Julho 2010
Nilza Cantoni
Família Ferreira Brito: um estudo
João Gualberto Ferreira Brito e seu pai Joaquim Ferreira Brito estão entre os principais
formadores do arraial do Feijão Cru. Nascido em 1804, João Gualberto migrou para os sertões
do rio Pomba junto com seu pai, sua mãe Joana Maria de Macedo, seus irmãos, sua primeira
esposa e toda a família de seu sogro Manoel Antônio de Almeida. Como temos dito em
diversas oportunidades, não se pode afirmar a data correta da primeira incursão dos Almeida
Ramos, Ferreira Brito e Gonçalves Neto por aquela região. Pelo que se pode observar nos
documentos disponíveis, entre 1824 e 1828 deve ter havido uma entrada pela mata mineira
de uma tropa da qual fizeram parte alguns dos principais membros destas famílias.
Acreditamos que a decisão de transferirem residência para o Feijão Cru tenha ocorrido nesta
ocasião, resultando na migração por volta de 1829.
O capitão João Gualberto tornou-se figura de destaque no nascente povoado e tomou
parte de sua vida social e política até a sua morte. Já em 1831 aparece entre os “homens bons”
do lugar, como um dos grandes proprietários de escravos. Como chefe político conservador,
teve papel de destaque por ocasião da Revolução de 1842. Conta Barroso Júnior, em sua
História de Leopoldina, que foi num edifício existente em frente ao Clube Leopoldina que João
Gualberto "confabulou com os maiorais do partido em defesa da legalidade". Tal edifício, já
derrubado em 1934, serviu também como presídio para os liberais do Feijão Cru.
É mencionado como proprietário da Fazenda da Grama, da qual fez doações para a
formação do patrimônio de São Sebastião. Por falta de documentos não podemos afirmar
quando foi feita a divisão desta sesmaria que, inicialmente, aparece como propriedade do
alferes Bernardo José da Fonseca. Sabe-se, entretanto, que a Sesmaria da Grama e a Sesmaria
da Cachoeira, de propriedade de seu pai, Joaquim Ferreira Brito, confrontavam com a Fazenda
do Feijão Cru Pequeno que pertenceu a Manoel Antonio de Almeida, seu sogro.
No Registro de Terras de 1856, a propriedade de João Gualberto é outra, como se vê na
seguinte declaração:
"O Capitão João Gualberto Ferreira Brito possue uma fazenda de cultura
denominada Fortaleza que houve por compra, existe n'esta Freguesia de São
Sebastião da Villa Leopoldina, contendo pouco mais o menos quinhentos a
seiscentos alqueires de terras que devidem por um lado com D. Maria do Carmo
Monteiro de Barros e seus herdeiros, por outro com João Gonsalves Neto, e
Joaquim Machado Neto, com Francisco José de Freitas Lima, Jose Thomaz de
Aquino Cabral, Antonio Rodrigues Gomes, Antonio Joaquim Teixeira, e com o
Tenente Joaquim Jose da Costa Cruz, Fazenda da Fortaleza, vinte e dous de
Março de mil oito centos e cincoenta e seis. João Gualberto Ferreira Brito. O
Vig.º José Mª Solleiro"
1736. Catarina era natural da Freguesia de Nossa Senhora das Angústias, Horta, Ilha Faial,
Açores.
Foram irmãos de Maria de Carvalho Duarte:
Ana Caetana Duarte, casada com Pedro Rodrigues de Faria.
Ana Maria de Carvalho, falecida a 9 de Março de 1826 em Baependi, foi casada
com José Garcia Duarte.
Caetana Maria Duarte, casada com Antonio Corrêa de Noronha.
Caetano de Carvalho Duarte Filho, casado com Ana Maria Joaquina.
Domingas Maria Duarte casou-se com Jerônimo José Martins a 4 de Outubro de
1779 em São Miguel do Cajuru. Ele era natural de São Torquato, Guimarães,
Braga, Portugal e faleceu a 16 de Março de 1804 em São Miguel do Cajuru. Ela
faleceu a 14 de Julho de 1836 também em São Miguel do Cajuru.
Francisco Antonio de Carvalho Duarte casado com Mariana Carolina Leite Ribeiro
a 26 de Abril de 1834 e falecida a 17 de Junho de 1862.
João de Carvalho Duarte casado com Escolástica Maria Lopes de Siqueira.
José de Carvalho Duarte casado com Mariana Antonia de Jesus a 26 de Junho de
1784, falecido a 20 de Abril de 1814 em São Miguel do Cajuru.
Manoel de Carvalho Duarte falecido em 1815 em São João d'El Rei.
Antonio Carvalho Duarte, nascido em 1742 em São João del Rei, casou-se com
Mariana Luiza de Jesus. Ele faleceu a 21 de Abril de 1819 e ela a 25 de Abril de
1826.
Florencia Maria de São José casada com Antonio Gonçalves Penha a 13 de Junho
de 1761 em São Miguel do Cajuru. Ele nasceu a 27 de Setembro de 1723 em Santa
Maria da Ribeira de Pena, Vila Real, Braga, Portugal. Ela faleceu a 6 de Agosto de
1812.
Teresa Maria Duarte casada com Gonçalo Corrêa Neto a 28 de Janeiro de 1765 em
São Miguel do Cajuru.
Caetano de Carvalho Duarte era filho de João de Carvalho e Domingas Duarte, casados a
29 de Junho de 1687 na Freguesia de São Miguel de Silvares, arcebispado de Braga, Portugal.
Neto paterno de Gonçalo Simões e Domingas Gaspar, neto materno de Inácio Manoel e Maria
João.
A esposa de Caetano de Carvalho Duarte, Catarina Cândida de São José, era filha de
Manuel Gonçalves da Fonseca e Antonia da Graça, sendo neta materna de Manuel Gonçalves
Correa e Maria Nunes. Foram irmãos de Catarina:
• João Gonçalves da Fonseca casado com Teresa Gomes da Rocha.
• Maria Tereza de Jesus casada a primeira vez com Inácio Franco e a segunda vez com
Bento Rabelo de Carvalho.
Antônia da Graça, terceira-avó de João Gualberto Ferreira Brito, foi uma das lendárias
ilhoas, ancestrais de grande parte da população mineira. Com suas irmãs Helena Maria de
Jesus casada com João de Rezende Costa e Julia Maria da Caridade casada com Diogo Garcia,
são antepassadas de, pelo menos, dois terços dos moradores de Leopoldina do século
dezenove.
FONTES CONSULTADAS
DOCUMENTAIS
PUBLICAÇÕES