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Disciplinas: Educação, Comunicação e Mídias - Metodologia científica, Gênero, Diversidade Étnica, Sexual e Cultural na Escola
Profª. Dra. Eva Aparecida de Oliveira
“... a leitura analítica metodologicamente realizada é instrumento adequado e eficaz para o amadurecimento intelectual do estudante.”
(SEVERINO, 2000, p. 58)
“... Quando se pede o resumo de um texto, o que se tem em vista é a síntese das idéias do raciocínio e não a mera
redução dos parágrafos. Daí poder o resumo ser escrito com outras palavras, desde que as idéias sejam as mesmas
do texto.” (ibid., p. 55)
As diretrizes para leitura, análise e interpretação de um texto se orientam por seis etapas. As etapas são
as seguintes: 1ª) delimitação da unidade de leitura, 2ª) análise textual, 3ª) análise temática, 4ª) análise
interpretativa, 5ª) problematização e 6ª) síntese pessoal.
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Roteiro para desenvolver a atividade referente às 30 h/a destinada à atividades extra-sala prevista na carga horária da disciplina Metodologia científica deste curso.
2DIRETRIZES PARA LEITURA, ANÁLISE E INERPRETAÇÃO DE TEXOS. In: SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22ª ed. Ver. e ampl. – São Paulo:
Cortez, 2002. (Cap. III, p. 47 a 61)
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4- Como o autor demonstra sua tese, como comprova sua posição básica? Qual foi o seu raciocínio, a sua
argumentação? (o raciocínio, a argumentação, é o conjunto de idéias e proposições logicamente encadeadas,
mediante as quais o autor demonstra sua posição ou tese). Lembre-se o raciocínio é a estrutura lógica do texto.
5- Por fim, você pode fazer um levantamento de outros temas ou idéias paralelos ao tema central; são as idéias
secundárias (subtemas e subteses) que complementam o pensamento do autor na unidade do texto.
Observações importantes: A análise temática serve de base para a elaboração dos seguintes trabalhos didáticos (ou
científicos): - Resumo, Síntese, roteiro de leitura, resumo orientador para seminários e estudo dirigido.
4º etapa – Análise interpretativa:
- Tomar uma posição própria a respeito das idéias enunciadas;
- Superar a estrita mensagem do texto;
- Ler nas entrelinhas;
- Explorar toda a fecundidade das idéias expostas;
- Cotejar as idéias da unidade do texto com outras idéias = forçar o dialogar com o autor;
- É uma das etapas mais complicadas, pois corre-se o risco da interferência da nossa subjetividade ao interpretar o autor, e esse
risco precisar ser evitado o máximo possível;
1º Situe o pensamento desenvolvido na unidade (na esfera mais ampla do pensamento do autor), depois verifique
como as idéias expostas na unidade se relaciona com as posições gerais do pensamento teórico do autor (conhecido por
outras fontes);
2º Através do pensamento do autor, na unidade, você já tem condições de situar o autor no contexto da cultura
filosófica em geral (Qual a sua tendência filosófica, quais são as posições assumidas por ele dentro do seu campo de
saber?), para mostrar o sentido e o porque de sua perspectiva em relação ao tema que está sendo tratado, e também o grau
da originalidade desta perspectiva (Será que o autor inspirou em outros autores, quem são, se são da mesma linha do
autor ou não?) – nesse caso não se deve confundir o fato de algum autor ser citado, pois, nem sempre, citar a idéia ou
conceito de outro autor num texto não que dizer que este esteja influenciando ou sendo influenciado;
3º Exponha os pressupostos (idéias nem sempre expressas de forma clara no texto, princípios justificadores da
posição que o autor assume) que o texto implica;
4º Relacione as idéias expostas pelo autor com outras idéias semelhantes, mas com abordagens diferentes,
independentemente de qualquer tipo de influência (comparação de idéias temáticas afins);
5º Faça crítica ao texto considerando tanto sua coerência interna (o autor atingiu, de forma lógica, o objetivo
proposto no texto? o raciocínio foi eficaz ao demonstrar a tese proposta? a conclusão a que chegou se funda em
argumentos sólidos e sem falhas?) quanto sua originalidade, alcance, validade e a contribuição à discussão do problema
(sua colocação é original? própria, pessoal, supera a mera retomada de texto de outros autores? aprofunda o tema? qual
é o alcance, a relevância e a contribuição específica do texto para o estudo do tema abordado?);
6º Por último, se você já possuir um conhecimento um pouco mais consistente sobre o tema tratado, pode-se
pensar em fazer uma possível crítica pessoal às posições defendidas pelo autor, no texto.
5º etapa – Problematização:
Você vai abordar a unidade de texto em questão com os seguintes objetivos:
- Levantar problemas para discussão. Esses problemas devem ser relevantes para a sua reflexão pessoal e também para
discussão em grupo (Deve retomar todo o texto para isso) *(quando for de grupo é melhor ainda);
- Podem existir três níveis de problemas que você pode levantar num estudo de texto: - problemas textuais, - problemas
mais objetivos e concretos, - problemas mais difíceis de interpretação;
- Lembre-se, problematizar um texto é importante porque é a atividade responsável pelo debate e reflexão, que são
requisitos essenciais à própria atividade filosófica e científica;
- Não confunda esta etapa, cuja atividade é a problematização da unidade do texto com a tarefa de determinação do
problema da unidade (que é o segundo momento da análise temática). Veja a diferença:
1º. determinação do problema da unidade (da análise temática) - Pede-se o desvelamento da situação de conflito que provocou o autor para
a busca de uma solução.
2º. problematização – É uma tomada em sentido amplo do texto que visa levantar, para discutir e refletir, questões explícitas ou implícitas
no texto que está sendo estudado.
6º etapa – Síntese pessoal:
Nesta etapa você deve expressar a compreensão profunda do texto.
- A partir da discussão e reflexão levantada pelo texto, você deve elaborar um outro texto que possibilite sua progressão
no desenvolvimento das idéias do autor. Discuta outros elementos que estejam relacionados a elas;
- Ë na síntese que vai aparecer o seu amadurecimento intelectual, pois você vai se apoiar na retomada de pontos já
abordados em todas as etapas anteriores e opinar, fazer relações com outros conhecimentos, outros autores e até com os
seus pontos de vistas.
Fragmentos de texto retirado da obra: DIRETRIZES PARA LEITURA, ANÁLISE E INERPRETAÇÃO DE TEXOS. In: SEVERINO, Antônio
Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22ª ed. Ver. e ampl. – São Paulo: Cortez, 2002. (Cap. III, p. 47 a 61)
Jataí – GO, NOVEMBRO de 2023.
Profª. Dra. Eva