ATIVIDADE SOBRE CLADOGRAMAS

Como conversamos nas aulas sobre evolução, na formação de novas

espécies é importante a ocorrência de processos de cladogênese e anagênese. Na
cladogênese, novas espécies se formam por diversificação ocorrida em uma
espécie ancestral. Compreende ramificações, ocasionando a ruptura na coesão de
uma população, onde uma espécie ancestral pode originar duas ou mais espécies
descendentes. A anagênese compreende os processos pelos quais um caráter
surge ou se modifica em uma população ao longo do tempo, sendo responsáveis
pelas novidades evolutivas e pela fixação dessas novidades nas populações, sem
produzir ramificações.
Um exemplo de evento cladogenético é o surgimento de barreiras
geográficas separando uma população inicial em duas, que não se comunicam
mais. Cada uma dessas populações, agora separadas, passa a ter sua própria
história evolutiva. Em função dos eventos anagenéticos, essas populações
modificam-se ao longo do tempo e podem originar duas espécies distintas.
Características vantajosas que surgem em cada uma das populações podem ser
fixadas por seleção natural.
Como exemplo hipotético, imagine que uma população de caramujos da
espécie A seja separada em duas pelo surgimento de uma barreira geográfica. As
populações não entram mais em contato, e o que acontece em uma população não
interfere no que acontece na outra, como representado pela imagem abaixo. Ao
longo do tempo, por meio de anagênese, essas populações podem acumular
diferenças a ponto de cada uma delas passar a ser considerada uma nova espécie
(espécie B e espécie C).

A representação esquemática da especiação dos caramujos pode ser feita

por meio de um diagrama de ramos chamado de cladograma. Um cladograma ou
Instituto Federal de Santa Catarina – Câmpus Caçador
Avenida: Fahdo Thomé, 3000 | Champagnat | Caçador/SC | CEP: 89.500-000
Fone: (49) 3561- 5700 | www.ifsc.edu.br | CNPJ 11.402.887/0001-60
árvore filogenética é um diagrama que mostra estas relações de parentesco e de
características compartilhadas. Para montar esta ͞árvore utiliza-se uma linha, cujo
ponto de origem - a raiz- simboliza um provável grupo (ou espécie) ancestral. De
cada nó surge um ramo, que conduz a um ou a vários grupos terminais. Com os
cladogramas pode-se estabelecer uma comparação entre as características
primitivas - que existiam em grupos ancestrais - e as derivadas - compartilhadas por
grupos que os sucederam.
A sequência hierárquica das ramificações no cladograma reflete, de alguma
forma, a sequência de subdivisões de linhagens observadas ao longo do tempo.
Grupos que partem de um mesmo nó são chamados de grupos-irmãos e são mais
próximos evolutivamente entre si do que grupos que partem de nós diferentes.
Então, por exemplo, a árvore filogenética abaixo representa o parentesco evolutivo
dos grupos de vegetais. Nela vemos que angiospermas e gimnospermas são
grupo-irmão e são mais aparentados entre si do que em relação às briófitas, por
exemplo.

Imagine outro cladograma hipotético representado pela figura abaixo. Ele

representa as relações filogenéticas, de parentesco, entre cinco grupos de
organismos: A, B, C, D e E.

Neste cladograma foram indicadas por cores as condições derivadas de

cinco características. A condição derivada do caráter 1 (cor vermelha) ocorre nos
grupos B, C, D e E. A condição derivada do caráter 2 (cor verde) ocorre nos grupos
Instituto Federal de Santa Catarina – Câmpus Caçador
Avenida: Fahdo Thomé, 3000 | Champagnat | Caçador/SC | CEP: 89.500-000
Fone: (49) 3561- 5700 | www.ifsc.edu.br | CNPJ 11.402.887/0001-60
C, D e E. Os caracteres 3 (cor amarela) e 4 (cor roxa) aparecem na condição
derivada apenas em D e E, A condição derivada do caráter 5 (cor azul) aparece
apenas no grupo E, que o separa, por tanto, do grupo D.

Agora vamos aprender a montar cladogramas. Para montar cladogramas

e propor hipóteses de parentesco evolutivo, os cientistas utilizam grande número de
caracteres e os analisam de modo comparativo, considerando os caracteres
homólogos entre os grupos, ou seja, aqueles que derivam de estruturas já
existentes em um mesmo ancestral comum. No entanto, nas atividades aqui
propostas serão consideradas apenas algumas características.

Para começar a praticar a montagem de cladogramas vamos recorrer aos

famosos pokémons. A partir desse exemplo hipotético e considerando os
exemplares de pokémons representados abaixo e suas respectivas características,
vamos montar um cladograma para representar o parentesco entre esses
pokémons. Para facilitar a montagem do cladograma podemos preencher uma
tabela para visualizar melhor a presença ou não de certas características.

A visualização da tabela mostra que o Electrode é o exemplar que possui

menos novidades evolutivas, ou seja, menos características derivadas. Então, o
terminal que representa o Electrode deve ficar mais na base do cladograma. A
característica olhos é uma característica primitiva e que está presente em todos os
representantes desse cladograma. A presença de asas e de pescoço definido
representa uma característica derivada e que está presente nos outros três grupos
considerados. Além disso, penas só estão presentes em Fearow e braços somente
em Gragonite e Charizard. Essa análise leva a uma possibilidade de cladograma
que está representado abaixo:

Instituto Federal de Santa Catarina – Câmpus Caçador

Avenida: Fahdo Thomé, 3000 | Champagnat | Caçador/SC | CEP: 89.500-000
Fone: (49) 3561- 5700 | www.ifsc.edu.br | CNPJ 11.402.887/0001-60
 Esse cladograma mostra que, por meio de anagênese, surgiu a característica
penas em Fearow. Ao montar um cladograma buscamos construir um que seja o
mais parcimonioso possível. Um cladograma mais parcimonioso é aquele que
possui uma maior economia no número de passos, que possui menos ramos.
Agora é a sua vez!

Atividade 1
Utilize a matriz de caracteres abaixo e construa o cladograma mais parcimonioso.

Atividade 2

A partir dos exemplares representados abaixo podemos formar uma tabela

considerando as características: dois pares de patas, presença de antenas,
protuberância no pescoço, patas com dois dedos, nariz para baixo. Monte essa
tabela, identifique a presença ou ausência da característica e, em seguida, construa
um cladograma com essas informações. Tente construir o cladograma mais
parcimonioso.

Instituto Federal de Santa Catarina – Câmpus Caçador

Avenida: Fahdo Thomé, 3000 | Champagnat | Caçador/SC | CEP: 89.500-000
Fone: (49) 3561- 5700 | www.ifsc.edu.br | CNPJ 11.402.887/0001-60
Atividade 3
Estabeleça as relações de parentesco entre as espécies abaixo, e construa o
cladograma que representa a hipótese de filogenia, de parentesco, mais provável.
Inicie com um levantamento dos caracteres que variam entre eles; monte uma
tabela de caracteres; tente construir o cladograma mais parcimonioso.

Atividade 4
No cladograma que você montou na atividade anterior, a presença de cauda em B
representa uma característica que surgiu por meio do processo de anagênese ou de
cladogênese? Explique

Atividade 5
Os representantes presentes em um cladograma podem formar os chamados
grupos monofiléticos, parafiléticos e polifiléticos.
O grupo monofilético é aquele que inclui o ancestral comum mais recente do grupo
e todos os descendentes desse ancestral. O grupo parafilético inclui o ancestral
comum mais recente do grupo e alguns, mas não todos os descendentes desse
ancestral. Já um grupo polifilético não inclui ancestral recente mais comum a todos
os membros do grupo.

Instituto Federal de Santa Catarina – Câmpus Caçador

Avenida: Fahdo Thomé, 3000 | Champagnat | Caçador/SC | CEP: 89.500-000
Fone: (49) 3561- 5700 | www.ifsc.edu.br | CNPJ 11.402.887/0001-60
Sendo assim, considerando o cladograma dos grupos de vegetais abaixo, responda:

a) Um grupo formado por gimnospermas e angiospermas deve ser considerado

monofilético, polifilético ou parafilético? Explique
b) E um grupo formado por briófitas, gimnospermas e angiospermas?

Referências bibliográficas:
LOPES, S.; ROSSO, S. Bio. volume 2, 3. ed., São Paulo: saraiva, 2016.
SAITO, L. C.; URSI, S. Pokemons invadem a prova de cladística: uma experiência
com estudantes do terceiro ano do ensino médio. Revista da Sbenbio, V EREBIO e
II EREBIO regional I, n° 7, outubro de 2014.
nocoes_sistematica_filogenetica.pdf (seed.pr.gov.br)
http://professor.ufop.br -
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahU
KEwjpg7rTop3wAhUQCrkGHXCiB0EQFjAKegQIAhAD&url=http%3A%2F%2Fprofes
sor.ufop.br%2Fsites%2Fdefault%2Ffiles%2Froberthfagundes%2Ffiles%2Flista.docx
&usg=AOvVaw16jAn2aU-sYLLPAUaDS_-A
Instituto Federal de Santa Catarina – Câmpus Caçador
Avenida: Fahdo Thomé, 3000 | Champagnat | Caçador/SC | CEP: 89.500-000
Fone: (49) 3561- 5700 | www.ifsc.edu.br | CNPJ 11.402.887/0001-60