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A participação das

mulheres na Independência
da América Espanhola
Independência da América espanhola
• O desencadeamento das guerras de independência se deu no contexto enfraquecimento
do domínio metropolitano sobre as colônias, no limiar do século XIX.
• A Espanha estava duplamente subordinada as principais potências europeias: de um
lado, uma subordinação de natureza política em relação a França de Napoleão, que
substituiu o rei, Fernando VII, por seu irmão, José Bonaparte; e outra, de natureza
econômica, com a Inglaterra interferindo no monopólio comercial da Espanha e
escancarando a crise do sistema colonial em face da ascensão do capital industrial.
• A despeito das diferentes interpretações sobre o processo de Independência da
América espanhola, o ponto consensual diz respeito a ruptura de dominação política da
metrópole.
A participação das mulheres na
Independência da América Espanhola
• A construção do mito dos heróis nacionais.
• A ausência de estudos da participação das mulheres nos movimentos de Independência
da América espanhola.
• A constituição do campo de estudo sobre a História das Mulheres.
• Biografias produzidas a segunda metade do século XIX e início do século XX,
destacavam a significativa participação das mulheres nas lutas pela independência das
várias regiões da América Latina.
• Porém, o discurso desses biógrafos contribuíram para apagar a memória das mulheres
militantes e rebeldes.
O espaço da mulher nos movimentos em
luta pela independência
• As mulheres, muitas vezes com filhos, acompanhavam os maridos
soldados, e desenvolviam trabalhos como cozinhar, lavar e costurar.
• As mulheres combatentes.
• As mulheres como mensageiras e informantes.
As mulheres combatentes
• Manuela Eras Y Gandarillas e Josefa Montesinos (Cochabamba, Bolívia): as duas participaram de
várias ações armadas, inclusive um ataque ao quartel dos veteranos realistas em 1815.
• Juana Azurduy de Padilha (Bolívia): Junto com o marido, liderou um grupo de guerrilheiros. Participou
de 23 ações armadas em lutas pela independência, algumas como comandante das tropas. Ganhou fama
por sua coragem e habilidade, chegando a patente de tenente-coronel.
• Simona Josefa Manzaneda (Bolívia): era artesã, mestiça e pobre. Desempenhou ativo papel na revolta de
La Paz pela independência, em 1809, organizando os vizinhos de seu bairro, que dirigiram-se armados à
praça das Armas.
• Movimento foi derrotado e vários líderes foram executados; Simona conseguiu fugir. Porém em 1814, em
nova atividade revolucionária, ela foi presa e submetida a julgamento sumário e morte cruel (teve a cabeça
raspada, foi exibida nua montada num burrico, na rua, e, além disso, flagelada e fuzilada pelas costas em
praça pública).
As mulheres como combatentes
• Manuela Pedraza (Buenos Aires, Argentina): lutou ao lado do marido contra a invasão inglesa
de Buenos Aires, em 1806; recebeu o grau de tenente.
• María Remedios del Valle (Tucuman, Argentina): fazia parte dos exércitos de San Martín no
Peru e participou de muitas batalhas, entre elas, a importante batalha de Boyacá, em 1819, na
Colômbia.
• Leona Vicario (México): lutou nas tropas de Morelos. Também ajudava os insurgentes com
dinheiro e informações. Após a independência, suas atividades políticas não cessaram, tendo uma
longa atuação na vida pública mexicana.
• Maria Quitéria (Brasil): é considerada a primeira mulher a assentar praça numa unidade militar
das Forças Armadas Brasileiras e a primeira mulher a entrar em combate pelo Brasil, em 1823.
As mulheres como mensageiras
• Policarpa Salavarrieta, La Pola (Colômbia): era costureira, simpática à causa da independência.
Colhia informações das casas de pessoas ricas que frequentava, como costureira, e enviava aos
revoltosos. Por sua atuação, foi condenada a morte por fuzilamento.
• Águeda Monasterio (Chile): Em sua casa se reuniam muitos dos que compartilhavam as ideias de
libertação das colônias espanholas. Ela e sua filha de quinze anos escreviam cartas e passavam
informações aos insurgentes. Quando descoberta, foi condenada a forca, mas antes teve que assistir
cortarem a mão direita de sua filha; na última hora, foi perdoada, mas morreu em seguida, vítima
de uma doença contraída na prisão.
• Josefa Ortiz de Dominguez (México): popularmente chamada de "La Corregidora", era uma
mulher determinada, com suas próprias idéias, que participaram dos primórdios da independência
mexicana de maneira decisiva.
As mulheres como mensageiras
Manuela Saenz (Equador): Foi amante de Bolívar nos seus últimos oito
anos de vida (1822-30). Cuidou dos arquivos de Bolívar, escreveu cartas
que ele ditava e salvou sua vida duas vezes.
A construção das mulheres no espaço
público e político
• No contexto da independência, na concepção dos contemporâneos, a
política era um negócio apenas de homens?
• O apelo dos homens para a participação feminina nas lutas pela
independência.
• Panfletos chilenos publicados na época das guerras pela independência,
aponta sobre a necessidade de se convencer as mulheres da importância da
causa patriótica.

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