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ANÁLISE DE CONTEÚDO

Aplicada às pesquisas em comunicação

DISCIPLINA: METODOLOGIAS DA PESQUISA EM COMUNICAÇÃO MIDIÁTICA


PROFESSOR: DANIEL MEIRINHO
DEZWITH BARROS
HANRY VIEIRA
LORENNA CAOLY
NORTON RAFAEL
TONY LUCAS
ANÁLISE DE CONTEÚDO:
QUANDO E POR QUE SURGIU?

O método surge como técnica científica na primeira metade do

século XX.

Alguns autores apresentaram essa técnica como uma forma


de analisar uma quantidade enorme de dados qualitativos em

propagandas publicadas em revistas na época das guerras.

A aplicação da análise de conteúdo era para quantificar as


palavras presentes nas propagandas.
PRINCIPAIS
AUTORES
Bernard Berelson, que escreveu o livro Content Analysis in
Communication Research (1952)
Olse Holsti, que escreveu o livro Content Analysis for the
Social Sciences and Humanities (1969)
Laurence Bardin, que escreveu o livro Análise de Conteúdo
(1977)
UM CONJUNTO DE TÉCNICAS DE
ANÁLISE DAS COMUNICAÇÕES
VISANDO OBTER, POR
PROCEDIMENTOS, SISTEMÁTICOS
E OBJETIVOS DE DESCRIÇÃO DO
CONTEÚDO DAS MENSAGENS,
INDICADORES (QUANTITATIVOS
OU NÃO) QUE PERMITAM A
INFERÊNCIA DE CONHECIMENTOS
RELATIVOS ÀS CONDIÇÕES DE
PRODUÇÃO/RECEPÇÃO
(VARIÁVEIS INFERIDAS)
DESTAS MENSAGENS

Bardin (1977, p. 42)


Pré-Análise
ETAPAS DA Exploração do Material

ANÁLISE Tratamento dos resultados

obtidos e interpretação
DE
CONTEÚDO
PRÉ-ANÁLISE
1 Leitura Flutuante

2 Escolha dos Documentos

3 Constituição do corpus

4 Formulação de Hipóteses e Objetivos

5 Preparação do Material
3 Constituição do Corpus

Exaustividade - Esgotamento de todo o assunto;


Representatividade - Decorre da função do material e
representação com o universo de estudo;
Homogeneidade - Dados sobre o mesmo tema e
obedecendo os mesmos critérios de análise;
Pertinência - Adequação aos objetivos da pesquisa.
4 Formulação de Hipóteses e Objetivos

Hipóteses - Explicações antecipadas do fenômeno


observado. Afirmações iniciais que serão confirmadas ou
refutadas na pesquisa;
Objetivo - Finalidade geral da pesquisa.
EXPLORAÇÃO DO MATERIAL
Consiste no período mais duradouro: a etapa da codificação,
na qual são feitos recortes em unidades de contexto e de
registro.

“a codificação é o processo pelo qual os dados brutos são


transformados sistematicamente e agregados em unidades, as
quais permitem uma descrição exata das características
pertinentes do conteúdo” (Bardin, 2016, p. 133).
ESCOLHA DAS
UNIDADES -
RECORTE

ETAPAS -
CODIFICAÇÃO CLASSIFICAÇÃO
AGREGAÇÃO DAS
ESCOLHA DA
REGRA DE
CONTAGEM
CATEGORIAS
Unidade de contexto: serve de unidade de compreensão para
codificar a unidade de registro e corresponde ao segmento da
mensagem, cujas dimensões [...] são ótimas para compreensão da
significação” (Ex: frase/parágrafo).
Unidades de registro: “é a unidade de significação codificada e
corresponde ao segmento de conteúdo considerado unidade de base,
visando a categorização e a contagem frequencial” (Ex: tema/palavra).
A SELEÇÃO DE REGRAS DE CONTAGEM - ENUMERAÇÃO

Também deve ser feita a enumeração de acordo com os critérios


estabelecidos anteriormente. A enumeração pode ser feita através da
presença (ou ausência), frequência, frequência ponderada,
intensidade, direção, ordem e co-ocorrência (presença simultânea de
duas ou mais unidades de registro).
CATEGORIZAÇÃO

Depois da codificação, deve ser feita a categorização. As


categorias são vistas como classes que agrupam determinados
elementos reunindo características comuns. Que seguirá algum
dos seguintes critérios: semântico, sintático, léxico ou expressivo.
TRATAMENTO DOS
RESULTADOS OBTIDOS E
INTERPRETAÇÃO

1 Síntese e seleção dos resultados

2 Interferências

3 Interpretação
1 Síntese e seleção dos resultados

organização e condensação dos resultados obtidos


durante a análise de conteúdo;
identificação dos elementos mais relevantes e
significativos para responder às questões de pesquisa e
atingir os objetivos do estudo;
relacionar e destacar os conteúdos encontrados mais
importantes;
seleção dos resultados mais relevantes para inclusão na
versão final do estudo.
2 Interferência

análise cuidadosa e sistemática dos dados, buscando


compreender não apenas o que está sendo dito, mas
também o contexto e os significados mais amplos por trás
do conteúdo.
3 Interpretação

reflexão crítica sobre os dados, a formulação de hipóteses


ou teorias e a elaboração de explicações para os
fenômenos observados;
comparação com teorias existentes, estudos anteriores ou
outros contextos relevantes para contextualizar e
enriquecer as conclusões.
O ANALISTA, TENDO À SUA
DISPOSIÇÃO RESULTADOS
SIGNIFICATIVOS E FIEIS,
PODE ENTÃO PROPOR
INFERÊNCIAS E ADIANTAR
INTERPRETAÇÕES A
PROPÓSITO DOS OBJETIVOS
PREVISTOS - OU QUE
DIGAM RESPEITO A OUTRAS
DESCOBERTAS
INESPERADAS"

Bardin (2016, p. 131)


FRONTEIRAS E
LIMITAÇÕES Falta de rigor na aplicação da
técnica
DA ANÁLISE AC x Análise do Discurso

DE CONTEÚDO
Falta de rigor na aplicação da técnica
(apud Sampaio; Lycarião, 2021)
Castro, Abs e Sierra (2011) – 83 artigos da Psicologia (sem
descrição de critérios, indicadores e procedimentos de inferência);
Deslandes e Iriarte (2012) – 113 artigos das Ciências Sociais e
Humanas (sem categorias de análise)
Quadros, Assmannz e Lopez (2014) – 57 TCCs em Comunicação
(dizem se basear em Bardin, mas não sistematizam o método – ex:
sem unidades de registro ou contexto)
Silva et. al. (2017) – 31 artigos em Administração (sem detalhar a
construção de categorias, a forma como se deram as análises e
sem aplicar a técnica na íntegra)
Gomes et al (2020) – 40 artigos em Administração (sem
objetividade e com interpretação questionável dos dados).
Análise de Conteúdo x Análise do Discurso

A ANÁLISE DE DISCURSO SE APROXIMA MAIS


DE UM MÉTODO DE PESQUISA FORTEMENTE
ANCORADO EM CERTAS TEORIAS SOBRE O
DISCURSO E A LÍNGUA, ENQUANTO A
ANÁLISE DE CONTEÚDO PODE SER TRATADA
EXCLUSIVAMENTE COMO UMA TÉCNICA DE
PESQUISA QUE PODE PARTIR DOS MAIS
DIFERENTES PRESSUPOSTOS [...]. ISSO
NÃO QUER DIZER, EVIDENTEMENTE, QUE
TODA AC É QUANTITATIVA E TODA AD É
QUALITATIVA
Sampaio e Lycarião (2021, p. 41)
REFERÊNCIAS
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Edição revista e ampliada. São Paulo: Edições 70 Brasil, [1977]
2016.
CAVALCANTE, Ricardo Bezerra. et. al. Análise de Conteúdo: considerações gerais, relações com a pergunta
de pesquisa, possibilidades e limitações do método. Informação & Sociedade, João Pessoa, v. 24, n. 1, p.
13-18, jan./abr. 2014. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/ies/article/view/10000. Acesso
em: 12/03/2024.
GASPI, Suelen. et. al. Análise de conteúdo numa perspectiva de Bardin. In: MAGALHÃES JÚNIOR, C. A. O.;
BATISTA, M. C. Metodologia da pesquisa em educação e ensino de ciências. Maringá, PR: Gráfica e Editora
Massoni, 2021.
LYCARIÃO, Diógenes. et al. Revisão Sistemática de Literatura e Análise de Conteúdo na Área da Comunicação
e Informação: o problema da confiabilidade e como resolvê-lo. Transinformação, v. 35, e220027, 2023.
https://doi.org/10.1590/2318-0889202335e220027.
SAMPAIO, Rafael Cardoso; LYCARIÃO, Diógenes. Análise de conteúdo categorial: manual de aplicação.
Brasília: Enap, 2021. Disponível em: https://repositorio.enap.gov.br/handle/1/6542. Acesso em 14/03/2023.
SILVA, Andressa et. al. Análise de conteúdo: fazemos o que dizemos? Um levantamento de estudos que dizem
adotar a técnica. Conhecimento Interativo, São José dos Pinhais, PR, v. 11, n. 1, p. 168-184, jan./jun.
2017. Disponível em:
http://app.fiepr.org.br/revistacientifica/index.php/conhecimentointerativo/article/view/223. Acesso em
14/03/2023.

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