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Relatório do livro

Inconfidências
mineiras: uma história
privada da
inconfidência

Mariana Soares Rodrigues e Lívia Polidorio Batista


15 de julho de 2022
Introdução
Inconfidências Mineiras – Uma História Privada da Inconfidência é narrada em 18
capítulos, terminando com um capítulo final que traça as trajetórias de figuras históricas
que viveram em Minas Gerais durante o período mais turbulento do século XVIII em
Minas Gerais.

Tudo é contado a partir da memória da irmã de Bárbara Heliodora: Iria Claudiana, a


narradora homogênea dessas histórias, que envolve várias figuras históricas e
literárias: Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Joaquim Silvério dos
Reis, Alvarenga Peixoto e, claro, o mesmo Joaquim José da Silva Xavier – Tiradentes –
elevado a herói nacional de todas as horas daquele dia em diante.

Trata-se de uma outra visão, entre tantas narrativas em prosa e verso, sobre o período
da conjuração mineira, mas desvendando mitos criados ao longo da nossa tradição
histórica e literária.

Importante porque não se prende apenas aos fatos da História factual oficial ensinada
nas escolas, o livro combina o relato de grandes eventos do período à narração da vida
diária dos colonos em seus costumes mais corriqueiros, num período de total
submissão à metrópole, em que tudo era proibido aos brasileiros, desde a produção de
gêneros alimentícios até a aquisição de livros.

A trama é repleta de pessoas endividadas tentando manter as aparências, filhos


ilegítimos, traição entre amigos e violência oficial. Ao invés de heróis destemidos, os
rebeldes estão sempre na dúvida entre serem fiéis à Coroa portuguesa ou tentarem
resolver seus problemas pessoais.

1 Inconfidências mineiras: uma história privada da inconfidência


2 Autor: Sônia Sant'anna
3 Ilustrador:
4 Ficção ou não-ficção: Misto

1
Desenvolvimento
A partir de 1760, a produção começa a cair anualmente. Mesmo com a diminuição da
extração do ouro, o sistema e o valor de cobrança dos quintos devidos à coroa,
mantinha-se o mesmo, muitos mineiros se endividaram e a agricultura se manifestou
como riqueza a serviço do povo da terra.

Em Villa Riga na capital do estado de Minas Gerais, onde mora o governador Dom
Rodrigo de Menezes. Portugal aconselhou-o a impedir os mineiros de produzirem
produtos que concorriam com Portugal. A produção de ouro e a coleta de quintos
precisam ser aumentadas, embora as minas de cadáveres não possam fornecer o que
não têm. Por conta dessa situação esses cidadãos endividados se uniram para uma
fazerem uma revolta. Nessa mesma vila no palete de Freire Andrade se organizavam
grupos para discutir a resistência às novas medidas do governo. Alvarenga participa
desencontros, onde se tramava a independência de Minas Gerais. Quando fosse
marcada a data que Barbacena anunciaria a derrama avisos seriam enviados aos
conspiradores e a senha seria "Tal dia é o batizado", e grupos armados organizados
marchariam sobre Vila Rica.

Climax

Clímax é desenvolvido no capítulo “acertos finais” onde os conjurados esperariam o dia em que
o governador anunciaria a derrama; contando que a população estaria revoltado e se juntaria com
os inconfidentes. Conseguiram apoio de vários outros países, e se planejaram totalmente para
esse momento delegando funções pra cada um, mas contavam com um Judas do meio deles.

Criaram uma bandeira para essa nova república, arrumaram munição, e enviaram até espiões
para a casa do governador, foi nomeado um presidente provisório, até que se consolidasse a
vitória e fossem convocadas eleições, confiando totalmente na vitória.

2
Desfecho
A conclusão mostra o trágico fim da inconfidência mineira, que terminou com vários presos que foram
enviados em primeira instancia para ilha das cobras contando também nesse período com até mesmo
“suicídio” em sua cela. Em segunda instancia foram condenados á forca, mas tiveram sua pena mudada
pela rainha, que os exportou para o exílio na África, mas apenas mantendo a pena de morte de Joaquim
José da Silva Xavier (Tiradentes), como forma deixar como aprendizado e mostrar ao resto o que
aconteceria com quem traísse a corte portuguesa, também mostra que o confisco de membros lhes custou
quase tudo o que tinham e mostra o fim da vida de cada membro da revolta.

Personagens

Protagonista:

Inácio José de Alvarenga Peixoto, marido de Bárbara, um homem estróina, leviano e esbanjador,
e foi um dos líderes da inconfidência pois tambem estava individado.

Antagonistas:
- Dias Coelho – foi um homem que aparece na história participando de um
acontecimento que gerou vergonha a família dos Silveira, engravidando Maria Inácia
e não assumindo a criança, e também se faz totalmente oposto a inconfidência, com
isso nos últimos capitólios prende alguns inconfidentes.

3
- Dom Luiz: Personagem representado na página 31, que assumiu o poder com
governador de Minas Gerais, ela ajuda a acabar com o contrabando e corrupções
exercida pelos portugueses. No poder elegeu cargos de sua confiança para
supervisionar e gerar lucros para si mesmo.

- Villas-Boas :Personagem que tinha inimizade com o protagonista Alvarenga,


julgando fato dele ser um devedor e a gravidez de Barbara.

- Joaquim Silvério dos Reis: o personagem antagonista foi apresentado na página 40


que havia arrematado o cargo de coletor de impostos de entradas, e é um personagem
antagonista por ser o delator que entregou os membros da inconfidência.

- Barbacena – Foi o terceiro governador que assumiu o poder no Brasil, vindo com
várias novas medidas para o governo, e também participou no combate contra os
inconfidentes, prendendo vários deles.

- Cruz e Silva: investigador das queixas de corrupção contra o governo de Dom Luiz

- Joana Isabel de Iencastre: foi citada em histórias que Alvarenga contava para
Bárbara.

- José Maria: filho do Dr. Silveira e dona Josefa, seus pais ouviam coisas ruins sobre
ele pois andava com más companhias.

- Francisca: filha do Dr. Silveira e dona Josefa casou-se com o senhor português.

- Espias de Dom Luiz: avisaram a Dom Luiz sobre a ameaça feita ao governador pelo
Tiradentes.

- Dom Rodrigo Menezes: foi substituído por Dom Luiz da Cunha Menezes depois de
3 anos.

- Correia de Pamplona: tinha muitas terras e era amigo do padre Toledo.

- Maria Ifigênia: foi o motivo de Barbara e Alvarenga se casarem pois foi a sua
primeira filha.

4
- Maria José: mulher do governador Rodrigues Machado participou de conversas
internas.

2 Personagens Secundários:

- Cruz e Silva: investigador das queixas de corrupção contra o governo de Dom Luiz

- Joana Isabel de Iencastre: foi citada em histórias que Alvarenga contava para
Bárbara.

- José Maria: filho do Dr. Silveira e dona Josefa, seus pais ouviam coisas ruins sobre
ele pois andava com más companhias.

- Francisca: filha do Dr. Silveira e dona Josefa casou-se com o senhor português

- Espias de Dom Luiz: avisaram a Dom Luiz sobre a ameaça feita ao governador pelo
Tiradentes.

- Dom Rodrigo Menezes: foi substituído por Dom Luiz da Cunha Menezes depois de
3 anos.

- Correia de Pamplona: tinha muitas terras e era amigo do padre Toledo.

- Maria Ifigênia: foi o motivo de Barbara e Alvarenga se casarem pois foi a sua
primeira filha.

- Maria José: mulher do governador Rodrigues Machado participou de conversas


internas.

- Alvares Maciel: Um dos participantes da Inconfidência Mineira.

- Tereza: afilhada de Doutor Silveira e primeira noiva de Matias.

- Mathias Gonçalves Minhos de Vilhena: teve muita interação com os Silveiras.

- Coronel Mathias: Marcado pelo casamento com Iria.

5
- Minerador: teve uma fala de insatisfação falando contra o quinto do ouro

- Fazendeiro: teve sua presença marcada por uma fala contra o quinto do ouro

- Antônio Francisco: aleijado esculpia em pedras e fazia santos de madeira

- Cláudio Manuel da Costa: trabalhou como advogado para Alvarenga e Dr. Silveira.

1 Personagens Planos:

- Dr. Silveira: pai de Bárbara, e o comandante da família Silveira, sempre envolvido em


histórias por conta das pessoas ao seu redor.

- Dona Josefa: mulher do Dr. Silveira, mãe de Bárbara e Iria.

- Dona Mariana: é mãe de Dona Josefa e sempre que aparece é ligada a ela.

- Padre Carlos Correia de Melo e Toledo: tem muitos proximidade com Dr. Silveira.

- Correia de Pampolha: chamada de bola Pampulha, um fazendeiro, que foi um dos


homes que relataram sobre a inconfidência Mineira.

- Tomás Antônio Gonzaga: muito conhecido pelo seu nome, ligado com a inconfidência.

2 Personagens Redondos:

Segundo a autora Cândida Vilares Gancho personagens redondos são complexos, tem mais
características que os personagens planos, eles podem ser julgados de modos diferentes, assim
ele pode apresentar características morais diferentes, a partir do ponto de vista.

- Joaquim da Silva Xavier: mais conhecido pelo nome Tiradentes ou alferes, foi feito de
exemplo por ter sido enforcado e exposto em praça pública.

- Dona Iria: irmã de Bárbara e esposa do coronel Matias Gonçalves, evoluiu muito durante a
história.

6
Tempo
O livro começa no dia 23 de maio de 1819 com uma carta sendo entregue para Iria, relatando a
morte de sua irmã Barbara. Em seguida, inicia-se a narrativa da Inconfidência Mineira, a qual
será relatada por meio das lembranças de Iria e sua irmã Barbara, mostrando a presença de um
“tempo psicológico” na obra.

Depois disso, serão tratados os acontecimentos durante a vida adulta das irmãs, que irão tratar as
relações estabelecidas entre os personagens históricos que participaram ativamente do processo
da Inconfidência Mineira até o desfecho que cada um teve depois do ocorrido. O livro salienta
algumas datas para melhor localização do leitor na linha temporal, essas datas são: de 1779 com
o nascimento da neta do Doutor Silveira, que ainda estava solteira, e 1853 com a morte de Maria
Dorotéia.

O espaço
O livro começa na Vila da Campanha, em Minas Gerais, já capítulo nos mostra uma pequena
vila, a Vila São João d'El Rey, cuja vila era "encantada com quinhentas casas, cortada pelo
córrego Tejuco que a dividia ao meio e era atravessado por duas pontes de madeira, já bem
antigas." A perto de São João d'El Rey se encontrava a vila de São José do Rio das Mortes, que
antes era chamada de Santo Antônio da Ponta do Morro. Também foi contado no livro sobre Vila
Rica, uma vila formada, por portugueses e descendentes de portugueses, atualmente chamada de
Ouro Preto, Vila Rica era capital de Minas Gerais. Esses locais são os mais citados no livro, e
também os mais importantes, onde praticamente se passa toda a história.

7
Ambiente

Inconfidências Mineira é um livro que apresenta bastante relação com Portugal, com um
ambiente burguês que apresentava bastante influência do catolicismo, que foi introduzido por
missionários que acompanharam os exploradores e colonizadores portugueses nas terras do país
recém-descoberto, além de ser uma religião voltada para homenagem aos santos, para os
católicos ortodoxos principalmente. Contava com um ambiente que possuía a prática
coronelismo, que era as ordens dadas por ricos e fazendeiros, pois nessa época existia uma
relação de proximidade entre os donos dessas terras e os gouvernantes fazendeiros que tinham
uma supremacia sobre a população, e possuía um sistema escravista, voltado para mão de obra
escrava como forma de fomentar o processo de produção. Aparentava ser um ambiente hipócrita,
pois possuía bastante julgamentos, com atitudes contraditórias em relação a coisas que não era
“bem-vista na sociedade”, por exemplo a situação de Maria Inácia e sua gravidez. Por fim era
uma época voltada para o Ciclo do Ouro que aconteceu no século XVIII e foi um período em que
a extração de ouro era a principal atividade econômica no Brasil.

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Tudo é contado a partir da memória da irmã de Bárbara Heliodora: Iria Claudiana, a narradora
homogênea dessas histórias, que envolve várias figuras históricas e literárias. Observamos que a
história é escrita com base na memória de Iria, mas ela não aparece no enrredo como um
narrador personagem, pois a história só é escrita com base em suas memorias. Mas sim a historia
e relatada por um narrador observador que se encontra em terceira pessoa, assim analizandos os
fatos, também conhecido como narrador-câmera ou narrador-testemunha, age como alguém que
capta uma imagem em uma câmera, limitando-se a narrar um ou mais fatos sem mergulhar na
mente ou nas almas do personagem e, portanto, sem familiaridade. As ações sobre eles ou sobre
eles são maiores.

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Narrativa

O início da história é trágico com o anúncio da morte de Bárbara, logo após adentra-se nas
memórias de Iria, sua irmã, e no passado de Minas Gerais.

Há uma construção dos personagens e dos momentos anteriores há inconfidência mineira, a


motivação da maioria dos envolvidos com a inconfidência era o descontentamento com a
derrama, tirando o Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes) que tinha ideais políticos.

Após as minas começarem a dar menos ouro, a Coroa portuguesa começou a ficar descontente,
os moradores começaram a tirar os escravos da garimpagem de ouro e colocarem nas lavouras.
Um novo tipo de riqueza surgia em Minas gerais, uma riqueza que em vez de ser levada para
Portugal, ficava por ali mesmo.

Vendo os exemplos do exterior como a revolução francesa e a independência dos Estados


Unidos, homens importantes começaram a cogitar a independência.

No fim para sanar suas dívidas com a Coroa, Joaquim Silvério dos Reis delatou o movimento
organizado. Começaram as prisões e os participantes começaram a colocar a culpa uns nos
outros, tirando Gonzaga que negou de forma inteligente e justificou com seu poema que
descrevia o Tiradentes como tapado e o Tiradentes que assumiu a culpa sozinho.

Tiradentes foi esquartejado, por não ser ninguém importante e por ter assumido a culpa, pois
alguém tinha que servir de exemplo para não ocorrerem tais rebeliões novamente. Pessoas mais
importantes foram perdoadas, mas condenadas a degredo na África.

Conclusão

Recomendaria esse livro, pois mostra como os membros do movimento pensavam e se


comportavam, além de atrelar a eventos ocorridos no exterior que tiveram influência no
movimento. Mostra também o fim trágico, pelo fato de terminar com a prisão e até a condenação
a forca, a rainha Maria I teve piedade e alterou as ordens os livrando e expulsando-lhes para a

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África mesmo assim Tiradentes ficou para trás e foi condenado para servir de exemplo a todos e
mostrar que ninguém deve tentar trair a coroa portuguesa .

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