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Para todos os românticos, tenho orgulho de estar no mesmo barco que você.
Capítulo Um
Ele estava saindo agora para visitar sua filha e neto recém-
nascido. Ele não gostava da América do Norte, e tive a sensação de
que ele estava demorando apenas para dizer mais algumas palavras
em sua língua nativa antes de trocar para o inglês.
— Não me lembro agora. — Eu fiz uma careta para ele. — Por
quê?
— Desculpe?
— Você está voando. — disse ele baixinho, mas parecia que ele
falou as palavras em meu ouvido. — E se você relaxar, deixe cada
músculo se soltar e respire profundamente, não há nada mais
calmante do que estar no ar.
***
Ele estava ainda mais bonito do que antes, se isso fosse possível.
No escurecimento da noite, seu cabelo estava quase todo preto,
beijado de vermelho pelas luzes artificiais do teto. Ele parecia uma
criatura da noite, algo escuro e sexy demais para ser verdade.
— Faz muito tempo que não vou para casa, estou ansiosa para
ver minha família novamente.
— Seu marido? — Ele perguntou laconicamente. Eu ri e era tão
delicioso depois de horas de enjoo e sono que ri mais um pouco. Ele
me olhou com os lábios retorcidos, como se quisesse sorrir, mas
não conseguisse entender por quê. — Isso foi engraçado?
Meu celular tocou assim que saí para o calor abafado do México
para chamar um táxi. Eu balancei minha cabeça para os muitos
homens ansiosos para me ajudar com minha mala por alguns
pesos3 e enfiei meu celular entre a orelha e o ombro.
— Será bom para você relaxar, — ela concordou antes que uma
cacofonia de metal caindo estourasse no fundo. — Escute, eu tenho
que ir. Mas não se preocupe com nada. Eu tenho controle sobre a
situação aqui e combinei tudo com o resort em meu nome. Apenas
relaxe, beba a tequila e encontre um homem que faça seu coração
bater forte.
***
Ele repetiu a sílaba e a maneira como ele provou meu nome foi
pecaminosa, como morder um doce decadente.
— Boa defesa. — Eu olhei para ele por baixo dos meus cílios e fui
recompensada com seus olhos azuis cintilantes. — Eu não vejo você
correndo agora.
4 O Museu de Arte Moderna, mais conhecido como MoMA, é um museu da cidade de Nova Iorque,
5 Sucre - Doçura
Antes que ele pudesse me pressionar mais, Sinclair riu
sombriamente. — Elle é difícil de conhecer. Deixe ela em paz.
Cage jogou a cabeça para trás e riu com vontade, seu cabelo
brilhante refletindo a luz das velas e destacando sua beleza pagã. —
A menos que você tenha vivido sob uma rocha, acho que você está
bancando a boba, Elle.
Olhei por cima do ombro e para cima, para encontrar ele parado
atrás de mim franzindo a testa. Arrepios ondularam ao longo da
minha pele e eu esfreguei meus braços expostos, embora a brisa do
oceano estivesse pegajosa com o calor.
— Não posso culpá-lo por querer você só para ele. — Ele me deu
um beijo na bochecha e riu quando Sinclair o pegou pelo ombro
para puxá-lo com firmeza.
Ela riu alto, seus dentes brilhando à luz das velas. Eu a achei
bastante bonita, na verdade, quando suas feições relaxaram com
bom humor e ela se esqueceu de fechar os lábios.
— Sim.
— Você está pronta para ter uma conversa madura sobre isso
agora, Elle? — Sua voz era desarmante suave e a mão que descia a
pele nua do meu braço era gentil, mas quando me virei ligeiramente
para encarar ele, seus profundos olhos azuis estavam congelados
com a censura.
Eu olhei para ele, mas ele apenas levantou uma sobrancelha fria
em face do meu desafio.
— Ah — eu respirei.
— Você — eu ofeguei.
— Sua boca. — Eu nunca tinha implorado antes, por nada, mas
todas as reservas haviam desaparecido há muito tempo. — Em
mim.
Fechei os olhos e não virei para encarar ele, mas podia imaginá-
lo, encostado na porta com os braços cruzados, composto e casual.
— Fique.
6 Palapa é uma construção ao ar livre com o teto formado com palha seca e suportes de madeira de palma.
Enquanto montava minha bolsa de praia, liguei para a única
pessoa que poderia me ajudar a entender algo assim.
Minha irmã mais nova, com apenas vinte e dois anos e anos-luz
à minha frente no departamento de romance, deu sua risada
gutural. — Ah sim. Eu recomendo.
Sorri, como ela pretendia, mas sabia que era mais do que isso.
Cosima era uma das pessoas mais honestas que conheci, teria sido
impossível para ela viver uma mentira assim.
— Mas eu traí com homem comprometido antes. Normalmente,
não sabia até que já tivesse acontecido, mas também dificilmente os
vi novamente. — Ela estalou a língua, um hábito que herdou de
nossa mãe. — Por que você pergunta, bambina?
— Gigi, pelo jeito dele, acho que você seria louca se não o fizesse.
— Eu te amo — eu disse.
Minha irmã riu alto, sem dúvida parando as pessoas na rua com
a visão de sua alegria. — E eu a você, sempre.
— Bem, não podemos ter isso. — Ele riu, mas franziu a testa
para algo por cima do meu ombro, apertando os olhos para o sol
alto para discernir o intruso. — Posso ajudar?
Stefan passou a mão pelo meu braço, mas foi mais amigável do
que sexual e eu sabia que ele só queria me tranquilizar. Ele ficaria
se eu quisesse e talvez até chegasse ao ponto de repreender
Sinclair, fisicamente. Depois de meia hora de conversa, tive a nítida
sensação de que havia feito um amigo.
Quando fiquei de costas para ele por alguns momentos e ele não
falou, me perguntei se ele tinha ido embora. Mas dois nós dos
dedos desenharam linhas delicadas na pele nua das minhas costas
e um segundo depois sua frente pressionou contra mim. Uma mão
pressionou contra meu quadril, empurrando-nos suavemente
juntos, e ele deu um beijo de partir o coração onde meu pescoço
encontrou meu ombro.
Seu leve sorriso era perverso, sua voz como fumaça. — Regras
que eu posso fazer. Número um: não há especificações pessoais,
como nomes completos, localização, família, etc. Como ambos
estamos aqui para trabalhar, acho que alguma discussão sobre o
assunto é aceitável.
Sabia que deveria dizer algo, mas minha mente estava muda de
felicidade e quando abri minha boca tudo que pude encontrar foi. —
Obrigada.
— Sim.
Ele acenou com a cabeça, desta vez não surpreso com a minha
aquiescência. — Não brinque comigo. Eu preciso que você fale sério.
— Eu falo. — O encarei com olhos sérios e observei enquanto
suas feições severas relaxavam em um sorriso ligeiramente infantil.
Sentei lá depois que ele saiu, chocada com o rumo que minhas
férias tomaram. Brenna me mandou para o México para relaxar, a
única pessoa que sabia por que eu estava deixando minha amada
Paris com tanta pressa, e aqui estava eu, mais estimulada do que
jamais estive em minha vida. Com um grande suspiro, me joguei
contra a espreguiçadeira e fechei os olhos. Não sabia quase nada
sobre o francês devastadoramente bonito, mas já estava fisgada.
Capítulo Cinco
Assim que ele fez isso, me virei totalmente para Sinclair com
minha própria sobrancelha arqueada. — O banheiro?
— Oh, ele é. Mas ele não aproveita muito a vida. — Ao meu olhar
perscrutador, ele explicou, com a mão quente na minha enquanto
me guiava pela casa. — Seu irmão foi morto há dois anos devido à
violência de gangues na Cidade do México. Ele mudou com Kat para
cá logo depois.
Senti uma pontada de simpatia no estômago e encolhi os ombros
no breve pensamento da vida sem um dos meus irmãos. Até mesmo
Elena, de quem eu nunca tinha sido particularmente próxima, era
vital para mim.
— Meu irmão está muito mais interessado nas artes do que eu.
— Ela encolheu os ombros. — Acho difícil entender a beleza nas
coisas vivas. Os planetas são muito mais fáceis.
É justo.
Estendi a mão para Kat, que deu um passo para longe de nós e
puxei ela levemente para perto de mim. — Katarina tem sido a guia
mais maravilhosa.
— Claro que ela tem. — Cage apertou seu ombro como um irmão
faria. — Nossa Kat é uma verdadeira joia.
Ela corou, mas Cage estava muito alheio para notar como ela
reagiu a ele e quando olhei para Sinclair para ver se ele percebeu,
seus olhos estavam nos meus, brilhando de alegria.
Minha boca se abriu quando o vibrador começou novamente,
desta vez em uma intensidade mais alta. Eu cambaleei um pouco e
Sinclair suavemente me colocou debaixo do braço.
— Eu acho que Elle bebeu muito. — Fiz uma careta para ele
enquanto ele falava, só tinha terminado duas taças de vinho, mas
ele olhou para mim com desejo evidente e eu mordi meu lábio. —
Eu devo levá-la para casa.
Ele continuou seu ritmo acelerado sem olhar para mim. — Não.
— Exatamente.
Ele percebeu que eu estava olhando para ele e olhou para mim
com olhos nublados. Olhamos um para o outro e minha respiração
engatou quando o desejo disparou novamente pela minha espinha
direto para o meu sexo.
— Não finja que não quer isso, Elle. Eu posso sentir como você
responde a mim. — Sua mão viajou pela minha coxa, sobre meus
quadris e barriga trêmula até que ele pudesse segurar um dos meus
seios. Meu mamilo estava duro contra sua palma e estremeci
quando ele o rolou entre os dedos. — Eu podia ver isso enrugado no
avião. Sua respiração engatou assim. — Eu engasguei quando ele
abaixou a cabeça para beliscar meu lábio inferior. —E quando me
inclinei sobre você, seus olhos me imploraram para beijá-la.
— Vou te machucar.
— Você tem seios incríveis. — Sua voz estava quente contra meu
pescoço e deixei cair minha cabeça contra seu peito, dando-lhe
acesso total a eles. — Você ficaria corada, sabendo todas as coisas
que eu quero fazer com eles.
Fiz o que ele pediu sem hesitação, embora agora estivesse aberta
para ele. Estranhamente, não parecia clínico ou mesmo
constrangedor. Era sexy me apresentar ao seu olhar e eu sabia pela
forma como sua respiração engatou que ele estava profundamente
impactado pela exibição. Um dedo estendido correu levemente do
topo das minhas nádegas até o meu sexo molhado. Estremeci com a
sensação proibida.
— Goze para mim. — Sua voz estava tensa com controle. — Goze
para mim agora, Elle.
Teria sido bom demais para ser verdade se ele não tivesse
notado. Considerei como responder, passando os dedos no edredom
branco como se não estivesse preocupada com nossa conversa ou
minha posição muito exposta.
— Não mais.
Capítulo Sete
— Sim.
— Oi — disse suavemente.
Ele balançou a cabeça e sua voz estava quase triste quando ele
respondeu, mas poderia dizer que ele estava satisfeito comigo
também. — Eu libertei um monstro.
Gemi, não querendo admitir o poder que ele tinha sobre mim.
Seu aperto era firme e as linhas de seu corpo contra o meu eram
feitas de aço. Queria me esfregar contra ele como um gato, arranhar
e acariciar ele até que ele me acariciasse.
De alguma forma, ele leu meus pensamentos. — Eu posso fazer
o que eu quiser com você. Na noite em que você concordou com
nosso caso de férias, você conscientemente entrou no meu mundo.
— Sinta como você está molhada, como você está pronta para ter
meu pau dentro de você. Circule com o polegar, coloque dois dedos
em sua entrada e finja que eles são meu pau, pressionando contra
você.
Lutei para manter meus olhos abertos, mas queria olhar para ele
enquanto fazia isso, enquanto me tocava por ele.
— É isso. — Sua voz era tão profunda que reverberou por todo o
meu corpo, me dedilhando até eu vibrar. — Empurre esses dedos
em sua doce boceta para mim. Sinta o quão apertada você é.
Ele parecia tão bonito olhando para mim, seu lábio inferior
macio sob o topo firme, sua mandíbula tensa, mas seus olhos
sugando e quentes de excitação. Ele era um paradoxo, meu francês,
quente e frio, severo mas poético, meu mas não meu.
Adorei ouvir sua voz culta falar palavras tão sujas, que me
deixaram mais molhada de alguma forma e da próxima vez que ele
mergulhou em mim,a foi até o fim.
Não sei como ele fez isso, mas no segundo em que saímos do
carro para o sol mexicano, Sinclair, o empresário, estava de volta,
enigmático e vagamente desinteressado por tudo ao nosso redor. Eu
me perguntei se essa distância se aplicaria a mim, mas quando
hesitantemente esperei alguns metros de distância dele depois que
o carro se afastou, olhando para ele em vez de para onde ele tinha
me levado, ele se virou para mim com olhos calorosos.
— Eles não perdem nada, — explicou ele, sua voz mais baixa do
que o normal, mas ainda animado. — O que os turistas ou
comerciantes não levam para casa, os estivadores usam para
alimentar suas famílias. A pesca é um esporte sério nesta parte do
país, a maioria das famílias vive do mar há gerações.
Ele tinha olhos enormes que brilhavam como ônix quando ele
sorriu para mim, sua boca cheia de dentes tortos, mas
perfeitamente brancos.
O pensamento me encantou.
Sua risada quente bagunçou meu cabelo e ele deslizou para fora
do meu pescoço pegajoso. — Você tem um elástico?
— Bolso esquerdo — murmurei enquanto freneticamente
bobinava a linha do peixe cansado. Um flash de escamas a poucos
metros do barco me emocionou.
— Não, não, não, — rosnei, inclinando todo o meu peso para trás
para manter o peixe um pouco perto do barco. Por quanto tempo ele
iria lutar comigo? — Eu posso fazer isso.
— É grande?
Ele olhou para mim com uma intensidade quase enervante que
fez meu coração disparar. — Oi.
Fiz menção de sair do carro, mas olhei por cima do ombro para
ver sua reação. Meu coração estremeceu dolorosamente quando ele
apenas balançou a cabeça bruscamente sem olhar para mim e
voltou para seu telefone.
Sorri para ele, grata por seu charme fácil. —Sinto muito, Stefan,
tive um dia cansativo. Não foi gentil da minha parte convidá-lo para
uma refeição onde mal posso ficar acordada.
Seus dedos morenos tamborilaram contra a toalha da mesa
enquanto ele me estudava. — Não, não acho que é dormir o que
você quer. Pode ter algo a ver com o homem na piscina à tarde?
— De patinho a cisne?
— Estou dizendo, se você não está pronta para encerrar seu caso
de férias, não deixe isso acabar. Vá até ele, seduza-o novamente.
— Seus olhos percorreram minha forma em franca admiração.
***
Horas depois, quando a lua estava alta no céu escuro e todos os
hóspedes há muito haviam se retirado para suas camas ou
visitantes do centro da cidade, eu estava na porta fechada do
quarto de Sinclair com meu punho posicionado sobre a madeira.
Com a última gota de minha coragem, bati mais uma vez antes
de girar em um dos meus saltos mais altos para sair. Tinha dado
apenas alguns passos para longe quando o som da porta se abrindo
atrás de mim me fez olhar por cima do ombro.
— Você comeu?
Ele franziu a testa, e fiquei emocionada por ele ter ficado
surpreso com a minha pergunta. Bruscamente, ele acenou com a
cabeça.
Seu olhar passou pela minha pele exposta mais uma vez antes
de pousar nos meus olhos. Ele me encarou por um longo momento,
sua expressão endurecida com incerteza. Mantive minhas feições
abertas e honestas, irradiando o desejo simples que tinha por ele e
permitindo que alguns dos outros sentimentos, aqueles que estava
com muito medo de analisar, passassem pelas bordas. Finalmente,
ele pareceu encontrar algo em meu rosto que estava procurando
desesperadamente e soltou um suspiro áspero.
Me sentindo corajosa, coloquei minha mão contra sua bochecha
ligeiramente mal barbeada. — Quero você.
Não pude deixar de bufar com isso. — Não temos nada além de
segredos entre nós, Sinclair.
Sinclair estava tão quieto e silencioso ao meu lado que não tinha
certeza do que fazer com isso, então lentamente espiei por baixo de
uma das pálpebras. Ele estava olhando para mim com o músculo
revelador em sua mandíbula saltando e seus olhos de um azul tão
brilhante que fechei os meus novamente.
Sem saber o que fazer agora, fiquei grata quando ele disse: — Me
prove, Elle. — Quando meus olhos se arregalaram, ele balançou a
cabeça e seu tom ficou severo. — Me pegue em suas mãos, entre
seus lábios e faça o que quiser comigo. Me faça gozar.
— Sim — ele rosnou contra meu peito, e com meu mamilo ainda
entre os dentes, ele sugou quase violentamente.
Ele virou a cabeça para olhar para mim, sua expressão feroz. —
Você não sabe nada sobre isso.
Ele me encarou por um longo tempo até que meu cotovelo doesse
pela minha posição estranha e minha pele esfriasse. Observei sua
expressão implacável, em busca de uma pista com a qual agora
estava tão familiarizada. Apenas seus olhos o denunciavam, as
profundidades de um azul intenso estavam escuras com
pensamentos perturbadores.
Sabia tão pouco sobre o que fazer, então segui meus desejos, me
ajoelhando e me aproximando dele. Pegando seu rosto angular
entre as palmas das mãos, recompus minhas feições e esperava que
soasse, bem, irresistível.
Por que dizer isso em voz alta era tão excitante? Senti o poder
dessas palavras vulneráveis puxar meus ombros para trás e brilhar
atrás do meu olhar.
Ele olhou nos meus olhos com o tipo de intensidade que deveria
me assustar e, honestamente, senti um arrepio de apreensão correr
pela minha pele, mas antes que eu pudesse reagir, ele estava se
afastando de mim, se levantando com uma graça felina.
Ele entrou assim que o tecido frio caiu sobre a minha pele
úmida. Sabia que ele me observava enquanto eu ajustava a saia e
corria meus dedos pelo meu cabelo irremediavelmente
emaranhado. Não sabia por que ele estava lá quando era óbvio que
ele queria que eu fosse embora e isso só tornava mais estranho tê-lo
esperando impacientemente na porta de seu quarto.
— Bons sonhos.
Capítulo Onze
É justo.
— Senhorita Buchanan?
***
— Senti sua falta ontem à noite. — Sua voz aqueceu minha pele
enquanto seus lábios roçavam minha garganta, descendo até meu
ombro, onde ele afundou levemente os dentes.
Não falamos enquanto ele nos levava, mas às vezes ele olhava
para mim com aquele leve sorriso Sinclair. O estudei, satisfeita com
sua preocupação. Ele ficou facilmente atrás do painel de controle
levantado, as pernas apoiadas e a mão solta no acelerador. O vento
chicoteou seu cabelo castanho para trás de seu rosto, revelando
características que eram estranhamente suaves e abertas. Fiquei
emocionada em saber que ele estava relaxado na minha companhia,
o suficiente para se livrar do exterior endurecido que ele usava para
todos os outros. Ele era assim com a namorada? Empurrei o
pensamento de lado com uma carranca e me concentrei na costa
que passava.
Queria fechar meus olhos, mas era difícil tirá-los dele. — Certo,
alguém me cansou ontem à noite. Não dormi muito.
— Você é muito doce e muito correta, mas isso não impede que
aconteça.
— É complicado.
8 Mais comme des gens disent, c'est la vie - Mas, como dizem as pessoas, é a vida.
— Por que tenho a sensação de que a maioria das coisas com
você é? — O provoquei, cutucando seu estômago inflexível na
tentativa de aliviar o clima.
— Irresistível, hein?
Dois dias. Só mais dois dias com este homem lindo e brilhante.
Meus braços se apertaram ao redor dele.
Sentindo meu humor, ele gentilmente se inclinou para trás para
me virar para a sua frente, me acomodando em seu colo. A
sensação de suas mãos grandes em minha cintura me encantou.
— Por?
Ele riu e lambeu uma gota de suor entre meus seios, estalando
os lábios. — Eu te disse, seu gosto é inebriante.
Então, quando ele veio ficar atrás de mim, perto, mas com
cuidado sem me tocar, eu me inclinei para trás nele e inclinei
minha cabeça para trás para sorrir.
— Oi.
— Todo bem Sinclair, eu sei como isso é... como isso termina.
— Um Clinton, hein?
— Fale comigo.
Ele ergueu meu queixo para que pudesse ver seu sorriso. — Eu
pensei que você poderia. Você gosta quando tomo as decisões,
quando você não é responsável pela vergonha de seus desejos
sexuais.
— Me diga.
Até então, não tinha sido capaz de levá-lo totalmente para dentro
da minha boca, mas enquanto eu bombeava o resto de seu
comprimento, úmido com minha saliva, eu sabia que tinha que
fazer.
— Vou amarrar você, Elle. — Sua voz fria era tão brilhante e
impassível como um lago de água parada. — Você gostaria de saber
por que estou fazendo isso?
— Você precisa ser punida por me fazer gozar em sua boca sem
permissão.
— Uma boa garota não fica excitada com uma surra — ele
repreendeu, seus dedos mergulhando na piscina de desejo sob meu
traseiro em chamas.
— Ahhh! — Gritei.
Meu corpo inteiro estava enrolado com tanta força que não
parecia haver nenhum espaço entre minha pele e ossos, meu
sangue e músculos. Fui reduzida a uma carne trêmula, um
organismo totalmente dependente do prazer para sobreviver.
— Sinclair.
— Urgh!
Se você ficar assim, disse ele, vou lhe dar o que você quer.
Tapa.
9 Em tradução: ´´Silêncio! Se você ficar assim, eu darei a você o que você quer.``
— Espalhou seu corpo nu em uma praia pública para meu
prazer.
Tapa.
Tapa, tapa.
Ele parou por um longo tempo, seus dedos ainda dentro de mim
e seu polegar posicionado logo acima do meu clitóris.
Ele puxou seus dedos do meu sexo apertado e abri minha boca
para gritar com ele para colocá-los de volta, mas suas palavras me
interromperam.
— Você faria isso de novo? Seduzir um homem conquistado, dar
a ele sua doce boceta e deixar ele torná-la sua? — Ele perguntou.
Tapa, tapa.
— Sinclair também.
— Eu adoraria.
Rindo o empurrei com meu quadril, mas ele segurou, seu rosto
desmoronando em tristeza. — Olha o que você fez, virando ela
contra mim.
— Você treinou?
A entrada do mercado surgiu à frente e a cacofonia colorida fez
meu dedo se contorcer sobre as lentes da minha câmera.
Ela franziu a testa para mim por cima da borda de uma grande
jarra de cerâmica que ela estava inspecionando. — Bem, ele
deveria. Ele é dono de uma das galerias de arte de maior prestígio
da cidade.
Ela deve ter percebido meu suspiro porque de repente sua mão
estava na minha.
Era brutal ouvir sobre sua possível afeição quando sabia que
acabaria amanhã. Além disso, não importa o que outras pessoas
possam ter dito, eu sabia que Sinclair só queria um caso de férias,
sem ligações pessoais e sem amarras. Mas, Deus, era bom fingir,
por um minuto, que sentia algo mais do que luxúria por mim.
— Dança?
— Puritana.
— Patife.
Ele ficou tenso, mas sua voz era fria quando se dirigiu a ela. —
Sim, Margot, ninguém vai te forçar a ir se preferir ficar
aqui. Sozinha.
— Pare de ser uma Rainha do Gelo. Você não pode ver que ele
está feliz? — Candy disse, com os dentes à mostra.
— Desculpe?
Fiquei ali por um minuto enquanto ele se virava para falar com
os homens, ignorando os últimos dez minutos de afeto e
humilhação públicos como se nunca tivesse acontecido. Margot me
observou com curiosidade, com a cabeça inclinada para o lado
enquanto eu hesitava.
Seus olhos eram grandes, da cor de veludo azul úmido e sua voz
era insuportavelmente suave quando ele disse: — Désolé, ma
sirène10.
Eu não sabia onde Sinclair estava ou por que ele não me levou
de volta ao resort. Ele poderia estar com raiva de mim por
desaparecer sozinha, e não o teria culpado, foi incrivelmente
estúpido da minha parte. Era nossa última noite juntos e eu tinha
arruinado tudo.
Auto aversão floresceu em meu peito até que quase não consegui
respirar. Tudo de horrível que fiz em minha curta vida brotou de
meus bancos de memória e me inundou. É uma sensação estranha
e entorpecente perceber que você é o vilão da história de sua
própria vida.
— Eu sei.
— Besteira.
11 D'accord- De acordo
Isso pareceu tirar o vento das velas de Sinclair. Ele se sentou
com um suspiro áspero. — Ela é boa demais para mim.
— Vou deixar você com ela. — Cage desenrolou seu grande corpo
do sofá, jogando sua longa trança por cima do ombro enquanto o
fazia. Ele deu um tapinha nas costas de Sinclair e o trouxe para
perto, tocando suas testas por um longo minuto. Prendi a
respiração com sua intimidade. Quem era Cage Tracy, vocalista da
banda mais quente da França, para estar tão perto de Sinclair, um
homem cujas barreiras de gelo pareciam quase impenetráveis?
— Decepcionado?
— Oh?
Ele caminhou até mim e correu os nós dos dedos pela minha
bochecha antes de empurrar meu cabelo por cima do ombro. —
Gostaria de saber a primeira coisa que notei em você?
Suspirei.
Arqueei minha espinha para trazê-lo de volta para mim, mas sua
expressão de dor me fez perceber o que ele queria de mim. Ainda
assim, esperei até que ele enfiasse em mim novamente, todo o
caminho. Ele esperou que eu falasse, me mantendo no limite com
aqueles golpes longos e suaves até que finalmente, quando eu
estava tremendo e choramingando de necessidade, sussurrei: — Eu
te amo.
Ela não poderia ter escrito The Affair sem o apoio amoroso de sua melhor
amiga Belle e as constantes animadoras de torcida de Kevin. Muito obrigado a
Najla Qambar, da Najla Qamber Designs, pela linda capa, Mark My Books
Publicity pela turnê do blog e àqueles blogueiros que se deram ao trabalho de
ler e revisar meu livro e meus leitores beta Cassie Fite e Angela Plumlee.