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REALISMO
A prosa da segunda metade do século XIX no Brasil
Profª Cláudia Helena
NATURALISMO
A esposa Quitéria, desconfiada da vida extraconjugal do marido, devido ao carinho que o homem
tinha com o moleque, filho da escrava, ordena que açoitem a mulher como forma de vingança.
José Pedro da Silva mantinha uma vida matrimonial dupla, já que não considerava a relação com
Domingas apenas uma aventura. Por esse motivo, tentou criar o filho bastardo da forma mais
conveniente e digna possível.
A seguir, um pequeno resumo dessa história que tem como núcleo temático o
preconceito sofrido pelo filho bastardo de um fazendeiro com sua escrava.
REALISMO/NATURALISMO profa Cláudia Helena
A obra começa a ser narrada no interior do Maranhão, onde José Pedro da Silva era
fazendeiro e comerciante português que teve um filho bastardo Raimundo com Domingas,
uma de suas escravas. José casou-se com Quitéria Inoc ência de Freitas Santiago e
desconfiada da relação que tinha com sua escrava, a esposa pede para açoitar a mulher e
ainda, queimar suas genitais.
Desesperado, José leva a criança para a casa de seu irmão Manuel. Quando ele re-
torna à fazenda, encontra sua esposa na cama com o Padre Diogo. Num momento
de fúria, ele mata sua esposa e faz um pacto com o padre para que ninguém fique sabendo
do ocorrido. Desolado, José passa a viver com seu irmão, que tinha uma casa na cidade de
São Luís. Pouco depois, ele adoece e, quando decide retornar a sua fazenda, ele é morto a
mando do Padre Diogo.
Diante disso, Raimundo, ainda criança, vai para Lisboa, em Portugal, afastando- se de sua
mãe. Ali, passou anos de sua vida e se formou em Direito. Mais tarde, resolveu retornar ao
Brasil e vai morar no Rio de Janeiro. Decidido a encontrar seu tio, Manuel Pescado,
Raimundo viaja ao Maranhão.
A ideia inicial era saber sobre sua infância e origem. Al ém disso, seu pai deixou a heran ça
para ele que estava aos cuidados de seu tio. Assim, quando encontra Manuel, Raimundo fala
que quer visitar a fazenda onde morava quando era crian ça. L á, ele desvenda alguns fatos
desconhecidos, por exemplo, quem era sua mãe e que fora filho bastardo de Jos é. Durante a
estadia na casa de seu tio, apaixona-se por sua filha, Ana Rosa.
Entretanto, Manuel pensa em casar sua filha com um de seus empregados o C ônego Dias.
Sendo assim, seu tio não lhe concede a mão de Ana. Raimundo , então, co-
meça a desconfiar que essa recusa está associada com sua origem e cor de pele, uma vez que
ele era filho de uma escrava.
REALISMO/NATURALISMO profa Cláudia Helena
Essas abordagens, em “O mulato” de Aluísio geraram muita irritação
na população maranhense, principalmente por ter sido publicado em meio à
forte campanha a favor da abolição da escravatura.
O cortiço e o sobrado:
O cortiço é o núcleo gerador de tudo e foi feito à imagem de
seu proprietário, cresce, desenvolve- se e se transforma com
João Romão. Apesar de seu crescimento, desenvolvimento e
transformação acompanharem os mesmos estágios na
pessoas de João Romão, é, na verdade, o estabelecimento
que muda o dono, não o contrário.
Vê-se na evolução do cortiço um processo que não se pode
evitar ou reverter, determinado desde o início da história,
tendo João Romão apenas feito o que estava em seu instinto
de homem desprovido de livre-arbítrio fazer.
O sobrado representa para o cortiço o mesmo que Miranda
representa para Romão, criando-se entre eles a mesma
tensão que existe entre os dois homens.
REALISMO/NATURALISMO profa Cláudia Helena
CARATERÍSTICAS
DO NATURALISMO
NAS OBRAS
O comportamento humano é determinado por
forças biológicas (o instinto, a herança genética),
sociológicas e históricas.
A zoomorfização é
própria do
NATURALISMO:
REALISMO/NATURALISMO profa Cláudia Helena
Num só lance de vista, como quem apanha uma esfera entre as pontas
de um compasso, mediu com as antenas da sua perspicácia mulheril
toda aquela esterqueira, onde ela, depois de se arrastar como uma
larva, um belo dia acordou borboleta azul à luz do sol. E sentiu diante
dos olhos aquela massa informe de machos e fêmeas, a comichar, a
fremir sufocando-se uns aos outros.
(O cortiço-Aluísio Azevedo)
REALISMO/NATURALISMO profa Cláudia Helena
Veja como o narrador personagem Brás Cubas, personagem de Machado de Assis, relata a
evolução do seu amor por Marcela:
“ ...Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos.
Meu pai, logo que teve aragem dos onze contos, sobressaltou-se deveras;
achou que o caso excedia as raias de um capricho juvenil.”
(MACHADO de ASSIS, 1881)
Revisando:
REALISMO
e
NATURALISMO:
REALISMO NATURALISMO
1. a investigação da sociedade e 1. a investigação da sociedade e
dos caracteres individuais é feita dos caracteres individuais ocorre
“de dentro para fora”, isto é, por “ de fora para dentro”;as
meio de uma análise psicológica personagens tendem a se
capaz de abranger toda a sua simplificar, pois são vistas como
complexidade, que utiliza a ironia, joguetes, frutos dos fatores
que sugere em vez de apontar. biológicos e sociais que
determinam suas ações,
pensamentos e sentimentos.
2. ênfase nas relações entre o 2. ênfase na descrição das
homem e a sociedade coletividades, dos tipos humanos
burguesa,através do ataque a suas que encarnam os vícios, as taras,
instituições e seus fundamentos as patologias e anormalidades
ideológicos: o casamento,o clero, reveladoras do parentesco entre o
a escravização do homem ao homem e o animal(o homem
trabalho como “meio de vencer na desce à condição animalesca
vida”, as contradições entre ricos movido pelo instinto e como mero
e pobres,vista da ótica dos produto das circunstâncias
“vencidos” (os marginais, as externas, da hereditariedade e o
prostitutas,os operários, etc.) e meio ambiente
CARACTERÍSTICAS COMUNS AO
REALISMO E AO NATURALISMO
Discurso prático sensato, racional;
EXERCÍCIOS DE
APRENDIZAGEM
com gabarito nos últimos
slides
NATURALISMO profa Cláudia Helena
1. (ITA) Leia as proposições acerca de O Cortiço.
I. Constantemente, as personagens sofrem zoomorfização, isto é, a
animalização do comportamento humano, respeitando os preceitos da
literatura naturalista.
II. A visão patológica do comportamento sexual é trabalhada por meio
do rebaixamento das relações, do adultério, do lesbianismo, da
prostituição etc.
III. O meio adquire enorme importância no enredo, uma vez que
determina o comportamento de todas as personagens, anulando o
livre-arbítrio.
IV. O estilo de Aluísio Azevedo, dentro de O Cortiço, confirma o que se
percebe também no conjunto de sua obra: o talento para retratar
agrupamentos humanos.
Está(ão) correta(s):
a) todas.
b) apenas I.
c) apenas I e II.
d) apenas I, II e III.
e) apenas III e IV.
NATURALISMO profa Cláudia Helena
AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. 15. ed. São Paulo: Ática, 1984. p. 28-29.
NATURALISMO profa Cláudia Helena
Assinale a alternativa que NÃO corresponde a uma possível
leitura do fragmento citado:
GABARITO
REALISMO/NATURALISMO profa Cláudia Helena
1. A
Comentário: Na obra “O Cortiço”, estão presentes as principais
características naturalistas: a animalização das personagens e,
consequentemente, suas ações baseadas em instintos naturais, tais
como os sexuais e os de sobrevivência. Por esse motivo, a opção (I)
está correta. A opção (II) também está correta, pois a sexualidade é
abordada, principalmente, através do adultério (caso de Jerônimo e
Rita Baiana), prostituição e lesbianismo (caso de Leonie e Pombinha, e
banalização do relacionamento (João Romão se livrou de sua amante
Bertoleza para consolidar um casamento por interesse). Mais um dos
fundamentos do Naturalismo é a influência do meio sobre as
personagens. Na obra, o espaço (cortiço) aparece como um
personagem, ou seja, de maneira personificada, comprovando a sua
influência. Por isso, a opção (III) também está correta. E, por fim, não
podemos negar que O Cortiço é uma obra responsável por retratar o
comportamento humano, destacando o caráter das personagens e etc.
Portanto, a resposta certa é a A, pois todas as opções estão cor retas.
NATURALISMO profa Cláudia Helena
2. D
Comentário: No trecho, o narrador descreve o meio (cortiço) e os
personagens como um todo. Como se fossem intrínsecos, ou seja,
tanto o cortiço faz parte dos personagens, quanto os personagens
pertencem ao cortiço. Por isso, a afirmação
(A) é verdadeira.
3. E
Comentário:
A opção que comprova o fato de o narrador
ser onisciente e onipresente é a E, pois ao
dizer “Ia atirar-se cá para fora”, ele
mostra estar inserido no ambiente do texto,
como se estivesse no “lado de fora” para
onde a bruxa iria se atirar. Ou seja, parece
que ele estava ali, assistindo a tudo.
NATURALISMO profa Cláudia Helena
2. D
Comentário: No trecho, o narrador descreve o meio (cortiço) e os
personagens como um todo. Como se fossem intrínsecos, ou seja,
tanto o cortiço faz parte dos personagens, quanto os personagens
pertencem ao cortiço. Por isso, a afirmação
(A) é verdadeira.