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Aprofundamento: herança quantitativa

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Teoria

A herança quantitativa, também chamada de herança poligênica, é um caso especí‐


fico de interação gênica que ocorre quando vários genes não alelos contribuem de
forma quantitativa na expressão de uma característica. Os genes não alelos agem de
maneira aditiva para a expressão de um fenótipo. Não há mais uma relação de domi‐
nância, e sim uma relação de genes aditivos (representados por letras maiúsculas) e
genes não aditivos (letras minúsculas).

Cálculo do número de fenótipos

Para calcular o número de fenótipos em uma herança quantitativa, utilizamos a fór‐


mula: número de fenótipos = 2n + 1, sendo “n” equivalente aos pares de alelos en‐
volvidos. Por exemplo: se 4 pares de alelos estão envolvidos, são encontrados 9 fe‐
nótipos para essa característica.

Também se pode determinar a frequência esperada dos fenótipos extremos, cuja


fórmula é dada por: F = 1/4n . Aqui n é equivalente ao número de pares de genes

Para a herança qualitativa, quando temos um cruzamento entre heterozigotos e que‐


remos determinar as proporções dos fenótipos, podemos utilizar o triângulo de Pas‐
cal. Como exemplo, vejamos o cruzamento entre dois indivíduos com pele moreno-
médio AaBb x AaBb. Como são 4 genes aditivos possíveis, observam-se as propor‐
ções presentes na linha 4 do triângulo, como indicado na figura:

Número
degenes

2 2
3 3

5 10 10 5
6 15 20 15 6
7 7 21 35 35 21 7
8 8 28 56 70 56 28 8

Triângulo de Pascal, que pode ser utilizado em casos de herança quantitativa, para
determinação da proporção de fenótipos.

Proporção de fenótipos

Negro: 1/16

Moreno escuro: 4/16

Moreno médio: 6/16

Moreno claro: 4/16

Branco: 1/16

1:4:6:4:1

Casos de herança quantitativa no ser humano

Cor da pele

Cada aditivo determina a produção de mais melanina; então, quanto mais genes adi‐
tivos, mais escura a pele. É uma característica condicionada por dois genes. Existem
as seguintes características:

ATENÇÃO!! o termo “mulato” e “mulata” são recorrentes em questões de genética.


Existem duas possíveis origens para essa palavra: uma árabe, derivada de mowallad,
que significa mestiço (quando nascia um filho de um árabe com um não árabe), e
uma latina, na qual a palavra “mulato” é derivada de mulus, que significa mula. A as‐
sociação da palavra “mulato” com a raiz latina traz um sentido pejorativo, se referin‐
do a pessoas com tons de pele mais escuros como animais e mão de obra barata,
remetendo também aos tempos de escravidão.

A origem da palavra no vocabulário brasileiro não é certa e pode gerar muitas dis‐
cussões. Como a bibliografia utilizada para se referir aos tons de pele na Herança
Quantitativa e questões de vários vestibulares utilizam o termo “mulato” e “mulata”,
mantemos esses termos no material. Porém, destacamos a importância de entender
o significado associado às palavras e os incômodos que eles podem gerar, tentando
sempre evitar e não utilizar termos que ofendam a qualquer grupo.

Cor dos olhos

A cor dos olhos também é condicionada por dois genes, os quais podem gerar as
seguintes características:

Fonte: Reprodução da internet.

Curva de Gauss

Em um cruzamento entre heterozigotos, o resultado pode ser expresso em uma cur‐


va de Gauss. A curva de Gauss é uma representação gráfica simétrica que mostra
características mais comuns ou mais raras e sua distribuição na população. Quanto
mais extrema a característica aparece no gráfico, mais rara ela é. A tendência é o
maior número de indivíduos com um caráter “central”, com a característica mediana.

Fonte: questão da PUCRS de 2018. Adaptada.

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