lê-la toda, por exemplo, li todos os livros históricos do
Antigo Testamento, depois li os proféticos, ou senão o Pentateuco, etc.
Alguma coisa do que consegui foi à custa de muito esforço para reter
em minha mente. Quando eu me esforçava para memorizar as
Escrituras, não utilizava os chamados recursos mnemônicos aprendidos
em cursos. Simplesmente lia aquele texto para me familiarizar com ele,
depois o repetia muitas vezes em voz alta; outra coisa que eu fazia era
escrevê-lo várias vezes; e depois tentava imaginá-lo diante de mim e o
falava palavra por palavra.
Agora observe as palavras durante o processo que falei acima de
minha memorização particular: leitura para familiarização com o texto;
repetição em voz alta; escrever várias vezes; imaginá-lo diante de mim;
34
e finalmente recitá-lo naturalmente. Creio ser um processo doloroso,

entretanto, eficaz.
A irmã Dra. Rebeca Brown em seu livro “Prepare-se para a
Guerra” sugere o seguinte para uma memorização mais cômoda, a
pessoa deve escrever o texto em pequenas fichas, com as anotações de
onde o mesmo se encontra: livro, capítulo e versículo. E depois afixar
num lugar visível onde durante aquela semana a pessoa possa ler todos
os dias, por exemplo, na frente de um espelho onde se vai pentear o
cabelo. Assim fazendo memoriza-se muitos textos de forma mais
suave.
35
OS TIPOS DE MENTES
SEGUNDO A BÍBLIA
“Ora, o homem natural não aceita as

coisas do Espírito de Deus, porque lhe são
loucura; e não pode entendê-las, porque elas
se discernem espiritualmente. Porém o
homem espiritual julga todas as coisas, mas
ele mesmo não é julgado por ninguém. Pois
quem conheceu a mente do Senhor, que o
possa instruir? Nós, porém, temos a mente de
Cristo”. 1Co 2.14-16
“Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e

sim como a carnais, como a crianças em Cristo. Leite vos dei a beber,
não vos dei alimento sólido; porque ainda não podíeis suportá-lo.
Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais. Porquanto,
havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e
andais segundo o homem? Quando, pois, alguém diz: Eu sou de
Paulo, e outro: Eu, de Apolo, não é evidente que andais segundo os
homens?” 1Co 3.1-4.
Pelo texto bíblico acima escrito por meio apóstolo Paulo,

concluímos que, existem três tipos de pessoas: homem natural, homem
carnal e homem espiritual; logo existem três tipos de mentes. Embora
haja vários temperamentos, os quais são quatro básicos: sanguíneo,
colérico, melancólico e fleumático. E por meio deles a pessoa reflita o
seu modo de ser. Como o homem é o que Ele pensa, (pelo menos quase
sempre). Na verdade em linhas gerais do ponto de vista espiritual, o
homem ou mente é apenas classificados em três, como se segue à
descrição abaixo:
4.1 – Mente natural.
O homem natural, conforme traduz Almeida em nossas Bíblias, vem da

palavra (gr. psychikos) que é a forma adjetiva da palavra (gr. psyché)
alma. “A palavra aqui traduzida por „natural‟, se fosse mais
36
literalmente traduzida seria „psíquicos‟, isto é, controlado pela alma”.

O homem natural é controlado pelos seus instintos naturais ou animais,
pela paixão e sensualidade. Também este homem „psíquicos‟ entra em
pleno contraste com o homem espiritual como veremos mais adiante.
Vejamos mais detidamente como a Bíblia descreve o homem em sua
mente natural:
(1) É o homem não regenerado. Isto é, aquele que não nasceu

de novo mediante o ouvir, crer, arrepender-se dos pecados e confessar
a Jesus Cristo como Senhor e Salvador.
(2) Pertence ao mundo e vive na carne, quer dizer, escravizado

por suas paixões. A mente natural é influenciada e pertencente a este
mundo, portanto estando assim em plena sintonia com ele, é inimigo
de Deus; pois o mundo é controlado pelo diabo e seus anjos,
observemos a advertência de Tiago: “Infiéis, não compreendeis que a
amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser
amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”. Tg 4.4. Pertencendo a
este mundo ele é um escravo de suas paixões, veja como:
“Especialmente aqueles que, seguindo a carne, andam em

imundas paixões e menosprezam qualquer governo. Atrevidos,
arrogantes, não temem difamar autoridades superiores, ao passo que
anjos, embora maiores em força e poder, não proferem contra elas
juízo infamante na presença do Senhor. Esses, todavia, como brutos
irracionais, naturalmente feitos para presa e destruição, falando mal
daquilo em que são ignorantes, na sua destruição também hão de ser
destruídos, recebendo injustiça por salário da injustiça que praticam.
Considerando como prazer a sua luxúria carnal em pleno dia, quais
nódoas e deformidades, eles se regalam nas suas próprias
mistificações, enquanto banqueteiam junto convosco; tendo os olhos
cheios de adultério e insaciáveis no pecado, engodando almas
inconstantes, tendo coração exercitado na avareza, filhos malditos”.
2Pe 2.10-14
(3) Não compreende as coisas que são do Espírito Santo. A

mente do homem natural está entenebrecida. Conseqüentemente, sua
mente não consegue enxergar o reino de Deus, Jo 3.3. Por isso as
coisas de Deus parecem loucura. Ele simplesmente não compreende,
37
senão as coisas que lhe são próprias (psíquicos), v.11. Mas porque ele
não compreende? O seu estado de ignorância permanece porque não
tem o Espírito Santo habitando em sua vida, em sua mente, Rm 8.9.
Essa ausência dele faz com que o seu entendimento seja limitado.
(4) Está sob o domínio do “deus deste século”. O “deus deste

século” a quem Paulo se refere sem dúvida trata-se de Satanás em 2Co
4.4: “nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos
incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da
glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus”. Conforme Paulo o
descreve, satanás não é uma mera doutrina, mas um ser que tem pleno
poder de escravizar o homem mediante cegueira. A cegueira que ele se
refere, não é dos olhos físicos como se pode perceber, mas espiritual,
isto é, quanto ao Evangelho. Contudo, é conveniente lembrarmos que,
Satanás atua por meio de seus demônios que infestam este mundo
tornando as mentes cobertas de trevas espirituais; de forma que a
pessoa não consegue ver o objetivo ultimo do Evangelho: a glória de
Cristo. Daí a importância de renovarmos nossas mentes mediante a
Palavra de Deus, tendo como conseqüência um andar diferente do que
há no mundo.
“E digo isto e testifico no Senhor, para que não andeis mais como
andam também os outros gentios, na vaidade do seu sentido,
entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus, pela
ignorância que há neles, pela dureza do seu coração, os quais,
havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para,
com avidez, cometerem toda impureza”. Ef 4.17-19
4.2 – Mente carnal.
A mente carnal embora tenha algum entendimento das coisas

espirituais, é uma mente dominada pela carne (gr. sarx), isto é, pela
natureza pecaminosa do homem herdada por meio de Adão, que habita
e se desenvolve em franca desobediência e rebelião a Deus. Quando
Paulo disse a respeito da carne em Romanos 7:18: “Porque eu sei que
em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum ...”; ele não
se referia ao seu corpo físico, mas que sua tendência natural era má e
inclinada para inimizade contra Deus e geram morte, Rm 8.6-7. Por
isso, a preocupação dos escritores das Sagradas Escrituras em
38
insistirem num andar em comunhão permanente com o Espírito Santo,

a fim de estarem acima de suas tendências e nesta luta o cristão não
deve ceder um dia ou hora sequer por causa do constante conflito:
“Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência
da carne. Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra
a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que,
porventura, seja do vosso querer” – Gl 5.16-17. Quando o mesmo
escreve aos gálatas, descreve as obras da carne, e assevera o fim
daqueles que praticam tais coisas e se deixam dominar pela maneira
ditatorial da carne e não pelo Espírito: “Ora, as obras da carne são
conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria,
feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões,
facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a
respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que
não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam” Gl 5.19-
21.
Quando alguém se arrepende dos seus pecados e os abandona,
Deus faz algo maravilhoso, dá-nos do seu perdão, enche-nos do seu
Espírito Santo, da sua paz e de seu amor. Porém, não remove a nossa
natureza caída com sua tendência ao pecado. Mas ele quer que
aprendamos a lidar com ela até o momento em que Ele há de nos livrar
dela mediante o poder transformador da vinda de Jesus Cristo. Quer
dizer, quando Ele vier para arrebatar sua Igreja.
Agora vejamos como é uma pessoa crente e ao mesmo tempo
carnal.
(1) O homem carnal ou cuja mente é carnal, é aquele cristão

insuficientemente desenvolvido na sua fé. Quer dizer imaturo. Paulo
quando fala acerca disto ele ilustra o fato chamando os cristãos de
Coríntios de “meninos em Cristo”. Eles em suas mentes pensavam,
sentiam e agiam ainda segundo a sua natureza carnal caída, o seu modo
interior expressado por meio de ciúmes, contendas e partidarismo
dentro da igreja, era um exemplo disso: “Porquanto, havendo entre
vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo
o homem? Quando, pois, alguém diz: Eu sou de Paulo, e outro: Eu, de
Apolo, não é evidente que andais segundo os homens?” 1Co 3.3-4.
Nossa mente jamais deveria estar vazia das coisas de Deus. Ela precisa
a todo tempo ser alimentada. Quando estávamos presos ao mundo,
nossas mentes eram completamente vazias das coisas de Deus e de sua
39
Palavra, por serem cegas por Satanás. Literalmente, jazíamos em

completas trevas espirituais, nossas mentes estavam repousando na
sombra da morte, mas Deus com seu imenso amor, “nos libertou do
império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu
amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados” Cl 1.13-14.
Agora como meninos de novo nascidos no império de Deus, todos
precisamos inicialmente ser alimentados com leite; pois afinal é o
alimento próprio para um bebê. Contudo, a salvação é um esforço
mútuo, isto é, esforço tanto parte divina por meio do Espírito Santo;
quanto de nossa parte para crescermos na graça e no conhecimento do
Senhor Jesus, por meio de sua Palavra, 2Pe 3.18.
(2) A mente carnal necessita de leite. A Palavra de Deus deve

ser desejada intensamente como um bebê a anseia pelo leite materno; e
enquanto dela nos alimentamos e crescemos pouco a pouco, rejeitamos
com esforço consciente é claro, toda obra da carne. Vejamos o que diz
Pedro a respeito: “Despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo,
de hipocrisias e invejas e de toda sorte de maledicências, desejai
ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite
espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação,
se é que já tendes a experiência de que o Senhor é bondoso.” – 1Pe
2.1-3. Muitas são as passagens bíblicas que nos mostra o valor e a
importância de enchermos nossas mentes com a Palavra de Deus, Js
1.8; Sl 1.1-3; Sl 119.9-11; Cl 3.12-17. Todavia lembramos que, tanto a
Palavra de Deus quanto a sua vontade, são representadas como
alimentos espirituais. O escritor aos Hebreus exorta aos mesmos que,
pelo tempo já deveriam ter-se desenvolvido na fé, porém eles estavam
ainda nos rudimentos (coisas simples) da fé e da vontade de Deus, isto
é, ainda eram carnais quando que já deveriam ser mestres naquelas
primeiras coisas, Hb 5.11-14. Deus estabeleceu que tudo quanto há
vida neste planeta deve-se desenvolver, e não devemos contrariar essa
lei estabelecida por Ele. Portanto, temos o compromisso de também
cooperarmos com Ele, em nosso crescimento espiritual. Para ilustrar
usarei o seguinte exemplo: Um bebê nasce, mas ele é tremendamente
indefeso, e depende constantemente da proteção dos pais. Mas isso não
quer dizer que ele não pode fazer nada. Então o que ele deve fazer?
Sugar no seio da mãe ou mamadeira o leite para que possa sobreviver e
se desenvolver. Assim semelhantemente somos em nossa fé, devemos
nos esforçar para desenvolvermo-nos nos alimentando do leite
40
espiritual que é a Palavra de Deus. Você sabe se está crescendo na fé a

medida que você lê sua Bíblia e participa dos cultos em sua Igreja.
Lembre-se: A nossa estatura padrão espiritual que deve ser atingida é a
de Cristo. Isto quer dizer, que devemos nos esforçar para sentir, pensar
e agir como Cristo agiria se estivesse em nosso lugar.
4.3 – Mente espiritual ou de Cristo.
Paulo define o homem espiritual como aquele que tem a capacidade de

discernimento aguçada, “o homem espiritual julga todas as coisas,
mas ele mesmo não é julgado por ninguém”, 1Co 2.15. Pois o mesmo
tem a mente do Senhor, 2Co 2.16. Esta é a fase adulta na fé. Aqui Ele
já ultrapassou o homem carnal e o homem natural está bem longe. Pois
ambos estão crucificados com Cristo. Esta fase adulta, exige tempo e
uma alimentação adequada e de qualidade. Até que Cristo seja gerado
completamente em nós. De tal modo que, quem nos vê possa enxergá-
lo vivendo por nosso intermédio, isto quer dizer, que já não vivemos
mais; porém ele vive em nós. Vejamos que coisa maravilhosa diz
Paulo a este respeito em Gálatas 2.19b-20: “Estou crucificado com
Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse
viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que
me amou e a si mesmo se entregou por mim”.
Mas como é a mente de Cristo em nós? É o que veremos agora.
(1) A mente do homem espiritual por ser a mente de Cristo,

pensa em coisas elevadas que Ele pensa. Sabemos que os
pensamentos de Cristo eram elevados quando viveu humanamente
entre nós, e se fixavam exclusivamente na vontade do Pai. Sua
preocupação não era outra, senão no reino de Deus. Por isso Ele falava
com autoridade conforme está em Mateus 6:33, “buscai, pois, em
primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos
serão acrescentadas”. Portanto, a preocupação do cristão maduro não
está nas coisas desta vida, tais como Ele ensinou, por exemplo, no
comer, no beber, e no vestir. Pois destas coisas Deus cuida
inteiramente por nós, posto que confiamos inteiramente nele. A mente
do homem espiritual está nas coisas que são de cima:
“Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as

coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai
41
nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque
morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em
Deus”. Colossenses 3.1-3
Mas, alguém pode perguntar, como é pensar nas coisas que são
de cima? Para quem está acostumado a pensar nas coisas que são aqui
da terra, não é fácil. Porém não impossível. Pensar nas coisas que são
de cima é traduzido da seguinte maneira:
“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é

respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável,
tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor
existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento”. Filipenses 4:8
(2) A mente do homem espiritual busca ter a sensibilidade de

Cristo, isto é, sentir como Jesus Cristo sentia. No reino de Deus é
completamente diferente do reino de Satanás, pois no reino dele há
soberba, vanglória, partidarismo. E por causa destas coisas há uma
sórdida disputa, uns querendo ser melhores do que outros, lançam mão
de tudo quanto podem para atingir o que querem: calúnias,
fingimentos, ciladas; também se maltratam uns ao outros pela sede de
poder. Assim é entre os demônios e pessoas sem Deus. Não tem
sensibilidade. O homem espiritual rejeita completamente todas estas
coisas, ainda que com prejuízo próprio muitas das vezes, buscando
agradar a Deus. O seu sentir é o sentir de Cristo. Isso não quer dizer
que sua personalidade é anulada, mas que é melhorada, por exemplo,
conheci duas moças crentes cheias do Espírito, mas que andavam
sempre juntas, era interessante que quando estávamos conversando
com uma, tínhamos a impressão que também estávamos falando com a
outra. Tal era a semelhança, embora fossem aparentemente diversas.
Assim é o homem espiritual, quando estamos com Ele podemos ver
Jesus Cristo por seu intermédio, e por Ele somos tocados. Somos
orientados a ter a sensibilidade de Cristo considerando os outros
superiores a nós mesmos:
“Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade,

considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha
cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual
o que é dos outros. Tende em vós o mesmo sentimento que houve
42
também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não

julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se
esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de
homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou,
tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também
Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo
nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na
terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é
Senhor, para glória de Deus Pai”. Filipenses 2.3-11
(3) O homem espiritual busca agir como Cristo agia ou age.

Como Jesus agia? Todo seu modo de agir refletia amor. Amor para
com Deus Pai e com os homens. Mesmo quando parecia ser duro em
suas palavras e atitudes, não era outra coisa senão zelo para com a
vontade de Deus, visando o bem estar do próximo. Assim como o
amor não se porta inconveniente, de igual modo, Cristo. Seu modo de
agir era sempre conveniente e próprio, conquanto os homens não
entendessem de imediato. Seu modo exemplar de proceder é sempre
um apelo e uma fonte de inspiração. Assim procede aquele que é
espiritual, aquele que está em Cristo Jesus nosso Senhor e Salvador.
Há uma vontade e esforço em agradar a Deus acima de qualquer coisa.
Deseja de tal modo à vontade de Deus que esta é o seu verdadeiro
alimento, e assim ele se desenvolve. Seu prazer diário está na
meditação na Palavra de Deus e comunhão interior com o Espírito
Santo. Não perde a chance de compartilhar sua experiência de salvação
em Cristo, antes as aproveita a fim de ampliar o reino de Deus aqui na
terra. Tal é o homem espiritual. Há poucos dias o autor esteve
conversando com um grande ganhador de almas, porém muito simples
e humilde, mas poderoso diante de Deus. E perguntou-lhe: qual o
segredo de você ser um conquistador de almas? E ele respondeu-lhe:
Não disponho de grandes técnicas. Tenho compromisso com Deus, e
Ele tem compromisso com aqueles que tem compromisso com Ele; e
segundo lugar, tenho um desejo ardente de fazer vontade de Deu,s
custe o que custar. Sei que o resultado de meu trabalho é Deus quem
opera.
Sobre o homem espiritual pretendemos descrever mais detalhes,
o que faremos mais adiante.
43
BATALHAS NA FORTALEZA
DA MENTE
Nossas mentes são um verdadeiro campo de batalha. Há uma luta

interior constante que carregamos conosco
desde quando nascemos. É o estigma da
queda de Adão que trazemos conosco
todos os dias até a morte. Na verdade
Satanás não pode fazer-nos pecar, pois
somos responsáveis diante de Deus por
nossas obras, porém somos condicionados
neste mundo de tal modo, que ele inflama
contra nós a nossa natureza pecaminosa, atacando-nos em nossos
pontos vulneráveis, e pondo-nos contra Deus quando cedemos. Isto
acontece antes durante e depois que aceitamos a Jesus Cristo, para que
vivamos uma vida de temor e escravidão. Mas com qual finalidade? É
o que veremos agora.
5.1 – Batalha antes se aceitar a Cristo como Senhor e Salvador.
Podemos comparar as mentes humanas como verdadeiras

fortalezas ou cidadelas. Antes de aceitarmos a Jesus Cristo somos
dominados pelo orgulho natural que há no mundo, vaidade,
religiosidade fria e inútil, e diversos tipos de pecados que variam de
pessoa para pessoa. Há em cada pessoa um espírito que procura
dominá-lo e algemá-lo na cegueira espiritual e pecado. Mas qual a
razão desta imobilização? Manter o seu domínio até morte da pessoa.
Assim que quando seu corpo morre, sua alma e espírito voltam para
Deus, no sentido de que, esta pessoa fica no hades aguardando o juízo
final, Hb 9.27. Portanto, há uma luta desesperada por parte dos
demônios que habitam nas pessoas a fim de manterem seu domínio e
as levarem a destruição total: “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo,
vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando
alguém para devorar” 1Pe 5.8. Quais são os artifícios usados para
manterem seu domínio? As pessoas por não entenderem o que há por
trás deste véu chamado matéria, aceitam como coisa normal. Porém
elas em suas mentes são instigadas a não ouvirem a Palavra de Deus,
ou desacreditá-la como tal, ou pensar nos seus compromissos e amigos,
44
e ainda terem medo de serem perseguidas, criticadas, maltratadas, etc.

Talvez alguém ache que exageramos, quando falamos sobre estas
coisas, mas a verdade é que o homem é quase que totalmente
dominado por um andar pecaminoso e maligno que o atrapalha e o
impede de aceitar a Cristo: “nos quais andastes outrora, segundo o
curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito
que agora atua nos filhos da desobediência”. Ef 2.2.
5.2 – Batalha durante a aceitação de Cristo como Senhor e
Salvador.
Quando uma pessoa pensa em aceitar a Jesus Cristo como seu
Senhor e Salvador. O império das trevas não quer perder um súdito
sequer para o reino de Deus. Portanto, trava-se uma enorme batalha a
fim deles manterem seu domínio, é justamente nesta fase que às vezes
leva tempo, os demônios concentram suas forças com o propósito de
impedirem a mais importante decisão da vida de alguém. São tantos e
enormes empecilhos que fazem deste acontecimento um verdadeiro
milagre, o milagre do novo nascimento, trazendo grande alegria nos
céus. Entretanto, enquanto a pessoa se decide são dúvidas que assaltam
a mente da mesma, dúvidas quanto a Palavra, dúvidas se a pessoa
permanecerá na fé, dúvidas quanto à sinceridade das pessoas que estão
pregando ou encaminhando aquela pessoa à Cristo; são solicitudes
pelos amigos e pelo mundo, são circunstâncias que inexplicavelmente
impedem de a pessoa ir à igreja, ou o contato com o evangelizador, até
o adiamento da decisão, etc. O difícil é para pessoa entender que tudo
faz parte de uma luta de gigantes invisíveis que buscam a adesão
completa em seu reino. Porém, quando a pessoa se decide pela fé,
vence a primeira parte desta grande batalha pela salvação de sua alma.
Aquele espírito imundo sai da pessoa, expulso pelo Espírito Santo e
pela atitude da pessoa que vem pelo arrependimento, confissão de
pecados e de Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Contudo, não
pense que ele desistiu, ele sai, todavia, promete voltar, Mt 12.43-45; Lc
11.24-26.
5.3 – Batalha depois da aceitação de Cristo como Senhor e

Salvador.
Depois que aceitamos à Jesus a batalha não pára, em muitos

casos se torna pior. Sem qualquer sensacionalismo escrevo minha
45
dolorosa experiência pessoal, e no final da mesma, dou alguns

conselhos práticos adquiridos durante momentos de intensa angústia,
quando me assaltavam dúvidas e demais dardos inflamados do inferno.
Que dia feliz, foi aquele que entreguei minha vida para o
Senhor Jesus Cristo. Ainda me lembro com emoção quando depois de
ter ouvido a pregação baseada em Cl 3.1-2. Depois de meses no vício
da maconha, agora me rendia ao amor de Jesus Cristo. Que paz e
alegria inundaram a minha alma! Oh Senhor, nunca esquecerei!
Quanto amor líquido eu senti em meu ser que ás vezes me dava
vontade de gritar para todos ouvirem: Eu te amo óóó Deus!!! Porém,
depois de alguns meses, experimentei uma terrível tribulação. Minha
mente era tomada de assalto por desejos e pensamentos fortes que
procuravam me levar de volta ao vício, e eu entrava dentro do pequeno
banheiro da mercearia onde trabalhava, dobrava meus joelhos e
derramava minhas lágrimas diante de Deus pedindo-lhe forças para
rejeitar a tentação do vício e da prostituição. Simultaneamente passei a
orar para que Deus me batizasse com Espírito Santo e assim aconteceu.
Senti tanto poder naquele tempo que esqueci que existia maconha.
Detalhe, (depois que me batizei em água nunca voltei a provar da tal
erva, mesmo passando por tamanha tentação). Naquela época o
Espírito Santo usou-me na pregação, individualmente para conduzir
algumas pessoas a Cristo e a orar por enfermos que foram curados.
Porém, quando achava que aquela luta havia cessado, começava outra
maior. Lembro-me quando fui batizado com Espírito Santo, isto
aconteceu numa vigília de oração. Depois de ouvir vários testemunhos
como de costume em nossa denominação, todos quantos não eram
batizados com Espírito Santo, fomos convidados a nos ajoelhar no altar
enquanto toda igreja iria interceder por nós. Fui resoluto naquela noite
ao altar, cri que seria batizado naquela madrugada. Ao orar um
adolescente impôs sobre mim sua mão e passei a falar em línguas
estranhas. Eu estava perfeitamente consciente e não senti fortes
emoções, não chorei. Simplesmente, cri e falei algo que nunca houvera
pronunciado antes. Havia na igreja alguns obreiros (uns três) que
procuravam ouvir e discernir se realmente as pessoas haviam ou não
sido batizadas no Espírito Santo. Eles chamavam aquele que tinha sido
“batizado” para serem examinados, numa de “provarem os espíritos”.
Para ver se tinham sido batizado ou não com Espírito Santo. Era algo
muito comum naquela época. E eu passei por aquele simples crivo,
junto com outros. Depois daqueles dias passei a sentir muito poder em
46
minha vida, que chegava as vezes pular. Confesso que não me lembro
de ter dificuldade de evangelizar, testemunhar, em particular ou em
público. Eu me esforçava para aprender também técnicas de
evangelismo e homilética. Porém, o que eu não contava era com um
dardo inflamado que explodiu em minha mente, como uma bomba
atômica. Que quase me destruiu a fé inteiramente e me levou a
destruição. Eu não estava preparado para as ciladas do diabo, não tinha
noção completa de seus ardis, e ainda hoje acho que não tenho, vivo
por fé em Deus. O que aconteceu foi que num certo dia estava
conversando com um pastor tradicional e citei a respeito do batismo no
Espírito Santo. Ele me disse não havia batismo no Espírito Santo, que
este batismo era para a Igreja do Novo Testamento, mas que o que
acontecia era apenas uma explosão de emocionalismo que as pessoas
experimentavam, crer ou aceitar isso era uma blasfêmia. Confesso
tomei um golpe na mente quase que mortal, dali em diante comecei a
duvidar de minha experiência espiritual. Angústias do inferno
literalmente se apoderaram de mim, que me levaram quase ao
desespero. Certa feita depois de um dia de trabalho quando voltava da
escola e atravessei a passarela e quando cheguei no meio dela tomado
de angústia, veio à minha mente uma voz que me dizia: joga-te daqui
abaixo, você não tem mais perdão mesmo. Você pecou, você
blasfemou contra o Espírito Santo! E eu dizia: não, não fiz isso, eu
amo a Deus, jamais faria tal coisa. De repente me vinha terríveis
pensamentos em minha mente. Naquela noite ao chegar em casa, no
meu quarto todos estavam dormindo, e chorava de joelhos aos pés de
minha cama. Ali comecei me lembrar de tantas bênçãos que tinham
acontecido, meus familiares que os havia conduzido a Cristo, respostas
a várias de minhas orações, pessoas que havia testemunhado e levei-as
a uma decisão junto à Cristo, assim me sentia confortado. Lembro-me
que cheguei a conversar com uma certa irmã duvidando de minha
experiência, ela me aconselhou que era somente ir a Deus em oração e
me desabafar em sua presença, que Ele iria me perdoar e me restaurar.
Contudo, continuei a minha busca em oração e leitura da Bíblia e
vários livros evangélicos. Depois de muito lutar, isto talvez uns seis
meses cheguei a seguinte conclusão:
1) Que eu tinha de agir por fé, e não confiar em minhas
emoções;
47
2) através do livro Mente Renovada, aprendi que quando

aqueles pensamentos blasfemos me viessem a mente eu os deveria
levá-los cativos a Cristo rejeitando-os;
3) Entendi que aquela dúvida nasceu através de uma conversa
com alguém que não acreditava no batismo no Espírito Santo.
Portanto, aquela conversa tinha sido a fonte de toda dúvida;
4) Que os sinais externos como conversões e milagres eram
prova de que Deus me amava e que Ele estava comigo;
5) E que eu deveria levar uma vida mais pura diante de Deus,
embora tivesse abandonado os vícios e a prostituição.
6) que eu deveria expulsar em nome de Jesus, os muitos
demônios que me anuviavam a mente com enxurradas de pensamentos
do inferno.
Ah! Se eu pudesse enxergar as chacotas que eles faziam
comigo. Colocando-me dúvidas e tais pensamentos! Se pelo menos um
segundo eu entendesse que talvez alguns daqueles demônios talvez
fosse de alguém que eu mesmo tinha expulsado em nome de Jesus. Eu
havia declarado guerra contra eles, porém não estava devidamente
preparado para as represálias do império das trevas. E para essas coisas
quem está preparado? Contamos com uma grande desvantagem, o fato
de lidarmos contra um mundo invisível ao nosso redor, porém é Deus
quem nos ama, protege, quer que aprendamos a viver por fé e
dependentes dele. Mesmo diante de tantas experiências que tenho
narrado devo dar ao amado leitor algumas sugestões adquiridas no
decorrer de minha experiência cristã, o que faremos mais adiante.
48
O COMBATE PELA
CONSERVAÇÃO DA FÉ
“Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a perdição;

somos, entretanto, da fé, para a conservação da alma”. Hebreus 10:39
“Amados, quando empregava toda a diligência em escrever-
vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a
corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes,
diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos
santos”. Judas 3
Existem inúmeros perigos ao qual nos expomos, porém o

principal deles, é quando deixamos de andar por fé. Abandonar uma
caminhada de fé, significa deixar a fé salvadora, isto é, renunciar a
própria salvação. Uma das armas mais antigas de Satanás contra nós é
o desânimo que provêm por andarmos na carne, confiando em nós
mesmos. Vamos ilustrar isso com uma situação comum vivida por
todos os cristãos. Quando aceitamos a Jesus Cristo pela fé, que alegria
é para nós! Nos alimentamos a cada dia nossa fé por meio da Palavra
de Deus, mas por algum motivo nós pecamos com pecado X, pois
todos temos uma parte vulnerável em nossas vidas, e é nela que nosso
inimigo vai atacar. Aí chegamos diante do trono da graça de Deus e
nos humilhamos e pedimos perdão. O preço do perdão foi pago, pois
Jesus morreu por nossos pecados do passado, do presente e do futuro.
Toda nossa dívida foi cancelada contra nós, mas acontece que por
algum deslize, falta de vigilância ou outra coisa, cometemos aquele
mesmo pecado X. Chegamos diante de Deus e pedimos-lhe perdão
prometendo que não mais cometeremos o pecado X, é exatamente aí
que o diabo, nosso adversário, gosta de nos ver. Sagazmente produz
circunstâncias, que por uma falta principalmente de fé, vigilância e
oração vimos a cair naquele mesmo pecado, aí nos abominamos,
consideramo-nos mais miseráveis do que todos os cristãos, aliás, nem
cristãos mais nos consideramos. Sendo que Deus continua a amar-nos
da mesma maneira que antes, Ele não muda, e mesmo apesar de todos
os pecados, Ele nos ama e continuará nos amando. Não que haja
49
qualquer mérito em nós, mas por meio de Jesus Cristo tornamo-nos

aceitáveis a Ele. Por várias vezes passei por momentos assim, tentando
agradar a Deus por meu próprio esforço. Lembro-me que num dos
primeiros anos de minha fé, num certo dia sentia-me miserável, não me
suportava a mim mesmo. Fui para meu quarto, pensando se algum dia
aquela luta interior, sentimento de culpa teria fim, deitei-me na cama
em silêncio. Em poucos segundos toda aquela névoa foi desfeita, não
sei se orei, mas sentia-me muito mal, porém com uma palavra tudo
acabou. O Espírito Santo me disse: Quero que saiba, o quanto o amo.
Ali sozinho comecei a chorar, eu pude entender muitas coisas depois
daquela palavra: Que eu estava mais confiando em mim mesmo e nas
minhas promessas do que em sua graça, que meu maior pecado era
não confiar em Deus por toda minha vida, pois Ele deu seu Filho
visando perdoar meus pecados passados, presentes, e futuros; e que eu
não tinha qualquer direito de duvidar, mas confiar nele (Deus) por toda
minha vida. Outrossim, quando confessamos a Deus nossos pecados
eles automaticamente estão perdoados, pois Ele é fiel ao que prometeu.
Deus é santo e odeia o pecado, porém nos ama com amor indizível e
está sempre ao nosso lado. Um dos maiores problemas dos cristãos
chama-se legalismo, isto é, viver debaixo da lei por esforço próprio.
Esta é uma das estratégias mais eficazes de Satanás para tirar o crente
de combate. Devemos procurar viver uma vida santa, entretanto essa
santidade é um processo que procede da fé e comunhão com o Espírito
Santo, “Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a
concupiscência da carne” Gl 5.16. Portanto, devemos crer de todo
coração no que diz a Bíblia Sagrada. Sugiro que você memorize estas
passagens e aplique-as a sua vida todos os dias:
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos

perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”. 1 João 1:9
“Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se,
todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o
Justo”. 1 João 2:1
Segue abaixo alguns princípios, os quais certamente o ajudará no
combate pela fé.
50
6.1 – Quando aceitamos a Cristo, aceitamos uma guerra que se

trava invisivelmente no ar e em nossas mentes.
A prudência me recomenda nunca me considerar experiente no
tocante esta batalha espiritual, mas que devo sempre estar em humilde
sintonia com o Espírito Santo. Pois, afinal, para estas coisas quem é
idôneo? (2Co 2.14-16). Lúcifer e seus anjos rebelados são
surpreendentemente inteligentes, e em relação aos homens contam com
milhares de anos de experiência em tentar os mesmos. O seu objetivo
único é, “roubar, matar e destruir”, a partir de nossas mentes. Muitos
de nós entramos nas fileiras da fé em Cristo sem o mínimo de
preparação ou idéia da batalha que enfrentaremos em nossas mentes,
família, etc. Certa feita estava dirigindo uma pequena congregação na
Ilha do Governador (RJ), e num domingo enquanto estava pregando
afirmei que aceitar a Cristo não ausenta a pessoa de problemas, mas é
aceitar uma guerra. No domingo seguinte, fui convidado junto com
minha esposa para almoçar na casa de certa irmã que congregava ali
conosco. Durante o almoço ela referindo-se a pregação do domingo
anterior disse-nos: Você quer saber de uma coisa? Quando aceitei a
Jesus como Salvador, na pregação, o pregador disse os problemas de
quem o aceitasse iria acabar e eu acreditei nessa palavra, porém, na
verdade não foi isso que experimentei. O autor presenciou várias vezes
esse tipo de pregação.
Será que Jesus teve a preocupação de fazer as pessoas
avaliarem com que o estavam envolvidas ao crerem nele? Será que ele
cuidou em alertar o alto preço que implica uma pessoa pertencer ao
reino de Deus? Para ambas as perguntas, afirmamos que sim. Pois Ele
sabe o perigo que representa uma pessoa desviar-se dele (Jesus), pois o
estado desta pessoa se torna pior muitas vezes, por causa da represália
dos demônios, Mt 12.45; Lc 11.26. Pensando nisso foi que o Senhor
Jesus Cristo disse:
“Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e
filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser meu
discípulo. E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não
pode ser meu discípulo. Pois qual de vós, pretendendo construir uma
torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se
tem os meios para a concluir? para não suceder que, tendo lançado os
alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem zombem dele,
dizendo: Este homem começou a construir e não pôde acabar. Ou qual
51
é o rei que, indo para combater outro rei, não se assenta primeiro
para calcular se com dez mil homens poderá enfrentar o que vem
contra ele com vinte mil? Caso contrário, estando o outro ainda longe,
envia-lhe uma embaixada, pedindo condições de paz. Assim, pois, todo
aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser
meu discípulo”. Lucas 14.26-33
Portanto, entrar nesta batalha implica num alto preço de

renuncia. Renuncia completa de si mesmo, da família (não abandono),
de amigos e da própria vida. Porém, jamais devemos temer, veja
Apocalipse 2:10 o que está escrito: “Não temas as coisas que tens de
sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós,
para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à
morte, e dar-te-ei a coroa da vida”.
6.2 – Depois que aceitamos a Cristo esta batalha intensifica-se

mais, porém precisamos perseverar.
Pois o espírito imundo sai, porém promete voltar com sete

demônios mais poderosos do que ele, para sua antiga morada. Para
ilustrar isso contarei de certa experiência que eu e minha esposa
passamos. Na primavera de 1997 quando estava dirigindo certa igreja
(reservo-me no direito de não falar qual); fui com minha esposa até a
casa de uma certa irmã, cuja filha andava deprimida e com desejo
suicida. Muita oração havia sido feita em sua casa em prol daquela
jovem. Porém sem qualquer resultado. Como sabíamos que se tratava
de obra demoníaca, oramos e fomos conversar com a jovem. Lá em sua
casa depois de uma palavra de encorajamento ela resolveu abrir-se
conosco, então contou-nos que certo dia de culto de jovens depois de
presenciar muitos serem batizados com Espírito Santo e ela não, ficou
magoada com Deus. Depois disso, um espírito maligno se apresentou e
passou a conversar com ela, lhe fez algumas promessas e pediu para
que ela fizesse um pacto com ele, e aquela moça aceitou. Depois disso,
coisas estranhas e desagradáveis começaram acontecer em sua vida
num espaço curto de tempo: ela entregou-se a um rapaz (perdeu sua
virgindade), usou drogas algumas vezes, passou a ter um ódio
inexplicável de seus familiares, de maneira que sua mãe e irmã
estavam sempre atentas, pois em explicação ela apanhava faca para
avançar contra elas. Depois de cientes de toda verdade por meio
52
daquela confissão, orientamos-lhe a renunciar tudo aquilo. Naquele

instante algo interessante acontecia que ela via, porém nós não, aquele
espírito maligno com quem ela havia compactuado dizia coisas
terríveis e a ameaçava caso fizesse o que estávamos orientando.
Naquele momento, quando ela nos contou aquilo, resolvemos pormo-
nos de pé e sentindo muito forte a presença do Espírito Santo,
ordenamos que aquele espírito maligno fosse embora e não voltasse.
Ele disse a ela que iria embora, mas que voltaria para destruí-la.
Contudo, ela ficou livre daquele espírito e servia a Deus. Hoje não
sabemos como ela se encontra, mas nos últimos meses ela estava firme
com Cristo. Creio que Deus permitiu que ela visse as ameaças daquele
demônio para que soubesse com quem estava mexendo, e para que ela
tivesse idéia de que coisas poderiam acontecer caso ela se desviasse
novamente. Agora lembre-se, o fato de os demônios terem saído de
alguém não significa que todos os problemas se resolveram, ao
contrário podem aumentar, pois eles com ameaças prometem voltar e
em muitas pessoas depois de expulsos através do mais Valente, o
Espírito Santo, eles voltam, e se houver falta de perseverança por parte
do mesmo, assim a vida daquela pessoa se torna pior do que antes.
Portanto, faz necessário a perseverança daquele que aceita a Jesus
Cristo, veja o que diz Jesus:
“Se, porém, eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente, é

chegado o reino de Deus sobre vós. Quando o valente, bem armado,
guarda a sua própria casa, ficam em segurança todos os seus bens.
Sobrevindo, porém, um mais valente do que ele vence-o, tira-lhe a
armadura em que confiava e lhe divide os despojos. Quem não é por
mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha. Quando o
espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos, procurando
repouso; e, não o achando, diz: Voltarei para minha casa, donde saí.
E, tendo voltado, a encontra varrida e ornamentada. Então, vai e leva
consigo outros sete espíritos, piores do que ele, e, entrando, habitam
ali; e o último estado daquele homem se torna pior do que o
primeiro”. Lucas 11.20-26
53
6.3 – Nossas mentes devem ser exercitadas a viver por fé no amor e

proteção de Deus e não em emoções ou por vistas.
Esta é uma verdade dura, porém real. Fomos condicionados a

viver uma vida religiosa, e não uma vida de fé e em comunhão com o
Espírito Santo. O fato de freqüentarmos uma igreja nada nos garante,
senão talvez, a oportunidade de ouvirmos uma exposição da Palavra de
Deus. Porém, muitos de nós depois que aceitamos a Cristo, temos
aquela tendência de confiarmos em nossas emoções, o que nos torna
inconstantes e imaturos. Precisamos viver pela fé, fé em Deus e em sua
Palavra. Lembre-se, “Satanás, o inimigo de Deus, tentará por dúvidas
em sua mente para desanimá-lo através de pensamentos, circunstâncias
ou pessoas. Mas lembre-se você já o venceu através de Cristo Jesus.
Portanto, confesse a Palavra, confesse que você é nova criatura, filho
de Deus, pertence à família de Deus, possui uma nova mente, um novo
coração, um novo espírito, possui também um novo poder e uma nova
esperança para glória de Deus!” – Discipulado Bíblico Videira
Verdadeira, do mesmo autor. Observe o que Paulo disse:
“A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a

palavra da fé que pregamos. Se, com a tua boca, confessares Jesus
como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre
os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e
com a boca se confessa a respeito da salvação”. Rm 10.8-10
Queremos introduzir aqui um conselho prático de Bill Bright:

Não dependa das emoções. A nossa autoridade é a Palavra de Deus, e
não as nossas emoções. O cristão vive pela fé (confiança) na fidelidade
de Deus e de sua Palavra. Este diagrama do trem ilustra a relação entre
fato (Deus e sua Palavra), fé (nossa confiança em Deus e sua Palavra)
e emoção (o resultado da nossa fé e obediência), Jo 14.21.
A locomotiva correrá com o vagão ou sem ele. Entretanto,

seria inútil o vagão tentar puxar a locomotiva. Da mesma forma, nós
54
como cristãos, não dependemos de sentimentos ou emoções, mas

colocamos nossa fé (confiança) na fidelidade de Deus e nas promessas
de sua Palavra – A Chave da Vida Sobrenatural, pg 244 (Editora
Candeia).
6.4 – Devemos apropriarmo-nos de nossas armas espirituais todos
os dias, e não ignorar os ardis de satanás, pois ele possui um
exército bem treinado.
Cada crente está envolvido num conflito

espiritual, quer queira ou não. Muitos
dos problemas que enfrentamos são
gerados ou forjados no mundo das
trevas. Não podemos ignorar a batalha
na qual estamos envolvidos contra as
forças malignas. Pois o reino (Basiléia)
de Satanás possui uma estruturada
organização em vários níveis. Há três
tipos de fortalezas.
Apresento aqui o resumo delas:
 Fortalezas territoriais. São hierarquias de seres celestiais

das trevas às quais Satanás deu-lhes o direito de
influenciar e controlar as nações, comunidades e famílias.
Algumas forças demoníacas invadem, massivamente,
determinadas áreas fortalecendo algum tipo de iniqüidade
na região. Algumas cidades tornam fortalezas idólatras,
outras se tornam fortalezas sensuais ou lugares de
habitação de espíritos religiosos.
 Fortalezas ideológicas. Isto tem a ver com a dominação
satânica do mundo através das filosofias que influenciam
as sociedades e as culturas. A teoria da evolução natural
das espécies de Charles Darwin é um bom exemplo do que
quero dizer pois opõe-se, totalmente, à teoria bíblica da
criação. Estas fortalezas estão muito bem descritas em 2Co
10.5, que diz: “...e toda altivez que se levante contra o
conhecimento de Deus, levando cativo todo pensamento à
obediência de Cristo”.
55
 Fortalezas pessoais. São coisas que Satanás utiliza para

influenciar a vida de uma pessoa; pecados pessoais,
pensamentos, sentimentos, atitudes e comportamentos.
(1) Nível pessoal. Aqui abordamos a batalha espiritual de
modo pessoal, pois sem estarmos preparados a nível pessoal, não
temos a mínima condição e lutar nos outros níveis. Outrossim, sem
estarmos “fortalecidos no Senhor” não temos a mínima chance contra
ele e seu império. Paulo sabia o que estava dizendo, quando escreveu:
“Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder.
Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes
contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue
e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os
dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do
mal, nas regiões celestes”Ef 6.1-3. Pois foi em Éfeso que ele teve um
dos terríveis combates contra os poderes das trevas, que era
evidenciado pela maneira de viver por seus habitantes: adoração a
Diana; feitiçaria, etc. A adoração a Diana era de tal forma associada a
cultura daquele povo que, muitos artífices de prata e outros metais
viviam rendosamente dos nichos de Diana, (nichos eram templos em
miniatura, réplicas do templo de Diana havendo provavelmente um
pequeno ídolo da deusa), quer dizer, viviam da idolatria, da ignorância,
intencionalmente ou não tiravam proveito da falsa adoração. Muitos
vinham de longe para conhecerem o que era considerada uma das sete
maravilhas do mundo antigo. É bom lembrarmos que Paulo trabalhou
arduamente no Evangelho naquela cidade por cerca de dois anos, e
deixou ali uma estruturada Igreja. Não há qualquer indício de que ele
tenha atacado a tamanha idolatria de modo franco, mas que de modo
simples, perseverante ensinou a Palavra de Deus por dois anos falando
do meigo Jesus. E cooperando Deus, fazia pelas mãos de Paulo
extraordinários milagres, de formas que toda Ásia ouviu a Palavra.
Neste conflito espiritual que estamos envolvidos de modo pessoal, em
primeiro lugar. Devemos nos revestir de toda armadura.
(2) Como é essa armadura? Armadura é um conjunto de armas

defensivas dos antigos guerreiros, especialmente aquelas que
constituíam a sua vestidura e proteção direta do corpo. A armadura
descrita por Paulo é uma proteção com a qual o cristão deve revestir-se
diariamente por meio da oração. Revestir-se de tal armadura significa
revestir-se do Senhor e na força do seu poder, o que resulta permanecer
56
firme na fé contra as astutas ciladas do diabo. A

palavra que é traduzida por Almeida como ciladas
no grego é “methodeia” donde vem a palavra
método. “Metodheia” significa artes espertas,
engenhosidade, e estratégias que o diabo usa para
derrubar o cristão da fé no dia mau, por aí
percebemos que ele é um exímio estrategista de
guerra espiritual para impor o seu domínio por meio
de seus vários demônios, nos três níveis: ideológico, regional e
pessoal. Portanto, devemos pedir ao Senhor para que como soldados de
Cristo, Ele nos fortaleça com sua graça e nos revista de toda armadura
espiritual dia a dia, 2Tm 2.1; Ef 6.13-17.
No aspecto espiritual esta armadura não é uma analogia,
espiritualmente falando ela existe, e é o próprio Senhor Jesus: Em
Romanos 13:14 isto nos é claro: “Mas revesti-vos do Senhor Jesus
Cristo e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências”. “A
figura que Paulo adota era conhecida aos leitores do Velho
Testamento, pois ela ocorre em duas passagens em Isaías: veja Is 11.5
e 59.17. Orientado pelo Espírito, Paulo aplica, corajosamente, essas
passagens, que no Velho Testamento se referiam ao Messias, àqueles
que „estão em Cristo Jesus‟ – O Novo Comentário da Bíblia”. Agora
observemos o que diz o Apostolo a respeito da mesma:
“Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir

no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis.
Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da
couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho da
paz; embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar
todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai também o capacete da
salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda
oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto
vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos.” Ef
6.13-18
1) “Cingindo-vos com a verdade”. Cingir os lombos com a

verdade refere-se a Jesus Cristo, a Verdade, no íntimo. O
cinturão era posto “nos lombos”, isto é, por ele ser grande
cobria os órgãos excretores onde é eliminado tudo aquilo que
não presta, é também onde fica o órgão sexual. Portanto, todos
57
precisamos ser protegidos dos ataques relacionados a essas

áreas. A verdade deve estar intimamente em nós: em Salmos
51:6 diz: “Eis que amas a verdade no íntimo, e no oculto me
fazes conhecer a sabedoria.RC” Ainda referindo-se sobre a
verdade no íntimo, a mesma implica na eliminação de toda
mentira, falsidade e outras coisas deste tipo. Portanto, devemos
nos apropriar pela oração do cinturão da verdade a cada dia.
2) “Vestindo-vos da couraça da justiça”. Cobrir o tórax com a

justiça refere-se a cobrir nos com a justiça de Cristo. A couraça
protegia órgãos vitais como o coração e pulmão. Precisamos
estar protegidos com a justiça de Cristo, somos a cada dia
tentados a confiarmos em nos mesmos, porém por meio da
oração devemos nos apropriar da couraça da justiça.
3) “Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz”.

Os pés devem estar protegidos, bem calçados nos campos de
batalha espiritual do nosso dia a dia, estar com pés calçados é
sempre estar pronto para anunciar o Evangelho de Cristo,
observe o que diz Isaías 52:7: “Que formosos são sobre os
montes os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a
paz, que anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação, que diz
a Sião: O teu Deus reina!”
4) “Embraçando sempre o escudo da fé”. Um dos principais

propósitos do escudo era a proteção contra as flechas
incendiadas do inimigo. O escudo era de madeira coberta de
couro que era usado por vezes molhado em combate. Outro
detalhe interessante é que o escudo era grande, podendo cobrir
todo o corpo do soldado. Não devemos entender como escudo
da fé um credo, ou corpo doutrinário. Isso em nada afeta o
reino das trevas. Porém a fé que está em foco aqui é aquela que
é traduzida numa entrega constante à Cristo. Os dardos podem
tirar qualquer soldado de combate, eles têm um poder mortal.
Portanto, devemos cultivar este tipo de fé, pois quanto maior
ela for, tanto mais protegidos estaremos. Assim devemos
tomar posse deste importante elemento da armadura em oração
e meditação na Palavra.
58
5) “Tomai também o capacete da salvação”. O capacete é

claro protege a cabeça onde está o cérebro ou a mente. Nossas
mentes devem ser revestidas e protegidas pela mente de Cristo
com pensamentos elevados, de fé e esperança. Se o inimigo
atingir esta área e se ela estiver sem qualquer proteção o golpe
pode ser mortal. Pensamentos pecaminosos, de dúvidas, de
desânimo, etc., faz parte das “ciladas” deste exímio estrategista
chamado satanás, por isto devemos estar devidamente
protegidos com o capacete da salvação que nos é outorgado
mediante a esperança:
“Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é

derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi
outorgado”. Romanos 5.5
“Porque, em esperança, somos salvos. Ora, a esperança que se vê

não é esperança; porque o que alguém vê, como o esperará?”
Romanos 8:24.
6) “A espada do Espírito, que é a palavra de Deus”. Sobre a

espada aqui é transcrito um comentário a respeito do mesmo
autor, Pneumatologia: “A Espada do Espírito é por si só um
poderoso instrumento de batalha. Porém, através da habitação
e da unção do Espírito Santo no crente, torna-se um
instrumento vivo, eficaz, penetrante e transformador de vidas,
Hb 4.12. Os resultados da Palavra pregada na unção são: gera
fé nos ouvintes, produz curas e milagres, transforma vidas, e
anula o poder das trevas. Entretanto, este poder penetrador e
transformador só pode ser transmitido eficazmente, quando o
cristão experimenta-o primeiramente em sua vida”.
(3) Como apropriar-se de toda armadura de Deus, e a

importância da oração incessante. Agora você como soldado de
Cristo conhece o valor da armadura, e sabe que precisa apropriar-se da
mesma por meio da oração diariamente. Mas, talvez voe pergunte: –
Ronaldo, como devo orar para me apropriar dela? É simples, depois
que você conhece o seu valor, medita nela, e sabe que sem ela será
facilmente derrotado dia a dia. Então você deverá orar a Deus Pai:
“Pai, por favor revista-me com toda a tua armadura hoje em o nome de
59
Jesus”. Devo lembrar-lhe da importância da oração, que é muito

grande, pois quando Paulo fala da última parte da armadura, que é a
Espada do Espírito, logo passa a falar da oração na passagem que se
segue: “com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito
e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os
santos.” Ef 6.18. Esta oração não é somente aquela oração de joelhos,
mas quando Paulo diz “orando em todo tempo” ou “Orai sem cessar”,
1Ts 5:17; ultrapassa os limites duma simples hora de oração de
joelhos, embora esta de igual modo seja importante. Porém, orar em
todo tempo, não está limitado ao tempo ou espaço, mas numa atitude
interior constante de fé, entrega e comunhão perene com o Espírito
Santo. Isto quer dizer que você nem sempre poderá orar com sua alma
ou mente, pois há atividades que exigem concentração ou trabalho
arriscado que absorve nossas mentes. Entretanto, você poderá orar com
seu espírito por meio da ajuda do Espírito Santo sem cessar, Rm 8.26.
Note o que Paulo diz: “orando em todo tempo no Espírito”, esta acima
de tudo é uma atitude de fé com resultados maravilhosos. Mas este tipo
de oração não substitui o período devocional de oração que cada crente
deve ter, antes o amplia de forma que a vida do cristão torna-se uma
devoção ininterrupta, como diz Paulo: “orando noite e dia, com
máximo empenho” 1Ts 3.10; veja também 1Tm 5.5.
(4) Além de toda oração necessária é importante uma

perseverante vigilância. Não podemos brincar com nosso inimigo ou
com o pecado. Ele deve ser detectado e rejeitado imediatamente em
nossas mentes. O Pr. Ronaldo Fonseca ilustrou acerca disso da
seguinte maneira, a pessoa que está caminhando não deve andar a beira
do precipício (próximo ao pecado), antes deve ir para longe dele,
porquanto, depois que a pessoa cai no precipício (pecado), diz que “a
carne é fraca” ou “não resisti a tentação” ou ainda “o diabo me fez
pecar”. Paulo exorta que além da armadura e a oração, o crente deve
ser vigilante, “ vigiando com toda perseverança”.
(5) Devemos gastar mais tempo lendo a Bíblia Sagrada.

Devemos nos empenhar na leitura sistemática, progressiva e total das
Sagradas Escrituras, apropriando-nos das promessas de Deus. É de
bom alvitre lembrar que a Bíblia como literatura não perde para os
bons livros (best sellers) do momento, é um livro que contém histórias
de amor, crimes, aventuras, ação, etc, porém é necessário ter em mãos
60
uma boa versão para leitura e um bom dicionário de português. As

versões num português mais corrente que sugiro aqui são: Edição
Contemporânea de Almeida, Nova Versão Internacional (NVI) ou
Nova Versão na Linguagem de Hoje.
1) Como experimentar o Poder da Palavra. Para que se

experimente o poder da Palavra em primeiro lugar, é
necessário desejá-la. Este desejo deve ser como de uma
criancinha recém-nascida, ansiando afetuosamente o leite
materno, 1 Pe 2.1-2. Em segundo lugar, é necessário comê-la.
Se uma pessoa diz estar com fome e não come, morrerá.
Portanto, não adianta estar com desejo de ler a Bíblia, dizer
que a ama e, não a ler, fatalmente enfraquecerá, se esgotará,
vindo a morrer espiritualmente. A mãe leva o bebê ao seio,
mas quem faz força para sugar e engolir o leite é ele. Terceiro,
para experimentar o poder dela precisa-se de ouvir, ouvir, e
ouvir muito mesmo! Quem assim o faz é bem aventurado Ap
1.3. Quarto, é necessário ler, Ap 1.3; quinto, examinar, Jo
5.39; sexto, meditar, Sl 1.1-2; sétimo, viver, praticar a Palavra,
Mt 7.24-27; oitavo, pregar para que o nosso semelhante venha
crer, e ter vida de comunhão com Deus, vida eterna, Mc 16.15;
nono, ensinar e ou discipular, Mt 28.18-20.
2) Inimigos da leitura e estudo bíblico. Precisamos conhecer

os inimigos que arruínam a vinha da nossa comunhão com
Deus, e sua Palavra. Esses inimigos são: homens, as raposas e
raposinhas, que roubam e comem nossas vides. Nos tempos
bíblicos, ao plantar vinhas, eram feitas torres, para que no
tempo da colheita, ou mesmo antes, ela ficasse sob vigilância,
dependendo do poderio financeiro da família, havia torres de
trinta em trinta metros de distância entre as mesmas, e
empregados para vigiarem-na. Se não, os responsáveis em
guardar a vinha, eram os da própria família. Em nossa vida,
devemos ter a nossa torre de vigia, e estarmos de olhos
abertos, pois assim, recomendou nosso Senhor: “O que tendes
retende-o até que eu venha”, Ap 2.25; “Eis que venho sem
demora, guarda o que tens, para que ninguém tome a tua
coroa” Ap 3.11.
Identifiquemos alguns dos nossos inimigos da vinha:
61
Cansaço. Este inimigo é aquele que nos deixa ocupados o

tempo todo, e na hora da leitura bíblica devocional, ou Escola
Bíblica Dominical, alguém diz: Estou muito cansado, e não
vou, ou não lerei. Isso na maioria das vezes é eliminado com
planejamento e disciplina. Vença o cansaço, planeje um tempo
de leitura e estudo.
Distração. O cansaço excessivo gera distração, e essa

distração impede a concentração desejável, para um melhor
aproveitamento. Por isso devemos escolher para nossa leitura,
um horário em que nossa mente esteja bem alerta, e um lugar
tranqüilo. No momento de nossa leitura ou estudo, convém
fazermos perguntas acerca do texto, ou seja, sermos mais
críticos, para um maior aproveitamento da leitura feita, e
termos uma melhor e maior nível de concentração. Por
exemplo: O que este texto quer dizer? Quando foi que
aconteceu isso? Qual o lugar do acontecimento? Quem
escreveu? Qual era sua intenção ao escrever? Sob que
circunstâncias escreveu? etc. A ansiedade, um ambiente
impróprio, o cansaço, etc. geram distração. No devocional, na
Escola Dominical, culto ou em qualquer momento de leitura
ou exposição bíblica, nossa mente vagueia e passeia por
lugares áridos: nos negócios, nas dívidas, nos cheques sem
fundos recebidos, ou a conta bancária para cobrir. Muitas das
vezes o demônio está por trás disso, devemos ter o
discernimento, e repreender em nome de Jesus, levando a
Cristo cativo todo pensamento contrário, 2 Co 10.4-5. Na
verdade o demônio odeia quando estamos em atitude
devocional, mas é nossa responsabilidade resisti-lo.
Desânimo. É falta de ânimo, preguiça. Muitos de nós temos a

fraqueza de procrastinar decisões importantes, por causa do
desânimo. Exemplo: nosso compromisso devocional. Quantas
vezes dizemos: “Deixa pra depois”, “depois eu faço”, “agora
não”. Não devemos adiar, mas, com desânimo ou ânimo,
devemos praticar nossa leitura devocional num ato de
obediência, e não de sentimento. Existem também dois fatores
que podem causar o desânimo: primeiro, o demônio, sobre isso
62
já falamos anteriormente; segundo, o pecado, caso haja alguma

área da sua vida que tenha problemas, confesse-a a Deus, e se
quiseres alguma orientação a mais procure seu pastor, ele é a
pessoa indicada por Deus para ajudá-lo. Deus lhe abençoará
recompensando sua sinceridade, Pv 28.13; 1.23.
Planeje ler, estudar, testemunhar, ensinar, evangelizar,
discipular. Não pense que isto, é só para os pastores, e seus
obreiros auxiliares. Todos nós fomos convocados a termos
uma vida de fé, e essa vida de fé, só é entendida e atendida
através da leitura, estudo e obediência à Palavra de Deus.
Deixemos que ela toque em todas as áreas de nossa vida, ela é
o próprio toque de Deus!
3) Planeje sua leitura e estudo bíblico.
Planeje um tempo de leitura. Reserve diariamente um tempo

de leitura e um horário flexível de leitura ou estudo, mas que
seja um fixo compromisso diário. Por exemplo: leia a Bíblia
30 minutos por dia, no seu melhor horário, não importa que
seja de manhã, tarde ou noite, mas leia. O mais importante na
leitura ou estudo é a qualidade e regularidade com que se
pratica.
Planeje um lugar apropriado. Escolha um lugar apropriado

para o momento de sua devoção a Deus e leitura bíblica. Lugar
tranqüilo onde você possa ficar a vontade a fim de que não
haja interrupções em sua leitura ou estudo.
Comece orando a Deus. Se você irá ler o Livro de Deus, fale

com Ele a respeito disso, afinal de contas Ele é o autor por
inspiração. O Deus Eterno está e estará ao seu lado, e lhe dará
a iluminação e entendimento necessários a sua mente e
espírito.
Compromisso. Faça um compromisso ou voto firme de leitura

bíblica, se você abrir exceções não perseverará. Considere
aquele dia perdido, o dia em que você não a ler. Deseje a
Palavra como Jó mais do que o alimento para o seu corpo
físico. E alimente com ela a sua alma: “Do preceito de seus
63
lábios nunca me apartei e as palavras da sua boca prezei mais

do que o meu alimento” - Jó 23.12. Jeremias disse acerca de
sua fome pela Palavra: “Achadas as tuas palavras, logo as
comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o
coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus
dos Exércitos” - Jr 15.16.
Planeje ler toda a Bíblia. É muito importante ler toda a Bíblia

a fim de se ter um conhecimento geral. Existem vários planos
de leitura bíblica inclusive em algumas Bíblias.
Marque textos importantes. Você poderá efetuar marcação

de texto utilizando lápis de cor. Marque de maneira organizada
para que com o passar do tempo não venha perder o sentido.
Portanto, use cores de acordo com o assunto, por exemplo:
passagens pintadas em azul, passagens que falam sobre o céu e
vida eterna; passagens em verde, promessas (lembrando que a
maioria das promessas sempre se exige condição); em
vermelho, passagens que contenham mandamentos, por
exemplo: “orai sem cessar”. Em amarelo textos áureos
famosos, Jo 3.16; Sl 23.1. Estas são apenas algumas sugestões,
você poderá organizar e ampliar a seu próprio modo.
Faça apontamentos. Escreva em sua Bíblia de maneira

concisa, organizada e legível. Estes apontamentos serão de
grande valor para você. Ou então, organize um caderno ou
diário com registros do que você leu, o que Deus falou com
você e o dia em que falou. Depois de alguns meses ou anos
apanhe este diário ou caderno, e observe o quanto você cresceu
e se desenvolveu na fé, conhecimento e comunhão com Deus.
(6) Devemos nos humilhar e submeter-nos a Deus. Não há

qualquer semelhança entre aqueles que pertencem a Deus e aqueles
que pertencem ao mundo e reino de Satanás. Há no mundo uma
vaidade interior e arrogância que domina as mentes que resistem a
Deus e sua Palavra. Porém, jamais esqueçamos que, contudo, os
homens são criaturas imensamente amadas por Deus, mesmo com toda
a soberba, e que Ele faz tudo para conquistá-los por meio da sua
Palavra, Igreja e do Espírito Santo. Todavia devemos rejeitar toda a
64
altivez negativa, principalmente aquela que visa nos autopromover.

Lembremos que foi assim que Lúcifer, aquele que já foi padrão de
perfeição entre os anjos e tremendamente amado por Deus caiu
desastrosamente. Note o que diz Salomão a este respeito em
Provérbios 16.18-19: “A soberba precede a ruína, e a altivez do
espírito a queda. Melhor é ser humilde de espírito com os humildes do
que repartir o despojo com os soberbos”. Deus não destrói a auto-
estima do homem. Ao contrário Ele a eleva, à medida que este se
submete humildemente perante Deus; assim Ele sara suas
enfermidades exteriores, interiores e remove toda opressão maligna,
conforme prometido em sua Palavra: “Se o meu povo, que se chama
pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos
seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus
pecados e sararei a sua terra” – 2Cr 7.14.
Só temos poder de resistir ao demônio, à medida que nos
humilhamos diante de Deus. Temos um outro exemplo bíblico deveras
maravilhoso, foi a experiência de José filho de Jacó. Como Deus tinha
um plano maravilhoso, porém teve que prepará-lo primeiro para o
mesmo. Acho muito interessante a maneira que a irmã Cindy Jacobs
fala a respeito. “Não era apenas o orgulho que Deus queria tirar da vida
de José; ele tinha reservado mais transformações para a vida dele. Deus
deu a José graça e por algum tempo tudo ia bem com ele, culminando
com a posição de mordomo da casa de Potifar, até que Deus tocou em
outra área de sua vida: suas qualidades e habilidade físicas. „José era
formoso de porte e de aparência‟, Gn 39.6.”
“É fácil cair quando começamos a ter muito sucesso: achar que
Deus nos colocou acima dos demais por causa de nossa capacidade de
orar com maior autoridade ou porque o ouvimos com mais clareza.
Pensar que Deus nos fez mais habilidosos na oração do que os „peões‟
da oração é um grande laço.”
“Ainda que tenha resistido à tentação da mulher de Potifar, José
precisava superar o problema do orgulho. Nossas palavras, muitas
vezes, mostram a atitude de nossos corações. Veja as várias vezes em
que aparece o pronome pessoal e perceba quem está no topo da lista de
crédito de sua posição como mordomo da casa de Potifar:”
“Ele, porém, recusou e disse à mulher do seu senhor: Tem-me

por mordomo o meu senhor e não sabe do que há em casa, pois
tudo o que tem me passou ele às minhas mãos. Ele não é maior
65
do que eu nesta casa e nenhuma coisa me vedou, senão a ti,

porque és sua mulher; como, pois, cometeria eu tamanha
maldade e pecaria contra Deus?” – Gn 39.8,9.
“Uma coisa boa a respeito de Deus é que se você é reprovado
num teste, Ele logo arruma outro. Foi assim com José e Deus logo
encontrou uma solução: mais um tempo na cadeia! O tempo foi
passando e Deus achou que era hora dos exames semestrais. Deus deu
sonhos a dois servos de Faraó que estavam na prisão com José, e este,
confiando que Deus lhe daria o significado dos sonhos, pediu-lhe a
interpretação.”
“De fato, Deus deu a José o sentido dos sonhos e este viu aí uma
boa chance de sair da prisão. Esta declaração dá o testemunho exato do
que ele pensava: „porém lembra-te de mim, quando tudo te correr bem;
e rogo-te que sejas bondoso para comigo, e faças menção de mim a
Faraó, e ma faças sair desta casa‟, Gn 40.14.”
“José perdeu uma boa oportunidade de falar sobre o Deus de
Israel e uma vez mais não deu glória a Deus, por isso, veio a sentença:
mais dois anos de prova de fogo! Depois daqueles dois anos Deus deu
a Faraó um sonho e o copeiro-chefe, vendo que ninguém interpretava o
sonho, lembrou-se de José na prisão. Vejamos, agora, a resposta que
José teve na ponta da língua: „Respondeu-lhe José: não está isso em
mim; mas Deus dará resposta favorável a Faraó‟, Gn 41.16.”
“Veio o dia da formatura de José: A glória já não era mais dele, e
sim, de Deus! Deus, então tocou o coração de Faraó que colocou José
como o segundo em autoridade em todo o Egito.”
Devemos ter todo o cuidado a este respeito, atitudes e mesmo
orações abomináveis podem ser pronunciadas diante de Deus sob o
efeito embriagante do orgulho. Enquanto escrevo, sinceramente, me
vem a mente situações em que enveredei-me e escorreguei no orgulho,
e caí drasticamente. Quando nos orgulhamos e fazemos da nossa auto-
justiça algo que nos torna “aceitáveis” a Deus, satanás cai na
gargalhada a nosso respeito, pois caímos em sua rede. É por isto que
Tiago escreve de maneira tão firme: “Deus resiste aos soberbos, mas
dá graça aos humildes. Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao
diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós
outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre,
limpai o coração. Afligi-vos, lamentai e chorai. Converta-se o vosso
riso em pranto, e a vossa alegria, em tristeza. Humilhai-vos na
presença do Senhor, e ele vos exaltará”. Nosso título de pastor,
66
professor, doutor; nossos diplomas, nossas conquistas, até mesmo

respostas na oração podem operar eficazmente contra nossas almas,
por meio do efeito embriagante e venenoso produzido pela soberba e
pelo demônio. A religiosidade e o legalismo é uma praga terrível que
nos persegue, veja um exemplo de Jesus para fechar a questão:
“Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si

mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros: Dois
homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o
outro, publicano. O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo,
desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais
homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este
publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo
quanto ganho. O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem
ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus,
sê propício a mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para
sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado;
mas o que se humilha será exaltado”. Lucas 18.9-14
(7) O poder do louvor. Sei que se você é um cristão

provavelmente já experimentou o poder do louvor em sua vida. Porém,
se não é, ou não teve experiência poderá adquiri-la. Um outro detalhe a
respeito que não narrei anteriormente em minha luta pessoal era o
louvor. Por várias vezes quando me sentia triste ou sob o peso de
tentações, eu me punha a cantar ou ouvir hinos inspirados nos antigos
discos de vinil e fitas. Assim eu sentia interiormente as trevas
espirituais serem dissipadas. E com base na Palavra de Deus, o que
Deus quer que façamos é que o louvemos e o resto Ele se encarrega de
fazer. Um exemplo clássico disto está em 2Crônicas 20:15: “e disse:
Dai ouvidos, todo o Judá e vós, moradores de Jerusalém, e tu, ó rei
Josafá, ao que vos diz o SENHOR. Não temais, nem vos assusteis por
causa desta grande multidão, pois a peleja não é vossa, mas de Deus.
Amanhã, descereis contra eles; eis que sobem pela ladeira de Ziz;
encontra-los-eis no fim do vale, defronte do deserto de Jeruel. Neste
encontro, não tereis de pelejar; tomai posição, ficai parados e vede o
salvamento que o SENHOR vos dará, ó Judá e Jerusalém. Não temais,
nem vos assusteis; amanhã, saí-lhes ao encontro, porque o SENHOR é
convosco”.
67
Agora vejamos como procedeu Josafá, rei de Judá, e a

estrondosa vitória que Deus deu a Israel diante de seus inimigos:
“Pela manhã cedo, se levantaram e saíram ao deserto de Tecoa;

ao saírem eles, pôs-se Josafá em pé e disse: Ouvi-me, ó Judá e vós,
moradores de Jerusalém! Crede no SENHOR, vosso Deus, e estareis
seguros; crede nos seus profetas e prosperareis. Aconselhou-se com o
povo e ordenou cantores para o SENHOR, que, vestidos de
ornamentos sagrados e marchando à frente do exército, louvassem a
Deus, dizendo: Rendei graças ao SENHOR, porque a sua misericórdia
dura para sempre. Tendo eles começado a cantar e a dar louvores, pôs
o SENHOR emboscadas contra os filhos de Amom e de Moabe e os do
monte Seir que vieram contra Judá, e foram desbaratados. Porque os
filhos de Amom e de Moabe se levantaram contra os moradores do
monte Seir, para os destruir e exterminar; e, tendo eles dado cabo dos
moradores de Seir, ajudaram uns aos outros a destruir-se. Tendo Judá
chegado ao alto que olha para o deserto, procurou ver a multidão, e
eis que eram corpos mortos, que jaziam em terra, sem nenhum
sobrevivente. Vieram Josafá e o seu povo para saquear os despojos e
acharam entre os cadáveres riquezas em abundância e objetos
preciosos; tomaram para si mais do que podiam levar e três dias
saquearam o despojo, porque era muito. Ao quarto dia, se ajuntaram
no vale de Bênção, onde louvaram o SENHOR; por isso, chamaram
àquele lugar vale de Bênção, até o dia de hoje.” - 2Cr 20.20-26.
Certa vez a anos quando ainda era solteiro, eu estava em casa de

minha namorada, que hoje é minha atual esposa que se chama Noemy.
Naquela época na casa de seus pais não tinha telefone, porém um
vizinho que tinha pediu-me para atender. Confesso que fiquei surpreso
quando atendi, era um certo colega meu.
Do outro lado ele dizia: – Ronaldo, estou precisando de
sua ajuda.
– Como assim? Lhe perguntei.
– É que baixou um troço ruim no meu primo Aluísio (não
é seu nome), e ele está querendo quebrar tudo aqui em
casa. E nós não sabemos o que fazer. Me informou ele
apavorado.
– E daí, em que você acha que eu lhe ajudar? Lhe
perguntei, porém já sabendo a resposta.
68
– É que eu consegui te localizar por meio do Rogério seu

irmão, foi ele quem me deu o telefone da casa da vizinha
da tua namorada. E, sinceramente, gostaria que você
viesse aqui em casa, pois você é o único crente de quem
me lembrei. Será que você pode vir?
– Dá sim. Pode deixar que daqui a pouco eu estarei em sua
casa. Respondi receoso.
Voltei à casa de Noemy e lhe informei do que estava
acontecendo, e fui até a igreja para ver se achava alguém que se
dispusesse ir comigo. Lembro-me que conversei com certo irmão, que
era tido como autoridade na área de libertação. Porém fiquei
desapontado, pois ele disse-me que iria orar para Deus ir comigo e me
ajudar a resolver esta questão. E assim orou imediatamente, e eu fui só.
Quando cheguei na casa do Waguinho (não é seu nome) o Aluísio
estava trancado num pequeno quarto terrivelmente endemoninhado.
Enquanto eu entrava naquele pequeno cômodo, ele me advertia para
que tivesse cuidado, pois o Aluísio estivera violento. É interessante que
naquele momento Deus encheu-me de fé, eu sabia que sairia dali ileso
e com aqueles demônios expulsos. Fui e pus minha mão sobre o
Aluísio e ordenei que o demônio o deixasse em nome de Jesus, para
minha surpresa nada aparentemente aconteceu. Ás vezes se pensa que
nas coisas de Deus tudo é imediato, como lanches rápidos que
comemos, como os cachorros quentes ou hambúrgueres do
Mcdonald‟s. O demônio simplesmente rosnava, gruía e se recusava a
sair. Então me lembrei de certo testemunho que ouvira a respeito do
poder do louvor na libertação de pessoas, e aí disse assim: Vou ficar
louvando a Deus, até a hora que você sair em nome de Jesus. Mas o
demônio dizia que aquele lhe pertencia e que não ia sair. Peguei meu
hinário e passei a cantar, cantar e cantar. Aquilo deixou o demônio
incomodado a tal ponto que o mesmo resolveu sair. Depois de contar
ao Aluisio o que acontecera, lhe adverti acerca de que o demônio
poderia voltar e seu estado ficar pior. E, conversando com ele para ver
se descobria a procedência daquela possessão, ele me disse que
suspeitava de uma antiga namorada sua, a quem ele se recusou
continuar namorando e que ela mexia com espiritismo, que
provavelmente tinha feito um “trabalho pra ele”. E assim testemunhei a
ele e o conduzi a Cristo. Para mim aquela foi uma lição prática na
escola do Espírito Santo, acerca do poder do louvor em minha vida que
nunca me esquecerei. O poder do louvor e da adoração a Deus em
69
espírito, não se limita só em trabalhos de libertação, mas também em

momentos de tremendas lutas pessoais, etc.
(8) Devemos repreender e expulsar os demônios que nos

rodeiam buscando tragar-nos em nossas mentes. Em vários lugares
falar dessas coisas, soa aos ouvidos de forma muito fanática e até
infantil ou desequilibrada, inclusive para muitos cristãos. Sei que
corremos o risco de tal coisa, embora no íntimo não gostemos de ser
censurados e seja isso doloroso, mas resolvemos falar assim mesmo de
certas experiências que o Senhor Deus nos tem dado. Lembro-me que
estávamos trabalhando em certa cidade, que havia uma pequena igreja
com apenas 12 membros, onde passei longos períodos de oração em
favor daquele lugar. Não só eu, mas havia uma outra família que orava
também intensamente. Certa noite estava em minha cama ainda
acordado e lendo um livro evangélico, e comecei a sentir uma presença
do mal invadir meu quarto, confesso que me senti temeroso, mas nada
eu via. Quando de repente Noemy acordou sentindo uma forte dor na
perna, e pediu que eu orasse por ela, e orei e em nome de Jesus
expulsei aquele mal, instantaneamente a dor a deixou. Detalhe, não era
câimbra, pois conhecemos muito bem o que é uma câimbra. Levantei-
me da cama e me dirigi até ao quintal da casa, parei de frente a uma
árvore, voltei a sentir novamente aquela presença do mal ali. Então
ordenei aquele espírito imundo que saísse dali e fosse embora, depois
não senti mais nada. No dia seguinte aconteceu algo curioso, quando
nos levantamos na manhã seguinte por coincidência ou não, aquela
árvore amanheceu totalmente desfolhada. Certo irmão foi lá em casa, e
observando aquela árvore perguntou: Pastor, o que aconteceu aquela
árvore, ela está toda desfolhada? Então eu lhe contei o acontecido, e
ele admirou-se. Depois resolvi escrever algumas cartas contando
acerca do acontecido, a fim de que nos ajudassem em oração pelas
pessoas daquele lugar, soube que certa pessoa a mim achegada
comentou: Acho que o Ronaldo está muito fanático. Depois de alguns
dias resolvemos eu e minha esposa orar e jejuar, e certa noite
resolvemos orar caminhando por aquelas pessoas repreendendo os
espíritos daquele lugar que cegava as mesmas quanto ao Evangelho.
Não muito depois daqueles dias passamos uma imensa tribulação que
cheguei a dizer em abandonar o trabalho de ministro do Evangelho. E
assim tivemos que sair de lá, todavia hoje vários anos depois, a
pequena igreja que contava com doze membros já passou da casa dos
70
cem, e está com um novo e lindo templo para a glória de Deus, e o

Evangelho passou a ser respeitado ali. Não creio que foi só por minha
oração, é que depois de nossa saída, Deus encaminhou também outros
obreiros que trouxeram grande impacto naquele lugar.
Devemos buscar de Deus o discernimento e expulsar os
demônios: certos sentimentos, vontades, enfermidades e até sonhos
quando dormimos podem ser causados por obra demoníaca. Portanto,
devemos repreendê-los e expulsá-los em nome de Jesus. Talvez
alguém ache que exageramos, mas certa vez uma irmã sem mais nem
menos mandou um recado mal criado que não iria mais freqüentar
nossos cultos, e que por favor não fizéssemos visitas a ela, pois a
mesma estava decidida. Aconteceu que depois disso certa noite, ela
acordou excitada sexualmente e com certo peso de alguém sobre ela
copulando, porém ela nada via. Ela saltou de sobre a cama e
repreendeu aquele espírito maligno em nome de Jesus. No dia seguinte
ela estava lá em casa arrependida de tudo quanto havia dito, e
buscando aconselhamento. Procuramos um motivo para que aquilo lhe
acontecesse, e a mesma confessou que estava assistindo certa novela
de grande teor espírita, e que foi depois disso que a mesma resolveu
deixar a igreja. Ela também associou a novela àquela experiência
noturna denominada íncubo. Depois de arrepender-se de sua rebelião,
oramos e expulsamos aquele demônio e ela nunca mais ela tornou
sentir nada.
Certa feita certa irmã em Divinópolis contou-me com muito
constrangimento, a tentação que vinha passando com certos
pensamentos blasfemos. A chamarei de Celeste (não é o seu nome), e a
sua angústia era tal, pois ela achava que havia blasfemado contra o
Espírito Santo. Depois de conversar e ouvi-la atentamente durante
aproximadamente 1 hora acerca de sua luta, e que aquele tormento
estava atrapalhando seu casamento, e seu marido procurando ajudá-la
sem saber o que era, enviou-a a um psicólogo que nada pôde fazer.
Psicanalistas e psicólogos são importantes, mas em assuntos espirituais
nada podem fazer, infelizmente essa é a verdade. Depois de ouvi-la,
contei-lhe minha experiência pessoal e luta que tive na mesma área.
Percebi brotar em seu olhar esperança. Contei-lhe de como cheguei a
beira do desespero, a ponto de pensar em me suicidar, e disse-lhe,
como Deus foi misericordioso comigo e me deu vitória, e como ainda
continuava resistindo aquele mal na dependência de Jesus. Expliquei-
lhe que aqueles pensamentos eram dardos inflamados do maligno em
71
sua mente, pois pelo que eu percebia, Celeste amava ao Senhor.

Outrossim, se ela estava buscando socorro era porque não havia
praticado tal coisa, porquanto quem blasfema jamais alcança
arrependimento em seu coração. Naquele instante assegurei-lhe que
seria liberta, senti poderosamente a mão do Espírito Santo sobre mim,
e orei por ela e ela sentiu-se renovada. Logo que ela levantou-se lhe
adverti que talvez voltasse aqueles pensamentos, porém ela deveria
levar o pensamento cativo a Jesus dizendo: Senhor Jesus, eu levo a ti
cativo este mau pensamento. Também orientei que ela devia expulsar
os demônios mentores daqueles pensamentos em nome de Jesus. E ela
concordou comigo em usar da autoridade que tinha no nome de Jesus.
Confesso com toda felicidade, que ficava muito alegre ao ver o rosto
dela agora alegre nos cultos. Ela mudou radicalmente, deixando aquela
aparência de derrotada, para aparência de uma vitoriosa filha de Deus.
Aleluia! O que foi? Ela aprendeu a rejeitar e expulsar os demônios que
afligiam sua mente em nome de Jesus!!!
(9) A vigilância quanto a nossa mente deve ser constante.

Vigiar sem orar resulta em derrota, ou orar e não vigiar também resulta
em fracasso. Portanto, devemos vigiar e orar simultaneamente. Uma
vida cristã vitoriosa é como um barco com dois remos, só desliza
devidamente sobre a água se ambos estiverem funcionando
sincronizadamente. Caso contrário, o barco gira em círculos e não sai
do lugar. Na Bíblia Sagrada encontramos vários exemplos de
vigilância. Quero citar aqui um exemplo do grande Abraão, pai da fé.
Este gigante de Deus certa feita perguntou a Deus, como poderia ter
certeza de que Ele receberia aquilo que prometera: descendência e
terras. A resposta de Deus foi muito interessante: Abrão, você vai ter
certeza do que estou te falando à medida que você me adorar.
Sabe, temos grandiosas promessas da parte de Deus. Porém para
termos certeza de que nos apropriaremos delas, é necessário
oferecermos o nosso holocausto vivo, a nossa adoração que é o nosso
culto racional, o nosso devocional particular, veja: Rm 12.1-2.
Abrão não adiou, mas pôs-se logo a obedecer a Deus, preparando o
holocausto que Deus exigira: “Respondeu-lhe: Toma-me uma novilha,
uma cabra e um cordeiro, cada qual de três anos, uma rola e um
pombinho. Ele, tomando todos estes animais, partiu-os pelo meio e
lhes pôs em ordem as metades, umas defronte das outras; e não partiu
as aves”Gn 15.9-10. É interessante que, depois de partidos os animais
72
para o holocausto, as aves de rapina, e estas são ligeiras, queriam

subtrair o sacrifício, manchar a adoração de Abrão, pois se as aves
rapinassem o mesmo, deixaria de ser um holocausto perfeito. Embora
descessem, Abrão vigiava o holocausto e as enxotava, vejamos o que
diz o texto bíblico: “Aves de rapina desciam sobre os cadáveres,
porém Abrão as enxotava” Gn 15.11.
Note que Abrão oferecia seu holocausto, seu culto, sua oração,
porém ele vigiava e as enxotava. Assim semelhantemente devemos
fazer em ralação a nossa mente e vida. Oferecer nosso culto, oração,
sacrifício vivo a Deus, porém estar atento as aves que representam os
demônios que procurarão rapinar a nossa oferta, anulando-a diante de
Deus. Devemos ofertar e orar, mas também vigiar, e enxotá-los (os
demônios) em nome de Jesus para longe de nós e de nosso culto.
O Senhor Jesus Cristo exortou aos seus discípulos, quanto à
necessidade vigilância e oração em Mateus 26:41: “ Vigiai e orai,
para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto,
mas a carne é fraca.” Há sempre uma disposição do espírito humano
em obedecer a Deus, porém, a natureza caída, chamada “carne” é
sempre excitada e inflamada pelo poder das trevas.
Será que se hoje fossemos convocados por Gideão passaríamos
em seu teste? Imagine, nosso Gideão, Jesus Cristo, e nós os candidatos
a guerrearmos pelo Israel do Senhor, a sua Igreja. É claro que Ele nos
testaria de alguma maneira para ver se de fato estamos aptos a
guerrear, e entrar numa guerra mais profunda. Mais qual será o teste?
Beber água. Coisa simples é beber água à beira de um rio limpo.
Todavia é estranho o teste do Senhor: “Todo que lamber a água com a
língua, como faz o cão, esse porás à parte” Jz 7.5. Outro detalhe
interessante que não sabemos os nomes desses homens, eles ficaram no
anonimato. A vitória foi exclusiva foi do Senhor com Gideão e seus
trezentos anônimos. Note que no início eram 32.000 homens, porém o
Senhor disse que era muita gente, então ordenou que todo tímido e
medroso se retirasse da região, assim voltaram 22.000 homens, ficaram
ainda 10.000. Tornou o Senhor a dizer que era muita gente, novo teste
eliminatório foi aplicado: destes só passaram trezentos. Observe como
o escritor descreve: Foi o número dos que lamberam, levando a mão à
boca, trezentos homens; e todo o restante do povo se abaixou de
joelhos a beber a água.Jz 7.6. Para tornar-se um guerreiro histórico
com uma vitória espetacular, tem que passar no teste bebendo da água
73
da vida levando-a com as mãos a boca e estar com os olhos bem

abertos (vigiando), se vem algum inimigo espiritual.
(10) Busque alguém experiente na fé e confiável com quem você

possa desabafar a respeito de suas lutas interiores. A pessoa ideal é o
seu pastor ou uma pessoa experiente na fé. Imagine você andando em
lugares secos sob sol escaldante, o que aconteceria depois de caminhar
algumas horas? Você transpiraria o suficiente para sentir sede e
cansaço logo. Agora suponhamos que você não soubesse onde achar
água procurasse e não a achasse, o que poderia acontecer? Em pouco
tempo você se definharia e morreria. É assim que muitos vivem
próximos a nós: como se estivessem em um deserto morrendo de sede,
fome e cansaço. Pior ainda, é quando encontram alguém que lhes
dispõe dar uma palavra de aconselhamento, mas oferecem águas como
as do deserto de Mara: amargas e intragáveis, Ex 15.23. Muitas dessas
águas quando bebidas algumas vezes, costumam ter efeito fulminante à
fé, principalmente à do novo convertido, que tem pouco ou nenhum
discernimento espiritual. Daí a importância de buscarmos ser pessoas
experientes na fé, confiáveis que guardam segredos e sempre aptas a
ouvir; a fim de ministrar consolação que da parte de Deus recebemos
por meio do Espírito Santo, o consolador: “É Ele {o Deus de toda
consolação} que nos conforta em todas a nossa tribulação, para
podermos consolar os que estiverem em qualquer angustia, com a
consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus.” 2Co
1.4. Outro detalhe importante é que alguém ao aconselhar esteja de
acordo com a Bíblia e seu pastor ou igreja. Muito do potencial de uma
pessoa ou de toda uma igreja é, neutralizado por problemas interiores
não resolvidos: são complexos diversos, medos, traumas, etc. Às vezes
por timidez, medo de serem excluídas, ou humilhadas na frente da
igreja. Lembro-me de certa feita quando estava dirigindo uma igreja no
Rio de Janeiro, certa irmã que a chamarei de Diana (não é seu
verdadeiro nome), era uma jovem casada, de cor escura, bonita, e mãe
de dois filhos. Diana havia se convertido a Cristo sinceramente, e havia
abandonado bailes que freqüentava e a infidelidade conjugal. Mas não
conseguia se perdoar. Conversou com outra irmã da mesma igreja, uma
pessoa experiente na fé, e ativa na igreja, inclusive professora secular a
quem chamarei de Fátima. Porém, mesmo assim, ainda tinha
dificuldades de superar o problema. Num certo dia terminado o culto
subi para o gabinete o pastoral. Logo em seguida entraram duas irmãs,
74
eram Fátima e Diana. Como eu era novo no pastorado daquela igreja e

não conhecia a todos. Fátima apresentou-me a Diana e disse-me que
ela queria conversar comigo. Fátima pediu licença e saiu. E Diana
passou-me a contar alguns problemas e perguntar coisas que por um
momento pensei não ser o que ela tinha vindo conversar. Procurando
falar com muito jeito, perguntei-lhe: Diana, será que você tem alguma
outra coisa a mais pra me dizer? Se tiver, fique a vontade. Eu sei que
não é nada fácil às vezes desabafar. E ela me contou que de que como
se convertera a Cristo e abandonara vícios, bailes, e o adultério. E
passou a viver para seus filhos e esposo. Pois antes abandonava os
filhos na casa da mãe e fugia para os bailes e só voltava as altas horas,
ou só no dia seguinte. Seu marido tomara conhecimento dos bailes que
freqüentava enquanto trabalhava. Porém nunca de seus constantes
adultérios. Cansada já de tanto pecar sem nunca ter sido surpreendida,
embora seu marido desconfiasse. Ela ouviu as Boas Novas de Cristo,
creu e abandonou toda aquela vida de promiscuidade, porém o pecado
deixara feridas bem abertas em sua alma. Um estigma do qual a mesma
não conseguia fugir. E ela me perguntava o que fazer. Contei-lhe que
tinha sido muito bom ela está ali buscando ajuda, Deus a havia trazido
aquele lugar. Contei-lhe que seu problema já havia sido resolvido
(perdoado) com Jesus Cristo na cruz do Calvário, quando ela creu e o
aceitou, e que ninguém tinha o direito de estender-lhes o dedo, e passei
a apresentar-lhe algumas passagens bíblicas que mostravam isso: Rm
5.1; Jo 1.7; 2.1. Expliquei-lhe que ela havia morrido com Cristo para o
pecado e para o mundo, no momento em que creu, e quem morreu está
justificado do pecado Rm 6.1-7. O rosto de Diana iluminou quando
creu no que eu lhe disse, e das lágrimas de vergonha e convicção de
pecados, passou a chorar de alegria e a sorrir entre lágrimas. Aquele
ambiente ficou impregnado da presença de Deus, e Ele me orientou
orar por ela e dizer-lhe: Deus está sarando as feridas de seu coração.
Ao despedir-se me disse, estou saindo leve, mais leve do que quando
entrei.
Quantas pessoas não se abrem por falta de confiança no obreiro,
ou noutra pessoa, muitas vezes por timidez ou medo de expor-se. Pois
os mesmos comentaram algum segredo de outrem, ou coisa privada da
vida da vida alheia, daquilo que foi compartilhado num
aconselhamento ou gabinete pastoral. Magoando mortalmente um
coração que se torna quase inconquistável, veja o que disse Salomão,
em Provérbios 18:19: O irmão ofendido é mais difícil de conquistar do
75
que uma cidade forte; e as contendas são como ferrolhos de um

palácio. Outro problema comum é a falta de empatia, normalmente
quando alguém conta de seus traumas busca não só ser ouvido. Mas
que quem o ouça e sinta empatia. Empatia segundo o Dicionário
Aurélio Eletrônico é definido como, tendência para sentir o que
sentiria caso se estivesse na situação e circunstâncias experimentadas
por outra pessoa. Não encontramos essa palavra na Bíblia, porém
temos outra de igual importância, que é consolação, no grego
(paraklesis), que é se por ao lado de alguém o encorajando. Podemos
entender também modernamente como: ouvir com atenção, se por no
lugar de, é demonstrar compreensão, é emitir encorajamento bíblico, é
orar pela pessoa como se estivesse orando por si mesmo. Este é o
verdadeiro aconselhamento bíblico, não é emitir opinião pessoal, mas
todo o conselho de Deus, de forma bíblica e prática sob a unção do
Espírito Santo. Isto é aconselhamento pastoral. É DAR ÁGUA PURA
E VIVA AO SEDENTO. Busque alguém que possa ajudá-lo dessa
forma, lembrando que, a pessoa ideal é o seu pastor, pois foi a pessoa
quem Deus vem preparando para isso através de árduas experiências.
Ou alguém reconhecidamente experiente na fé e na área de
aconselhamento, (lembrando que nem todos os crentes possuem esse
dom, Rm 12.8a). Outra sugestão é que a pessoa seja do mesmo sexo,
para não cair em laço do diabo. Se não vigiarmos satanás facilmente
pode despertar sentimentos e impulsos que devem ser contidos, quando
se trata de pessoa de sexo oposto. Lembrando que deve ser pessoa que
esteja em plena comunhão com a Igreja e seu pastor, por causa dos
(1)
Absalões espirituais.
_______________
(1) Absalão foi filho de Davi que tentou usurpar o trono de seu pai, furtando o coração
do povo, atendendo o povo colocando-o contra seu próprio pai que era o rei de Israel
dizendo: Ah! Quem me dera ser juiz na terra, para que viesse a mim todo homem que
tivesse demanda ou questão, para que lhe fizesse justiça! 2Sm 15.1-12.
(2) Cindi Jacobs, Possuindo as portas do inimigo.
76
O HOMEM ESPIRITUAL
Conforme falamos anteriormente, a mente do homem espiritual
é a mente de Cristo, 1Co 2.16. Pois ele procura pensar, sentir, e agir
como Jesus Cristo quando esteve entre nós. Para ser sincero não é
muito fácil descrever um homem espiritualmente maduro. Pois, o
próprio Jesus disse: O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas
não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido
do Espírito, João 3:8. Paulo a este respeito falou algo bastante curioso,
quando disse, o homem espiritual discerne bem todas as coisas, mas de
ninguém é discernido. Por ele ser espiritual, inicialmente isso quer
dizer que ele nasce do Espírito, presta atenção às coisas do Espírito, e
inclina-se para as coisas do Espírito, Rm 8:5. Ele julga todas as coisas
corretamente, todas as coisas espirituais, tanto o bem quanto o mal, Hb
5.14. Ele não é julgado por nenhum homem; posto que o homem
mundano (natural) não é iluminado pelo Espírito Santo. Assim sendo,
o homem natural não julga corretamente as coisas relativas ao homem
espiritual. Porquanto o homem espiritual age de acordo com princípios
que lhes são alheios.
Agora falaremos de sete características principais de um
homem espiritual (gr. pneumátikos). Na verdade estou certo de que
enquanto você lê, fará uma análise de si mesmo diante de Deus. Se
você é de fato uma pessoa espiritual ou não. Evidentemente se faltar
alguma ou algumas qualidades você notará, e saberá como orar, e o
que fazer para tornar-se um homem pneumátikos. Para encorajá-lo
devo lembrar-lhe que assim como um homem que para chegar à idade
madura deva ter uma boa alimentação e tempo, também, igual modo, é
o homem espiritual. Porém, devemos persistir tenazes e
perseverantemente nesta senda. DEUS está sempre nos encorajando a
aprendermos suas lições dizendo: olhe para Jesus, ouça o que Ele diz e
continue meu filho, continue meu filho, não desista, mas continue.
7.1 - É uma pessoa de fé.
(1) Definição de fé segundo a Bíblia. Falar sobre fé até que não

é difícil. O difícil, e todos concordam, é viver de acordo com ela, pois
são tantos os impedimentos, que tenho a impressão que muitos dos que
se dizem cristãos, não vivem por fé. Podem até descrevê-la recitando a
77
definição de cor dada em Hebreus 11.1: “Ora, a fé é a certeza de

coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem”. Porém
viver como justo é algo incompreensível e distante da realidade do
homem caído. Mas é como se vive para Deus, Rm 1.17; Gl 3.11; Hb
10.38.
(2) O caminhar de um homem espiritual é um caminhar de fé

como o de Abraão. Não podemos descrever um homem ou mulher
espiritual sem nos lembrarmos de grandes homens de Deus do passado.
A Bíblia é um livro de biografias de homens de fé. Homens que
devemos atentar para suas vidas e seguirmos o seu exemplo. O escritor
aos Hebreus fala de tais homens dos quais o mundo não era digno
deles, Hb 11.38. Homens de Fé como: Abraão (Gn 15.6; Rm 4.3; Gl
3.6; Tg 2.23), Moisés (Hb 11.23,24), Estevão (At 6.5), Barnabé (At
11.24) e Paulo (Tt 1.1). E hoje existem muitos assim, pois o Espírito
Santo trabalha incansavelmente. Muitos destes vivem no anonimato,
mas no céu veremos o quanto foram poderosos diante de Deus,
enquanto viviam aqui na terra bem pertinho de nós.
Quando a Bíblia fala de Abraão como um homem de fé, e que
por meio dela alcançou justiça, Gn 15.6. Não se refere a um corpo de
doutrina bem organizado, do qual chamamos credo ou profissão de fé,
que ele tenha recebido. Nos dias de Abraão não existia essa coisa de
credo ou profissão de fé. Mas o vemos caminhando por fé para um
lugar o qual não sabia, mas que receberia por herança. Porém ele
obedeceu a Deus: Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim
de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber
aonde ia, Hb 11.8. O homem espiritual, nascido da água e do Espírito,
é assim: nunca viu o céu onde Deus habita, não sabe onde é, mas
aprendeu como se chega lá. É pela fé.
(3) A vida de um homem de fé, é uma vida de renuncia. Sobre

Abraão, escritor aos Hebreus diz: Pela fé, peregrinou na terra da
promessa como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e
Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa, Hb 11.9. A vida do
homem espiritual é uma peregrinação nesta terra. Embora tenha pátria,
vive como peregrino na pátria onde mora. Mesmo como peregrino em
sua pátria, vive como se não a tivesse, e é fiel a ela. Porém, mesmo
quando está em outra que não é a sua natal, ele ainda tem pátria. Pois
também é cidadão dos céus. A vida de fé de um homem espiritual é
78
assim, marcada pela renuncia tais como, deixar terra, casa dos pais,
parentela, Gn 12.1; tudo isso por amor e submissão a Deus. Na
confiança de algo melhor para si e sua família. A igreja de Jesus
Cristo, conhece imediatamente quando alguém é cheio de fé. E são
estes que ela escolhe para lhe servir como obreiros: “O parecer
agradou a toda a comunidade; e elegeram Estevão, homem cheio de fé
e do Espírito Santo”, At 6.5a Outrossim, a renuncia pode ser tal, que
chega ao *absurdo de suportar pedradas e abrir mão da própria vida,
por causa desta convicção. Este é o exemplo de fé que nos deixou o
primeiro mártir cristão, Estevão,. veja como Lucas o descreve: “E
apedrejaram a Estevão, que em invocação dizia: Senhor Jesus, recebe
o meu espírito. E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz:
Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu,”
At 8.59-60.
7.2 – É uma pessoa cuja alma e espírito, foram divididos pela

penetrante Espada do Espírito e por Ele próprio.
(1) O ideal do plano de Deus é que em toda a nossa vida o

sirvamos em espírito e em verdade.
Quando aceitamos a Jesus Cristo como Senhor e Salvador de nossas
vidas nos tornamos templo do Espírito Santo. Pois Ele passa a habitar
em nós. O nosso homem interior está constantemente adorando a Deus.
E essa vida de adoração não se prende a lugar ou tempo. Todo lugar é
lugar de adoração e todo tempo também é tempo de adoração. Foi o
que nos ensinou Jesus quando disse a mulher samaritana, que nem
naqueles montes ou em Jerusalém se adorariam, mas os verdadeiros
adoradores, adorariam ao Pai em todo lugar, quer dizer: “Mas vem a
hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai
em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para
seus adoradores” João 4:23 .
Portanto, servir a Deus em espírito, é diferente de servir a Deus
na alma. Cremos que é na alma humana o lugar onde habita a carne,
pois esta, está ligada ao mundo, e esta é inimiga da vontade de Deus,
Rm 7.18-20; 8.7. Embora devamos ser santificados corpo, alma e
espírito (1Ts 5.23) , devemos viver, servir e adorar a Deus em espírito,
pois é o que Jesus nos ensinou, Jo 4.23. Servir a Deus na alma, é de
certo modo servir na limitação humana. E quem suportará viver assim?
Posto que é ela que nos liga ao mundo caído em que vivemos. Mas
79
servir a Deus em espírito, é ser tocado, é ser sensibilizado, e é ser

dirigido pelo Espírito Santo em nosso homem interior. Pois ele depois
de lavado no sangue de Jesus e santificado pelo Espírito Santo; tanto
tem prazer na lei de Deus, quanto é renovado de dia em dia por Ele,
Rm 7.22; 2Co 4.16. Enfim, é servir a Deus assim é servi-lo segundo o
seu poder que em nós opera, Ef 3.20. Paulo orava a Deus para que os
crentes em Éfeso fossem fortalecidos no homem interior, isto é, em seu
espírito: “para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que
sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem
interior” Efésios 3:16. Quando entendemos isso, vivemos numa
dependência e comunhão interior, maior, e constante com o Espírito
Santo. Pois é Deus Pai quem opera por meio do Espírito Santo, tanto o
querer como o efetuar segundo a sua boa vontade, Fl 2.13. E
finalmente, é desta feita que nos tornamos homens e mulheres deveras
espirituais, pois a nossa alma foi separada do nosso espírito. Mas como
se divide a alma do Espírito? É o que estudaremos agora.
(2) Como se divide a alma do espírito, para que possamos

servir a Deus de maneira eficaz? Quero dizer que esta divisão da alma
e espírito aqui, nada tem a ver com projeção astral. A projeção astral
trata-se da prática espírita da separação do espírito humano do corpo
físico, efetuada através da meditação e com a ajuda de demônios;
através da qual a pessoa (espírita ou bruxa) vai onde quiser ligada por
um fio de prata, Ec 12.6. Toda e qualquer prática espírita, com ajuda
de demônios são veementemente reprovadas na Bíblia e conduzem ao
inferno. Mais detalhes sobre o assunto recomendamos a leitura do
livro: NOVA ERA, o que é? De onde vem? O que pretende? – Marco
André –Editora Betânia; sugiro outro também que é: Prepare-se Para a
Guerra – Dra. Rebecca Brown – Daprewan Editora.
A Palavra de Deus é a Espada do Espírito, ela faz parte da
armadura de Deus confiada ao crente para lutar pelo seu reino. Em
Efésios 6:17 diz: “Tomai também... a espada do Espírito, que é a
palavra de Deus”. Esta Espada penetra no interior do ouvinte ao ponto
de dividir alma e espírito, conforme Hebreus 4:12 Porque a palavra
de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de
dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e
medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do
coração (RA). Na versão de Almeida Corrida fica difícil ter essa
compreensão, pois nela está traduzido da seguinte maneira: “e penetra
80
até à divisão da alma, e do espírito” (RC). Todavia, nas versões:

Atualizada e Contemporânea temos uma melhor compreensão do
pensamento do escritor sacro.
A fim de maiores detalhes sobre o assunto, transcrevo sobre o
assunto algo trabalho de PARACLETOLOGIA do mesmo autor: “A
espada comum é assassina, mata o homem fisicamente; porém, a
Espada do Espírito, dá ao homem vida espiritual por meio de seu poder
transformador. Quantos permanecem numa vida de pecado até serem
traspassados ao lugar mais íntimo de sua alma pela Palavra de Deus!?
Quantas vidas são libertas pela Palavra ministrada por alguém sob
poderosa unção do Espírito Santo!? A espada comum pode penetrar,
traspassar e dividir as juntas e medulas do corpo físico, mas não podem
penetrar a ponto de dividir a alma do espírito, que vem através da
revelação da Palavra efetuada pelo Espírito, Hb 4.13. A revelação é o
Senhor, o Espírito Santo, penetrando no homem interior com sua luz
intensa (a Palavra) e mostrando nossa real condição diante de Deus.
Cuja finalidade é encorajar o homem a receber e permanecer em
Cristo, libertando-o da condição de “homem natural” até chegar à
condição de “homem espiritual” através da submissão ininterrupta ao
Espírito Santo. O mesmo Espírito que operou eficazmente em Jesus,
Pedro, Paulo, John Wesley, Charles Finney, e outros utilizando sua
Espada para libertação de vidas, nos capacita também de igual modo,
caso queiramos e o busquemos com esforço e nos afadiguemos para
isto: “para isso é que eu também me afadigo, esforçando-me o mais
possível, segundo a sua eficácia {do Espírito} que opera
eficientemente em mim” – Cl 1.29.
7.3 – Uma pessoa que de fato morreu com Cristo para o mundo e
suas paixões.
(1) Não há outra maneira de morrer para o mundo a carne e

suas paixões senão pela fé. Esta fé é crer que quando se aceita a Jesus
Cristo como Senhor e Salvador, morremos com Ele na cruz do
Calvário e, através dele vivemos para Deus mediante a sua
ressurreição. A cruz não é só lugar de humilhação e sofrimento, acima
de tudo é lugar de morte. A cruz era a pior forma de castigar alguém
matando-o imposta por Roma, portanto a cruz na vida do crente, é a
nossa morte de cada dia para o mundo e a carne. Portanto, seguir
Jesus é já estar morto: “Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a
81
si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me”, Lucas 9:23 .
Desta feita não somos mais escravos do pecado e de satanás, porquanto
pelo sangue de Cristo satanás não tem mais qualquer direito sobre nós,
Ap 12.11. Já morremos lembra-se? “sabendo isto: que foi crucificado
com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja
destruído, e não sirvamos o pecado como escravos; porquanto quem
morreu está justificado do pecado” Romanos 6.6-7.
(2) Esta morte nos deixa livres para vivermos para Deus.
Enquanto vivemos em nosso egoísmo natural estamos mortos para
Deus. Logo precisamos morrer para podermos espiritualmente viver
para Deus. Quando morremos estamos livres para Deus. Vou ilustrar
isso da seguinte maneira. Conheci certa irmã que é uma pessoa alegre é
deveras agradável. Esta senhora contou-nos que muitos anos atrás ela
era casada com um homem que a impedia de ir a uma igreja evangélica
e servir a Deus de forma bíblica como ela cria. Dessa forma ela não se
sentia completa, mas havia um vazio em sua vida. Porém, com o passar
dos anos ele veio a falecer. E assim ela passou a servir a Deus
freqüentando uma igreja evangélica próximo a sua casa. Lá ela
conheceu outra pessoa com quem veio a contrair novas núpcias, um
cristão ativo que mais tarde veio tornar-se obreiro no ministério da
igreja onde ambos servem a Deus. Agora ela vive alegre e feliz. Pois,
tanto serve a Deus, como desfruta de um novo casamento.
Se seu marido tivesse vivo poderia contrair novas núpcias? É
claro que não, pois isto se constituiria em adultério. Mas vindo ele a
falecer, logo ela ficou livre para casar-se de novo. Assim de igual
modo morremos com Cristo para a lei do pecado, a carne. Porém
ficamos livres para estarmos ligados a Cristo Jesus, e produzirmos
frutos para Deus. Leia atentamente o que Paulo diz a respeito:
“Porventura, ignorais, irmãos (pois falo aos que conhecem a lei), que
a lei tem domínio sobre o homem toda a sua vida? Ora, a mulher
casada está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive; mas, se o
mesmo morrer, desobrigada ficará da lei conjugal. De sorte que será
considerada adúltera se, vivendo ainda o marido, unir-se com outro
homem; porém, se morrer o marido, estará livre da lei e não será
adúltera se contrair novas núpcias. Assim, meus irmãos, também vós
morrestes relativamente à lei, por meio do corpo de Cristo, para
82
pertencerdes a outro, a saber, aquele que ressuscitou dentre os

mortos, a fim de que frutifiquemos para Deus”. Romanos 7.1-4
Portanto, assim vive o homem espiritual, de fato ele não vive

mais, mas Cristo vive nele: “logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo
vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no
Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim”
Gálatas 2:20. Imagino que você está se perguntando: Mas porque que
muitos cristãos vivem uma vida derrotada? E outros tantos não
conseguem desenvolverem-se na fé? Sem entrar em muitos detalhes,
afirmo-lhes objetivamente que, às vezes por falta de discernimento,
vigilância e/ou oração: muitos tomam de volta o fardo do pecado. E o
carregam consigo vivendo uma vida triste e sem brilho. Quando você
pecar confesse seu pecado e pronto. Está perdoado! Irmão, em nome
de Jesus largue o fardo! Lembrando que quem está morto não vive
pecando, “Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de
pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não
pode viver pecando, porque é nascido de Deus” 1Jo 3.9. Portanto,
achegue-se diante da cruz de Cristo e veja-se crucificado com Ele,
observe que era essa imagem que Paulo trazia consigo em sua mente:
“Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver
para Deus. Estou crucificado com Cristo”. Gálatas 2:19
“Mas longe esteja de gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus

Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o
mundo”. Gálatas 6:14
7.4 - É uma pessoa que aprendeu a andar em Espírito.
O caminhar original do homem é um andar lado a lado do seu

Deus nas alturas, nas regiões celestiais, na sublimidade, santidade e
glória concedidas por Deus. Sabemos, porém que, tudo isso foi
arruinado por causa do pecado. O homem em seu estado natural de
desobediência anda segundo a carne. Todavia, agora libertos pelo
poder da obra de Jesus Cristo na cruz do Calvário, o homem espiritual
anda dia a dia em Espírito. Este “andar em Espírito” não se refere ao
espírito humano, e sim, ao Espírito Santo. Quando Jesus estava com
seus discípulos eles andavam e aprendiam diretamente com Ele. Mas
83
chegou a hora em que Jesus Cristo teve de partir, porém não os deixou
órfãos, mas enviou o outro Consolador. Esta palavra que em nossas
Bíblias é traduzida como consolador vem grego (parácletos); e
significa ajudador, advogado, consolador, conselheiro. Também tem o
sentido de alguém que se põe ao lado de outrem ajudando e
encorajando-o. Assim sendo, podemos definir que andar em Espírito é,
andar acompanhado e em comunhão direta com Ele. De modo
semelhante como ao de Jesus com seus discípulos. Não tem como
andar com o Espírito Santo e permanecer o mesmo. Pois a sua
influência poderosa e santificadora nos molda a imagem do nosso
Mestre Jesus.
Imagine, se você caminha com alguém com quem está de fato
ligado; você conversa, compartilha sua vida, bem como a pessoa à vida
dela com você; trabalham juntos, etc. Isso é comunhão (gr. koinonia).
Se ao andar com alguém que nos é parceiro temos um lucro maior em
termos materiais; o que se dirá em termos espirituais ao andarmos com
o Espírito Santo? “Melhor é serem dois do que um, porque tem melhor
paga do seu trabalho”, Ec 4.9. Vou ilustrar com o fato interessante
que certa irmã me contou tem poucos dias. Ele contou que estavam
com seu marido que não é evangélico conversando com um colega de
trabalho. Seu colega estava dentro de seu carro e falava da depressão
que estava passando e que por várias vezes pensou em se suicidar.
Naquela hora ela aproximou-se daquele homem tomada de um senso
de urgência, pois segundo ela, o Espírito ordenou-lhe: fala com ele. E
ela falou com autoridade e ira: Você já pensou em sua família? Você já
pensou em sua alma? Você já pensou que se fizer isso vai prestar
contas a Deus também de sua vida? Você precisa ter um encontro com
Jesus e ir a uma igreja evangélica. Depois de alguns meses ela
encontrou aquele homem, e ele perguntou-lhe: você se lembra daquele
dia que você me disse aquelas palavras? Lembro – Respondeu. Não
gostei, fiquei muito chateado e fui embora. Mas eu que saiba que já
aceitei a Cristo e hoje freqüento uma igreja evangélica. Ela disse:
glória a Deus! Essas coisas não acontecem toda hora, mas no homem
espiritual isso é mais freqüente. Portanto, devemos estar abertos à
orientação do Espírito Santo.
Quero relembrar aqui, que maior prova de que alguém anda de
fato em Espírito, são as virtudes de Jesus Cristo por meio de sua vida.
O homem não vive, porém Cristo vive por meio dele. É o que veremos
a seguir.
84
7.5 – É uma pessoa cheia do Fruto do Espírito Santo.
Como o homem espiritual não é mais um novato na fé ou bebê

um espiritual. Mas é uma pessoa que aprendeu a andar em Espírito,
nele frui de maneira farta o fruto do Espírito. Entretanto, isso não quer
dizer que é impecável. Ou que tenha de modo pleno todas as virtudes
descritas nas linhas abaixo. Porém, o fruto é a maior prova que Deus
está de fato na vida de alguém. Portanto, assim como se conhece uma
boa árvore pelos seus frutos, de igual modo são aqueles que se dizem
espirituais. É bom lembrarmos que, assim como num mesmo cacho de
uva nem todos os bagos tem o mesmo dulçor; semelhantemente no
cristão nem todas essas virtudes estão plenamente aperfeiçoadas.
Todavia, estão presentes em sua vida. Uma em maior e outras em
menor grau.
(1) Amor “gr. ágape”. Esta é a virtude ou

o caminho mais excelente, 1Co 12.31b, em que
estão inseridas todas as demais virtudes acima
citadas. Por exemplo, o “ágape” é paciente,
sofredor, benigno, não invejoso...” 1Co 13.4. O
amor busca o bem estar alheio de maneira
desinteressada e sacrificial, é também dotado de um elevadíssimo
padrão de justiça. O amor busca agradar a Deus intensamente, por isso
ele deve ser a fonte de todas motivações , planos, trabalhos e
relacionamentos nesta nossa peregrinação, para que a nossa vida seja
completa de sentido, pois Deus é “ágape”, 1Jo 4.16. O amor é
derramado em nossos corações pelo Espírito Santo quem em nós
habita, Rm 5.5. É o próprio Senhor Jesus amando por nosso
intermédio com o amor divino “ágape”, tanto a Deus como aos nossos
semelhantes.
(2) Alegria “gr. chara”. Esta é a virtude cujo coração é

inundado por uma sensação de alegria, profunda baseada na “charis”,
isto é, na graça 2Co 12.9, no amor de Deus, e nele próprio, Fl 3.1.
Esta alegria é a qualidade de ser completamente jovem mesmo sendo
velho. É Jesus alegrando-se por nosso intermédio na pessoa do
Espírito Santo. A “chara” tem um poder de contagiar as pessoas
animando-as em sua caminhada, é uma poderosa arma temos para
desfazermos toda tristeza causada pelo pecado e pelo diabo, pois esta
85
alegria está firmada em coisas perenes (repetimos) na palavra Sl

119.16, na graça, no amor, e no próprio Deus. A chara é o sorriso
sereno e santo de Deus em nossos lábios.
(3) Paz “gr. eirene”. Esta é também uma virtude e sensação

transmitida através da redenção pela graça com base no perdão de
Deus. Porquanto a paz que nos foi roubada pelo pecado e por satanás
lá no Éden, foi nos restituída na obra da redenção por Cristo Jesus
nosso Senhor, e nos é transmitida pelo Espírito de paz, Rm 14.17.
Portanto é tranqüilidade da alma que descansa satisfeita no Senhor SL
23.2; é serenidade da alma que repousa através da justificação de
Nosso Senhor Jesus, Rm 5.1. Note que o pecado “as obras da carne”
são antagônicas a esta paz que descansa na fé em Deus.
(4) Longanimidade “gr. makrotumia”. É a virtude de possuir

uma longa paciência com os erros e defeitos alheios. Como Deus que
nos tolera em nossos pecados, não tendo explosão de ira, cólera. De
modo semelhante devemos ser para com o nosso próximo, Ef 4.2.
Assim como as demais virtudes, a longanimidade é virtude produzida
pelo Espírito Santo, que passa a desenvolver uma paciência longa nos
momentos de tenção, provocação, oposição, não se deixando levar
pela irritação inerente a natureza pecaminosa: “por causa da tua
longanimidade; sabe que por amor de ti tenho sofrido afrontas” Jr
15.15. É a inspiradora paciência de Cristo nos dominando, 2Tm 3.10.
(5) Benignidade “gr. christote”. É a virtude ser gentil gracioso;

é a doçura (ou docilidade) de Cristo em nós através de seu Espírito
Santo tal qual pomba: A benignidade é a docilidade na fala mansa, no
temperamento, no olhar. É a bondade mantida com o coração, com as
emoções evitando magoar o semelhante, o subordinado etc. Martinho
Lutero acerca benignidade disse: “Os seguidores do evangelho não
devem ser inflexíveis e amargos, mas antes gentis, suáveis, corteses e
de fala mansa, o que iria encorajar outros a buscarem sua companhia.
As gentilezas podem disfarçar faltas alheias e encobri-las. A gentileza
sempre se mostra alegre ao dar algo a outros. A gentileza pode dar-se
bem até mesmo com pessoas ousadas e difíceis, segundo aquela antiga
declaração pagã: „Precisas as maneiras de teus amigos, mas não
deves odiá-los‟. Nosso Salvador Jesus Cristo, foi uma pessoa
imensamente gentil, conforme os evangelhos o retratam. Acerca de
86
Pedro, ficou registrado que ele chorava sempre que ele se lembrava da
suave gentileza de Cristo em seus contactos diários com as pessoas”.
(6) Bondade “gr. agathsodeine”. É a virtude associada à

verdade, retidão, prioridade e gentileza. A bondade se difere da
benignidade no seguinte: a bondade e a pratica do que é bom por
disciplina, pela razão; enquanto que a benignidade é a pratica do que é
bom com o coração, é com o sentimento. A Bíblia Pentecostal assim
resume: Zelo pela verdade e pela solidão, e repulsa do mal; pode ser
expressa em atos de verdade (Lc 7.37-50) ou na repreensão e na
comissão do mal, Mt 21.12,13.
(7) Fidelidade “gr pistis”. A palavra “pistis” tanto é traduzida

como fé como fidelidade. Literalmente significava fé, mas por estar
associada a princípios gerais de conduta é traduzida corretamente
como fidelidade, que é a qualidade daquele que é fiel, daquele a quem
se pode depositar fé. Esta fé ou qualidade de ser fiel, honesto,
constante tanto é para com Deus, como para com o homem no dia a
dia. Assim como Deus é fiel, sua palavra é fiel, o Espírito Santo
trabalha produzindo esta qualidade esta qualidade tão nobre.
(8) Mansidão “gr. prautes”. É a qualidade de quem é manso. É

na oposição reunir coragem para suportar críticas e provocações,
como Moisés suportou, Nm 12.3; com Ex 32.19,20. A mansidão é
virtude inspirada através daquele que é “manso e humilde de coração”
Mt 11.29. Na vida dos que buscam seguir suas pisadas. Mansidão não
é covardia nem frouxidão. Para ser manso tem de ser forte, ser
corajoso e reunir mais energia do que aquele que se deixa vencer pela
cólera. A terra pertence aos mansos como herança, disse Jesus, Mt
5.5.
(9) Domínio Próprio “gr. egprateia”. Domínio próprio é a

virtude que evita todo extremo na vida, jamais permitindo ser escravo
de qualquer coisa (vícios), por exemplo: o domínio próprio no comer,
evita a glutonaria; no beber, evita a embriaguez; no sexo, guarda-se da
prostituição, da lascívia, isto é do “apetite sexual desordenado”; no
falar, evita as gritarias, o vício de falar muito e ouvir pouco ou a
ninguém ouvir; no espírito, evita as ambições tais que geram: porfias,
pelejas, dissensões, etc.: “Melhor é o longânimo do que o herói da
guerra, e o que domina o seu espírito, do que o que toma uma
87
cidade” Pv 16.32. Assim como a balança de dois pratos quando

vazias busca o equilíbrio, assim é o cristão cheio do Espírito que se
esvazia das coisas deste mundo – tem equilíbrio.
7.6 - É uma pessoa cheia do Espírito Santo.
Um cristão ser cheio do Espírito Santo é diferente de andar

com Ele. Pois, andar é caminhar tendo-o ao lado. Embora as duas
coisas sejam de vital importância. Pois ambas as coisas implicam na
sobrevivência espiritual da pessoa. Ser cheio do Espírito fala dele de
forma interiorizada, isto é, sua associação com nosso espírito no afã de
nos comunicar a vida de Cristo, e por nosso intermédio. É importante
entendermos que “ser cheio do Espírito não significa apenas ter
interesses espirituais. Ser cheio do Espírito, ficar sob o completo
controle do Espírito, é resultado de uma crise definida de total entrega
e apropriação pela fé por parte do verdadeiro crente, Rm 12.1-2.
Devemos oferecer-nos como sacrifício vivo, ressurreto dentre os
mortos” (Em chamas para Deus – Editora Candeias). O homem sem
ele é vazio, é um deserto. Porém, o homem espiritual possui em seu
interior mananciais de águas vivas, como disse Jesus: “Quem crer em
mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva”
Jo 7.32.
Podemos comparar também um homem espiritual “como os
vasos que antigamente depositava-se água e eram completos, cheios
até a superfície”. Assim é o homem espiritual: “completo de Cristo,
cheio da sua presença, cheio da sua virtude, At 7.55; Gl 5.22; cheio da
sua autoridade, At 13.9-10; pois o Espírito, não fala de si mesmo, Jo
6.13”. Portanto, homens espirituais são vasos de honra no reino e na
casa do Senhor, pois são homens cheios do Espírito Santo, 2Tm 2.20-
21. Quando falamos com alguém assim temos a impressão de estarmos
na presença do próprio Jesus Cristo.
7.7 – É uma pessoa que atingiu maturidade em Cristo.
Dentro do plano divino no Reino de Deus, várias pessoas

contribuem para que alguém chegue a maturidade cristã.
Principalmente, os líderes da igreja, Ef 4.11. Podemos afirmar na mais
absoluta convicção que, é Cristo quem trabalha neles como Oleiro no
barro, a fim deles servirem a Deus por meio do Espírito Santo,
preparando, aperfeiçoando e moldando sua Igreja, Ef 4.12-15. Deus
88
tem preparado e dispensado grandes recursos sobre a mesma para que

todos se tornem homens e mulheres espirituais. Isto é, perfeitos,
maduros, que atingiram uma postura adulta na fé, no pensamento, no
sentimento e nas decisões, (ser imitador pleno de Jesus Cristo).
Vejamos como Deus ajuda alguém chegar a este nível:
Ajuda de Deus por meio dos dons – 1 Coríntios 12:6 E há

diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em
todos.
Ajuda de Deus por meio do Espírito Santo – Filipenses

2:13 porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o
efetuar, segundo a sua boa vontade.
Ajuda de Deus por meio da Palavra – 1Ts 2:13 Pelo que

também damos, sem cessar, graças a Deus, pois, havendo recebido de
nós a palavra da pregação de Deus, a recebestes, não como palavra
de homens, mas (segundo é, na verdade) como palavra de Deus, a qual
também opera em vós, os que crestes.
Esforço consciente - 1 Coríntios 13:11 Quando eu era

menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como
menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de
menino.
Ajuda de Deus por meio de seus obreiros – Efésios 4.11 “E

ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros
para evangelistas e outros para pastores e mestres”.
Esta perfeição o é alcançada (em parte), pois só alcançaremos

a perfeição total quando formos absorvidos por Cristo no
arrebatamento. Porém quando alguém amadurece, abandona as coisas
infantis na fé. Ser maduro é estar no caminho mais excelente proposto
por Jesus Cristo, que é o caminho do amor, descrito pelo apóstolo
Paulo em 1Coríntios 13. Portanto, da mesma forma que a pessoa tem
consciência de que se tornou um adulto mental e fisicamente, e elimina
de sua vida as coisas infantis. De igual modo, é na caminhada da vida
cristã, abandona a carnalidade, 1Co 13.11.
89
7.8 – É uma pessoa que tem discernimento espiritual. 1Co 2.15-16

– “Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo
não é julgado por ninguém. Pois quem conheceu a mente do Senhor,
que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo”.
(1) Discernimento em relação as coisas que são do Espírito de

Deus. O homem espiritual conforme já temos visto é contrastado com
o homem natural que nada compreende. Antes para o homem natural
as coisas do Espírito de Deus lhe parecem loucura. Entretanto, o
homem espiritual não só aceita, mas tem compreensão das “coisas que
são do Espírito de Deus”. Coisas estas que se discernem
espiritualmente.
(2) Discernimento tanto do bem quanto do mal. Uma criança

pequena não tem discernimento perspicaz. Isso faz com que seja objeto
de muito cuidado por parte dos pais. Os pais a vigiam o tempo todo,
para que ela não ponha o dedinho na tomada na parede; ou algo
perigoso na boca; ou ainda, para que a mesma não fique de frente para
o fogão a fim de não entornar panelas de comida sobre si, etc. Os pais
cuidam de si mesmos por terem discernimento das coisas comuns a
vida, que porventura possam por lhes em perigo. De igual modo é o
cristão maduro, ele tem entendimento dado por Deus, podendo julgar
tanto o bem quanto o mal.
“O homem espiritual tem a capacidade de julgar, discernir, de
compreender todas as verdades espirituais, de distinguir entre o falso e
o verdadeiro. É capaz de fazer distinção entre os „sofistas‟ e os
verdadeiros seguidores de Cristo. Pode possuir até mesmo o dom do
discernimento de espíritos” O Novo Testamento Interpretado.
O homem espiritual por sua comunhão e submissão constante a
Deus percebe as estratégias do diabo, discerne o falso do verdadeiro e
vozes que lhe falam a mente, não perde tempo com pensamentos e
preocupações vãs, críticas, etc. E faz como Jó: desvia-se do mal.
Resiste, repreende e expulsa os demônios usando a autoridade do nome
de Jesus. Usa das armas que Deus lhe tem confiado para sua
sobrevivência experiência sobrenatural.
“A esse respeito temos muitas coisas que dizer e difíceis de explicar,

porquanto vos tendes tornado tardios em ouvir. Pois, com efeito,
quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes,
90
novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são

os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes
como necessitados de leite e não de alimento sólido. Ora, todo aquele
que se alimenta de leite é inexperiente na palavra da justiça, porque é
criança. Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que,
pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não
somente o bem, mas também o mal”. Hebreus 5.11
7.9 – É uma pessoa cujas armas são espirituais.
Sua capacidade de discernimento contribui para que seja sempre

dependente de Deus, e use a arma ou armas certas em momento
próprio, assim como fez Jesus. Pois sua autoridade não procede de si
mesmo, mas de Deus. Lembrando que tanto as armas quanto um
espírito ofensivo as trevas se faz necessário porquanto estamos em
território, onde Satanás reivindica direitos. Não que lhe pertença, mas
por que usurpou das mãos do homem que Deus lhe havia entregue. As
armas do homem e mulher de Deus são:
(1) A Palavra de Deus. Na vida cristã tudo começa com a

Palavra, por exemplo: a fé, o novo nascimento, etc. O homem de Deus
medita na sua Palavra de dia e de noite para que tenha poder de fazer a
vontade de Deus da maneira mais concreta possível e possa ser
próspero em seus caminhos.
(2) A oração. Demônios e enfermidades foram expulsos das

pessoas, paralíticos andaram, e mortos ressuscitaram por pessoas
simples como nós. Mas com uma grande diferença que para sempre
mudaram vidas e comunidades inteiras – o fator oração. Elben M. Lenz
César define a prática da oração da seguinte maneira: “A prática da
oração é a arte de entrar no Santo dos Santos e de se colocar na
presença do próprio Deus em espírito, por meio da fé, valendo-se do
sacrifício de Cristo, e falar com Deus com toda liberdade através da
palavra audível ou silenciosa” – Práticas Devocionais, Editora
Ultimato – pg 15.
Ele é uma pessoa cujo interior está continuamente ligado a Deus
em oração. Sempre aberto e oferecendo-se ao Todo Poderoso num
sacrifício vivo por uma causa que o próprio Deus lhe toque e oriente
interceder. Por estar nas regiões celestes em Cristo Jesus, está sempre
91
guerreando ao seu lado, a fim de que o reino de Deus tenha vitória aqui
na terra enquanto o Rei dos reis não vem.
(3) Jejuns. Muita coisa se pode dizer também acerca do jejum,

pois volta e meia alguém vem a mim com muitas dúvidas a respeito.
Quanto ao tempo e as maneiras de como jejuar. Porém não resta
dúvida de que é uma poderosa para soltar as amarras, o cativeiro
espiritual de nós mesmos ou de alguém. Mas que deve ser feito dentro
de certo cuidado. A este respeito quero reproduzir algo abaixo escrito
pelo Pr. Paul (David)Yong Cho em seu livro, Oração a Chave do
Avivamento, quando escreve sobre oração e jejum:
“Pela oração e jejum, podemos concentrar o poder da oração,
dirigindo-o contra nossas concupiscências: a cobiça da carne, a cobiça
dos olhos e a soberba da vida. Assim poderemos ter uma vida santa e
pura diante de Deus. Pela oração e jejum podemos ver destruída essa
cabeça de ponte de Satanás, a que me referi como „quinta coluna‟.
Então, quando vier o príncipe deste mundo, não achará lugar em nós.
O resultado prático do jejum e oração será a manifestação em nossa
vida de uma religião verdadeira e sem mácula. „Porventura não é este
o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as
ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces o jugo?
Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e
recolhas em casa os pobres desabrigados, e se vires o nu, o cubras, e
não te escondas do teu semelhante?‟ (Is 58.6,7). O jejum pode romper
as ligaduras da impiedade, libertar os oprimidos e produzir completa e
total libertação.
Temos aí a ordem de despedaçar „todo jugo‟. Quando vemos
outros sob pesado jugo, ou nós mesmos no sentimos subjugados,
podemos desfazer o jugo com jejuns e orações. Quer sejam problemas
de saúde, de relacionamento na família ou nos negócios, eles podem
ser removidos.
(4) Louvor. O homem espiritual tem cânticos espirituais e

salmos entoados que procedem de um coração tocado pelo Espírito de
Deus. Este louvor, cuja música e letra são inspiradas por Deus, tanto
agrada o coração dele, como nos revigora espiritualmente. Outrossim,
não resta dúvida que quando alguém está sob o ataque de Satanás, o
Senhor dissipa todo mal através do louvor. Pois o mesmo é uma
declaração de fé, de dependência e amor ao nosso Deus. Lembremos
92
que quando Paulo e Silas foram presos, talvez tivessem muito o que
lamentar e reclamar, porém resolveram louvar ao Senhor.Então o
Senhor Deus agradou-se tanto, que parece ter descido a terra para ouvi-
los de pertinho. O que aconteceu então? Aconteceu que como Deus
pisasse a terra ela começou a tremer: as prisões e algemas se abriram.
Quando louvamos a Deus, e abre prisões e algemas materiais e
espirituais. Não só as nossas, mas daqueles que estão a nossa volta (...
soltaram-se as cadeias de todos, At 16.26), outro também foi o caso do
carcereiro que desesperado pensou em matar-se, pois ele pensava que
os presos tivessem fugido. Ao mesmo tempo o mesmo foi tomado de
convicção de pecados, e aproximou-se de Paulo e Silas e prostrado
veio a célebre pergunta: “Senhores, que devo fazer para que seja
salvo? Responderam-lhe: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua
casa.” At 16.30-31. Tal é o poder do louvor. O homem espiritual
louva orando, evangelizando, sofrendo, pois reconhece ser uma eficaz
arma para despedaçar todo o jugo imposto pelo inimigo.
(5) O testemunho. O homem espiritual através de sua convicção

interior, das suas palavras (confissão), e das suas atitudes que operam
entre si de modo harmônico, vive um bom testemunho. Esse bom
testemunho é como um grito de guerra, pois fala muito alto: penetra
fundo nos corações como uma linda melodia. A palavra que no Novo
Testamento é traduzida como testemunho vem do grego martyreo e
significa: ser testemunha daquilo que viu ou ouviu; dar bom relatório.
Encontramos a mesma no seguinte texto: Atos 4:33 Com grande
poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor
Jesus, e em todos eles havia abundante graça. O homem espiritual
vive de tal modo que suas palavras são cheias de poder, convicção e
autoridade.
O nome de Jesus é uma procuração assinada por ele para nosso

uso no dia a dia. Esta procuração, porém só tem valor em harmonia
plena com a fé e comunhão com seu Santo Espírito. Quem recebe um
discípulo de Jesus Cristo em nome dele, recebe Ele próprio, Mt 18.5;
quem se reúne em nome de Jesus, ele está presente no meio deles,
ainda que sejam duas ou três pessoas apenas, Mt 18.20; quem ora ao
Pai em nome de Jesus tem garantia de ser ouvido, Jo 14.13,14; 16.23;
24,26; quem nele crê, em seu nome expulsa os demônios, fala novas
línguas e cura enfermidades. Esse crer não é saber que Ele existe e é
93
salvador, é antes uma renuncia dia a dia de si mesmo a fim de agradá-

lo. Quando os maus pensamentos o sobrevêm ele os leva cativos a
Cristo e, os expulsa em nome de Jesus. O nome de Jesus é, portanto,
uma arma poderosa arma do crente. Eu particularmente tenho uma
preocupação toda especial de ensinar os novos convertidos a fazerem
um uso ativo do nome de Jesus. Porquanto são muitos os ataques, na
mente, nas finanças, na família por parte dos demônios. Todavia, não
podemos recuar, mas temos que tomar a ofensiva indo contra eles
amarrando-os, e repreendendo-os, e expulsando-os, em nome de Jesus.
94
BIBLIOGRAFIA
Bíblia On Line 3.0; Everaldo Fraga, A Outra Face do Ser
Humano – Edição do Autor; Watchmam Nee, A Liberação do
Espírito – Editora CLC; Hal Lindsey, Satanás Está Vivo e Ativo
no Planeta Terra – Edit. Mundo Cristão; Larry Lea, As Armas da
Sua Guerra – Editora Betânia; Cindy Jacobs, Possuindo as Portas
do Inimigo – Editora Atos; Paul Yong Cho, Oração a Chave do
Avivamento – Editora Vida; Wesley Duewel, Em Chamas Para
Deus – Editora Candeias; Dra. Rebecca Brown, Prepare-se Para
a Guerra – Danprevan.
95
LEIA TAMBÉM DO MESMO AUTOR
 Família Cristã, Sob uma Perspectiva Ética.

 Trazendo Ânimo aos Corações.
 Rios de Água Viva.
 Estudos no Apocalipse, Capítulo por Capítulo.
 Carta aos Romanos
96

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Basiléia Theos em Você

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Pereira, Ronaldo Batista.

1. Vida cristã. I. Título.

2ª Edição – Maio de 2008

As citações bíblicas foram extraídas da Edição Ferreira de

Todos os direitos reservados

Impresso no Brasil nas oficinas da Tesouro Laser – Rio

Quero dedicar carinhosamente este trabalho à memória de

Rio de Janeiro (RJ), junho de 2007.

Fiquei muito alegre por ter sido o escolhido entre

Conhecendo o autor como eu o conheço, fica mais

Sei que vencer batalhas quando tudo é contrário não

Os originais do livro tem sido de uma grande

matéria curricular do curso Médio em Teologia, do

Recomendo a leitura, o estudo e a vida prática que se

Dr. Pedro Quezada

2Coríntios 4:6 “Porque Deus, que disse: Das trevas

Embora a “terra” de nossos corações fosse endurecida, Deus

7.2 – É uma pessoa cuja alma e espírito, foram divididos

A MENTE QUE POSSUIMOS

1.1 – Um grandioso arquivo

O Senhor, Deus eterno, quem criou o Universo, é o mesmo que criou a

1.2 – A criação e queda da mente humana

No sexto dia da criação o Deus Trino disse: “Façamos o

nos diz ainda a Bíblia que, “Então, formou o SENHOR Deus ao

manifestação do que chamamos hoje modernamente de mediunidade, e

1.3 – Algumas impressões negativas na mente durante nossa

(1) Medo. Segundo o dicionário Aurélio é: Sentimento de

(3) Solidão. O Aurélio define como, o estado do que se encontra

(4) Ansiedade. É o “receio sem objeto ou relação com qualquer

se espera para saber se um ente amado sofreu ou não um desastre de

(5) Sentimento de culpa. É a sensação de que se cometeu um

sorrir, mesmo quebrantado, disse-me: agora estou sentindo a presença

(6) Perdão retido. Este trata de outra impressão negativa

um passado mais distante no Calvário, em que ele se depara com a cruz

FONTES QUE INFLUÊNCIAM

As primeiras influências que recebemos vem de nossas

impetrado às nossas mentes através de nossos lares, por melhores que

2.2 – Mundo interior caído.

A nossa alma herdou por meio de Adão aquela tendência

Agora imaginemos o desencadeamento psicológico que Adão

chamado livre arbítrio, foi e é tremendamente manchado e influenciado

“Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em

2.3 – Mundo (a presente era).

Mundo - não nos referimos aqui ao mundo físico (gr. kosmos)

Somos influenciados a cada instante por este mundo onde

“E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela

2.4 – Dos anjos caídos.

Os anjos caídos ou demônios são seres espirituais incontáveis

Quando se fala em demônios fala-se de um mundo espiritual,

Não devemos pensar nisso como uma simples doutrina; ou como um

Vejamos agora outras maneiras de os demônios atuarem:

a) Natureza das atividades dos demônios. Os demônios

influenciando discípulos, Mt 26.23; atuando como espírito de

b) Esfera das atividades dos demônios. Eles atuam nas

c) A atuação dos demônios hoje. À medida que o tempo

2.5 – Da Palavra de Deus.

Sobre a influência e o poder da Palavra de Deus na mente, no

A INFLUÊNCIA DA PALAVRA DE DEUS

3.1 – Empecilhos a influencia da Palavra de Deus na mente.

Os empecilhos são vários que provem de duas fontes