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Uma pessoa iniciante na pesquisa qualitativa pode pensar que após coletar seus dados
seu trabalho estará concluído. Caso isto ocorra seu estudo ficará incompleto, pois assim como
na pesquisa quantitativa a pesquisa qualitativa não se encerra após a coleta dos dados, há a
necessidade de análise. E vale ressaltar que o método utilizado deve ser decidido ainda no
projeto de pesquisa, pois a algumas abordagens que influencia na coleta dos dados e
constituição do corpus do trabalho. Há muitos métodos de análise de dados qualitativos, mas
neste short paper, iremos nos limitar a conhecer a indução analítica e a análise de conteúdo.
Segundo Johnson (2004) a indução analítica é um procedimento metodológico que
tem por objetivo revisar hipóteses e estruturas conceituais por meio da análise e eliminação de
casos negativos. Para confirmação da hipótese são necessários os seguintes passos: o
pesquisador deve definir o fenômeno/hipótese a ser explicada e identificar as variações;
categorizar essas variações em termos de características e diferenças compartilhadas e criar
uma lista provisória de características de caso comuns a cada categoria identificada. Se
houver casos desviantes, que não possuem características comuns aos casos inicialmente
colocados na mesma categoria, o pesquisador deve reformular as categorias para acomodar
estes casos ou revisar as características da categoria para exclusão do caso.
Na indução analítica o pesquisador pode utilizar qualquer método de coleta de dados
que tenha sido aplicado de forma indutiva, como histórias de vida e observação participante,
entre outros. E número de casos coletados é relativamente pequeno, sendo esta uma das
críticas apresentada a este método, pois de acordo com os críticos, devido às pequenas
amostras utilizadas, qualquer tentativa de generalização é tênue (JOHNSON, 2004). No
entanto, Mitchell (1983 apud JOHNSON, 2004) esclarece que a generalização é atingida pela
análise inatacável e não pela amostra representativa. “Tal meticulosidade analítica é alcançada
em IA eliminando exceções e revisando hipóteses para que os testes estatísticos sejam
realmente desnecessários uma vez que os casos negativos sejam removidos” (FIELDING e
FIELDING, 1986: 89 apud JOHNSON, 2004).
O outro método a ser apresentado é a análise de conteúdo. Que de acordo com Bauer
(2002), “é um método de análise de texto desenvolvido dentro das ciências sociais empíricas”
que visa “produzir inferências de um texto focal para ser contexto social de maneira
objetivada”, ou seja, com procedimentos sistemáticos, metodicamente explícitos e replicáveis.
A análise de conteúdo é vantajosa pois é sistemática e pública, permite lidar com
grandes quantidades de dados e oferece um conjunto de procedimentos maduros e bem
documentados. No entanto, deve se estar atento a inexatidão de interpretação ao colocar
citações fora de contexto (BAUER, 2002).
Para evitar equívocos no uso da análise de conteúdo, Bauer (2002) apresenta um passo
a passo. Primeiro deve-se selecionar textos específicos a teoria e as circunstâncias pesquisada;
caso haja muitos textos a serem analisados, faça uma amostra; construa um referencial de
codificação; faça um teste piloto e revise o referencial de codificação; teste a fidedignidade
dos códigos; treine os codificadores e construa um arquivo de dados para fins de análise
estatística.
Diante do exposto, podemos ver que a análise dos dados em pesquisa qualitativa
requer tanta cautela e conhecimento do método empregado quanto na coleta dos dados.
Qualquer um dos métodos tem suas vantagens e fraquezas, no entanto, quando bem
planejadas e empregadas trazem resultados indubitáveis.

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