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1.

IDENTIFICAÇÃO

Título do Projeto: Crimes graves


raves e Justiça Restaurativa: uso das tecnologias
ecnologias sociais e
da inovação na resolução
ão de conflitos no Brasil.

Palavras-chave (3): Crimes graves


graves, encarceramento e Justiça Restaurativa.

Grande Área do Conhecimento:

Ciências Sociais Aplicadas [X


X]] Ciências Humanas [ ] Engenharias [ ] Ciências da
Saúde [ ]

Curso:

Direito [X] Administração [ ] Psicologia [ ] Engenharia Civil [ ] Enfermagem [


] Odontologia [ ] Arquitetura e Urbanismo [ ]

Grupo de Pesquisa da Faculdade junto ao Diretório do CNPq: Direitos Humanos e


Neoconstitucionalismo.

Líder do GP: Renata Albuquerque Lima.

Professor orientador: Robson Augusto Mata de Carvalho.

Bolsista (1): Alan de Carvalho Cisne.

Bolsista (2): Myllena Araújo Paes Leme.

Voluntários (se houverem): Kariny Anselmo Souza

Maria Eduarda Lima Moura

Gabriel Levi Monte do Nascimento

Steffany Maria Venuto da Silva

1
2. RESUMO DO PROJETO (ATÉ 1.200 CARACTERES)

O objetivo central da presente pesquisa é analisar porque o uso de abordagens


restaurativas não contribui para a redução do encarceramento.
encarceramento Desde o seu surgimento
no Brasil, a Justiça Restaurativa vem sendo apresentada como um modelo de justiça
mais adequado - do que o modelo de justiça criminal tradicional - para lidar com os
conflitos. Seus defensores enaltecem o potencial da Justiça Restaurativa para
emponderar as partes envolvidas, promover responsabilidades, prevenir crimes e
diminuir o encarceramento. Mas afinal, a Justiça Restaurativa judicial vem
concretizando os seus objetivos? A Justiça
iça Restaurativa brasileira constitui uma
alternativa ao encarceramento? Os programas existentes são suficientes e incluem os
crimes considerados graves, como os crimes de drogas? O que pensam os magistrados
que têm experiências com abordagens restaurativas
restaurativa nestes delitos? A fim de
compreender estas e outras questões,
questões a pesquisa levará em consideração oss seguintes
objetivos específicos, os quais correspondem aos capítulos: 1)) analisar as
possibilidades,
des, os limites e os desafios da Justiça Restaurativa nos delitos de drogas; 2)
analisar as percepções dos magistrados que têm experiência com práticas restaurativas
nos delitos de drogas. Para dar conta destes objetivos, será realizada uma pesquisa
bibliográfica. De natureza interdisciplinar, as análises teóricas contemplam autores dos
campos de formação do pesquisador, Ciências Sociais e Direito; em especial, da
Criminologia Crítica. Além da pesquisa teórica, serão realizadass entrevistas com
magistrados. O critério que será
ser utilizado para escolha dos sujeitos da pesquisa é a
experiência profissional com abordagens restaurativas nestes delitos. A hipóte
hipótese de
pesquisa é de que a ausência de programas restaurativos, que contemplem os crimes
considerados graves, bem como a inexistência de programas que constituam uma
alternativa à prisão, impossibilitam uma diminuição significativa do encarceramento. A
hipótese complementar é de que a Justiça Restaurativa não vem sendo aplicada à
maioria dos crimes de drogas previstos na Lei de Drogas, nº 11.343/06.

3. INTRODUÇÃO (MÁXIMO: QUATRO PÁGINAS)

Desde o seu surgimento no Brasil, a Justiça Restaurativa


staurativa vem sendo apresentada
como um modelo de justiça mais adequado – do que o modelo de justiça criminal
dominante – para lidar com os conflitos. Seus defensores enaltecem o potencial da

2
Justiça Restaurativa para emponderar as partes envolvidas, promover
promover responsabilidades,
prevenir crimes e diminuir o encarceramento. Explicita e implicitamente, a projetam
como uma “luz no fim do túnel”, diante do fracasso do sistema penal. Nesse contexto,
expectativas e mitos são criados ao seu respeito.

Mas, afinal, a Justiça Restaurativa judicial vem concretizando os seus objetivos?


Ainda que não seja fácil medir os seus resultados, uma vez que isto demanda pesquisas
empíricas cuidadosas, pesquisadores destacam que o nível de satisfação dos
participantes é superior ao nível de satisfação dos participantes do sistema de justiça
criminal tradicional. Enfatizam,
Enfatizam também, que os encontros restaurativos promovem um
melhor entendimento das raízes e das complexidades dos conflitos
conflitos, e,
consequentemente, contribuem para reparar
reparar danos e cicatrizar feridas ocasionadas por
comportamentos socialmente ofensivos. Mas em relação a redução do encarceramento,
por que este objetivo não vem se concretizando?
concretiza do? A Justiça Restaurativa brasileira
constitui uma alternativa ao encarceramento? Os programas existentes são suficientes e
incluem os crimes considerados graves, como os crimes de drogas? O que pensam os
magistrados que têm experiências com abordagens restaurativas nestes delitos?

Ainda que a gravidade dos crimes esteja associada a intensidade dos danos e ao
grau de reprovação moral, sua classificação (leve, médio e grave) pode variar pessoal,
cultural e historicamente, e não está isenta de críticas. Esta
Esta classificação tem
consequências diretas para as pessoas acusadas e condenadas, em face de um crime.
Além de repercutir no tempo de privação da liberdade, no prolongamento do sofrimento
e na estigmatização daqueles que cumprem ou cumpriram uma pena, a gravidade
gravidade de
uma conduta pode favorecer ou impedir a inclusão nos programas restaurativos.
Exemplo disso é a restrição – no Brasil e no mundo – da Justiça Restaurativa aos crimes
considerados leves. Em razão do seu potencial para promover o desencarcerament
desencarceramento, e
por ser equivocadamente compreendida como uma maneira dos ofensores se
beneficiarem ou evitarem o processo penal, o modelo restaurativo não é imediatamente
aceito como resposta a todos os crimes, ou como solução para todas as vítimas e
infratores (TIVERON, 2017).

Desde o seu surgimento no Brasil, a Justiça Restaurativa


staurativa vem sendo apresentada
como um modelo de justiça mais adequado – do que o modelo de justiça criminal
dominante – para lidar com os conflitos. Seus defensores enaltecem o potencial da

3
Justiça Restaurativa para emponderar as partes envolvidas, promover
promover responsabilidades,
prevenir crimes e diminuir o encarceramento. Explicita e implicitamente, a projetam
como uma “luz no fim do túnel”, diante do fracasso do sistema penal. Nesse contexto,
expectativas e mitos são criados ao seu respeito.

Mas, afinal, a Justiça Restaurativa judicial vem concretizando os seus objetivos?


Ainda que não seja fácil medir os seus resultados, uma vez que isto demanda pesquisas
empíricas cuidadosas, pesquisadores destacam que o nível de satisfação dos
participantes é superior ao nível de satisfação dos participantes do sistema de justiça
criminal tradicional. Enfatizam,
Enfatizam também, que os encontros restaurativos promovem um
melhor entendimento das raízes e das complexidades dos conflitos
conflitos, e,
consequentemente, contribuem para reparar
reparar danos e cicatrizar feridas ocasionadas por
comportamentos socialmente ofensivos. Mas em relação a redução do encarceramento,
por que este objetivo não vem se concretizando?
concretiza do? A Justiça Restaurativa brasileira
constitui uma alternativa ao encarceramento? Os programas existentes são suficientes e
incluem os crimes considerados graves, como os crimes de drogas? O que pensam os
magistrados que têm experiências com abordagens restaurativas nestes delitos?

Ainda que a gravidade dos crimes esteja associada a intensidade dos danos e ao
grau de reprovação moral, sua classificação (leve, médio e grave) pode variar pessoal,
cultural e historicamente, e não está isenta de críticas. Esta
Esta classificação tem
consequências diretas para as pessoas acusadas e condenadas, em face de um crime.
Além de repercutir no tempo de privação da liberdade, no prolongamento do sofrimento
e na estigmatização daqueles que cumprem ou cumpriram uma pena, a gravidade
gravidade de
uma conduta pode favorecer ou impedir a inclusão nos programas restaurativos.
Exemplo disso é a restrição – no Brasil e no mundo – da Justiça Restaurativa aos crimes
considerados leves. Em razão do seu potencial para promover o desencarcerament
desencarceramento, e
por ser equivocadamente compreendida como uma maneira dos ofensores se
beneficiarem ou evitarem o processo penal, o modelo restaurativo não é imediatamente
aceito como resposta a todos os crimes, ou como solução para todas as vítimas e
infratores (TIVERON, 2017).

As opiniões e os fatores que contribuem para a inclusão ou não dos crimes


graves nos programas da Justiça Restaurativa são diversos. Segundo o Relatório de
pesquisa Pilotando a Justiça Restaurativa, alguns magistrados
trados alegam que não estão

4
preparados para trabalhar com crimes graves; outros, que não chegaram ao
Abolicionismo Penal.. Ou, ainda, que “não há ‘como aplicar técnicas de mediação nas
questões de gênero, onde há uma desigualdade nas relações’”. Em outra direção,
direção, alguns
magistrados defendem o uso da Justiça Restaurativa para todas as condutas
(ANDRADE,, 2018, p. 148). A recusa das vítimas em participar de encontros
restaurativos, oferece indicações importantes para a compreensão dos motivos pelos
quais muitas pessoas não admitem ou resistem à adoção da Justiça Restaurativa nos
crimes graves.

Ao entrevistar várias vítimas, o pesquisador H. Reeves identificou alguns fatores


que influenciam na sua escolha de participar ou não do encontro restaurativo. Muitos
deles
es estão ligados à gravidade do crime: o tipo de crime e as repercussões; o tempo
transcorrido desde o seu cometimento; às suas percepções sobre a capacidade do
ofensor compreender o alcance dos atos praticados e a importância de mudança; a
crença de que nem
em todos os ofensores sentem remorsos e se arrependem pelo que
fizeram; o medo de retaliação ou de se encontrarem diretamente com o ofensor; a
importância de obter ou não respostas para suas perguntas e a necessidade de fecharem
o ciclo para seguirem em frente
ente (REEVES, 1989; GAUDREAULT, 2005; TIVERON,
2017).

Do universo dos crimes e de outras condutas danosas, os programas de Justiça


Restaurativa, existentes no mundo, abarcam uma quantidade muito pequena. Em geral,
são contemplados crimes contra a propriedade,
propriedade, lesões corporais, atos infracionais
praticados por jovens, e casos em que a vítima e o infrator tinham algum tipo de vínculo
e necessitam mantê-lo.
lo. Segundo a promotora e pesquisadora brasileira Raquel Tiveron,
os programas têm sido admitidos na Argentina
Argenti

para crimes cuja pena máxima seja de seis anos de prisão, para todos
os delitos culposos e para as contravenções. Entretanto, algumas leis
deste país ressalvam a possibilidade de aplicação da mediação penal
em crimes com penas maiores, após a condenacondenação
ção pelo sistema de
justiça criminal. Neste país, independentemente da gravidade da pena,
há ressalvas à aplicação da justiça restaurativa para crimes em que as
vítimas forem menores de idade, crimes cometidos por funcionários
públicos no exercício da funç
função,
ão, crimes dolosos contra a vida e contra
a integridade sexual ou roubo (ARGENTINA, 2005, p. 01). 1).

Em Portugal, a justiça restaurativa (na forma de mediação) tem lugar


quando se trata de crime contra as pessoas ou de crime contra o
patrimônio, com pena de prisão de até cinco anos. Não podem ser
objeto de mediação os crimes contra a liberdade sexual, contra a
administração pública, aqueles cujo ofendido seja menor de dezesseis

5
anos ou que seja aplicável processo sumário ou sumaríssimo
(PORTUGAL, 2007, p. 1) (TIVERON, 2017, p.359).

No Brasil, o uso da Justiça Restaurativa é definido


definid com base no regramento
processual penal, que serve de base para o funcionamento do Poder Judiciário. O limite
de seu emprego gira em torno do princípio da indisponibilidade da ação
ação penal, cuja
titularidade pertence ao Ministério Público. Segundo o Código de Processo Penal, o
órgão ministerial tem legitimidade para ingressar com a ação penal pública
incondicionada – representando, fiscalizando e protegendo o interesse do Estado –, a
fim de punir ou não o réu pelo crime cometido. Em razão do referido princípio, o
promotor de justiça ou o procurador da república não poderá, em nenhuma hipótese,
transigir, dispor e desistir da ação penal. Cabe a esta instituição jurídica, a tutela do
direito estatal1. Com efeito, os programas de Justiça Restaurativa encontram
oportunidade “processual” nos juizados que excepcionam o princípio, como a Justiça
Infantojuvenil
tojuvenil ou infracional, os Juizados Especiais Criminais e os Juizados da
Violência ou Paz doméstica (ANDRADE
ANDRADE, 2018)

Para a pesquisadora Adriaan Lanni a expansão da Justiça Restaurativa, em todo


o sistema de justiça penal e a redução encarceramento em massa dependem de um
conjunto escolhas e compensações. Uma destas escolhas é a inclusão dos crimes
considerados graves nos programas
rogramas de Justiça Restaurativa. Uma destas compensações
é a utilização de vítimas substitutas – vítimas de crimes semelhantes, em
m vez da vítima
real do infrator – e de alternativas para a participação direta da vítima. Segundo a
autora, os programas de vítimas ssubstitutas
ubstitutas permitem a expansão da Justiça Restaurativa
para mais casos criminais, sem impactos adversos significativos no devido processo
legal, na equidade racial e na proporcionalidade. Nestes termos, a Justiça Restaurativa
pode contemplar os crimes nos quais o infrator manifesta interesse de participar, mas a
vítima real se recusa ou não é possível identificá-la,
identificá la, a exemplo respectivamente, do
estupro e do tráfico de drogas (LANNI, 2021).

Todavia, como esclarece a autora, a possibilidade de substituição de


de vítimas no processo
restaurativo não é unânime, entre os teóricos e aqueles que trabalham com Justiça
Restaurativa. Entre as formas de caracterização da Justiça Restaurativa, alguns teóricos
a compreendem como um processo, e outros como um resultado e um conjunto de

1
O Código de Processo Penal apresenta diversas previsões neste sentido: artigos 10, 17, 28, 42 e 576.

6
valores que são buscados. Os primeiros vêem o encontro, entre vítima e o ofensor, como
central, enquanto os teóricos baseados no resultado, a exemplo de Howard Zehr, focam
na reparação do dano. “Enquanto alguns puristas podem insistir em características
carac
particulares, muitos teóricos vêem a justiça como um continuum, com a maioria dos
programas exibindo graus variados de processos e valores restaurativos” 2. Para que os
programas sejam ampliados no sistema de justiça criminal
riminal e possam impactar n
no
encarceramento, é necessária uma concepção ampla e flexível de Justiça Restaurativa.
Isso exige, entre outras tarefas, um redimensionamento do papel da vítima (LANNI,
2021, p.641).

4. OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICOS (MÁXIMO: UMA PÁGINA)

A fim de compreender por que a Justiça Restaurativa não contribui para a redução do
encarceramento
ceramento no Brasil, a pesquisa analisará o uso de abordagens restaurativas nos
delitos graves, a partir das experiências piloto conduzidas pelo Poder Judiciário
brasileiro (Objetivo geral).

Os objetivos específicos são:: 1)) analisar as possibilidades, os limites e os desafios da


Justiça Restaurativa nos delitos de drogas; 2)) analisar as percepções dos magistrados
que têm experiências com
m práticas restaurativas nos delitos graves.

5. JUSTICATIVA E RELEVÂNCIA DO PROJETO EM FACE AO


DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO, EM CONSONÂNCIA COM O GRUPO E
A LINHA DE PESQUISA – GP e LP (MÁXIMO: QUATRO PÁGINAS)

A expansão do número de presos, após a Nova Lei de Drogas, agravou ainda


mais os problemas do sistema prisional. Há décadas,
décadas, o sistema prisional apresenta
condições degradadas e degradantes; situação que só se agrava pela falta de estrutura
física e humana, pela precariedade de condições de higiene, de saúde e de gestão. Celas
lotadas, doenças, motins, rebeliões, estigmatização
estigmat e violência fazem parte deste

2
“While some purists may insist on particular features, many theorists view restorative justice as a
continuum, with most programs exhibiting varying degrees of restorative process and values” (LANNI,
2021, p.641).

7
universo. Os efeitos colaterais da punição – estresse; raiva; rancor; ódio; baixa
autoestima; retraimento; apatia; ansiedade; depressão; inabilidade de confiar nos outros;
dificuldade de se relacionar e de tomar decisões;
decisões; anestesia emocional; impulsividade;
desesperança; despreparo
paro para a reintegração social etc – impossibilitam um presente e
um futuro melhor para os apenados e para a própria sociedade. Mesmo fracassada, a
prisão continua sendo “aposta” e a “esperança” de
d “ordem” e “segurança”.

O fracasso da Política Criminal de Drogas é consenso entre os especialistas do


assunto (BOITEUX, 2014; CARVALHO; 2013; VALOIS, 2017). Trata-se
se de uma
política cara e ineficiente que prioriza o combate aos microtraficantes e não afe
afeta o
mercado bilionário das drogas. Neste cenário, as políticas e os mecanismos legais e
institucionais de controle das drogas apresentam-se
apresentam se como uma das matérias mais
relevantes na atualidade. A elevação do consumo de drogas, o aparecimento de outras, a
violência
iolência associada ao tráfico, à superlotação nas prisões, a ineficácia do controle penal
e as consequências trágicas nas histórias pessoais e familiares de alguns dependentes de
drogas são assuntos rotineiros nos meios acadêmico, jurídico, político e de
comunicação.
omunicação. Além de preocupar autoridades públicas e grande parcela da sociedade
brasileira, esse contexto desafia profissionais, especialistas e pesquisadores, que buscam
compreender as diferentes dimensões e consequências dos usos sociais das drogas, da
repressão e das alternativas.

A relevância desse debate, os impactos das Políticas Criminais de Drogas e as


experiências acadêmicas e profissionais do coordenador desta pesquisa,, nos campos das
Ciências Sociais e do Direito, motivaram a decisão de desenvolver uma análise sobre o
uso de abordagens restaurativas nos delitos graves. Os debates, até então existentes
sobre as alternativas, giram em torno da descriminalização, da legalização e da redução
de danos. As pesquisas e as críticas qualificadas no mundo inteiro, indicam essas
possibilidades como caminhos mais apropriados à complexidade da questão das drogas.
No entanto, no Brasil, os avanços legislativos e jurídicos ainda são tímidos. Ainda se
discute a descriminalização dos usuários de drogas. O tema das
das drogas continua sendo
um tabu3 marcado por ignorância, desinformação, moralismos e resistências.

3
Entre os significados da palavra “tabu” observam
observam-see os seguintes: proibição, receio, impedimento,
censura, interdição, desautorização, banimento, vedação, restrição etc.

8
A insatisfação com as políticas criminais de drogas e com a atuação do sistema
de justiça criminal, é acompanhada por proposições políticas que caminham em várias
direções, por vezes opostas. Uma parte destas proposições defende o recrudescimento
penal e a outra parte defende a eliminação ou redução do controle penal. No que tange a
estas últimas proposições, observa-se
observa o apoio de intelectuais, de movimentos sociais, de
entidades de classes e de partidos políticos, a reformas no sistema de justiça criminal
que priorizem abordagens e medidas não privativas da liberdade. Todavia, a maioria das
propostas de reforma oferece pouca esperança de diminuição significativa
significa do
encarceramento em massa (LANNI, 2021), uma vez que elas tendem a se restringir aos
crimes considerados leves. Com efeito, qualquer reforma – que tenha como objetivo
impactar o encarceramento – deverá incluir os crimes considerados graves, como os
crimes
rimes violentos e os crimes de drogas. Como
Como demonstrado acima, o crime de tráfico de
drogas é responsável por 30,28
8% da população prisional.

Neste sentido, esta pesquisa analisa se a Justiça Restaurativa pode oferecer um


caminho para a redução significativa
significativ do encarceramento no Brasil. Fruto do
descontentamento com o modelo de justiça criminal punitivo dominante, e inspirada na
sabedoria ancestral de povos tradicionais e de movimentos sociais e teóricos, tais como
o movimento de defesa das vítimas e o Abolicionismo Penal,
enal, a Justiça Restaurativa –
ainda que não possua um conceito fechado – pode ser definida como uma abordagem
que busca promover a justiça, e que envolve “tanto quanto possível, todos aqueles que
têm interesse numa ofensa ou dano específico, num processo que coletivamente
identifica e trata dos danos, necessidades e obrigações a fim de curar e colocar as coisas
mais correta possível4” (ZEHR, 2014, p.33). No âmbito do sistema de justiça, a Justiça
Restaurativa pode assumir várias formas, mas normalmente
normalmente envolve um encontro entre
a vítima, o ofensor, os familiares e os membros da comunidade.

Conforme a pesquisadora americana Adriaan Lanni,

Os programas restaurativos podem ser usados como forma de desvio


do processo penal, como forma alternativa de condenação ou, em
casos mais graves, como forma de reduzir a pena criminal. Os
proponentes argumentam que os processos restaurativos oferecem às
vítimas mais satisfação do que o processo criminal e fazem um
trabalho melhor em responsabilizar o ofensor eenquanto
nquanto promovem a

4
“Restorative justice is an approach to achieving justice that involves, to the extent possible, those who
have a stake in the specificc offense or harm to collectively identify and address harms, needs, and
obligations, in order to heal and put things as right as possible” (ZEHR, 2014, p.33).

9
reintegração e evitam ou reduzem o encarceramento5 (LANNI, 2021,
p.637)
p.637).

A Nova Zelândia foi o primeiro país a utilizar a Justiça Restaurativa


oficialmente nas infrações que envolvem crianças e adolescentes. Seu modelo de justiça
não se limita aos crimes não violentos. Todos “os casos devem ser avaliados antes da
sentença para encaminhamento a um processo restaurativo; os resultados desse processo
devem ser levados em consideração na decisão de condenação do juiz”. Com exceção
do assassinato
ato e do homicídio culposo, todos os delitos juvenis graves são
obrigatoriamente encaminhados a procedimentos restaurativos. Embora não seja um
objetivo da Justiça Restaurativa, pesquisas empíricas indicam que os programas
restaurativos são mais eficazes na
na redução da reincidência de crimes violentos do que
crimes contra o patrimônio. Ademais, são um pouco mais eficazes para os infratores
adultos do que para os jovens (LANNI, 2021, p.638).
p.638)

Nos últimos anos, a justiça restaurativa tem sido cada vez mais discutida
como parte da reforma da justiça criminal. Entre 2010 e 2015, quinze estados
aprovara
aprovaramm leis de apoio à justiça restaurativa, embora essa legislação pouco
tenha feito para mudar seu foco em delitos menores. ‘Mas os defensores da
reforma estão cada vez mais procurando a justiça restaurativa como parte da
resposta ao encarceramento em massa. Michelle Alexander,, autora de The
New Jim Crow, endossou o uso da justiça restaurativa para crimes violentos
em um recente editorial do New York Times. Times.’’ E os protestos de George
Floyd revelaram amplo apoio a um repensar significativo do policiamento e
6
do processo
rocesso criminal (LANNI, 2021, p.638).

Inspirado nas Resoluções da ONU, o Brasil adotou a Justiça Restaurativa no


âmbito judicial no ano de 2005, a partir de três projetos-piloto
projetos piloto implementados no estado
de São Paulo, no estado
stado do Rio Grande do Sul e no Distrito Federal. Os projetos
resultaram de uma parceria entre os Poderes Judiciários destas áreas, a Secretaria da

5
“Restorative programs can be used as a form ofdiversion from the criminal process, as an alternative
alte
form of sentencing, or, in more serious cases, as a way to reduce the criminal sentence. Proponents argue
that restorative processes offer victims more satisfaction than the criminal process and do a better job of
holding the offender accountable w while
hile promoting reintegration and avoiding or reducing incarceration”
incarcera
(LANNI, 2021, p.637).
6
“In recent years, restorative justice has been increasingly discussed as part ooff criminal justice reform.
Between 2010 and 2015, fifteen statespassed laws supporting restorative justice, though this legislation
did little to change its focus on minor offenses. But reform advocates are increasingly looking to
restorative justice as part
rt of the answer to mass incarceration. Michelle Alexander, the author of The New
Jim Crow, hás endorsed the use of restorative justice for violent crime in a recent New York Times
editorial. And the George Floyd protests revealed broadranging support for a significant rethinking of
policing and the criminal Process” (LANNI, 2021, p.638).

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Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça e o Programa das Nações Unidas para o
desenvolvimento (PNUD). Ao longo destes 17 anos, a Justiça
iça Restaurativa se expandiu
por todo o país e é adotada por diversos órgãos do sistema de justiça criminal, seja na
fase pré-processual,
processual, processual, de execução penal e de execução das medidas sócio
educativas. Reconhecida e incentivada formalmente pelo Conselho
Conselho Nacional de Justiça
(CNJ), através de suas resoluções, a Justiça Restaurativa se apresenta como uma
alternativa para muitos
itos dos dilemas e desafios do sistema de justiça.
j

Considerando que a Justiça Restaurativa vem se expandindo e se desenvolvendo


no mundo há mais de três décadas – e no Brasil há quase duas –,, a pergunta que orienta
a presente
resente pesquisa é a seguinte: porque o uso de abordagens restaurativas nos delitos
graves não contribui para a redução do encarceramento? A hipótese é de que a ausência
de programas restaurativos, que contemplem os crimes considerados graves, bem como
a inexistência de programas que constituam uma alternativa à prisão, impossibilitam
uma diminuição significativa
iva do encarceramento. A hipótese complementar é de que a
Justiça Restaurativa não vem sendo utilizada na maioria dos crimes de drogas previstos
na lei de drogas.

6. METODOLOGIA (MÁXIMO: TRÊS PÁGINAS)

Para dar conta dos objetivos da pesquisa será realizada uma pesquisa
bibliográfica. A complexidade da questão das drogas demanda esforços interpretativos
que não se restrinjam à análise jurídica da legislação. De natureza
natureza interdisciplinar, as
análises teóricas contemplam autores dos campos de formação do coordenador desta
pesquisa,, Ciências Sociais e Direito; em especial, da Criminologia Crítica. Esta última
se caracteriza “por um campo analítico complexo”, “integrado por um pluralis
pluralismo
metodológico” (ANDRADE), 2012, p. 95) “cuja preocupação central de estudo é o
desvio (im)punível e as respostas formais e informais elaboradas para o seu controle”
(CARVALHO, 2013, p. 46). Nesse sentido, busca-se
se problematizar a inclusão dos
delitos graves na Justiça Restaurativa judicial e o seu impacto no encarceramento.

Além da pesquisa teórica, será realizada pesquisa empírica. Sua utilização


auxilia na melhor compreensão dos fenômenos sociojurídicos: a realidade onde os
direitos são aplicados, as instituições jurídicas, seus discursos, seus atores, suas

11
ideologias,
eologias, seus valores, suas práticas, seus destinatários e suas contradições. Permite,
portanto, compreender com mais propriedade a relação entre o Direito e a realidade
(COSTA, 2014). No entanto, como esclarece a antropóloga brasileira Rebeca Lemos
Igreja,
a, “a análise do Direito como objeto de uma pesquisa empírica é algo recente e
ainda muito pouco consolidada na formação acadêmica das Faculdades de Direito”. Os
cursos de graduação e muitos de pós-graduação
pós graduação priorizam uma formação dogmática,
técnica e instrumental,
rumental, afastada do universo da pesquisa empírica. Esta perspectiva
tende a desconsiderar as pesquisas empíricas das Ciências Sociais que demonstram que
o Direito, “longe de ser uma entidade abstrata”, é produto de um contexto histórico,
social e cultural;
l; reflete as relações de poder, de hierarquias e de processos sociais e
culturais vigentes (IGREJA, 2017, p.11).

Nesse sentido, a presente pesquisa tem caráter eminentemente qualitativo, uma


vez que analisará a complexidade, bem como as dimensões jurídicas e sociais da Justiça
Restaurativa nos delitos graves.
graves. A pesquisa qualitativa se refere a um conjunto de
métodos e técnicas que podem ser empregados a fim de compreender, em profundidade,
os processos e as relações sociais. O objetivo aqui não é obter da
dados
dos quantificáveis, mas
sim o maior número de informações “que permita ver o seu objeto de estudo em sua
complexidade, em suas múltiplas características e relações”. Conforme a referida
autora, o método qualitativo é adequado para diferentes finalidades da pesquisa social:
dar voz aos grupos sociais; produzir conhecimento e interpretações sobre os fenômenos
históricos, políticos e culturais, para a compreensão da sociedade; e criar novos
conceitos e perspectivas de análise para o desenvolvimento da ciência (IGREJA, 2017,
p.14).

A abordagem qualitativa será complementada pela análise de dados produzidos e


sistematizados por instituições públicas; em especial, aqueles que fazem parte dos
bancos de dados estruturados. Estes podem ser definidos como “bancos produ
produzidos e
organizados por instituições” – como o Conselho Nacional de Justiça, o Departamento
Penitenciário Nacional e os Tribunais de Justiça – “que estejam prontos para análise
estatística, isto é, devidamente codificados em formato de número” (CASTRO, 201
2017,
p.41). A análise também levará
lev em consideração os dados produzidos por outras
pesquisas acadêmicas e relatórios de pesquisa relacionados ao tema. No que se refere
aos programas conduzidos pelos magistrados e outros atores sociais, destaca-
destaca-se a quase
inexistência de dados e documentos. Esta insuficiência foi, inclusive, constatada pela

12
pesquisa do CNJ (ANDRADE, 2018)7. Os dados e documentos apresentados pelos
profissionais serão incorporados e analisados.

A técnica de pesquisa qualitativa que será utilizada


ilizada para a obtenção de
informações e dados das abordagens restaurativas nos delitos graves,, a partir das
perspectivas dos magistrados, será a entrevista. Trata-se
se de uma técnica de interação
social, cujo diálogo entre o pesquisador e o sujeito pesquisado
pesquisado gira em torno de algumas
perguntas abertas e fechadas. As perguntas são formuladas com o objetivo de
compreender as dimensões do objeto de pesquisa. O interlocutor se apresenta como
fonte de informações e, quando possível, aponta e dispõe de documentos
documentos e outros dados
de interesse da pesquisa. Quanto ao tipo, lançou-se
lançou se mão da entrevista semiestruturada.
Nesta modalidade, o pesquisador organiza um conjunto de perguntas sobre o tema
investigado. O roteiro de entrevista é flexível. Ao logo da interação, ca
caso haja
necessidade,
ssidade, o pesquisador formula outras. Por outro lado, também é permitido – e, por
vezes, se incentiva – o entrevistado falar “livremente sobre os assuntos que vão
surgindo como desdobramentos do tema principal (GERHARDT, 2009, p.72).

Com o objetivo de compreender a abordagem restaurativa nos crimes graves, a


partir das percepções dos magistrados, serão entrevistados profissionais das
d cidades
brasileiras. O critério, que será utilizado para escolha dos sujeitos da pesquisa, é a
experiência profissional com abordagens restaurativas nestes delitos. A identificação
dos mesmos ocorrerá,, inicialmente, através de buscas na internet (sites dos tribunais de
justiça de todos os estados, reportagens)
reportagens e nas pesquisas acadêmicas que fazem
zem menção
a estas experiências. Posteriormente,
Posteriormente, os pesquisadores entrevistarão magistrados
indicados por outros magistrados.

7. RESULTADOS ESPERADOS (MÁXIMO: UMA PÁGINA)

Espera-se,
se, com o trabalho, contribuir para a discussão e o debate acadêmico,
político e jurídico nacional, sobre a necessidade de expansão da Justiça
Justiça Restaurativa nos
crimes considerados como graves, a exemplo do tráfico de drogas. O sistema prisional
brasileiro ocupa o 3º no ranking internacional,
internacional perdendo para os Estados Unidos e a

7
Segundo o Relatório do CNJ a “maioria dos programas pesquisados dispunha de pouco ou quase
nenhum dado quantitativo sistematizado” ((ANDRADE, 2018, p.50).

13
China.. São mais de 900 mil pessoas encarceradas. O crime de tráfico de drogas é
responsável por 30,28% da população prisional8. Como destacado anteriormente, boa parte
das propostas de reforma oferece pouca esperança de diminuição significativa
significa do
encarceramento em massa, uma vez que elas tendem a se limitar aos crimes considerados
leves. Assim, qualquer reforma – que tenha como objetivo impactar o encarceramento –
deverá incluir os crimes considerados graves, como os crimes
crimes violentos e os crimes de
drogas. Discutir seriamente sobre estes aspectos, a luz da ciência, é um passo essencial
para busca de alternativas ao encarceramento.

Existem
xistem razões, fundamentos teóricos e proposições para a construção de um
modelo de justiça verdadeiramente restaurativo,
restaurativo que inclua os crimes considerados
graves. Décadas de repressão, de violência, de mortes
mortes e de encarceramento são mais do
que suficientes para concluir que as políticas criminais de drogas fracassaram em todos
os seus objetivos, e de que outras políticas e abordagens são necessárias,
necessárias urgentemente.
A vida de milhares de pessoas está ameaçada pela
pela manutenção da irracionalidade
punitiva. Dentro do marco legal vigente, a Justiça Restaurativa é talvez o que se tem de
melhor ou menos pior. Ainda que seja utilizada na esfera judicial,
judicial a fatos já ocorridos, a
experiência brasileira tem indicado, conforme
conforme as pesquisas existentes, a satisfação das
vítimas, dos ofensores, da comunidade e dos próprios atores do sistema de justiça
criminal (ANDRADE, 2018). Aprimorá-la
Aprimorá e expandi-la,
la, dentro e fora dos tribunais, não
é uma questão de escolha, mas uma questão m
moral, ética e de justiça.

8. EQUIPE (Especificar o nome, a titulação e a função de cada membro da equipe,


inclusive voluntários)

Professor orientador: Robson Augusto Mata de Carvalho (Doutor).

Bolsista (1): Alan


n de Carvalho Cisne (Graduando).

Bolsista (2): Myllena Araújo


újo Paes Leme (Graduanda).

8
Dados do Departamento Penitenciário
Penitenciário, até julho de 2021. Estão
tão disponíveis no
site:https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiMzRlNjZhZDAtMGJjMi00NzE0LTllMmUtYWY1NTAxMj
https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiMzRlNjZhZDAtMGJjMi00NzE0LTllMmUtYWY1NTAxMj
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QzNzVlIiwidCI6ImViMDkwNDIwLTQ0NGMtNDNmNy05MWYyLTRiOGRhNmJmZThlMSJ9.
Acesso em: 20 de fev.2022.

14
Voluntários (se houverem): Kariny Anselmo Souza (Graduanda).

Maria Eduarda Lima Moura (Graduanda).

Gabriel Levi Monte do Nascimento (Graduando)


(Graduando).

Steffany Maria Venuto da Silva (Graduanda).

9 – CRONOGRAMA

MESES
DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES
1º 2º 3º 4º 5º 6º

Leitura, fichamentos e discussão dos x


textos.

Leitura, fichamentos
mentos e discussão dos x
textos.

Pesquisa exploratória documental. x

Pesquisa exploratória documental. x

Entrevistas aos sujeitos da pesquisa. x

Desenvolvimento do artigo científico. X

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (de acordo com as normas da ABNT)

ACHUTTI, Daniel. Justiça Restaurativa e Abolicionismo penal: contribuições para


um novo modelo de administração de conflitos no Brasil. 2ª. Ed. São Paulo: Saraiva,
2016.

ANDRADE, Vera Regina Pereira de. Minimalismos, abolicionismos e eficienticismo: a


crise do sistema penall entre a deslegitimação e a expansão. Seqüência: estudos
jurídicos e políticos,, v. 27, n. 52, p. 163-182,
163 2006.

15
________. Pelas mãos da criminologia: o controle penal para além da (des) ilusão. Rio
de Janeiro: Revan; 2ª Ed, 2017.

________. Pilotando a Justiça


tiça Restaurativa. Brasília: CNJ, 2018.

BARATTA, Alessandro. Criminologia


Criminol crítica e crítica do direito penal. 6ª edição.
Tradução de Juarez Cirino dos Santos. Rio de Janeiro. Editora Revan: Instituto Carioca
de Criminologia, 2011.
BACELLAR, Roberto Portugal. A mediação no contexto dos modelos consensuais de
resolução de conflitos. In Revista de Processo. São Paulo, v. 24, n.95, p. 122
122-134,
jul./set. 1999.

BOITEUX, Luciana. Controle penal sobre as drogas ilícitas: o impacto do


icionismo no sistema penal e na sociedade. 2006. 273f. Tese (Doutorado –
proibicionismo
Programa de Pós Graduação em Direito) – Faculdade de Direito da Universidade de São
Paulo, 2006.

______; et al. Tráfico de drogas e Constituição: um estudo jurídico social do art. 33


da Lei de Drogas diante dos princípios constitucionais-penais.
constitucionais penais. Rio de Janeiro/Brasília:
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) / Universidade de Brasília (UnB), 2010.

CARVALHO, Salo; ACHUTTI, Daniel. Justiça Restaurativa em Risco: a crítica


criminológica ao modelo judicial brasileiro. Sequência (Florianópolis),, v. 42, 2021.

CARVALHO, Robson Augusto Mata de. Cotidiano encarcerado: o tempo como pena
e o trabalho como “prêmio”. São Paulo: Conceito Editorial, 2011.
2011

CHRISTIE, Nils. Las imágenes del hombre en el derecho penal


moderno. Abolicionismo Penal. Ediar: Buenos Aires, 1989, p 127-141.

______. Los conflictos como pertenencia. En: De los delitos y de las víctimas.
Editorial Ad-Hoc
Hoc S.R.L., Buenos Aires 1992, pág. 157-182.
157

______. Limites à dor: o papel da punição na política criminal. 1. Ed. Belo Horizonte,
São Paulo: D’Plácido, 2020.

ELLIOTT, Elizabeth M. Segurança e cuidado: justiça restaurativa e sociedades


saudáveis.
veis. Tradução de Cristina Telles Assumpção. São Paulo: Palas Athena; Brasília:
ABRAMINJ, 2018.

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LANNI, Adriann. Taking Restorative Justice Seriously. Buffalo Law Review,
Review v. 69,
n. 3, pág. 635, 2021.

MARSHALL, Tony F. Restorative justice: An overview, Home Office, London, 1999.

ONU. Handbook on Restorative Justice Programmes,


Programmes, United Nations, New York.
Disponível em: http://www.restorativejustice.org/editions/2007/feb07/unhandbook.
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Acesso em:
m: 15 de jan. de 2019.

PALLAMOLLA, Rafaella da Porciúncula. Justiça restaurativa: da teoria à prática.


São Paulo: Ibccrim, 2009.

PRANIS, Kay; STUART, Barry; WEDGE, Mark. Peacemaking circles: from crime to
community. St. Paul: Living Justice Press, 2003.

TIVERON, Raquel. Justiça restaurativa: a construção de um novo paradigma de


justiça criminal. Brasília: Thesaurus,
Thesaurus 2014.

11. DECLARAÇÃO DE COMPROMISSO DE ORIENTAÇÃO,


CONHECIMENTO E CONCORDÂNCIA COM AS REGRAS DESTE EDITAL E
DA REGULAMENTAÇÃO DO PROIC (Para o professor-orientador
orientador responsável
pelo projeto. Deve ser datada e assinada)

Declaro que assumirei as atividades


ativida de orientação dos discentes ao longo de todo o
período de duração do Projeto. Declaro ainda ter conhecimento e concordar com as
regras estabelecidas no Edital PROIC nº 01/20019 Projeto de Pesquisa e na Resolução
do Programa de Iniciação Científica.

Data: 07 de setembro de 2022.

Assinado de forma digital por ROBSON


ROBSON AUGUSTO AUGUSTO MATA DE
CARVALHO:65670604334
MATA DE DN: c=BR, o=ICP-Brasil, ou=AC SOLUTI
Multipla v5, ou=20937130000162,
CARVALHO:656706 ou=Videoconferencia, ou=Certificado
PF A3, cn=ROBSON AUGUSTO MATA
04334 DE CARVALHO:65670604334
Dados: 2022.09.07 20:44:42 -03'00'

Assinatura do Professor orientador:

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