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METODOLOGIA DA PESQUISA

1.1. MÉTODO DA PESQUISA

Neste capítulo serão abordadas as formas pela qual foi realizada a pesquisa
deste trabalho, evidenciando as características da metodologia, compreendendo a
sua tipologia, os métodos de coleta e análise dos dados, bem como as suas
limitações.

1.1.1. Procedimentos metodológicos da pesquisa empírica

A presente pesquisa classifica-se como uma pesquisa de campo, realizada

através da aplicação de instrumentos de coleta de dados e fundamentada por
pesquisas bibliográficas em uma organização do ramo atacadista de produtos
agropecuários. É definida como qualitativa, pois utiliza além do estudo documental,
conceitos, atitudes, opiniões e atributos do universo pesquisado. Definida também
como descritiva por evidenciar o pesquisador no ato de descrever a realidade sem
artifícios, sem se preocupar em modificá-la. O método de abordagem foi o
observacional com o uso de ferramentas de coleta de dados como observação.

1.1.2. Pesquisa Qualitativa

Segundo Oliveira (1997), ao buscar conhecer determinado fator e suas variáveis

o pesquisador deve recorrer de imediato à pesquisa descritiva, pois ela é
caracterizada pelo tipo de pesquisa que melhor oferece entendimento,
proporcionando em sua abrangência melhor síntese e gerando influência ao fator
estudado.
Os estudos de pesquisa qualitativa diferem entre si quanto ao método, à forma e
aos objetivos. Assume diferentes significados no campo das ciências sociais por
compreender um conjunto de diferentes técnicas interpretativas que visam descrever
e decodificar os componentes de um sistema complexo de significados.
 Para Andrade (2003), a pesquisa descritiva apresenta um objetivo a ser
explorado, embasado em um raciocínio sistemático com o objetivo principal de
encontrar alternativas para solucionar problemas propostos.
Esses estudos costumam ser feitos no local de origem dos dados, permitindo ao
pesquisador utilizar a lógica do empirismo científico por ser a mais adequada para
fenômenos claramente definidos.

1.1.3. Descritiva

As pesquisas descritivas têm como objetivo a descrição das características de

determinada população ou fenômeno, ou o estabelecimento de relações entre
variáveis. Uma de suas características mais significativas está na utilização de
técnicas padronizadas de coleta de dados. Dentre elas salientam-se as que têm por
objetivo estudar as características de um grupo: sua distribuição por idade, sexo,
procedência, nível de escolaridade, opiniões, atitudes, crenças, etc.
Pesquisa descritiva é pesquisa de opinião ou pesquisa de atitude, pesquisa de
motivação, estudo de caso, análise do trabalho, e pesquisas documentais. Aqui, o
pesquisador procura conhecer e interpretar a realidade. Interessa-se em descobrir e
observar fenômenos - procura descrevê-los, classificá-los e interpretá-los.

1.1.4. Estudo de caso

O estudo de caso tem por objetivo analisar profundamente um determinado

assunto. Suas características são dadas em duas circunstâncias: quanto à natureza
e à abrangência da unidade.
Para Rampazzo e Corrêa (2008), consiste no profundo e exaustivo estudo de um
ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento.
Yin (2001) define estudo de caso com base nas características do fenômeno em
estudo e com base num conjunto de características associadas ao processo de
recolha de dados e às estratégias de análise dos mesmos.
 Para este estudo é importante considerar todos os fatores possíveis, sem
separá-los do contexto, garantindo, assim, a flexibilidade do trabalho. Dado ao fato
dos roteiros metodológicos apresentarem dificuldade de serem seguidos, o estudo
pode não ser executado conforme a metodologia aconselha, comprometendo a
qualidade e consistência dos resultados da pesquisa.

1.1.5. Coleta de Dados

De acordo com Lakatos e Marconi (2010), coleta de dados é definida como uma
etapa da pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das
técnicas selecionadas, a fim de se efetuar a coleta dos dados previstos.
Os instrumentos utilizados para coleta de dado foram a entrevista e a
observação. A entrevista através, da comunicação oral, recolheu informações que
permitiram uma análise específica dos setores. Foi realizada com a pessoa
responsável pelo ressuprimento de estoque da empresa. A observação é um método
científico de pesquisa e estudo que consiste em perceber, ver e não interpretar.

1.1.6. Método de abordagem: observacional

De acordo com Rampazzo e Corrêa (2008), no método observacional, colhem-se

impressões e registros através do conceito direto com as pessoas ou situações a
serem observadas.
Para este trabalho, dentre as técnicas abordadas pelo autor, utilizou-se a
observação participante, onde o pesquisador interagiu com os pesquisados,
vivenciando sua realidade e participando, ou seja, criou-se um estreito
relacionamento entre indivíduos pesquisados e pesquisador.

1.2. MÉTODO DE TRABALHO

A Figura 6 ilustra as etapas seguidas para a realização do presente trabalho.

Figura 6: Método de trabalho utilizado para a realização da pesquisa

Fonte: Autoras

a) Escolha do Tema e Construção do Referencial Teórico: nesta etapa foi

escolhido o tema a ser pesquisado. A partir da realização da leitura de ambiência e
análise situacional da gestão de estoques da empresa, foi escolhido o tema para
elaboração da questão da pesquisa. Contudo foram pesquisadas obras que
evidenciassem os pros e contras de cada modelo pesquisado, fundamentado na
teoria.

b) Desenvolvimento dos Instrumentos de Pesquisa: tendo como base o

referencial teórico e, visando contemplar o objetivo geral, foi elaborado um
questionário específico com perguntas semi-estruturadas, conforme Apêndice A,
baseado na questão da pesquisa e nas etapas que apresentaram não conformidade
com a gestão de estoques considerada ideal, propondo, dessa forma, a utilização de
ferramentas que proporcionassem um aperfeiçoamento da gestão de estoques da
empresa. O mesmo foi dividido em três módulos:
 Módulo I – Organização do Estoque: contemplou a identificação dos dados
referentes à organização do estoque propriamente dito, além de informações
sobre a gestão do estoque e os atores respondentes do questionário.
 Módulo II – Controles Existentes: através deste módulo buscou-se identificar
os controles existentes na gestão de estoques, visando melhorar o fluxo de
informações, através de indicadores e documentos de controle, além de apurar
valores para fins de análise e investimentos, sem alterar o custo dos produtos. A
proposta foi adaptar o sistema informatizado já utilizado, com novas ferramentas
que formalizem todas as atividades realizadas internamente.
 Módulo III – Armazenamento e Separação: esse módulo teve como objetivo
verificar as formas de estocagem utilizadas assim como o sistema de separação
de pedidos. Posterior a análise oi proposto a utilização de sistemas de
identificação, codificação e endereçamento dos produtos armazenados de modo a
auxiliar e reduzir o tempo utilizado no ato da separação dos pedidos, além de
falhas na separação e imprecisão da quantidade de mercadoria estocada.

c) Identificar e descrever as atividades realizadas na gestão de estoques): para

que a etapa de análise do processo atual tivesse sucesso, esta foi calcada em
alguns valores primordiais tais como: o processo existe para atender a uma
necessidade do cliente (foco no cliente) e não das pessoas do processo; quem mais
sabe sobre uma tarefa é quem a realiza, independente de hierarquia e os
documentos utilizados. Além disso, foi descrito o caminho das informações no
contexto do processo atual, estabelecendo todas as práticas de trabalho existentes,
ou seja, as entradas que se convertem em saídas.
Para realizar a modelagem de processos que compõem a Cadeia de Valor
Agregado (Value Added Chain, VAC), foi utilizada a metodologia ARIS (Architecture
of Integrated Information Systems). A Cadeia de Valor Agregado (VAC) apresenta as
funções da empresa que agregam valor ao produto, além disto, define a sequência
em que cada uma das etapas deverá ocorrer. Cada etapa do VAC, por sua vez, foi
desmembrada em EPCs (Event Driven Process Chain), que indica cada atividade
que deve ser realizada para conclusão de determinada etapa, bem como os
responsáveis por realizar estas atividades e os documentos que serão utilizados
para suportá-las.

d) Apontar e especificar as falhas existentes no modelo atual de gestão de

estoques: a abordagem do método compreendeu a realização de um estudo
aprofundado no gerenciamento de estoques da empresa. A principal finalidade foi
oferecer métodos técnicos de administração de estoques, buscados na literatura
através de pesquisas, proporcionando diferenciação, formalidade e principalmente o
controle dos estoques.
O estudo concentrou-se na busca dos problemas de estoques e enfatizou
principalmente os elementos verificados como causadores de falhas para a
organização, vistos como os constantes erros de separação e faltas de produtos na
hora da entrega ao cliente final.
Foi questionado o processo atual procurando pelas causas de suas falhas,
tomando por base a teoria existente neste trabalho. Durante o desenho do processo
e a construção das EPC’s foram identificadas as atividades com problemas
(chamadas desconexões), onde havia necessidades ou oportunidades de melhorias.
Estas atividades estão relacionadas ao retrabalho, inspeções, que produzem
resultados que os clientes internos já não precisam ou não estão satisfeitos, etc.

e) Redesenhar em EPC’s os processos de cada atividade realizada na gestão

de estoques: a criação de um novo processo de trabalho é a fase mais importante
do Redesenho de Processos. A padronização dos procedimentos assegura a todos
que trabalham nesse processo, que façam uso dos mesmos e melhores meios para
realizar as suas atividades. Também nessa etapa foi discutido com os gestores e
colaboradores sobre como definir os novos processos. A construção coletiva dos
processos oferece uma oportunidade para que tal diferença de opinião possa ser
discutida de forma clara e transparente para a equipe chegar a um consenso.
Entende-se que a não participação destes pudesse gerar “resistências” futuras na
implementação.

f) Analisar a gestão de estoques sob a ótica das Ferramentas da

Administração de Materiais: para a elaboração de uma análise dos modelos de
gestão de materiais, foi necessário o desenvolvimento de diversas etapas. Esta fase
do trabalho compreendeu a apresentação dos dados, a análise e o comentário dos
resultados. Sendo assim, são apresentadas na sequência as fases e os comentários
sintéticos de cada uma delas:
 Cálculo do Giro de Estoque: Foram escolhidos dois grupos de produtos,
sendo um grupo do Laboratório Merial, fornecido pela empresa Ramos e
Ramos e outro, do Laboratório Bravet fornecido pela empresa CMAP –
Central de Medicamentos Agropecuários. O período utilizado para o cálculo
foi de 01 de abril de 2013 a 30 de setembro de 2013,
 Verificação da Acuracidade do Estoque: Levantamento do consumo mensal
de cada item selecionado de abril de 2013 a setembro de 2013: A partir da
definição de cada item a ser analisado, foram coletados seus consumos
mensais, no período citado, através do sistema operacional da empresa. A
amostra de itens contados do Laboratório Merial foi de 12 (doze) itens.
 Cálculo de Estoque Mínimo: Para demonstrar a forma de execução do cálculo
foi aplicada a fórmula E.Mn = (C.Mx – CM), Onde, E.Mn: Estoque Mínimo;
C.Mx: Consumo Máximo; CM: Consumo Médio. O produto utilizado para
colocar em prática esse modelo matemático foi Ivomec Injetável 50ml do
grupo de produtos Merial.
 Cálculo de Estoque Máximo: Na mesma linha do modelo anterior, foi utilizada
a fórmula E.Mx = (E.Mn + Q); Onde, E.Mx: Estoque Máximo; E.Mn: Estoque
Mínimo; Q: Lote de Compra e o mesmo produto foi utilizado.
 Classificação ABC: Este estudo analisou o estoque de médio de um grupo de
produtos, onde, foi utilizado o percentual acumulado de cada produto em
 relação ao estoque. Para demonstrar a aplicabilidade dessa ferramenta foi
escolhido o grupo de estoque de produtos do Laboratório Bravet. Para efeito
de análise foi mensurada a proporção (70/20/10) para os estoques, como
forma de balizar o processo de análise e aplicação do referido modelo com a
determinação da classificação ABC.
Considerações sobre a Coleta e a Análise de Dados: O fato de a empresa ser
informatizada facilitou enormemente a coleta de dados, bastando para tanto, o
levantamento dos dados necessários em seu sistema operacional. Entretanto,
muitos relatórios continham informações desencontradas e alguns com falta das
mesmas, e isso, dificultou a aplicação mais racional e equilibrada das ferramentas
da Administração de materiais, seguindo a linha dos objetivos propostos para este
trabalho.

g) Propor melhorias utilizando ferramentas da administração de materiais:

escolhidas as alternativas de solução mais indicadas, foi necessário desenvolver as
melhores soluções visando estudar como deverão ser implantadas através da
elaboração de Planos de Ação de melhorias utilizando a ferramenta 5W2H. Assim,
as perguntas a seguir foram respondidas detalhadamente, de forma a oferecer a
maior segurança possível, durante a etapa de implantação das melhorias.
 What (o que deve ser feito) – a ação/solução para implantação;
 Why (porque/para que deve ser feita) – a justificativa para implantação da
solução;
 Who (quem deve fazer) – o responsável pela implantação;
 When (quando) – prazo/prioridades para implantação;
 Where (onde) – que área/lugar/processo a solução será implantada;
 How (como deve ser feita) – as atividades a serem cumpridas para a
implantação;
 How much (quanto custa) – estimativa de investimento necessário para a
implantação.

A Figura 7 ilustra o modelo de plano de ação 5W2H.

Figura 7 – Modelo de plano de ação 5W2H

 PLANO DE AÇÃO
OBJETIVO

TAREFA 1

Wath (O QUÊ)

Where (ONDE)

Why (PORQUE)

How (COMO)

Who (QUEM)

When (QUANDO) Data

How much (QUANTO)

Fonte: Autoras