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Série:

NOSSA
MISSÃO
A Edificação do
Corpo de Cristo

DEUS
ESCOLHEU
VOCÊ
PEDRO DONG

ad-nmecc-Livro 1.indb 1 23/09/2022 10:15:58


© 2022 Editora Árvore da Vida

Nossa missão: A edificação do Corpo de Cristo – Livro 1

Título deste volume:


Deus escolheu você

1ª edição - outubro/2022 - 72.500 exemplares

Publicado também em
espanhol, inglês, coreano, francês, italiano e alemão.

Proibida a reprodução total ou parcial


deste livro sem a autorização escrita dos editores.

Todos os direitos reservados à Editora Árvore da Vida

Editora Árvore da Vida


Av. Corifeu de Azevedo Marques, 137 - Butantã
05581-000 - São Paulo - SP
Fone: (11) 3723-6000
www.arvoredavida.org.br
Impresso no Brasil

CITAÇÕES BÍBLICAS
As citações bíblicas são da Versão Revista e Atualizada de João Ferreira
de Almeida, 2ª Edição, salvo quando indicado pelas abreviações:

ARC - Almeida Revista e Corrigida


BJ - Bíblia de Jerusalém
IBB - Rev. Imprensa Bíblica Brasileira
KJA - King James Atualizada
lit. - Tradução literal do original grego ou hebraico
NAA - Nova Almeida Atualizada
NVI - Nova Versão Internacional
TB - Tradução Brasileira

Capa: Willian Miguel


Projeto gráfico e diagramação: Andréia Amorim / Editora Árvore da Vida

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PREFÁCIO
Na contracapa aparece o QR Code “Posso orar por
você?”. Aponte a câmera de seu celular para esse código
e deixe seu nome, endereço, telefone e pedido de oração.
Você será encaminhado(a) para uma central de cuidado
e acolhimento, e uma equipe irá orar por você e cuidar
espiritualmente de você e de sua família.

Você também pode desfrutar do Alimento Diário pelo


EAV Play. Para saber mais detalhes entre em contato
conosco através de nossos canais:

E-mail: editora@arvoredavida.org.br

(11) 3723-6000

Será um prazer atendê-lo(a)!

Assim que se levantar, antes de qualquer outra


coisa, faça uma respiração da vida, invocando
profundamente o nome do Senhor Jesus!
Ao fazê-lo, jogue fora todos os temores, medos,
tristezas e pecados, e receba o Senhor Jesus como
vida, alegria, paz e encorajamento. Invoque:
“Ó Senhor Jesus!” várias vezes, durante todo
o dia.

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BOM DESFRUTE!

INDIVIDUALMENTE
1. Encontre-se com o Senhor de manhã cedo.
2. Leia os versículos propostos para cada dia a fim de ter uma ideia
completa do assunto a ser comentado. Lembre-se de que a Bíblia
explica a Bíblia; por isso, você poderá encontrar citações de muitos
outros livros da Bíblia, além daquele que estamos apresentando
neste Alimento Diário.
3. Leia com oração o versículo proposto para cada dia. Para isso,
cada palavra deve ser repetida, enfatizada e proclamada sem
pressa, como se a estivesse mastigando. Não leia o versículo todo
rapidamente, mas gaste tempo em cada palavra. Não se preocupe
em entender o versículo, mas em “comê-lo”, em tomá-lo pela fé
como alimento espiritual.
4. Sublinhe as frases e palavras que mais o impressionaram no texto
explicativo. Procure resumir o texto do dia em poucas palavras,
se possível, em uma só. Essa palavra, ou palavras, funcionará
como uma chave que lhe abrirá o significado espiritual do texto.
“Rumine-a” durante o dia, repetindo-a e proclamando-a para si
mesmo. Desse modo, o texto que você leu pela manhã servirá de
alimento espiritual todo o dia.
5. Compartilhe aquilo que você ganhou com as pessoas com as quais
se relaciona em casa, na escola, no trabalho etc. Elas precisam da
vida que você recebeu por meio da Palavra.

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BOM DESFRUTE!

NOS GRUPOS FAMILIARES


1. O Alimento Diário é um excelente instrumento para que pequenos
grupos familiares se reúnam, a fim de estudar a Bíblia. Nós os
chamamos de grupos familiares por terem um caráter informal e
de cuidado mútuo entre seus participantes.
2. Um grupo familiar pode ser formado por familiares, vizinhos ou
por amigos que morem próximos a você, ou por seus colegas de
faculdade, de escola ou de trabalho.
3. Procure reunir-se periodicamente com os membros de seu grupo
familiar para lerem juntos o Alimento Diário.
4. Em conjunto, leiam as passagens sugeridas para cada dia, e leiam
com oração o versículo do dia.
5. Compartilhem entre si o ponto-chave de cada um, e procurem
aplicar essa palavra à sua vida cotidiana, às suas dificuldades, à sua
vida familiar e profissional. Torne a Palavra de Deus prática para
você. Dessa maneira, todos participam ativamente e são edificados
mutuamente.
6. Aproveitem a oportunidade para orar juntos por necessidades ou
problemas pessoais.
7. Sempre que possível tragam convidados para a reunião do grupo
familiar. Dessa maneira, mais pessoas poderão ser supridas pela
Palavra de Deus.
Que todos recebam vida em abundância!

Os editores

P.S.: Não se esqueça de dar uma olhada na leitura de apoio,


sugerida no início de cada semana. Ela lhe será muito útil.

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SUMÁRIO

SEMANA 1
INTRODUÇÃO – (EF 4:11-12)
A comissão de Cristo é a edificação da igreja........................................................ 7
A igreja edificada destituirá o governo humano.................................................... 9
A palavra é a presença invisível do Senhor......................................................... 12
A igreja foi ungida para cumprir a grande comissão........................................... 14
O ministério da palavra, dos serviços e da oferta de riquezas materiais.............. 16
Ofertar com alegria e gratidão............................................................................. 18
Aquele que semeia pouco também ceifará pouco................................................ 20

SEMANA 2
BÊNÇÃO ESPIRITUAL NOS LUGARES CELESTIAIS – (EF 1:3)
O grande mistério do universo: Cristo e a igreja................................................. 22
O pano de fundo da Epístola aos Efésios............................................................. 25
A criação de um centro para preparação de missionários em Éfeso.................... 27
As lições aprendidas com o apóstolo Paulo......................................................... 29
A responsabilidade da liderança........................................................................... 31
Santificação subjetiva........................................................................................... 34
Santificação, graça e paz...................................................................................... 36

SEMANA 3
A BÊNÇÃO DO PAI: ESCOLHA E PREDESTINAÇÃO – (EF 1:3-6)
As bênçãos de Deus na dimensão espiritual........................................................ 39
O espírito do homem............................................................................................ 41
A bênção da escolha de Deus – escolhidos para ser santos................................. 43
A bênção da predestinação................................................................................... 46
A revelação da eleição e predestinação de Deus.................................................. 48
A presciência de Deus e a fé ............................................................................... 50
A fé nos leva a obedecer à palavra de Deus......................................................... 52

SEMANA 4
A BÊNÇÃO DO FILHO: REDENÇÃO E ENCABEÇAMENTO – (EF 1:7-12)
Ruminar a palavra profética traz as bênçãos celestiais........................................ 54
Eleitos e predestinados para um propósito........................................................... 57
A glorificação se dá por fazer a vontade do Pai................................................... 60
O operar da glória produz unidade e amor........................................................... 62
Cristo: a sabedoria e a prudência de Deus........................................................... 65
A vontade de Deus se dá pelo encabeçamento de Cristo..................................... 68
Nossa vida se destina a lutar pela vontade de Deus............................................. 71

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SEMANA 1 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Zc 4:7; Mt 16:16-19; 28:18-20; Ef 1:19-23; 4:11-12; 5:27
Ler com oração:
“Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha
igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16:18).

A COMISSÃO DE CRISTO É A EDIFICAÇÃO DA IGREJA


Com muita alegria, iniciamos uma nova série do Alimento Diário,
na qual vamos abordar o livro de Efésios sob o tema geral: “Nossa
missão: a edificação do Corpo de Cristo”. No semestre anterior,
estudamos o livro de Mateus e daremos sequência ao encargo do
livro, que termina com a grande comissão: pregar o evangelho com
a finalidade de edificar a igreja. Convém mencionar que este presente
livro traz como tema para as quatro semanas “Deus escolheu você”.
Este assunto nos remete a uma das bênçãos de Deus Pai – Sua escolha e
predestinação. Desse modo, o autor entendeu que esta bênção ressalta
e encabeça todos os demais assuntos desta presente publicação.
Ao longo desta semana, veremos que Cristo recebeu do Pai a comissão
de edificar a igreja. Como membros de Seu Corpo, cooperamos com
Ele nessa obra de edificação, mas não de qualquer maneira. Seguimos
a direção dada pela palavra profética e nos submetemos ao governo
celestial. Além disso, com vistas à edificação da igreja, somos
aperfeiçoados em servir com excelência e em ofertar com alegria.
Ao ser ungido por Deus, Cristo recebeu a grande comissão de edificar
Sua igreja e estabelecer Seu reino (Mt 16:16-19). O fundamento dessa
edificação é o próprio Cristo, a pedra angular. Todavia a edificação
somente será concluída com a participação de todos os membros de
Seu Corpo, à medida que forem aperfeiçoados (Ef 4:11-12). Concluída
a obra de edificação da igreja, todas as coisas estarão debaixo dos pés
de Cristo (1:22-23), e haverá o fim desta era.
Deus fez Cristo sentar-se a Sua direita, acima de todo poder e
autoridade, e O deu à igreja como Cabeça (Ef 1:19-21). O Senhor
recebeu toda a autoridade no céu e na terra e a deu à igreja, com o
Introdução

objetivo de cumprir a grande comissão (Mt 28:18-20). Portanto essa


é nossa missão. Como membros do Corpo de Cristo, pregamos o
evangelho do reino para resgatar os homens do império das trevas,
introduzindo-os no governo celestial, a fim de que sejam materiais
para a edificação da igreja. 7

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Ilustrar essa obra de edificação por meio de uma figura
não é tarefa fácil, pois não se trata da construção de um
edifício físico. Por isso optamos por este símbolo: um cubo
no centro do triângulo. Vejamos qual é seu significado.
Além de ser a pedra angular, Cristo também será a pedra
de remate (Zc 4:7), quando a edificação da igreja for
concluída. Chegará o tempo do fim, e se iniciará a grande
tribulação. Contudo os vencedores serão guardados
dessa provação, pois terão sido arrebatados para Deus até Seu trono.
Eles virão juntamente com Cristo em Sua parusia, durante a grande
tribulação, que durará três anos e meio.
No final da grande tribulação, acontecerá o maior casamento de
todos os tempos: as bodas do Cordeiro. Esse casamento está descrito
nos versículos a seguir: “Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a
glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si
mesma já se ataviou, pois lhe foi dado vestir-se de linho finíssimo,
resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça
dos santos. Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-aventurados aqueles
que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E acrescentou: São
estas as verdadeiras palavras de Deus” (Ap 19:7-9).
Estes que são chamados às bodas do Cordeiro representam a noiva
que se unirá a Cristo, em uma união orgânica e definitiva. Por isso hoje
estamos sendo preparados como noiva de Cristo. Por meio da palavra,
Deus hoje nos santifica, removendo todos os elementos do pecado, da
morte e da carne, e introduzindo em nós os elementos da natureza santa
de Deus. Assim, naquele dia, como igreja, seremos apresentados como
a noiva a seu Esposo; uma igreja gloriosa, sem mácula nem ruga, mas
santa e sem defeito (Ef 5:27). Cristo e a igreja serão como um só bloco,
uma pedra. E essa pedra será um cubo. Amanhã daremos continuidade
ao significado do símbolo que ilustra o encargo deste semestre.

Pergunta: Como podemos cooperar com Cristo no cumprimento de Sua comissão?


Deus escolheu você

Meu ponto-chave:

Leitura de apoio:
“Daniel: o destino do governo humano” – cap. 4 – Dong Yu Lan.
8 “A igreja desejável” – cap. 6 – Dong Yu Lan.

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SEMANA 1 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Sl 2:1-3; Dn 2:31-35
Ler com oração:
“O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele
reinará pelos séculos dos séculos” (Ap 11:15).

A IGREJA EDIFICADA
DESTITUIRÁ O GOVERNO HUMANO
O livro de Daniel nos conta sobre uma estátua que apareceu no sonho
de Nabucodonosor, rei da Babilônia (2:31). O início da Babilônia
foi Babel (Gn 10), cidade fundada por Ninrode, o responsável por
construir a torre de Babel. O intuito de Ninrode, ao edificar essa
torre, era anunciar a independência do homem em relação a Deus.
Portanto, se, no terceiro capítulo de Gênesis, o homem se desvinculou
do governo de Deus, no décimo capítulo, declarou independência do
Criador. Dessa forma, surgiu o governo humano.
Esse governo, controlado por Satanás, o príncipe deste mundo, um
dia será derrubado. A estátua vista por Nabucodonosor representa o
governo instituído para desafiar a autoridade de Deus, pois o homem
não quer mais submeter-se a ela. Como lemos no Salmo segundo,
os gentios se enfurecem, os reis da terra se levantam, e os príncipes
conspiram contra o Senhor e Seu Ungido, dizendo: “Rompamos os
seus laços e sacudamos de nós as suas algemas” (v. 3). À medida
que o tempo do fim se aproxima, veremos cada vez mais os homens
rompendo o vínculo com Deus e com Sua palavra. O anticristo se
levantará contra tudo o que se chama Deus, colocando até mesmo
sua imagem dentro do santuário, no templo em Jerusalém.
Nós, porém, somos um povo diferente. Somos a igreja levantada
pelo Senhor com o governo celestial. Declaramos nosso desejo de
ser governados pelo Senhor! Queremos o governo de Cristo! Por
meio da edificação da igreja, o governo humano, instituído por
Ninrode, será derrubado.
Vimos que a estátua descrita no capítulo segundo de Daniel
Introdução

representa esse governo. No sonho de Nabucodonosor, a estátua foi


ferida por uma pedra cortada sem auxílio de mãos. Essa pedra é a
igreja edificada, que, unida a Cristo nas bodas do Cordeiro, torna-se
uma só pedra, que “feriu a estátua nos pés de ferro e de barro e os
esmiuçou. Então, foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, 9

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a prata e o ouro, os quais se fizeram como a palha das eiras no estio,
e o vento os levou, e deles não se viram mais vestígios. Mas a pedra
que feriu a estátua se tornou em grande montanha, que encheu toda a
terra” (Dn 2:34-35). O versículo 44 nos revela o que é a montanha:
“Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que não
será jamais destruído; este reino não passará a outro povo; esmiuçará e
consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre”.
Vimos ontem que o símbolo ilustrativo do encargo espiritual deste
semestre é um cubo que está em movimento, representando a grande
montanha, o reino eterno de nosso Senhor Jesus Cristo. Leiamos estes
versículos: “Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira
terra passaram, e o mar já não existe. Vi também a cidade santa, a nova
Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva
adornada para o seu esposo. Então, ouvi grande voz vinda do trono,
dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará
com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles”
(Ap 21:1-3). O versículo terceiro, na Bíblia de Jerusalém, diz assim:
“E Ele, Deus-com-eles, será o Seu Deus”. Portanto nosso Deus estará
para sempre unido ao homem! Aleluia!
Prosseguindo em Apocalipse 21, lemos: “Veio um dos sete anjos
que têm as sete taças cheias dos últimos sete flagelos e falou comigo,
dizendo: Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro; e me
transportou, em espírito, até a uma grande e elevada montanha e me
mostrou a santa cidade, Jerusalém, que descia do céu, da parte de
Deus, a qual tem a glória de Deus. O seu fulgor era semelhante a
uma pedra preciosíssima, como pedra de jaspe cristalina” (vs. 9-11).
Vejamos o versículo 16: “A cidade é quadrangular, de comprimento e
largura iguais. E mediu a cidade com a vara até doze mil estádios. O
seu comprimento, largura e altura são iguais”. Vemos aqui a figura de
um cubo.
Para finalizar, leiamos Apocalipse 22: “Então, me mostrou o rio da
Deus escolheu você

água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do


Cordeiro. No meio da sua praça, de uma e outra margem do rio, está
a árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês
em mês, e as folhas da árvore são para a cura dos povos. Nunca mais
haverá qualquer maldição. Nela, estará o trono de Deus e do Cordeiro.
Os seus servos o servirão, contemplarão a sua face, e na sua fronte está
o nome dele. Então, já não haverá noite, nem precisam eles de luz de
10 candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles,

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e reinarão pelos séculos dos séculos. Disse-me ainda: Estas palavras
são fiéis e verdadeiras. O Senhor, o Deus dos espíritos dos profetas,
enviou seu anjo para mostrar aos seus servos as coisas que em breve
devem acontecer. Eis que venho sem demora. Bem-aventurado aquele
que guarda as palavras da profecia deste livro” (Ap 22:1-7).
Amado leitor, quando a igreja for edificada e Cristo unir-se a ela, não
haverá mais o governo humano. Nunca mais o homem se desvinculará
do Senhor, pois o governo pertencerá definitivamente a Deus e ao
Cordeiro. Esse é o significado do símbolo que ilustra o encargo de
nosso semestre.

Pergunta: Você tem reconhecido o governo de Deus em sua vida?

Meu ponto-chave:

Introdução

11

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SEMANA 1 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mt 16:18-20; 28:18-20; Ef 5:25-27
Ler com oração:
“Um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança, e logo saiu
sangue e água. Aquele que isto viu testificou, sendo verdadeiro o
seu testemunho; e ele sabe que diz a verdade, para que também vós
creiais” (Jo 19:34-35).

A PALAVRA É A PRESENÇA INVISÍVEL DO SENHOR


Neste semestre estudaremos o livro de Efésios, seguindo o
encargo que recebemos do Senhor no Evangelho de Mateus. Nos
últimos capítulos deste, vimos o sofrimento de Jesus, Seu martírio,
Sua crucificação, morte e ressurreição. O Senhor passou por todo
esse processo para gerar a igreja, que foi produzida por Seu sangue
derramado na cruz, e também pela água que fluiu de Seu lado. Na
ressurreição de Jesus, a igreja recebeu o Espírito e, a partir daí, a
grande comissão (Mt 28:18-20).
Já vimos que a comissão foi dada por Deus a Cristo em Mateus
16. Cristo é o Ungido para realizar uma grande missão, que não será
cumprida pelo estabelecimento de uma grande religião. Jesus só se
preocupou em morrer como um grão de trigo, a fim de produzir muitos
grãos. Quando Ele partiu, não deixou na terra um grupo religioso com
milhares de pessoas, mas apenas cento e vinte galileus orando em
Jerusalém. Portanto Sua intenção nunca foi fundar uma religião, mas
dispensar a vida divina. A obra de Deus é feita por Sua vida, e a vida
de Deus vem por Sua palavra. O Senhor disse a Pedro: “Também eu te
digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as
portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16:18). Nós, como
igreja edificada, venceremos as portas do Hades, e, assim, o reino de
Deus será introduzido.
Nossa comissão, portanto, é edificar a igreja a fim de trazer de volta o
Deus escolheu você

reino de Deus para a terra. A fim de cumprir essa comissão, nos últimos
anos temos saído às ruas para orar pelas pessoas, deixando com elas um
livro espiritual e introduzindo-as na rede de cuidado da igreja. Com esse
encargo entraremos no livro de Efésios, que não será apenas um livro
teórico. A grande comissão dada em Mateus nos levará a ter equilíbrio.
Vejamos as palavras do Senhor ao nos comissionar: “Ide, portanto,
fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do
12

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Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28:19). Fazer discípulos é colocar as
pessoas a quem pregamos o evangelho debaixo do governo celestial.
No mundo elas estão debaixo do governo ilegítimo de Satanás. Por
estar sob a autoridade das trevas, não têm paz e alegria, mas vivem
cansadas, aflitas, angustiadas e até mesmo sem razão de viver.
Contudo, ao lhes pregar o evangelho do reino, nós as colocamos sob
o encabeçamento de Cristo. Elas, então, passam a ter um sentido na
vida, assim como nós, que já estamos debaixo do governo celestial.
Além de lhes pregar o evangelho, nós as batizamos em nome do Pai,
do Filho e do Espírito Santo para que estejam em união orgânica com
o Deus Triúno. Quando pregamos o evangelho e uma pessoa crê, ela
é batizada no Espírito Santo. Uma pessoa, ao ser batizada na água, dá
testemunho para si mesma, para o mundo e para todos que a cercam de
que está se unindo ao Deus Triúno. Também as ensinamos a guardar
a palavra. Por um lado, temos a Bíblia (palavra logos); por outro,
precisamos da palavra instantânea (palavra rhema), que sai da boca de
Deus (palavra profética) e nos dá direção. Essa palavra é a presença
invisível do Senhor e estará conosco até a consumação do século.
O apóstolo João testificou que, após a morte de Jesus, um dos
soldados abriu-Lhe o lado com uma lança, e dali saiu sangue e água.
Certamente João conseguiu ver esse detalhe porque estava bem
próximo ao Senhor. O sangue é para a redenção de nossos pecados, e a
água representa a vida de Deus. O Senhor, com Seu sangue, comprou a
igreja e, mediante a água, dispensa vida a todo aquele que crê. A igreja
é santificada por meio da lavagem de água pela palavra, tornando-se
santa, sem mácula nem ruga, mas santa e sem defeito (Ef 5:25-27).
A água só é vista por quem está perto. E como seguimos o Senhor de
perto? Pela palavra! Portanto, se você quer seguir de perto o Senhor,
siga Sua palavra.

Pergunta: O que significa “fazer discípulos”?


Introdução

Meu ponto-chave:

13

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SEMANA 1 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Ef 1:17-23
Ler com oração:
“Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me
foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo”
(Mt 28:18-19).

A IGREJA FOI UNGIDA


PARA CUMPRIR A GRANDE COMISSÃO
O livro de Efésios nos mostra uma visão celestial. Por isso peça
ao Senhor que lhe conceda espírito de sabedoria e de revelação para
enxergar qual é a esperança de Seu chamamento, qual a riqueza da
glória de Sua herança nos santos (1:18). Rogue ao Pai que lhe dê olhos
da fé para ganhar essa revelação.
Logo no primeiro capítulo de Efésios, lemos que o Senhor Jesus
foi ressuscitado por Deus Pai, pela suprema grandeza de Seu poder.
O supremo poder que ressuscitou Cristo dentre os mortos está com a
igreja. Esse poder grandioso O elevou até os lugares celestiais, acima
de todo principado, potestade e autoridade. Cristo recebeu toda a
autoridade no céu e na terra e a entregou à igreja. Que fato grandioso!
Deus já colocou todas as coisas debaixo dos pés de Cristo, mas, para
que toda essa revelação se torne realidade, Deus deu Cristo à igreja
como cabeça. Se olharmos para o mundo, o que falta é governo. E
sem governo o homem é como uma “galinha sem cabeça”. Você já
viu isso? Alguns matam a galinha cortando-lhe a cabeça. Ela ainda dá
alguns passos cambaleando sem rumo e cai. Hoje as pessoas podem
até parecer estar muito bem, considerando sua condição financeira e
status social. Entretanto tudo isso não passa de “fachada”, pois, na
verdade, estão desgovernadas. Sejamos gratos ao Senhor por nos ter
colocado na igreja. Aqui não andamos oscilantes, sem direção. Temos
Deus escolheu você

Cristo, nosso cabeça, que está acima de todo poder. A autoridade de


Deus está conosco, e, desse modo, subjugamos as situações a nossa
volta. Agora nossa responsabilidade é colocar, de fato, todas as coisas
debaixo dos pés da igreja.
A fim de cumprir essa missão, a igreja, assim como Cristo, precisa
ser ungida. E isso aconteceu no dia do Pentecostes: “Ao cumprir-se
o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; de
14

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repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu
toda a casa onde estavam assentados. E apareceram, distribuídas entre
eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos
ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas,
segundo o Espírito lhes concedia que falassem” (At 2:1-4).
Naquela ocasião havia muitos judeus vindos de outras regiões
da terra. Por essa razão, era necessário que aqueles cento e vinte
galileus, cheios do Espírito Santo, falassem em outras línguas, para
pregar-lhes o evangelho na língua pátria deles. E os judeus que
creram foram batizados. Veja a importância de aprendermos outros
idiomas para pregar o evangelho a todos os povos.
Os gentios também foram batizados pelo Espírito Santo, como nos
relata Atos: “Quando, porém, comecei a falar, caiu o Espírito Santo
sobre eles, como também sobre nós, no princípio. Então, me lembrei
da palavra do Senhor, quando disse: João, na verdade, batizou com
água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo” (11:15-16).
Essas passagens nos mostram que a igreja também foi ungida para
cumprir a grande comissão. Portanto não diga que não tem a unção
para pregar o evangelho, porque você, como membro da igreja,
também foi ungido. Sendo assim, leve a cabo sua comissão: pregue o
evangelho do reino, trazendo as pessoas para ser edificadas na igreja.

Pergunta: Qual é sua responsabilidade como membro do Corpo de Cristo?

Meu ponto-chave:
Introdução

15

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SEMANA 1 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mt 27:55-56; Lc 8:2-3; Rm 12:1-8
Ler com oração:
“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis
o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o
vosso culto racional” (Rm 12:1).

O MINISTÉRIO DA PALAVRA, DOS SERVIÇOS


E DA OFERTA DE RIQUEZAS MATERIAIS
O Senhor confirma Sua presença na igreja mediante Seu falar. Por isso o
ministério da palavra é o que possui maior importância entre nós. Somos
privilegiados, pois Deus não nos tem privado de Sua palavra.
Enquanto estava na terra, Jesus percorria as cidades e os povoados
pregando o evangelho do reino. Entretanto esse ministério não se
sustentava sozinho. Havia muitas mulheres que seguiam Jesus e O
serviam. Dentre elas, estavam Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de
José, e a mulher de Zebedeu. Isso demonstra que o ministério da palavra
avançava porque era apoiado pelo ministério dos serviços. Enquanto
Jesus percorria todos aqueles lugares, alguém Lhe preparava o alimento.
Ele multiplicou os pães duas vezes, mas aquela situação não se repetia
todos os dias. Por certo havia homens e mulheres que cooperavam com
Jesus para que Ele pudesse pregar a palavra livremente. Nos dias atuais,
não é diferente. Enquanto ministro a palavra, há muitos irmãos atuando
nos bastidores, preparando o som, as cadeiras, cuidando das crianças.
Portanto, para que o ministério da palavra se desenvolva, o ministério
dos serviços é necessário. Isso deve encorajar-nos a desempenhar com
excelência os serviços na igreja.
Além do ministério dos serviços, há outro ministério de grande
importância. Os evangelhos nos mostram que Jesus pregava nas
cidades e aldeias juntamente com os doze discípulos. Tudo isso
certamente envolvia custos. Por isso algumas mulheres, como Maria
Deus escolheu você

Madalena, Joana e Suzana, prestavam-Lhe assistência com seus


bens. Portanto o ministério da palavra era apoiado pelo ministério
dos serviços e pelo ministério da oferta de riquezas materiais. Juntos,
esses três são como um tripé. Se colocarmos uma cadeira de quatro
pernas em um terreno irregular, não haverá estabilidade. Mas, se
colocarmos ali uma cadeira de três pernas, ela ficará firme. Assim, se
queremos avançar na pregação do evangelho do reino, orando pelas
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pessoas e trazendo-as para a rede de cuidado, a fim de apressar a volta
do Senhor, precisamos desse “tripé”.
Podemos testificar que o ministério da palavra está em franco
desenvolvimento, e os serviços estão acompanhando. Nos últimos
anos, “turbinamos” (potencializamos, incrementamos) várias
ferramentas, como colportagem dinâmica, “Avança, Jovem!”, Fábrica
de Vencedores, Fábrica de Vencedores Kids, mulheres conectadas,
homens de oração, Expolivro, CEAPEs. Por outro lado, a terceira
perna desse tripé ainda precisa ser “turbinada”. O desempenho dos
três ministérios é o que garantirá o funcionamento normal da igreja
como Corpo de Cristo.
À luz dessa palavra, considere apresentar seu corpo para os serviços
da igreja. O Senhor deseja pregar o evangelho, mas isso não acontecerá
se você não colocar seu corpo à disposição para sair às ruas. Praticando
todas as ferramentas mencionadas acima, sua mente será renovada.
Você deixará de servir o Senhor de maneira tradicional e experimentará
a alegria de servi-Lo “fora da caixa”, como melhor Lhe aprouver.
Além de nos apresentar para servir, também precisamos ofertar
ao Senhor com liberalidade. Todavia tenhamos em mente que a
palavra é a referência para servirmos e ofertarmos. É o que nos
ensina Romanos 12: “Tendo, porém, diferentes dons segundo a graça
que nos foi dada: se profecia, seja segundo a proporção da fé; se
ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina esmere-se
no fazê-lo ou o que exorta faça-o com dedicação; o que contribui,
com liberalidade; o que preside, com diligência; quem exerce
misericórdia, com alegria” (vs. 6-8).
A “profecia” é o primeiro item citado nessa passagem e se refere
ao profeta, àquele que recebe a revelação direta da boca de Deus.
Diante disso, podemos dizer que a profecia é a palavra profética. Essa
é a palavra que nos dá direção para todos os serviços. Logo, não seja
um mestre de si mesmo ou alguém que exorta por si mesmo. Pelo
contrário, ao servir, siga o comando da palavra profética.
Introdução

Pergunta: Qual é a importância dos serviços e da oferta de riquezas materiais?

Meu ponto-chave:
17

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SEMANA 1 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Mt 5:20
Ler com oração:
“Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza
ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria” (2 Co 9:7).

OFERTAR COM ALEGRIA E GRATIDÃO


Ontem vimos que o ministério da oferta de riquezas materiais
precisa ser “turbinado”. Quando há necessidade de levantar uma
oferta para suprir uma necessidade especial, seja da obra regional, seja
de outros países, as igrejas são fiéis. Certa vez chegamos até mesmo
a quadruplicar o valor das ofertas especiais. No entanto, nas ofertas
normais, o chamado dízimo, ainda precisamos ser aperfeiçoados.
Aos domingos alguns puxam notas do bolso e as colocam na caixa
de ofertas. Trata-se apenas de um valor simbólico para a maioria de
nós. Mas devemos honrar o Senhor com aquilo que Ele nos dá para
viver. Certamente você recebe do Senhor um salário. Por um lado,
esse valor é para suprir suas necessidades; por outro, vivemos para
cumprir a grande missão para a qual Ele nos comissionou. Pregar
o evangelho faz parte disso, mas não podemos esquecer as ofertas.
Portanto, daquilo que recebemos, precisamos separar uma parte para
semear. Vivemos bem com o suficiente para nosso suprimento, e o
restante ofertamos. Isso é semear. Se formos fiéis no dízimo, teremos
uma vida espiritual saudável. Vejamos agora sobre a origem do dízimo.
Em Gênesis há o registro de uma guerra de quatro contra cinco reis.
Em meio ao combate, Ló, sobrinho de Abraão, foi levado cativo. Ao
receber a notícia de que Ló estava preso, Abraão reuniu trezentos e
dezoito homens para enfrentar os exércitos daqueles reinos: “Ouvindo
Abrão que seu sobrinho estava preso, fez sair trezentos e dezoito
homens dos mais capazes, nascidos em sua casa, e os perseguiu até
Deus escolheu você

Dã. E, repartidos contra eles de noite, ele e os seus homens, feriu-os


e os perseguiu até Hobá, que fica à esquerda de Damasco. Trouxe de
novo todos os bens, e também a Ló, seu sobrinho, os bens dele, e ainda
as mulheres, e o povo. Após voltar Abrão de ferir a Quedorlaomer e
aos reis que estavam com ele, saiu-lhe ao encontro o rei de Sodoma no
vale de Savé, que é o vale do Rei. Melquisedeque, rei de Salém, trouxe
pão e vinho; era sacerdote do Deus Altíssimo; abençoou ele a Abrão e
18 disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, que possui os céus e a

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terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus adversários
nas tuas mãos. E de tudo lhe deu Abrão o dízimo” (Gn 14:14-20).
É surpreendente que Abraão tenha vencido aqueles exércitos com
apenas trezentos e dezoito homens. Certamente ele seguiu a orientação
de Deus para enfrentar tamanho desafio e resgatar Ló. Ao final de tudo,
surgiu Melquisedeque, rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, que
abençoou Abraão. Este, por sua vez, de tudo lhe deu o dízimo. Aqui
vemos um princípio: Abraão não precisava de tudo o que recebera
para viver. Por isso ele devolveu uma parte para Deus, o dízimo. Da
mesma forma, Deus nos dá generosamente o salário. Logo, uma parte
do que recebemos, precisamos devolver a Ele.
O dízimo também foi mencionado por Jacó quando partiu de sua casa em
direção a Padã-Arã. A certa altura do caminho, ele fez um voto, dizendo:
“Se Deus for comigo, e me guardar nesta jornada que empreendo, e me
der pão para comer e roupa que me vista, de maneira que eu volte em paz
para a casa de meu pai, então, o Senhor será o meu Deus; e a pedra, que
erigi por coluna, será a Casa de Deus; e, de tudo quanto me concederes,
certamente eu te darei o dízimo” (Gn 28:20-22). Jacó propôs a Deus
que, de tudo o que recebesse, devolveria o dízimo. A proposta era
claramente vantajosa para ele apenas. Ainda assim Deus fez com Jacó
esse negócio.
A prática do dízimo foi instituída pela lei, como nos mostra o livro
de Levítico: “Também todas as dízimas da terra, tanto dos cereais do
campo como dos frutos das árvores, são do Senhor; santas são ao
Senhor. Se alguém, das suas dízimas, quiser resgatar alguma coisa,
acrescentará a sua quinta parte sobre ela. No tocante às dízimas do
gado e do rebanho, de tudo o que passar debaixo do bordão do pastor,
o dízimo será santo ao Senhor” (27:30-32).
O povo de Israel deveria dar o dízimo da terra, dos cereais, dos
frutos das árvores, do gado e do rebanho. Contudo, na era da graça,
podemos exceder a justiça dos fariseus.

Pergunta: Qual tem sido sua experiência em relação ao dízimo?


Introdução

Meu ponto-chave:

19

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SEMANA 1 – DOMINGO
Leitura bíblica:
Sl 37:25; Is 55:10; Ml 3:10; Mt 5:20; Lc 18:10-12; 2 Co 8:1-5; 9:6-11
Ler com oração:
“Aquele que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia com
fartura com abundância também ceifará” (2 Co 9:6).

AQUELE QUE SEMEIA POUCO


TAMBÉM CEIFARÁ POUCO
No intuito de “turbinar” as ofertas normais da igreja, fizemos uma
reunião com jovens da equipe de apoio. Apresentamos-lhes esse
encargo, e eles reagiram rápida e positivamente. É por essa razão que a
era final é a era dos jovens; é deles a responsabilidade de trazer o Senhor
de volta. Portanto é necessário envolvê-los na obra. Para expandir a obra
de Deus, precisamos do exército de jovens santos que o Pai prometeu ao
Filho. Vamos conquistar a terra por meio da juventude.
Esse grupo de jovens foi fiel assim como os valentes de Davi. Certa
vez Davi suspirou: “Quem me dera beber água do poço que está junto
à porta de Belém!” (2 Sm 23:15). Então seus valentes arriscaram os
pescoços e foram pegar água (v. 16a). Graças a Deus, temos esses
jovens fiéis nas igrejas. Jovem, você já foi convocado para a obra do
Senhor. Portanto comprometa-se, e será muito usado por Ele.
Aos jovens da equipe de apoio, disse-lhes que a justiça dos fariseus
consiste em pegar o holerite e tirar dez por cento para ofertar ao Senhor.
Todavia, embora na igreja não pratiquemos essa lei, nossa justiça deve
excedê-la (Mt 5:20). O fariseu se gaba de sua justiça ao dar o dízimo
de tudo quanto ganha (Lc 18:10-12). Mas nosso desafio é apresentar
nosso holerite ao Senhor e perguntar-Lhe: “Senhor, tu dizes que minha
justiça deve exceder a dos fariseus. Logo, minha oferta não se resume
a dez por cento. Senhor, dá-me um valor para que eu oferte todo mês.
Vivo para servir-Te, dá-me o suficiente para viver. O restante quero
devolver-Te”. Tais jovens aceitaram o desafio, e, no dia seguinte, já
Deus escolheu você

tínhamos um valor considerável de ofertas normais.


Nossas ofertas precisam triplicar, quadruplicar. A igreja precisa
de um valor generoso em sua conta para apoiar a obra. Assim, ao
surgir a oportunidade de ir à Austrália ou África, não será necessário
levantar uma oferta especial, pois já teremos a quantia para poder
enviar os irmãos. Todas as igrejas alinhadas com o encargo de apressar
20 a vinda do Senhor precisam ter em sua conta esse valor generoso.

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Além de outros países, há muitas cidades a nossa volta sem a igreja
estabelecida. Serão necessários recursos financeiros para ir até esses
lugares e pregar o evangelho. Antes da volta do Senhor, nosso desejo é
que haja igreja em todas as cidades ao menos da América do Sul. Esse
trabalho demanda recursos financeiros, então, “turbinemos” nossas
ofertas normais.
As igrejas da Macedônia são um exemplo quanto à oferta de riquezas
materiais. O apóstolo Paulo desejava levantar ofertas para prestar
assistência aos santos da Judeia. Em meio à tribulação e profunda
pobreza, as igrejas da Macedônia mostraram-se voluntárias, ofertando
na medida de suas posses e até acima delas. Tais irmãos primeiro deram-
se ao Senhor e depois ofereceram suas posses (2 Co 8:1-5). Esse é o
segredo de uma oferta normal.
Não precisamos temer. Deus não exigirá o que não temos. Pelo
contrário, Ele deseja que O honremos com aquilo que já nos entregou.
Se formos fiéis, Ele também nos honrará. Temos Sua promessa de que,
se formos justos nas ofertas, jamais mendigaremos o pão.
Amados, o Senhor nos tem suprido. Assim, daquilo que recebermos
de Suas mãos, separemos a semente. O pão Ele nos dá para satisfazer
nossas necessidades, mas a semente é para semearmos. E quem
semeia pouco também ceifará pouco. Ofertar é semear. Um agricultor
sábio utiliza a melhor semente para semear, porque posteriormente a
colheita será farta; ele não come a melhor semente. Essa também deve
ser nossa visão. O dinheiro que o Senhor nos dá é para semearmos;
guardemos apenas o suficiente para viver. Dessa maneira, Deus nos
fará abundar em toda a graça.
Esse é um encargo importante. Por isso peça ao Espírito para falar-
lhe ao coração. Da mesma forma como “turbinamos” o ministério da
palavra e o dos serviços, precisamos alavancar o ministério da oferta
de riquezas materiais. Dessa maneira, a obra avançará rapidamente.

Pergunta: De sua parte, o que pode ser feito para “turbinar” o ministério de
oferta de riquezas materiais?
Introdução

Meu ponto-chave:

21

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SEMANA 2 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Dn 2:31-45; Mt 5:20; 28:20; Jo 14:16-17; 21:1-14; Ef 5:26-32; Fp 3:21
Ler com oração:
“Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja” (Ef 5:32).

O GRANDE MISTÉRIO DO UNIVERSO: CRISTO E A IGREJA


O título da mensagem desta semana é: “Bênção espiritual nos lugares
celestiais”. Nela veremos o pano de fundo do livro de Efésios e o
encargo do apóstolo Paulo ao criar na cidade um centro avançado para
treinamento e envio de missionários; aprenderemos importantes lições
que o apóstolo deu aos presbíteros de Éfeso antes de ir a Jerusalém;
e, por fim, entraremos nos primeiros versículos de Efésios, que nos
falam sobre santidade, graça e paz. Que o Senhor nos abençoe e nos
conceda espírito de sabedoria e de revelação para entender e praticar
palavras tão importantes.
Estamos adentrando, pela orientação do Espírito, o livro de
Efésios como uma sequência do Evangelho de Mateus. Ao final de
Mateus vemos a morte e ressurreição de Cristo. O último capítulo
do Evangelho de João registra que Jesus apareceu no mar de
Tiberíades a Pedro e outros seis discípulos (21:1-2). Sua intenção
era treinar Seus discípulos para se acostumarem a conviver com
Sua presença invisível.
No último capítulo do Evangelho de João, Pedro e os outros seis
que o acompanhavam foram pescar, provavelmente por já estar com
fome, que é uma necessidade urgente do homem. Mesmo sendo
pescadores experimentados, tentaram pescar durante toda a noite,
mas nada pegaram. De madrugada Jesus, na praia, perguntou-lhes se
eles tinham algo de comer. Eles não reconheceram imediatamente o
Senhor. Após responderem que não, Jesus lhes disse para lançar a rede
do lado direito do barco. Os discípulos a lançaram conforme a palavra
Deus escolheu você

do Senhor, e o resultado foi que a rede estava tão cheia que eles mal
conseguiram puxá-la (21:3-6).
Com essa experiência, o Senhor estava ensinando Seus discípulos a
segui-Lo após Sua ressurreição. Jesus disse a Seus discípulos (e isso vale
também para nós), que estaria com eles todos os dias até a consumação
dos séculos (Mt 28:20). Não era mais o Senhor Jesus em carne, mas o
outro Consolador, o Espírito da verdade, que estava com os discípulos e
22 que entrou em todo aquele que Nele creu (Jo 14:16-17).

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Quando eu era jovem, anelava ser um daqueles doze discípulos
que acompanharam e desfrutaram a presença física de Jesus. No
entanto hoje entendo que a presença invisível do Senhor está
comigo, com cada um de nós, em Sua palavra. Enquanto estava
em carne, poucas pessoas podiam desfrutar de Sua presença, mas
hoje Sua palavra tem sido falada em toda a terra. Todos aqueles que
apreciam e creem que a palavra profética vem da boca de Deus,
desfrutam de Sua presença. Não podemos perder oportunidades
de ouvir a palavra profética. Quando o Senhor fala e nós cremos,
os milagres acontecem. Ao sair às ruas pregando o evangelho e
orando pelas pessoas, vemos com nossos próprios olhos muitos
milagres acontecerem.
Além da pregação do evangelho, também podemos contribuir com
a obra de Deus por meio das ofertas. No Antigo Testamento, a lei
determinava que se ofertasse o dízimo. Hoje não estamos mais na era
da lei, mas na era da graça, a qual não deve estar aquém da lei, e sim
além dela (Mt 5:20). O Senhor nos tem suprido abundantemente em
todas as nossas necessidades, principalmente as materiais. Devemos
ofertar para as necessidades da igreja e da obra com um coração alegre
e sem miséria. Se tem dúvidas, ore ao Senhor, e Ele colocará em seu
coração o valor a ser ofertado. A oferta de riquezas materiais não é só
para as necessidades da igreja, mas primordialmente para a expansão
do evangelho em todo o planeta.
Se formos fiéis na pregação do evangelho e na edificação
da igreja, participaremos das bodas do Cordeiro, conforme
mencionado em Apocalipse 19. Somente aqueles que possuem
Bênção espiritual nos lugares celestiais

a veste nupcial, ou seja, que têm lutado pelo reino, poderão


entrar para as bodas (vs. 7-8), que ocorrerão no céu. É onde nos
uniremos a Cristo em casamento, tornando-nos nós e Ele um só.
O casamento humano é uma sombra dessa união entre Cristo e a
igreja (Ef 5:31-32).
No entanto Cristo só poderá unir-se à igreja em casamento quando
esta estiver pronta, totalmente santificada, sem mácula, nem ruga, nem
defeito (Ef 5:26-27). Por isso hoje resgatamos as pessoas nas ruas e
cuidamos delas, a fim de que a igreja seja edificada e esteja pronta
para a união com o Senhor. Quando isso acontecer, o Senhor voltará
e arrebatará os vencedores, em Sua vinda secreta, antes da grande
tribulação. Esse é o destino daqueles que têm lutado pelo reino, pela
edificação da igreja. 23

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No capítulo segundo de Daniel, vemos uma pedra cortada sem
auxílio de mãos humanas, que atinge os pés da grande estátua com
a qual o rei Nabucodonosor da Babilônia sonhou (vs. 34, 45). Essa
grande estátua representa o reino deste mundo, cujo príncipe é Satanás,
que usa o governo humano para fazer sua vontade. Após o casamento
com Cristo, a igreja, como essa pedra na visão de Daniel, seguirá o
grande general na última batalha, a batalha de Armagedom, a fim de
derrotar o anticristo e todos os seus seguidores.
Nesse tempo Satanás será preso, e terá início o reino milenar, que é
a manifestação do reino dos céus, em que os vencedores reinarão com
Cristo na parte celestial com um corpo semelhante ao corpo de Jesus
após Sua ressurreição (Fp 3:21). No final do milênio, Satanás será solto
e provocará a última rebelião na região de Gogue e Magogue. O Senhor
lidará com essa última rebelião, e tudo o que restou de negativo será
varrido para o lago de fogo (Ap 20:7-10). Após isso, Cristo entregará o
reino ao Pai, e chegará a nova Jerusalém (21:1-2), que será uma cidade
quadrangular, com a mesma largura, o mesmo comprimento e a mesma
altura (v. 16). E nós estaremos para sempre com o Senhor. Esse é nosso
maravilhoso destino!

Pergunta: O que representa a pedra cortada sem auxílio de mãos na visão de


Daniel, capítulo segundo?

Meu ponto-chave:

Leitura de apoio:
“O maravilhoso convite de Deus ao homem” – cap. 2 – Pedro Dong.
“40 lições essenciais para a vida cristã” – vol. 2 – lição 10 – Editora Árvore
da Vida.
Deus escolheu você

24

ad-nmecc-Livro 1.indb 24 23/09/2022 10:15:59


SEMANA 2 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
At 18:18b-28; 19:23-31; 20:31; 1 Co 1:11-12
Ler com oração:
“Outra razão ainda temos nós para, incessantemente, dar graças a Deus:
é que, tendo vós recebido a palavra que de nós ouvistes, que é de Deus,
acolhestes não como palavra de homens, e sim como, em verdade é,
a palavra de Deus, a qual, com efeito, está operando eficazmente em
vós, os que credes” (1 Ts 2:13).

O PANO DE FUNDO DA EPÍSTOLA AOS EFÉSIOS


Hoje falaremos um pouco a respeito do pano de fundo do livro de
Efésios. Éfeso foi a cidade mais importante do oeste da Ásia Menor
(atualmente Turquia). A cidade possuía um porto bem desenvolvido
com acesso ao mar Egeu. Éfeso não ficava junto ao mar, mas possuía
um rio que dava acesso ao mar Egeu, assim como Corinto. Depois de
Corinto, há o mar Adriático, por onde se chega à península da Itália,
onde fica Roma. A rota comercial passava da Itália por Corinto,
e de Corinto pelo mar Egeu, até chegar a Éfeso, de onde se tinha
acesso ao Oriente, à Ásia. Por causa dessa rota comercial, tanto
Corinto quanto Éfeso eram lugares extremamente desenvolvidos e
importantes comercialmente.
Naquela época, em Éfeso, havia um templo pagão da deusa romana
Diana. Vemos uma referência a isso no livro de Atos, quando Paulo
pregou o evangelho na cidade (19:23-31). Os efésios tinham muito
orgulho desse templo. Ainda hoje encontramos ruínas dele, que, salvo
Bênção espiritual nos lugares celestiais

engano, levou cerca de duzentos anos para ser terminado.


Por causa do grande potencial da cidade, Paulo montou ali um
“centro avançado de evangelização e missões”, como o CEAPE.
Sua intenção era preparar missionários e enviá-los em missões para
toda a Ásia. As sete igrejas da Ásia, mencionadas em Apocalipse
(2—3), foram levantadas graças a esse centro. Para consolidar o
trabalho de evangelização e missões, Paulo permaneceu três anos
em Éfeso (At 20:31).
Já em Corinto, o apóstolo encontrou o casal Priscila e Áquila. Ele
chegou a Corinto sozinho, por isso teve de trabalhar para se sustentar.
Paulo trabalhava fazendo tendas, mesmo ofício desse casal. Além
da importante rota comercial, em Corinto havia também os Jogos
Ístmicos, semelhantes às Olímpiadas de Atenas. Como vinha muita
25

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gente da Península Itálica e da Ásia para participar desses jogos, as
tendas eram muito utilizadas para hospedagem. Paulo aproveitou-se
disso e, junto de Áquila e Priscila, trabalhou fabricando tendas, sem,
no entanto, parar de pregar a palavra.
Essa era sua segunda viagem, e, ao término dela, Paulo levou Áquila
e Priscila para Éfeso (conforme At 18:18b-23). Chegou a Éfeso, nesse
período, um judeu chamado Apolo, que era uma pessoa muito eloquente
na pregação da palavra (vs. 24-28). Vemos, mais tarde, que sua ida a
Corinto acabou gerando problemas na igreja, pois distraiu os irmãos
dos ensinamentos de Paulo, que era o canal usado por Deus para revelar
Seu plano às igrejas (1 Co 1:11-12). Naquela época as igrejas não
tinham clareza de que Deus falava por meio de Paulo, e muitas vezes se
distraíam com outro falar e até outro evangelho. Por causa disso, muito
do que Paulo falou não teve o efeito desejado.
Hoje, graças ao Senhor, temos uma visão privilegiada. Descobrimos
o que as igrejas naquela época não reconheciam: que Deus trabalha pela
palavra profética, e, por crermos nessa palavra e a ela obedecermos,
praticando-a com simplicidade e humildade, Ele opera em nosso
interior e realiza Sua obra (1 Ts 2:13). Aleluia!

Pergunta: Por que Paulo permaneceu três anos em Éfeso?

Meu ponto-chave:
Deus escolheu você

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SEMANA 2 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mt 9:36; At 19:1-20
Ler com oração:
“Durante três meses, Paulo frequentou a sinagoga, onde falava
ousadamente, dissertando e persuadindo com respeito ao reino de
Deus” (At 19:8).

A CRIAÇÃO DE UM CENTRO
PARA PREPARAÇÃO DE MISSIONÁRIOS EM ÉFESO
Em suas viagens, Paulo sempre pregava o evangelho do reino. E não
foi diferente quando esteve em Éfeso: “Aconteceu que, estando Apolo
em Corinto, Paulo, tendo passado pelas regiões mais altas, chegou a
Éfeso e, achando ali alguns discípulos, perguntou-lhes: Recebestes,
porventura, o Espírito Santo quando crestes? Ao que lhe responderam:
Pelo contrário, nem mesmo ouvimos que existe o Espírito Santo.
[...] Durante três meses, Paulo frequentou a sinagoga, onde falava
ousadamente, dissertando e persuadindo com respeito ao reino de
Deus” (At 19:1-2, 8). Assim como Paulo, devemos ter o hábito de
pregar o evangelho e orar pelas pessoas onde quer que estejamos.
Uma vez salvos e transportados para o reino de Deus, os homens
são encabeçados pelo governo celestial e reconectados ao Senhor. A
origem de todos os problemas da humanidade está na desconexão
de Deus. As pessoas estão aflitas e exaustas, como ovelhas sem
pastor (Mt 9:36). Muitas inclusive não veem mais sentido na vida.
Nós pregamos o evangelho a fim de levar o homem para debaixo
Bênção espiritual nos lugares celestiais

do governo de Deus. Quando o homem é governado pelo Senhor,


tudo é resolvido e entra em ordem, por isso é tão importante pregar
o evangelho.
O versículo a seguir ressalta que, para receber a palavra profética,
é preciso ter fé. Sem fé a palavra profética se torna mera doutrina e
não funciona: “Visto que alguns deles se mostravam empedernidos
e descrentes, falando mal do Caminho diante da multidão, Paulo,
apartando-se deles, separou os discípulos, passando a discorrer
diariamente na escola de Tirano” (At 19:9). Tirano, mencionado aqui,
era um filósofo grego que havia montado uma escola para falar de
sua filosofia, algo que era muito comum na Grécia naquele tempo.
Paulo deve ter alugado períodos na escola para ministrar a palavra
sobre o reino de Deus. Assim, teve início em Éfeso um posto avançado
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de preparação de ceapistas, colportores e missionários: “Durou isto
por espaço de dois anos, dando ensejo a que todos os habitantes da
Ásia ouvissem a Palavra do Senhor, tanto judeus como gregos. E
Deus, pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários, a ponto de
levarem aos enfermos lenços e aventais do seu uso pessoal, diante dos
quais as enfermidades fugiam das suas vítimas, e os espíritos malignos
se retiravam” (At 19:10-12). O Senhor confirma a palavra profética
por meio dos milagres. É a palavra que traz o poder de Deus: “Assim,
a palavra do Senhor crescia e prevalecia poderosamente” (v. 20).
O objetivo de Paulo era preparar obreiros e missionários líderes
para evangelizar toda a Ásia Menor, onde fica atualmente a Turquia.
No livro de Colossenses temos uma prova de que isso funcionou, ou
seja, que esses missionários realmente levantaram igrejas: “Saúda-vos
Epafras, que é dentre vós, servo de Cristo Jesus, o qual se esforça
sobremaneira, continuamente, por vós nas orações, para que vos
conserveis perfeitos e plenamente convictos em toda a vontade de
Deus. E dele dou testemunho de que muito se preocupa por vós,
pelos de Laodiceia e pelos de Hierápolis” (4:12-13). Epafras, ao
que tudo indica, foi um dos responsáveis por levantar as igrejas em
Colossos, Laodiceia e Hierápolis. Ele é um dos missionários que
passou pelo centro avançado criado por Paulo e estava levantando
igrejas. Estamos no caminho certo. Precisamos levantar mais centros
de aperfeiçoamento como os CEAPEs, e também mais ceapistas e
colportores, para que o evangelho avance não só em nossa região, mas
em toda a terra. Louvado seja o Senhor!

Pergunta: Quem era Epafras e qual sua importância?

Meu ponto-chave:
Deus escolheu você

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SEMANA 2 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mt 10:16; Jo 17:11
Ler com oração:
“Servindo ao Senhor com toda a humildade, lágrimas e provações
que, pelas ciladas dos judeus, me sobrevieram, jamais deixando de
vos anunciar coisa alguma proveitosa e de vo-la ensinar publicamente
e também de casa em casa” (At 20:19-20).

AS LIÇÕES APRENDIDAS COM O APÓSTOLO PAULO


O livro de Atos não relata com detalhes o que Paulo fez enquanto
esteve em Éfeso. Em sua terceira viagem, talvez por pressa de chegar
a Jerusalém ainda durante as festas, Paulo não desembarcou em
Éfeso; antes, em Mileto, mandou chamar os presbíteros de Éfeso: “De
Mileto, mandou a Éfeso chamar os presbíteros da igreja. E, quando
se encontraram com ele, disse-lhes: Vós bem sabeis como foi que
me conduzi entre vós em todo o tempo, desde o primeiro dia em que
entrei na Ásia, servindo ao Senhor com toda a humildade, lágrimas e
provações que, pelas ciladas dos judeus, me sobrevieram” (20:17-19).
Paulo, na verdade, estava aperfeiçoando os irmãos com seu
próprio testemunho, com sua própria atitude. Ele esteve em Éfeso,
todo o tempo, trabalhando com toda a humildade. Eis uma preciosa
lição para nós que servimos o Senhor. Nós pregamos o evangelho,
saímos às ruas para orar com as pessoas, cuidamos delas nas redes de
cuidado, levantamos igrejas, mas, em todo o tempo, devemos manter
a mesma postura do apóstolo Paulo: “Servindo ao Senhor com toda a
Bênção espiritual nos lugares celestiais

humildade, lágrimas e provações”.


Esse trabalho de missionário que fazemos não é um trabalho fácil;
há muitas tribulações e sofrimentos. O Senhor, quando enviou os
doze discípulos, disse que os enviava como ovelhas para o meio
de lobos (Mt 10:16). No Getsêmani Ele orou para que o Pai nos
guardasse, pois estamos no mundo (Jo 17:11). Ele sabia que nós
iríamos para o território do inimigo. Querido leitor, o mundo não
nos receberá de braços abertos, mas as pessoas que Deus preparou,
sim, essas nos receberão e estarão abertas ao evangelho. Por isso
não tenhamos medo, avancemos no reino de Satanás para ganhar
as pessoas!
Paulo continuou dizendo aos presbíteros: “Jamais deixando de vos
anunciar coisa alguma proveitosa e de vo-la ensinar publicamente e
29

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também de casa em casa” (At 20:20). Aqui temos outra importante
lição: nós, como missionários, como pessoas que querem trazer o
reino de volta, façamos tudo para o proveito dos irmãos, da igreja.
Não seja aquele que se preocupa meramente em ser um bom orador,
com eloquência e frases de efeito. Todos nós precisamos trabalhar
para o reino de Deus. Não trabalhe para exaltar a si mesmo. Nós
estamos aqui para fazer a obra de Deus, para Lhe dar frutos. Paulo
nunca deixou de anunciar algo que fosse proveitoso à igreja em Éfeso,
e nós também devemos ter essa atitude.
Não somos candidatos a um cargo político para ficar fazendo
“campanhas eleitorais” e agradando nosso “público”. Estamos aqui
para pregar o evangelho, resgatar as pessoas nas ruas e trazê-las para a
rede de cuidado, edificando a igreja e estabelecendo o reino de Deus.
Esse é nosso encargo! Não devemos buscar algo para nós mesmos,
mas apenas aquilo que é proveitoso para a igreja e para a obra de
Deus. Assim fazia o apóstolo Paulo, que, além de anunciar a palavra
na escola de Tirano, ensinava os irmãos de casa em casa. Ele não
perdia nenhuma oportunidade de pregar e ensinar a palavra!
Precisamos ter um tratamento mais pessoal uns com os outros.
Ultimamente tenho tido comunhões maravilhosas com a liderança de
várias regiões. Por meio da comunhão, nossa unidade e unanimidade
aumentam, pois passamos a conhecer cada vez melhor uns aos outros.
Assim, acabamos alinhando-nos com relação ao que Deus quer fazer
e passamos a ter o mesmo encargo e fazer a mesma obra. Não temos
mais fronteiras físicas, não há mais uma obra diferente em cada região.
Isso acontece porque temos a oportunidade de, juntos, ter comunhão
na palavra, tornando-nos cada vez mais íntimos. É como Paulo, que
tinha esse relacionamento pessoal, “de casa em casa” com os irmãos, e
também ministrava a palavra publicamente na escola de Tirano, o que
fazemos nas reuniões ministeriais e conferências. Sigamos as lições
e o modelo deixados pelo apóstolo Paulo, produzindo, assim, frutos
Deus escolheu você

para o reino de Deus!

Pergunta: Quais as importantes lições do apóstolo Paulo que vimos hoje?

Meu ponto-chave:
30

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SEMANA 2 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Êx 33:14; Mt 7:15-16; Jo 21:15-17
Ler com oração:
“Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo
vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele
comprou com o seu próprio sangue” (At 20:28).

A RESPONSABILIDADE DA LIDERANÇA
Hoje continuaremos a ver o que Paulo disse aos presbíteros de Éfeso:
“Testificando tanto a judeus como a gregos o arrependimento para com
Deus e a fé em nosso Senhor Jesus [Cristo]. E, agora, constrangido em
meu espírito, vou para Jerusalém, não sabendo o que ali me acontecerá,
senão que o Espírito Santo, de cidade em cidade, me assegura que
me esperam cadeias e tribulações. Porém em nada considero a vida
preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e
o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho
da graça de Deus” (At 20:21-24). O versículo 24 tem sido minha
oração e meu desejo desde que o Senhor me deu a responsabilidade
para com Sua obra. Ele me deu a mesma promessa dada a Moisés, de
que Sua presença iria comigo e me daria descanso (Êx 33:14). Desde
então, tenho aprendido a trabalhar no descanso, porque é Deus quem,
de fato, realiza Sua obra.
Em certa ocasião, orei: “Senhor, mostra-me exatamente qual é meu
papel. De forma concreta, o que o Senhor espera que eu faça?”. O
Senhor me respondeu claramente: “Eu quero que você leve Meu povo
Bênção espiritual nos lugares celestiais

até a terra de Canaã”. Somente os vencedores entrarão na boa terra


de Canaã. Particularmente não tenho nenhum outro interesse na vida,
perdi totalmente o interesse pelas coisas materiais, só peço a Deus que
me dê saúde e Sua presença, para que eu possa continuar servindo
como um humilde canal. Não busco a glória humana nem a fama, só
quero fazer aquilo que o Senhor me incumbiu de fazer e completar a
carreira. Paulo é um grande exemplo de alguém que servia o Senhor
com humildade, nada buscando para si, mas apenas o que é proveitoso
para a igreja e para a obra de Deus. Esse deve ser nosso modelo.
Pela grande preocupação com a igreja, Paulo chamou os presbíteros
e lhes disse: “Agora, eu sei que todos vós, em cujo meio passei
pregando o reino, não vereis mais o meu rosto. Portanto, eu vos
protesto, no dia de hoje, que estou limpo do sangue de todos; porque 31

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jamais deixei de vos anunciar todo o desígnio de Deus. Atendei por
vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu
bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com
o seu próprio sangue” (At 20:25-28). Os presbíteros, os líderes das
igrejas, têm a responsabilidade sobre o rebanho de Deus e terão de
prestar contas ao Senhor. Se o rebanho tomar uma direção errada, é
por culpa deles. É preciso ser fiel ao Senhor e conduzir Seu rebanho,
apascentando-o e pastoreando-o (Jo 21:15-17). O que o Senhor espera
dos líderes é que cuidem da igreja, do rebanho de Deus, levando-o
para a direção certa, com a palavra e o alimento correto. Paulo queria
mostrar isso aos presbíteros.
Dando prosseguimento em Atos, lemos: “Eu sei que, depois da
minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão
o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando
coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles” (20:29-30).
O homem natural gosta de ter discípulos, de ter pessoas que o seguem.
Se não estivermos atentos ao que o Senhor está falando e fazendo,
corremos o risco de nos distrair e nos desviar, arrastando conosco
muitos irmãos.
Paulo inclui em seus conselhos e advertências a questão de lidar com
a cobiça: “Portanto, vigiai, lembrando-vos de que, por três anos, noite
e dia, não cessei de admoestar, com lágrimas, a cada um. Agora, pois,
encomendo-vos ao Senhor e à palavra da sua graça, que tem poder
para vos edificar e dar herança entre todos os que são santificados.
De ninguém cobicei prata, nem ouro, nem vestes” (At 20:31-33). Não
cobice o patrimônio dos irmãos tampouco procure, devido a sua posição,
enriquecer ou levar vantagem sobre alguém. Ter um procedimento
correto para com as riquezas materiais é muito importante. Esse é um
ponto em que muitos servos de Deus caíram.
Paulo finaliza seu cuidado para com os missionários: “Vós mesmos
sabeis que estas mãos serviram para o que me era necessário a
Deus escolheu você

mim e aos que estavam comigo. Tenho-vos mostrado em tudo que,


trabalhando assim, é mister socorrer os necessitados e recordar as
palavras do próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que
receber” (At 20:34-36). Esse é o conteúdo do cuidado de Paulo na
preparação dos missionários. Ele trabalhava não de maneira formal,
mas de forma orgânica, por meio da palavra e da vida de Cristo.
Um servo de Deus deve ser puro de coração, sem ambição particular
32 nem desejo pela glória humana. Não temos de agradar a homens para

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ter nosso grupo de seguidores. Nosso único desejo deve ser completar
a carreira e o ministério que recebemos do Senhor.
Depois da partida de Paulo, de fato surgiram lobos vorazes. Eram
falsos mestres, judaizantes e místicos, com suas doutrinas gnósticas,
cultuando o conhecimento, o esoterismo e a cultura, em detrimento
da pura palavra de Deus. Em nossos dias, temos de vigiar para não
ser distraídos e enredados por “belas palavras”, que nos desviem
da direção dada por Deus. É pelos frutos que conhecemos a árvore
(Mt 7:15-16). Uma árvore pode ser bonita, mas não produzir fruto
nenhum. É preciso olhar o que o ministério de quem fala produziu.
Não devemos correr atrás de “belas palavras”, e sim daquilo que é
proveitoso para a obra do Senhor, ou seja, daquilo que edifica a igreja
e produz frutos para o reino de Deus.

Pergunta: O que é um presbítero e qual sua incumbência?

Meu ponto-chave:

Bênção espiritual nos lugares celestiais

33

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SEMANA 2 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Ef 1:1-2; 2 Tm 4:6-8
Ler com oração:
“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis
o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é
o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas
transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis
qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12:1-2).

SANTIFICAÇÃO SUBJETIVA
Antes de entrar nos primeiros versículos do livro de Efésios, é
importante vermos rapidamente uma cronologia dos últimos anos
da vida de Paulo, que incluem o período e o lugar em que escreveu
a carta aos efésios. Paulo foi preso provavelmente, de acordo com
nosso calendário, no ano 59 d.C., em Jerusalém. Ele ficou dois anos
em Cesareia, de 59 a 61 d.C., até apelar para César e ser levado a
Roma. Entretanto o apóstolo não chegou a Roma imediatamente
após sua apelação, mas apenas no ano 62 d.C. Provavelmente Paulo
permaneceu preso em Roma até 64 d.C., ou seja, por dois anos. Nesse
período ele teve liberdade de alugar uma casa e receber pessoas. Ali
também escreveu epístolas importantíssimas aos colossenses, efésios,
filipenses e a Filemom.
No ano 64 d.C., Paulo foi posto em liberdade. Nesse período ele
visitou novamente Éfeso, Macedônia, Creta, Nicópolis, Trôade e
Mileto. Devido à perseguição do imperador Nero, Paulo foi preso
repentinamente por volta de 67 d.C. Na prisão ele escreveu a segunda
carta a Timóteo, prevendo seu martírio (2 Tm 4:6-8). Nós somos esses,
como Paulo, que amam o Senhor e, principalmente, amam Sua vinda.
Entremos agora no livro de Efésios. Nos primeiros versículos lemos:
“Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus, aos santos que
vivem em Éfeso e fiéis em Cristo Jesus, graça a vós outros e paz, da
Deus escolheu você

parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo” (1:1-2). Paulo era
apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus. Ele não era um apóstolo
designado por homens. Isso é muito importante, pois um apóstolo é
um enviado de Deus para ministrar a revelação de Sua palavra para
a edificação do Corpo de Cristo. Um apóstolo não é escolhido nem
designado por homens, e sim pela vontade de Deus, a fim de executar
Seu plano eterno. Essa posição confere autoridade dada por Deus para
34

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apresentar a revelação de Seu propósito eterno com relação à igreja e
a sua edificação. Esse era o encargo de Paulo.
Ainda no primeiro versículo, destaquemos: “Aos santos que vivem
em Éfeso e fiéis em Cristo Jesus” (Ef 1:1). Será que os efésios já eram
todos santos? Será que todos eram perfeitos? É importante lembrar
que, quando cremos no Senhor Jesus, tornamo-nos santos em posição,
isto é, fomos retirados do mundo. Quando nos salvou, Deus nos
regenerou, nos deu uma nova vida e nos colocou em uma posição
santa. Houve uma mudança de posição. Estávamos no mundo, em um
lugar comum, mas Deus nos colocou na igreja, em um lugar santo.
Nesse sentido todos somos santos, pois fomos separados para Deus.
A partir daí, inicia-se um processo de santificação subjetiva.
Estávamos no mundo, em um lugar imundo, cheio de pecado e morte.
Agora Deus nos colocou em um lugar santo, e estamos debaixo
do dispensar da “torneira de Deus”, recebendo a palavra que nos
traz cada vez mais a natureza santa de Cristo. Dessa forma, fomos
mudados de posição exteriormente e agora estamos sendo santificados
interiormente. A mudança de posição é para que estejamos no lugar
correto a fim de que Deus nos santifique interiormente.
Essa santificação ocorre por meio de uma transformação da índole
natural para a espiritual (Rm 12:1-2). Não devemos conformar-nos,
ou seja, tomar a forma deste século, deste mundo, porque não estamos
mais nele; fomos mudados de posição, mudados para um lugar santo,
a igreja. Por isso Paulo roga que haja transformação “pela renovação
da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável
e perfeita vontade de Deus”. O desejo do Senhor é santificar-nos
Bênção espiritual nos lugares celestiais

interiormente, e não somente mudar-nos de posição. Quanto mais


experimentarmos essa transformação, essa santificação, mais nossa
mente será renovada e mais entenderemos e experimentaremos a boa,
agradável e perfeita vontade de Deus!

Pergunta: Qual a diferença entre a santificação posicional e a santificação


subjetiva?

Meu ponto-chave:

35

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SEMANA 2 – DOMINGO
Leitura bíblica:
Jo 1:17; 7:38-39
Ler com oração:
“Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas; e vós, os que não
tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem
dinheiro e sem preço, vinho e leite. Por que gastais o dinheiro naquilo que
não é pão, e o vosso suor, naquilo que não satisfaz? Ouvi-me atentamente,
comei o que é bom e vos deleitareis com finos manjares” (Is 55:1-2).

SANTIFICAÇÃO, GRAÇA E PAZ


Hoje falaremos um pouco mais a respeito da santificação. Paulo
disse aos efésios: “Maridos, amai vossa mulher, como também
Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a
santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela
palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem
ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (5:25-27).
Primeiramente, como vimos ontem, Cristo se entregou para colocar a
igreja em um lugar santo. Mas não para aí. O objetivo é a santificação
interna, subjetiva. É semelhante à mudança de dieta. Quando comemos
diariamente uma comida saudável, essa comida começa a efetuar uma
transformação metabólica em nosso corpo; as toxinas saem de nós, e
os elementos saudáveis substituem esses elementos nocivos. Depois
de um tempo, nossa saúde e nosso corpo mudam. Assim ocorre com a
santificação interior. Os elementos naturais, do velho homem, saem de
nós, e somos transformados metabolicamente.
Talvez você ainda não tenha percebido, mas é isso o que Deus está
fazendo com você. Observe que muito do que você fazia antes já não
faz mais, pois está sendo transformado, santificado interiormente.
Deus faz isso por meio da Bíblia. A Palavra de Deus nos lava e
remove todos os elementos nocivos do velho homem, da carne, do
pecado e da morte. Tudo isso está saindo de nós. Em contrapartida, o
Deus escolheu você

Senhor infunde elementos de Sua vida e natureza, até que estejamos


totalmente cheios da natureza santa de Deus. O objetivo final da
santificação, dessa obra que Cristo está fazendo, é “apresentar a si
mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante,
porém santa e sem defeito”.
Paulo começa a carta dizendo: “Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por
vontade de Deus, aos santos que vivem em Éfeso e fiéis em Cristo
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Jesus” (Ef 1:1). Há apenas uma igreja no universo. Na prática, essa
igreja se expressa localmente em cada cidade. Assim, o que a Bíblia
nos mostra é que, em cada cidade, há apenas uma igreja, como
Paulo disse: “Aos santos que vivem em Éfeso”. A igreja em Éfeso é
composta pelos santos que vivem em Éfeso. Contudo, infelizmente,
hoje a situação mudou muito. Os “santos que vivem em Éfeso” foram
separados por vários outros círculos menores. Uns são de determinada
denominação, outros de outra, mas Deus só enxerga uma igreja em
Éfeso. O Senhor nos mostrou isso, e passamos a viver na base real da
unidade. Ainda que, em nossos dias, essa não seja a realidade praticada
por muitos, nós, que tivemos essa visão, não podemos estar sobre uma
base divisiva. Desse modo, quem recebe essa visão passa a viver na
base da unidade, sem, contudo, criticar ou julgar ninguém.
Por estarmos na base correta, Deus nos tem dado muita revelação.
Porém não devemos orgulhar-nos; pelo contrário, é nossa obrigação
levar essa palavra a todos os filhos de Deus. Por isso temos os
colportores, o Jornal Árvore da Vida, o Expolivro, pois o que o
Senhor nos tem concedido é para Sua igreja e tem de beneficiar todos
os Seus filhos.
No versículo segundo, lemos: “Graça a vós outros e paz, da parte
de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo” (Ef 1). A graça é Deus
em Cristo (Jo 1:17). Foi Jesus Cristo quem trouxe a graça. Graça é o
próprio Deus com todas as Suas riquezas, em Cristo, sendo dado a nós
gratuitamente, no Espírito. Hoje o Espírito nos foi dado, pois Jesus já
foi glorificado (Jo 7:38-39). O Espírito, ou seja, a graça, flui de nosso
interior como rios de água viva gratuitamente para outras pessoas.
Bênção espiritual nos lugares celestiais

Em Isaías podemos concluir que a graça é um presente de Deus


para nós e é de graça. Leiamos: “Ah! Todos vós, os que tendes sede,
vinde às águas; e vós, os que não tendes dinheiro, vinde, comprai
e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e
leite. Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso suor,
naquilo que não satisfaz? Ouvi-me atentamente, comei o que é bom
e vos deleitareis com finos manjares” (55:1-2). Quando recebemos o
Espírito, toda a abundância de Deus entra em nós gratuitamente. Você
não precisa ajoelhar-se no milho, não precisa subir centenas de lances
de escada ou pagar qualquer tipo de penitência para ganhar essa graça,
pois ela é de graça, “sem dinheiro e sem preço”.
Ainda em Isaías, lemos: “Porque, assim como descem a chuva e
a neve dos céus e para lá não tornam, sem que primeiro reguem a 37

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terra, e a fecundem, e a façam brotar, para dar semente ao semeador
e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca: não
voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo
para que a designei” (Is 55:10-11). Deus quer dar-nos gratuitamente
todas as Suas riquezas: o que Ele é e o que Ele tem. Quando a palavra
chega até nós, ela tem um propósito designado pelo próprio Deus. A
palavra que sai da boca de Deus, que hoje é a palavra profética, não
voltará para Ele vazia. Deus quer ver o resultado, os frutos de cada
palavra profética que chega até nós. Ele nos dá Sua palavra e quer
que sejamos simples, obedientes, a fim de produzirmos frutos. Isso
está acontecendo conosco. Quando deixamos a graça fluir e produzir
frutos, o resultado é paz. Por isso atualmente vivemos um momento
de tanta felicidade e paz. Que o Senhor continue fluindo Sua graça
continuamente para cada um de nós. Aleluia!

Pergunta: Explique, com suas palavras, o que é graça.

Meu ponto-chave:
Deus escolheu você

38

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SEMANA 3 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Pv 20:27; Is 57:15; Ef 1:3
Ler com oração:
“Formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas
narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente” (Gn 2:7).

AS BÊNÇÃOS DE DEUS NA DIMENSÃO ESPIRITUAL


O tema desta semana é “A bênção do Pai: escolha e predestinação”.
Deus criou o homem para que ele pudesse ter acesso às bênçãos
celestiais. O desejo de Deus era abençoar o homem, por isso o criou
com um espírito, proveniente de Seu sopro. Perceberemos, assim,
que Deus é a origem do homem e que as bênçãos que Ele quer dar
ao homem não são terrenais, mas celestiais. Ainda veremos que as
bênçãos do Pai se referem a Sua escolha e predestinação, e não provêm
de obras, mas da fé, segundo a presciência de Deus.
O livro de Efésios começa dizendo que Deus nos tem abençoado
com toda sorte de bênçãos. Leiamos: “Bendito o Deus e Pai de nosso
Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção
espiritual nas regiões celestiais em Cristo” (1:3). A palavra “bendito”
em grego significa “bendizer”, “falar bem”, “abençoar”, “louvar”. No
propósito eterno de Deus, o principal beneficiário é o homem; e esse
propósito é segundo Seu beneplácito. A expressão “beneplácito” aqui
significa “prazer”, “satisfação”, “o desejo da vontade de Deus”, “o
desejo de Seu coração”. Deus nos escolheu e nos predestinou. Ele A bênção do Pai: escolha e predestinação
enviou Seu próprio Filho para realizar nossa redenção por meio de Seu
sangue. Além disso, o Senhor enviou o Santo Espírito da promessa,
permitindo, assim, que ouvíssemos a palavra da verdade, o evangelho
de nossa salvação; e nos selou com o Espírito Santo, que é o penhor de
nossa herança. Tudo isso está no primeiro capítulo de Efésios.
Qual o propósito de Deus ao realizar tudo isso? Por que Ele nos
tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual? Porque Ele está
na dimensão espiritual, celestial. Deus habita a eternidade, conforme
relatado em Isaías: “Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a
eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar,
mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar
o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos” (57:15).
Deus não está sujeito ao tempo e ao espaço como o homem, pois está
em outra dimensão, na dimensão celestial. 39

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Quando Deus criou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas
o fôlego de vida, o homem passou a ser alma vivente, conforme lemos
em Gênesis: “Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra
e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser
alma vivente” (2:7). Como vimos, a origem do homem é Deus. O
Senhor soprou o fôlego de vida no boneco de barro, que se tornou
alma vivente. A expressão “fôlego de vida” em hebraico é neshamah.
Então o espírito do homem veio do sopro de Deus, veio do neshamah
do Deus eterno. E o homem passou a ser alma vivente, isto é, Ele fez
cada um de nós com uma personalidade diferente, não todos iguais
como robôs. Apesar de nossa individualidade, o Senhor quer fazer de
nós um só Corpo, o Corpo de Cristo. Assim, todos estaremos debaixo
de Seu encabeçamento, em harmonia e unidade.
Em Provérbios lemos: “O espírito do homem é a lâmpada do
Senhor, a qual esquadrinha todo o mais íntimo do corpo” (20:27).
A expressão “espírito do homem”, utilizada aqui, em hebraico é a
mesma palavra neshamah, ou seja, “fôlego de vida”. Deus soprou o
neshamah para dentro do homem, e esse “fôlego de vida” se tornou o
espírito humano. Portanto nossa origem é Deus, é o Alto, a eternidade.
A única coisa que pertence à terra é nosso corpo, feito do pó da terra.
Querido leitor, Deus nos criou do pó da terra para viver na esfera
terrena, mas nossa essência é celestial. Por isso Ele nos tem abençoado
com toda sorte de bênção espiritual nos lugares celestiais. Aleluia!

Pergunta: O que significa a palavra neshamah e o que tem a ver com o homem?

Meu ponto-chave:

Leitura de apoio:
Deus escolheu você

“O maravilhoso convite de Deus ao homem” – cap. 6 – Pedro Dong.


“Chamados, escolhidos e fiéis” – cap. 1 – Pedro Dong.

40

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SEMANA 3 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Jó 34:14-15
Ler com oração:
“Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer
da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus” (Jo 3:5).

O ESPÍRITO DO HOMEM
Vimos ontem que Deus criou o homem do pó da terra e soprou nele
o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente. Além disso,
Deus nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual, pois
Ele está na dimensão celestial. Todas essas bênçãos são segundo Seu
beneplácito, ou seja, segundo Seu bom prazer. Hoje falaremos mais
detalhadamente do espírito do homem.
O homem tem um espírito que veio do sopro de Deus (neshamah).
Podemos ver isso no livro de Jó: “Na verdade, há um espírito no
homem, e o sopro do Todo-Poderoso o faz sábio” (32:8). Nessa porção
a palavra “espírito”, em hebraico, é ruach, que é a palavra geral para
“espírito”, e a expressão “sopro” é neshamah. Deus criou um espírito
no homem, e Seu sopro o tornou sábio. Mais adiante lemos: “O
Espírito de Deus me fez, e o sopro do Todo-Poderoso me dá vida”
(33:4). Aqui também a palavra “Espírito” é “ruach”, e “sopro” é
“neshamah”. Fomos feitos pelo sopro de Deus.
Se Deus recolhesse Seu Espírito (ruach) e Seu sopro (neshamah),
toda a carne juntamente expiraria, e o homem voltaria para o pó A bênção do Pai: escolha e predestinação
(Jó 34:14-15). Isso significa que só estamos vivos porque temos o
sopro do Deus eterno. É o sopro de Deus que nos dá vida, entendimento
e sabedoria. Em Eclesiastes lemos: “Tudo fez Deus formoso no seu
devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem
que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até
ao fim” (3:11). Deus colocou no coração do homem a eternidade, e,
mesmo assim, este não tem ideia do que Deus planejou e das obras que
Ele realizou. Ainda que nosso corpo esteja sujeito ao tempo e ao espaço,
temos a eternidade em nosso coração; fomos criados com um elemento
celestial, com o sopro do Deus eterno. Por esse motivo, o versículo
terceiro do primeiro capítulo de Efésios menciona que a bênção que
Deus quer dar ao homem é espiritual, nas regiões celestiais. Não é algo
material, como um carro ou uma casa. O que tem valor para nós são as
bênçãos espirituais do céu. 41

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Quando um homem morre fisicamente, seu corpo volta para o pó da
terra, e seu espírito e sua alma ficam em um lugar chamado Hades. Mas,
no momento em que o Senhor Jesus voltar e Deus vier julgar todas as
coisas, todos ressuscitarão, porém terão destinos diferentes, conforme
lemos em Daniel: “Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão,
uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno” (12:2).
Por isso precisamos pregar o evangelho para mudar o destino das
pessoas. Temos de dar-lhes a oportunidade de receber a vida eterna.
Em Eclesiastes, lemos: “E o pó volte à terra, como o era, e o espírito
volte a Deus, que o deu” (12:7). Quando morrermos, nosso corpo
voltará para a terra porque é pó, e nosso espírito voltará para Deus,
pois foi Ele quem nos deu. Por isso o Senhor nos quer abençoar com
toda sorte de bênção espiritual nos lugares celestiais.
Jesus disse para Nicodemos que, se alguém não nascer de novo,
não pode ver o reino de Deus. Por quê? Porque o reino de Deus é
celestial: “A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo
que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. [...]
Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da
água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da
carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te admires
de eu te dizer: importa-vos nascer de novo” (Jo 3:3, 5-7). A expressão
“nascer de novo” em grego é “nascer do alto”. Nós nascemos da carne
e vivemos na carne, mas um dia, quando cremos no Senhor Jesus,
nascemos do alto, nascemos do Espírito, e esse novo nascimento nos
deu um espírito regenerado. Assim, ganhamos aptidão para receber
as coisas da dimensão celestial. Quem não nascer de novo não pode
receber as bênçãos espirituais. A bênção que o Senhor preparou para
mim e para você é de outra esfera, da esfera celestial. Ela inclui tudo
o que Deus é: Sua natureza, Sua autoridade, Seu poder, Sua vida e
Sua glória, com vistas à edificação do Corpo de Cristo. O propósito
de Deus é colocar todas as coisas debaixo dos pés de Cristo para
Deus escolheu você

estabelecer Seu reino na terra.

Pergunta: O que significa nascer do alto?

Meu ponto-chave:
42

ad-nmecc-Livro 1.indb 42 23/09/2022 10:15:59


SEMANA 3 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
2 Co 3:18; 2 Pe 1:4
Ler com oração:
“Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para
sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou
para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o
beneplácito de sua vontade” (Ef 1:4-5).

A BÊNÇÃO DA ESCOLHA DE DEUS


– ESCOLHIDOS PARA SER SANTOS
Quando cremos em Jesus, nascemos do alto e, com o novo
nascimento, ganhamos aptidão para receber as coisas da dimensão
celestial. Veremos hoje que a primeira bênção na esfera celestial dada
pelo Pai refere-se a Sua escolha.
Em Efésios lemos: “Assim como nos escolheu, nele, antes da
fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante
ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos
[filiação], por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua
vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu
gratuitamente no Amado” (1:4-6). A escolha e a predestinação são
as bênçãos que recebemos da parte do Pai. Deus nos escolheu,
dentre muitos, antes da fundação do mundo. Essa escolha foi
feita na eternidade passada, antes que houvesse mundo. O homem
foi criado para realizar o propósito eterno de Deus; Sua escolha
foi feita em Cristo, segundo Sua presciência. Deus, que habita
A bênção do Pai: escolha e predestinação

a eternidade, tem acesso à dimensão do tempo desde antes de o


tempo existir. Ele tem a habilidade de conhecer cada um de nós
antecipadamente. Quem está na eternidade pode acessar a dimensão
do tempo a qualquer momento. Neste mesmo instante, Deus pode
acessar nosso futuro daqui a um ano. Como Deus eterno, Ele tem
essa capacidade.
O desejo de Deus é nos abençoar. Antes da fundação do mundo, Ele nos
escolheu para ser santos. Mas como ser santo? Conforme explicamos
na semana anterior, quando cremos em Jesus, fomos transferidos de
posição: estávamos no mundo e agora estamos em Cristo. Deus quer
dispensar ao homem Sua vida e natureza, mas, se o homem estiver
na esfera terrena, do mundo, Deus não poderá dispensar-Se, pois Ele
não está no mundo. Para ser santos, primeiramente precisamos de
43

ad-nmecc-Livro 1.indb 43 23/09/2022 10:15:59


uma mudança de posição, do mundo para Cristo; assim Deus poderá
santificar-nos interiormente.
O livro de Romanos fala da transformação: “E não vos conformeis
com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente,
para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade
de Deus” (12:2). Quando mudamos de posição, Deus nos supre
constantemente com Sua vida e natureza santas. Ocorre, portanto, uma
transformação metabólica em nosso interior. Suponhamos que, a partir
de hoje, você resolva fazer uma dieta alimentar mais saudável. O que
acontecerá em seu corpo? Os elementos antigos serão eliminados pelo
metabolismo, e essas células serão substituídas pelas células novas
advindas da alimentação saudável. Se você seguir fielmente essa dieta,
depois de um tempo, todas as células de seu corpo serão trocadas,
o que chamamos de transformação. Quando cremos, Deus nos
santificou mudando-nos de posição. Agora Ele nos santifica mudando
nossa disposição. Os elementos do velho homem e da carne estão
sendo removidos. Esses elementos, que ainda causam problemas para
a edificação da igreja, estão sendo substituídos pela vida e natureza
santas de Deus (2 Co 3:18).
Por um lado, participamos da natureza santa de Deus; por outro,
a corrupção das paixões que há no mundo é eliminada de dentro
de nós (2 Pe 1:4). Por meio da palavra, o Senhor realiza em nós a
transformação metabólica e a santificação. No capítulo quinto de
Efésios, lemos: “Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo
amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse,
tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a
apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem
coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (vs. 25-27). Por meio
de Sua morte e ressurreição, Cristo se entregou por nós, a igreja. Mas
por que Ele se entregou? Para nos santificar. E a santificação ocorre
por meio da lavagem de água pela palavra. A palavra profética nos
Deus escolheu você

lava, eliminando os elementos naturais que nos fazem brigar uns com
os outros. Ela traz a natureza santa de Deus para dentro de nós e tira
todos os elementos do velho homem. Portanto a palavra é a solução
para a unidade e para a edificação da igreja. Uma mera mudança de
comportamento não poderá resolver nosso problema, mas a palavra
de Deus resolve. Nos últimos cinco anos, a palavra profética nos
tem tornado mais unidos, pois ela nos faz correr para o mesmo alvo,
44 levando-nos a viver cada vez mais na esfera espiritual.

ad-nmecc-Livro 1.indb 44 23/09/2022 10:15:59


Todos nós estamos sendo santificados. Por quê? Porque Cristo quer
uma igreja edificada. Ele quer uma igreja gloriosa, “sem mácula, nem
ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Ef 5:27),
uma igreja perfeita. Portanto a santificação não se refere apenas a uma
mudança de comportamento, ou seja, deixar de viver uma vida de
pecado para viver uma vida sem pecado, mas refere-se a uma mudança
de natureza, de essência. Louvado seja o Senhor!

Pergunta: Que bênção Deus preparou para nós desde antes da fundação do
mundo?

Meu ponto-chave:

A bênção do Pai: escolha e predestinação

45

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SEMANA 3 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Rm 9:11-21, 23-24; Ef 1:4
Ler com oração:
“E em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio
de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade” (Ef 1:4b-5).

A BÊNÇÃO DA PREDESTINAÇÃO
Ontem vimos que a primeira bênção de Deus se refere a Sua
escolha. Ele nos escolheu antes da fundação do mundo, na eternidade
passada. Essa é a eleição de Deus (Ef 1:4-5). Nessa porção, a
expressão “irrepreensíveis” significa “sem defeito” (5:27), e “perante
ele” significa que o padrão de santidade e perfeição é o padrão de
Deus, não o padrão moral humano. Os cristãos hoje têm um bom
padrão moral, principalmente no que diz respeito à santidade. Mas
devemos ser “santos e irrepreensíveis” de acordo com o padrão de
Deus. O versículo quarto termina com a expressão: “E em amor”. Isso
demonstra que é na esfera do amor ágape, ou seja, do amor de Deus,
que os escolhidos são santificados e alcançam a perfeição. Deus é a
fonte de nosso amor para com Ele e para com os homens.
A segunda bênção de Deus Pai é a predestinação (Ef 1:4b-5).
“Predestinar” significa “decidir de antemão”. Deus, por meio de Sua
vontade soberana, designou, decidiu de antemão. Ele tem esse poder,
tem esse direito. Ele pode determinar. Deus está na eternidade, Nele
não há o elemento tempo; antes, Ele tem conhecimento prévio de tudo
o que ocorre no tempo. O Senhor escolheu e predestinou você, e não
outro. Ele tem esse poder porque é soberano.
A eleição e a predestinação sempre foram dois itens muito confusos
entre os filhos de Deus. Nos estudos de teologia, temos duas escolas de
interpretação. Uma escola é a calvinista, de Calvino, que defende que
Deus tem o poder e o direito de predeterminar como Ele quer, tanto
Deus escolheu você

na eleição quanto na predestinação. A outra escola é a arminiana, que


depende da atitude do homem, de como ele agirá em relação às coisas
de Deus. Há uma disputa entre essas duas escolas. A escola calvinista
não está errada, pois está escrito na Bíblia que Deus tem o direito de
predeterminar como Ele quer. Mas isso pode causar um problema:
se tudo já foi predeterminado por Deus, e nada depende do homem,
podemos pensar erroneamente que não há necessidade de pregar o
46 evangelho. Se uma pessoa já é predestinada e eleita, não depende do

ad-nmecc-Livro 1.indb 46 23/09/2022 10:16:00


homem; por outro lado, se tudo dependesse do homem, nada teria a
ver com a soberania e determinação de Deus. Como se explica isso?
Para esclarecer esse ponto, vejamos alguns versículos no livro
de Romanos: “E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham
praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à
eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama), já
fora dito a ela: O mais velho será servo do mais moço. Como está
escrito: Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú. Que diremos, pois?
Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum! Pois ele diz a
Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e
compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão. Assim, pois,
não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua
misericórdia” (9:11-16).
Em seguida lemos: “Logo, tem ele misericórdia de quem quer e
também endurece a quem lhe apraz. Tu, porém, me dirás: De que se
queixa ele ainda? Pois quem jamais resistiu à sua vontade? Quem
és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o
objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim? Ou não
tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um
vaso para honra e outro, para desonra? [...] A fim de que também
desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia,
que para glória preparou de antemão, os quais somos nós, a quem
também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os
gentios?” (Rm 9:18-21, 23-24).
Se interpretarmos literalmente essa porção de Romanos, poderemos
A bênção do Pai: escolha e predestinação

concluir erroneamente que não há necessidade de buscar o Senhor,


pois, se o Senhor é misericordioso conosco, Ele será até o fim. Por
outro lado, se Ele não é misericordioso conosco, não adianta correr ou
querer. Isso é algo difícil de entender e explicar. Mas, graças ao Senhor,
a partir do versículo 30 de Romanos 9, vemos um novo elemento que
nos dá luz sobre essa questão: a fé. Veremos mais sobre isso amanhã.

Pergunta: Explique o que é a predestinação de Deus.

Meu ponto-chave:

47

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SEMANA 3 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Rm 9:30-33; 10:1-15
Ler com oração:
“Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração,
creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Rm 10:9).

A REVELAÇÃO DA ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO DE DEUS


Hoje veremos acerca da revelação sobre a eleição e predestinação
de Deus. Consideremos o que diz Romanos 9: “Que diremos, pois?
Que os gentios, que não buscavam a justificação, vieram a alcançá-la,
todavia, a que decorre da fé; e Israel, que buscava a lei de justiça, não
chegou a atingir essa lei. Por quê? Porque não decorreu da fé, e sim
como que das obras. Tropeçaram na pedra de tropeço” (vs. 30-32).
Esses versículos trazem um elemento novo: a fé. Nessa porção vemos
que a eleição e a predestinação de Deus não decorrem de obras, mas
da fé; não é pelo esforço natural do homem, mas é pela fé: “Como
está escrito: Eis que ponho em Sião uma pedra de tropeço e rocha
de escândalo, e aquele que nela crê não será confundido” (v. 33). O
segredo é crer!
Deus escolhe e predestina os que creem, pois Sua justiça decorre da
fé: “Irmãos, a boa vontade do meu coração e a minha súplica a Deus a
favor deles são para que sejam salvos. Porque lhes dou testemunho de
que eles têm zelo por Deus, porém não com entendimento. Porquanto,
desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua
própria, não se sujeitaram à que vem de Deus. Porque o fim da lei é
Cristo, para justiça de todo aquele que crê. Ora, Moisés escreveu que
o homem que praticar a justiça decorrente da lei viverá por ela. Mas
a justiça decorrente da fé assim diz: Não perguntes em teu coração:
Quem subirá ao céu?, isto é, para trazer do alto a Cristo; ou: Quem
descerá ao abismo?, isto é, para levantar Cristo dentre os mortos.
Deus escolheu você

Porém que se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu
coração; isto é, a palavra da fé que pregamos” (Rm 10:1-8).
A diferença entre ser ou não eleito, entre ser ou não predestinado
está no fato de crer. Isso está relacionado com nossa boca e com
nosso coração: “A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu
coração” (Rm 10:8). Então basta crer. No versículo 9, lemos: “Se,
com a tua boca”. Essa parte Deus não pode fazer por nós, ainda
48 que Ele tenha a força da predeterminação. Por isso o apóstolo Paulo

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diz: “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu
coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.
Porque com o coração se crê para justiça” (Rm 10:9-10). Como Deus
pode fazer justiça e nos considerar justos? Por meio de nossa atitude
de exercitar a fé. Se você crer com o coração, terá a justiça de Deus:
“Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa
a respeito da salvação. Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que
nele crê não será confundido” (vs. 10-11). Aquele que crê é separado,
escolhido e predestinado por Deus. E crer não é obra da carne, pois
o livro de Romanos deixa claro que não é por obras.
Por esse motivo, precisamos pregar o evangelho por todo o mundo:
“Pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é
o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. Porque:
Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, porém,
invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de
quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?”
(Rm 10:12-14). Amado leitor, o Senhor nos deu ferramentas para
pregar o evangelho, como o CEAPE, o “Posso orar por você?”, a
colportagem, o “Avança, Jovem!” e a “Fábrica de vencedores”.
Aleluia! E continua: “Quão formosos são os pés dos que anunciam
coisas boas!” (v. 15). Louvado seja o Senhor!

Pergunta: Do que dependem a eleição e a predestinação?

A bênção do Pai: escolha e predestinação

Meu ponto-chave:

49

ad-nmecc-Livro 1.indb 49 23/09/2022 10:16:00


SEMANA 3 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Hb 1:3; 11:1; Ef 1:5; 1 Pe 1:2
Ler com oração:
“E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem
ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse,
não por obras, mas por aquele que chama)” (Rm 9:11).

A PRESCIÊNCIA DE DEUS E A FÉ
A eleição de Deus está atrelada a Sua presciência. O apóstolo Pedro,
em sua primeira epístola, escreveu aos eleitos, cristãos judeus e gentios,
espalhados pela Ásia Menor: “Eleitos, segundo a presciência de Deus
Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do
sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas” (1:2).
A eleição de Deus é soberana. Ele tem misericórdia de quem Lhe
aprouver ter misericórdia. O apóstolo Pedro deixa claro que a eleição
de Deus Pai é segundo Sua presciência. Em outras palavras, antes de
existirmos, Ele já nos conhecia. O Senhor conhece toda a nossa vida,
todos os momentos de nossa vida, inclusive este momento agora.
Então a eleição de Deus é de acordo com essa presciência.
A presciência não é segundo nossas obras, não é o que fazemos
de bem ou mal, mas segundo nossa fé. Se tivesse a ver com nossas
obras, seria algo humano. Graças ao Senhor, um dia tivemos a
oportunidade de ter contato com a palavra do evangelho. Por isso
é tão importante sair às ruas e praticar o “Posso orar por você?”.
Caso contrário, impediremos que as pessoas também recebam a
palavra da fé, pois a eleição e a predestinação decorrem da fé. As
pessoas precisam ouvir a palavra e crer nela. E como crerão se não
há quem anuncie? Então a presciência não é pelas obras de cada um,
mas pela fé, conforme vimos em Romanos: “E ainda não eram os
gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que
o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras,
Deus escolheu você

mas por aquele que chama)” (9:11). Por isso devemos viver pela fé
e pregar o evangelho.
A única maneira de termos acesso às coisas celestiais é pela fé:
“Ora, a fé é a certeza [substantificação] de coisas que se esperam, a
convicção de fatos que se não veem” (Hb 11:1). A fé torna real o que
está na eternidade, torna real o que é espiritual, o que é celestial. A
50 fé é uma janela para o homem que vive na esfera terrena ter acesso

ad-nmecc-Livro 1.indb 50 23/09/2022 10:16:00


às coisas de Deus, à própria substância ou ser de Deus (Hb 1:3), que
estão na outra dimensão, a dimensão da eternidade. A fé não resulta de
obras, pois não precisamos fazer nada, apenas crer. Quando cremos,
temos acesso às bênçãos espirituais. De acordo com a presciência de
Deus, pela fé temos acesso às coisas da região celestial. Isso nada tem
a ver com nossa capacidade. Então tudo o que é da esfera celestial tem
valor para Deus.
Certo dia orei ao Senhor e disse: “Senhor, eu não quero falar do
livro de Efésios de uma maneira convencional, mas também não quero
inventar nada”. Conforme fui estudando, lendo e tendo comunhão
com o Senhor, Ele me deu essa revelação: a fé é a chave de tudo e
tem que ser constante. Em Efésios é dito que fomos predestinados
para a filiação (1:5). A palavra “filiação” vem do grego huiothesia:
huiós significa “filho maduro”, e huiothesia refere-se ao direito de
primogenitura, o direito do filho maduro de receber a herança do pai.
Por isso não é somente crer em Jesus, como da primeira vez, quando
fomos salvos, mas viver por fé. Todos os dias devemos acessar as
coisas celestiais pela fé. A palavra profética funciona e exige que você
creia. Se você não crer, não terá a realidade das coisas celestiais, mas,
se crer e for obediente a ela, você verá milagres da fé.
Graças a Deus pela palavra profética. Nestes tempos finais, o
Senhor tem revelado muitas verdades e tem conduzido Seu povo
como um exército para o cumprimento de Sua vontade, para a
edificação do Corpo de Cristo. Devemos crer e obedecer para ter
acesso à realidade celestial.
A bênção do Pai: escolha e predestinação

Pergunta: Qual é a única maneira de ter acesso às coisas celestiais?

Meu ponto-chave:

51

ad-nmecc-Livro 1.indb 51 23/09/2022 10:16:00


SEMANA 3 – DOMINGO
Leitura bíblica:
Rm 1:5; 16:26
Ler com oração:
“De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário
que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna
galardoador dos que o buscam” (Hb 11:6).

A FÉ NOS LEVA A OBEDECER À PALAVRA DE DEUS


A incredulidade e a desobediência à palavra desagradam a Deus.
Isso é bem ilustrado na história do rei Saul, registrada no primeiro
livro de Samuel, capítulo 13. Por dar mais atenção às circunstâncias
do que ao mandamento de Deus, isto é, à palavra de Deus, o rei
perdeu seu reinado. Como Samuel não chegava a Gilgal, forçado
pelas circunstâncias, Saul ofereceu holocaustos ao Senhor, em lugar
do sacerdote, como tentativa de reverter a dispersão do povo e obter
o favor de Deus. Saul, na verdade, desobedeceu ao mandamento de
Deus e a consequência foi: “Então, disse Samuel a Saul: Procedeste
nesciamente em não guardar o mandamento que o Senhor, teu Deus,
te ordenou; pois teria, agora, o Senhor confirmado o teu reino sobre
Israel para sempre. Já agora não subsistirá o teu reino. O Senhor
buscou para si um homem que lhe agrada e já lhe ordenou que
seja príncipe sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o
Senhor te ordenou” (vs. 13-14). Isso mostra que a incredulidade e a
desobediência à palavra de Deus geram consequências.
Ainda no primeiro livro de Samuel, o mandamento de Deus a Saul
consistia em destruir Amaleque e tudo o que ele possuía, e nada
poupar. Saul, no entanto, não obedeceu. Pelo contrário, ele preservou
a vida de Agague, rei dos amalequitas, e o melhor das ovelhas e dos
bois para sacrificar ao Senhor. Isso desagradou a Deus. Então Samuel
disse a Saul: “Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos
e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra?” (15:22). Desse
Deus escolheu você

modo, nossa fé e obediência à palavra agradam a Deus.


Querido leitor, a fé leva à obediência. A palavra profética é
mandamento de Deus e devemos obedecer-lhe. O apóstolo Paulo,
ao escrever a Epístola aos Romanos, enfatizou a importância da
obediência por fé: “Por intermédio de quem viemos a receber graça
e apostolado por amor do seu nome, para a obediência por fé, entre
52 todos os gentios” (1:5). A palavra de Deus é uma ordem para executar

ad-nmecc-Livro 1.indb 52 23/09/2022 10:16:00


Sua vontade, e não para discutir doutrinas. Deus faz Sua obra por
meio da palavra profética: “E que, agora, se tornou manifesto e
foi dado a conhecer por meio das Escrituras proféticas, segundo o
mandamento do Deus eterno, para a obediência por fé, entre todas
as nações” (Rm 16:26). Então qual deve ser nossa atitude para com
a palavra? A obediência por fé. Quando cremos e obedecemos,
praticamos o mandamento de Deus por meio da palavra profética.
Assim, a vontade de Deus é feita. A fé e a obediência tornam reais
todas as bênçãos espirituais.
Tomemos como exemplo as igrejas da Colômbia. Por que tudo
mudou ali? Porque eles exercitaram a fé com obediência, deixando
toda a complicação de lado, e com simplicidade creram e obedeceram.
Isso agradou a Deus, e as coisas começaram a acontecer. Em Hebreus
lemos: “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é
necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e
que se torna galardoador dos que o buscam” (11:6). Vamos crer com
simplicidade, obedecendo ao que Deus tem ordenado e colocando
tudo em prática. Jesus é o Senhor!

Pergunta: Qual deve ser nossa atitude para com a palavra profética?

Meu ponto-chave:
A bênção do Pai: escolha e predestinação

53

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SEMANA 4 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mt 16:18; 28:18-20
Ler com oração:
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem
abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais
em Cristo” (Ef 1:3).

RUMINAR A PALAVRA PROFÉTICA


TRAZ AS BÊNÇÃOS CELESTIAIS
Na mensagem desta semana, cujo título é: “A bênção do Filho:
redenção e encabeçamento”, chegamos aos versículos 7 a 12 do
primeiro capítulo de Efésios. Antes disso, revisaremos a bênção do
Pai, como o fato de sermos eleitos e predestinados para um propósito.
A bênção descrita nesses versículos contém preciosas revelações, as
quais são percebidas à medida que “ruminamos” a palavra profética
(ouvindo-a repetidamente, como se estivéssemos nos alimentando
dela). Veremos adiante que a glorificação se dá por fazermos a
vontade do Pai, e que seu operar produz unidade e amor. E, por fim,
concluiremos que Cristo é a sabedoria e a prudência de Deus, que Seu
encabeçamento nos leva a fazer Sua vontade, e nossa vida se destina a
lutar pela vontade de Deus.
Ultimamente temos visto que a palavra profética é o combustível para
a obra do Senhor. A experiência nos tem mostrado que, quando somos
imersos nessa palavra, uma combustão ocorre em nós, e o resultado pode
ser visto quando saímos às ruas para pregar o evangelho. Nesse sentido, o
CEAPE (Centro de Aperfeiçoamento para a Propagação do Evangelho)
reuniu recentemente, em uma de suas unidades, coordenadores e irmãos
que atuam na obra de pregação do evangelho em várias regiões do
Brasil e também da América do Sul com vistas a serem aperfeiçoados
na visão da importância da palavra profética para a execução da obra do
Senhor. Os irmãos que participaram dessa comunhão puderam testificar
Deus escolheu você

quão importante é ruminar tal palavra para servir o Senhor. A exemplo


desses irmãos, quando nos dermos conta de que quem opera a obra do
Senhor é a palavra, passaremos a valorizá-la, ruminá-la e praticá-la. O
exercício do espírito associado ao ruminar da palavra profética faz com
que a obra do Senhor se realize.
Gostaria de encorajar todos os irmãos a acompanhar o falar profético
e ruminar essa palavra até extrair toda a sua essência. Cremos que, se
54

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adotarmos essa atitude de ruminar a palavra profética e não apenas
ouvi-la uma única vez, ficaremos cheios do Espírito, loucos pelo
Senhor e desesperados por apressar Sua vinda.
Outro princípio aprendido pelos irmãos que participaram desse
treinamento de líderes do CEAPE foi a importância de depender
uns dos outros. Enquanto saíam para pregar o evangelho, ao notar
que alguém estava com dificuldades, oravam e ajudavam esse irmão
ruminando juntos a palavra, o que lhes recobrava o ânimo e a energia
para voltar a evangelizar. Esta é a obra de edificação: a ajuda mútua
entre os membros do Corpo de Cristo, que se olham com amor, e não
com disputa. A experiência desses irmãos nos mostrou um caminho
para a edificação da igreja. O exercício do espírito, o ruminar da
palavra profética e a mútua cooperação dos membros do Corpo de
Cristo devem ser replicados em todos os segmentos da igreja, com
as mulheres, os homens, os jovens, os adolescentes e as crianças. Os
princípios mencionados acima são fundamentais para que a edificação
ocorra entre nós. Precisamos dar-nos conta de que o melhor resultado
a ser alcançado em qualquer segmento na igreja é sua edificação.
Recentemente estudamos o Evangelho de Mateus, em que vimos
que Cristo foi ungido para executar Sua comissão de gerar a igreja, a
partir de Sua morte e ressurreição, e também edificá-la. A edificação
da igreja resultará em nossa união com Cristo, e nós, juntamente
com Ele, venceremos o anticristo e seus seguidores e poremos fim
ao domínio das trevas, o qual traz tanto sofrimento aos habitantes da
A bênção do Filho: redenção e encabeçamento
terra. Em outras palavras, a edificação da igreja porá fim à “farra”
de Satanás.
A igreja não é uma coisa qualquer. O final do livro de Mateus nos
mostra que também lhe foi dada uma grande comissão: edificar o
Corpo de Cristo. Portanto nossa vida cristã não se destina apenas a
nos proporcionar alegria ou boa qualidade de vida espiritual, mas a
resgatar as pessoas das trevas e trazê-las como materiais que comporão
a edificação da igreja. Este é nosso encargo, nossa missão: fazer parte
desse grande empreendimento, a edificação da igreja.
Você percebe a importância da igreja na terra? Não estamos aqui de
passagem, estamos em uma missão. Embora esteja na terra, a igreja
não está ligada às coisas terrenas, mas às celestiais. Deus quer produzir
algo celestial na terra por meio da igreja, por isso Ele também deseja
abençoar-nos com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais.
São essas as bênçãos que Deus preparou para a igreja. Somente com 55

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as bênçãos celestiais conseguiremos produzir, pela igreja na terra, algo
do céu. Isso é maravilhoso! Fomos abençoados para, a partir de nós,
trazer um pedaço do céu, isto é, da esfera de Deus, à terra. Aleluia!

Pergunta: Qual a importância da igreja na terra?

Meu ponto-chave:

Leitura de apoio:
“Parceiros da obra de Deus” – cap. 2 – Pedro Dong.
Deus escolheu você

56

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SEMANA 4 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Ef 1:4-5; Jo 1:12; Rm 8:14, 17
Ler com oração:
“Eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do
Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo,
graça e paz vos sejam multiplicadas” (1 Pe 1:2).

ELEITOS E PREDESTINADOS PARA UM PROPÓSITO


Enquanto alguns pregam por aí o chamado “evangelho da
prosperidade”, que diz que, após crer em Jesus, as pessoas ficarão ricas,
nós pregamos o evangelho que exorta as pessoas a viver para fazer a
vontade de Deus. Mas fazer a vontade de Deus passa, primeiramente,
por sermos abençoados com toda sorte de bênção espiritual que vem
do céu. Isso é muito significativo, pois nos mostra que a edificação da
igreja não depende de organizações ou habilidades humanas, mas de
toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestes.
Se continuarmos a servir na igreja baseados em nosso conhecimento
bíblico ou experiência adquirida, tudo o que fizermos ainda será
terreno. Precisamos recorrer à bênção espiritual para edificar a igreja.
Nenhum de nós é dotado de capacidade para edificar a igreja, mas
temos a capacidade de receber as bênçãos espirituais que se encontram
nos lugares celestiais. O operar dessas bênçãos em nós resultará na
edificação da igreja. O capítulo primeiro de Efésios revela, sob a
perspectiva divina, como Deus terá Sua vontade realizada: a edificação A bênção do Filho: redenção e encabeçamento
do Corpo de Cristo. De acordo com esse capítulo, as bênçãos espirituais
nos lugares celestiais podem ser divididas em tópicos, como veremos.
O primeiro tópico diz respeito à bênção do Pai, O qual nos abençoou
com Sua escolha e predestinação. Dentre tantas pessoas, fomos
escolhidos por Ele antes da fundação do mundo para ser santos e
irrepreensíveis. Você não é grato por essa escolha? Além disso, Deus
também nos predestinou, termo que, na língua grega, tem o sentido
de “marcar para determinado destino”. Imagine várias caixas que
são embaladas e etiquetadas para ser enviadas para vários destinos
diferentes. Deus um dia nos escolheu e marcou. Embora não perceba,
você possui uma marca que não somente Deus e Suas hostes celestiais
enxergam, mas também Satanás e suas potestades malignas. Mas o que
consta nessa marca? Que fomos destinados à filiação, isto é, ao direito de
ser chamados filhos de Deus, por crer em Seu nome (cf. Jo 1:12). Como 57

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filhos de Deus, também somos privilegiados por poder ser guiados
neste mundo pelo Espírito de Deus (Rm 8:14). Vivendo debaixo do
guiar de Deus, seremos amadurecidos e edificados mutuamente até o
ponto de estar aptos a receber a herança de Deus (v. 17).
A palavra “filiação” no grego é huiothesia. Ao crer no evangelho,
tornamo-nos filhos de Deus. Ele deseja que cresçamos e atinjamos a
maturidade, isto é, nos tornemos filhos maduros (huiós, em grego).
Você foi predestinado à filiação, a se tornar um filho maduro de Deus,
apto a receber Sua herança. No Antigo Testamento, isso dizia respeito
ao direito de primogenitura desprezado por Esaú, mas valorizado
por Jacó. Nós somos os que amam o direito de primogenitura, não
o desprezamos. Por isso vivemos para fazer a vontade de Deus, para
a qual fomos predestinados “por meio de Jesus Cristo, segundo o
beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele
nos concedeu gratuitamente no Amado” (Ef 1:5b-6).
Na semana anterior, vimos que as questões relacionadas com a
escolha e predestinação ainda causam confusão em muitos cristãos por
conta de duas escolas teológicas com pontos de vista diferentes. Uma
escola é a calvinista, e a outra, a arminiana. Os calvinistas defendem
que a eleição e predestinação são predeterminadas soberanamente
por Deus, e nada depende do homem. Mas a Bíblia diz: “Buscai o
Senhor enquanto se pode achar” (Is 55:6). Se está predeterminado,
por que buscar? Além disso, as Escrituras também nos orientam a
pregar o evangelho “quer seja oportuno, quer não” (2 Tm 4:2). Qual a
finalidade de pregar o evangelho se tudo já está predeterminado?
Os arminianos, por sua vez, vão para outro extremo, que entendem
que a salvação depende das obras dos homens. Porém o livro de
Romanos nos diz que “não depende de quem quer ou de quem corre”
(9:16). Percebe o dilema? Por um lado, temos a soberania de Deus;
por outro, há um incentivo bíblico para que preguemos o evangelho e
busquemos o Senhor. Como resolver essa questão?
Deus escolheu você

Vemos que nossa eleição é segundo a presciência de Deus (1 Pe 1:2),


O qual está na eternidade, por isso pode acessar o tempo quando quiser,
pois não está limitado por ele. Embora não possamos acessar o ontem
nem mesmo o amanhã, Deus pode. A eleição de Deus é segundo Sua
presciência de que creríamos pela fé, isto é, ela se consolida quando
cremos, e a fé nos possibilita o acesso às coisas espirituais. Com isso
entendemos que a escolha e a predestinação de Deus se consolidam no
58 ato de fé daquele que crê. Isso é maravilhoso!

ad-nmecc-Livro 1.indb 58 23/09/2022 10:16:00


Pergunta: O que significa ter sido eleito e predestinado?

Meu ponto-chave:

A bênção do Filho: redenção e encabeçamento

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SEMANA 4 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Rm 9:11, 30-33; Ef 1:6; Jo 17:4-5
Ler com oração:
“Sendo fortalecidos com todo o poder, segundo a força da sua glória,
em toda a perseverança e longanimidade; com alegria, dando graças
ao Pai, que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos
na luz” (Cl 1:11-12).

A GLORIFICAÇÃO SE DÁ POR FAZER


A VONTADE DO PAI
Vimos ontem que a eleição de Deus não depende de nossas ações
(Rm 9:11, 30-31). Os judeus sempre foram pessoas muito sérias e
comprometidas com o propósito de cumprir a justiça, mas, segundo
o apóstolo Paulo, não a alcançaram. Os gentios, porém, que nunca
se preocuparam em cumprir a lei, um dia ouviram a mensagem
do evangelho, foram tocados em seu coração, creram e acabaram
alcançando a justiça que os judeus buscavam. Mas por que os judeus
não alcançaram a justificação? Vejamos: “Porque não decorreu da fé,
e sim como que das obras. Tropeçaram na pedra de tropeço, como
está escrito: Eis que ponho em Sião uma pedra de tropeço e rocha de
escândalo, e aquele que nela crê não será confundido” (vs. 32-33).
Portanto fica clara a diferença entre um e outro quanto ao ato de crer.
Antes de crer no evangelho, éramos comuns e confundidos
com todos os que não criam; porém, após crer, fomos separados
e marcados por Deus para nunca mais ser confundidos. Por causa
de Sua presciência, Deus já sabia que viríamos a crer, por isso nos
escolheu antes da fundação do mundo e nos predestinou. Portanto
não é por obras, mas pela fé que tudo isso se torna real em nossa
vida. Se prosseguirmos nesse caminho da fé, com simplicidade e
obediência à palavra profética, viveremos o plano celestial na terra,
e a igreja será edificada.
Deus escolheu você

O segundo tópico da bênção espiritual nas regiões celestes diz


respeito à bênção do Filho. A escolha e a predestinação de Deus são
“para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente
no Amado” (Ef 1:6). Antes de falar propriamente da bênção do Filho,
Paulo fala sobre o louvor da glória da graça de Deus, que Ele nos
deu em Cristo. A glória é o resultado esperado por Deus quando Ele
nos deu a graça. Deus nos deu o próprio Cristo como graça para que,
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ad-nmecc-Livro 1.indb 60 23/09/2022 10:16:00


por meio Dele, desfrutássemos toda bênção espiritual nas regiões
celestiais. O propósito de Deus nos dar a graça visa a nosso desfrute
Dele, o qual resultará na glória.
Ainda sobre a glória, leiamos esta porção da Epístola aos Colossenses:
“Sendo fortalecidos com todo o poder, segundo a força da sua glória,
em toda a perseverança e longanimidade; com alegria, dando graças
ao Pai, que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos
na luz” (Cl 1:11-12). Essa passagem nos mostra que a glória é mais
do que um esplendor, uma luz ou um brilho; ela tem força e também
opera, isto é, trabalha para atingir um resultado e ainda é capaz de
nos fortalecer. Com esse apoio, podemos viver com perseverança e
longanimidade, mesmo passando por toda sorte de adversidades, mas
com alegria, pois podemos contar com a força de Sua glória, que está
em Deus Pai.
Certa vez Jesus disse ao Pai: “Eu te glorifiquei na terra, consumando
a obra que me confiaste para fazer” (Jo 17:4). Querido leitor,
glorificamos a Deus quando fazemos o que o Senhor nos confiou. Foi-
nos confiada a responsabilidade de pregar o evangelho, resgatar as
pessoas do mundo e transferi-las para Cristo. Ao realizar essa missão,
glorificamos a Deus fazendo Sua vontade.
Continuando a passagem do Evangelho de João, lemos: “E, agora,
glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de
ti, antes que houvesse mundo” (Jo 17:5). Antes da criação do mundo,
o Filho estava na glória com o Pai, porém, quando foi enviado ao
A bênção do Filho: redenção e encabeçamento
mundo, despiu-se daquela glória para viver entre os homens. Contudo,
por haver realizado a missão que Deus Pai Lhe confiara, a qual foi
consumada na cruz, Jesus morreu, ressuscitou e foi novamente
glorificado, mas agora como homem. Continuaremos a falar sobre a
glorificação de Jesus na leitura de amanhã. Amém!

Pergunta: Como podemos ser glorificados?

Meu ponto-chave:

61

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SEMANA 4 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Jo 17:21-24; Rm 3:23; 1 Co 15:3; Hb 9:12, 22; 1 Pe 3:18
Ler com oração:
“No qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados,
segundo a riqueza da sua graça” (Ef 1:7).

O OPERAR DA GLÓRIA
PRODUZ UNIDADE E AMOR
Quando estava próximo de Sua morte, Jesus, no jardim do
Getsêmani, orou ao Pai pedindo que, se fosse possível, passasse Dele
o cálice da morte que estava para tomar, mas que fosse feita a vontade
de Deus. Sua preocupação estava em ser aprovado por Deus Pai, pois,
caso não fosse, Jesus seria deixado na corrupção e não ressuscitaria.
Aliás, a ressurreição de Jesus foi o atestado de que o Pai aprovou Seu
trabalho e que, por isso, o homem Jesus se tornou o varão aprovado
por Deus, conforme consta no livro de Atos. Após Sua ressurreição,
Jesus se tornou um homem glorificado.
O Evangelho de João registra que, após a glorificação de Jesus, outro
acontecimento marcante se daria, o envio do Espírito para os crentes:
“No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou:
Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como
diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto ele disse
com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem;
pois o Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus não
havia sido ainda glorificado” (Jo 7:37-39). Isso revela que, na graça
que Deus nos deu em Seu Filho, Jesus Cristo, temos também a glória
do próprio Pai. A graça nos foi dada como um presente por Deus
Pai, com Sua glória, para que fôssemos glorificados, isto é, fôssemos
fortalecidos com a força de Seu poder.
O objetivo final da vontade de Deus é nos inserir na glória do Pai,
unindo a igreja com o Filho para que todos sejam um, o Pai no Filho,
Deus escolheu você

o Filho no Pai e a igreja em Deus, a fim de que sejamos aperfeiçoados


na unidade por meio do trabalho da glória (Jo 17:21-24). A glória do
Pai tem por objetivo produzir a unidade entre os filhos de Deus, a qual
diz respeito também à edificação da igreja. Quanto mais a glória opera
em nós, mais a unidade é gerada.
Como vimos no início da mensagem desta semana, quando
62 passamos um tempo junto com os irmãos, imersos na palavra profética,

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servindo ao Senhor na pregação do evangelho e dependendo uns dos
outros, somos edificados e experimentamos a unidade. Não podemos
mais olhar uns para os outros como indivíduos independentes, mas
somos um só bloco, somos todos um. Essa condição de unidade faz
com que Satanás não encontre brechas para alavancar a divisão. Isso
é maravilhoso!
As bênçãos espirituais nos lugares celestiais visam à unidade
divina, não à que o homem consegue produzir. E o resultado de
sermos aperfeiçoados nessa unidade é o amor, conforme lemos: “Eu
neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade,
para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como
também amaste a mim” (Jo 17:23). Esse amor não é fabricado, é
o amor de Deus na edificação. Essa é a graça que Deus nos deu
gratuitamente no Amado.
Jesus Cristo é o Filho amado de Deus, conforme o próprio Pai
declarou em Seu batismo, quando se ouviu uma voz do céu que dizia:
“Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3:17).
Posteriormente, quando estava no monte da transfiguração, novamente
uma voz do céu proclamou: “Este é o Meu Filho amado, em quem
me comprazo; a Ele ouvi” (17:5). Fomos escolhidos para receber
gratuitamente essa graça no amado Filho de Deus, “no qual temos a
redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza
da sua graça” (Ef 1:7). Precisamos dar-nos conta de que, se não fosse
a redenção realizada pelo Filho de Deus, jamais teríamos acesso às
A bênção do Filho: redenção e encabeçamento
bênçãos espirituais nos lugares celestiais. Sem ela permaneceríamos
no pecado, mas, pelo derramamento do sangue de Jesus na cruz,
obtivemos o perdão de nossos pecados. Sem esse perdão, estaríamos
numa enrascada, pois Deus não poderia abençoar-nos, mas, pelo fato
de ter derramado Seu sangue na cruz em nosso favor, o Filho realizou
eterna redenção (Rm 3:23; 1 Co 15:3; Hb 9:12, 22; 1 Pe 3:18). Sendo
assim, a redenção propiciou a base para Deus perdoar nossas ofensas a
fim de nos justificar: “Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo
sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato
de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que
dá vida. Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos
se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um
só, muitos se tornarão justos” (Rm 5:18-19). Nossos pecados foram
perdoados, e Deus nos justificou. Essa é a justiça que decorre da fé.
Bastou-nos crer, e fomos justificados. 63

ad-nmecc-Livro 1.indb 63 23/09/2022 10:16:00


Por fim, note o que consta no livro de Romanos: “Justificados, pois,
mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus
Cristo; por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé,
a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da
glória de Deus” (5:1-2). Perceba, querido leitor, que não é por meio de
obras que somos justificados, mas pela fé. Além disso, o objetivo final
dessa justificação é a glória, é sermos glorificados. Não é maravilhoso?
Ó Senhor Jesus!

Pergunta: Qual é o objetivo da glória do Pai?

Meu ponto-chave:
Deus escolheu você

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SEMANA 4 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Pv 8:12, 22-31; Ef 1:8
Ler com oração:
“Desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito
que propusera em Cristo” (Ef 1:9).

CRISTO: A SABEDORIA E A PRUDÊNCIA DE DEUS


Por meio da obra de redenção do Filho, Deus derramou Sua graça
abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência (Ef 1:8).
A escolha, a predestinação e o direito à filiação, isto é, o direito de
herdarmos a herança de Deus, são graça. Essa abundante graça que
Deus derramou sobre todos nós é muito valiosa! Todavia, ao entrar
o pecado no homem, este ficou impossibilitado de receber a bênção
espiritual que Deus lhe havia preparado. Quando, porém, Deus enviou
Seu Filho para que morresse na cruz e derramasse Seu sangue em
nosso favor, ali foi realizada a redenção e, consequentemente, o perdão
de nossas ofensas. Nossos pecados ofendiam e ainda ofendem a Deus,
mas, pelo sangue de Jesus, nossas ofensas são perdoadas.
Ao falar sobre a bênção do Filho, Paulo cita sabedoria e prudência.
A sabedoria é necessária para planejar segundo o desejo da vontade
de Deus, isto é, ela é necessária na fase do projeto de Sua vontade. A
prudência, por sua vez, é necessária na fase da execução.
A sabedoria de Deus é Cristo, conforme podemos ler: “Mas para os
que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, A bênção do Filho: redenção e encabeçamento
poder de Deus e sabedoria de Deus. [...] Mas vós sois dele, em Cristo
Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça,
e santificação, e redenção” (1 Co 1:24, 30). Cristo é a sabedoria de
Deus, O qual habita com a prudência, segundo está escrito: “Eu, a
Sabedoria, habito com a prudência e disponho de conhecimentos e
de conselhos” (Pv 8:12). Deus sabe planejar e executar Seus planos
porque Ele conta com Cristo como Sua sabedoria desde o início: “O
Senhor me possuía no início de sua obra, antes de suas obras mais
antigas” (v. 22). Antes de tudo existir, desde a eternidade, Cristo foi
estabelecido como a sabedoria de Deus: “Antes de haver abismos,
eu nasci, e antes ainda de haver fontes carregadas de águas. Antes
que os montes fossem firmados, antes de haver outeiros, eu nasci”
(vs. 24-25). Cristo é antes de tudo: “Ainda ele não tinha feito a terra,
nem as amplidões, nem sequer o princípio do pó do mundo” (v. 26). 65

ad-nmecc-Livro 1.indb 65 23/09/2022 10:16:00


A prudência na execução do plano de Deus pode ser percebida a
partir dos versículos seguintes: “Quando ele preparava os céus, aí
estava eu; quando traçava o horizonte sobre a face do abismo; quando
firmava as nuvens de cima; quando estabelecia as fontes do abismo;
quando fixava ao mar o seu limite, para que as águas não traspassassem
os seus limites; quando compunha os fundamentos da terra; então, eu
estava com ele e era seu arquiteto” (Pv 8:27-30a). Cristo é a sabedoria
de Deus para planejar e a prudência para executar, Ele é o arquiteto
de Deus.
O plano de Deus tem tudo a ver com o homem, que é o centro
desse plano. Antes da criação, o Pai e o Filho viviam em perfeita
harmonia. Na versão King James Atualizada, sobre a impressão que
o Filho tinha naquele tempo de perfeita união, Ele afirma: “Sempre
me sentindo muito feliz a seu lado” (Pv 8:30b). Por que o Filho era
tão feliz ao lado do Pai? Porque o Pai era a fonte da felicidade e
da alegria. Quando Deus concluir a execução de Seu plano a nosso
respeito, não precisaremos mais de entretenimento, de nada para
prover-nos de alegria, pois voltaremos para Deus, O qual será a
fonte de nossa felicidade. Ele satisfará plenamente a todas as nossas
necessidades. Que maravilha!
Estima-se que, a cada mês, ocorram cerca de quarenta e cinco
milhões de buscas no Google sobre como podemos ser felizes. Os
colportores, evangelistas que atuam nas ruas pregando o evangelho,
encontram diariamente milhares de pessoas infelizes. Querido
leitor, a felicidade está em Deus. A experiência evidencia que,
quando tocamos em Deus, experimentamos a verdadeira felicidade e
passamos a transbordar de alegria.
Na eternidade passada, antes de tudo, o Pai vivia em harmonia com
o Filho e não parecia precisar de nada mais, mas aprouve a Ele abrir
um espaço de tempo para introduzir o homem nessa felicidade plena.
Por isso lemos no versículo seguinte: “Regozijando-me no seu mundo
Deus escolheu você

habitável e achando as minhas delícias com os filhos dos homens”


(Pv 8:31). Deus desejou criar o homem a fim de enchê-lo das bênçãos
espirituais nos lugares celestiais para que este pudesse ser tomado pela
vida e natureza de Deus até ser totalmente inserido na glória e se tornar
um participante da alegria e felicidade divinas. Esse é o objetivo final.
Voltemos para o texto de Efésios: “Desvendando-nos o mistério
da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo”
66 (1:9). No tocante à bênção do Filho, vimos até aqui que a redenção nos

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dá a base para desfrutarmos tudo o que Deus é. Mas qual o objetivo
de Deus em nos redimir de volta para Si? Deus tem uma vontade que
é um mistério. Embora o universo criado por Deus tenha bilhões ou
até mesmo trilhões de anos, nós vivemos numa janela cósmica na qual
é possível ao homem habitar na terra. É nessa janela de tempo que
Deus quer executar Sua vontade, pois Ele preparou todas as condições
necessárias para que isso pudesse acontecer.
Portanto, irmãos, o tempo só existe para fazer a vontade de Deus.
Embora essa vontade seja um mistério, conforme vimos, todas as
coisas cooperam para que ela se cumpra. Mesmo após a criação dos
céus e da terra, a rebelião de Lúcifer trouxe o caos para o universo.
Após a criação do homem, este também desobedeceu a Deus, e sua
queda gerou muita confusão na terra. O pecado trouxe a corrupção, e
a história humana se tornou uma tragédia após a outra. Mas por que
Deus permitiu que tudo isso acontecesse? Amanhã falaremos sobre
esse assunto, mas até lá descansemos, pois tudo gira em torno da
vontade de Deus.

Pergunta: Para que servem a sabedoria e a prudência no plano de Deus?

Meu ponto-chave:

A bênção do Filho: redenção e encabeçamento

67

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SEMANA 4 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Gn 10:8-10; 11:1-4; Is 14:12-15; Sl 2:1-9; Jo 14:30; Ef 1:10, 17-22
Ler com oração:
“E pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas
as coisas, o deu à igreja” (Ef 1:22).

A VONTADE DE DEUS SE DÁ PELO


ENCABEÇAMENTO DE CRISTO
Todas as coisas acontecem conforme a vontade de Deus, e ninguém
pode opor-se a ela. Dentro da vontade de Deus, Cristo foi o responsável
pela fase do projeto e também é vital na fase da execução. O livro de
Efésios menciona que a vontade de Deus é segundo o beneplácito de
Sua vontade, isto é, segundo Seu ponto de vista. Quando tal vontade
é realizada, isso Lhe traz alegria e prazer. A revelação do mistério da
vontade de Deus aponta que Seu desejo é fazer com que todas as coisas
sejam convergidas em Cristo, todas as coisas estejam debaixo de Sua
liderança e encabeçamento (Ef 1:10). Essa é a vontade de Deus, ver
todas as coisas sob o encabeçamento de Seu Filho.
A palavra grega para “convergir” tem o sentido de “juntar todas
as coisas debaixo de uma pessoa unificadora, sob uma liderança”,
ou seja, tem o sentido de Cristo ser o cabeça de todas as coisas,
conforme está escrito: “E pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para
ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja” (Ef 1:22). Essa
é a função da igreja, colocar todas as coisas sob o encabeçamento
de Cristo.
Quando Deus criou os céus, um dos anjos criados por Ele, Lúcifer,
imaginou que seria o escolhido para governar sobre a nações. Ele se
orgulhou por causa de sua formosura e perfeição e exaltou seu trono.
Embora já tivesse o comando dos anjos, ele quis elevar sua posição
à mesma do Altíssimo, mas Deus o rejeitou (Is 14:12-15). Por causa
da rejeição sofrida, Lúcifer se rebelou contra Deus e hoje lidera as
Deus escolheu você

nações e os reis da terra num movimento contra Deus e Seu ungido,


que é Cristo.
Hoje as nações se rebelam contra quem Deus escolheu para
governar: “Por que se enfurecem os gentios e os povos imaginam
coisas vãs? Os reis da terra se levantam, e os príncipes conspiram
contra o Senhor e contra o seu Ungido, dizendo: Rompamos os seus
68 laços e sacudamos de nós as suas algemas” (Sl 2:1-3). As nações não

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querem nenhum laço com Deus. O que, todavia, não sabem, é que o
homem não pode viver sem Ele. Mas quem iniciou esse movimento
entre os homens? Instigado por Satanás, Ninrode, cerca de 150 anos
após o dilúvio ocorrido na terra, começou a dizer ao povo que eles não
precisavam ter medo de Deus, pois poderiam viver sem Ele, rompendo,
assim, todos os Seus laços a partir da construção da torre de Babel, um
símbolo da independência de Deus (Gn 10:8-10; 11:1-4). De lá para cá,
o curso do mundo é independente de Deus e está sob a liderança de
Satanás (Jo 14:30).
Voltemos para a leitura do Salmo segundo: “Eu, porém, constituí
o meu Rei sobre o meu santo monte Sião. Proclamarei o decreto do
Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei. Pede-me,
e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por
tua possessão. Com vara de ferro as regerás e as despedaçarás como
um vaso de oleiro” (vs. 6-9). Essa passagem nos mostra que Deus já
fez Sua escolha, e não adianta Satanás “espernear”. Na ressurreição,
quando foi glorificado, Jesus foi gerado Filho de Deus e receberá as
nações por herança, isto é, possuirá a terra. Esse é o plano de Deus.
Cristo foi o escolhido para encabeçar todas as coisas, e a igreja se
presta a fazer com que isso aconteça.
O encabeçamento de Cristo está em pleno curso. Ele foi obediente
em executar a vontade de Deus ao se encarnar e morrer na cruz. Cristo
esvaziou-Se de Sua posição ao lado de Deus Pai, se tornou humilde,
vivendo entre os homens, e não tinha nenhuma formosura. Ele não
A bênção do Filho: redenção e encabeçamento
viveu sob os aplausos dos homens; antes, foi perseguido por eles.
Sofreu por nossa causa e morreu por nossos pecados. Porém Deus O
ressuscitou e colocou todas as coisas debaixo de Seus pés.
Diante de tudo isso, precisamos orar: “Que o Deus de nosso Senhor
Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e
de revelação no pleno conhecimento dele, iluminados os olhos do
vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento,
qual a riqueza da glória da sua herança nos santos” (Ef 1:17-18).
Precisamos pedir ao Senhor que nos ajude a enxergar a vontade de
Deus sob Seu ponto de vista. É necessário que também saibamos qual
é a expectativa de Deus a nosso respeito, a nós que fomos chamados.
Somos a herança que Deus prometeu ao Filho, porém, no fim, nós
também receberemos Deus como nossa herança. Por meio do operar
da glória em nós, seremos a herança de Deus, e Deus também será
nossa herança. 69

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Cristo morreu por nós e, como vimos, quando Deus O ressuscitou,
foi glorificado e colocado à direita do trono de Deus, nos lugares
celestiais, de onde Deus deseja abençoar-nos com toda sorte de bênção
(Ef 1:19-20). Os lugares celestiais ficam “acima de todo principado,
e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir
não só no presente século, mas também no vindouro” (v. 21). Isso
significa que Cristo, após ter passado por tantas dificuldades na
terra como homem, sofrendo perseguição, injúrias e injustiças, foi
aprovado por Deus e também elevado a uma posição de autoridade,
acima de qualquer poder. Os principados e potestades são os poderes
angelicais, mas Deus está acima de todos eles: “E pôs todas as coisas
debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à
igreja” (v. 22). Deus colocou Cristo nos lugares celestiais e pôs todas
as coisas debaixo de Seus pés. Como cabeça da igreja, Cristo está
acima de todas as coisas. A igreja, como Seu corpo, tem a função de
trazer essa realidade à terra. Essa é nossa função.
Ora, se nosso pensamento está no céu, nos lugares celestiais, a
igreja, como o Corpo de Cristo, aos poucos vai enchendo-se dessa
realidade. À medida que formos abençoados com toda sorte de bênção
espiritual nas regiões celestiais, nós também nos tornaremos celestiais.
De maneira prática, sairemos deste plano terreno e passaremos a viver
e a servir a Deus de uma maneira não convencional, “fora da caixa”,
fazendo coisas que só Deus pode explicar, porque só Ele pode fazer
por meio de nós. Daí a importância da palavra profética, pois ela traz o
comando de Deus. E, quando cremos e obedecemos, a obra se realiza
como resultado de sermos encabeçados por Cristo e de sermos fiéis a
Sua palavra.

Pergunta: Qual é a função da igreja na terra?


Deus escolheu você

Meu ponto-chave:

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SEMANA 4 – DOMINGO
Leitura bíblica:
Sl 110:1-3; Rm 8:18-23
Ler com oração:
“Teu povo se apresentará generoso, no dia da convocação. Nos montes
santos, mais numerosos do que gotas de orvalho no seio da aurora, tu
terás teus exércitos de jovens santos!” (Sl 110:3 KJA).

NOSSA VIDA SE DESTINA A LUTAR PELA VONTADE DE DEUS


Salmos 110 diz assim: “Disse o Senhor ao meu senhor: Assenta-te à
minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés.
O Senhor enviará de Sião o cetro do seu poder, dizendo: Domina entre
os teus inimigos” (vs. 1-2). Sião era a fortaleza de Davi, o lugar que
representa aqueles que lutam pelos interesses do reino de Deus e os
defendem. Graças a Deus, hoje muitos têm sido despertados por lutar
pelo interesse de Deus, que é a edificação do Corpo de Cristo. Esses
que lutam, assim como Sião, serão os responsáveis por fazer com que
Cristo reine com Seu cetro de poder sobre a terra.
O versículo seguinte continua: “Apresentar-se-á voluntariamente
o teu povo, no dia do teu poder; com santos ornamentos, como o
orvalho emergindo da aurora, serão os teus jovens” (Sl 110:3). Na
versão King James Atualizada, lemos da seguinte maneira: “Teu povo
se apresentará generoso, no dia da convocação. Nos montes santos,
mais numerosos do que gotas de orvalho no seio da aurora, tu terás
teus exércitos de jovens santos!” (Sl 110:3 KJA). Esse povo aqui diz A bênção do Filho: redenção e encabeçamento
respeito à igreja que atendeu à convocação de Deus no momento da
aurora e tem-se apresentado como um exército que luta em favor da
vontade de Deus. Nesta fase final da história da igreja, o Senhor deseja
contar com os jovens maduros, adolescentes e até mesmo com as
crianças. Todos esses, juntos, formarão um exército de jovens santos.
Vemos que o desejo de Deus é o “de fazer convergir nele, na
dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do
céu como as da terra” (Ef 1:10). A palavra “dispensação” no grego é
oikonomia, que se relaciona com o plano de Deus e inclui a escolha
e a predestinação do Pai, e a redenção e o encabeçamento do Filho.
Tudo isso partiu da vontade de Deus. O Filho planejou, executou e
está executando a vontade de Deus. Desde a criação, Deus contou
com a ajuda do Filho, que trouxe à existência o homem, na janela do
tempo, para cumprir Sua vontade. Embora Deus não tenha limitação 71

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de tempo, Ele criou e colocou o homem nessa janela. Mas qual
a finalidade do tempo? Ele foi criado para que o homem viesse ao
mundo. Não adianta nem vale a pena o homem se esforçar para viajar
para outros planetas, pois a vontade de Deus será cumprida aqui,
na terra. O tempo tem início e fim, e nós vivemos limitados por ele,
porém Deus também colocou no coração do homem a eternidade, o
que é muito significativo. Embora vivamos no tempo, em nós há algo
que clama por aquilo que é eterno e que se relaciona com a vontade
de Deus. Essa é a razão de nossa existência, executar a vontade eterna
de Deus. Deus deseja obter no tempo, com base neste corpo terreno,
algo eterno, espiritual, divino e celestial. Para Deus, nós somos como
“casulos” onde Ele gesta algo divino, celestial e espiritual. Portanto o
tempo serve para essa finalidade.
Concluiremos com uma passagem do capítulo oitavo de Romanos:
“Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo
presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em
nós” (v. 18). O que está sendo gestado em nós tem a ver com a glória:
“A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de
Deus” (v. 19). Quando esse processo de gestação terminar, os filhos
maduros de Deus serão revelados (vs. 20-21). Esse será o momento
em que Deus e o homem poderão viver unidos para sempre, e o
tempo terá atendido a sua utilidade, pois, após o milênio, que será
o reinado de Cristo e Seus vencedores na terra por mil anos, nós
seremos inseridos na eternidade.
Querido leitor, todo esse processo traz consigo dores, mas no final
terá valido a pena, pois todos nós, após termos nosso espírito e alma
enchidos de glória, também seremos glorificados em nosso corpo,
seremos completamente inseridos na glória do Pai e viveremos essa
glória com Ele (Rm 8:22-23). Amém!

Pergunta: Afinal, qual a finalidade do tempo?


Deus escolheu você

Meu ponto-chave:

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