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TIRADENTES

"Joaquim José da Silva Xavier, também conhecido pelo apelido de


“Tiradentes”, consagrou-se por sua participação ativa na
Inconfidência Mineira. Tragicamente, ele foi o único dos envolvidos
no movimento a receber a pena de morte, uma vez que os outros
envolvidos foram perdoados pela Coroa Portuguesa.

De uma família de origem humilde, Joaquim José nasceu na


Capitania de Minas Gerais, em 12 de novembro de 1746. Com a
morte prematura dos pais, Joaquim José precisou exercer inúmeros
trabalhos ao longo de sua vida, como a de dentista amador, função
que lhe deu o apelido de “Tiradentes”. Ele também havia
trabalhado na mineração, porém, foi no posto de alferes nos
quadros da cavalaria imperial que Tiradentes alcançou certa
estabilidade. Apesar da pouca instrução, ele era um republicano
convicto e adepto dos ideais do Iluminismo."
Decretado como feriado
nacional, o dia de Tiradentes
cai nesta sexta-feira, 21 de
abril. A data rememora a
Inconfidência Mineira, um
movimento republicano
contra a coroa portuguesa que
nasceu em Minas Gerais e que
teve seu marco final em 21 de
abril de 1792, quando um de
seus líderes, Joaquim José da
Silva Xavier, o Tiradentes, foi
assassinado pelo regime
monárquico.
Causas da Inconfidência Mineira

O movimento dos inconfidentes, organizado em 1788, foi consequência do contato dos


colonos brasileiros com os ideais iluministas divulgados na Europa, ideais que haviam, por
sua vez, inspirado o movimento de independência dos Estados Unidos.

Os historiadores atribuem a divulgação do pensamento iluminista no Brasil ao contato de


estudantes brasileiros com o Iluminismo ao serem enviados por suas famílias da elite
econômica da colônia para estudarem na Universidade de Coimbra, em Portugal. Os ideais
iluministas foram muito difundidos, principalmente, na Capitania das Minas Gerais, e isso se
explica pelo fato de boa parte dos estudantes brasileiros em Coimbra ser originária de
Minas Gerais.

Além da propagação dos ideais iluministas, a Inconfidência Mineira aconteceu em


consequência da insatisfação das elites da Capitania de Minas Gerais com a pesada política
de cobrança de impostos estabelecida pela Coroa Portuguesa sobre os colonos. O visconde
de Barbacena havia sido nomeado pela Coroa Portuguesa como governador da capitania
com o objetivo de promover a derrama, ou seja, a cobrança obrigatória dos impostos sobre
a extração do ouro.
Essa derrama havia sido determinada por Portugal em razão das dívidas acumuladas dos
impostos que não estavam sendo pagos. A intransigência portuguesa na arrecadação de
impostos manteve as cobranças altas, mesmo com a queda na extração de ouro na região, o
que acabou por gerar o acúmulo de dívidas.

Inconfidência Mineira
A insatisfação com uma possível derrama mobilizou as elites da capitania contra o domínio
português. Os inconfidentes planejavam assassinar o governador da capitania e proclamar o
republicanismo na Capitania de Minas Gerais. Tiradentes era um dos envolvidos na
conspiração, pois, além de ser um defensor dos ideais iluministas, também havia sido
prejudicado pela gestão do visconde de Barbacena ao ser destituído do comando da
cavalaria, que fiscalizava uma importante estrada da região.
O movimento conspirado pelas elites mineradoras, entretanto, não chegou a acontecer.
Todos os envolvidos foram denunciados por Joaquim Silvério dos Reis, que optou por
denunciar o movimento para se livrar das dívidas pessoais que havia adquirido com a Coroa
Portuguesa. Assim, em 1789, o visconde de Barbacena suspendeu a derrama e prendeu os
envolvidos na conspiração – entre eles, Tiradentes."

"Prisão e condenação de Tiradentes

Moeda brasileira de cinco centavos com o


rosto de Tiradentes estampado

A prisão de Tiradentes e outros


inconfidentes ocorreu após
a devassa (investigação). O processo de
julgamento dos envolvidos na
Inconfidência estendeu-se por três anos.
Durante esse período, muitos dos presos
negaram sua participação no movimento,
com exceção de Tiradentes, que
reconheceu abertamente seu envolvimento. Alguns historiadores também afirmam que,
durante os interrogatórios, muitos dos envolvidos denunciaram o papel de Tiradentes na
conspiraçao
"A sentença dos inconfidentes saiu em 1792 e determinava a pena de morte por
enforcamento a dez pessoas. Entretanto, por intermédio da Rainha D. Maria I, nove dos
envolvidos na Inconfidência foram perdoados e condenados ao degredo (expulsos do
Brasil), enquanto a sentença de morte foi mantida para apenas um: Tiradentes.
Atribui-se esse fato a duas possibilidades: a primeira afirma que a sentença só foi mantida a
Tiradentes por ele não pertencer à elite mineradora e, portanto, não possuir influência na
Coroa. A segunda possibilidade levantada pelos historiadores é a de que, por falar
abertamente do seu envolvimento na conspiração durante o interrogatório, Tiradentes foi
considerado um elemento perigoso pela Coroa e, por isso, deveria ser eliminado.
Assim, Tiradentes foi usado como bode expiatório pela Coroa Portuguesa. Ele foi enforcado
na manhã de 21 de abril de 1792, na cidade do Rio de Janeiro. Em seguida, teve o corpo
esquartejado em quatro partes e espalhado pela estrada de acesso a Ouro Preto. Sua
cabeça foi exibida em uma estaca colocada na praça central da cidade. A condenação de
Tiradentes foi utilizada como demonstração de força da Coroa para evitar que futuras
rebeliões acontecessem."
"Tiradentes como herói
A figura de Tiradentes permaneceu esquecida durante o resto do período do colonial
e também no período imperial, principalmente pelo caráter republicano dos
envolvidos na Inconfidência Mineira, como afirma o historiador Boris Fausto:
o episódio [Inconfidência] incomodava, pois os conspiradores tinham pouca simpatia
pela forma monárquica de governo. Além disso, os dois imperadores do Brasil eram
descendentes em linha direta da Rainha dona Maria, responsável pela condenação
dos revolucionários|1|.
A imagem de Tiradentes como herói foi construída com a Proclamação da República.
Os republicanos desejavam exaltar as figuras de republicanos brasileiros em
contraposição aos tempos de monarquia e, por causa disso, Tiradentes foi escolhido
pelo caráter da sua condenação. Republicano convicto, Tiradentes foi exaltado como
um mártir do movimento republicano e, portanto, um herói nacional.
Em consequência disso, o dia de sua execução, 21 de abril, foi estabelecido como
feriado, e sua imagem passou a ser retratada, muitas vezes, parecida com a de Cristo
crucificado, uma forma de relacionar Tiradentes como mártir e herói."

Execução
E assim, numa manhã de sábado, 21 de abril de 1792, Tiradentes percorreu em procissão as
ruas do centro da cidade do Rio de Janeiro, no trajeto entre a cadeia pública e onde fora
armado o patíbulo. O governo geral tratou de transformar aquela numa demonstração de
força da coroa portuguesa, fazendo verdadeira encenação. A leitura da sentença estendeu-
se por dezoito horas, após a qual houve discursos de aclamação à rainha, e o cortejo
munido de verdadeira fanfarra e composta por toda a tropa local. Bóris Fausto aponta essa
como uma das possíveis causas para a preservação da memória de Tiradentes,
argumentando que todo esse espetáculo acabou por despertar a ira da população que
presenciou o evento, quando a intenção era, ao contrário, intimidar a população para que
não houvesse novas revoltas.
Executado e esquartejado, com seu sangue se lavrou a certidão de que estava cumprida a
sentença, tendo sido declarados infames a sua memória e os seus descendentes. Sua cabeça
foi erguida em um poste em Vila Rica, tendo sido rapidamente cooptada e nunca mais
localizada; os demais restos mortais foram distribuídos ao longo do Caminho Novo: Santana
de Cebolas (atual Inconfidência, distrito de Paraíba do Sul), Varginha do Lourenço,
Barbacena e Queluz (antiga Carijós, atual Conselheiro Lafaiete), lugares onde fizera seus
discursos revolucionários. Arrasaram a casa em que morava, jogando-se sal ao terreno para
que nada lá germinasse.
Biografia
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