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Base de estudo:
MEDEIROS, João Bosco. Redação Científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. São
Paulo: Editora Atlas S.A, 2014.
MOLINA, Olga. Ler para aprender: desenvolvimento de habilidades de estudo. São Paulo: EPU,
1992.
Ninguém discute a importância da leitura nos dias de hoje. Sabe-se que é prática de suma
importância para várias atividades na vida em sociedade. Mas, haveria alguma estratégia,
alguma técnica (ou técnicas) que poderiam ser aplicadas para um melhor aproveitamento do
texto? A resposta é SIM.
Com base nos estudos e pesquisas de Olga Molina (1992) que, por sua vez, baseou-se na técnica
SQ3R, de Morgan e Deese1, propomos que a leitura seja feita levando-se em consideração os
seguintes passos:
1) Visão geral dos capítulos (no caso da leitura de um livro) ou visão geral do artigo.
2) Questionamento despertado pelo texto.
3) Estudo do vocabulário.
4) Linguagem não verbal.
5) Essência do texto.
6) Síntese do texto.
7) Avaliação (crítica).
O leitor deve fazer uma leitura de “sobrevoo” no texto. Verificar a estrutura do texto, os títulos
e subtítulos. Observará ainda: (grifos, itálico, tamanho das letras, estilo das fontes, enfim o que
lhe chamar a atenção nesse primeiro momento de leitura). Deve também observar se há
gráficos, esquemas, tópicos. É uma leitura do tipo inspecional, ou seja, faz-se uma vistoria geral
no texto.
Nesse estágio, faz-se um levantamento de perguntas, sem buscar respondê-las. Ensina Molina
(1992, p. 36): “Para engajar-se numa leitura ativa é muito importante que o estudante saiba
fazer perguntas, a fim de fortalecer a expectativa que forma em relação ao que vai encontrar
[no texto]”. Títulos e subtítulos podem se transformar em perguntas. Por exemplo: você tem o
1
DEESE, James; MORGAN, T. Clifford. Como estudar. 13. Ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1990.
seguinte título em um texto: “Características do sol” – Transforme este título em uma pergunta:
“Quais são as características do sol”?
Você também pode se perguntar: “O que já sei sobre esse assunto”? Ou ainda:
3) ESTUDO DO VOCABULÁRIO
Nessa nova fase de leitura mais profunda, o leitor identifica as ideias principais do texto e situa
o autor (ou a autora) em um contexto histórico/ideológico. São exigências desse estágio de
leitura:
É nessa etapa que o leitor deve sublinhar o texto, e sempre com parcimônia, com economia.
Não é bom sair sublinhando tudo na primeira leitura, dando a impressão de que tudo é
relevante. Para sublinhar um texto com qualidade atente-se para:
Compreender as ideias de todos os parágrafos. Cada parágrafo tem uma ideia central
sendo desenvolvida. Encontre o tópico frasal de cada parágrafo, ou seja, a informação
mais importante dele.
Vamos encontrar o tópico frasal no exemplo seguinte:
“O assim chamado best-seller suscita todo tipo de indagação. Alguns fatos parecem
suficientemente sólidos. Ele é produto de pelo menos três circunstâncias: a alfabetização quase
universal nos países ricos, a industrialização editorial propiciadora de imensas tiragens, e uma
necessidade, que, se não natural, é extremamente antiga, de narrativa, própria aos seres
humanos”.
(ASCHER, Nelson. Nunca tantas pessoas leram tanto à beira da piscina. Folha de São Paulo, São
Paulo, 25 de maio, 1991, p. 6-3)
Poderíamos colocar do lado desse parágrafo uma chave (esse símbolo: } ). Do lado da chave a
palavra central do parágrafo, por exemplo, best-seller. Ou uma frase, por exemplo, “O fenômeno
best-seller.
Quando fazemos isso ao longo de todo o texto, parágrafo por parágrafo, conseguimos fazer uma
leitura muito mais proveitosa.
Resumo aqui tem o sentido de recriação do texto original, e só pode ser realizado por quem
analisou o texto, dividiu-o em parágrafos, compreendeu cada parágrafo, e sabe distinguir o
essencial do não essencial. A análise exige compreensão profunda do texto.
A síntese pode ser feita oralmente e por escrito. Quando o leitor fala para alguém o que
entendeu do texto e, além disso, depois faz por escrito uma síntese do que apreendeu, o
aproveitamento da leitura é superior.
Para Molina (1992, p. 51), “a exposição oral deve ser a oportunidade para que ele [o leitor]
coloque em ordem suas ideias e teste esta ordenação ao passá-la para seus colegas”. Dois são
os objetivos aqui: testar a retenção do texto estudado e treinar a linguagem oral.
7) AVALIAÇÃO
Esta é a fase de leitura crítica, em que o leitor tem independência no seu pensar. O estudante
transforma-se em autor de sua aprendizagem. A etapa de avaliação engloba tanto a resposta às
questões feitas pelo leitor no início do estudo do texto quanto às oferecidas pelo próprio texto.
Pergunte-se:
- Como o autor (ou a autora) construiu suas ideias? A linguagem é direta (denotativa) ou indireta
(metafórica, conotativa)?
- Os argumentos utilizados foram convincentes?