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DISCURSO
Introdução
Entre as diversas teorias que tomam o texto como objeto, o enfoque
da análise será diferente para cada uma delas. As teorias mais estuda-
das no Brasil têm como foco o discurso, as relações de poder e/ou as
relações sociais. Agora você vai conhecer uma teoria que se dedica à
análise do conteúdo do texto. Mas o que se entende por conteúdo? E
como se chega a ele? São essas as questões que você vai compreen-
der, pela teoria da Análise de Conteúdo, neste texto.
Análise de Conteúdo
Essa teoria começou a ser desenvolvida nos Estados Unidos no início do sé-
culo XX, inserida num contexto de pesquisas sobre efeitos da comunicação e
da sociologia funcionalista das mídias (CHARAUDEAU; MAINGUENEAU,
2004). A análise de conteúdo é utilizada principalmente nos estudos de marke-
ting e de pesquisas de opinião (CHARAUDEAU; MAINGUENEAU, 2004).
Para Bardin (1993, p. 31, grifo da autora), “A análise de conteúdo é um
conjunto de técnicas de análise das comunicações”. Bardin destaca ainda o
trabalho sobre a prática da língua, realizada por emissores identificáveis, pro-
curando reconhecer o que está por trás das palavras.
Fases da Análise
Bardin (1993) apresenta o método da Análise de Conteúdo organizado em três
fases cronológicas:
Técnicas de Análise
Com base em Bardin (1993) e em Minayo (2000), Capelle, Melo e Gonçalves
(2003) apresentam cinco principais técnicas de análise utilizadas pela Análise
de Conteúdo:
Você já deve ter percebido que a Análise de Conteúdo mobiliza um sujeito empírico,
com características próprias e pessoais, ao contrário da Análise do Discurso, que mobi-
liza um sujeito discursivo, que assume posições interpelado ideologicamente. Esta e
outras diferenças entre as teorias ficarão mais claras na próxima seção.
Análise das relações: Essa técnica de análise é centrada nas relações que
os elementos do texto podem estabelecer entre si. É subdividida em:
Análise de co-ocorrências, a fim de identificar a presença simultânea
de elementos.
Análise estrutural, a fim de identificar uma mesma estrutura em dife-
rentes fenômenos, desestruturando o texto para depois reconstruí-lo.
Análise da enunciação: Essa técnica de análise se baseia na concepção
da comunicação como um processo, e, em vez de recorrer às estruturas e
aos elementos formais presentes no texto, trabalha com as condições de
produção da palavra e com as modalidades do discurso (que, nessa teoria,
dizem respeito à análise sintática e paralinguística, à análise lógica, à aná-
lise dos elementos formais atípicos e ao realce das figuras de retórica).
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Tradução de Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro. São
Paulo: Martins Fontes, 1993.
Leitura recomendada
LIMA, M. E. A. T. Análise do Discurso e/ou análise de conteúdo. Psicologia em Revista,
Belo Horizonte, v. 9, n. 13, p. 76-88, jun. 2003. Disponível em: < http://200.229.32.55/
index.php/psicologiaemrevista/article/view/166/179>. Acesso em: 22 ago. 2016.