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Episódio de Inês de Castro (C. III, est.

118-135)

Estrutura Interna: Narração

Narrador: Vasco da Gama


Narratário: Rei de Melinde

Plano narrativo: plano da História de Portugal


Estrofes 133 a 135 – plano das considerações do poeta

1ª parte:
Introdução (C.III,est.118-119):o Poeta caracteriza o
acontecimento (“caso triste e dino da memória” – C.III, est.118);
apresenta Inês de Castro como “mísera e mesquinha” – C.III,
est. 118 e aquela que “despois de ser morta foi Rainha” – C.
III,est.118; invoca o Amor como uma força superior aos
homens, que os conduz à fatalidade e que se alimenta do
sofrimento humano.

2ªparte:
Vida de Inês de Castro (C. III, est.120 -121): descrição da
felicidade vivida por Inês, apenas manchada pela saudade,
que, durante o dia, lhe ocupava o pensamento e, durante a
noite, a fazia sonhar.

3ª parte:
Razões justificativas da morte de Inês de Castro (C. III, est.122
-123):o narrador afirma que D. Pedro não desejava casar-se
com outras mulheres, pelo que o Rei decidiu mandar matar
Inês. Ele julgou que, assim, acabaria com a paixão do filho.

4ª parte:
Os algozes trazem Inês junto do Rei (C. III, est.124 -125): o Rei
sente piedade de Inês, mas o povo não o deixa mudar a sua
decisão de a mandar matar.
Inês surge banhada em lágrimas e atormentada pelo receio de
deixar os filhos órfãos.

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5ª parte:
O discurso de Inês (C. III, est.126-129): Inês tenta convencer o
Rei a não a matar:

•1º momento:
Inês pede ao Rei que tenha piedade dos seus filhos,
salvando-a, pois os animais selvagens, incapazes de
sentimentos humanos, conseguiram mostrar piedade com
crianças: a loba salvou Rómulo e Remo, fundadores de Roma,
e as pombas alimentaram Semíramis.

•2º momento:
Inês apela ao espírito de justiça do Rei, que soube dar a morte
aos Mouros, porque a mereceram, pelo que deveria, também,
saber dar a vida a quem não cometeu erros e, logo, não
merece morrer.

•3º momento:
Inês apresenta alternativas à morte: o desterro num território
gélido (Sibéria) ou tórrido (Líbia) ou mesmo entre animais
selvagens.

•4º momento:
Inês invoca o amor de mãe e de mulher e a orfandade futura
dos seus filhos, apelando aos sentimentos do Rei.

6ª parte:
Reação do rei ao discurso de Inês (C. III, est.130): o Rei queria
perdoar Inês, mas os algozes (“peitos carniceiros” – III,130) e o
“pertinaz povo” (C. III, est.130) não lhe permitem que recue.

7ª parte:
Morte de Inês (C.III, est.131-132): é feita uma comparação
entre duas figuras que sofreram uma morte injusta: Policena,
que foi morta por Pirro, e Inês, que é assassinada pelos “brutos
matadores” (C. III, est.132).

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8ª parte:
Conclusão – Intervenção do Poeta (C. III, est.133-135): o Poeta
mostra-se revoltado contra o desfecho do caso narrado: invoca
o Sol (C. III, est.133), que, segundo ele, não deveria ter
brilhado naquele dia trágico, comparando a execução de Inês à
trágica história de Tiestes, que comeu os próprios filhos sem o
saber; invoca os “côncavos vales” (C.III, est.133), que
prolongaram o eco dos gritos de Inês; compara a morte de Inês
ao desfalecimento de uma flor “cortada / antes do tempo” (C.
III, est.134); refere a natureza, que chora a morte da sua
confidente.
Diz que as ninfas choraram a morte de Inês durante muito
tempo e as lágrimas foram transformadas, para memória
eterna, numa fonte chamada Fonte dos Amores.

Indícios de lirismo
✓O Amor é o culpado da morte de Inês.
✓A natureza comunga com a protagonista sentimentos de
felicidade ou tristeza.
✓Recurso a metáforas e comparações que estão ligadas à
natureza

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