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Universidade Católica de Moçambique

Centro de ensino a distância

Tema: Métodos e Técnicas como princípio de investigação científica

Ahamada Marinho Júlio, Código: 708236558

Curso: Geografia

Disciplina: de MIC

Ano de frequência: 1º ano

Nampula, Abril, 2023


3.2. Folha de Feedback

Classificação
Pontuação Nota Subt
Categorias Indicadores Padrões máxima do otal
tutor
Capa 0,5
Índice 0,5
Aspectos Introdução 0,5
Estrutura organizacionais Discussão 0,5
Conclusão 0,5
Bibliografia 0,5
Contextualização 1,0
(Indicação clara do
problema)
Introdução Descrição dos 2,0
objectivos
Metodologia adequada 2,0
ao objecto do trabalho
Articulação e domínio
do discurso académico
(expressão escrita 2,0
Conteúdo cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e discussão
Revisão bibliográfica
nacional e
internacionais 2,0
relevantes na área de
estudo
Exploração dos dados 2,0
Conclusão Contributos teóricos 2,0
práticos
Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos Formatação paragrafa, espaçamento 1,0
gerais entre linhas
Normas APA Rigor coerência das
Referências 6ª edição em citações/referências
Bibliográfica citações e bibliográficas 4,0
s bibliografia
Recomendações de melhoria:

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Índice
1.Introdução ...................................................................................................................... 4

2.Métodos e técnicas como princípio de investigação científica...................................... 5

2.1.Método qualitativo, quantitativo e princípios de investigação ................................... 6

3.Conceito ......................................................................................................................... 7

3.1.conhecimentos ............................................................................................................ 7

3.1.1.Figura 1 – Formas de aquisição do conhecimento .................................................. 9

3.1.2.Tipos de Conhecimentos ......................................................................................... 9

3.1.3.Conhecimento Empírico, Popular ou Senso Comum .............................................. 9

4.Conhecimento Religioso ou teológico ......................................................................... 11

5.Conhecimento filosófico ............................................................................................. 12

6.Conhecimento Científico ............................................................................................. 13

7.Características do conhecimento científico: ................................................................ 14

8.Citação directa, citação indirecta e citação de citação................................................. 15

8.2.Princípios da ética e sua importância numa investigação científica ......................... 16

9.Conclusão .................................................................................................................... 17

10.Bibliográfica .............................................................................................................. 18

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1.Introdução
Desde os primórdios da humanidade o ser humano sempre se questionou sobre a sua
origem ou até sobre a origem de tudo que existe a sua volta. Na tentativa de encontrar
respostas para as suas curiosidades, o homem acumulou conhecimentos sobre o
ambiente que lhe rodeia, sobre os mecanismos para a sua sobrevivência, sobre o cosmo
e sobre os diversos fenómenos do seu dia-a-dia.

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2.Métodos e técnicas como princípio de investigação científica

Segundo Quivy, Raymond, (1992) refere queʺ Toda a investigação se suporta em


métodos e técnicas, sendo que:

 Metodologia inclui o estudo dos vários métodos aplicáveis ou seja, os


processos de conduzir cada projecto de investigação específico;
 Técnicas referem os meios, as ferramentas específicas, as abordagens
que permitem a aquisição de informações relevantes, a respectiva
análise (dos dados) assim como inferências subsequentes a realizar"
(p.56).

O método científico é o processo seguido na obtenção de conhecimentos. Ele


compreende os seguintes passos básicos: observações preliminares; problema;
fundamentação teórica; amostragem; instrumentos; colecta de dados; organização dos
dados; análise, inferências e conclusões.

Balnaves, (2001) refere queʺexistem várias técnicas e métodos de investigação:


 Técnicas não empíricas
 Técnicas de investigação científica positivista
 Técnicas de investigação interpretativista
 Técnicas de investigação na fronteira científica/interpretativista
 Técnicas de investigação secundária" (p.98).
 Técnicas não empíricas baseiam-se em dados criados artificialmente, ou em
pensamentos conceptuais sobre abstracções. Incluem: Conceptualização baseada em
especulações e opiniões. (análise argumentativa e dialéctica).
 Técnicas de Investigação Científica positivista (aplicáveis nas tecnologias da saúde):
 Técnicas de previsão aplicando algoritmos de regressão e Séries temporais
extrapolando a partir de dados passados.
 Técnicas de Investigação Interpretativista: Investigação realizada em grupo (ou
sobre um grupo de pessoas: Discussão frequente com o grupo ou com quem é
afectado” pela técnica.
 Investigação Descritiva/Interpretativista: Parte-se da observação empírica para uma
análise de rigor limitado.

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Uma investigação pode ser definida como sendo o melhor processo de chegar a
Soluções fiáveis para problemas, através de recolhas planeadas, sistemáticas e
Respectiva interpretação de dados. É uma ferramenta da máxima importância para
incrementar o conhecimento e, deste modo, promover o progresso científico Permitindo
ao Homem um relacionamento mais eficaz com o seu ambiente, atingindo os seus fins e
resolvendo os seus conflitos.
Investigar é um esforço de elaborar conhecimento sobre aspectos da realidade na
busca de soluções para os problemas expostos. Consideramos que, tal como Bell (1997),
“uma investigação é conduzida para resolver problemas e para alargar conhecimentos
2.1.Método qualitativo, quantitativo e princípios de investigação
Ruiz, João, (2003) refere que:
Concepções filosóficas e epistemológicas diferentes sustentam paradigmas
metodológicos diferentes. Tomando-se uma classificação bem ampla, poder-se-ia dizer
segundo o autor que existem duas grandes abordagens: a quantitativa e a qualitativa:

2.1.1.Método quantitativo: caracteriza-se pela formulação de hipóteses, definições


operacionais de variáveis, quantificação nas modalidades de colecta de dados e de
informações, e utilização de tratamentos estatísticos. O modelo quantitativo estabelece
hipóteses que exigem uma relação entre causa e efeito e apoia suas conclusões em dados
estatísticos, comprovações e testes. Os critérios de cientificidade são a verificação, a
demonstração, os testes e a lógica matemática.
2.1.2.Método qualitativa: difere da abordagem quantitativa na medida em que
não emprega instrumentos estatísticos como base para a análise. Essa abordagem é
utilizada quando se busca descrever a complexidade de determinado problema não
envolvendo manipulação de variáveis ou estudos experimentais. Ela contrapõe-se à
abordagem quantitativa, uma vez que busca levar em consideração todos os
componentes de uma situação e suas interacções e influências recíprocas, numa visão
holística (p.45).
Barata, João (2001) refere que "investigação qualitativa a teoria surge a partir da
recolha, análise, descrição e interpretação dos dados" (p.43).
Barata, João (2001) refere queʺ a investigação quantitativa se orienta para a
produção de proposições generalizáveis e com validade universal decorrentes de um

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processo experimental, hipotético-dedutivo e estatisticamente comprovado, a
investigação qualitativa orienta-se por uma perspectiva hermenêutica e interpretativa
dos fenómenos educativos (Serrano, 2004) procurando, desse modo, compreender o
fenómeno educativo a partir da indução dos significados dos próprios contextos na sua
singularidade e complexidade (p.67).
Segundo Richardson (1999),refere que:
Os métodos quantitativos são criticáveis. As principais críticas são as seguintes:
 Relacionam-se a uma concepção positivista, que insiste na aplicação de
modelos das ciências naturais às ciências sociais;
 Derivam de uma redução da ciência ao campo do observável e à separação
entre fatos e contextos;
 Eles indicam uma ênfase exagerada no dado e sua “reificação” (objetização);
 Pressupõem uma ciência livre de valores. Por meio de métodos quantitativos, o
positivismo tenta eliminar avaliações políticas, morais ou ideológicas (p.65).

Richardson (1999),refere ʺque as investigações que se voltam para uma análise


qualitativa têm como objecto de estudo situações complexas ou bastante particulares
(como é o caso do objecto de estudo deste trabalho). Estudos que empregam a
metodologia qualitativa podem descrever melhor a complexidade dos problemas.
Entretanto, haverá sempre possibilidades de aporte do potencial do método quantitativo
ao método qualitativoʺ (p.67).

Apesar disso, procura-se, em investigação qualitativa, não deixar ir demasiado


longe a subjectividade desse envolvimento para não enviesar o conhecimento e a
interpretação da realidade. Assim, através do rigor e da abrangência da recolha e
análise.

3.Conceito
3.1.conhecimentos
Segundo Tartuce (2006) refere que:
O conhecimento é um processo dinâmico e inacabado, serve como referencial
para a pesquisa tanto qualitativa como quantitativa das relações sociais, como
forma de busca de conhecimentos próprios das ciências exactas e
experimentais. Portanto, o conhecimento e o saber são essenciais e
existenciais no homem, ocorre entre todos os povos, independentemente de
raça, crença, porquanto no homem o desejo de saber é inato. As

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diversificações na busca do saber e do conhecimento, segundo caracteres e
potenciais humanos, originaram contingentes teóricos e práticos diferentes a
serem destacados em níveis e espécies. O homem, em seu ato de conhecer,
conhece a realidade vivencial, porque se os fenómenos agem sobre os seus
sentidos, ele também pode agir sobre os fatos, adquirindo uma experiência
pluridimensional do universo (p.6).
Segundo Ferrari (1982) refere queʺ ciência é um conjunto de atitudes e actividades
racionais, dirigidas ao sistemático conhecimento com objecto limitado, capaz de ser
submetido à verificação” (p.93).

Desde o seu nascimento o homem interage com a natureza e os objectos ao seu


alcance, observando as relações sociais e culturais no meio em que vive. E é através
dessa observação e da sua interacção com as pessoas e os objectos que o homem
adquire conhecimento.

De acordo com Fonseca (2002) refere que:


O homem é, por natureza, um animal curioso. Desde que nasce interage com a
natureza e os objectos à sua volta, interpretando o universo a partir das referências
sociais e culturais do meio em que vive. Apropria-se do conhecimento através das
sensações, que os seres e os fenómenos lhe transmitem (p. 10).

Partindo da concepção acima, pode-se concluir que a existência do conhecimento


surge mediante a presença de dois elementos fundamentais: O sujeito cognoscente
(homem como animal curioso com faculdade de conhecer) e objecto cognoscível
objectos à sua volta que se podem conhecer.
Assim, no cômputo geral, o conhecimento é a reprodução sensível (sensações,
percepções e representações) e conceptual (conceitos, juízos, deduções, hipóteses, leis e
teorias científicas) da realidade objectiva (ou seja, que existe fora e independentemente
da consciência), natural e social, efetuada pelo cérebro humano.
Para ser mais sintético, o conhecimento pode ser encarado como sendo a
manifestação da consciência de conhecer. De acordo com Tartuce (2006, citado por
Gerhardt & Silveira, 2009) ao viver, o ser humano tem experiências progressivas, da
dor e do prazer, da fome e saciedade, do quente e do frio, entre muitas outras. É o
conhecimento que se dá pela vivência circunstancial e estrutural das propriedades
necessárias à adaptação, interpretação e assimilação do meio interior e exterior do ser.

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Dessa maneira, ocorrem, então, as relações entre sensação, percepção e
conhecimento, sendo que a percepção tem uma função mediadora entre o mundo
caótico dos sentidos e o mundo mais ou menos organizado da actividade cognitiva.
O conhecimento como forma de solução problemática, mais ou menos complexa,
ocorre em torno do fluxo e refluxo em que se dá a base da idealização, pensamento,
memorização, reflexão e criação, os quais acontecem com maior ou menor intensidade,
acompanhando parâmetros cronológicos e de consciência do reflectido e do irreflectido
3.1.1.Figura 1 – Formas de aquisição do conhecimento.

Fonte: Gerhardt, (2009.p.98).

3.1.2.Tipos de Conhecimentos
O conhecimento, dependendo da forma pela qual é representado, pode ser classificado
de popular (senso comum), teológico, mítico, filosófico e científico.
3.1.3.Conhecimento Empírico, Popular ou Senso Comum
Geralmente o conhecimento empírico, popular ou de senso comum existe desde da
antiguidade. É um conhecimento vulgar que as pessoas adquirem na vida quotidiana, ao
acaso, baseado apenas na experiência vivida ou transmitida por alguém ou passadas de
geração em geração, e que, muitas vezes, deram origem a todos os outros tipos de
conhecimento.
A descoberta da agricultura, por exemplo, foi um dos maiores ganhos para a
sobrevivência da Humanidade. O homem deve ter conhecido a agricultura por acaso,
mas a partir do momento que dominou a arte de produzir alimentos, passou a ter, pela
primeira vez, a possibilidade de deixar de viver a custa da caça e da recolecção. A época
certa de se semear e colher determinados tipos de cereais é também um exemplo de
conhecimento muito antigo, que foi passado de geração em geração.
De acordo com Marconi & Lakatos, (2008) refere que:

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Muitos camponeses, mesmo iletrados e desprovidos de outros
conhecimentos, sabem o momento certo da sementeira, a época da
colheita, a necessidade da utilização de adubos e os tipos de solos
adequados para diferentes culturas. Do mesmo modo, os pescadores
conseguem prever a vinda de uma tempestade só de observar a chegada
de certas espécies de pássaros ou comportamento do mar ou das nuvens
do céu.(p.67).
Muitos acreditam que o melhor momento para tentar engravidar é durante a lua
cheia. No que respeita a possibilidade de ter uma menina, é maior se a relação sexual
ocorrer durante a lua crescente, e de ter um menino, se a relação ocorrer na fase
minguante.
Todas essas formas de conhecimento popular, quando devidamente comprovados,
podem ser sistematizados e apropriados pela ciência. No entanto, existem certas práticas
derivadas do conhecimento popular que foram passadas de geração em geração, mas
que não possuem cunho científico- caso dos mitos ou superstições, por exemplo: As
peneiras são usas como aviões nocturnos pelos feiticeiros; A cannabis afugenta os maus
espíritos; Sexta-feira 13 é dia de azar; Em suma, acreditam em um tipo de conhecimento
não sistematizado e sem preocupação com a questão da verificabilidade, ou seja, típico
do conhecimento popular ou senso comum. Dentre as características destacamos:
 Valorativo porque é influenciado pelos estados de ânimo e emoções do
observador, que impedem uma isenção de opinião sobre o objecto estudado.
 Reflexivo porque a familiaridade com o objecto estudado não instiga à formulação
de padrões, não permitindo uma formulação geral.
 Assistemático porque baseia-se em uma organização particular (subjectiva), que
depende do sujeito.
 Verificável, porém apenas em relação ao que pode ser observado, no dia-a-dia,
dentro do âmbito do observador, ou seja, a verificabilidade é subjectiva.
 Falível porque se conforma apenas com o que se vê ou se ouviu falar, não se
preocupando em buscar a verdade.
 Inexacto, porquê a falibilidade não permite a formulação de hipóteses verificáveis
sob o ponto de vista filosófico ou científico.

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4.Conhecimento Religioso ou teológico
No passado não haviam explicações científicas para os grandes fenómenos da
natureza ou para os acontecimentos históricos. Para buscar o significado desses
fenómenos ou para justificar a sua existência as sociedades antigas baseavam-se em
histórias de origem imaginativa. Essas histórias imaginativas denominam-se mitos que
segundo a historiografia clássica, tinham como função explicar a formação da
realidade pela intervenção dos seres sobrenaturais.
O conhecimento sobre a origem do universo era notável e naquela época não
havia ainda uma ciência formalizada. Tomamos a liberdade de reproduzir nesse texto
uma das crenças sobrenaturais sobre a origem de todas as coisas:
No princípio, criou Deus os céus e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e
havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a
face das águas e disse Deus: Haja luz. E houve luz e viu Deus que era boa a
luz; e fez Deus a separação entre a luz e a trevas; e Deus chamou à luz Dia; e
as trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro. E disse Deus:
Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine
sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda
a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E criou Deus o homem
à sua imagem; à imagem de Deus o criou, macho e fêmea os criou (Bíblia
Sagrada, Géneses, 1º Cap).
Contudo, tal como atesta Santos (s/d) é importante ressaltar que mito e religião não são
a mesma coisa, embora todas as religiões tenham os mitos como origem. Enquanto na
literatura mítica a realidade e a fantasia se confundem, já no campo religioso os dogmas
revelam um conhecimento organizado do mundo (de onde viemos, qual a finalidade e
qual é o nosso destino final).
A função do conhecimento religioso é, como em qualquer tipo de conhecimento, o
de fornecer respostas para nossas perguntas. Neste caso, não são perguntas científicas,
mas perguntas relacionadas às nossas dúvidas existenciais, aos nossos anseios, destinos
e laços que nos remetem uma entidade superior.
O Conhecimento religioso ou teológica parte da certeza de que Deus criou o universo
e actua sobre ele de forma providente. Como na filosofia, este conhecimento baseia-se,
na razão lógica e na abstracção, mas está assente sobre algumas verdades
inquestionáveis chamadas dogmas. Preocupa-se em dar sentido à realidade a partir da
certeza da presença de Deus criador na sua criatura. Dentre as características destacam:

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 Valorativo porque baseia-se em doutrinas que possuem proposições
sagradas (dogmas), que emitem um juízo de valor.
 Inspiracional, porque é revelada pelo sobrenatural.
 Sistemáticos porque os dogmas revelam um conhecimento organizado
do mundo (de onde viemos, para qual finalidade e para que destino).
 Não verificável, porque não precisa, por depender da fé em um criador
divino.
 Infalíveis e exactos, porque os dogmas (revelações divinas) não podem
ser discutidos.
5.Conhecimento filosófico
O conhecimento filosófico é baseado na reflexão e na construção de conceitos ou
ideias a partir do uso do raciocínio lógico e na abstracção em busca do saber. Este tipo
de conhecimento procura desenvolver explicações a partir da razão, mas dispensa a
necessidade de verificação científica por dois motivos listados aqui: o seu objecto de
estudo são os próprios conceitos, e finalidade é apenas critica (encontrar respostas sem
necessariamente comprovar algo.
O conhecimento filosófico preocupa-se pelo porque das coisas, a sua razão de ser e
o seu sentido para o próprio homem. De acordo com Gerhardt & Silveira (2009) é o
conhecimento especulativo sobre fenómenos, gerando conceitos subjectivos, busca dar
sentido aos fenómenos gerais do universo, ultrapassando os limites formais da ciência.
Dentre as características destacam:
 Valorativa porque parte de hipóteses que não podem ser submetidas à
observação, ou seja, baseia-se na experiência, na argumentação, mas não na
experimentação.
 Racional por consistir de um conjunto de enunciados logicamente
relacionados. É sistemático pelo fato das hipóteses e enunciados buscarem uma
representação coerente e geral da realidade estudada.
 Não verificáveis porque as hipóteses filosóficas, ao contrário das científicas,
não podem ser confirmadas nem refutadas.
 Infalível e exacto porque as hipóteses filosóficas não exigem confirmação
experimental e não delimita o campo de observação, exigindo apenas coerência
e lógica, que prescindem da experimentação.

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6.Conhecimento Científico
De acordo com Júnior (1989, citado em Santos, s/d), o conhecimento científico
começa a partir do momento em que as explicações saem do campo da opinião ou
especulação e entram no mundo do método da ciência. A partir do momento em que
informações não sistematizadas e fragmentadas começam a ser justificadas por meio de
argumentos aceitáveis, o senso comum começa a evoluir em direcção à ciência.
Para Gerhardt & Silveira (2009) refere que:
A evolução de senso comum para conhecimento científico passa pela
determinação de um objecto específico de investigação e de um método
para essa investigação. Os mesmos autores consideram também que, o
conhecimento científico se dá à medida que se investiga o que se pode
fazer sobre a formulação de problemas, que exigem estudos minuciosos
para seu equacionamento (p.56).
Utiliza-se o conhecimento científico para se conseguir, por intermédio da pesquisa,
constatar variáveis. As variáveis são a presença e/ou ausência de um determinado
fenómeno inserido em dada realidade. Essa constatação se dá para que o estudioso possa
dissertar ou agir adequadamente sobre as características do fenómeno que o facto
apresenta.
Marconi e Lakatos (2008) afirmam que" o conhecimento científico é basicamente
factual (baseado em factos), mas também pode ser racional e formalizado (caso da
Lógica e da Matemática)ʺ. Segundo eles, a ciência factual distingue dois tipos de factos:
os factos naturais (que deram origem às ciências exactas, biológicas, da terra e da saúde)
e os factos sociais (que deram origem às ciências humanas, tais como a Sociologia, a
Antropologia, o Direito, a Economia, a Psicologia, a Educação, a Política etc.).
Por sua vez o Gil (2008) considera a ciência como uma forma de conhecimento que
tem por objectivo formular, mediante linguagem rigorosa e apropriada - se possível,
com auxílio da linguagem matemática -, leis que regem os fenómenos. Segundo ele,
embora sendo as mais variadas, essas leis apresentam vários pontos em comum: são
capazes de descrever séries de fenómenos; são comprováveis por meio da observação e
da experimentação; são capazes de prever - pelo menos de forma probabilística -
acontecimentos futuros.

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7.Características do conhecimento científico:
 O conhecimento científico é objectivo porque descreve a realidade
independentemente dos caprichos do pesquisador.
 É racional porque se vale sobretudo da razão, e não de sensação ou
impressões, para chegar a seus resultados.
 É sistemático porque se preocupa em construir sistemas de ideias
organizadas racionalmente e em incluir os conhecimentos parciais em
totalidades cada vez mais amplas.
 É geral porque seu interesse se dirige fundamentalmente à elaboração de
leis ou normas gerais, que explicam todos os fenómenos de certo tipo.
 É verificável porque sempre possibilita demonstrar a veracidade das
informações.
 É falível porque, ao contrário de outros sistemas de conhecimento
elaborados pelo homem, reconhece sua própria capacidade de errar.
7. Diferença entre análise textual, análise temática e análise interpretativa
O estudo de um texto académico, assim como a leitura de qualquer texto, é um
processo de diálogo com quem o escreveu, facilitado se fizermos este estudo seguindo
alguns procedimentos. Estes procedimentos podem ser esquematizados em três
dimensões: análise textual, análise temática, análise interpretativa – a partir das quais
se inicia o diálogo com o autor, propriamente dito. A partir da análise é possível
problematizar o texto e chegar a uma síntese pessoal.
7.1.Análise textual
Sua finalidade e preparar para a leitura produtiva. Tem inicio com a caracterização do
Texto e se concretiza nas seguintes actividades: a. Leitura completa e seguida do
material em estudo caracterização dos elementos básicos do texto:
 Autor: vida, obra e pensamento
 Texto: quando, para que, para quem foi escrito
 Conteúdo do texto:
 Vocabulário
 Fatos históricos, autores, teoria e doutrina citadas no texto.
7.1.1.Análise temática
Sua finalidade é compreender a mensagem do autor através da percepção do tema,

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Da argumentação utilizada e da conclusão. a. Esquema com as divisões e subdivisões do
texto identificando (introdução, desenvolvimento, conclusão):
▪ As ideias centrais dos parágrafos e das subdivisões do texto
▪ Os problemas que o autor coloca
▪ Os argumentos que utiliza
▪ As ideias centrais e as secundárias
▪ As conclusões a que chega
7.1.2.Análise interpretativa
Sua finalidade é buscar o significado do texto em relação à disciplina ou área de
conhecimento.
 Identificar os pressupostos, explícitos ou implícitos, que o autor utiliza como
fundamento de sua argumentação
 Estabelecer relações entre o conteúdo do texto e os temas discutidos na
disciplina ou no curso.
8.Citação directa, citação indirecta e citação de citação.
8.1.Conceito
As citações utilizam-se para identificar um recurso de informação no texto.
Citação directa é aquela que transcreve parte de uma obra, com as palavras do
autor. Quando usamos esse tipo de citação devemos colocar entre parênteses o
sobrenome do autor, o ano da publicação da obra e o número da página (tudo separado
por vírgulas)

Citação indirecta: é aquela que se baseia em uma obra, com as nossas palavras.
Neste caso, indicamos o sobrenome do autor e o ano da publicação da obra (o número
da página é opcional)
Citação indireta: Segundo Kessler (2003), refere que" a dança é… Se existirem
diferentes autores com o mesmo apelido e com nome próprio com a mesma letra inicial,
coloca-se por extenso o nome próprio. Paulo Simões (2016) ou (Paulo Simões, 2016)
Pedro Simões (2009) ou (Pedro Simões, 2009).
Citação de citação: é aquela que é mencionada no nosso texto, sem que
tenhamos tido acesso ao texto original. Aqui utilizamos a expressão latina apud, que
significa “citado por.

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8.2.Princípios da ética e sua importância numa investigação científica
Há várias razões pelas quais é necessário seguir as normas básicas de conduta científica
durante a pesquisa académica. A credibilidade da comunidade científica e a percepção
do público para julgar e aceitar novos resultados dependem fortemente da autenticidade
dos resultados publicados.

É especialmente importante fazer uma distinção clara entre conduta aceitável e


inaceitável, especialmente quando seres humanos ou animais estão envolvidos em um
estudo. Dada a natureza competitiva da pesquisa, tornou-se cada vez mais desafiador
para os cientistas relatar uma pesquisa única e pioneira. No entanto, a prática de
divulgar dados incorrectos e resultados científicos falsos continua a ser seguida por
alguns membros da comunidade de pesquisa.

Como resultado de diversas alterações constitucionais, vivemos em uma época a


qual aplicar a ética em qualquer pesquisa científica é extremamente imprescindível,
sendo regida por normas e resoluções. No entanto, nem sempre foi dessa maneira.

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9.Conclusão
Em jeito de desfecho do presente trabalho, conclui-se que Métodos e Técnicas como
princípio de investigação científica é o caminho que se deve seguir para levar à
formulação de uma teoria científica. É um trabalho cuidadoso, que segue um caminho
sistemático. Alguns autores fazem distinção entre "Técnica" e "métodos", mas podemos
dizer que o "método" se caracteriza por uma abordagem mais ampla, em um nível de
abstracção mais elevado, dos fenómenos da natureza e da sociedade.

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10.Bibliográfica

Quivy, Raymond (1992) Manual de Investigação em Ciências Sociais. Lisboa :


Gradiva, Balnaves, Peter (1996) Introduction to quantitative research methods-an
investigative approach. London. Sage Publications.
Ruiz, João Álvaro (2001). Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 4.
ed. São Paulo: Atlas,
Barata, João (2000). Problemática da evolução da ciência. Modelos de evolução da
ciência. [Online] 13 de Dezembro de. [Citação: 2 de Fevereiro de
http://www.prof.pt/users/baratoni/TextosPopper.htm. Metodologia do conhecimento
científico. São Paulo: Atlas,
Gerhardt, T, Engel & Silveira, (2009) Método de Pesquisa. Rio Grande do Sul: UFRGS
Páginas: pp 11-29
Gil, A. Carlos. (2008). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Editora
Atlas. Páginas: pp 01-06
Marconi, M. de Andrade; Lakatos, E. Maria (2008). Fundamentos de metodologia
Científica. 6. ed. São Paulo: Atlas; Páginas: pp 75-81
Santos, Carlos José G (s/d) Metodologia Científica in www.oficinadapesquisa.com.br,
acesso aos 15/05/22 Páginas: pp 01-15

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