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QUESTÕES DE TIPOS TEXTUAIS

(QUESTÃO 1 - ENEM 2018 PPL) Como estratégia de progressão do texto, o autor simula
uma interlocução com o público leitor ao recorrer à
Cores do Brasil
a) revelação do “sentido-aranha” adquirido pelo super- -
Ganhou nova versão, revista e ampliada, o livro lançado em herói como um sexto sentido.
1988 pelo galerista Jacques Ardies, cuja proposta é ser b) caracterização do afeto do público pelo super-herói
publicação informativa sobre nomes do “movimento arte marcado pela palavra “querido”.
naïf do Brasil”, como define o autor. Trata-se de um caminho c) comparação entre os poderes do super-herói e as
estético fundamental na arte brasileira, assegura Ardies. O habilidades biológicas das aranhas.
termo em francês foi adotado por designar d) pergunta retórica na introdução das causas da eficiência
internacionalmente a produção que no Brasil é chamada de do sistema sensorial das aranhas. 1
arte popular ou primitivismo, esclarece Ardies. O e) comprovação das diferenças entre a constituição física
organizador do livro explica que a obra não tem a pretensão do homem e da aranha por meio de dados numéricos.
de ser um dicionário. “Falta muita gente. São muitos
artistas”, observa. A nova edição veio da vontade de
atualizar informações publicadas há 26 anos. Ela incluiu (QUESTÃO 3 - ENEM PPL 2019)
artistas em atividade atualmente e veteranos que ficaram de
fora do primeiro livro. A arte naïf no Brasil traz 79 autores de Blues da piedade
várias regiões do Brasil. Vamos pedir piedade
WALTER SEBASTIÃO. Estado de Minas, 17 jan. 2015 (adaptado). Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
O fragmento do texto jornalístico aborda o lançamento de
Vamos pedir piedade
um livro sobre arte naïf no Brasil. Na organização desse
Senhor, piedade
trecho predomina o uso da sequência
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem
a) injuntiva, sugerida pelo destaque dado à fala do
organizador do livro. CAZUZA. Cazuza: o poeta não morreu. Rio de Janeiro: Universal
b) argumentativa, caracterizada pelo uso de adjetivos Music, 2000 (fragmento).
sobre o livro. Todo gênero apresenta elementos constitutivos que
c) narrativa, construída pelo uso de discurso direto e condicionam seu uso em sociedade. A letra de canção
indireto. identifica-se com o gênero ladainha, essencialmente, pela
d) descritiva, formada com base em dados editoriais da utilização da sequência textual
obra.
e) expositiva, composta por informações sobre a arte naïf. a) expositiva, por discorrer sobre um dado tema.
b) narrativa, por apresentar uma cadeia de ações.
c) injuntiva, por chamar o interlocutor à participação.
(QUESTÃO 2 - ENEM 2019) d) descritiva, por enumerar características de um
personagem.
A ciência do Homem-Aranha
e) argumentativa, por incitar o leitor a uma tomada de
Muitos dos superpoderes do querido Homem-Aranha de fato se atitude.
assemelham às habilidades biológicas das aranhas e são objeto de
estudo para produção de novos materiais.

O “sentido-aranha” adquirido por Peter Parker funciona quase (QUESTÃO 4 - ENEM 2019)
como um sexto sentido, uma espécie de habilidade premonitória e,
por isso, soa como um mero elemento ficcional. No entanto, as
aranhas realmente têm um sentido mais aguçado. Na verdade, elas
têm um dos sistemas sensoriais mais impressionantes da natureza.

Os pelos sensoriais das aranhas, que estão espalhados por todo o


corpo, funcionam como uma forma muito boa de perceber o
mundo e captar informações do ambiente. Em muitas espécies,
esse tato por meio dos pelos tem papel mais importante que a
própria visão, uma vez que muitas aranhas conseguem prender e
atacar suas presas na completa escuridão. E por que os pelos
humanos não são tão eficientes como órgãos sensoriais como os
das aranhas? Primeiro, porque um ser humano tem em média 60
fios de pelo em cada cm² do corpo, enquanto algumas espécies de
aranha podem chegar a ter 40 mil pelos por cm²; segundo, porque
cada pelo das aranhas possui até 3 nervos para fazer a comunicação
entre a sensação percebida e o cérebro, enquanto nós, seres
humanos, temos apenas 1 nervo por pelo.
Disponível em: http://cienciahoje.org.br. Acesso em: 11 dez. 2018
(adaptado).
Essa campanha se destaca pela maneira como utiliza a (QUESTÃO 6 - ENEM 2018)
linguagem para conscientizar a sociedade da necessidade
Certa vez minha mãe surrou-me com uma corda nodosa que
de se acabar com o bullying. Tal estratégia está centrada
me pintou as costas de manchas sangrentas. Moído, virando
no(a)
a cabeça com dificuldade, eu distinguia nas costelas
a) chamamento de diferentes atores sociais pelo uso grandes lanhos vermelhos. Deitaram-me, enrolaram-me em
recorrente de estruturas injuntivas. panos molhados com água de sal - e houve uma discussão
b) variedade linguística caracterizadora do português na família. Minha avó, que nos visitava, condenou o
europeu. procedimento da filha e esta afligiu-se. Irritada, ferira-me à
c) restrição a um grupo específico de vítimas ao apresentar toa, sem querer. Não guardei ódio a minha mãe: o culpado
marcas gráficas de identificação de gênero como “o(a)”. era o nó.
d) combinação do significado de palavras escritas em RAMOS, G. Infância. Rio de Janeiro: Record, 1998.
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línguas inglesa e portuguesa.
e) enunciado de cunho esperançoso “passe à história” no Num texto narrativo, a sequência dos fatos contribui para a
título do cartaz. progressão temática. No fragmento, esse processo é
indicado pela

(QUESTÃO 5 - ENEM 2019) a) Alternância das pessoas do discurso que determinam o


foco narrativo.
Toca a sirene na fábrica, b) utilização de formas verbais que marcam tempos
e o apito como um chicote narrativos variados.
bate na manhã nascente c) indeterminação dos sujeitos de ações que caracterizam
e bate na tua cama os eventos narrados.
no sono da madrugada. d) justaposição de frases que relacionam semanticamente
Ternuras da áspera lona os acontecimentos narrados.
pelo corpo adolescente. e) recorrência de expressões adverbiais que organizam
É o trabalho que te chama. temporalmente a narrativa.
Às pressas tomas o banho,
tomas teu café com pão,
tomas teu lugar no bote (QUESTÃO 7 - ENEM 2020)
no cais do Capibaribe.
Deixas chorando na esteira Caminhando contra o vento,
teu filho de mãe solteira. Sem lenço e sem documento
Levas ao lado a marmita, No sol de quase dezembro
contendo a mesma ração Eu vou
do meio de todo o dia,
a carne-seca e o feijão. O sol se reparte em crimes
De tudo quanto ele pede Espaçonaves, guerrilhas
dás só bom-dia ao patrão, Em cardinales bonitas
e recomeças a luta Eu vou
na engrenagem da fiação.
Em caras de presidentes
MOTA, M. Canto ao meio. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964 Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Nesse texto, a mobilização do uso padrão das formas
Bombas e Brigitte Bardot
verbais e pronominais
O sol nas bancas de revista
a) ajuda a localizar o enredo num ambiente estático. Me enche de alegria e preguiça
b) auxilia na caracterização física do personagem principal. Quem lê tanta notícia
c) acrescenta informações modificadoras às ações dos Eu vou
personagens.
VELOSO, C. Alegria, alegria. In: Caetano Veloso. São Paulo.
d) alterna os tempos da narrativa, fazendo progredir as
ideias do texto.
e) está a serviço do projeto poético, auxiliando na distinção É comum coexistirem sequências tipológicas em um mesmo
dos referentes. gênero textual. Nesse fragmento, os tipos textuais que se
destacam na organização temática são
a) descritivo e argumentativo, pois o enunciador detalha
cada lugar por onde passa, argumentando contra a
violência urbana.
b) dissertativo e argumentativo, pois o enunciador
apresenta seu ponto de vista sobre as notícias relativas à
cidade.
c) expositivo e injuntivo, pois o enunciador fala de seus TEXTO II
estados físicos e psicológicos e interage com a mulher
Ruas da cidade
amada.
d) narrativo e descritivo, pois o enunciador conta sobre suas Guaicurus, Caetés, Goitacazes
andanças pelas ruas da cidade ao mesmo tempo que a Tupinambás, Aimorés
descreve. Todos no chão
e) narrativo e injuntivo, pois o enunciador ensina o
Guajajaras, Tamoios, Tapuias
interlocutor como andar pelas ruas da cidade contanto
Todos Timbiras, Tupis
sobre sua própria experiência.
Todos no chão
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A parede das ruas não devolveu
(QUESTÃO 8 - ENEM 2020)
Os abismos que se rolou
Hino à Bandeira Horizonte perdido no meio da selva
Cresceu o arraial, arraial
Em teu seio formoso retratas
Este céu de puríssimo azul, Passa bonde, passa boiada
A verdura sem par destas matas, Passa trator, avião
E o esplendor do Cruzeiro do Sul. Ruas e reis
Contemplando o teu vulto sagrado,
Compreendemos o nosso dever, Guajajaras, Tamoios, Tapuias
E o Brasil por seus filhos amado, Tupinambás, Aimorés
Poderoso e feliz há de ser! Todos no chão
Sobre a imensa Nação Brasileira,
Nos momentos de festa ou de dor, A cidade plantou no coração
Paira sempre sagrada bandeira Tantos nomes de quem morreu
Pavilhão da justiça e do amor! Horizonte perdido no meio da selva
Cresceu o arraial, arraial
BILAC, O.; BRAGA, F. Disponível em: www2.planalto.gov.br.
A parede das ruas não devolveu
No Hino à Bandeira, a descrição é um recurso utilizado para
Os abismos que se rolou
exaltar o símbolo nacional na medida em que
Horizonte perdido no meio da selva
a) remete a um momento futuro.
b) promove a união dos cidadãos. BORGES, L.; BORGES, M. In: NASCIMENTO, M. Clube da esquina 2. Rio de
Janeiro: EMI, 1978 (fragmento).
c) valoriza os seus elementos.
d) emprega termos religiosos. Os textos abordam a preservação da memória e da
e) recorre à sua história. identidade nacional, presente na nomeação das ruas
belorizontinas. Quais versos do Texto II contestam o projeto
arquitetônico descrito no Texto I?
(QUESTÃO 9 - ENEM 2020 DIGITAL)
a) “Guaicurus, Caetés, Goitacazes” / “Tupinambás,
TEXTO I - A planta de Belo Horizonte
Aimorés”.
Foi muito grande o contraste entre a nova capital e as antigas b) “A parede das ruas não devolveu” / “Os abismos que se
vilas coloniais mineiras, nascidas das necessidades das rolou”.
populações do século XVIII, que se desenvolveram sem c) “Passa bonde, passa boiada” / “Passa trator, avião” / “Ruas
nenhum planejamento. A futura capital seria inovadora, e reis”.
moderna e progressista. Assim, o projeto urbanístico que o d) “A cidade plantou no coração” / “Tantos nomes de quem
engenheiro paraense Aarão Reis elaborou para Belo Horizonte morreu”.
causou curiosidade e entusiasmo. e) “Horizonte perdido no meio da selva” / “Cresceu o arraial,
É digno de atenção observar os nomes que foram dados às ruas arraial”.
de Belo Horizonte: estados brasileiros, tribos indígenas, rios
etc. Mencioná-los era uma verdadeira aula de estudos sociais.
Era, inclusive, uma forma de ensinar a população, ainda carente
de ensino formal.
Disponível em: www.descubraminas.com.br. Acesso em: 9 dez. 2017
(adaptado).
(QUESTÃO 10 - ENEM 2021) (QUESTÃO 11 – ENEM 2021 DIGITAL)
Intenso e original, Son of Saul retrata horror do holocausto
No ano em que o maior clarinetista que o Brasil conheceu,
Centenas de filmes sobre o holocausto já foram produzidos em Abel Ferreira, faria 100 anos, o choro dá mostras de
diversos países do mundo, mas nenhum é tão intenso como o
vivacidade. É quase um paradoxo que essa riquíssima
húngaro Son of Saul, do estreante em longa-metragens László
Nemes, vencedor do Grande Prêmio do Júri no último Festival manifestação da genuína alma brasileira seja forte o
de Cannes. suficiente para driblar a falta de incentivos oficiais, a
insensibilidade dos meios de comunicação e a amnésia
Ao contrário da grande maioria das produções do gênero, que
generalizada. “Ele trazia a alma brasileira derramada em sua
costuma oferecer uma variedade de informações didáticas e
não raro cruza diferentes pontos de vista sobre o horror do sonoridade ímpar. Artur da Távola, seguramente seu maior
campo de concentração, o filme acompanha apenas um admirador, foi quem melhor o definiu, ‘alma sertaneja, 4
personagem. toque mozarteano’”. O acervo do músico autodidata
nascido na mineira Coromandel, autor de 50 músicas, entre
Ele é Saul (Géza Röhrig), um dos encarregados de conduzir as
execuções de judeus como ele que, por um dia e meio, luta as quais Chorando baixinho (1942), que o consagrou, amigo
obsessivamente para que um menino já morto – que pode ou e parceiro de Pixinguinha, com quem gravou Ingênuo
não ser seu filho – tenha um enterro digno e não seja (1958), permanece com os herdeiros à espera de
simplesmente incinerado. compilação adequada. O Museu da Imagem e do Som do
O acompanhamento da jornada desse prisioneiro é no sentido
Rio de Janeiro tem a guarda do sax e do clarinete, doados
mais literal que o cinema pode proporcionar: a câmera está o em 1995. Na avaliação de Leonor Bianchi, editora da Revista
tempo todo com o personagem, seja por sobre seus ombros, do Choro, “a música instrumental fica apartada do que é
seja com um close em primeiro plano ou em sua visão subjetiva, popular porque não vai à sala de concerto. O público em
O que se passa ao seu redor é secundário, muitas vezes geral tem interesse em samba, pagode e axé”. Ela atribui
desfocado. essa situação à falta de conhecimento e à pouca divulgação
Saul percorre diferentes divisões de Auschwilz à procura de um do gênero nas escolas.
rabino que possa conduzir o enterro da criança, e por isso
pouco se envolve nos planos de fuga que os companheiros FERRAZ, A. Disponível em: www.cartacapital.com.br.
tramam e, quando o faz, geralmente atrapalha. “Você Acesso em: 22 abr. 2015 (adaptado).
abandonou os vivos para cuidar de um morto”, acusa um deles.
Ver toda essa via crucis é por vezes duro e exige certa entrega Considerando-se o contexto, o gênero e o público-alvo, os
do espectador, mas certamente é daquelas experiências argumentos trazidos pela autora do texto buscam
cinematográficas que permanecem na cabeça por muito
tempo.
a) atribuir o desconhecimento da obra de Abel Ferreira ao
O longa já está sendo apontado como o grande favorito ao ensino de música nas escolas.
Oscar de filme estrangeiro. Se levar a estatueta, certamente não
faltará quem diga que a Academia tem uma preferência por b) reivindicar mais investimentos estatais para a preservação
quem aborda a 2ª Guerra. Por mais que exista uma dose de do acervo musical nacional.
verdade na afirmação, premiar uma abordagem tão ousada e
radical como Son of Saul não deixaria de ser um passo à frente
c) destacar a relevância histórica e a riqueza estética do
dos votantes. choro no cenário musical brasileiro.

Carta Capital, n. 873, 22 out. 2015. d) apresentar ao leitor dados biográficos pouco conhecidos
sobre a trajetória de Abel Ferreira.
A resenha é, normalmente, um texto de base argumentativa.
Na resenha do filme Son of Saul, o trecho da sequência e) constatar a impopularidade do choro diante da
argumentativa que se constitui como opinião implícita é preferência do público por músicas populares.

a) “[...] do estreante em longa-metragens László Nemes,


vencedor do Grande Prêmio do Júri no último Festival de
Cannes”. GABARITO

b) “Ele é Saul (Géza Röhrig), um dos encarregados de 1. E


conduzir as execuções de judeus [...]“. 2. D

c) “[...] a câmera está o tempo todo com o personagem, seja 3. C


por sobre seus ombros, seja com um close [...]“. 4. A

d) “Saul percorre diferentes divisões de Auschwitz à procura 5. E


de um rabino que possa conduzir o enterro da criança 6. B
[…]”.
7. D
e) “[…] premiar uma abordagem tão ousada e radical como 8. C
Son of Saul não deixaria de ser um passo à frente dos
9. B
votantes”.
10. E

11. C

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