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CONSTITUCIONAL
Direito Material
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2ª FASE OAB | CONSTITUCIONAL | 39º EXAME
SUMÁRIO
Constituição....................................................................................................................... 4
Direitos Fundamentais..................................................................................................... 35
Olá, Ceisquer! Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso para a 2ª
Fase do 39º Exame da OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas.
Além disso, recomenda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação
pertinente.
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CONSTITUIÇÃO
1. CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO
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• Constituição formal:
É aquela contida em um documento solene estabelecido pelo poder constituinte e
somente modificável por processos e formalidades especiais previstos no próprio texto
constitucional.
• Constituição histórica:
Produto da formação histórica, dos fatos sociopolíticos, que se cristalizam como normas
fundamentais da organização de determinado Estado. Deverá obrigatoriamente ser costumeira.
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• Constituições outorgadas:
São as impostas pelo governante, sem a participação popular. Exemplo: Constituições
brasileiras de 1824, 1937, 1967 e 1969.
• Constituição prolixa:
Traz matéria alheia ao Direito Constitucional propriamente dito e, ainda, preocupa-se em
regulamentar os assuntos que tratam, deixando a legislação ordinária pouco deste papel.
Exemplo: Constituição brasileira de 1988.
• Constituição flexível:
É a que pode ser livremente modificada pelo legislador segundo o mesmo processo de
elaboração das leis ordinárias.
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• Constituição semirrígida:
É a que contém uma parte rígida e uma flexível.
4. PODER CONSTITUINTE
4.1. Conceito
Poder constituinte é a máxima expressão da soberania popular - elemento fundamental
para a criação de um Estado”. Só é exercitado em situações muito especiais e pode ser
considerado como o poder de elaborar ou atualizar a Constituição mediante a criação ou o
acréscimo, a supressão ou ainda a modificação de normas constitucionais.
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4.2. Titularidade
A titularidade do poder constituinte pertence ao povo, que exerce essa prerrogativa por
meio de seus representantes eleitos em um processo democrático e participativo. É por meio do
poder constituinte que a sociedade expressa sua vontade política e estabelece os limites e as
regras que regerão o Estado e a convivência social.
• Formas de expressão:
→ Outorga: caracterizada pela expressão unilateral do agente revolucionário;
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Importante!
O Brasil não admite declaração de
inconstitucionalidade de normas constituições
originárias, justamente por serem fruto do
poder constituinte originário.
• Subdivisão:
→ Poder constituinte derivado reformador:
Tem em capacidade de modificar a Constituição, por meio de um procedimento
específico; tem natureza jurídica, delimitado juridicamente; suas manifestações aparecem
em forma de emendas constitucionais (art. 59, I e art. 60); o poder de reforma por meio de
emendas pode, em geral, se manifestar a qualquer tempo, sofrendo limites materiais,
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Importante!
Pelo fato de as emendas constitucionais
decorrem da atuação do poder constituinte
derivado, as emendas encontram limitações
formais e materiais, portanto, emendas
constitucionais podem ser declaradas
inconstitucionais.
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• Recepção:
É o fenômeno pelo qual se recepciona toda a Legislação infraconstitucional anterior à
Constituição que for materialmente compatível com a ordem constitucional. O Brasil adota a
recepção material, sendo assim, não importando a forma, a espécie normativa da norma, mas
sim seu conteúdo:
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Nesse contexto, a questão central consiste em saber quando o advento de um novo Texto
Constitucional acarreta a revogação de uma norma infraconstitucional anterior. Em
resposta, cumpre ter em vista que a nova ordem constitucional inaugurada sempre
recebe a normatividade infraconstitucional que lhe é perfeitamente compatível,
ainda que tal acolhimento possa ocorrer a partir de uma nova “roupagem normativa”,
originando, pois, o fenômeno da recepção, segundo o qual a legislação
infraconstitucional produzida antes da instalação de uma nova Constituição será
considerada acolhida pelo novel Texto Magno, continuando, por princípio de economia
e segurança legislativa, a viger no âmbito próprio de sua atuação ordinária (REIS,
2020, p. 21)
• Desconstitucionalização:
Ocorreria quando a nova ordem constitucional receberia a ordem anterior, mas dando-lhe
status de norma infraconstitucional. Não é admitida no direito brasileiro. Admite-se, como
excepcionalidade, receber parte de Constituição anterior, se a nova o fizer de forma expressa,
tal como ocorreu em relação ao art. 34 dos ADCT.
6. ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO
• Preâmbulo:
O preâmbulo da Constituição é uma introdução solene que apresenta o contexto histórico,
político e social em que ela foi elaborada, bem como os valores, princípios e objetivos que
norteiam o texto constitucional. É uma espécie de declaração de intenções e de compromissos
dos constituintes em relação à sociedade e ao Estado que estão criando. O preâmbulo tem um
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importante valor simbólico e político, pois reforça os ideais e os compromissos dos constituintes
em relação à construção de um Estado Democrático de Direito.
Eis o texto do preâmbulo da Constituição Federal de 1988:
Contudo, é importante referir que ele não possui força normativa, segundo entendimento
do STF, na ADI 2076:
“O preâmbulo (...) não se situa no âmbito do Direito, mas no domínio da política, refletindo
posição ideológica do constituinte. É claro que uma Constituição que consagra princípios
democráticos, liberais, não poderia conter preâmbulo que proclamasse princípios diversos.
Não contém o preâmbulo, portanto, relevância jurídica. O preâmbulo não constitui norma
central da Constituição, de reprodução obrigatória na Constituição do Estado-membro. O
que acontece é que o preâmbulo contém, de regra, proclamação ou exortação no sentido
dos princípios inscritos na Carta: princípio do Estado Democrático de Direito, princípio
republicano, princípio dos direitos e garantias, etc. Esses princípios, sim, inscritos na
Constituição, constituem normas centrais de reprodução obrigatória, ou que não pode a
Constituição do Estado-membro dispor de forma contrária, dado que, reproduzidos, ou
não, na Constituição estadual, incidirão na ordem local.”, ADI 2.076, julgamento em 15-8-
2002, Plenário, DJ de 8-8-2003.)
• Corpo constitucional:
Formado pelos 250 artigos da Constituição Federal, traz as regras e princípios
norteadores da organização do Estado e dos Poderes, os direitos e garantias fundamentais. Vale
lembrar que tanto as regras quanto os princípios implícitos e explícitos possuem força normativa
e vinculam todos os poderes públicos a sua concretização.
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ADCT têm a mesma hierarquia e força normativa que os demais dispositivos constitucionais
permanentes. Alguns deles já esgotaram seu prazo ou já cumpriram a situação que buscavam
regular, e outros ainda possuem vigência.
Princípios têm caráter deontológico, ou seja, estão no campo do dever ser, possuindo
força normativa. Apesar de sua maior abstração no âmbito da interpretação e aplicação, são
também são diretamente aplicáveis (ÁVILA, 2013). O Brasil adota a ideia da força normativa das
normas Constitucionais, ou seja, todas as normas gozam de alguma eficácia constitucional,
incluindo-se, aí, os princípios.
É importante lembrarmos que a Constituição não é formada apenas por regras jurídicas,
mas também por princípios. Os princípios por mais que tenham um conteúdo mais aberto e até
mesmo mais abstrato possuem igualmente força normativa, tendo sua aplicabilidade também
direta, apara além de servir de estrutura e interpretação para as demais regras jurídicas.
Art. 1o A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
como fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
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V – o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
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Art. 4º da CF: A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais
pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica,
política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma
comunidade latino-americana de nações.
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Atenção!
As normas definidoras de direitos e
garantias fundamentais têm aplicação
direta e imediata. Art. 5, §1º da CF/88.
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As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais, de acordo com o art. 5º, §
1, da CF/88, têm aplicação imediata. Assim, podemos concluir que as normas de eficácia plena
e contida possuem a referida aplicabilidade imediata, não acontecendo o mesmo com as normas
de eficácia limitada, que, normalmente, precisam de lei integrativa infraconstitucional para
produzir integralmente aos seus efeitos.
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1. DIREITOS FUNDAMENTAIS
Direitos fundamentais, no Brasil, são o conjunto de direitos eleitos pela sociedade como
uma espécie de núcleo essencial, designando gênero, isto é: abarca diferentes espécies de
direitos constitucionalmente positivados em um dado Estado em um dado momento histórico.
Logo, no Brasil, tanto de um ponto de vista técnico-jurídico quanto de um ponto de vista
dogmático-jurídico é a expressão "direitos fundamentais" que deve ser utilizada.
Esses direitos são “fundamentais” pelo seu “grau de importância”, ou, mais
concretamente: pelo fato de estarem positivados ou serem deduzíveis da norma jurídica de maior
hierarquia: a Constituição. Na Constituição Federal os Direitos e Garantias fundamentais são de
5 espécies e estão organizados e distribuídos no “Título II” da CF:
DOS DIREITOS E
DOS DIREITOS DIREITOS DE
DEVERES
SOCIAIS (Art. 6º ao NACIONALIDADE
INDIVIDUAIS E
Art. 11); (Art. 12 e 13);
COLETIVOS (Art. 5º);
DOS DIREITOS
DOS PARTIDOS
POLÍTICOS (Art. 14
POLÍTICOS (Art. 17).
ao Art. 16);
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Os direitos humanos e fundamentais não nascem todos juntos, eles foram conquistados
em cada período histórico, a partir da luta pelo seu reconhecimento. Podemos, assim, dividir
entre distintos períodos:
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STF (RTJ 164/158) "Enquanto os direitos de primeira geração (direitos civis e políticos) -
que compreendem as liberdades clássicas, negativas ou formais - realçam o princípio da
liberdade e os direitos de segunda geração (direitos econômicos, sociais e culturais) - que
se identificam com as liberdades positivas, reais ou concretas - acentuam o princípio da
igualdade, os direitos de terceira geração, que materializam poderes de titularidade
coletiva atribuídos genericamente a todas as formações sociais, consagram o princípio da
solidariedade e constituem um momento importante no processo de desenvolvimento,
expansão e reconhecimento dos direitos humanos, caracterizados, enquanto valores
fundamentais indisponíveis, pela nota de uma essencial inexauribilidade."
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Direito ao desenvolvimento;
Direito à paz
Direito de comunicação
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• Dimensão objetiva:
Nessa perspectiva, os direitos fundamentais devem ser enxergados como valores,
princípios, regras que norteiam a aplicação do ordenamento jurídico. Implica em deveres de
proteção, promoção e realização desses direitos por parte do Estado, como a criação de políticas
públicas que garantem a igualdade, a liberdade e a dignidade humana. Além disso, ela também
impõe limites ao poder estatal, impedindo que o Estado viole os direitos fundamentais dos
cidadãos. Nas palavras de Sarlet (2004, p. 153):
Desde já, percebe-se que, com o reconhecimento de uma perspectiva objetiva dos direitos
fundamentais, não está se fazendo referência ao fato de que qualquer posição jurídica
subjetiva pressupõe, necessariamente, um preceito de direito objetivo que a preveja.
Assim, podemos partir da premissa de que ao versarmos sobre uma perspectiva dos
direitos fundamentais não estamos considerando esta no sentido de um mero “reverso da
medalhe” da perspectiva subjetiva. A faceta objetiva dos direitos fundamentais, significa,
isto sim, que às normas que preveem direitos subjetivos é outorgada função autônoma,
que transcende esta perspectiva subjetiva, e que, além disso, desemboca no
reconhecimento de conteúdos normativos e, portanto, de funções distintas aos direitos
fundamentais.
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O Estado não pode ser titular de direitos fundamentais" (vez que os direitos fundamentais
são oponíveis exatamente contra o Estado) STF (RTJ 170/650) - Estado-membro não
pode ser titular de direitos fundamentais STF (RTJ 150/485) - Servidor público (logo: a
pessoa física agente público e investido de certas competências) goza contra o Estado do
direito a um devido processo legal.
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Eficácia Horizontal:
Eficácia Vertical:
Proteção do particular
Proteção do particular
em face de outro
em face do Estado.
particular.
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nos estados democráticos, mas direitos fundamentais não são absolutos, poderão sofrer
relativizações face ao direito fundamental de outrem.
• Limitações internas:
Dizem respeito ao próprio direito, por assim dizer, nascem juntamente com o próprio
direito. Entre muitos os exemplos a serem arrolados, pode-se citar o art. 5º, XI, XII e XIII, da
Constituição Federal, que trata dos casos em que se restringe/limita direitos como a
inviolabilidade do domicílio, o sigilo de correspondência, o livre exercício do trabalho (mediante
a imposição de certas exceções ao exercício ilimitado destes determinados direitos).
ATENÇÃO!
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• Limitações externas:
Restrições de ordem externa, ou seja, espécies de “limitações” práticas que serão
analisadas nos casos em concreto, pois a redução deste conteúdo de direito fundamental se
realiza por força de algo que lhe é exterior ao seu próprio conteúdo. Situações fáticas as quais
poderão exigir certas restrições (ÁVILA, 2013).
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→ Estado de sítio
Medidas passíveis de adoção (art. 137, I, da CF):
I - Obrigação de permanência em localidade determinada;
II - Detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes
comuns;
III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das
comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão
e televisão, na forma da lei (excluída a difusão de pronunciamentos de
parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela
respectiva Mesa – art. 139, § único, da CF);
IV - Suspensão da liberdade de reunião;
V - Busca e apreensão em domicílio;
VI - Intervenção nas empresas de serviços públicos;
VII - Requisição de bens
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Art. 5°, § 2°, CF 1988 diz que "Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte".
Como se vê, a Constituição, em seu art. 5°, §2°, institui um sistema constitucional aberto
- não excluindo outros decorrentes dos tratados internacionais em matéria de direitos humanos.
O catálogo dos direitos elencados no art. 5º é exemplificativo, não é taxativo, exaustivo, pois
encontra-se direitos fundamentais esparsos na Constituição
Art. 5º, § 3º da CF: "Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”. Ou seja, após
a EC/45 de 2004, os tratados internacionais aprovados com a votação acima, equiparam-se às
normas de direitos fundamentais, justamente por ser considerados o nível de uma emenda
constitucional.
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DIREITOS FUNDAMENTAIS
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Presente também no art. 5º, XLIX e na Súmula Vinculante 11 do STF, que se referem,
respectivamente, ao direito à integridade física e moral dos presos e a excepcionalidade do uso
de algemas. Quanto a tortura, atenção ao tratamento internacional (agente estatal) x
constitucional da tortura (Lei nº 9.455/97).
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A igualdade material é explorada pela própria constituição, no art. 5º, L; LI; art. 7º, XVIII e
XIX; no serviço militar obrigatório, nas idades e nos períodos de contribuição para a
aposentadoria.
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→ Prouni:
Dentro da ideia de política de cotas, o Governo Federal, através da MP nª 213/2004,
instituiu o PROUNI — Programa Universidade para Todos, que foi regulamentado pelo
Decreto nº 5.493/2005. A Medida Provisória nº 213 foi objeto das ADIs 3.314 e 3.379,
apensadas à ADI 3.330, e, posteriormente, convertida na Lei nº 11.096/2005. O art. 1.º da
Lei, ao instituir o PROUNI, dispõe tratar-se de programa destinado à concessão de bolsas
de estudo integrais e parciais de 50% ou de 25% para estudantes de cursos de graduação
e sequenciais de formação específica, em instituições privadas de ensino superior, com
ou sem fins lucrativos.
Por maioria de votos, o STF, em 03.05.2012, julgou constitucional o PROUNI, como
importante fator de inserção social e cumprimento do art. 205 da CF/88, que estatui ser a
educação direito de todos e dever do Estado e da família.
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liberdade de
liberdade de
manifestação
comunicação
do liberdade de liberdade de liberdade de
e de
pensamento expressão ensino e expressão
informação
(incluindo a artística; pesquisa; religiosa.
(liberdade de
liberdade de
“imprensa”);
opinião)
• Liberdade de expressão:
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
Ingo Sarlet (2021) afirma que a regra contida no referido art. 5.º, IV, estabelece uma
espécie de “cláusula geral” que, em conjunto com outros dispositivos, asseguram a liberdade de
expressão nas suas diversas manifestações.
Quanto à vedação do anonimato, nestes termos, refere-se à manifestação do pensamento
entre locutores presentes, como de uma pessoa a outra (conversa, diálogo) ou de uma pessoa
para com as outras (palestras, conferências, discursos).
Precedente do STF no assunto:
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• Direito de resposta:
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem;
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disposto no art. 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que
possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.
§ 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e
terapias estará sujeita a restrições legais, nos termos do inciso II do parágrafo anterior, e
conterá, sempre que necessário, advertência sobre os malefícios decorrentes de seu uso.
§ 5º Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de
monopólio ou oligopólio.
§ 6º A publicação de veículo impresso de comunicação independe de licença de
autoridade.
• Direito à informação:
XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo
da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de
seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado
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e para o combate à corrupção, uma vez que permite que a população tenha acesso às
informações necessárias para fiscalizar a atuação dos poderes públicos e privados.
→ Direito de se informar:
É uma limitação estatal em frente à esfera individual, que permite ao sujeito
pesquisar, buscar informações de seu interesse, salvo art. 5° XXXIII, da CF (matérias
sigilosas) e art. 5º, XIV, da CF (profissionais de informação quanto ao sigilo das fontes).
Observação: em se tratando de informação relativa ao próprio sujeito quanto a
informações em cadastros públicos, banco de dados ou outra de caráter público, a CF em
seu art. 5º, LXXII, a garantia do remédio constitucional do habeas data.
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Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, com o fim de garantir o acesso a informações previsto no
inciso XXXIII do art. 5º , no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição
Federal.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei:
I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos Poderes Executivo,
Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Judiciário e do Ministério Público;
II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de
economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios.
Art. 2o Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às entidades privadas sem
fins lucrativos que recebam, para realização de ações de interesse público, recursos
públicos diretamente do orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão,
termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumentos congêneres.
Art. 24 A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, observado o seu teor e
em razão de sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser
classificada como ultrassecreta, secreta ou reservada.
§ 1o Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, conforme a classificação
prevista no caput, vigoram a partir da data de sua produção e são os seguintes:
I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos;
II - secreta: 15 (quinze) anos; e
III - reservada: 5 (cinco) anos.
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forma colegiada, por intermédio de seus órgãos, não afasta, tampouco restringe, os
direitos inerentes ao parlamentar como indivíduo. RE 865401/MG, rel. Min. Dias Toffoli,
julgamento em 25.4.2018. (RE-865401) (Informativo 899).
Esse direito garante que as pessoas possam se reunir pacificamente, sem armas, em
locais públicos ou privados, desde que não prejudiquem a ordem pública. A importância desse
direito é inegável, pois a reunião pacífica é uma forma legítima de expressão da opinião pública
e uma forma de participação política, além de ser um meio efetivo de pressionar as autoridades
para que atuem em prol dos interesses da população. É por isso que a liberdade de reunião é
um dos pilares da democracia, permitindo que as pessoas se organizem e se mobilizem em prol
de suas causas, sem medo de retaliações ou censuras. Além disso, a garantia da liberdade de
reunião é um indicador de que o Estado Democrático de Direito está consolidado e respeito os
direitos e garantias fundamentais previstos da Constituição.
Este é um direito, notadamente marcado pelo repúdio ao regime militar, anos de repressão
a direitos, especialmente, liberdades. O foco principal é a garantia da manifestação coletiva do
pensamento.
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• Liberdade de associação:
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de
caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de Cooperativas
independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu
funcionamento;
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Vale tanto para associações como para cooperativas. O art. 5º, XIX, da CF/88 trata do
encerramento e suspensão das atividades das associações:
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O Brasil é um Estado laico, que se define por ser um “estado separado da religião”, isto é,
que não possui uma religião oficial. A opção por laicidade do vem desde a Constituição de 1891,
e no texto da Constituição de 1988 está expresso no seguinte dispositivo:
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou
aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;
José Afonso da Silva (2002, p. 240) explica que: “na liberdade de crença entra a liberdade
de escolha da religião, a liberdade de aderir a qualquer seita religiosa, a liberdade (ou o direito)
de mudar de religião, mas também compreende a liberdade de não aderir a religião alguma,
assim como a liberdade de descrença, a liberdade de ser ateu e de exprimir o agnosticismo”.
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• Escusa de consciência:
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação
alternativa, fixada em lei;
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Aquele que alegar afronta a convicção religiosa para não prestar serviço militar receberá
uma prestação alternativa - em caso de não cumprimento tem como punição a perda dos direitos
políticos, conforme art. 15, IV.
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• Liberdade de locomoção:
Esse direito garante que todos os indivíduos possam se deslocar livremente pelo território
nacional, sem sofrer restrições arbitrárias ou abusivas por parte do Estado. Além disso, a
liberdade de locomoção é fundamental para o exercício de outros direitos, tais como o direito ao
trabalho, à educação, à saúde, à cultura, entre outros.
No entanto, a Constituição também prevê que essa liberdade pode ser restrita em casos
específicos, a exemplo da prisão em flagrante delito ou em decorrência de sentença criminal
transitada em julgado. Nesses casos, a restrição deve ocorrer de forma fundamentada e com
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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→ Dispositivos relacionados:
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair
com seus bens;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à
pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de
advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão
ou por seu interrogatório policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade
judiciária;
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
E-book de Direito Material
• Liberdade laboral:
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas
as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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• Conceito e conteúdo:
A Constituição declara invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas (art. 5o, X); portanto, erigiu, expressamente, esses valores humanos à condição de
direito individual, considerando-os direitos conexos ao da vida.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Obs.: A privacidade está relacionada com a vida privada em sentido amplo e, portanto,
com todas as relações pessoais, tanto aquelas de caráter íntimo como aquelas de cunho
profissional, comercial, entre outras. Assim, outros direitos fundamentais funcionam como
garantias do direito à privacidade:
→ a inviolabilidade do sigilo de correspondência;
→ a inviolabilidade do lar e local de trabalho;
→ a proteção dos dados pessoais.
• Conceito de dia:
Das 6h às 18h.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer
para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
Engloba a proteção de todo o tipo de comunicação, reservado o seu direito de não ser
violado, com exceção de determinação judicial.
• Âmbito de proteção:
Engloba a proteção de todo tipo de comunicação, reservado o seu direito de não ser
violado, com exceção de determinação judicial. Ex.: telefônico; telégrafos (entende-se o e-mail
por analogia); dados; correspondência.
→ Prazo:
O prazo legal é de 15 dias – prorrogáveis por mais 15 dias (art. 5o da Lei no
9.296/1996). Em casos extraordinários, a jurisprudência tem entendido e admitido a
extensão do prazo.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, inclusive nos meios digitais,
por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado, com o objetivo de
proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento
da personalidade da pessoa natural.
Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta Lei são de interesse nacional e devem
ser observadas pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como fundamentos:
I - o respeito à privacidade;
II - a autodeterminação informativa;
III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação e de opinião;
IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem;
V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação;
VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; e
VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personalidade, a dignidade e o
exercício da cidadania pelas pessoas naturais.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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A amplitude e a forma como a Lei organiza como deve se dar o tratamento dos dados,
trabalha criteriosamente a distinção que deve se dar ao tratamento de dados “sensíveis”, deveres
dos responsáveis pelo armazenamento dos dados e sua correta forma de manuseio,
transparência no trato do dado, a exemplo das informações relativas ao compartilhamento,
direitos dos titulares dos dados, responsabilizações e sanções, bem como, inova ao criar a
chamada Autoridade Nacional de Proteção de Dados.
Sua intencionalidade é abrangente, conforme anuncia em seu art. 1º, com intuito de
proteger a liberdade e privacidade, garantido o desenvolvimento da personalidade humana em
condições de respeito à dignidade. Sua abrangência é, portanto, de regular todo: (..) o tratamento
de dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurídica de
direito público ou privado (...)”. Dessa forma, pode afirmar que a legislação é clara e contundente
ao afirmar que todos os dados pessoais tratados por pessoas jurídicas de direito público e
privado, coletados no Brasil e que seus titulares estejam em território nacional, estendendo-se
aqueles que tenham oferta de produtos no território nacional, estão albergados pela Lei. A
contrário sensu, não se aplica o disposto na Lei, aos dados realizados por pessoa natural para
fins exclusivamente particulares e não econômicos ou com a finalidade jornalísticas e artísticas
ou acadêmicas. Também aqueles dados segurança pública, defesa nacional, segurança do
Estado ou atividades de investigação e repressão de infrações penais.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Art. 185 da CF: São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário
não possua outra;
II - a propriedade produtiva.
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará
normas para o cumprimento dos requisitos relativos a sua função social.
Art. 186 da CF: A função social é cumprida quando a propriedade rural atende,
simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos
seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio
ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
→ Desapropriação:
É a perda da propriedade privada para o Estado. A constituição prevê as formas de
desapropriação:
Necessidade, utilidade e interesse social: Art. 5º, inciso XXIV, da CF:
a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade
ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia
indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
Constituição;
Interesse social para fins de reforma agrária: Ocorre apenas nas
médias e grandes propriedades improdutivas, sendo que a Indenização
é em títulos da dívida agrária resgatáveis em 20 anos, excetuando-se a
indenização pelas benfeitorias úteis e necessárias que serão
indenizáveis de forma prévia e em dinheiro.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
E-book de Direito Material
Art. 184 da CF: Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma
agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa
indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real,
resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja
utilização será definida em lei.
§ 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.
§ 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária,
autoriza a União a propor a ação de desapropriação.
§ 3º Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito
sumário, para o processo judicial de desapropriação.
§ 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como
o montante de recursos para atender ao programa de reforma agrária no exercício.
§ 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de
transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.
Art. 182 da CF: A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público
municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais
de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de
expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências
fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no
plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado,
subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena,
sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão
previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em
parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros
legais.
→ Expropriação:
É a perda da propriedade para o Estado sem qualquer indenização ao proprietário
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Art. 243 da CF: As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem
localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo
na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de
habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras
sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º. Parágrafo
único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado
e reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Além da previsão no rol do art. 5º, há outras menções ao direito do consumidor no texto
constitucional:
Art. 24: “Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre: (...) VIII — responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico”.
Art. 129: “São funções institucionais do Ministério Público: (...) III — promover o inquérito
civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente
e de outros interesses difusos e coletivos”.
Art. 150, § 5.º: “A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos
acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços”.
Art. 170: “A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre-
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça
social, observados os seguintes princípios: (...) V — defesa do consumidor”.
Art. 48 (ADCT): “O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da
Constituição, elaborará código de defesa do consumidor”.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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1. GARANTIAS CONSTITUCIONAIS
O Título II da CRFB/1988 refere-se aos direitos e garantias fundamentais motivo pelo qual,
é preciso ter em mente a diferenciação de direitos de garantias, para melhor compreensão do
sentido e das obrigações expressas pelo legislador constituinte nesse título. Por sua vez, Miranda
(1998, p. 88-89) esclarece a diferenciação entre direitos e garantias:
Art. 5º da CF:
(...)
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei,
assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática
da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo
evitá-los, se omitirem;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar
o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza
do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus
filhos durante o período de amamentação;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum,
praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas
hipóteses previstas em lei;
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no
prazo legal;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da
intimidade ou o interesse social o exigirem;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada
de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Art. 5º, inciso II, da CF: “Ninguém pode ser compelido a fazer ou deixar de fazer alguma
coisa senão em virtude de lei”. Ou seja: os comandos de proibição (deixar de fazer) ou de
obrigação (fazer) só podem ser veiculados por meio de uma lei, na falta desta, está
permitido. Excluem-se por exemplo desta noção: a tradição e o costume.
Além da previsão legal é necessária que a lei me obrigue a algo e para isso, necessita: a)
aspecto formal: regular procedimento (iniciativa, aprovação, promulgação, sanção, publicação,
vigência); b) adequado conteúdo (ser constitucional); c) ideia do devido processo legal.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Exemplo: art. 62, parágrafo 1º, I; art. 68, parágrafo 1º, art. 167, parágrafo 3º, ambos da
CF. "O princípio constitucional da reserva de lei formal traduz limitação ao exercício das
atividades administrativas e jurisdicionais do Estado”.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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As provas obtidas por meios ilícitos contaminam as que são exclusivamente delas
decorrentes; tornam-se inadmissíveis no processo e não podem ensejar a investigação criminal
e, com mais razão, a denúncia, a instrução e o julgamento (CF, art. 5º, LVI, da CF), ainda que
tenha restado sobejamente comprovado, por meio delas, a autoria e materialidade dos fatos.
Ação penal. Prova. Gravação ambiental. Realização por um dos interlocutores sem
conhecimento do outro. Validade. Jurisprudência reafirmada. Repercussão geral
reconhecida. Aplicação do art. 543-B, § 3º, do CPC. É lícita a prova consistente em
gravação ambiental realizada por um dos interlocutores sem o conhecimento do outro. (RE
583.937 QO-RG, rel. min. Cezar Peluso, j. 19-11-2009, P, DJE de 18-12-2009, Tema 237).
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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2. DIREITOS SOCIAIS
A doutrina, quanto à positivação dos direitos sociais na CF/88, tem sido, de certa forma,
quase unânime no reconhecimento dos direitos sociais como direitos fundamentais,
especialmente, em se considerando a topografia desses direitos no bojo da CF/88, bem como
tem sido no campo doutrinário o reconhecimento da tese da indivisibilidade dos direitos
fundamentais, que, por sua vez, leva a considerar os direitos sociais como extensão dos direitos
de liberdade ou como uma nova categoria de direitos que carregam as mesmas características
ou fundamentos dos direitos fundamentais de 1ª dimensão.
Apesar dos direitos sociais serem classificados como direitos fundamentalmente voltados
à coletividade, ao menos atualmente, não há razões suficientes que sustentem o argumento que
os mesmos não são sindicalizáveis via individual. Entende-se que se trata de diferentes espécies
de direitos subjetivos. Mais ainda, a tese da indivisibilidade, da unicidade desses conteúdos e,
em se considerando a tratativa da positivação constitucional dos mesmos, não resta dúvida que
são direitos que impõem ao poder público o dever de executar programas para sua realização
coletiva, mas que em face de seu conteúdo, torna-se impossível retirar-lhe sindicabilidade
individual. Portanto, serão também direitos subjetivos dispostos aos cidadãos. Para além,
acredita-se que, materialmente, não se pode cogitar a possibilidade de direitos como, por
exemplo, saúde e educação, ficarem à mercê da atuação do Legislador ou do administrador,
tanto pela sua estreita vinculação com conteúdo como dignidade e vida, bem como ante a própria
preocupação com a força normativa da Constituição, que revela um dever com a efetividade e a
vinculação dos Poderes aos seus conteúdos.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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→ Mínimo existencial:
O mínimo existencial está estritamente relacionado à dignidade da pessoa humana,
pois é o princípio fundante tanto dos direitos de defesa quanto dos direitos à prestação e
porque se abre para o jogo de ponderações com os demais princípios constitucionais, com
uma grande função hermenêutica, um grupo menor e mais preciso de direitos sociais
formado pelos bens e utilidades básicas imprescindíveis a uma vida humana digna. Na
formulação e execução das políticas, o “mínimo existencial” deve nortear o
estabelecimento das metas prioritárias do orçamento.
→ Políticas Públicas:
A política pública é um instrumento de promoção de direitos disposto à
Administração, ao Legislativo e à própria sociedade para construir diretrizes, metas,
objetivos para obtenção de um resultado voltado ao social/coletivo que se protrai em um
espaço de tempo.
→ Justiça distributiva:
Justiça distributiva é um conceito da filosofia política que se refere ao princípio de
que os bens e recursos de uma sociedade devem ser distribuídos de forma justa e
equitativa entre seus membros. Esse princípio parte da premissa de que todos os
indivíduos têm direito a uma distribuição justa dos bens e recursos da sociedade, como a
riqueza, o poder, a educação, a saúde, entre outros. Isso implica que as oportunidades e
as cargas da vida social devem ser distribuídas de forma igualitária, considerando as
necessidades e capacidades de cada um. A justiça distributiva pode ser alcançada por
meio de políticas públicas que busquem reduzir as desigualdades sociais e garantir o
acesso igualitário aos bens e serviços essenciais.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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→ Art. 6º da CF: apresenta o rol dos direitos sociais, sendo muitos deles, igualmente tratados
no âmbito do Título VIII da Constituição Federal que trata sobre a ordem social. É o caso,
por exemplo, do direito à saúde e à educação.
→ Art. 7º da CF: apresenta direitos individuais do trabalho
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem
à melhoria de sua condição social:
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa,
nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre
outros direitos;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a
suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação,
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua
vinculação para qualquer fim;
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo
coletivo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem
remuneração variável;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da
aposentadoria;
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,
excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos
termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e
quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada,
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, salvo negociação coletiva;
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
E-book de Direito Material
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição:
II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:
b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades
inadiáveis da comunidade.
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos
públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e
deliberação.
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante
destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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DIREITOS DE NACIONALIDADE
1. BRASILEIRO NATO
O Brasil adotou como primeiro critério para firmar nacionalidade o local onde a pessoa
nasceu – ius solis – CF/88 artigo 12, I, da CF – hipóteses taxativas para adquirir nacionalidade
brasileira.
• Requisitos:
Nascer em território brasileiro. Se os pais estrangeiros estiverem a serviço do país de
origem, em princípio, o indivíduo que nascer no Brasil não será brasileiro nato. Neste caso, para
saber sua nacionalidade deveremos analisar as peculiaridades de cada situação
A Constituição também adotou um segundo critério, o sanguíneo, para conferir
nacionalidade brasileira para filhos nascidos no estrangeiro de pai OU mãe brasileiros E
quaisquer dos pais esteja a serviço do Brasil.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Atenção!
A expressão “serviço do Brasil” há de ser
entendida não só como atividade diplomática,
mas também como qualquer função
associada às atividades do Poder Público
(três esferas) bem como suas autarquias.
Outro critério sanguíneo adotado pelo texto da CF/88 refere-se aos casos em que os pais,
quaisquer deles brasileiros, não estão a serviço o Brasil (estão viajando de férias, por exemplo)
e o filho nasce no estrangeiro.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Art. 65. Será concedida a naturalização ordinária àquele que preencher as seguintes
condições:
I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira;
II - ter residência em território nacional, pelo prazo mínimo de 4 (quatro) anos;
III - comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando; e
IV - não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos termos da lei.
Atenção!
A naturalização extraordinária é intransferível,
isto é, sua concessão não importa na aquisição
da nacionalidade brasileira pelo cônjuge e
filhos do naturalizado nem autoriza estes a
entrar ou radicar-se no Brasil, sem que
satisfaçam as exigências legais.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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→ Extradição
Art. 5º, LI, da CF: “Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em
caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento
em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei”;
Critérios:
− Crime cometido no estrangeiro e deve ser requerido pelo Estado Estrangeiro;
− Brasileiro nato jamais será extraditado;
− O naturalizado será extraditado em 2 (duas) situações:
a) Crime comum: apenas se cometido antes da naturalização;
b) Tráfico de Entorpecentes: em qualquer tempo, desde que reste
comprovado seu envolvimento no tráfico de drogas.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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→ Conselho da República
Art. 89 da CF: VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco
anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo
Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três
anos, vedada a recondução.
• Perda da nacionalidade:
Art. 12, § 4º - § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de fraude
relacionada ao processo de naturalização ou de atentado contra a ordem constitucional e o
Estado Democrático; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 131, de 2023)
II - fizer pedido expresso de perda da nacionalidade brasileira perante autoridade brasileira
competente, ressalvadas situações que acarretem apatridia (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 131, de 2023)
a) revogada; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 131, de 2023)
b) revogada. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 131, de 2023)
→ Observação:
Brasileiro nato também pode perder a nacionalidade! Quando? Aquisição de outra
nacionalidade: atinge tanto o brasileiro nato quanto o naturalizado. Poderá se concretizar
por decreto presidencial, mediante procedimento administrativo, quando se tratar de
reconhecimento de nacionalidade originária (primária); Quando brasileiro for obrigado a
se naturalizar por força de norma impositiva estrangeira a fim de continuar residindo no
Estado em questão ou para o exercício de direitos civis (por exemplo, herança).
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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ATENÇÃO
Emenda Constitucional nº 131. Altera o art. 12 da Constituição Federal
para suprimir a perda da nacionalidade brasileira em razão da mera aquisição
de outra nacionalidade, incluir a exceção para situações de apatridia e
acrescentar a possibilidade de a pessoa requerer a perda da própria
nacionalidade.
3. SÍMBOLOS NACIONAIS:
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Os direitos políticos são instrumentos pelos quais a Constituição Federal consegue garantir
o exercício da soberania popular, pois através deles a CF atribui poderes aos cidadãos para
atuarem na esfera pública de forma direta ou indireta.
Quanto ao Regime Democrático no Brasil temos:
→ Democracia Direta: sem representantes o povo exerce o poder sem
intermediários;
→ Democracia Representativa: o povo de forma soberana elege seus
representantes, outorgando poderes para que os representantes em nome do povo
governem o país;
→ Democracia Semidireta ou Participativa: Sistema Híbrido: mistura
características do Sistema da Democracia Direta e da Democracia Representativa.
A CF/88 prevê a democracia semidireta no art. 1º, parágrafo único, assim como no
seu art. 14.
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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• Plebiscito:
Manifestação da vontade popular, expressa por meio de votação acerca de assunto de
vital interesse político ou social, antes de publicação da lei. Revela-se a deliberação direta do
povo, em que reside o poder soberano do Estado sobre matéria que é submetida a seu veredicto.
O Congresso Nacional convoca plebiscito (art. 49, XV da CF); o instrumento utilizado para
convocação é o Decreto Legislativo; e quanto ao momento da consulta o plebiscito é convocado
com anterioridade ao ato legislativo ou administrativo colocado em aprovação ou denegação.
→ Exemplos:
Plebiscito da Forma (república ou monarquia) e Sistema de Governo
(presidencialismo ou parlamentarismo) no Brasil: era para ter
acontecido no dia 07/09/1993, nos termos do Art. 2º do ADCT, mas foi
antecipado para o dia 21/04/1993 pela EC nº 2/92;
Plebiscitos do Estado do Pará para Reorganização Territorial:
possibilidade do Desmembramento - Formação do Pará em mais dois
estados (Carajás e Tapajós); Decreto Legislativo nº 136/2011 e nº
137/2011.
• Referendo:
É uma forma de consulta popular sobre um assunto de grande relevância, na qual o povo
manifesta-se sobre uma lei - seja ordinária, complementar ou emenda à Constituição - após
aprovada pelo Legislativo. Assim, o cidadão apenas ratifica ou rejeita o que lhe é submetido.
O Congresso Nacional autoriza referendo (Art. 49, XV da CF), por meio de Decreto
Legislativo, e o referendo é convocado de forma posterior ao ato legislativo ou administrativo,
cabendo ao povo a rejeição ou ratificação do mesmo.
→ Exemplos:
Referendo do Estatuto do Desarmamento sobre a manutenção ou
rejeição da proibição da comercialização de armas de fogo e munição
em todo o território nacional (23/10/2005). A discussão se centralizou
na aplicação do Art. 35 da Lei nº 10.826/2003. E a pergunta realizada
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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• Iniciativa Popular:
Projetos de lei que têm a iniciativa de propositura sendo feita pelo povo, como no Art. 61,
§2º da CF. Atenção à novidade das consultas populares sendo realizadas junto com as eleições
municipais: A EC nº 111/2021 estabeleceu “consultas populares” sobre questões locais
aprovadas pelas Câmaras Municipais com o acréscimo do § 12 do Art. 14 da CF. As Consultas
Populares citadas na EC nº 111/2021 deverão se configurar em plebiscitos e referendos a serem
realizados pelos municípios.
→ Veto popular:
O povo pode vetar projetos de lei, determinando o arquivamento deles, mesmo
contra a vontade popular.
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2. DIREITOS POLÍTICOS
→ Observar:
→ Inalistável: se refere à capacidade ativa, que se reflete na passiva;
→ Inelegível: se refere à capacidade passiva, que pode ser absoluta
(inelegível para qualquer cargo) ou relativa (referente a alguns cargos).
O Voto direto, secreto, universal e periódico é cláusula pétrea (art. 60, §4º, II, da CF),
sendo: obrigatório para os maiores de 18 e menores de 70 anos de idade e facultativo para
maiores de 16 e menores de 18 anos de idade, analfabetos e maiores de 70 anos de idade
85
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Observação:
precisa-se observar na capacidade passiva
não apenas as condições de elegibilidade,
mas as que não podem incorrer nas hipóteses
de inelegibilidade – somente inelegibilidades
relativas poderão ser acrescidas por lei
complementar.
2.2. Inelegibilidades
• Inelegibilidades absolutas:
Não podem concorrer a nenhum cargo:
→ Inalistável: estrangeiros (LC 64/90 e LC 81/94 e LC 135/2010) e os conscritos
durante o serviço militar obrigatório;
→ Analfabeto: tem capacidade eleitoral ativa, mas não possui capacidade
eleitoral passiva.
• Inelegibilidades relativas:
Previstas no art. 14 da CF/88 e nos seus parágrafos. São elas:
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• Militares:
O alistável será elegível, segundo art. 14, parágrafo 8º, mas:
→ Com menos de 10 anos de serviço, deverá afastar-se das atividades;
→ Com mais de 10 anos, será agregado pela autoridade superior e, se eleito,
passará, automaticamente com a diplomação, à inatividade.
Já que ao militar da ativa é proibido filiação político partidária, conforme art. 142, parágrafo
3º, V, como ele poderá concorrer nas eleições?
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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• Suspensão:
→ Art. 15, II, III e V; art. 17-3 Dec. 3.927/2001 (Tratado de Amizade) e art. 55, II,
e §1º, c/c art. 1º, I, “b” da L.C. 64/1990;
→ Incapacidade Civil Absoluta: casos de interdição;
→ Condenação criminal transitada em julgado: enquanto durarem os efeitos da
condenação;
→ Improbidade Administrativa: Art. 37, §4º, CF/88, sendo declarada apenas
através de Processo Judicial;
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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3. PARTIDOS POLÍTICOS
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Art. 1º da CF: A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito
e tem como fundamentos:
(...)
V - o pluralismo político.
Art. 17 da CF: É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos,
resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos
fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:
I - caráter nacional;
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros
ou de subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha
e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas
eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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deputados federais e deputados estaduais, cada legende deverá apresentar os seus candidatos.
Contudo, a Constituição permite coligação para eleição dos cargos da majoritária, logo, podem
os partidos coligarem para eleger senadores e chefes do poder executivo (Presidente,
Governador e Prefeito).
→ Segue o texto constitucional:
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§ 7º Os partidos políticos devem aplicar no mínimo 5% (cinco por cento) dos recursos do
fundo partidário na criação e na manutenção de programas de promoção e difusão da
participação política das mulheres, de acordo com os interesses intrapartidários.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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transferidos pelos partidos aos candidatos serão registrados na prestação de contas dos
candidatos como “transferência dos partidos”. De outro, essas mesmas operações serão
registradas na prestação de contas dos partidos como “transferência aos candidatos”. Em
ambas, a legislação prevê que os registros serão realizados “sem individualização dos
doadores”.
Por fim, o caráter oculto das doações eleitorais importa violação ao art. 17, inciso III, da
CF (2), segundo o qual a gestão dos partidos políticos pressuporá “a prestação de contas
à Justiça Eleitoral”. É imprescindível a individualização dos doadores tanto na prestação
de contas dos partidos quanto na dos candidatos, como exigência de transparência e
efetividade da própria prestação de contas.
Nesse contexto, o Colegiado ressaltou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao regular
as eleições de 2014 pela Resolução TSE 23.406/2014, já havia reconhecido a exigência
de identificação dos doadores de forma individualizada, com fundamento na Lei
12.527/2011 (Lei do Acesso à Informação). Desse modo, a inovação legislativa que
permitiu a “doação oculta” teve nítido propósito de contrariar a jurisprudência do TSE.
4. FEDERAÇÕES PARTIDÁRIAS
Regidas pela Lei nº 14.208/2021, que alterou a Lei dos Partidos Políticos (Lei nº
9.096/1995) e a Lei das Eleições (Lei nº 9.504/ 1997), para instituir as federações de partidos
políticos.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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• Pontos importantes:
→ As federações devem ser registradas na Justiça Eleitoral. Antes, os partidos
precisam constituir uma associação, que deve ser registrada em cartório de registro civil
de pessoas jurídicas;
→ Dois ou mais partidos políticos poderão reunir-se em federação, a qual, após
sua constituição e respectivo registro perante o Tribunal Superior Eleitoral, atuará como
se fosse uma única agremiação partidária;
→ Instrumento que permite a união de dois ou mais partidos que têm afinidade
programática por pelo menos quatro anos, sem possibilidade de separação nesse período;
→ Em tese, o STF entendeu que não é igual à da fusão de partidos, quando eles
passam a ter um único registro no TSE. Ou seja, continuam pessoas jurídicas separadas,
mas unidas na sua atuação.
Qual seria a vantagem então? Em tese, para partidos pequenos isso permitiria o acesso
ao fundo partidário e ao tempo de televisão, que poderiam ficar prejudicados diante da cláusula
de barreira.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Ficou determinado, assim, o prazo de 31 de maio para que as federações sejam formadas
pelos partidos – excepcionalmente no ano 2022. Nas próximas eleições, o prazo será de 6 meses
antes do pleito.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Não possui poder constituinte decorrente, ou Possui poder decorrente, podendo, assim, elaborar
seja, não pode fazer uma Constituição local, sua própria Constituição sem precisar pedir
podendo, apenas, fazer um Estatuto local que autorização ao governo federal.
precisará ser aprovado por órgão central.
Não é prevista nenhuma participação específica Os Estados federados participam, através de seus
das regiões autônomas. representantes, na elaboração e revisão da
Constituição Federal.
No Estado unitário, não existe qualquer segunda No Estado Federal, existe uma segunda Câmara
Câmara Parlamentar de representação das Parlamentar, cuja composição é definida em função
regiões autônomas ou cuja composição seja dos Estados federados (Câmara dos Deputados).
definida em função delas.
É uma união que permite que a qualquer É uma união indissolúvel dos Estados-Membros.
momento seja quebrado o pacto e que um dos Não há direito de secessão.
Estados se retire da Confederação.
Permite ao pacto o direito de nulificação pelo O Estado-Membro, por atuar nas decisões do
qual o Estado pode opor-se às decisões do órgão Estado Federal através dos senadores, não admite
central. discrepância em relação às suas decisões.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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1. CONCEITO
A partir da obra de Gilmar Mendes (2012), é correto afirmar que o Estado Federal expressa
um modo de ser do Estado (daí se dizer que é uma forma de Estado) em que se divisa uma
organização descentralizada, tanto administrativa quanto politicamente, erigida sobre uma
repartição de competências entre o governo central e os locais, consagrada na CF/88, em que
os Estados federados participam das deliberações da União, sem dispor do direito de secessão.
No Estado Federal, de regra, há uma Suprema Corte com jurisdição nacional e é previsto um
mecanismo de Intervenção federal, como procedimento assecuratório da unidade física e da
identidade da Federação.
Com base em de Lucio Levi (2004, p. 481) Federação é uma “pluralidade de centros de
poder, coordenados e autônomos entre si, de tal modo que ao Governo Federal que tem
competência sobre o inteiro território da Federação, seja conferida uma quantidade mínima de
poderes, indispensável para garantir a unidade política e econômica, e aos Estados federados,
que têm competência cada um sobre o próprio território, sejam assinalados os demais poderes”.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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2. COMPOSIÇÃO
União
(autônoma)
Estado- Distrito
Membro Estado Federal Federal
(soberano- art.
art. 25 da CF art.32 da CF
1o da CF)
(autônomo) (autônomo)
Município
art.30 da CF
(autônomo)
Para distinguirmos com maior clareza o que significa o Estado Federal (representado pela
União) e o que significa Estado-Membro, estes dois conceitos são fundamentais. Diz-se que a
soberania é atributo do Estado Federal, que detém o poder/dever de manter a unidade federativa
como um todo, o que lhe confere “poder” – soberania sobre os demais membros do pacto
federativo. Já a autonomia é nota características dos demais entes, haja vista que reflete e
representa a ideia de descentralização, nos limites, é claro, da própria soberania. Assim, a
autonomia é a possibilidade de coordenação desses entes, tanto administrativa, como política e
financeiramente.
• Exemplos de autonomia:
Poder Constituinte decorrente, que é o poder de cada Estado-membro de ter uma
Constituição (CF, art. 25, caput, c/c art. 11, ADCT, CF 1988);
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Impossibilidade de um ente federativo criar obrigações contra o outro, que não aquelas já
estabelecidas na Constituição federal (art. 18 e 19, CF 1988);
A possibilidade de intervenção federal é excepcionalidade e necessitam estar
expressamente previstos na Constituição federal (“intervenção” – arts. 34 e 36, CF 1988);
Participação igualitária de todos Estados-membros na formação da "vontade" legislativa
federal/nacional Senado Federal (art. 46, § 1°, CF 1988), e paralela à Câmara legislativa de
representantes do povo (Câmara dos Deputados, art. 45, caput, CF 1988).
• Secessão:
Secessão seria a possibilidade de um Estado desligar-se da Federação, contudo, como
os Estados–Membros são autônomos e não soberanos, não existe tal possibilidade, que
somente poderia ser vislumbrada numa confederação. Daí de ser dizer que a União dos Estados
é indissolúvel e constitui-se cláusula pétrea na CF/88.
Atenção!
Os territórios integram a federação brasileira,
mas não são entes autônomos, justamente
porque integram a União. Atualmente não
temos mais territórios, mas os mesmos
podem ser criados. Exemplo: Fernando de
Noronha foi um território e se agregou ao
Estado de Pernambuco.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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3. ENTES FEDERATIVOS
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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3.2. Estados-membros
Na forma do artigo 1º, CF 1988, a união dos Estados-membros é indissolúvel, e, portanto,
inexiste possibilidade jurídica de um Estado-membro separar-se do restante do Brasil para
constituir um novo Estado, soberano e independente. Constitucionalmente só são possíveis
alterações na atual estrutura político-territorial dos Estados-membros. Assim, é vedada a
secessão dos Estados brasileiros.
Os Estados brasileiros terão Constituições Estaduais, conforme prevê art 25 da
Constituição Federal e o art. 11 do ADCT.
3.3. Municípios
No caso brasileiro, Municípios integram o Estado (art. 1º, caput, c/c art. 18, caput, CF
1988), e como tal, possuem competências constitucionais próprias e originárias, tanto legislativas
quanto de auto-organização político-administrativa, detenho competências em se tratando de
"interesse local" (art. 30, I, CF 1988).
Daí uma grande peculiaridade do federalismo brasileiro: os municípios são entes
federativos e gozam de autonomia.
Poder de organização por lei orgânica, conforma art. 29 da CF/88.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Art. 32 da CF: O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei
orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois
terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos
nesta Constituição.
§ 1º - Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos
Estados e Municípios.
4.1 Estado-membro:
Art. 18, § 3°, CF 1988: Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou
desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios
Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de
plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
• Incorporação:
União de dois ou mais Estados-membros para formação de um novo e único Estado-
membro – nasce nova personalidade jurídica e desaparecem as anteriores;
• Subdivisão:
Seccionamento do território de um Estado-membro para criação de dois novos Estado-
membros, desaparece a personalidade jurídica do estado anterior e nascem duas novas;
• Desmembramento:
Caso 1: desmembramento de parte do território de um Estado-membro para anexação a
outro Estado-membro já existente – no caso não se alteram as personalidades jurídicas;
105
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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4.2 Municípios
• Criação ("emancipação"):
Secção de parte do território de um Município para constituição de novo Município. O
Município anterior permanece existindo no território remanescente e cria-se nova personalidade
jurídica;
106
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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• Fusão:
Dois Municípios se unem, constituindo um novo Município (e desaparecendo os
anteriores) e se cria nova personalidade jurídica;
• Incorporação:
um município é absorvido por outro município, desaparecendo aquele - não se altera a
personalidade jurídica daquele que incorpora e desaparece daquele que foi incorporado;
• Desmembramento:
Secção de parte do território de um Município para inclusão dessa parte no território de
outro Município. Não se alteram as personalidades jurídicas.
ATENÇÃO!
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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5. REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA
COMPETÊNCIAS COMPETÊNCIAS
LEGISLATIVAS: referem-se ADMINISTRATIVAS:
à competência de criar leis referem-se à execução de
ações
EXCLUSIVA
EXCLUSIVA
PRIVATIVA
REMANESCENTE COMUM
CONCORRENTE
DELEGADA
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Art. 23 da CF: É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios:
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
• Competência exclusiva:
Não há delegação, pertence somente aquele ente que recebeu a competência. Ela poderá
ser tanto uma competência exclusiva administrativa, ex: art 21 e art 30, III a IX da Constituição,
quanto uma competência exclusiva Legislativa, ex: art 30, I e II. Porém, o uso dos potenciais de
energia hidroelétrica será em conjunto com os Estados-membros.
• Competência privativa:
A competência privativa é uma competência legislativa, e sobre ela há possibilidade de
delegação de competência para outro ente federativo. No caso brasileiro, temos a competência
privativa sendo da União, mas podendo ser delegada aos Estados, matéria específica, mediante
Lei complementar federal. Lei complementar nº 103/2000 – piso salarial. Ex: art22 da
Constituição.
• Competência concorrente:
Sobre a matéria os entes recebem diferentes competências legislativas, que podem ser
pela e suplementar. art. 24 da CF. A legislação concorrente, apenas União, Estados e Distrito
Federal e combinado com o art 30 II, também se estende aos municípios.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Atenção!
Nesse caso, legislação de normas gerais
criadas pela União após a criação de normas
gerais pelo Estado em face da inexistência
anterior de norma da União, apenas
suspende no que for contrária, ou seja,
mantém validade as normas gerais estaduais
desde que sejam compatíveis com a
legislação federal! Exemplo: normas sobre a
proteção do idoso.
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ADI 6132/GO, relatora Min Rosa Weber, julgamento virtual finalizado em 26.11.2021
(sexta-feira), às 23:59 (INF 1039) Covid-19: imunização de adolescentes por estados,
municípios e DF - ADPF 756 TPI-oitava-Ref/DF Resumo: A decisão de promover a
imunização contra a Covid-19 em adolescentes acima de 12 anos, observadas as
evidências científicas e análises estratégicas pertinentes, insere-se na competência dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios. Os entes federados possuem competência
concorrente para adotar as providências normativas e administrativas necessárias ao
combate à pandemia. Nos termos do art. 3º, § 1º, da Lei 13.979/2020[2], a decisão sobre
a inclusão ou a exclusão de adolescentes entre as pessoas a serem vacinadas deve levar
em consideração as evidências científicas e as análises estratégicas em saúde. Com base
nesses entendimentos, o Plenário, por unanimidade, referendou medida cautelar deferida
em arguição de descumprimento de preceito fundamental. ADPF 756 TPI-oitava-Ref/DF,
relator Min. Ricardo Lewandowski, julgamento virtual finalizado em 8.10.2021 (sexta-feira),
às 23:59 (INF 1033)
→ Mais um exemplo:
Outra jurisprudência interessante em termos de competência concorrente é a
Regulamentação de publicidade dirigida às crianças em estabelecimentos de educação
básica - ADI 5631/BA. Base legal: CF/1988: “Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao
Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: (...) V - produção e consumo; (...) IX -
educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e
inovação;”
É inconstitucional lei estadual que impõe aos prestadores privados de serviços de ensino
a obrigação de estender o benefício de novas promoções aos clientes preexistentes.”
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Tese fixada: “É inconstitucional lei municipal que dispõe sobre a autorização e exploração
de serviço de radiodifusão comunitária.” Resumo: Por tratar de matéria de competência
reservada à União, apresenta vício de inconstitucionalidade formal lei municipal que: a)
institui direitos e obrigações das rádios comunitárias, b) autoriza seu funcionamento e
exploração no âmbito de seu território, e c) estabelece infrações, sanções e o pagamento
de taxa de funcionamento. As normas constitucionais são claras ao dispor que cabe à
União legislar privativamente a respeito da radiodifusão, assim como explorar os serviços
de radiodifusão sonora [Constituição Federal (CF), art. 21, XII, a; art. 22, IV; art. 223[1]].
Dentro do esquema constitucional de competências, não há espaço para a atuação do
legislador municipal. Principalmente quando se observa que o ato normativo local não está
de acordo com a disciplina nacional sobre o tema (Lei 9.612/1998).Com esse
entendimento, o Plenário julgou procedente pedido formulado em arguição de
descumprimento de preceito fundamental para declarar a inconstitucionalidade formal da
Lei 9.418/2004 do município de Uberaba/MG.ADPF 335/MG, relator Min. Roberto Barroso,
julgamento virtual finalizado em 27.8.2021 (INF 1027).
• Competência remanescente:
O que não pertence a outro ente federativa, pertence àquele que será então o
remanescente. No caso brasileiro, as competências legislativas remanescente pertencem aos
Estados, pois a União e Municípios receberam competências enumeradas na Constituição,
conforme regra do art. 25°, parágrafo 1º:
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem,
observados os princípios desta Constituição.
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta
Constituição.
Observação:
As competências tributárias dos entes políticos são exercidas de forma exclusiva. Assim,
o Legislador Constituinte Originário, com o intuito de preservar a própria federação,
especialmente a capacidade de autonomia administrativa dos entes políticos, distribuiu a
tais entes determinada parcela de fatos econômicos tributáveis exclusivamente por eles.
Por conseguinte, foram distribuídos, de forma exclusiva, os impostos da União (CF, art.
153, I), os impostos dos Estados e do Distrito Federal (CF, art. 155) e os impostos dos
Municípios (CF, art. 156).
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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TIPOS DE DISTRITO
UNIÃO ESTADOS MUNICÍPIOS
COMPETÊNCIAS FEDERAL
ADMINISTRATIVA
Exclusiva
Art.25 parágrafo 2º
Remanescente Que
sobrou – não
Exclusiva
pertence a ninguém
Exclusiva Exclusiva NÃO ATRIBUI!
será do Estado):
Art.21 Art 30, III – IX Obs: art 32 da
Aquelas que não
CF/88
estejam no art 21
Comum
(união que não
Art.23
estejam no art 23
Comum Comum
todos– que não
Art.23 Art.23
estejam no art 30, III-
IX- porque é do
municípios)
Comum
Art.23
LEGISLATIVA
ENUMERADA
Art 30. Criar Lei Lei
/EXCLUSIVA Art 48-49-51 e 52 obs: At 25 caput
orgânica Mesma do Estado
todos com sentido de Criar Constituição
Art 30, I- interesse e do Município
exclusiva Estadual
local
Art. 22
PRIVATIVA
Parágrafo único
1.Lei complementar
(delegável) Não tem! Não tem Não tem!!
federal
2. Matéria específica
(parte do conteúdo)
REMANESCENTE
Art 25 parágrafo 1º
Art 25 parágrafo 1º -
- não é da União e
não é da União e
Não tem!! Não tem! nem dos
nem dos municípios
municípios será do
será do Estado
Estado/DF –art 32
DELEGADA
CONCORRENTE
Art. 30, I e II – se
(atuam for interesse local
legislativamente na Art. 24 STF entendeu que
Art. 24 Art.24
mesma matéria em razão do
- preponderância de interesse local,
interesses) poderia
115
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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suplementar a
norma federal e
estadual conforme
competência do art
24
Art 30 , II
SUPLEMENTAR
(de acordo com o
Não tem!! Art 24 parágrafo 2º Art 24 parágrafo 2º
interesse local)
116
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1. PODER LEGISLATIVO
118
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Deputados Deputados
Senadores Vereadores
Federais Estaduais
O número de
Dependerá do
vereadores seguirá
número de Deputados
conforme a
Federais. Art. 27
quantidade de
Entre 8 (mínimo) e determina o seguinte
habitantes, tratando
70 (máximo) cálculo: até o número
de número máximo.
Observação: o de 12 deputados
Como a EC alterou
Tribunal Superior Será número fixo de federais, multiplica-se
esses números, tal
Eleitoral encaminha 3 Senadores por por três. Acima de 12
situação foi objeto
Número aos Tribunais Estado e DF – deputados federais, a
de votação nas
Regionais eleitorais elege-se com dois fórmula mais simples
casas legislativas, a
e aos partidos suplentes é a seguinte: y
favor ou não da
políticos o número (número dos dep.
ampliação do
de vagas a serem Estaduais) = x
número de
disputadas. (número de dep.
vereadores dentro
Federais acima de 12)
do permitido pela
+ 24
Constituição;
Ver art. 29 da CF.
8 anos- será
4 anos – não renovada de quatro 4 anos – não havendo 4 anos – não
Mandato havendo limites em quatro anos, limites para havendo limites
para recondução alternadamente, por recondução para recondução
um e dois terços.
Proporcional Proporcional
Proporcional
(depende da Majoritário (mais (depende da
(depende da legenda
Sistema legenda partidária- votado entre os legenda partidária-
partidária-
quoeficiente candidatos) quoeficiente
quoeficiente eleitoral)
eleitoral) eleitoral)
Idade 21 anos 35 anos 21 anos 18 anos
119
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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2. CONCEITO
Período
Sessão legislativa Sessões
legislativo
Ordinárias: São aquelas já previstas na ordem
regular.
120
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Importante:
121
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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São eleitas para um mandato de 2 anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na
eleição posterior. Não se considera recondução a eleição para o mesmo cargo em legislaturas
diferentes, ainda que sucessivas.
Na constituição das Mesas, deverá ser assegurada a representação proporcional dos
partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa. Conforme determina
a Constituição, a Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado Federal
e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes
na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
122
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Atenção especial!
Art. 58, § 3°, CF/88 "As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de
investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos
das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal,
em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros,
para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o
caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou
criminal dos infratores."
123
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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4. ATRIBUIÇÕES DO LEGISLATIVO
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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• Atribuições fiscalizatória:
Art. 50, CF 1988 "A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas
Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos
diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente,
informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de
responsabilidade a ausência sem justificação adequada.
[...]
§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar
pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas
referidas no caput deste artigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o
não - atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.
Art. 58, § 2º, CF 1988 "Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a
suas atribuições; (...)
126
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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• Atribuições de julgamentos:
→ Julgamento das contas do Presidente:
Art. 49, IX, CF/88: "É da competência exclusiva do Congresso Nacional: julgar
anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios
sobre a execução dos planos de governo" combinado com art. 84, XXIV, da CF (Cabe ao
Presidente Prestar).
→ Crimes de responsabilidade:
Atribuições de julgamento de crimes de responsabilidade (impeachment):
autorização pela Câmara dos Deputados e julgamento pelo Senado Federal, nos
seguintes termos:
127
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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→ Atenção a jurisprudência:
Governador e normas sobre crimes de responsabilidade — ADI 4811/MG. É
inconstitucional norma de constituição estadual que disponha sobre o processamento e
julgamento de governador e vice-governador nos casos de crime de responsabilidade.
Isso porque a tipificação dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento de normas
relativas ao processamento e julgamento desses delitos são de competência privativa da
União (1). Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou procedente
o pedido formulado na ação direta para declarar inconstitucionais os arts. 62, XIII e XIV;
91, § 3º; e 92, § 1º, II, da Constituição do Estado de Minas Gerais.
128
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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5. TRIBUNAL DE CONTAS
→ Composição TCU
Art. 73 da CF: O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no
Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional,
exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96.
• Critérios de nomeação:
129
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos
mencionados no inciso anterior.
§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:
I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois
alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal,
indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e
merecimento;
II - dois terços pelo Congresso Nacional.
Resumo
9 ministros;
1/3, ou seja, 3, serão escolhidos pelo Presidente da República. Um será escolhido
livremente. O outro será escolhido alternadamente entre auditores e membros do
ministério público de contas, a partir de critérios de merecimento e antiguidade, e a partir
de lista tríplice elaborada pelo Tribunal;
2/3 escolhidos, ou seja, 6, livremente pelo Congresso Nacional;
Os Ministros do Tribunal de Contas da União possuem as mesmas prerrogativas de
Ministro do STJ;
Os mesmos percentuais se aplicam aos tribunais de contas dos Estados. Ocorre,
contudo, que os Tribunais de Contas Estaduais são formados por Conselheiros, e não
Ministros, e são em número de 7, e não 9, conforme parágrafo único do art. 75 da
Constituição Federal.
• Competência:
Artigo 71 da Constituição Federal:
130
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a
qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em
comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões,
ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato
concessório;
No inciso III trata-se legalidade das admissões e aposentadorias, salvo aumentos simples
no último caso. Há, pois, duas situações, no referido inciso: a) apreciar a legalidade de atos de
admissão de pessoal, salvo cargos em comissão (livre nomeação e exoneração); b) apreciar os
atos de concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias
posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório.
Inciso V trata das contas nacionais das empresas públicas supranacionais, como no
caso da Itaipu.
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas
Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e
inspeções realizadas;
131
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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→ Exemplo:
Admissão sem concurso público. O Tribunal de Contas pode sustar qualquer ato.
Importante ler este inciso em conjunto com os § 1 e 2º, do art. 71 da CF. No caso de
contrato administrativo, o Tribunal de Contas primeiro vai informar ao Congresso Nacional
e este vai notificar ao Executivo para que tome providências. Se em 90 dias o Congresso
Nacional ou o Poder Executivo nada fizerem, poderá o Tribunal de Contas agir. Deve-se,
portanto, diferenciar o ato administrativo (unilateral) do contrato administrativo (bilateral).
132
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Dica!
Aparecem dentro do Poder Legislativo como órgãos independentes de extração
Constitucional. Cuidado com a distinção:
A) No caso do art. 71, I, da CF: Elaborar Parecer prévio sobre as contas de governo,
anualmente. As contas serão aprovadas ou reprovados pelo Congresso Nacional,
mediante decreto legislativo (maioria simples). No caso específico dos Municípios há um
quórum maior, quórum de 2/3 dos vereadores para não aprovar o parecer (art. 31, § 2º, da
CF);
B) No caso do inciso II, a palavra é julgar: Se refere às contas de gestão. Possibilidade de
imputação de multa e de débito diretamente pelo Tribunal de Contas a quem quer que
cause prejuízo ao erário.
133
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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134
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Pensando criticamente:
O Supremo Tribunal Federal não revogou o verbete da Súmula 347 que reconhece
a competência para declaração de constitucionalidade por parte do Tribunal de
Contas. Contudo, às manifestações em decisões via Mandado de Segurança tem
ressaltado a impossibilidade de um Tribunal não jurisdicional declarar a
inconstitucionalidade de Lei, isso porque é incompetente para o exercício do
controle repressivo de constitucionalidade.
Tais compreensões estão também relacionadas à natureza do órgão, concluindo-
se que sua função é de natureza administrativa no auxílio técnico do Poder
Legislativo na função fiscalizadora e julgadora das Contas do Executivo. Não
pairam dúvidas quanto à impossibilidade desta declaração ser compreendida sob
a ótica do controle abstrato, pois haveria uma usurpação de competência
originária do Supremo Tribunal Federal. Parte da doutrina e dos julgados tratam
de uma possível declaração de constitucionalidade pela via incidental, o que não
restou pacífico.
No que tange aos Tribunais de Contas Municipais, o §4º do art. 31 da Constituição Federal
determinou que é vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.
De forma aparentemente paradoxal, o §1º do mesmo artigo dispõe que o controle externo da
Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do
Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
Além disso, é possível que, em âmbito estadual, seja criado um órgão estadual
denominado Conselho ou Tribunal de Contas Municipal do Estado X para auxiliar no âmbito da
fiscalização contábil, financeira e orçamentária dos Municípios localizados naquele Estado, o que
135
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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ocorre no Pará. Assim, a vedação constitucional é no sentido de que não podem ser criados
Tribunais de Contas na estrutura do Município apenas, não alcançando a criação de órgão
estadual com atribuições direcionadas ao âmbito municipal. Estes serão, portanto, órgãos
estaduais, que atuam como órgãos auxiliares e de cooperação técnica com as Câmaras
Municipais. Nesse sentido, é o entendimento do STF: ADI 687.
Assim, em âmbito municipal, o controle externo das contas do Prefeito é realizado pela
Câmara Municipal auxiliada pelo Tribunal de Contas do Estado ou Tribunal de Contas do
Município, instituído antes de 1988 ou Tribunal de Contas do Município, órgão estadual,
constituído para atuar no Município. O Tribunal respectivo emitirá parecer prévio que apenas
poderá ser rejeitado por dois terços dos membros da Câmara Municipal.
6. IMUNIDADE PARLAMENTAR
136
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Importante!
Aplica-se a Senadores e Deputados Federais
e Estaduais, independentemente de onde se
encontrem, desde que tal manifestação tenha
conexão com o mandato e, obviamente, não
se qualifique como crime. Aos vereadores, tal
imunidade está restrita ao âmbito da
circunscrição municipal.
137
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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1) O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o
exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas.”
I) fixar a competência do STF para processar e julgar os membros do Congresso Nacional
exclusivamente quanto aos crimes praticados após a diplomação, independentemente de
sua relação ou não com a função pública em questão;
II) serem inaplicáveis as regras constitucionais de prerrogativa de foro quanto aos crimes
praticados anteriormente à diplomação ou nomeação, conforme o caso, hipótese em que
os processos deverão ser remetidos ao juízo de 1ª instância competente,
independentemente da fase em que se encontre;
III) reconhecer a inconstitucionalidade de todas as normas previstas em constituições
estaduais, bem como na lei orgânica do DF, que contemplem hipóteses de prerrogativa
de foro não previstas expressamente na CF, vedada a invocação de simetria. Nestes
casos, os processos deverão ser remetidos ao juízo de 1ª instância competente,
independentemente da fase em que se encontram;
138
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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IV) estabelecer, quando aplicável a competência por prerrogativa de foro, que a renúncia
ou a cessação, por qualquer outro motivo da função pública que atraia a causa penal ao
foro especial após o encerramento da fase do art. 10 da lei 8.038/90 com a determinação
de vista às partes para alegações finais, não altera a competência para o julgamento da
ação penal.
Sendo assim, interpretação constitucional do artigo 53, parágrafo 10: importante decisão
da ação penal 937 - aplicação para crimes cometidos durante o exercício do cargo e crimes
relativos a função que exerce. STF - MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL. Ademais, viola o
princípio da igualdade proteger, com foro de prerrogativa, o agente público por atos
praticados sem relação com a função para a qual se quer resguardar sua independência,
o que constitui a atribuição de um privilégio. A Corte registrou que essa nova linha
interpretativa deve ser aplicada imediatamente aos processos em curso, com a ressalva
de todos os atos praticados e decisões proferidas pelo STF. AP 937 QO/RJ, rel. Min.
Roberto Barroso, julgamento em 2 e 3.5.2018. (AP-937) (Informativo 900)
Duas teses podem ser extraídas da decisão, segundo Márcio André Lopes Cavalcante:
→ Tese 1:
As normas da Constituição de 1988 que estabelecem as hipóteses de foro por
prerrogativa de função devem ser interpretadas restritivamente, aplicando-se apenas aos
crimes que tenham sido praticados durante o exercício do cargo e em razão dele. Assim,
por exemplo, se o crime foi praticado antes de o indivíduo ser diplomado como Deputado
Federal, não se justifica a competência do STF, devendo ele ser julgado pela 1ª instância
mesmo ocupando o cargo de parlamentar federal.
Além disso, mesmo que o crime tenha sido cometido após a investidura no
mandato, se o delito não apresentar relação direta com as funções exercidas, também
não haverá foro privilegiado.
Foi fixada, portanto, a seguinte tese: O foro por prerrogativa de função aplica-se
apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções
desempenhadas.
→ Tese 2:
Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação
para apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar ações
penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou
deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo.
139
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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140
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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• Desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente
de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas
no inciso I, "a";
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o
inciso I, "a";
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
Na prática, tem-se o caso de José Dirceu, que foi Ministro de governo, mas perdeu
o mandato por quebra de decoro parlamentar.
141
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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ATENÇÃO!
MUITA ATENÇÃO!
142
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por
maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido
político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
CF/88: “Art. 55. (...) § 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda
será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante
provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político
representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.” (AP
694/MT, rel. Min. Rosa Weber, julgamento em 2.5.2017).
→ Observação:
Alterado por Emenda Constitucional em 2013, pois a redação anterior trazia voto
secreto, em face das polêmicas relacionada aos deputados envolvidos com o mensalão.
Sobre perda de mandato de parlamentar art. 55 da CF/88, nova interpretação sobre o art.
55, III - perda automática:
Se o STF condenar um parlamentar federal e decidir que ele deverá perder o cargo, isso
acontece imediatamente ou depende de uma deliberação da Câmara dos Deputados ou
do Senado Federal respectivamente? • Se o Deputado ou Senador for condenado a mais
de 120 dias em regime fechado: a perda do cargo será uma consequência lógica da
condenação. Neste caso, caberá à Mesa da Câmara ou do Senado apenas declarar que
houve a perda (sem poder discordar da decisão do STF), nos termos do art. 55, III e § 3º
da CF/88. • Se o Deputado ou Senador for condenado a uma pena em regime aberto ou
semiaberto: a condenação criminal não gera a perda automática do cargo. O Plenário da
Câmara ou do Senado irá deliberar, nos termos do art. 55, § 2º, se o condenado deverá
ou não perder o mandato. STF. 1ª Turma. AP 694/MT, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em
2/5/2017 (Info 863). STF. 1ª Turma. AP 863/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em
23/5/2017 (Info 866).
143
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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PROCESSO LEGISLATIVO
Lembrete:
É preciso conectar a matéria do processo legislativo com as questões relativas às
competências legislativas, ou seja, é preciso ver a quem cabe a competência para cada
espécie legislativa dependendo da matéria que está em questão (logo, ver com atenção
art. 21, art. 22, art. 24, art. 25, art. 30, art. 32, art. 49, art. 51, 52, ambos da CF.)
144
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Ainda, o ato normativo abrange tanto a produção de normas gerais como individuais.
Entretanto, o uso comum quando se fala em ato normativo é que se trate de normas gerais.
145
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Atos normativos
ex: art. 84, Iv -
decretos
secundários:
regulamentares,
portarias
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal (ADI 637, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 25-8-
2004, P, DJ de 1º-10-2004)
1. EMENDAS CONSTITUCIONAIS
→ No STF:
A eficácia das regras jurídicas produzidas pelo poder constituinte
(redundantemente chamado de "originário") não está sujeita a nenhuma limitação
normativa, seja de ordem material, seja formal, porque provém do exercício de um poder
de fato ou suprapositivo. Já as normas produzidas pelo poder reformador, essas têm sua
validez e eficácia condicionadas à legitimação que recebam da ordem constitucional. Daí
a necessária obediência das emendas constitucionais às chamadas cláusulas pétreas
(ADI 2.356 MC e ADI 2.362 MC, rel. p/ o ac. min. Ayres Britto, j. 25-11-2010, P, DJE de
19-5-2011).
• Vedação à emenda:
• Votação:
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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A Constituição Federal de 1988 não fixou um intervalo temporal mínimo entre os dois
turnos de votação para fins de aprovação de emendas à Constituição (CF, art. 60, § 2º), de sorte
que inexiste parâmetro objetivo que oriente o exame judicial do grau de solidez da vontade
política de reformar a Lei Maior. A interferência judicial no âmago do processo político,
verdadeiro locus da atuação típica dos agentes do Poder Legislativo, tem de gozar de lastro forte
e categórico no que prevê o texto da CF. [ADI 4.425, rel. p/ o ac. min. Luiz Fux, j. 14-3-2013,
P, DJE de 19-12-2013.]
• Cláusulas Pétreas:
Não podem ser abolidas, ou seja, produz inconstitucionalidade, bem como pode ser objeto
de mandado de segurança interposto por parlamentar ainda durante o processo legislativo:
148
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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→ No STF:
o Tribunal já assentou o entendimento de que é admissível a ação direta de
inconstitucionalidade de emenda constitucional, quando se alega, na inicial, que esta
contraria princípios imutáveis ou as chamadas cláusulas pétreas da Constituição originária
(art. 60, § 4º, da CF). (Precedentes: ADI 939 (RTJ151/755); ADI 1.946 MC, rel.
min. Sydney Sanches, j. 29-4-1999, P, DJ de 14-9-2001).
149
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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ATENÇÃO!
→ Leis Complementares:
Maioria absoluta = metade dos membros + 1 – tem sua autorização para
edição quando à constituição expressamente prever – não podem ser
tratadas por medidas provisórias ou leis delegadas!
→ Leis Ordinárias:
Maioria simples: metade mais um dos presentes, respeitada a regra do art.
47 da constituição (ou seja, presentes na sessão a maioria absoluta dos
membros) – conhecida como lei comum tem incidência justamente quando
não há previsão específica!
Além disso, destaca-se que não há hierarquia entre lei ordinária e lei
complementar, pois ambas têm objetos distintos.
→ Iniciativa Popular
Somente de leis ordinárias ou complementares, não cabe no caso de
emenda à Constituição. Requisitos:
1% do eleitorado nacional (5% em caso de município);
Distribuído em pelo menos 5 Estados da federação;
150
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Atenção!
Emenda a Constitucional Estadual poderá
ser de iniciativa popular, em havendo
previsão. Esse caso concreto aconteceu
no Estado do Amapá, o qual por Emenda
acrescentou a Iniciativa Popular a proposta
de Emenda à Constituição Estadual.
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de
novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos
membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.
151
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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3. MEDIDAS PROVISÓRIAS
152
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Atenção!
Postura do pelo STF em relação à Medida
Provisória no âmbito Estadual e Municipal:
poderão Estados e Municípios adotar medidas
provisórias, se houver previsão expressa na
Constituição do Estado e na Lei Orgânica do
município e desde que seja respeitado o
princípio da simetria Constitucional, ou seja,
necessária a observância do tratamento da
matéria na sistemática constitucional!
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de
sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das
Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as
demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando.
153
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados, e uma vez
que a medida provisória for rejeitada no Congresso Nacional, ou perder sua eficácia pelo
transcurso do prazo sem que ocorra a sua votação, nesse caso ela somente poderá ser
reapresentada na próxima sessão legislativa, ou seja no outro ano posterior aquele da rejeição.
As relações jurídicas que foram regidas por Medida Provisória serão conservadas, serão
reguladas por Decreto Legislativo. Em caso de rejeição ou não edição de Decreto Legislativo
regulando:
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a
rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e
decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas.
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória,
esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto.
154
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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As Medidas Provisórias (MPVs) são normas com força de lei editadas pelo Presidente da
República em situações de relevância e urgência. Apesar de produzir efeitos jurídicos imediatos,
a MPV precisa da posterior apreciação pelas Casas do Congresso Nacional (Câmara e Senado)
para se converter definitivamente em lei ordinária.
O prazo inicial de vigência de uma MPV é de 60 dias e é prorrogado automaticamente por
igual período caso não tenha sua votação concluída nas duas Casas do Congresso Nacional. Se
não for apreciada em até 45 dias, contados da sua publicação, entra em regime de urgência,
sobrestando todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando.
O art. 62 da Constituição Federal traz as regras gerais de edição e apreciação das MPVs,
definindo inclusive os assuntos e temas sobre os quais não podem se pronunciar. Já o
disciplinamento interno do rito de tramitação dado pela Resolução do Congresso Nacional n° 1
de 2002 exige, por exemplo, sobre emendas, a formação da comissão mista e prazos de
tramitação.
As fases relativas à tramitação de uma Medida Provisória no Congresso Nacional estão
detalhadas logo a seguir, com a disponibilização dos principais documentos produzidos nas
várias instâncias de deliberação, incluindo emendas apresentadas, parecer aprovado e quadros
comparativos que demonstram as modificações promovidas no texto principal da matéria.
• Publicação:
O texto da Medida Provisória é publicado no Diário Oficial da União quando, então,
passam a ser contados os prazos relativos à vigência e à sua tramitação no Congresso Nacional.
Nesse momento, e nos seis dias subsequentes, podem ser oferecidas emendas à MPV perante
a Comissão Mista destinada a emitir parecer sobre a matéria.
• Comissão mista:
O Presidente do Congresso Nacional, em até 48 horas após a publicação da MPV, designa
uma Comissão Mista formada por 12 Senadores e 12 Deputados titulares (com igual número de
suplentes), responsável por analisar previamente os pressupostos constitucionais de relevância
e urgência, o mérito e a adequação financeira e orçamentária.
Após instalada a comissão, são eleitos o Presidente e Vice-Presidente, pertencentes a
Casas diferentes, e designados Relator e Relator-Revisor da matéria, o último para exercer as
funções na Casa diversa da do Relator. O Presidente da Comissão Mista possui a prerrogativa
155
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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• Senado Federal:
O quórum para deliberação no Senado Federal também é de maioria simples (presente a
metade mais um dos senadores) e o resultado da votação apresenta-se com as seguintes
opções:
→ Rejeição: a matéria tem sua vigência e tramitação encerradas e é arquivada;
→ Aprovação na íntegra (nos termos da edição original): MPV é enviada à
promulgação e se torna lei;
→ Aprovação do PLV recebido da Câmara dos Deputados sem alterações de
mérito: o texto é remetido à sanção do Presidente da República;
→ Aprovação do PLV recebido da Câmara dos Deputados com emendas de
mérito: a matéria retorna à Câmara dos Deputados, que delibera, exclusivamente, sobre
as emendas;
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4. DECRETOS
Decretos são atos normativos editados tanto pelo Poder legislativo (no caso dos decretos
legislativos) ou pelo Poder Executivo (no caso dos decretos autônomos ou regulamentares). Eles
possuem diferentes funções no ordenamento jurídico brasileiro, conforme podemos observar
abaixo:
158
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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– chamados de decretos de mera execução – sendo atos secundários pois não inovam na ordem
jurídica - art. 84, IV, da CF/88.
• Decreto Legislativo:
Exercido pelo congresso nacional conforme suas competências do art. 49 da Constituição,
constituindo ato normativo primário passível de ação direta de inconstitucionalidade
• Decreto Autônomo:
Eles tratariam de temas que inovam, ou seja, não foram objetos de abordagem pela lei,
que silencia sobre as questões reguladas no decreto. (art. 84, VI EC 32/2001).
5. LEIS DELEGADAS
159
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Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República,
do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos
Deputados.
§ 1º - O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de
sua iniciativa.
§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se
manifestarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco
dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com
exceção das que tenham prazo constitucional determinado, até que se ultime a votação.
Art. 66 da CF: A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao
Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.
§ 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte,
inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo
de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta
e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.
Após o projeto de Lei ser aprovado nas casas legislativas, o mesmo é encaminhado para
veto ou sanção do chefe do Poder Executivo. O veto é a manifestação expressa de sua
discordância, total ou parcial em relação ao conteúdo da proposta. Já a sanção é a concordância
com o projeto apresentado.
160
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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• Sobre a sanção:
→ A sanção poderá ser tácita, se decorrido o prazo de 15 dias sem que haja
manifestação expressa do chefe do Poder Executivo.
• Sobre o veto:
→ O veto deverá ser expresso e fundamentado, ou seja, não há voto tácito;
→ O veto poderá ser total (quando incidir em toda proposta legislativa) ou parcial
(quando incidir sobre parte do texto, lembrando que não é possível vetar palavras ou
expressões isoladas);
§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu
recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e
Senadores.
§ 5º - Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente
da República.
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será colocado na
ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação
final.
§ 7º - Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da
República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este
não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.
161
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PODER EXECUTIVO
Órgão Monocrático ou Unipessoal: Art. 76, CF 1988 "O Poder Executivo é exercido
(somente) pelo Presidente da República, (sendo) auxiliado pelos Ministros de Estado."
No caso do presidencialismo brasileiro, lembrar que o chefe do executivo exerce as
funções de chefe de governo, chefe de estado e chefe da administração pública (todas funções
descritas no art. 84 da CF).
Mandato de 4 anos, alterado pela emenda Constitucional de revisão nº 5/94, pois o
mandato era de 5 anos, permitida uma recondução ao cargo em período subsequente, por
emenda constitucional nº 16/97.
Eleição Majoritário - caso não atinja Majoritário - caso não Majoritário – contudo, 2º
MAIORIA ABSOLUTA - atinja MAIORIA turno haverá apenas nas
mais que 50% dos votos no ABSOLUTA - mais que cidades maiores que 200 mil
1º turno (não computados 50% dos votos no 1º turno eleitores
brancos e nulos) haverá 2º (não computados brancos
turno e nulos) haverá 2º turno
1. VACÂNCIA
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Lembrar que as funções dispostas no art 84 e incisos, por simetria também devem ser
aplicadas quando compatíveis aos Governadores e Prefeitos Municipais. Ainda, importante
atentar ao parágrafo único que ressalta que algumas delas podem ainda ser delgadas Ministros
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3. MINISTROS E MINISTÉRIOS
→ Importante!
Decisão do STF (MP 207 2004 e MP 2.409-11 de 2000,
respectivamente): A advocacia Geral da União e a Presidência do Banco
Central possuem status de Ministro, porquanto, gozam também da
prerrogativa de foro privilegiado.
Súmula Vinculante nº 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou
parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau,
inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa
jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o
exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função
gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a
Constituição Federal.
RE 1041210: Em decisão de repercussão geral o STF reafirmou - Súmula
Vinculante nº 13 - sobre o nepotismo – não se aplica aos cargos de Ministro
de Estado, Secretários Estaduais e Municipais.
a) A criação de cargos em comissão somente se justifica para o
exercício de funções de direção, chefia e assessoramento, não se
prestando ao desempenho de atividades burocráticas, técnicas ou
operacionais;
b) tal criação deve pressupor a necessária relação de confiança
entre a autoridade nomeante e o servidor nomeado;
165
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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4. CRIME DE RESPONSABILIDADE
I — a existência da União;
II — o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos
Poderes constitucionais das *Unidades da Federação;
III — o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV — a segurança interna do País;
V — a probidade na administração;
VI — a lei orçamentária;
VII — O cumprimento das leis e das decisões judiciais
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• Fase do julgamento:
Art. 52, I e parágrafo único c/c art. 86, parte final, CF 1988. Ao Senado compete julgar se
houve ou não crime de responsabilidade, também por votação de 2/3.
Art. 86 da CF: Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da
Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal
Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de
responsabilidade.
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído,
cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do
processo.
167
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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→ Questão interessante:
Atenção!
No aspecto punitivo, tem-se feito confusão entre crimes de responsabilidade e infrações
político-administrativas. É que, conforme doutrina e jurisprudência do STF, os
denominados crimes de responsabilidade do Prefeito, tipificados no art. 1º, do Decreto-
Lei nº 201/67, e julgados pelo Poder Judiciário, são crimes comuns, a (pena mais grave-
inclusive, prisão)
§1º Os crimes definidos neste artigo são de ação pública, punidos os dos itens I e II, com
a pena de reclusão, de dois a doze anos, e os demais, com a pena de detenção, de três
meses a três anos.
§ 2º A condenação definitiva em qualquer dos crimes definidos neste artigo, acarreta a
perda de cargo e a inabilitação, pelo prazo de cinco anos, para o exercício de cargo ou
função pública, eletivo ou de nomeação, sem prejuízo da reparação civil do dano causado
ao patrimônio público ou particular.
As infrações político-administrativas, tipificadas no art. 4º do mesmo Decreto-Lei, na
tradição de nosso direito, são crimes de responsabilidade.
168
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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4.5. Competência
• Competência legislativa:
Somente a União detém competência para legislar sobre crimes de responsabilidade. O
Município no Brasil não possui competência constitucional para definir os tipos político-
administrativos de infrações passíveis de serem apuradas pelo devido processo legal do
Impeachment, assim como para dispor sobre as regras do processo e do julgamento de Prefeito,
isto porque é a União (art. 22, inciso I, da Constituição Federal de 1988) que detém a
competência para legislar sobre crimes de responsabilidade (que são infrações político-
administrativas, não-penais), e sobre o direito processual.
169
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→ Jurisprudência
Crimes de responsabilidade cometidos por Governador de Estado e o papel
das Assembleias Legislativas:
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PODER JUDICIÁRIO
2. REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS
• Jurisdição:
Todo juiz tem jurisdição, que nada mais é do que o poder que lhe é investido para dizer o
direito quando provocado.
• Competência:
É a medida da jurisdição, ou seja, cada juiz é competente para determinada demanda.
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ATENÇÃO!
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STF
• 11 Ministros
• Indicados pelo
Presidente da
República
STF • Ter noo mínimo 35
anos o e menos de 70
• escolha aprovada anos
• 2 Turmas com 5 ministros • reputação ilibada
maioria absoluta do
cada turma
Senado federal • notório saber jurídico
• vitalício
• aposentadoria
STF compulsário aos 75 anos critérios
176
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Atenção!
A Constituição Federal, através da emenda
122 de maio de 2022, elevou para setenta anos
a idade máxima para a escolha e nomeação de
membros do Supremo Tribunal Federal, do
Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais
Regionais Federais, do Tribunal Superior do
Trabalho, dos Tribunais Regionais do
Trabalho, do Tribunal de Contas da União e
dos Ministros civis do Superior Tribunal Militar.
DICA!
• Criação de órgãos judiciários:
Qualquer órgão Judiciário (Tribunal, Vara, e os cargos que irão preenchê-los) será
criado por lei, bastando lei ordinária;
Caso refira a qualquer órgão do judiciário estadual, será criado pelo legislativo
estadual, através das Assembleias Legislativas;
Se tratar de outras justiças, como justiças da União, sempre será criado pelo
Congresso Nacional;
• Então é isso:
Poder Judiciário Estadual = Assembleia Legislativa;
Tribunais Superiores, Justiça Militar, do Trabalho e Federal = Congresso Nacional;
Estabelecido este esclarecimento, temos as iniciativas de projeto de lei.
177
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Art. 93, XI, CF 1988 "Nos Art. 94 da CF: "Um quinto dos lugares Art. 98, I, CF 1988 "A União, no
tribunais com número dos Tribunais Regionais Federais, dos Distrito Federal e nos Territórios, e
superior a vinte e cinco Tribunais dos Estados, e do Distrito os Estados criarão: juizados
julgadores poderá ser Federal e Territórios será composto de especiais, providos por juízes
constituído órgão especial, membros, do Ministério Público, com togados, ou togados e leigos,
com o mínimo de onze e o mais de dez anos de carreira, e de competentes para a conciliação, o
máximo de vinte e cinco advogados de notório saber jurídico e julgamento e a execução de
membros, para o exercício de reputação ilibada, com mais de dez causas cíveis de menor
das atribuições anos de efetiva atividade profissional, complexidade e infrações penais
administrativas e indicados em lista sêxtupla pelos de menor potencial ofensivo,
jurisdicionais da órgãos de representação das mediante os procedimentos oral e
competência do tribunal respectivas classes. Aplica-se também sumaríssimo [isto é: simplificado],
pleno." ao TRT (art. 115, I, CF), TST (art. 111- permitidos, nas hipóteses
Ou seja, requisitos: mais A, I, CF) e STJ (neste caso, contudo, previstas em lei, a transação e o
que 25 integrantes, poderá será um terço dos Ministros, nos julgamento de recursos por
constituir órgão entre 11 e termos do art. 104, parágrafo único, II, turmas de juízes de primeiro grau
25 membros. CF). ‘’Poderá ser composto por juízes
Observação: Tem relação com a leigos, ou seja, não são
formação desses tribunais, logo, os magistrados, muito embora a
tribunais são compostos por juízes de homologação da sentença
carreira promovidos por antiguidade e ocorrerá por juízes togados. Tem-
merecimento, por membros da OAB e, se os juizados cíveis e criminais.
também, do Ministério Público.
Após recebidas as indicações, o
Tribunal forma uma lista tríplice e o
chefe do Poder Executivo escolhe um
para nomear.
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é uma instituição pública que visa aperfeiçoar o
trabalho do sistema judiciário brasileiro, principalmente no que diz respeito ao controle e à
transparência administrativa e processual. Tem como missão contribuir para que a prestação
jurisdicional seja realizada com moralidade, eficiência e efetividade em benefício da Sociedade
e como visão ser um instrumento efetivo do Poder Judiciário.
O STF, na ADIn nº 3.367, teve questionada a constitucionalidade a criação do Conselho
Nacional de Justiça, sendo declarada constitucional.
178
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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• Na Política Judiciária:
Zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura,
expedindo atos normativos e recomendações.
• Na Gestão:
Definir o planejamento estratégico, os planos de metas e os programas de avaliação
institucional do Poder Judiciário.
• Na Moralidade:
Julgar processos disciplinares, assegurada ampla defesa, podendo determinar a remoção,
a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de
serviço e aplicar outras sanções administrativas.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Atenção!
O prazo de 1 ano previsto no art. 103-B, § 4º, V
da CF/88 incide apenas para revisões de PADs,
não se aplicando para atuação originária do
CNJ. A competência originária do CNJ para a
apuração disciplinar, ao contrário da revisional,
não se sujeita ao parâmetro temporal previsto no
art. 103-B, § 4º, V da CF/88 (STF. 2ª Turma. MS
34685 AgR/RR, rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
28/11/2017 (Info 886))
180
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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6.3. Advocacia
A Defensoria Pública está prevista nos artigos 134 e 135 da Constituição Federal e lhe
cabe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação
jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial,
dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita aos necessitados, na forma
do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal.
181
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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1. CONCEITO
Para José Afonso da Silva (2013, p. 483), "Intervenção é a antítese da autonomia. Por ela
afasta-se momentaneamente a atuação autônoma do Estado, Distrito Federal, ou Município que
a tenha sofrido. Uma vez que a Constituição assegura a essas entidades a autonomia como
princípio básico da Forma de Estado adotada, decorre daí que a intervenção é medida
excepcional, e só há de ocorrer nos casos nela taxativamente estabelecidos e indicados como
exceção, conforme o art. 34: "A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto
para [...]", e o art. 35: "O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios
localizados em Território Federal, exceto quando: [...]", arrolando-se em seguida os casos em
que é facultada a intervenção estreitamente consagrados."
182
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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DECRETO:
A União somente poderá intervir nos Estados membros e no Distrito Federal (Art. 34, CF);
estados poderão intervir nos municípios de seus territórios (Art. 35, CF).
Caso especial: A União poderá intervir diretamente nos Municípios, se estes estiverem
dentro do Território Federal, que, atualmente, inexistem (Art. 35 da CF).
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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É preciso dividir as hipóteses entre aqueles que requerem provocação e aquelas que não
necessitam de provocação, ou seja, dependem exclusivamente do juízo discricionário do
Presidente da República:
Importante!
"Fundo de Participação dos Municípios"
(art. 158, III e IV c/c art. 159, § 3º c/c art.
160 c/c art. 161, II e III, CF 1988). O art.
160 é expresso ao proibir a retenção dos
valores respectivos. Consequência: art. 34,
VI, "b", CF 1988.
Nessas hipóteses, o controle do decreto será político, exercido pelo Congresso Nacional,
na forma do art. 36:
185
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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• Art. 34, IV, da CF sobre o caso de coação aos poderes legislativa, executivo ou
judiciário:
• No caso de garantia do livre exercício do Poder Legislativo ou Executivo –
Provocada por solicitação do Poder coato ou impedido.
• No caso de garantia do livre exercício do Poder Judiciário – Provocada por
Requisição do STF. Tal se denota do art. 36, I, da Constituição Federal.
1. Desobediência de ordem ou decisão judicial (Inciso VI, segunda parte): Provocada por
requisição do STF, do STJ ou do TSE
2. Prover a execução de lei federal (Inciso VI, primeira parte): Provocada dependendo de
provimento de representação (deve ser precedida de Representação Interventiva,
ajuizada pelo PGR no STF).
186
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Importante!
Esses são os casos de Ação Direta Interventiva proposta pelo Procurador – Geral
da República.
Quem pode provocar o Presidente da República para decretar a Intervenção Federal:
Nesse caso, deve-se observar o disposto no art. 36, III, da Constituição Federal: “de provimento,
pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República, na
hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal.”
§ 3º - Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo
Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a
execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
4. INTERVENÇÃO ESTADUAL
Art. 35 da CF: O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios
localizados em Território Federal, exceto quando:
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida
fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; (Municípios estão
obrigados a aplicar um percentual mínimo da arrecadação de impostos em ações e
serviços de saúde (art. 198, § 2º, II e III, CF/88) e de educação (art. 212, CF/88). Estamos
falando em 15 % em saúde e 25 % em educação).
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância
de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de
ordem ou de decisão judicial.
Art. 35. (...) IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a
observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução
de lei, de ordem ou de decisão judicial.
Aqui é o caso de Ação Direta Interventiva Estadual, proposta pelo Procurador de Justiça
no Tribunal de Justiça Estadual, para garantir a observância dos princípios sensíveis previstos
na Constituição do Estado, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Nesse, deve-se igualmente observar o disposto no §3º do art. 36 da Constituição Federal, que
trata sobre a dispensa de análise do Decreto pela Assembleia Legislativa, o controle é jurídico,
ou seja, dispensa a apreciação da Assembleia Legislativa.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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RETOMANDO
Existem 5 procedimentos de intervenção:
Juízo discricionário do Presidente (art. 34, incisos I, II, III e V, da CF), com aprovação
do Congresso Nacional (art. 36, § 1º e § 2º, da CF);
Solicitação do Poder Coacto ao Presidente (art. 34, IV, primeira parte, da CF), com
aprovação posterior do Congresso Nacional (art. 36, I e § 1º e § 2º, da CF);
Requisição do STF ao Presidente no caso de coação ao Poder Judiciário (34, IV,
segunda parte, da CF), com aprovação posterior do Congresso Nacional (art. 36, I e
§ 1º e § 2º, da CF);
Requisição do STF, STJ, TSE ao Presidente (art. 34, VI, segunda parte), SEM
necessidade de aprovação posterior do Congresso, nos termos do art. 36, §3º, da
CF (art. 36, II, combinado com § 3º, da CF);
Representação Interventiva (ou ADIn Interventiva) (art. 34, VI primeira parte, da CF
– recusa à aplicação de lei federal – e art. 34, VII, da CF – princípios constitucionais
sensíveis), SEM necessidade de aprovação posterior do Congresso, nos termos do
art. 36, §3º, da CF (art. 36, III, combinado com § 3º, da CF).
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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→ Temporariedade:
O sistema constitucional de crises deve ter um tempo de duração, diante da sua
legalidade extraordinária;
→ Delimitação geográfica:
As medidas de restrição devem ter um espaço de atuação tanto no estado de
defesa quanto no estado de sítio sempre quando for possível;
→ Publicidade:
A situação excepcional deve ser explicitada e publicizada, há esta previsão
inclusive em tratados internacionais que o Brasil é signatário como o Pacto Internacional
dos Direitos Civis e Políticos – 1966 (Decreto nº 592/92) e a Convenção Americana sobre
Direitos Humanos (Decreto nº 678/92);
→ Proporcionalidade:
É necessária uma análise rigorosa, pois estas situações só se justificam diante de
uma grande excepcionalidade;
→ Sujeição a controles:
As medidas previstas no “sistema constitucional de crises” serão submetidas a
controle do legislativo: o estado de defesa (controle político posterior à decretação) e o
estado de sítio (controle político anterior à decretação);
• Decretar, aprovar ou autorizar o “sistema constitucional de crises” são atos
político:
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Em suma, verificada qualquer das hipóteses de cabimento previstas do art. 136 da CF, o Presidente da
República, ouvirá o Conselho de Defesa Nacional (art. 91, §1º, II, da CF) e o Conselho da República (art. 90, I, da
CF) (pareceres opinativos), e elaborará decreto, determinando o início do estado de defesa.
Após submeterá ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta (controle político posterior ou imediato).
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias
a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de
publicado, o Presidente da República designará o executor das medidas específicas
e as áreas abrangidas.
§ 1º O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser decretado por mais de
trinta dias, nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá
ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada
estrangeira.
§ 2º Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante o recesso parlamentar,
o Presidente do Senado Federal, de imediato, convocará extraordinariamente o
Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato.
§ 3º O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término das
medidas coercitivas.
Assim, observada alguma das hipóteses de cabimento, previstas nos incisos I e II do art. 137 da CF, o
Presidente da República, ouvirá o Conselho de Defesa Nacional (art. 91, §1º, II, da CF) e o Conselho da República
(art. 90, I, da CF) (pareceres opinativos) e pedirá autorização do Congresso Nacional, que decidirá por maioria
absoluta. Se este não autorizar, não poderá o Presidente da República decretar o estado de sítio.
Autorizada a decretação, o Presidente da República, com discricionariedade política, poderá ou não elaborar o
decreto instituidor do estado de sítio.
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No caso de decretação de estado de sítio com fundamento no Art. 137, II, da CF, qualquer
garantia constitucional poderá ser suspensa em tese. Contudo, é necessário respeitar o binômio
necessidade e proporcionalidade; a prévia autorização do Congresso Nacional; e de acordo com
o art. 138, “caput”, da CF tenham sido indicadas no decreto de estado de sítio a sua duração, as
regras para a sua execução e expressamente citadas as garantias constitucionais que ficarão
suspensas.
6. FORÇAS ARMADAS
Art. 142, CF 1988 “As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela
Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base
na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e
destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de
qualquer destes, da lei e da ordem.”
6.1. Lei geral das Forças Armadas (Lei Complementar nº 97/99), finalidades e
características:
− Diretas: Defesa da Pátria e garantia dos Poderes constitucionais;
− Indiretas: Por requerimento dos Poderes constitucionais, manutenção da lei e da
ordem (v.g. Lei nº 8.071/90, que regula as atividades do Exército em tempos de
paz).
− Instituição permanente: De existência necessária, não podendo ser extintas;
− Instituição regular: Art. 8º, LC 97/99: Existência real e concreta “de efetivos de
pessoal militar e civil, fixados em lei, e dos meios orgânicos necessários ao
cumprimento de sua destinação constitucional e atribuições subsidiárias”;
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• Civil:
Tem atuação basicamente repressiva, com vistas a identificar os responsáveis pela prática
de crimes e contravenções, preparando via inquérito policial, o conjunto de informações
necessárias para a instauração do devido processo penal.
Art. 144 da CF: A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos,
é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, através dos seguintes órgãos:
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela
União e estruturado em carreira, destina-se a:
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens,
serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas,
assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional
e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o
descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas
áreas de competência;
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e
estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das
rodovias federais.
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e
estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das
ferrovias federais.
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada
a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais,
exceto as militares.
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos
corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução
de atividades de defesa civil.
§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do
Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela
segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus
bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste
artigo será fixada na forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade
das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas:
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras
atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana
eficiente; e
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos
órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na
forma da lei.
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ADI 6621: Interpretação menos restritiva do art. 144 da CF, sendo constitucional a criação
pelos entes federativos de polícias científicas autônomas que, do ponto de vista da
organização administrativa, não estejam vinculadas à Polícia Civil.
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Art. 37 da CF: A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
Ver também a Lei nº 9.784 – Lei do Processo Administrativo Federal, art. 2º:
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de ilegalidade (Súm.
473), não podendo ser invocado o princípio da isonomia com o pretexto de se obter
benefício ilegalmente concedido a outros servidores. (AI 442.918-AgR, Rel. Min.
Sepúlveda Pertence, julgamento em 4-5-04, DJ de 4-6-04).
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Lei estadual que autoriza a inclusão, no edital de venda do Banco do Estado do Maranhão
S/A, da oferta do depósito das disponibilidades de caixa do tesouro estadual (...) Alegação
de ofensa ao princípio da moralidade administrativa — Plausibilidade jurídica (...). O
princípio da moralidade administrativa — enquanto valor constitucional revestido de
caráter ético-jurídico — condiciona a legitimidade e a validade dos atos estatais. A
atividade estatal, qualquer que seja o domínio institucional de sua incidência, está
necessariamente subordinada à observância de parâmetros ético-jurídicos que se refletem
na consagração constitucional do princípio da moralidade administrativa. Esse postulado
fundamental, que rege a atuação do Poder Público, confere substância e dá expressão a
uma pauta de valores éticos sobre os quais se funda a ordem positiva do Estado. (ADI
2.661-MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 5-6-02, DJ de 23-8-02)
Art. 2º da Lei 9.784/99: A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios
da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os
critérios de:[...]
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e
sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do
interesse público;
Cláusula que determina que conste nos comunicados oficiais o custo da publicidade
veiculada. Exigência desproporcional e desarrazoada, tendo-se em vista o exagero dos
objetivos visados. Ofensa ao princípio da economicidade (CF, artigo 37, caput). (ADI
2.472-MC, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 13-3-02, DJ de 22-11-04)
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Motivar também significa que o Administrado tem direito de saber as razões que levaram
determinado ato a ser realizado.
Art. 2° da Lei 9784/99: A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios
da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os
critérios de: [...]
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;
CAPÍTULO XI
DO DEVER DE DECIDIR
Art. 48 da CF: A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos
administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.
Art. 49 da CF: Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o
prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente
motivada.
Art. 50 da CF: Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e
dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres,
laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
§ 1° A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração
de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou
propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.
§ 2° Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico
que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia
dos interessados.
§ 3° A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais
constará da respectiva ata ou de termo escrito.
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Há Administração Pública nos três poderes. Porém, tanto no Poder Legislativo quanto no
Judiciário, a Administração Pública é meramente instrumental, isto é, serve para apoiar a função
daqueles poderes. Assim, a função do Judiciário é julgar. A Administração Pública no Judiciário
serve meramente de apoio a isto, consubstanciando-se em uma atividade de contratação de
funcionários, elaboração de orçamentos, etc. Também é assim no Legislativo. Não há dúvidas,
deste modo, de que o grosso da Administração Pública se encontra no Poder Executivo, vez que
é deste a atividade de execução da lei.
Entretanto, a atividade do Poder Executivo não se resume à Administração Pública. A
doutrina consente que existe uma distinção entre atos de governo, realizados pelo poder
Executivo que expressam a soberania do país, como é o caso da sanção, do veto, do decreto
autônomo, da declaração de regra, etc., que são diferentes dos atos de mera administração.
É importante dizer que os poderes não são pessoas jurídicas. Quem é pessoa jurídica é
a União, os Estados-membros, os Municípios e o Distrito Federal.
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Assim, uma demanda, por exemplo, contra o Congresso Nacional será dirigida contra a
União. Do mesmo modo, se for contra a Câmara de Vereadores, será dirigida ao Município.
3. CENTRALIZAÇÃO OU DESCENTRALIZAÇÃO
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significa distribuir atribuições a diversos órgãos. Como é nítido, a Administração Pública brasileira
possui diversos órgãos.
Exemplo de Administração direta:
→ Presidente - Ministérios - demais órgãos públicos
→ Governador - Secretarias - demais órgãos públicos
→ Prefeito - Secretarias - demais órgãos públicos
• O que é um órgão?
→ Teoria da representação:
Assim como na tutela e na curatela, o servidor representa o órgão público.
→ Teoria do órgão:
Do Alemão Otto Gierke. Por força do Direito, a vontade do servidor é atribuída ao
órgão.
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4.1 Hierarquia
A Administração Pública direta (e usualmente também a indireta) rege-se por uma lógica
de hierarquia, entendendo-se esta como o “vínculo de autoridade que une órgãos e agente,
através de escalões sucessivos, numa relação de autoridade, de superior a inferior, de hierarca
a subalterno” (MELLO, 2016).
A autoridade superior, em regra, tem poder de comando, poder de fiscalização, poder de
revisão, poder de punir, poder de delegar atribuições ou de as avocar e poder de definir
atribuições. A hierarquia será vista com mais detalhe no chamado “poder hierárquico”.
→ Órgãos autônomos:
Imediatamente abaixo dos órgãos independentes: exemplo: receita federal,
imediatamente abaixo do Ministério da Fazenda; Polícia Federal em relação ao Ministério
da Justiça. Apesar dos órgãos autônomos serem subordinados aos independentes, eles
possuem a prerrogativa de defender em juízo seus interesses;
→ Órgãos subalternos
→ Compostos:
Subdivididos em outros órgãos. Secretaria de educação municipal.
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• Quanto à composição:
→ Unipessoal:
Um titular e auxiliares deste titular por uma só pessoa. Exemplo: Ministério e seus
auxiliares, juiz e servidores;
→ Colegiados:
Conselhos.
• Quanto à função:
→ Ativos:
Fazem coisas: licitações, atos materiais (asfaltar, etc.), cobrar tributos;
→ De controle:
Fiscalizam os outros órgãos;
→ Consultivos:
Aconselhamento e emissão de pareceres. A peculiaridade é que o parecer jurídico,
se errôneo, por causar a responsabilização solidária, muito embora ainda a questão seja
controversa.
4.3. Competência
A competência é um poder-dever, imposto pela Lei, para cumprir uma finalidade prevista
nesta mesma lei. A competência é:
→ Obrigatória: não pode o agente deixar de cumpri-la;
→ Irrenunciável: não pode o agente público renunciá-la;
→ Intransferível: não pode ser transferida a título permanente;
→ Imodificável: não pode ser modificada pelo titular do órgão;
→ Imprescritível: a não utilização da competência não gera a caducidade ou
prescrição da competência.
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Art. 87 da CF: Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte
e um anos e no exercício dos direitos políticos.
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas
nesta Constituição e na lei:
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da
administração federal na área de sua competência e referendar os atos e decretos
assinados pelo Presidente da República;
Art. 61 da CF: A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro
ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional,
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Art. 12 da Lei nº 9.784/99: Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver
impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda
que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em
razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência
dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes.
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Art. 14 da Lei nº 9784/99: O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no
meio oficial.
§ 1° O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da
atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo
conter ressalva de exercício da atribuição delegada.
§ 2° O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.
§ 3° As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade
e considerar-se-ão editadas pelo delegado.
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Existem autarquias corporativas. Exemplo: OAB, CREME, etc. Neste último caso, adotam
um regime mais privado. Exige-se delas concurso e licitação, à exceção da OAB, que tem um
regime mais “especial”.
• Fundação:
Patrimônio afetado a algum fim, podendo ser de direito público ou privado; quando de
direito público, são muito semelhantes às autarquias (às vezes chamados de Fundações
Autárquicas).
Fundação Pública de Direito Público: aparecia na Constituição. Sumiu a menção após a
Emenda Constitucional nº 19. O que não significa que não mais exista Fundação Pública de
Direito Público, uma vez que a jurisprudência continua reconhecendo sua existência. O STF
entende que as fundações públicas de direito público se equiparam às autarquias. Fundação
Biblioteca Nacional, IBGE, as Universidades Públicas, etc.
Fundação Pública de Direito Privado: Hospitais Públicos, Fiocruz, Fundação Banco do
Brasil, algumas fundações de apoio às universidades públicas (aberração jurídica).
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• Empresa pública:
Direito privado, mas capital inteiramente estatal, com organização sob qualquer forma
admitida em Direito (exemplo: LTDA). Autorizada por lei. Executam a atividade econômica do
Estado, conforme o art. 173 da CF, e, por isso, não podem ter privilégios não extensíveis ao setor
privado, se concorrerem no mercado. A Constituição prevê um estatuto de licitação simplificado
para as empresas públicas e sociedades de economia mista, tal estatuto não existe ainda, de
modo que a eles se aplica ainda a lei nº 8.666 em sua inteireza. Empresas públicas e sociedades
de economia mista não falem (Lei nº 11.101, art. 2º). Um exemplo é a Caixa Econômica Federal.
• Agências:
São autarquias ou fundações com um pouco mais de liberdade para os administradores.
Existem agências executivas e agências reguladoras. Apareceram na onda neoliberal,
quebrando a tradição brasileira de inspiração no direito europeu.
• Agências executivas:
Qualificação dada à autarquia ou fundação que celebre contrato de gestão com o órgão
da administração pública direta a que se acha vinculada, para a melhoria da eficiência e redução
de custos. Trata-se de uma entidade preexistente que recebe esta qualificação (Decretos
Federais nº 2.487 e 2.488). Único caso no Brasil: INMETRO.
• Agências reguladoras:
Já existiam entidades com funções reguladoras, mas sem denominação de agência
(exemplo: instituto do açúcar e do álcool, Bacen, CVM, etc.). Regular significa organizar
determinado setor afeto à agência, bem como controlar as entidades que atuam nesse setor.
Exercem, ao mesmo tempo, poder de polícia, bem como controlam concessões e permissões.
Neste último caso, exercem a importante de função de manter o equilíbrio econômico-financeiro
dos contratos.
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Não existe lei geral para as agências reguladoras, elas são criadas por leis esparsas,
adquirindo cores diversas. Um aspecto comum é que são todas autarquias de regime especial.
Este regime especial refere-se, usualmente, à estabilidade de seus dirigentes através de um
mandato fixo, além do caráter final de suas decisões, que não podem ser revisadas pela
Administração Direta.
• Consórcio Público:
São também entidades da Administração indireta, criados a partir da Lei federal nº 11.107.
Tem personalidade jurídica, e são formados pela contratação entre os diferentes entes
federativos. Eles proceder à chamada gestão associada. Os entes irão se associar e formar uma
associação, que poderá ser de direito público ou privado. Para se criar um consórcio, será
necessário, primeiramente, um protocolo de intenções do Executivo, após, lei dos entes
federativos, depois um contrato, e, após, formalização, através de estatutos.
O consórcio público, independentemente de ser de natureza pública ou privada, poderá
promover desapropriações e servidões, ser contratado com dispensa de licitação pela AP, limites
mais elevados para a necessidade de licitação e para as modalidades previstas. Os entes
consorciados firmarão um contrato de rateio e um contrato de programa. O primeiro versará
sobre a repartição das despesas, com a devida inclusão destas nas leis orçamentárias. Já o
contrato de programa tem a ver com a cooperação do consórcio com algum ente federativo.
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6. SERVIDORES PÚBLICOS
• Agentes públicos:
Todos aqueles que prestam serviços de maneira pessoal ao Estado:
• Agentes políticos:
Primeiro escalão: chefes do poder executivo, ministros, parlamentares, juízes, membros
do MP. São regidos por regras constitucionais e leis próprias;
• Militares:
Bombeiros, PMs, membros das forças armadas;
• Servidores públicos:
Em sentido amplo, são todos aqueles que trabalham para a Administração Pública. Em
sentido estrito, todos aqueles que trabalham para a Administração Pública direta, autarquias e
fundações públicas. Possuem vínculo com Estado, sendo por este remunerado. Compreendem:
→ Servidores públicos estatutários:
Sujeitos ao regime estatutário e ocupantes de cargos públicos. Contratados por
concurso, exceto os Cargos em Confiança. Cada ente federativo pode seus estatutos
gerais ou próprios de cada categoria.
→ Empregados públicos:
São contratados pelo regime da CLT (Com concurso, obviamente), ocupando
emprego público. Os entes federativos devem respeitar a CLT.
→ Servidores temporários:
Contratados por tempo determinado para atender à necessidade temporária de
excepcional interesse público. (37, IX, da CF). Leis Federais 8.745 e 10.667.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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• Emprego:
Unidade de atribuições, imposta por lei, que exige concurso público para preenchimento.
O servidor tem seu estatuto na CLT.
• Função:
Tanto o servidor temporário quanto o efetivo quando em direção(confiança). Os cargos
em comissão na verdade preenchem uma função pública.
• Remuneração:
Isonomia entre poderes, proibida a vinculação, evitando os gatilhos (art. 37, XIII), aumento
só se dá se houver previsão orçamentária, sendo que os chefes dos poderes atuam
independentemente, neste sentido (o Legislativo, por exemplo, não pode aumentar os salários
do Executivo), fixação por lei, teto previsto no art. 37, XI + 397, § 9º + § 12. Vige a irredutibilidade,
salvo o teto;
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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• Acumulação de cargos:
É vedada a acumulação de cargos, empregos e funções públicos remunerados, exceto
(37, XVI):
→ Dois cargos de professor;
→ Professor + técnico ou científico;
→ Dois cargos como profissional da saúde.
→ Em outras partes da Constituição, permite-se outras acumulações:
→ Vereador + serviço público;
→ Juízes e MP + magistério/docência.
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A decisão judicial que concede a servidor público a gratificação de 13,23% prevista na Lei
nº 10.698/2003 afronta a súmula vinculante 37, mesmo que o julgador fundamente sua
decisão no art. 37, X, da CF/88 e no art. 6º da Lei nº 13.317/2016. Não cabe ao Poder
Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos
sob o fundamento de isonomia.
STF. 1ª Turma. Rcl 25927 AgR/SE e Rcl 24965 AgR/SE, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red.
p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgados em 31/10/2017 (Info 884). STF. 1ª Turma.
Rcl 24965 AgR/SE, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 28/11/2017 (Info 886).
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• Sindicância:
Trata-se de um procedimento sumário, onde, no nível federal, pode resultar arquivamento
do processo, aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30 dias, e instauração
do processo disciplinar.
• Processo administrativo:
Vai existir quando houver risco de perda do cargo, aposentadoria ou pena de suspensão
por mais de 30 dias.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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→ Sujeito ativo:
Quem praticou o ato. Qualquer que se envolver com a Administração Pública, seja
particular, seja agente público. Existe polêmica se os agentes políticos se enquadram
nesta hipótese. Dúvidas se esses últimos têm foro privilegiado ou não.
→ Ato danoso:
Aquele ato que importa em enriquecimento ilícito (o agente ativo tem ou pode ter
incremento em seu patrimônio), prejuízo ao erário (o erário tem ou pode ter prejuízo, sem
acréscimo ao patrimônio do agente ativo) ou atentado contra os princípios da
Administração Pública (os princípios da Administração Pública são atingidos, muito
embora não existe prejuízo e tampouco enriquecimento ilícito). São três categorias de atos
que importam em diferentes graduações de punição.
→ Sanções cabíveis:
a) Enriquecimento ilícito:
Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio;
Perda da função pública;
Suspensão dos direitos políticos até 14 (catorze) anos;
Pagamento de multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial;
Proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo
não superior a 14 (catorze) anos.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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b) Prejuízo ao erário:
Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se
concorrer esta circunstância, perda da função pública;
Suspensão dos direitos políticos até 12 (doze) anos;
Pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano e proibição de
contratar com o poder público ou de receber benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo não superior
a 12 (doze) anos.
c) Violação a princípio:
Pagamento de multa civil de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da
remuneração percebida pelo agente;
Proibição de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo
não superior a 4 (quatro) anos.
• Procedimentos:
Qualquer pessoa pode representar perante a Administração Pública acerca de atos de
improbidade, desde que seja fundamentada, escrita e assinada. Após a apuração, o Ministério
Público ou a entidade da Administração Pública interessada ajuizará ação judicial, visando à
aplicação das penalidades.
STF e a tese de repercussão geral sobre Recurso Administrativo: “É inconstitucional a
exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de recurso administrativo”.
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Art. 170 da CF. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça
social, observados os seguintes princípios:
Atenção!
Base da Atividade Econômica pauta-se o
Fundamento da República Federativa:
Art. 1º, IV da CF - os valores sociais do
trabalho e da livre iniciativa;
Regulamentados pela Declaração de Direitos
de Liberdade Econômica (Lei nº 13.874/19).
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme
o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e
prestação;
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as
leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica,
independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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O caput do art. 52 da Lei 13.146/2015, pelo qual fixada cota de veículos adaptados a
pessoas com deficiência em locadoras, consubstancia disciplina legítima da ordem
econômica. Não se vislumbra, na espécie, contrariedade ao princípio da livre
iniciativa, porque concretiza os direitos fundamentais de mobilidade pessoal e de
acesso a tecnologia assistiva. [ADI 5.452, voto da rel. min. Cármen Lúcia, j. 22-8-
2020, P, DJE de 6-10-2020).
É legítima a terceirização das atividades-fim de uma empresa. Como já foi decidido pelo
Supremo Tribunal Federal, a Constituição não impõe uma única forma de estruturar a
produção. Ao contrário, o princípio constitucional da livre iniciativa garante aos agentes
econômicos liberdade para eleger suas estratégias empresariais dentro do marco vigente
(CF/1988, art. 170). (ADC 48, rel. min. Roberto Barroso, j. 15-4-2020, P, DJE de 19-5-
2020).
Conforme decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal nos autos da ADPF 324, Rel.
Min. Luís Roberto Barroso, a terceirização das atividades-meio ou das atividades-fim de
uma empresa tem amparo nos princípios constitucionais da livre iniciativa e da livre
concorrência, que asseguram aos agentes econômicos a liberdade de decidir como
estruturarão seu negócio (art. 170, caput e inc. IV, CF). Do mesmo modo, a decisão sobre
quanto pagar ao empregado é tomada por cada empresa, de acordo com suas
capacidades econômicas, e protegida pelos mesmos princípios constitucionais. Portanto,
não se pode sujeitar a contratada à decisão da tomadora e vice-versa. Além disso, a
exigência de equiparação, por via transversa, inviabiliza a terceirização para fins de
redução de custos, esvaziando o instituto. (...) A equiparação de remuneração entre
empregados da empresa tomadora de serviços e empregados da empresa contratada
(terceirizada) fere o princípio da livre iniciativa, por se tratar de agentes econômicos
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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distintos, que não podem estar sujeitos a decisões empresariais que não são suas. (RE
635.546, rel. p/ o ac. min. Roberto Barroso, j. 29-3-2021, P, DJE de 19-5-2021).
A regra geral é que o Estado não atue na atividade econômica. Contudo, o Estado poderá
atuar nos casos previstos expressamente pela constituição e quando for necessário aos
imperativos da segurança nacional ou relevante ao interesse coletivo, conforme definido em lei,
nos termos do art. 173 da Constituição Federal.
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ATENÇÃO!
ADI SERPRO – ADI 4829 (SERVICO FEDERAL DE PROCESSAMENTO DE DADOS).
Os arts. 170, parágrafo único, e 173, caput, da CF autorizam o legislador a restringir o
livre exercício de atividade econômica para preservar outros direitos e valores
constitucionais, destacando-se, no caso de serviços estratégicos de tecnologia da
informação contratados pela União, os imperativos da soberania, da segurança nacional
e da proteção da privacidade de contribuintes e destinatários de programas
governamentais. Interesse público a legitimar decisão do legislador no sentido da
prestação de serviços estratégicos de tecnologia da informação com exclusividade por
empresa pública federal criada para esse fim. (ADI 4.829, rel. min. Rosa Weber, j. 22-3-
2021, P, DJE de 12-4-2021).
Súmula 556 - STF
É competente a Justiça comum para julgar as causas em que é parte sociedade de
economia mista.
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos
direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
228
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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ATENÇÃO!
Do Apoio ao Cooperativismo (Art. 174, § 2º da CF).
Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo. Contribuição para o seu
financiamento. (...) A contribuição para o SESCOOP tem natureza jurídica de contribuição
de intervenção no domínio econômico (art. 149 da Constituição) destinada a incentivar o
cooperativismo como forma de organização da atividade econômica, com amparo no § 2º
do artigo 174 da Carta Política. (...) O estímulo ao cooperativismo é finalidade pública, por
expressa previsão constitucional — ‘a lei apoiará e estimulará o cooperativismo’ (art. 174,
§ 2º, da CF) – e o dever de prestar contas ao TCU está previsto, em caráter meramente
didático, pois existiria de qualquer forma, no caput do artigo 8º da MP 2.168-40. (ADI
1.924, rel. min. Rosa Weber, j. 16-9-2020, P, DJE de 5-10-2020).
Atenção! As Regras a seguir não se aplicam as Terras Indígenas (Art. 231, § 7º,
da CF)
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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ATENÇÃO
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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nos resultados da lavra, na forma e no valor que dispuser a lei. Quando tais recursos estiverem
em propriedade de outro ente da federação, estes também terão direito à participação no que
tange à exploração, nos termos do art. 20, §1º, CF.
No que tange às terras indígenas, deve-se ter presente o disposto no art. 231, §2º e §3º,
da CF, que determinam que as comunidades possuem usufruto exclusivo sobre as riquezas do
solo, rios e lagos de suas terras. Pode, contudo, haver autorização para aproveitamento de
recurso hídricos, pesquisa e lavra de recursos minerais. Para tanto, quem autorizará, mediante
decreto, é o CN (art. 49, inciso XVI), devendo, apenas, ouvir as comunidades afetadas e a estas,
na forma da lei, se assegura o produto da lavra.
3. DO CONCEITO DE MONOPÓLIO
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades
previstas nos incisos anteriores;
IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos
de petróleo produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo
bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem;
V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o
comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos
radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob
regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta
Constituição Federal.
Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre,
devendo, quanto à ordenação do transporte internacional, observar os acordos firmados
pela União, atendido o princípio da reciprocidade.
Parágrafo único. Na ordenação do transporte aquático, a lei estabelecerá as condições
em que o transporte de mercadorias na cabotagem e a navegação interior poderão ser
feitos por embarcações estrangeiras.
ATENÇÃO!
Tal se aplica à indenização por danos materiais, não se aplicando aos danos morais,
conforme posicionamento Tema de Repercussão Geral 1240: “Não se aplicam as Convenções
de Varsóvia e Montreal às hipóteses de danos extrapatrimoniais decorrentes de contrato de
transporte aéreo internacional”.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) terão, por exemplo, a possibilidade
de estarem inscritas no Sistema Simples. A Lei Complementar 123 de 2006 institui o Estatuto
Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.
7. DA POLÍTICA URBANA
Art. 182 da CF. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público
municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
ATENÇÃO!
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Imóveis. (RE 695.911, rel. min. Dias Toffoli, j. 15-12-2020, P, DJE de 19-4-
2021, Tema 492).
Art. 182, § 1º da CF. O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para
cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de
desenvolvimento e de expansão urbana.
Art. 182, § 2º da CF. A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
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Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros
quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua
moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de
outro imóvel urbano ou rural.
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher,
ou a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
ATENÇÃO!
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma
agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia
e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor
real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e
cuja utilização será definida em lei.
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Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente,
segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio
ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
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Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com a participação
efetiva do setor de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem como
dos setores de comercialização, de armazenamento e de transportes, levando em conta,
especialmente:
I - os instrumentos creditícios e fiscais;
II - os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de comercialização;
III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia;
IV - a assistência técnica e extensão rural;
V - o seguro agrícola;
VI - o cooperativismo;
VII - a eletrificação rural e irrigação;
VIII - a habitação para o trabalhador rural.
§ 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades agro-industriais, agropecuárias,
pesqueiras e florestais.
§ 2º Serão compatibilizadas as ações de política agrícola e de reforma agrária.
Atenção!
As atividades de assistência técnica e extensão
rural, positivadas no art. 187, IV, da Constituição
da República como instrumentos de realização da
política agrícola do Estado, traduzem atividades
estatais típicas. (ADPF 437, rel. min. Rosa Weber,
j. 16-9-2020, P, DJE de 5-10-2020).
Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será compatibilizada com a política
agrícola e com o plano nacional de reforma agrária.
§ 1º A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicas com área superior a
dois mil e quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa,
dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional.
§ 2º Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior as alienações ou as concessões de
terras públicas para fins de reforma agrária.
Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento de propriedade rural por
pessoa física ou jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão de
autorização do Congresso Nacional.
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Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como
seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não
superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família,
tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. (Usucapião Rural Especial)
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
ATENÇÃO!
Súmula Vinculante nº 7 do STF:
A norma do § 3º do art. 192 da Constituição, revogada pela EC 40/2003, que limitava a
taxa de juros reais a 12% ao ano, tinha sua aplicação condicionada à edição de lei
complementar.
ADI 6.262:
A regulação do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por Veículos
Automotores de Vias Terrestres e do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados
por Embarcações ou por sua Carga exige, nos termos do art. 192 da Constituição Federal,
lei complementar. (ADI 6.262 MC, rel. min. Edson Fachin, j. 20-12-2019, P, DJE de 22-4-
2020).
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ORDEM SOCIAL
Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o
bem-estar e a justiça sociais.
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais
e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
O Art. 197 da constituição federal, permite a execução dos serviços de saúde pelo poder
público de forma direta e indireta, mas também não elimina a possibilidade da atuação de
pessoas físicas e jurídicas de direito privado.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao poder
público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle,
devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por
pessoa física ou jurídica de direito privado.
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Cabe ao Estado fornecer, em termos excepcionais, medicamento que, embora não possua
registro na ANVISA, tem a sua importação autorizada pela agência de vigilância sanitária,
desde que comprovada a incapacidade econômica do paciente, a
imprescindibilidade clínica do tratamento, e a impossibilidade de substituição por
outro similar constante das listas oficiais de dispensação de medicamentos e os
protocolos de intervenção terapêutica do SUS. (Tema de RG nº 1161 do STF)
242
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e
hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes
diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos
serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.
Quanto aos recursos mínimos que precisam ser aportados na área da saúde:
→ A União precisa aportar um percentual da sua receita corrente líquida que não
pode ser inferior a 15%;
→ Estados e o Distrito Federal devem aportar o percentual o previsto por LC (LC
nº 141/2012) configurando-se em 12% dos impostos segregados na base estadual
deduzidas as parcelas transferidas para os municípios;
→ Municípios e o Distrito Federal devem aportar o percentual o previsto por LC
(LC nº 141/2012) configurando-se em 15% dos impostos segregados na base municipal;
→ O Distrito Federal aplicará, anualmente, em ações e serviços públicos de
saúde, no mínimo, 12% (doze por cento) do produto da arrecadação direta dos impostos
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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que não possam ser segregados em base estadual e em base municipal, ou seja, que
advenham de uma arrecadação própria do DF ou de transferência da União.
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Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral de
Previdência Social, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei, a:
I - cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente para o trabalho e
idade avançada; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente
de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de
sua integração à vida comunitária;
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência
e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-
la provida por sua família, conforme dispuser a lei. (Regulamentado pela Lei nº 8.742/93)
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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pode abrir mão dessa parceria, nem a família. A Constituição estabelece princípios,
preceitos e regras aplicáveis ao ensino, que integra a educação lato sensu. Isso vale para
o Estado e para a família. Independentemente do ensino a ser trilhado, o texto exige alguns
requisitos inafastáveis: a necessidade de ensino básico obrigatório entre quatro e
dezessete anos [art. 208, I]; a existência de núcleo mínimo curricular [art. 210]; e a
observância de convivência familiar e comunitária (art. 227). Aparentemente, a CF veda
três das quatro espécies mais conhecidas do ensino domiciliar: a desescolarização
radical, a moderada e o ensino domiciliar puro. Isso porque elas afastam
completamente o Estado do seu dever de participar da educação, o que não ocorre
com a quarta espécie, denominada homeschooling ou ensino domiciliar utilitarista
ou por conveniência circunstancial. Essa modalidade pode ser estabelecida pelo
Congresso Nacional. Para o redator, o ensino domiciliar carece de regulamentação
prévia que firme mecanismos de avaliação e fiscalização, e respeite os
mandamentos constitucionais, especialmente o art. 208, § 3º. Nesse sentido, é
necessário que a lei prescreva o que será a frequência. Diversamente do ensino
público regular, essa frequência possui, também, o fim de evitar a evasão, garantir a
socialização do indivíduo, além da convivência com a pluralidade de ideias. (RE 888.815,
rel. p/ o ac. min. Alexandre de Moraes, j. 12-9-2018, P, Informativo 915, Tema 822)
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade,
assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na
idade própria;
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito;
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Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a
assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos,
nacionais e regionais.
§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários
normais das escolas públicas de ensino fundamental.
§ 2º O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada
às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos
próprios de aprendizagem.
• Regime de colaboração:
O sistema de educação no Brasil previsto pela constituição federal estabelece que a União
cumpre estabelecer as diretrizes e as bases da educação, além de cuidar da rede federal de
ensino, já os Municípios atuarão de forma prioritária na educação infantil e no ensino
fundamental, os Estados e o DF atuarão de forma prioritária no ensino fundamental e médio.
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• Dos recursos mínimos que devem ser aportados pelos entes federados na
educação, temos:
→ União no mínimo 18% da receita resultante de impostos, compreendida a
proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino;
→ Estados, Municípios e o Distrito Federal no mínimo 25% da receita resultante
de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino.
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de
impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino.
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos Municípios, não é
considerada, para efeito do cálculo previsto neste artigo, receita do governo que a
transferir.
§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no caput deste artigo, serão considerados os
sistemas de ensino federal, estadual e municipal e os recursos aplicados na forma do art.
213.
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das
necessidades do ensino obrigatório, no que se refere a universalização, garantia de
padrão de qualidade e equidade, nos termos do plano nacional de educação.
(...)
Art. 212 da CF: § 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento
a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da lei.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição social do salário-
educação serão distribuídas proporcionalmente ao número de alunos matriculados na
educação básica nas respectivas redes públicas de ensino. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006)
§ 7º É vedado o uso dos recursos referidos no caput e nos §§ 5º e 6º deste artigo para
pagamento de aposentadorias e de pensões. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108,
de 2020)
Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos
a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que:
I - comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em
educação;
II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou
confessional, ou ao poder público, no caso de encerramento de suas atividades.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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§ 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de estudo para
o ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência
de recursos, quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública na
localidade da residência do educando, ficando o poder público obrigado a investir
prioritariamente na expansão de sua rede na localidade.
§ 2º As atividades universitárias de pesquisa e extensão poderão receber apoio financeiro
do poder público.
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às
fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das
manifestações culturais.
§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-
brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.
§ 2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para os
diferentes segmentos étnicos nacionais.
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial,
tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação,
à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se
incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às
manifestações artístico-culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,
paleontológico, ecológico e científico.
5. DO DESPORTO
A CF/88 estabelece um direito fundamental que traz alguns elementos como a exceção
ao princípio da inafastabilidade da jurisdição que exige o exaurimento da instância da justiça
desportiva em 60 dias para somente depois buscar o judiciário nas questões disciplinares e das
competições esportivas.
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Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não formais, como
direito de cada um, observados:
I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua
organização e funcionamento;
II - a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional
e, em casos específicos, para a do desporto de alto rendimento;
III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não profissional;
IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional.
§ 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições
desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.
§ 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração
do processo, para proferir decisão final.
§ 3º O poder público incentivará o lazer, como forma de promoção social.
7. DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
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Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações
(Princípio da Equidade ou Solidariedade intergeracional).
O direito fundamental tutelado pelo Art. 225 é “ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado”. E quais são as atribuições do Poder Público para defender e preservar o meio
ambiente:
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→ Meio Ambiente Artificial: com a intervenção do Homem – art. 182, 183 e 225 da
CF/88 e a Lei nº 10.257/01 (Estatuto da Cidade).
→ Meio Ambiente Cultural: importância histórica e cultural – artigos 215 e 216 da
CF/88.
→ Meio Ambiente do Trabalho: saúde do trabalhador no seu local de trabalho – art. 7º,
XXII, XXIII e XXXIII e art. 208, VIII ambos da CF/88.
Tese: "A dicção do texto constitucional não provoca maiores problemas quanto à definição
de ato normativo apto à instituição/criação de espaços territorialmente protegidos, dentre
os quais se pode destacar as unidades de conservação regulamentadas pela Lei
9.985/2000. Tendo a Carta se referido à reserva de legislação somente como
requisito de modificação ou supressão de unidade de conservação, abriu margem
para que outros atos do Poder Público, além de lei em sentido estrito, pudessem ser
utilizados como mecanismos de instituição de espaços ambientais protegidos.” (ADI 3.646,
rel. min. Dias Tofolli, j. 20-9-2019, P, DJE de 2-12-2019).
As medidas provisórias não podem veicular norma que altere espaços territoriais
especialmente protegidos, sob pena de ofensa ao art. 225, inc. III, da Constituição
da República. As alterações promovidas pela Lei 12.678/2012 importaram
diminuição da proteção dos ecossistemas abrangidos pelas unidades de
conservação por ela atingidas, acarretando ofensa ao princípio da proibição de
retrocesso socioambiental, pois atingiram o núcleo essencial do direito fundamental ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado previsto no art. 225 da Constituição da
República. (ADI 4.717, rel. min. Cármen Lúcia, j. 5-4-2018, P, DJE de 15-2-2019).
Art. 225, § 1º da CF
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora
de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que
se dará publicidade;
256
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
E-book de Direito Material
→ Princípio da Precaução:
É a garantia contra os riscos potenciais que de acordo com o estado atual do
conhecimento, não pode ser ainda identificado. Deste modo, a ausência de certeza
absoluta não deve servir de pretexto para se postergar a adoção de medidas efetivas de
modo a evitar a degradação ambiental. A incerteza científica milita em favor do ambiente,
carregando-se ao interessado o ônus de provar que as intervenções pretendidas não são
perigosas e/ou poluentes. Não há certeza científica. Cautela.
Tese: No atual estágio do conhecimento científico, que indica ser incerta a existência de
efeitos nocivos da exposição ocupacional e da população em geral a campos elétricos,
magnéticos e eletromagnéticos gerados por sistemas de energia elétrica, não existem
impedimentos, por ora, a que sejam adotados os parâmetros propostos pela Organização
Mundial de Saúde, conforme estabelece a Lei nº 11.934/2009.
Art. 225, § 1º da CF
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização
pública para a preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em
risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais
a crueldade.
Lei 7.380/1998 do Estado do Rio Grande do Norte. Atividades esportivas com aves das
raças combatentes. "Rinhas" ou "brigas de galo". Regulamentação. Inadmissibilidade.
Meio ambiente. Animais. Submissão a tratamento cruel. Ofensa ao art. 225, § 1º, VII, da
CF. (...) É inconstitucional a lei estadual que autorize e regulamente, sob título de práticas
ou atividades esportivas com aves de raças ditas combatentes, as chamadas "rinhas" ou
"brigas de galo". [ADI 3.776, rel. min. Cezar Peluso, j. 14-6-2007, P, DJ de 29-6-2007.] =
ADI 1.856, rel. min. Celso de Mello, j. 26-5-2011, P, DJE de 14-10-2011
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
E-book de Direito Material
A vaquejada foi declarada pelo STF inconstitucional, pois sua prática gera maus-
tratos aos animais. Contudo, em resposta típica de ativismo congressual, o Congresso
Nacional editou após o julgamento da ADI 4983, a lei nº 13.364/16 que reconheceu o
rodeio, a vaquejada e o laço, bem como as respectivas expressões artísticas e esportivas,
como manifestações culturais nacionais, elevando essas atividades à condição de bens
de natureza imaterial integrantes do patrimônio cultural brasileiro, após a lei foi
estabelecido a EC nº 96/2017 que regulamentou a nova lei acrescentando o § 7º do Art.
225 da CF e abriu a possibilidade das práticas desportivas que utilizam animais não serem
consideradas cruéis.
Portanto, atualmente a prática da vaquejada deve ser considerada constitucional
frente a presunção de constitucionalidade da lei nº 13.364/16 e da EC nº 96/2017, num
ato de superação legislativa das decisões do STF.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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cultos de religiões de matriz africana é compatível com o princípio da igualdade, uma vez
que sua estigmatização, fruto de um preconceito estrutural, está a merecer especial
atenção do Estado. Tese fixada: ‘É constitucional a lei de proteção animal que, a fim
de resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual de animais em cultos
de religiões de matriz africana’.[RE 494.601, rel. p/ o ac. min. Edson Fachin, j. 28-3-
2019, P, DJE de 19-11-2019.]
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
E-book de Direito Material
O art. 225, § 3º, da CF não condiciona a responsabilização penal da pessoa jurídica por
crimes ambientais à simultânea persecução penal da pessoa física em tese responsável
no âmbito da empresa. A norma constitucional não impõe a necessária dupla imputação.
As organizações corporativas complexas da atualidade se caracterizam pela
descentralização e distribuição de atribuições e responsabilidades, sendo inerentes, a esta
realidade, as dificuldades para imputar o fato ilícito a uma pessoa concreta. Condicionar a
aplicação do art. 225, § 3º, da Carta Política a uma concreta imputação também a pessoa
física implica indevida restrição da norma constitucional, expressa a intenção do
constituinte originário não apenas de ampliar o alcance das sanções penais, mas também
de evitar a impunidade pelos crimes ambientais frente às imensas dificuldades de
individualização dos responsáveis internamente às corporações, além de reforçar a tutela
do bem jurídico ambiental. A identificação dos setores e agentes internos da empresa
determinantes da produção do fato ilícito tem relevância e deve ser buscada no caso
concreto como forma de esclarecer se esses indivíduos ou órgãos atuaram ou deliberaram
no exercício regular de suas atribuições internas à sociedade, e ainda para verificar se a
atuação se deu no interesse ou em benefício da entidade coletiva. Tal esclarecimento,
relevante para fins de imputar determinado delito à pessoa jurídica, não se confunde,
todavia, com subordinar a responsabilização da pessoa jurídica à responsabilização
conjunta e cumulativa das pessoas físicas envolvidas. Em não raras oportunidades, as
responsabilidades internas pelo fato estarão diluídas ou parcializadas de tal modo que não
permitirão a imputação de responsabilidade penal individual. (RE 548.181, rel. min. Rosa
Weber, j. 6-8-2013, 1ª T, DJE de 30-10-2014).
Art. 225, § 4º da CF. A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o
Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-
se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio
ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações
discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
Art. 225, § 6º da CF. As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização
definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
Art. 225, § 7º da CF. Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo,
não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Art. 226 da CF. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
Art. 226, § 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por
qualquer dos pais e seus descendentes.
• União homoafetiva:
ADI 4.277 e ADPF 132, rel. min. Ayres Britto, j. 5-5-2011, P, DJE de 14-10-2011.]
O caput do art. 226 confere à família, base da sociedade, especial proteção do Estado.
Ênfase constitucional à instituição da família. Família em seu coloquial ou proverbial
significado de núcleo doméstico, pouco importando se formal ou informalmente
constituída, ou se integrada por casais heteroafetivos ou por pares homoafetivos. A
Constituição de 1988, ao utilizar-se da expressão “família”, não limita sua formação
a casais heteroafetivos nem a formalidade cartorária, celebração civil ou liturgia
religiosa. Ante a possibilidade de interpretação em sentido preconceituoso ou
discriminatório do art. 1.723 do Código Civil, não resolúvel à luz dele próprio, faz-se
necessária a utilização da técnica de “interpretação conforme à Constituição”. Isso para
excluir do dispositivo em causa qualquer significado que impeça o reconhecimento da
união contínua, pública e duradoura entre pessoas do mesmo sexo como família.
Reconhecimento que é de ser feito segundo as mesmas regras e com as mesmas
consequências da união estável heteroafetiva.
• Regulação do casamento:
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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• Igualdade no Casamento:
Art. 226, § 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o
homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em
casamento.
262
2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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• Maioridade penal:
Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas
da legislação especial.
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos
maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas,
assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e
garantindo-lhes o direito à vida.
§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus
lares.
§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes
coletivos urbanos.
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças
e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam,
competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter
permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à
preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua
reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.
§ 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse
permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos
nelas existentes.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar
em juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o Ministério Público em todos
os atos do processo.
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2ª Fase Constitucional l 39º Exame de Ordem
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