Você está na página 1de 5

PSICOLOGIA E COMPROMISSO SOCIAL, QUAIS SUAS

CONTRIBUIÇÕES E LIMITES EM CONJUNTO COM A PSICOLOGIA


POSITIVA

Cintia Vila Nova de Souza Sundfeld¹


Marco Antonio Moreira²
Maria Luiza Trombelli Machado³
Nathara Prevedo Pacheco4
Rony Edson Leal⁵
Universidade Católica de Santos

RESUMO
O estudo aborda a respeito das contribuições e limites entre a Psicologia do
Compromisso Social com a Psicologia Positiva, os artigos ressaltam que vivemos na
era pós pandemia, guerras entre países e guerra política, entre outros fatores, que
levam ao adoecimento do indivíduo, pois tudo isso é anunciado diariamente pelos
meios de comunicação. Dessa forma poder-se-ia dar ênfase à Psicologia Positiva, que
é uma abordagem da psicologia que se concentra no estudo e promoção de emoções
positivas, virtudes humanas e forças pessoais. Dadas as particularidades históricas
presentes no momento atual, mais do que nunca, é necessário que a Psicologia e o
compromisso social, atuem em conjunto com a psicologia positiva, criando projetos
sociais com os recursos disponíveis e no contexto em que estiverem sendo
implementados, visando melhorar o bem-estar psicológico e social das pessoas e
comunidades. É importante o envolvimento de profissionais qualificados e considerar
as necessidades das populações-alvo e avaliar continuamente os resultados de tais
projetos.

Palavras-chave: psicologia positiva; resiliência; histórico da investigação; políticas


públicas, compromisso social.
INTRODUÇÃO
A Psicologia Positiva e a Psicologia do Compromisso Social são duas
abordagens complementares que se concentram em aspectos diferentes do bem-estar e
do desenvolvimento humano, mas que podem ser integradas para promover uma visão
mais completa da psicologia e da qualidade de vida psíquica das pessoas.
A Psicologia Positiva é uma abordagem da psicologia que se concentra no
estudo do bem-estar, das emoções positivas e do florescimento humano. Ela enfatiza o
cultivo de emoções positivas, a identificação e o uso de forças pessoais, o
desenvolvimento de relacionamentos saudáveis e o aumento da satisfação com a vida.
A Psicologia do Compromisso Social se concentra no impacto das relações
sociais e do engajamento das comunidades e da sociedade, como um todo, no bem-
estar humano. Ela examina como o compromisso social, a participação cívica e o
ativismo podem melhorar a qualidade de vida das pessoas e contribuir para o
desenvolvimento de comunidades mais saudáveis e justas.
A combinação da Psicologia Positiva e da Psicologia do Compromisso Social
pode criar uma abordagem mais completa e integrada para promover o bem-estar
individual e coletivo, bem como contribuir para o desenvolvimento de comunidades
mais saudáveis, socialmente e psiquicamente. Elas podem ser usadas em conjunto
para inspirar as pessoas a viver vidas significativas e contribuir para o bem-estar
social.

MÉTODO
A metodologia deste trabalho consiste na revisão bibliográfica de artigos
localizados na base de dados Scielo, revistas eletrônicas e livros técnicos relacionados
com o tema. Trata-se de uma pesquisa composta a partir de estudos e registros
disponíveis em pesquisas anteriores, que exploram a análise e a interpretação de
dados, ou seja, tem como objetivo avaliar os resultados de tais pesquisas.
Utilizou-se, como parâmetros, para a escolha dos artigos científicos e livros, as
palavras-chave: “psicologia positiva; resiliência; histórico da investigação; políticas
públicas, compromisso social” e procedeu-se à análise qualitativa do material
selecionado.
RESULTADOS
Os artigos selecionados ressaltam que vive-se, atualmente, num tempo pós
pandemia, de guerras entre países, de conflitos políticos, onde essa massa de
informações está sendo anunciada e transmitida, diariamente, pelos meios de
comunicação, dessa forma, torna-se muito difícil que pessoas atingidas por essas
realidades ou por essa ação da mídia, adotem uma atitude positiva nos diversos
aspectos da vida.
Uma possibilidade de se atuação seria a ênfase na Psicologia Positiva,
promovendo emoções positivas, virtudes humanas e forças e qualidades pessoais, com
o intuito de se diminuir a ação dos psicólogos no tratamento de distúrbios mentais.
Martin Seligman, psicólogo estadunidense, é frequentemente considerado o
fundador da Psicologia Positiva. O termo "Psicologia Positiva" foi cunhado por
Abraham Maslow no final da década de 1950, porém, esse campo somente começou a
ganhar destaque na virada do século XXI.
Seligman, enquanto presidente da Associação Americana de Psicologia (APA)
em 1998, deu ênfase na Psicologia Positiva como uma alternativa para a psicologia
que vinha sendo praticada desde a segunda grande guerra mundial.
A Psicologia Positiva está, em pleno processo de expansão, segundo Keyes e
Haidt (2003), essa é uma condição que permite o desenvolvimento pleno, saúdavel e
positivo dos aspectos psicológicos, biológicos e sociais dos seres humanos.
Porém, pouco se conhece sobre prevenção, pesquisadores reconhecem que as
virtudes e as forças pessoais atuam como agentes protetores e preventivos das doenças
mentais. Uma das principais pesquisas teóricas que oferece espaço para o estudo
dessas habilidades foi realizado por Ryff e Singer (2003), na qual afirmam que o
funcionamento positivo humano é mais evidente em contextos de mudanças
significativas.
Resumidamente, a Psicologia Positiva busca promover o bem-estar psicológico,
o florescimento humano e a qualidade de vida. Alguns dos temas centrais da
Psicologia Positiva incluem gratidão, otimismo, resiliência, esperança e satisfação
com a vida. Ela se baseia em pesquisas científicas para entender o que torna as
pessoas felizes e como poderiam fruir vidas significativas e plenas de realização.
Já no âmbito da Psicologia e Compromisso Social, o debate sobre esse tema
pode ser visto, antes mesmo da institucionalização da profissão, no final do século
XIX e início do século XX (Amorim, 2010; Antunes, 2012; Silva, 2015; Yamamoto,
2009, 2012).
O contexto de modernização, o crescimento urbano, os movimentos sociais, os
interesses educacionais e as mudanças sociais convergiram para a criação das
condições necessárias para a regulamentação da profissão de psicólogo no Brasil, em
1962. A necessidade crescente de profissionais qualificados para lidar com questões
mentais e emocionais na sociedade em desenvolvimento foi fundamental para esse
reconhecimento.
Mendes e Costa (2018), constatam que o maior envolvimento prático e ético-
político da Psicologia com a pobreza e demais expressões da questão social, se atrela
a uma maior vinculação da profissão com as políticas Públicas e sociais.
Dadas as particularidades históricas de nosso momento atual, mais do que
nunca, é necessária a prática da Psicologia com Compromisso Social, porém ainda
não chegou a um termo final, isto é, compromisso com o que e com quem, não apenas
um compromisso, mas um projeto ético-político de Psicologia vinculado a outros
projetos societários.

CONCLUSÃO
De modo geral, pode-se afirmar que a Psicologia Positiva junto com a
Psicologia e Compromisso Social possuem um papel relevante frente ao apoio e
aconselhamento familiar, tanto na prevenção quanto no tratamento, diminuindo as
possibilidades de os indivíduos apresentarem stress emocional, ansiedade e depressão.
A Psicologia Positiva atuando na superação de crises e adversidades, pelas quais
os indivíduos, grupos e organizações passam e com a Psicologia e Compromisso
Social, desempenham um papel crucial no compromisso sócia da psicologia, pois
ajudam a compreender, tratar, prevenir e promover o bem-estar da sociedade. Elas
fornecem as ferramentas e os conhecimentos necessários para abordagem dos
problemas sociais e melhoria da qualidade de vida das pessoas.
A integração da Psicologia Positiva com a Psicologia do Compromisso Social
pode ser altamente benéfica; fomentando o bem-estar pessoal e coletivo; promovendo
o ativismo e o voluntariado e desenvolvendo programas de bem-estar comunitário,
entre outros projetos.
REFERÊNCIAS
Amorim, K. M. O. (2010). Compromisso social do psicólogo em artigos publicados em
periódicos científicos no Brasil (Dissertação de mestrado). Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, Natal.

Conselho Federal de Psicologia. (2007). Referência técnica para atuação do(a) psicólogo(a)
no Cras/Suas. Brasília, DF: CFP.

Lopes, A. A. (2005). O compromisso social dos psicólogos brasileiros evidenciado nas


publicações da revista Psicologia Ciência e Profissão (Dissertação de mestrado).
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

Macedo, J. P., & Dimenstein, M. D. (2013). Ação política profissional dos psicólogos e a
Reforma Psiquiátrica. Estudos de Psicologia, 18(2), 297-304.

Tavares, J. (2001). A resiliência na sociedade emergente. Em Tavares J. (Org.) Resiliência e


educação, (pp. 43-75). São Paulo: Cortez.

Yamamoto, O. H. (2007). Políticas sociais, “terceiro setor” e “compromisso social”:


perspectivas e limites do trabalho do psicólogo. Psicologia & Sociedade, 19(1), 30-37.

Yunes, M. A. M. (2001) A questão triplamente controvertida da resiliência em famílias


de baixa renda. Tese de Doutorado, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São
Paulo.

Yunes, M. A. (2003). Psicologia positiva e resilência: O foco no indivíduo e na família.


Psicologia em Estudo, (especial), 75-84.

Você também pode gostar