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Português Instrumental

Professora: Ms Rosilene dos Anjos Sant’Ana

I. ESTRATÉGIAS DE
LEITURA
II. ESTRATÉGIAS DE
ESCRITA
1.0 Estratégias de leitura
A leitura como atividade de produção de sentido

“Do leitor, espera-se que processe, critique, contradiga ou avalie a informação que tem diante
de si, que a desfrute ou a rechace, que dê sentido e significado ao que lê ” (SOLE, 2003, p.21).

Na atividade de leitores ativos, estabelecemos relações entre nossos conhecimentos


anteriormente constituídos e as novas informações contidas no texto, fazemos inferências,
comparações, formulamos perguntas relacionadas com o seu conteúdo (KOCH; ELIAS, 2018,
p. 18).

“ São, pois, os objetivos do leitor que nortearão o modo de leitura, em mais tempo ou em
menos tempo; com mais atenção ou com menos atenção;com maior interação ou com menor
interação, enfim ” (KOCH; ELIAS, 2018, p. 19).
Fonte: Folha de São Paulo, 11 de ago. 1997.
Leitura e interpretação Autor- texto- leitor

TEXTO LEITOR
AUTOR

• O gênero textual: •Conhecimento linguístico;


• Pistas do autor: objetivo,
contexto de produção e
histórico do autor.
uso; • Conhecimento enciclopédico:
• Os fatores linguísticos: conhecimento de mundo;
léxico, estruturas
sintáticas, etc. •Conhecimento interacional.
ESTRATÉGIAS DE LEITURA

•Passar os olhos pelo texto todo antes da leitura e observar os elementos que se destacam;
•Fazer algumas previsões sobre o que vai encontrar naquele texto;
•Estabelecer objetivos para leitura;
•Monitorar a compreensão;
•Fazer perguntas sobre o conteúdo do texto;
•Inferir o sentido de uma palavra ou expressão desconhecida, observando o texto em que esta se insere;
•Usar dicionário impresso ou eletrônico para as palavras ou expressões das quais não foi possível
inferir significado;
•Marcar as partes mais importantes;
•Fazer um resumo de cada parágrafo;
•Esquematizar o texto tomando como referência marcas que ele mesmo traz, como tópicos, subtítulos,
negritos;
• Fazer anotações relevantes nas margens do texto;
•Reler trechos quando tiver dúvida;
•Parar de ler e verificar se está compreendendo;
•Voltar a ler quando perceber que se distraiu no meio da leitura;
•Ler e voz alta quando perceber que não compreendeu.

Coiro e Dobler apud Coscarelli e Cafiero (Adaptado) In COSCARELLI, C. V. O. Leituras sobre a


leitura: passos e espaços em sala de aula. Belo Horizonte: Veredas, 2013.
O Gênero textual: Resenha Crítica

A resenha crítica consiste na apresentação sucinta e na apreciação


crítica do conteúdo de uma obra, ou seja, compreende o resumo e o
comentário de uma obra científica ou literária. Deve levar ao leitor
informações objetivas sobre o assunto de que trata a obra, destacando a
contribuição do autor: abordagem inovadora do tema ou problema,
novos conhecimentos, novas teorias.
Por que exercitar este gênero?

A resenha de obras científicas é, em geral, feita por cientistas que, além


do conhecimento especializado do tema, têm condições de emitir um
juízo crítico. Quando realizada como um trabalho acadêmico, tem o
propósito de exercitar a capacidade de compreensão e de crítica do
estudante.
Elementos que compõem este gênero

Referência bibliográfica da obra resenhada deverá ser


apresentada no início do texto.

Resumo da obra + Análise Interpretativa+ Análise


crítica

Conclusão + indicação
Leitura e Interpretação
01. Por meio da leitura você conseguiu compreender a temática do
filme? Apresente o que você entendeu.

02. Quais críticas o autor faz ao filme?

03. Quais recursos o autor utilizou para fundamentar (explicar)


suas críticas?

04. Para você a resenha lida cumpriu seu objetivo?


2.0 Estratégias de escrita

Uma das questões que entravam o processo de escrita é a crença que se


tem de que escrever é difícil, ou é possível apenas para quem tem o
dom. Assim como lembrou Koch (2017) várias são as afirmativas que se
escuta sobre a escrita, tais como: “escrita é inspiração”, “escrita é para
poucos privilegiados”, “escrita é expressão do pensamento”. Embora
essas sejam frases conhecidas e usadas no meio da educação é preciso
refletir que a escrita é um processo.
2.1 A construção do parágrafo

Parágrafo-padrão
O parágrafo é uma unidade de composição constituída por um ou mais de um
período, em que se desenvolve determinada ideia central, ou nucelar a que se
agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e
logicamente decorrente dela (GARCIA, 2010, p.218).
2.1.1 Tópico frasal
No raciocínio dedutivo, parte-se do geral para o particular. Neste caso, o tópico
frasal se constitui de um ou dois períodos, em geral, no início do parágrafo,
contendo “de modo geral e conciso a ideia-núcleo”. O desenvolvimento, ou seja, a
explanação dessa ideia-núcleo é feita nos outros períodos do parágrafo, que
expõem ideias secundárias, mas relacionadas com o núcleo. Dessa forma, o tópico
frasal é uma generalização. O desenvolvimento, as especificações (BARROS, 1984,
p. 61)
O tópico frasal constitui um meio muito eficaz de expor ou explanar
ideias. Enunciando logo de saída a ideia-núcleo, o tópico frasal garante
de antemão a objetividade, a coerência e a unidade do parágrafo,
definindo-lhe o propósito e evitando digressões impertinente (GARCIA,
2010, p.223).

Observe o 2º parágrafo da resenha lida.


Outros modos de iniciar o parágrafo

1. Alusão histórica;


 2. Tópico frasal explicito ou diluído;
3. Interrogação.
Como desenvolver o parágrafo

2.1.2 Alguns Tipos de desenvolvimento do parágrafo


 
Confronto;
Analogias (semelhança oculta) e comparações (semelhanças reais com
uso de conectivos de comparação);
Citação de exemplos;
Causa e motivação;
Razões e consequências;
Causa e consequências.
Escreva um parágrafo dissertativo (até 06 linhas) abordando o tema do trecho
apresentado a seguir. Em sua produção escrita você deverá:
 I. Escolher e apontar qual estratégia dentre as apresentadas você vai adotar. 

 Trecho 01
ESCOLA SEM PARTIDO
“Escola sem Partido”, escola silenciada.
O que seria a tão falada e pouco explicada “escola sem partido”? Basicamente, trata-se
de uma falsa dicotomia, pois não diz respeito a não partidarização das escolas, mas
sim à retirada do pensamento crítico, da problematização e da possibilidade de se
democratizar a escola, esse espaço de partilhas e aprendizados ainda tão fechado, que
precisa de abertura e diálogo. A pauta que precisamos debater é a da qualidade da
educação e não falácias ideológicas sobre a “não ideologização da escola”, algo que se
vê até mesmo em alguns diálogos sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Adaptado de: http://outraspalavras.net/brasil/escola-sem-partido-escola-silenciada/
2.2 Critérios de textualidade

Jayme Barros, fundamentando-se em Othon Moacyr Garcia, comenta a importância


da distribuição das ideias em parágrafos:

Quando se diz que “parágrafo é uma unidade de composição”, não se quer afirmar com isso que
cada parágrafo desenvolve um tema. Pretende-se dizer que cada parágrafo vai desenvolver um
aspecto novo, uma ideia nova, embora o tema permaneça o mesmo em todo o texto. Há, portanto,
uma mudança de parágrafo quando há uma mudança da ideia central a ser desenvolvida. Mas as
diversas ideias desenvolvidas nos vários parágrafos giram em torno do mesmo tema, do contrário o
texto não teria unidade (Barros, 1984, p. 60).

É comum julgar que se deve abrir um novo parágrafo quando se vai mudar de
assunto, no entanto o assunto deve ser o mesmo para que o texto mantenha sua
integridade, e o que se muda realmente é o tipo de abordagem do tema central.
COERÊNCIA E COESÃO
 Coesão é a ligação entre as partes do texto (palavras, expressões,
frases, parágrafos) por meio de determinados elementos linguísticos.
Com ela, fica mais fácil ler e compreender um texto.
 Coerência é a relação semântica que se estabelece entre as
diversas partes do texto, criando uma unidade de sentido. Está ligada
ao entendimento, à possibilidade de interpretação daquilo que se
ouve ou lê. Enquanto a coesão está para os elementos conectores de
ideias no texto, a coerência está para a harmonia interna do texto, o
sentido.
EXERCÍCIOS

01.Leia o trecho da resenha e faça o que se pede.


“Outro agente na formação de opinião abordado no filme é a indústria
cinematográfica, mais precisamente a hollywoodiana. Na película, percebemos
claramente o funcionamento interno de alguns segmentos do mercado, estes que
utilizam o poder e o dinheiro como instrumentos para a obtenção de vantagens.
No filme, visualizamos um esquema imoral e antiético, concernente ao fato do
suborno da indústria de filmes, a fim da inserção de imagens de atores e atrizes
consagradas pelo público em geral consumindo cigarros”.
Qual dos termos destacados constitui elemento coesivo? Justifique
sua resposta.
02. Destaque da resenha mais 3 exemplos de elementos coesivos.
 TRECHO PARA QUESTÕES 03 E 04
A linguagem abordada no filme dá-se através de uma didática satírica e irônica. Logo no início, percebemos tal
característica na apresentação costumeira dos atores, produtores e diretor, contudo, de uma forma altamente
circunstancial: dentro de imagens de embalagens de cigarro. Nas cenas que se seguem, o protagonista do filme, o
Sr. Nick Naylor encontra-se num programa televisivo de debates, onde será discutido o problema do cigarro. O
interessante é que as figuras que participam do debate parecem ter sido escolhidas “a dedo”, a fim de gerarem
uma oposição ferrenha ao Sr. Nick: um adolescente com câncer, representantes da classe anti-tabagismo, etc.

03.As expressões destacadas indicam, respectivamente, ideia de:


a) tempo, explicação, afirmação, finalidade;
b) ilustração, explicação, referência, finalidade;
c) tempo, oposição, referência, propósito;
d) ilustração, oposição, afirmação, propósito.

04. Substituta as expressões destacadas sem que haja mudança de sentido.


Referências

 BARROS, Jayme. Encontros de redação. São Paulo: Moderna, 1984.


 Coiro e Dobler apud Coscarelli e Cafiero (Adaptado) In COSCARELLI, C. V. O.
Leituras sobre a leitura: passos e espaços em sala de aula. Belo Horizonte:
Veredas, 2013.
 GARCIA, Othon M. Comunicação em Prosa Moderna. 26 ed. Rio de Janeiro:
Editora FGV, 2006.
 KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e Escrever: estratégias de produção textual. 2ª.
ed. São Paulo: Contexto, 2011.
 KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e Compreender os sentidos do texto. 3ª. ed.
São Paulo: Contexto, 2018.

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