Matricula: 5217476 Professora: Márcia Rocha 8° Período Noturno FORMAS ALTERNATIVAS SOLUÇÕES DE CONFLITOS
ATIVIDADE PARA COMPOR A 2º NOTA
(JUSTIÇA RESTAURATIVA NO BRASIL)
A Justiça Restaurativa no Brasil tem emergido como uma abordagem
inovadora no sistema jurídico, procurando transcender a visão punitiva tradicional. Este método coloca a ênfase na reparação, reconciliação e diálogo, promovendo uma resposta mais holística a conflitos. Em contraste com o sistema convencional, a Justiça Restaurativa busca envolver ativamente todas as partes afetadas, incluindo vítimas, infratores e a comunidade.
Diversos estados brasileiros já aplicam os círculos restaurativos para
solucionar os casos de violência dentro das escolas. Estas práticas estão de acordo com a Política Nacional de Resolução de Conflitos no Judiciário, instituída pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por meio da Resolução n. 125/2010, e Resolução n. 225/2016, que tem em seu texto diretrizes que autorizam a prática e propagação da Justiça Restaurativa no Poder Judiciário.
No cerne desse modelo está a compreensão de que os crimes e conflitos não
são apenas violações legais, mas também rupturas nas relações sociais. Portanto, a abordagem procura não apenas punir o infrator, mas restaurar a dignidade da vítima e reintegrar o agressor à comunidade de maneira construtiva.
No entanto, a implementação efetiva da Justiça Restaurativa no Brasil enfrenta
desafios significativos. Questões como a resistência cultural, falta de recursos e capacitação adequada, bem como a complexidade de casos mais graves, têm sido obstáculos a serem superados. Apesar dessas dificuldades, algumas iniciativas bem-sucedidas têm sido testemunhadas em diferentes partes do país. Os círculos restaurativos, uma prática comum na Justiça Restaurativa, reúnem as partes envolvidas para compartilhar suas experiências, expressar emoções e, idealmente, chegar a um acordo mutuamente aceitável para reparar os danos causados. Esses círculos podem ser particularmente eficazes em crimes de menor gravidade, promovendo empatia e entendimento.
A Justiça Restaurativa não se limita apenas ao âmbito criminal; ela também
pode ser aplicada em contextos escolares, familiares e comunitários. A ideia central é transformar conflitos em oportunidades de aprendizado e crescimento, promovendo uma cultura de responsabilidade e respeito mútuo.
A Justiça Restaurativa também pode oferecer uma resposta mais eficiente e
menos dispendiosa em comparação com o sistema penal tradicional. Ao direcionar a atenção para a reparação e reconciliação, pode contribuir para a redução da reincidência, criando comunidades mais seguras e coesas.
Para que a Justiça Restaurativa floresça no Brasil, é essencial investir em
educação e conscientização, capacitando profissionais do sistema jurídico e envolvendo a sociedade civil. A criação de políticas públicas que incentivem a implementação dessa abordagem em diferentes níveis do sistema de justiça é crucial para garantir sua eficácia e aceitação generalizada.
Em conclusão, a Justiça Restaurativa no Brasil representa uma mudança
significativa na maneira como abordamos conflitos e crimes. Apesar dos obstáculos, seu potencial para construir uma sociedade mais justa, compassiva e resiliente justifica o investimento contínuo e a expansão de sua aplicação no sistema jurídico brasileiro.
Mediação de conflitos no ensino privado: estudo sobre a cláusula compromissória de mediação nos contratos de prestação de serviços educacionais da educação básica