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Já na visão de Bardin (1977), a análise de conteúdo não deve ser apenas usada para
descrever o conteúdo da mensagem, porque a sua finalidade é a inferência de conhecimento
relativo às condições de produção, com a ajuda dos indicadores quantitativos ou não. Logo, se
a descrição constitui a primeira etapa de realização numa análise de conteúdo, e se a
interpretação é a última etapa, então a inferência é o procedimento intermédio, que permite
a passagem, clara e controlada, de uma à outra. É possível também fazer inferência sobre a
origem da mensagem, e até sobre o próprio destinatário da comunicação. Bardin defende que
esta técnica de pesquisa pode ser considerada como articulação entre o texto (descrito e
analisado em relação a certos elementos característicos), e os fatores que determinam essas
características (constituindo a especificidade da análise de conteúdo).
A análise de conteúdo pode ser aplicada em diversos domínios, como por exemplo em
suportes escritos, como os artigos de jornais e revistas, documentos formais, diários, em
questões abertas de inquéritos por questionário, em imagens de Instagram ou fotografias, e
em sons.
Madeleine Grawitz (1993) fez a distinção dos vários tipos de análise de conteúdo, começando
pela análise de exploração e análise de verificação, que corresponde à distinção entre a
análise de documentos e tem a finalidade de verificar uma hipótese, com o objetivo bem
definido que conduz à quantificação dos resultados, e com a finalidade absoluta de explorar.
Uma análise quantitativa que não tem hipóteses previamente definidas não conduz a
resultados apreciáveis. Porém, uma análise fortemente sistematizada apresenta
inconvenientes, pois pode ser deixada fora do campo de estudo elementos essenciais que não
foram previstos.
Entre uma análise direta e uma análise indireta, dando o exemplo entre dois programas
eleitorais, é que uma análise de conteúdo direta pode incluir unicamente a comparação entre
o número de vezes que determinados temas, símbolos ou palavras-chaves referentes a essa
política apareceram nesses programas, daí a análise quantitativa estar ligada a uma forma
direta. Enquanto que a análise indireta está mais ligada à análise de tipo qualitativo, e por isto
é que por vezes a partir de uma análise quantitativa indireta, por inferência, se pode chegar a
conclusões sobre o que não foi dito ou escrito propositadamente.
Fidelidade e validade