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Revoltas, conjurações e motins no

“paraíso tropical”

- As revoltas coloniais nativistas tinham um aspecto em comum: reconheciam


na Coroa a autoridade máxima que deveriam respeitar
- As revoltas separatistas são aquelas que transcendem esses limites.
Propondo uma república independente que se separasse da metrópole
Inconfidência Mineira

Formada por um grupo eclético da elite colonial, a conspiração reunia eruditos


como professores, poetas, padres, cientistas, médicos, militares de patente
variada, cujo mais alto cargo pertencia ao tenente-coronel Francisco de Paula
Freire de Andrade e um número considerável de membros da elite econômica da
capitania: homens de negócio, fazendeiros, comerciantes, agiotas e poderosos
magnatas locais.
Motivação

A Inconfidência foi uma combinação de ressentimento com percepção da


autossuficiência da capitania. Ao comentar sobre a capitania com o
tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrade, o alfeire Joaquim José da
Silva Xavier, o Tiradentes, disse que as Minas “eram um país, como não havia
outro, que tinham todas as riquezas em si”.
Motivação

O rigor da política metropolitana desconsiderava a realidade da produção do


ouro e descartava a possibilidade de criação de projetos alternativos para a
exploração do potencial econômico das Minas. Ademais, a administração corrupta
do Governador Cunha Meneses desagradava os inconfidentes. Por fim, a
“Instrução” escrita pela ministro da Secretaria dos Negócios da Marinha e Domínio
Ultramarinos ao visconde de Barbacena, Novo governador da capitania,
representava um duplo retrocesso na relação com Portugal: num momento de crise
da produção do ouro, a Coroa insistia na cobrança da derrama (cobrado com
intenção de completar as 100 arrobas da cota anual). Além disso, restringia o
acesso da elite local aos postos de administração régia, anulando todos os
contratos dos mineiros.
A deflagração

O movimento teria início com um motim que ocorreria no mês de fevereiro


quando fosse declarada a derrama. Se vencessem, os inconfidentes
deflagrariam a revolta em toda a capitania. Seu planejamento incluía o
anúncio da declaração de independência das Minas e a definição dos
instrumentos necessários para sua implementação sob forma republicana.
Os mineiros estavam especialmente atentos à Revolução Americana que
vivia seu pleno processo institucional, e buscavam encontrar estruturas
republicanas de governo capazes de expressar os princípios que as colônias
norte-americanas haviam defendido na luta contra o Império Britânico.
O ideário político

Os mineiros tinham planos de fazer, como na América do Norte, uma


república confederada, ou seja, uma espécie de comunidade de estados
independentes, cada um mantendo sua autonomia legislativa, que seria
exercida pelas Câmaras Municipais através de assembléias espalhadas pela
capitania.
Contexto Geopolítico

Internacionalmente, o cenário era desfavorável aos planos mineiros. Embora


Thomas Jefferson tenha acenado positivamente em seu encontro com José
Joaquim Maia e Barbalho, em Nimes, na França, a República norte-americana
desejava um tratado de comércio com Portugal, assinado pelo próprio Jefferson
em 1786, e não pretendia se arriscar em um projeto de futuro incerto. A França,
por sua vez, estava imobilizada em sua capacidade de interferir no cenário
internacional.
Contexto Geopolítico

Internacionalmente, o cenário era desfavorável aos planos mineiros. Embora


Thomas Jefferson tenha acenado positivamente em seu encontro com José
Joaquim Maia e Barbalho, em Nimes, na França, a República norte-americana
desejava um tratado de comércio com Portugal, assinado pelo próprio Jefferson
em 1786, e não pretendia se arriscar em um projeto de futuro incerto. A França,
por sua vez, estava imobilizada em sua capacidade de interferir no cenário
internacional.
Traição e Fracasso
Traição e Fracasso

O visconde de Barbacena recebeu seis denúncias formais de que havia uma


conspiração em marcha nas Minas. A primeira e mais importante foi de Joaquim
Silvério dos Reis, ele próprio um conspirador. Apesar de ser um homem rico,
Silvério dos Reis era também o mais endividado com a Coroa e o perdão dessas
dívidas foi o principal motivo de sua delação.

Ao final do processo, as penas dadas aos inconfidentes foram duras: exílio em


África, prisão perpétua em Portugal, confisco de bens e pena de morte.
Afinal, quem foi Tiradentes?
Afinal, quem foi Tiradentes?

O projeto provavelmente começou a ser especulado nos primeiros anos


da década de 1780 e foi formalmente debatido em 1788 em reuniões locais.
A forma republicana só começou a ser discutida na segunda metade dos
anos de 1780, uma “República Florente” como gostava de chamar
Tiradentes.
Embora não fosse o líder da revolta, Tiradentes foi o mais ativo
propagandista das ideias que sustentaram o projeto político da Inconfidência,
e o grande responsável por colocá-las em circulação no interior de uma rede
formada pelo entrecruzamento de diferentes grupos sociais.
Afinal, quem foi Tiradentes?

Tiradentes exerceu a atividade de tropeiro e assumiu a posição de


comandante do destacamento do Caminho Novo, que respondia pelo
patrulhamento da Serra da Mantiqueira, àquela altura rodeada de,
quilombolas e assaltantes.

Possuía muitas habilidades para além do ofício militar: era perito na


prática da cura, na receita ervas medicinais, além de ser perito no ramo da
construção civil
Afinal, quem foi Tiradentes?
Afinal, quem foi Tiradentes?

Tiradentes foi quem teve a pena mais severa, para que servisse de
exemplo àqueles que tentassem o caminho da revolta. Foi enforcado,
esquartejado e teve o corpo salgado. Suas partes foram exibidas em locais
públicos para que sua morte não fosse esquecida pela população.

Sua imagem foi resgatada durante o período republicano como parte da


propaganda do governo. Ele foi representado como um de cabelos longos e
barba, assemelhando-se a Jesus Cristo. Tornou-se mártir republicano e uma
espécie de herói nacional desde então.

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