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QUESTÕES DE REVISÃO 2ª AP

DIREITO PENAL

1. “Justiça suspende por dois anos processo de injúria racial contra conselheiro tutelar
de Juiz de Fora de acordo como o TJMG, se o réu cumprir condições, a ação será
extinta. Caso começou em 2017, após a divulgação de vídeo de drag queen”. Matéria
publicada no G1 em 26/02/2018.

É cediço que a suspensão condicional da pena, também conhecida como sursis, nada
mais é que a suspensão de uma parte da execução de algumas penas privativas de
liberdade, durante esse período de tempo e também de acordo com algumas
condições impostas pela justiça brasileira. Acerca desse assunto, assinale a
alternativa correta:
a. A suspensão condicional da pena, apenas encontra permissão nos casos de
privativas de liberdade e nas restritivas de liberdade, sendo vedada
exclusivamente nos casos de pena de muta;
b. O juiz sempre estará obrigado a revogar o benefício de suspensão condicional
da pena nos casos de superveniência de condenação irrecorrível à pena
privativa de liberdade ou restritiva de direito, pela prática de contravenção
penal ou crime culposo, descumprimento das condições legais da sursis
especial e descumprimento de qualquer outra condição na elencada lei, mas
imposta pelo juiz;
c. Nos casos de extinção da pena, uma vez que se tenha expirado o prazo de
suspensão ou de prorrogação da suspensão condicional da pena, sem que
tenha havido qualquer motivo para sua revogação, a referida extinção se
dará imediatamente na data em que o juiz profere a decisão, não havendo
necessidade de se aguardar o termino do período de prova;
d. Se o condenado vier a cometer nova infração, antes ou durante o período de
prova, e vier a ser processado no gozo do sursis, prorroga-se o prazo da
suspensão até que se transite em julgado a sentença em relação ao segundo
crime;
RESPOSTA: D
2. Considerando as disposições no Código Penal acerca da medida de
segurança, analise as assertivas:
I. As medidas de segurança podem consistir em internação ambulatorial;
II. Extinta a punibilidade do agente, não subsiste medida de segurança
imposta;
III. A pena privativa de liberdade imposta ao semi-imputável deverá ser
substituída por internação ou tratamento ambulatorial, pelo prazo
mínimo de 06 (seis) meses;
IV. Esgotado o prazo da medida de segurança, a desinternação ou a liberação
serão sempre incondicionais, ainda que persista a periculosidade do
agente;
Está CORRETO, apenas, o que se afirmar em:
a. I e II
b. I, II e III
c. II e IV
d. I e III
RESPOSTA: A
3. Situação hipotética: um servidor público, no exercício de suas funções, foi
vitima de injúria e difamação.
Nessa situação, será concorrente a legitimidade do servidor ofendido, mediante
queixa, e do Ministério Público, condicionada a representação do ofendido, para
ação penal correspondente.
Considerando a doutrina e a jurisprudência dos tribunais superiores acerca dos
crimes em espécie, podemos afirmar que a assertiva está correta? Justifique.

RESPOSTA: Certo, pois consoante a Súmula 714 do STF, para crimes dessa espécie, é
concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do MP.

4. “A medida de segurança, para a maior parte da doutrina, é uma espécie de sanção


penal que tem como finco a prevenção da prática de novas infrações penais por
agentes inimputáveis e semi-imputáveis portadores de periculosidade, empregando
para tratamentos de caráter terapêuticos.” Disponível em:
https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/4648931/medidadesegurança-no-
curso-da-execucao-penal.

Com relação ao texto acima, o Código Penal adota o sistema vicariante, que impede
aplicação cumulada de pena e medida de segurança a agente semi-imputável e exige
do juiz a decisão, no momento de prolatar sua sentença, entre a aplicação de uma
pena com redução de um a dois terços ou a aplicação de medida de segurança, de
acordo com o que for mais adequado ao caso concreto. Então se o agente for
inimputável, a ele deverá ser imposta medida de segurança de internação, ainda que
o crime seja punido com detenção? Justifique.

RESPOSTA: Não, pois vai depender da periculosidade e da conduta do agente e não da


pena abstrata.
5. “O instituto do livramento condicional é benefício concedido ao apenado que
permite o cumprimento da punição em liberdade até a extinção da pena. O
condenado, no entanto, precisa preencher algumas condições previstas nos artigos
83 a 90 do CP e nos artigos 131 a 146 da Lei de Execuções Penais (LEP)”. Fonte:
CNJ. Disponível em: http://www.cnj.jus.br/cnj-servico-
livramentocondicional/#:~:text=O%20instituto%20do%20livramento%20condicio
nal,de%20Execu%C3%A7

A respeito do livramento condicional imagine o seguinte caso: “M. K. T.”


encontrava-se em regime semiaberto quando foi deferido o livramento condicional.
Encerrado o período de prova do livramento, os autos foram ao ministério público
que requereu a juntada da Folha e da Certidão de Antecedentes Criminais. Deferido
o pedido ministerial e juntados os documentos requeridos, com vista dos autos, o
parquet verificou que “M. K. T.” havia sido preso – e logo solto em audiência de
custódia - pela prática de crime ocorrido durante o período de prova do livramento
condicional. O Ministério Público observou ainda que ele havia sido denunciado e
condenado pelo fato, tendo a sentença penal permitido que “M. K. T.” recorresse em
liberdade. Interposto recurso pela defesa, a sentença penal condenatória não havia
transitado em julgado. Diante dessa informação acerca da condenação, o MP
requereu a revogação do livramento condicional, a regressão cautelar de regime
prisional e a designação de audiência de justificação. Após a manifestação da defesa,
deve o magistrado revogar o livramento condicional? Justifique.
RESPOSTA: Não, uma vez que não houve trânsito em julgado da segunda sentença penal
condenatória.
6. A inutilidade dessa disposição é evidente, na medida em que não existe diferença,
na prática, entre reclusão e detenção. [...] O que importa para o condenado, na
realidade, é o regime no qual foi inserido. [...] Portanto, quando o julgador aplicar
o concurso material, fixando, por exemplo, três anos de reclusão e dois anos de
detenção, não pode fazer a somatória em cinco anos pela diversidade de espécies de
PPL. Para a fixação do regime e demais benefícios, especialmente quando se cuidar
de delitos dolosos, no entanto, deve levar em conta o total (cinco anos de prisão).
Assim sendo, não cabe o regime semiaberto ou o fechado (art. 33, §2º, b, CP). Não é
aplicável, igualmente, pena alternativa, cujo o limite é de 4 anos (art. 44, I, CP).
Estabelecidos três anos de reclusão e dois de detenção, mas levando-se em conta o
total de cinco anos de privação de liberdade, quando o condenado cumprir um sexto,
pode o magistrado determinar a progressão a um regime mais favorável. (NUCCI,
2008, p. 437-438)

Diante da leitura do texto acima analise o presente caso: Pretendendo matar seus
dois irmãos Mévio e Caio e, com isso, garantir-se como único herdeiro de seus ricos
pais, Tício se aproveita do fato de Mévio e caio estarem enfileirados e efetua um
único disparo de fuzil em direção a estes, sabendo que, pelo potencial lesivo do
material bélico, aquele único tiro seria suficiente para causar a morte dos dois
colaterais, o que efetivamente ocorre. Descobertos os fatos, caberá ao Promotor de
Justiça oferecer denúncia contra Tício pela prática de dois crimes de homicídio
qualificado em concurso material? Justifique.

RESPOSTA: Não, o Promotor deverá denunciar Tício em CONCURSO FORMAL


IMPRÓPRIO, pois, embora uma ação tenha causado os dois resultados, o dolo de Tício
consistia em atingir os dois colaterais.

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