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ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS NÁUTICAS

DEPARTAMENTO DE MAQUINAS MARÍTIMAS

ENGENHARIA MECÂNICA E DE CONTROLE DE SISTEMAS

Disciplina:
MÉTODOS DE ESTUDO E INVESTIGAÇÃO (MIC)

Tema:
Analise de texto

Docente:
Carlos Alejandro Afonso

Discente:
Costa Alegre Virgílio Cossa (4)

Maputo, aos 24 de Abril de 2023


1. Introdução
Estamos a começar uma grande viagem onde havemos de debruçar sobre a Análise do Texto, na
análise de um texto, buscamos identificar até que ponto o autor foi capaz realmente de transmitir
as ideias que pretendia e com que sucesso a temática é de fato desenvolvida, independente da visão
do autor.

O ato de analisar um texto implica a pesquisa e avaliação sobre os elementos que o compõem, sua
estrutura, suas partes, chegando a uma classificação e a conclusões a respeito do seu significado,
importância, referências e conteúdo. A análise textual permite uma compreensão mais aprofundada
do texto e o estabelecimento de uma relação mais próxima entre o leitor e o autor.

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2. Analise de Texto
2.1.O que é análise de texto?
Para (Leffa, 1996), o leitor consome o texto não nas suas unidades mínimas, mas em unidades
maiores, que já contêm essas unidades mínimas. O leitor negocia com o texto como o comerciante
que compra maçãs, não uma a uma, mas em caixas. É muito mais rápido contar as maçãs por
caixas, do que abrir as caixas e contar as maçãs uma a uma. Na leitura, se processar cada dado
isoladamente, o leitor leva o mesmo tempo para identificar uma letra, uma sílaba ou uma palavra.

O texto não possui um conteúdo mas reflete-o, como um espelho. Um mesmo texto pode refletir
vários conteúdos, como vários textos podem também refletir um só conteúdo. (Leffa, 1996)

Segundo (Marconi & Lakatos, 2003, p. 27), analisar significa estudar, decompor, dissecar, dividir,
interpretar. A análise de um texto refere-se ao processo de conhecimento de determinada realidade
e implica o exame sistemático dos elementos; portanto, é decompor um todo em suas partes, a fim
de poder efetuar um estudo mais completo, encontrando o elemento-chave do autor, determinar as
relações que prevalecem nas partes constitutivas, compreendendo a maneira pela qual estão
organizadas, e estruturar as idéias de maneira hierárquica.

É a análise que vai permitir observar os componentes de um conjunto, perceber suas possíveis
relações, ou seja, passar de uma idéia-chave para um conjunto de idéias mais específicas, passar à
generalização e, finalmente, à crítica. (Marconi & Lakatos, 2003, p. 28)

Portanto, a primeira parte compreende a decomposição dos elementos essenciais e sua


classificação, isto é, verificação dos componentes de um conjunto e suas possíveis relações. Dito
de outra forma, passa-se de uma idéia-chave geral para um conjunto de idéias mais precisas.
(Marconi & Lakatos, 2003, p. 28)

2.2.Objetivo e Procedimento

Para (Marconi & Lakatos, 2003, p. 29), A análise do texto tem como objetivo levar o estudante a:

a) aprender a ler, a ver, a escolher o mais importante dentro do texto;

b) reconhecer a organização e estrutura de uma obra ou texto;

c) interpretar o texto, familiarizando-se com idéias, estilos, vocabulários;

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d) chegar a níveis mais profundos de compreensão;

e) reconhecer o valor do material, separando o importante do secundário ou acessório;

f) desenvolver a capacidade de distinguir fatos, hipóteses e problemas;

g) encontrar as idéias principais ou diretrizes e as secundárias;

h) perceber como as idéias se relacionam;

i) identificar as conclusões e as base que as sustentam.

(Marconi & Lakatos, 2003, p. 30), Por sua vez, o procedimento deve conter as seguintes etapas:

a) para se ter um sentido completo, proceder à sua leitura integral com o objetivo de obter uma
visão do todo;

b) reler o texto, assinalando ou anotando palavras e expressões desconhecidas, valendo-se de um


dicionário para esclarecer seus significados;

c) dirimidas as dúvidas, fazer nova leitura, visando à compreensão do todo;

d) tornara a ler, procurando a idéia principal ou palavra-chave, que tanto pode estar explícita
quanto implícita no texto; às vezes, encontra-se confundida com aspectos secundários ou
acessórios;

e) localizar acontecimentos e idéias, comparando-os entre si, procurando semelhanças e diferenças


existentes;

f) agrupá-los, pelo menos por uma semelhança importante, e organizá-los em ordem hierárquica
de importância;

g) interpretar as idéias e/ou fenômenos, tentando descobrir conclusões a que o autor chegou e
depreender possíveis ilações;

h) proceder à crítica do material como um todo e principalmente das conclusões.

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2.3. Partes da Análise de Texto

Segundo (Marconi & Lakatos, 2003, p. 30), A análise divide-se em três partes, A primeira é a
análise dos elementos, consistindo no levantamento de todos os elementos básicos constitutivos
de um texto, visando à sua compreensão. Os elementos podem aparecer de modo explicíto ou
implícito, dependendo de como o autor os apresenta. Alguns são facilmente identificáveis, outros
exigem mais esforço, uma leitura continuada, análise mais profunda, reflexão e, em alguns casos,
pesquisas de outras fontes para melhor entender a mensagem do autor.

Análise das relações é a segunda parte. Tem como objetivo encontrar as principais relações, em
estabelecer conexões com os diferentes elementos constitutivos do texto. Uma análise mais
completa exige não só a evidência das partes principais do texto, mas também a indicação de quais
delas se relacionam com o tema ou hipótese central. Esse tipo de análise permite verificar se há ou
não coerência em relação aos elementos, entre as diferentes partes do texto, e entre elas e a idéia
central. (Marconi & Lakatos, 2003, p. 31) As relações podem ser encontradas entre:

 Idéias secundárias;
 Fatos específicos que conformam uma opinião;
 Pressupostos básicos de uma tese ou reflexão sobre a qual se apóia;
 Elementos de causa e efeito;
 Elementos de argumentação e afirmações pertinentes ou não.

Para (Marconi & Lakatos, 2003, p. 31) A terceira parte é a análise da estrutura. Nela, verificam-
se as partes de um todo, procurando evidenciar as relações existentes entre elas. Esse tipo de análise
encontra-se em nível mais complexo que os anteriores. As estruturas podem ser:

a) Estática - resultante de um processo de sucessão de fenômenos preestabelecidos, como os


textos de História. A ordem estrutural estabelece o tipo de disposição; enumeração dos
elementos constitutivos básicos, descrição das relações de todos os elementos (como um
todo e entre si) e análise do processo que os originou;
b) Dinâmica - geradora de um processo. O ordenamento consiste em enumerar as partes
constitutivas básicas e descrever seu funcionamento e finalidade. Neste tipo estão
enquadrados os textos de ciências sociais.

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2.4.Tipos de Análise de Texto

Segundo (Marconi & Lakatos, 2003, p. 31), Análise textual. Inicia-se com a atuação do professor,
dando algumas explicações sobre o autor, vocabulário específico e outros fatos que sejam julgados
importantes para a compreensão da parte examinada. A seguir, identificado o texto como uma
unidade que apresenta um pensamento completo, cada estudante, individualmente, deve fazer uma
leitura rápida para ter uma visão de conjunto da unidade. Leituras sucessivas vão permitir, em
primeiro lugar, assinalar e esclarecer palavras desconhecidas e, em segundo, esquematizar o texto,
com a finalidade de evidenciar sua estrutura redacional.

Análise temática. Individual. Permite maior compreensão do texto, fazendo emergir a idéia
central e as secundárias, as unidades e subunidades de pensamento, sua correlação e a forma pela
qual está se dá. Adentrando no mundo de idéias do autor, pode-se. esquematizar a sequência das
várias idéias, reconstituindo a linha de raciocínio do autor e fazendo emergir seu processo lógico
de pensamento. (Marconi & Lakatos, 2003, p. 32)

Análise interpretativa e crítica. Individual. Procurar associar as idéias expressas pelo autor com
outras de conhecimento do estudante, sobre o mesmo tema. A partir daí fazer uma crítica, do ponto
de vista da coerência interna e validade dos argumentos empregados no texto e da profundidade e
originalidade dada à análise do problema; realizar uma apreciação pessoal e mesmo emissão de
juízo sobre as idéias expostas e defendidas. Elaborar um resumo para discussão. (Marconi &
Lakatos, 2003, p. 32)

Problematização. Grupal. Pode envolver pequenos grupos de estudo, entre 5 e 10 elementos, ou


a classe como um todo. Nesse momento as questões explícitas ou mesmo implícitas no texto são
levantadas e debatidas. Da mesma forma, de modo criativo, debatem-se questões afins que os
estudantes podem associar ao texto. Podem também ser colocadas opiniões pessoais, dos
estudantes e do professor, sobre as questões abordadas, baseadas em outros textos, obras e autores.
(Marconi & Lakatos, 2003, p. 32)

Conclusão pessoal. Trata-se, na realidade, de uma verdadeira reelaboração pessoal da mensagem


transmitida pelo texto, sob a ótica de todas as contribuições dadas na discussão global. Esta etapa

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finaliza-se com a elaboração de um texto, uma espécie de resumo próprio que contém, entretanto,
crítica e reflexão pessoais. (Marconi & Lakatos, 2003, p. 32)

Para se compreender, analisar e interpretar um texto é necessário criar condições capazes de


permitir a compreensão, a análise, a síntese e a interpretação de seu conteúdo. Já sabemos que
analisar é decompor um todo em suas partes para melhor estudá-las; sintetizar é reconstituir o todo
decomposto pela análise. O julgamento só ocorre quando, completadas análise e síntese, a mente
apropria-se do conteúdo estudado e o interpreta. (Galliano, 1979, p. 85)

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3. Conclusão

Chegamos ao fim da nossa viagem sobre a análise de texto, onde podemos chegar à conclusão de
que qualquer texto, até mesmo o de um parágrafo, tem sempre uma idéia, um conceito ou uma
palavra que é sua idéia principal. Trata-se, portanto, de saber como encontrar essa idéia diretriz.

Ora, quando se deseja saber qual é a idéia diretriz de um texto deve-se ter como propósito inicial
do estudo precisamente a descoberta da idéia diretriz. Ocorre, porém, que nem todo texto a estudar
é igual: pode tratar-se de um livro inteiro, um capítulo do livro, uma seção de um capítulo ou até
um simples parágrafo. Sendo assim, é recomendável que após a primeira leitura do texto integral
(e não apenas uma de suas partes ou um resumo) delimite-se conscienciosamente a unidade a ser
estudada. Essa unidade deve ter sempre um sentido completo, caso contrário não se poderá
trabalhar sobre ela.

A divisão do texto em unidades de leitura tem a finalidade de decompor o todo em partes, que
facilita a análise de cada parte.

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4. Referências bibliográficas
Galliano, A. G. (1979). O MÉTODO CIENTÍFICO: TEORIA E PRÁTICA. Sao Paulo, Brazil:
Editora Mosaico Ltda. Fonte: https://www.scribd.com/document/395947489/Galliano-O-
Metodo-Cientifico-Teoria-e-Pratica-pdf

Leffa, V. J. (1996). Aspectos de Leitura (1ª edição ed.). PORTO ALEGRE: SAGRA – D C
LUZZATTO. Fonte:
https://www.ufrgs.br/textecc/traducao/teorias/files/aspectos_leitura.pdf

Marconi, M. d., & Lakatos, E. M. (2003). Fundamentos de metodologia cientifica (5 Edição ed.).
SÃO PAULO, Brasil: EDITORA ATLAS S.A. Fonte:
https://www.pdfdrive.com/search?q=Fundamentos+de++Metodologia++Cient%C3%ADf
ica&pagecount=&pubyear=&searchin=&em=

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