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8° ANO

SIMULADO DE PORTUGUÊS-MARÇO

Escola:______________________________________________________________________
Professor (a):________________________________________________________________
Aluno (a):___________________________________________________________________
Série/ano:______________ Turma:___________ Turno:_________ Data:____/___/____

Leia os textos abaixo.


O lado bom da vida
Texto 1
[...] No filme, há uma mudança importante nos caminhos dados à história a princípio. Na
primeira parte, parece que estamos diante de uma narrativa sobre as dificuldades de integração social de
doentes psiquiátricos (um tema, aliás, interessante). Na segunda, o que se tem é fundamentalmente uma
banal historinha de amor, com direito a clichês cinematográficos como o beijo em giro. No final das
contas, a indicação à estatueta consolida-se como estratégia de marketing para vender filmes
insignificantes (assim como críticas ―benevolentes‖).
ANTUNES, Alexandre da Silva. Disponível em: <http://rioshow.oglobo.globo.com/cinema/eventos/criticas-de-usuario/o-lado-
bom-da-vida-7699.aspx>. Acesso em: 22 fev. 2013. Fragmento.
Texto 2
Como diz a sinopse, é uma comédia romântica. E o que você espera de uma comédia romântica?
[...] Tiroteios? Explosões? Cenas dramáticas? Não, você quer assistir a uma novelinha das seis em duas
horas. Essa comédia, muito bem feita por sinal, tem ainda o bônus de mostrar a difícil relação entre
pessoas que passaram do limite e precisam retornar à sociedade. O casal principal está muito bem em
cena, mas o casal dos pais (De Niro) tem momentos ótimos também.

FARIA, Jorge. Disponível em: <http://rioshow.oglobo.globo.com/cinema/eventos/criticas-de-usuario/o-lado-bom-da-vida-


7699.aspx>.Acesso em: 22 fev. 2013. Fragmento.
01. (H14) Os trechos desses textos que apresentam opiniões contrárias sobre o filme ―O lado bom da
vida‖ são:
A) ―No filme, há uma mudança importante nos caminhos...‖ e ―Como diz a sinopse, é uma comédia
romântica.‖.
B) ―... uma narrativa sobre as dificuldades de integração social...‖ e ―... mostrar a difícil relação entre
pessoas que passaram do limite...‖.
C) ―... o que se tem é fundamentalmente uma banal historinha de amor,...‖ e ―... você quer assistir a
uma novelinha das seis em duas horas.‖.
D) ―... estratégia de marketing para vender filmes insignificantes...‖ e ―Essa comédia, muito bem feita
por sinal...‖.

Leia o texto abaixo.


A experiência da cidade
O que mais o impressionou no Rio foram os bondes. Não pode ver um bonde, fica maravilhado:
nunca pensou que existisse algo de tão fantástico:
– Se ele quiser andar de fasto, ele pode?
Andar de fasto, na sua linguagem de menino do interior de Minas, é andar para trás. Tem outras
expressões [...]: sungar é levantar; pra riba é para cima; pramode é para, por causa, etc. Mas eu também
sou mineiro:
– Pramode o bonde andar de fasto tem de sungar os bancos e tocar pra riba.
– É deveras?
Ele fica olhando. Olha tudo com atenção. Tem oito anos, mas bem podia ter cinco ou seis, de tal
maneira é pequenino. Bem que a cozinheira dizia:
– Tenho um filho que é deste tamaninho.
E levava a mão à altura do joelho. Chama-se Valdecir. Ninguém acerta com seu nome, nem ele
próprio: – Vardici, diz, mostrando os dentes. No dia em que chegou, fiquei sabendo que nunca tivera
ao menos notícia da existência de uma cidade, além do arraial onde nascera. Nunca vira luz elétrica ou
água corrente, ainda mais telefone ou elevador. Abria a torneira e ficava olhando. Quando tinha água,
era capaz de inundar o edifício. Quando não tinha, divertia-se tocando a campainha da porta da rua – e
para alcançá-la precisava arrastar uma cadeira. [...]
SABINO, Fernando. A Vitória da Infância. 7. ed. São Paulo: Ática, 2007, p. 79. Fragmento. (P080224F5_SUP)

02. (H15) No trecho ―... andar de fasto, ele pode?‖, o termo em destaque retoma:
A) bonde. B) menino. C) filho. D) edifício.

Leia o texto abaixo.


Sobre a origem da poesia
Arnaldo Antunes
A origem da poesia se confunde com a origem da própria linguagem.
Talvez fizesse mais sentido perguntar quando a linguagem verbal deixou de ser poesia. Ou: qual a
origem do discurso não poético, já que, restituindo laços mais íntimos entre os signos e as coisas por eles
designadas, a poesia aponta para um uso muito primário da linguagem, que parece anterior ao perfil de
sua ocorrência nas conversas, nos jornais, nas aulas, conferências, discussões, discursos, ensaios ou
telefonemas.
Como se ela restituísse, através de um uso específico da língua, a integridade entre nome e coisa —
que o tempo e as culturas do homem civilizado trataram de separar no decorrer da história.
A manifestação do que chamamos de poesia hoje nos sugere mínimos flashbacks de uma possível
infância da linguagem, antes que a representação rompesse seu cordão umbilical, gerando essas duas
metades — significante e significado.
Houve esse tempo? Quando não havia poesia porque a poesia estava em tudo o que se dizia?
Quando o nome da coisa era algo que fazia parte dela, assim como sua cor, seu tamanho, seu peso?
Quando os laços entre os sentidos ainda não se haviam desfeito, então música, poesia, pensamento,
dança, imagem, cheiro, sabor, consistência se conjugavam em experiências integrais, associadas a
utilidades práticas, mágicas, curativas, religiosas, sexuais, guerreiras? [...]
No seu estado de língua, no dicionário, as palavras intermediam nossa relação com as coisas,
impedindo nosso contato direto com elas. A linguagem poética inverte essa relação, pois vindo a se
tornar, ela em si, coisa, oferece uma via de acesso sensível mais direto entre nós e o mundo.[...]
Incluído no libreto do espetáculo ―12 Poemas para dançarmos‖, dirigido por Gisela Moreau, São Paulo
03. (H16) A tese defendida pelo autor do texto é de que:
A) poesia e linguagem são inseparáveis. B) a linguagem verbal não é poesia.
C) poesia integra nome e coisa. D) a linguagem poética nos liga ao mundo.

04. (H17) O argumento que apoia a tese defendida é que:


A) poesia e linguagem possuem a mesma origem. B) poesia e a linguagem são como flashbacks.
C) os homens civilizados trataram de separar as culturas. D) a poesia é significante e a linguagem é
significado.

Leia o texto abaixo.


A crise que explodiu de forma inédita nos presídios de São Paulo comprova a falência definitiva do
sistema penitenciário fechado e exclusivamente punitivo, em que a ênfase é a disciplina, e não a
recuperação do criminoso. O problema é antigo e não é só nosso. Todos os seminários e discussões
sobre o sistema penal condenam, há décadas, o que os especialistas descrevem como ― a prevalência da
ideia de segurança sobre a ideia da recuperação‖. E condenam, também, a ilusão de que a segurança da
sociedade consiste em trancafiar todo e qualquer tipo de criminoso, e não apenas aqueles de alta
periculosidade. A afirmação acima foi tirada de uma conferência feita em 1980 por um dos grandes
advogados de São Paulo, Manoel Pedro Pimentel (1922-91), que viveu de perto o problema por ter sido
Secretário de Justiça e de Segurança. Ele era bem explícito: ―Acho que não há mais dúvida de que o
sistema das prisões fechadas não tem condições de promover a reabilitação social de um indivíduo.‖
Uma das provas da falência é a taxa altíssima de reincidência. Estudos diferentes mostram que entre
40% a 60% dos criminosos acabam voltando para a prisão.
Marcelo Beraba, Folha de S. Paulo, 23 fevereiro 2001
05. (H18) É correto afirmar que no texto o autor, principalmente:
A) condena as sociedades que buscam manter afastados, em presídios mal administrados e com pouca
segurança, aqueles que não cumprem suas regras.
B) defende a opinião de que é importante em qualquer sociedade proteger os cidadãos de situações de
violência, mantendo presos os que agem de maneira contrária às suas normas.
C) desenvolve a ideia de que o sistema carcerário deve privilegiar a reabilitação do criminoso e não
apenas mantê-lo obrigatoriamente afastado do convívio social.
D) considera que, na violenta sociedade atual, os bandidos gozam de mais privilégios do que os
cidadãos comuns, já que o sistema penitenciário é antigo e pouco eficiente.

Leia o texto abaixo.


A lenda do Ipê
Naqueles tempos, o inverno estava nos seus últimos dias e todas as árvores da floresta estavam
começando a florescer. Somente os Ipês continuavam sem flores. Os Ipês, cada vez mais se entristeciam
com aquela situação, pois eram os únicos que não tinham nem flores nem frutos.
Então, os amarelos canários-da-terra, percebendo a tristeza dos Ipês, resolveram fazer seus ninhos
somente nos galhos de um dos Ipês. E ninhais também foram feitos pelas araras-vermelhas e azuis e os
sanhaços em outro; as garças-brancas em outro, as siaciras em outro, e num outro Ipê menos
imponente, foram os periquitos, jandaias, maritacas e papagaios.
Os Ipês ficaram muito felizes e resolveram pedir aos deuses que lhes dessem flores, como forma de
agradecimento aos canários-da-terra, e a todos os outros pássaros da floresta, pela alegria que tinham
levado a eles. No dia seguinte, dizem, sob o mais belo céu azul que aqueles sertões já conheceram, os
Ipês floresceram, em várias cores. E cada um dos Ipês se vestiu nas cores e matizes dos pássaros que os
havia adotado. Quando tudo aconteceu, era agosto. E assim, desde então, os Ipês têm florescido nos
meses de agosto e setembro. [...]
Disponível em: <http://migre.me/kopurs>. Acesso em: 30 jul. 2014. Fragmento.
06. (H19) No texto, em qual trecho o narrador descreve os Ipês com características próprias dos seres
humanos?
A) ―Somente os Ipês continuavam sem flores.‖.
B) ―... resolveram fazer seus ninhos somente nos galhos de um dos Ipês.‖.
C) ―Os Ipês ficaram muito felizes e resolveram pedir aos deuses que lhes dessem flores...‖.
D) ―... os Ipês floresceram, em várias cores.‖.

Leia o texto abaixo:


Conto de Escola
A Escola era na Rua do Costa, um sobradinho de grade de pau. O ano era de 1840 Naquele dia -
uma segunda-feira, do mês de maio – deixei-me estar alguns instantes na Rua da Princesa a ver onde iria
brincar a manhã. Hesitava entre o morro de S. Diogo e o Campo de Sant‘Ana, que não era então esse
parque atual, construção de gentleman, mas um espaço rústico, mais ou menos infinito, alastrado de
lavadeiras, capim e burros soltos. Morro ou campo? Tal era o problema. De repente disse comigo que o
melhor era a escola. E guiei para a escola. Aqui vai a razão.
Na semana anterior tinha feito dous suetos, e, descoberto o caso recebi o pagamento das mãos de
meu pai, que me deu uma sova de vara de marmeleiro. As sovas de meu pai doíam por muito tempo.
[...]
Ora, foi a lembrança do último castigo que me levou naquela manha para o colégio.
Não era um menino de virtudes.
Subi a escada com cautela, para não ser ouvido do mestre, e cheguei a tempo; ele entrou na sala
três ou quatro minutos depois. Entrou com o andar manso do costume, em chinelas de cordovão, com
a jaqueta de brim lavada e desbotada, calca branca e tesa e grande colarinho caído. Chamava-se
Policarpo e tinha perto de cinquenta anos ou mais.[...]. Os meninos, que se conservaram de pé durante
a entrada dele, tornaram a sentar-se.
Tudo estava em ordem; começaram os trabalhos.
- Seu Pilar, eu preciso falar com você, disse-me baixinho o filho do mestre. Chamava-se Raimundo
este pequeno, e era mole, aplicado, inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em reter aquilo
que a outros levava apenas trinta ou cinquenta minutos; vencia com o tempo o que não podia fazer
logo com o cérebro. [...]
*suetos - feriados, ato de faltar às aulas.
*cordovão - couro de cabra curtido.
ASSIS, Machado de. Conto de Escola. In: Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar 1994. v. II. Fragmento.
(P090551ES_SUP)

07. (H20) De acordo com esse texto, o narrador resolveu ir à escola porque:
A) desistiu de brincar naquela manhã nublada. B) gostava muito de analisar o professor.
C) precisava encontrar o amigo Raimundo. D) tinha sido castigado pelo pai por faltar
às aulas.

Leia o texto abaixo.


Canto de regresso à pátria
Oswald de Andrade
Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá

Minha terra tem mais rosas


E quase que mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra

Ouro terra amor e rosas


Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá

Não permita Deus que eu morra


Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo.
Disponível em: <https://www.webartigos.com/artigos/relacao-intertextual-a-parodia-entre-cancao-do-exilio-de-goncalves-dias-
e-canto-de-regresso-a-patria-de-oswald-de-andrade/42327>. Acesso em: 22 fev. 2018.

08. (H21) No texto, os versos ―Os passarinhos daqui/Não cantam como os de lá‖, estabelecem entre si
uma oposição que se relaciona a:
A) lugar. B) modo. C) tempo. D) afirmação.

Leia o texto abaixo.


Juquinha estava chorando muito, quando seu avô, não aguentando mais aquele chororô, perguntou:
– Por que você está chorando, Juquinha?
– Eu perdi uma moeda de 1 real que ganhei do meu pai.
– Toma lá 1 real. Pronto, nada de choro. Resolvido.
Pouco depois o Juquinha voltou a chorar.
– Que é isso, Juquinha? Será que perdeu o real que te dei? – pergunta o avô.
– Não vovô. Tá aqui!
– Então, por que está chorando de novo?
– É que se eu não tivesse perdido o que o papai me deu, eu teria 2 reais agora!
Disponível em: <http://www.piadas.com.br/piadas/piadas-para-criancas/piada-do-juquinha-e-moeda-
de-um-real>. Acesso em: 29 jul. 2014. (P070463F5_SUP)
09. (H22) O humor desse texto está no fato de:
A) o avô dar uma moeda de um real ao seu neto. B) o avô querer saber o motivo do
choro do neto.
C) o menino chorar porque poderia ter mais dinheiro. D) o menino perder a moeda que o pai
havia lhe dado.

Leia o texto abaixo.


Manifesto ―Nhenguaçu Verde Amarelo‖ - Fragmento
―O grupo ‗verde amarelo‘, cuja regra é a liberdade plena de cada um ser brasileiro como quiser e
puder; cuja condição é cada um interpretar o seu país e o seu povo através de si mesmo, da própria
determinação instintiva; - o grupo ‗verde amarelo‘, à tirania das sistematizações ideológicas, responde
com a sua alforria e a amplitude sem obstáculo de sua ação brasileira [...]. Aceitamos todas as
instituições conservadoras, pois é dentro delas mesmo que faremos a inevitável renovação do Brasil,
como o fez, através de quatro séculos, a alma da nossa gente, através de todas as expressões históricas.
Nosso nacionalismo é ‗verde amarelo‘ e tupi. [...]
O nacionalismo tupi não é intelectual. É sentimental. E de ação prática, sem desvios da corrente
histórica. Pode aceitar as formas de civilização, mas impõe a essência do sentimento, a fisionomia
irradiadora da sua alma. Sente Tupã, Tamandaré ou Aricuta através mesmo do catolicismo. Tem horror
instintivo pelas lutas religiosas, diante das quais sorri sinceramente: pra quê? [...]
Toda e qualquer sistematização filosófica entre nós será tapuia (destinada a desaparecer
assediada por outras tantas doutrinas) porque viverá a vida efêmera das formas ideológicas de
antecipação, das fórmulas arbitrárias da inteligência, tendo necessidade de criar uma exegese específica,
unilateral e sem a amplitude dos largos e desafogados pensamentos e sentimentos americanos e
brasileiros. Foi o índio que nos ensinou a rir de todos os sistemas e de todas as teorias. ―Criar um
sistema em nome dele será substituir a nossa intuição americana e a nossa consciência de homens livres
por uma mentalidade de análise e de generalização característica dos povos já definidos e cristalizados‖.

(MANIFESTO NHENGAÇU: 1929). Disponível em:


<http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1308167440_ARQUIVO_ArtigoAhpuh2011(2).pdf>. Acesso em: 23 fev.
2018.
10. (H23) No final do segundo parágrafo, no trecho ―diante das quais sorri sinceramente: pra quê?‖, o
ponto de interrogação sugere:
A) um erro por parte de quem escreveu o texto.
B) uma dúvida real de quem escreve o manifesto.
C) uma pergunta retórica, já que não pretende nenhuma resposta.
D) uma forma de fazer com que o leitor responda diretamente ao autor.

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